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SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITOS

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SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITOS
Conceito: Chamado popularmente como “penas alternativas”, mas, as penas alternativas na verdade é o gênero do qual tem a espécie das penas restritivas de direito, que são na prática, qualquer pena que não seja a prisão. Mas, as penas restritivas de direito, especificamente são espécies de penas que seguem uma legalidade estrita, elas são previstas taxativamente em lei penal e que funcionarão como alternativas a prisão, não vão gerar como efeito o encarceramento. 
Dialogam com a ideia do Direito penal mínimo = descriminalizar o máximo possível, e o que não for possível descriminalizar, ele vai propor a descarcerização, e é aqui que entra as penas restritivas de direito. 
 Natureza jurídica: Ainda assim são penas que geram maus antecedentes e geram reincidência. Previsto no art 44 do CP: as penas são autônomas e como substitutivas as penas privativas de liberdade (é o mais comum). Elas são autônomas no Art 28 na Lei 11.434/2006 (Lei de Drogas): 
1. Preceito primário: Posse para consumo pessoal de drogas (conduta tipificada).
2. Preceito secundário: Advertência sobre o uso de drogas + prestação de serviços a comunidade + medida educativa de comparecimento a curso antidrogas.
3. É o ÚNICO caso no ordenamento que o preceito secundário não descreve uma pena privativa de liberdade, e sim, direto descreve que é a pena do delito.
4. OBS1: Na antiga lei de drogas, o porte para consumo pessoal era punido com pena de prisão, ainda que fosse possível a aplicação da restritiva de direitos, ela tinha um caráter de substituição para um possível restritiva de liberdade. Mas, com a nova lei de drogas de 2006, passou a ser absolutamente IMPOSSÍVEL a prisão para a figura do usuário.
5. OBS5: Então, o art 28 da lei de drogas teria ou não natureza criminosa (crime/contravenção/infração penal ou administrativa)? Parte da doutrina, crê que a posse de drogas para uso pessoal, (I) teria se tornado uma INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA, para a outra parte (II) seria uma INFRAÇÃO PENAL SUIS GENERIS (Luís Carlos Gomes: tem natureza criminar mas não é nem crime e nem contravenção). O STJ ENTENDEU: Tem natureza de CRIME, que é uma espécie de infração penal, houve apenas uma DESPENALIZAÇÃO (termo criticado, e então foi chamado de DESPRISIONALIZAÇÃO), porem, mantida a natureza criminosa da conduta.
5.1 Infração penal: é crime ou contravenção, o crime é necessariamente punido com pena de reclusão/detenção, já a contravenção é punida com prisão simples.
5.2 Se o agente descumpre a pena da restritiva de direitos, os juízes estavam aplicando a pena restritiva de liberdade pelo crime de desobediência, se torna IMPOSSÍVEL, segundo o STF.
5.3 A própria lei de drogas vai colocar as consequências da desobediência: (I) Admoestação + (II) Multa.
 Espécies de restritiva: Listadas no art 43 
1. Prestação pecuniária
2. Perda de bens e valores
3. Limitação de fim de semana
4. Prestação de serviços a comunidade
5. Interdição temporária de direitos.
6. OBS1: O juiz não pode inventar uma nova restritiva, nem mesmo no caso dele achar que é melhor para o réu, só há as opções legais, que podem ser combinadas, mas, isso só ocorre pois a lei permite essa combinação.
7. REQUISITOS CUMULATIVOS: previstos no art 44:
7.1 Natureza do crime: Se for doloso = pena aplicada < ou igual a 4 anos + crime sem violência ou grave ameaça Se for culposo = independe a pena ou natureza do crime, em princípio, sempre admitirão a substituição por restritiva de direitos.
7.2 Não reincidente doloso: Não se aplica se a reincidência for de crimes dolosos.
7.3 Circunstancias judicias favoráveis: Único requisito subjetivo, os supracitados são OBJETIVOS
7.4 OBS1: A jurisprudência diz que os requisitos OBJETIVOS são os mais importantes, ou seja, o magistrado não pode afastar a possibilidade da substituição porque o sujeito não cumpriu o requisito subjetivo (mas cumpre os objetivos).
7.5 OBS2: Nos juizados criminais, se julgam as infrações de menor potencial ofensivo (pena menor ou igual a dois anos), consagrando uma ideia de direito penal mínimo permitindo a transação com o MP. Essas infrações, que foram parar nos juizados, que envolvam violência ou grave ameaça a pessoa, vão admitir a substituição. Exemplos: constrangimento legal, ameaça... Não tinha sentido negar o beneficio da substituição se o réu pode mesmo antes de começar o processo transacioná-lo.
