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Deficiência de G6PD: Causas e Diagnóstico

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Thaís Ornelas Souza Ferreira
G6PD
A deficiência de G6PD é o defeito enzimático humano mais comum, afetando mais de 400
milhões de pessoas no mundo.
As variantes de G6PD:
-foram classificadas inicialmente em quatro grupos de acordo com a atividade enzimática
nas hemácias:
classe I – causam hemólise crônica;
classe II – deficiência grave (incluem-se aqui as variantes Mediterrânea, Santamaria e Cantão);
classe III – deficiência moderada (incluindo as variantes A-, Africana, Seattle, Chatham);
classe IV – não deficientes.
O gene do G6PD está localizado na região telomérica do braço longo do cromossomo X
(banda Xq28), próximo aos genes responsáveis pela hemofilia A, pela disceratose
congênita e pelo daltonismo. Todas as mutações do gene do G6PD que levam a alguma
deficiência enzimática afetam a sequência codificadora.
O QUE É:
G6PD é a única enzima que produz NADPH que pode ser ativada em resposta a estresse
oxidativo e, como tal, age como guardião do potencial de redução das células.
Nas hemácias, onde não há outra fonte disponível, G6PD é essencial para defesa contra o
estresse oxidativo. Se as concentrações de NADPH não puderem ser mantidas, como
ocorre na deficiência de G6PD, os níveis de GSH caem e ocorre dano oxidativo que poderá
levar à hemólise.
A hemólise aguda, ou crise hemolítica aguda, em pessoas com variantes de G6PD, ocorre
quando agentes oxidantes são gerados após a ingestão de certas drogas, ingestão de feijão
fava ou durante infecção aguda.
-Se trata de uma anemia hemolítica hereditária
OBS: Em casos extremamente raros de variantes esporádicas mais graves, agentes
oxidantes produzidos durante o metabolismo normal de células vermelhas causam
depleção de GSH e podem levar à hemólise crônica
EPIDEMIOLOGIA:
Os alelos que ocasionam a deficiência de G6PD estão distribuídos pelo mundo; a
estimativa é de que pelo menos 400 milhões de pessoas sejam portadoras da mutação no
gene do G6PD que causa a deficiência.
A maior prevalência descrita é:
1. África
2. Europa meridional
3. sudeste da Ásia
4. Centro e sul das ilhas do Pacífico
Porém, devido à migração relativamente recente, os alelos deficientes estão hoje bastante
prevalentes nas Américas do Norte e do Sul, e também em partes do norte da Europa. Nos
últimos anos, a análise molecular tem sido usada para mapear a prevalência da deficiência
de G6PD.
Mais comum em HOMENS
No Brasil, estima-se que aproximadamente 4% da população seja portador ou doente.
INTERESSANTE:
A distribuição mundial da malária é notavelmente similar à distribuição dos alelos
mutados de G6PD, tornando bem aceita a hipótese da deficiência de G6PD proteger contra
a malária.
A primeira hipótese: A esquizogênese intracelular de parasitas, e não a invasão, é afetada
nas hemácias com deficiência de G6PD, nas quais pode ocorrer o dano oxidativo do
parasita.
Segunda hipótese: Estudos posteriores demonstraram que células vermelhas com
deficiência de G6PD infectadas com parasitas sofrem fagocitose por macrófagos num
estágio anterior de maturação parasitária do que as hemácias normais com infecção
parasítica, o que poderia ser um mecanismo protetor adicional contra a malária
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico definitivo da deficiência de G6PD é baseado numa estimativa de atividade
enzimática pela análise espectrofotométrica quantitativa da razão de produção de NADPH
de NADP.
Para uma triagem rápida da população, vários métodos semiquantitativos já foram
aplicados:
-O teste de Motulsky (dye-decolorization test) em 1961
-O teste de fluorescência (geração de NADPH)
Indica a deficiência de G6PD pela ausência de fluorescência no sangue sob luz
ultravioleta.
-Teste do pezinho ampliado
Logo após o nascimento
Encontra-se disponível na rede privada de saúde
Realizado por meio de esfregaço de sangue periférico, que pode revelar eritrócitos
bolhosos e eritrócitos com corpúsculos de Heinz; ou ainda baseado numa estimativa de
atividade enzimática feita pela análise espectrofotométrica quantitativa, na qual a
atividade da enzima é determinada pela porção de NADPH formado em amostra de
sangue total hemolisado e adicionado a uma mistura de substrato enzimático
(glicose-6-fosfato) e cofator NADP, utilizando-se o comprimento de onda de 340 nm.
Outros testes semiquantitativos também já foram usados, mas exigem confirmação
definitiva para resultados anormais.
OBS.I: Dúvida diagnóstica pode surgir quando se mede a atividade enzimática durante
uma crise aguda de hemólise ou na presença de altos níveis de reticulócitos, pois o nível
de atividade dos eritrócitos novos é mais elevado que em células mais maduras, levando a
resultados falso-negativos para deficiência de G6PD.
OBS.II: Dificuldades também podem surgir ao avaliar neonatos, pois estes apresentam
maior população de hemácias jovens.
OBS.III: Nenhum dos testes de triagem consegue identificar com segurança mulheres
heterozigotas, cuja inativação de X extremamente desviado acarreta atividade variando de
homozigótica a normal. A medida da atividade enzimática e a análise molecular são os
métodos que permitem diagnóstico definitivo do status da deficiência na mulher
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A maioria dos indivíduos com deficiência de G6PD permanecerá assintomática durante
toda a vida e nem saberá da deficiência.
IMPORTANTE: A deficiência de G6PD não parece afetar a expectativa de vida, a qualidade
de vida ou a atividade dos indivíduos afetados.
A deficiência de G6PD geralmente se manifesta através de:
1. Anemia hemolítica induzida por infecção
2. Anemia hemolítica induzida por drogas
3. Favismo
4. Icterícia neonatal
5. Anemia hemolítica não esferocítica crônica.
Costuma se manifestar clinicamente através de fadiga, dor nas costas, anemia, icterícia e
colúria.
Anemia hemolítica induzida por drogas
A deficiência de G6PD foi descoberta através da investigação do desenvolvimento de
hemólise em pacientes que haviam recebido primaquina. Subsequentemente, várias
drogas foram ligadas à hemólise aguda em indivíduos com deficiência de G6PD.
Curso:
Hemólise e icterícia clinicamente detectáveis surgem tipicamente entre 24 a 72 horas após
administração da droga.
Urina escura devido à hemoglobinúria é um sinal característico.
A anemia sofre piora de sete a oito dias.
Após suprimir a droga, as concentrações de hemoglobina começam a se recuperar após
oito a dez dias.
A presença de corpos de Heinz (precipitados de hemoglobina desnaturada) nas hemácias é
um achado típico.
Hemácias mordidas podem ser observadas no esfregaço de sangue devido à presença dos
corpos de Heinz que foram fagocitados.

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