7.6 OBS3: No que diz respeito aos crimes e contravenções CONTRA A MULHER, a Lei Maria da Penha expressamente afasta a incidência da lei dos juizados. Com isso, ainda quando configurem infrações de menor potencial ofensivo, crimes e contravenções, que envolvam violência doméstica contra a mulher não admitem substituição por restritiva (sumula 588 do STJ). Essa sumula, encontra divergência parcial no STF, pois, para o STJ, tanto crime como contravenções não vão admitir as leis dos juizados, já o STF, coloca que são só os crimes.
8. Aplicação da substituição: Art 44 §2º
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
8.1 Se a condenação for a uma pena menor ou iguala 1 ano: Substituída por multa OU restritiva de direitos.
8.2 Se a condenação for uma pena maior do que 1 ano: O magistrado vai substituir essa condenação por uma restritiva + multa OU por duas restritivas.
 Conversão: como regra geral, o tempo das restritivas vai durar o mesmo das privativas de liberdade. Previsto no art 55 do CP. 
1. Exceções:
1.1 Prestação pecuniária: é paga de uma vez só.
1.2 Perda de bens e valores: pela sua própria natureza, nesse caso, elas não poder ter a mesma duração da pena privativa de liberdade.
1.3 Prestação de serviços a comunidade: Em regra, a regra geral continua sendo essa, mas o legislador FACULTA ao condenado há mais de um ano o aumento da sua jornada de trabalho para diminuir o tempo de comprimento da prestação de serviços, sendo que, o Art 46 §3º coloca que será uma hora de tarefa a cada dia e que, o abatimento máximo desse tempo será de 50%. Prevista no art 46 §4º. Exemplo: condenados de 1 ano podem encurtar o tempo a ate 6 meses.
2. A conversão também diz respeito ao eventual descumprimento, transformando uma pena que era restritiva de direitos em restritiva de liberdade: Há essa conversão quando há um descumprimento injustificado = art 44 §4º.
2.1 Abata-se tempo cumprido da restritiva de direitos.
2.2 Deve haver um saldo mínimo de prisão de 30 dias.
Exemplo: se o agente descumpre os últimos 5 dias da sua privativa de direitos, ele será obrigado a ficar 30 dias preso. Mas, se faltassem 50 dias, ele ficaria os 50. 
 Prestação pecuniária: Art 45 §1º 
1. Pagamento feito em dinheiro, em tese, somente a vista, não há previsão legal para parcelamento, mas, o juiz pode fazer se quiser.
2. Quem pode ser beneficiado? O entendimento doutrinário é que deve ser seguida a ORDEM do art 45, ou seja: Vitimas -> dependentes -> entidades.
3. Limites do valor: Entre 1 e 360 salários mínimos vigentes ao tempo do fato, e não da condenação (doutrina). Há a possibilidade de abatimento na condenação de reparação civil, mas isso só vai poder ser feito se forem os mesmos destinatários do valor.
4. Substituição: Se o beneficiário aceitar, pode haver o pagamento em outra pecúnia que não o dinheiro.
5. O não pagamento injustificado da prestação pecuniária pode ser convertido em prisão? Não seria prisão por dívida?
 Prestação de serviços a comunidade: Art 46 
1. Requisitos:
1.1 Condenação superior a 6 meses de privação de liberdade
1.2 MAS A CF NÃO PROÍBE PENAS DE TRABALHOS FORÇADOS? A doutrina entendeu que não seria o caso pois é uma opção, ele pode não fazer o trabalho já que o sujeito pode escolher ser preso.
2. São tarefas gratuitas, eleitas com base na aptidão do sentenciado.
3. Duração: 1 h por dia de condenação.
OBS: Não busca que o sentenciadoperca seu emprego para que o cumpra. Se a condenação for SUPERIOR A 1 ANO, o sujeito pode aumentar esse tempo mas não pode reduzir a menos da metade. Exemplo: O sujeito foi sentenciado a 4 anos, então, ele só pode fazer no máximo 2h por dia, ou seja, ele precisa cumprir 2 anos da prestação de serviços. Ou seja, na MELHOR das hipóteses, o tempo mínimo de duração é de 6 meses. 
 Hipóteses de conversão para a privativa: Art 181 da LEP 
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. 
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: 
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; 
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; 
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. 
 Interdição temporária de direitos: Art 47 + Art 181 §3º LEP 
1. Exige uma correlação lógica entre o crime cometido e o direito que está sendo interditado.
2. Tem que ser temporário pois, a CF veda penas de caráter perpétuo. Dura o tempo da condenação.
3. O rol do artigo é exaustivo.
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; // Como por exemplo nos casos de advogados que cometem crime de apropriação in debita. 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
IV – proibição de frequentar determinados lugares. 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicas. 
LEP 
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras “a” e “e”, do § 1º, deste artigo. 
 Limitação do final de semana: Art 48 + Art 181 §2 da LEP 
1. Casa de albergado: local onde se cumpre o regime aberto, é a priori um lugar para dormir.
2. OBS: É APENAS SÁBADOS E DOMINGOS, NÃO INCLUI FERIADOS.
Limitação de fim de semana 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. 
LEP
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. // Não ser encontrado, ou cometer uma falta grave ou por condenação em outro crime. 
 PERDA DE BENS E VALORES: ART 45 §3º 
1. Diferenças com a PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: A prestação pecuniária tem um limite de 1 – 360 salários-mínimos, e os beneficiários podem ser a vítima, ou os dependentes ou entidades beneficentes. Já a perda de bens e valores tem como:
1.1 Limites: o que for maior entre o proveito que foi obtido pelo crime ou o prejuízo causado.
1.2 Beneficiário: é o Fundo penitenciário nacional, e a depender da legislação pode ser que seja destinado a outro fundo.
2. Invade o patrimônio LICITO do sentenciado., não se confundido com os efeitos acessórios da sentença penal condenatória, que estão previstos no art 91, II. Quando um sujeito pratica um delito
Conversão das penas restritivas de direitos 
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. 
 Questões de debate 
1. Restritivas e tráfico de entorpecentes: O paragrafo 4º do art 33 da lei de drogas, vedada expressamente a conversão para os condenados por tráfico e se discutia a constitucionalidade dessa vedação e o STF declarou inconstitucional no HC 97.256 em setembro de 2010, pois, feria o princípio da individualização da pena. Diante disso, o senado editou a resolução número 5 de 2012, que suspendeu a expressão “vedada a conversão”
2. Inclusão do agressor de violência de gênero em programas educativos: Art 148 da LEP + Art 152 ( Inclusão da Lei Maria da Penha).
2.1 Ao tratar da limitação de fim de semana, a LEP no art 152, inserido pela LMP, passou a prever determinação de comparecimento do agressor a programas de reeducação e recuperação. Vale lembrar, toda vida, o teor da recente súmula 588 de 2017 do STJ, que veda substituição por restritivas nos casos de violência doméstica. Há ainda um impasse para o que será feito com as situações que já estavam em curso.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal. 
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas. 
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. 
3. Suspensão de habilitação: Revogação tácita? Art 261 do Código de Trânsito. Normas posteriores do direito de dirigir, do CT, em relação ao CP, essas alterações causariam uma revogação tácita do art 57 do CP?
3.1 O art 57 só trata dos crimes culposos, porque os dolosos está no art 92, III + Art 47, III que é quem prevê essa possibilidade de substituição.
3.2 Então, em relação aos crimes culposos? Será cuidado pelo CT, já os dolosos será tratado pelo CP.
3.3 OBS: Os crimes dolosos de trânsito, nos quais o veículo foi utilizado como instrumento de lesão intencional, aplica-se o art 92, III do CP, que prevê a inabilitação como efeito acessória da condenação criminal – restará duvida da existência de limitação temporal. Quanto aos crimes culposos de trânsito, é que se aplicaria como restritiva de direitos a substituição pela suspensão TEMPORÁRIA da habilitação, ocorre que, a previsão do código penal é anterior às novas normas da lei de trânsito que versam sobre suspensão de habilitação, como novos prazos, o que pode ser entendido como uma revogação tácita do CP, apenas quanto à substituição nos crimes culposos (art 57 do CP).
4. Limitação de final de semana e local de cumprimento: Conforme informativo 132 do STJ, na hipótese de não haver casa de albergado, ou estabelecimento equivalente, NÃO se admite cumprimento da limitação de fim de semana em presídio/penitenciaria, mesmo em cela especial. Em tal caso, o sentenciado terá direito ao cumprimento domiciliar.

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