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Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google A anatomia patológica é uma rama da medicina que se encarrega dos estudos morfológicos das enfermidades á nível: A anatomia patológica é uma matéria ponte porque ela une disciplinas básicas como: Com matérias da clínica como a semiologia, fisiopatologia, clínica médica. A base dessa ponte está bem consolidada nas disciplinas básicas e já prepara para enfrentarmos a clínica do paciente. Sua importância é na realização de um diagnóstico oportuno e em alguns casos prevenir a doença ou limitar o dano e restituir a saúde do doente ao proporcionar um tratamento oportuno. A anatomia patológica é considerada uma disciplina ponte porque implica tanto os conhecimentos de ciência básica como a prática clínica e se dedica ao estudo das mudanças estruturais e funcionais de células, tecidos e órgãos que são a base das doenças. Segundo sua origem etimológica o termo anatomia patológica provém do grego: - Anatomos = Dissecar, separar - Pathos = Doença, patologia - Logos = Tratado Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Ou seja, estudo das doenças através da dissecção, vamos estudar a patologia no seu aspecto morfológico, se faz uma descrição das mudanças estruturais macroscópicas e microscópicas. A anatomia patológica é a ciência que estuda as mudanças morfológicas produzidas pelas enfermidades, nas células, tecidos e órgãos do corpo humano a nível macroscópico, microscópico e molecular com relação com sua clínica. O patólogo é o médico que trabalha dentro do laboratório que se encarrega do diagnóstico anátomo patológico das doenças. Objetivos da anatomia patológica O médico pode trabalhar com pessoas vivas ou em autópsias. Quando falamos do trabalho do patólogo com um ser vivo podemos dizer que ele é responsável por: No ser vivo: Muitas vezes uma neoplasia necessita classificar em seus estágios para saber o quão avançado esta a doença, para saber a expectativa de vida deste paciente o que permite orientar o medico assistencialista para orientar o paciente a uma melhor terapêutica. Para dar o diagnóstico precisa dos achados clínicos, de imagem, deve chegar ao médico patólogo uma história clínica do paciente. Muitas doenças não conseguem ser tratadas sem um diagnostico histopatológico ou anátomo patológico. Estabelecer um diagnóstico Reunir os elementos úteis para o prognóstico Escolher o tratamento Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Representa a parte mais importante do trabalho do laboratório Os resultados se confrontam com os achados clínicos, de laboratório e imaginologia médica Muitas doenças não podem ser tratadas corretamente antes de um diagnóstico anatomopatológico. A patologia enfoca 4 aspectos fundamentais da enfermidade Os fatores etiológicos se dividem em genéticos e adquiridos, ainda que em muitos casos eles se combinam. Por exemplo: Hipertensão arterial é causa idiopática primária em paciente com predisposição genética para desenvolvê-la, que combinada com agentes externos adquiridos como estilos de vida não saudáveis, sedentarismo ou uma dieta inadequada e devido a todos esses fatores se desencadeia a doença. Os aspectos genéticos e adquiridos se combinam. Quando não se conhece a etiologia a compreensão da patogenia é a única forma de pensar em medidas para tratar ou prevenir a evolução da enfermidade. Existem muitas patologias que não se conhece a etiologia especifica mas existem evidencias dos mecanismos para haver desenvolvido esta enfermidade. Então a compreensão da patogenia chega a ser a única forma de traçar medidas para tratar e prevenir a evolução da doença Alterações estruturais nas células e tecidos que são características ou diagnósticas da doença. Tudo isso é observado a nível macroscópico ou a nível microscópio visto por um microscópio ótico o eletrônico A alteração da função normal dos tecidos e órgãos que determinam as características clínicas (sinais e sintomas). Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Tireoidite de Hashimoto Causada por uma reação do sistema imunitário contra a glândula tiroides. Quando estudamos alterações morfológicas estudamos a nível micro e macroscópico, uma amostra por biópsia da glândula tireoide chega ao patólogo que vai processar e observar as alterações histopatológica como por exemplo um infiltrado linfocítico entre os folículos tireóideos por um ataque das células de defesa a glândula tiróidea destruindo o folículo. Células intersticiais ou parafoliculares ou células C que liberam calcitonina. Infiltrado linfocítico A figura ao lado é a lâmina de uma tireóide dentro da normalidade. Folículo tireóideo Células foliculares (rodeiam os folículos) Colóide Células intersticiais ou parafoliculares Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google O estudo da patologia se divide em: Patologia geral: Se estuda todos os fenômenos e a forma com que reaciona as células e tecidos do corpo frente a estímulos anormais, reações que são iguais em todas as células do corpo e são a base para as doenças. Morte celular como no infarto, acumulações intracelulares. Uma célula do coração responde a uma lesão da mesma forma que uma célula do fígado. Aqui temos uma resposta inflamatória, transtornos vasculares, edema, choque e neoplasias em suas generalidades. Patologia especial ou sistêmica: Estuda as reações dos órgãos e sistemas frente a doenças específicas. Será estudado patologias cardíacas, pulmonares. Organização e funcionamento de um departamento de patologia Se encontra nos hospitais, morgue para fazer um achado forense onde o patólogo começa seu trabalho com uma descrição macroscópica antes de processar histologicamente a amostra. A amostra obtida é chamada de biopsia. Qualquer procedimento cirúrgico que extirpa um órgão o médico cirurgião envia ao patologista A biópsia é um procedimento que se remove parte do tecido, fragmentos que normalmente são pequenos de uma pessoa viva para enviar a um exame microscópico e estabelecer um diagnóstico histopatológico final O pólipo é uma pequena tumoração, uma pequena proliferação neoplásica que vai nascendo no interior da luz do intestino. Esta imagem se tem a partir de uma videocolonoscopia, que é uma endoscopia digestiva baixa que vai entrando a câmera para observar o interior do intestino. Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Neste caso é fundamental que antes de realizar um tratamento definitivo se faça uma biópsia de parte do pólipo para poder definir uma conduta final terapêutica que através da análise histopatológica vamos ter um diagnóstico definitivo de um tipo específico de pólipo. Tem vários tipos de pólipo, são neoplasias benignas que podem extirpar com um simples procedimento colonoscópico que termina ai. Se retira o pólipo e não envia a biópsia ou teve um atraso de tempo importante para o diagnóstico e é um tipo de pólipo que tende a malignizar - se pode virar um câncer de colon. Características e considerações acerca da biópsia Deve-se mandar uma amostra representativa em quantidade e condições adequadas para não ter um informe insuficiente. Não pode levar uma amostra de onde não está a lesão ou uma amostra muito pequena. Deve colocar a amostra em um frasco estéril com formalina (formol) a 10% que deve ser 10 vezes superior a quantidade de formol que de tecido, não pode esperar muito tempo para encaminhar ao laboratório de patologiaÉ preciso identificar adequadamente o frasco que está a amostra para que não tenha risco de trocar a amostra e que haja como consequência uma troca de diagnóstico (nome completo, idade, sexo, de qual lugar é a amostra) que será acompanhado por uma ficha clínica com o resumo clínico e a HD do médico que está enviando a amostra Todo o material cirúrgico extirpado deve ser levado ao laboratório, porque se dividimos a amostra pode ser que nem toda parte do tecido seja representativo e pode ter uma confusão de diagnóstico. O pólipo adenomatoso tem uma alta capacidade de transformação tendo uma neoplasia maligna (câncer). Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Se possível guardar os tecidos que sobram da amostra até que se tenha um diagnóstico definitivo de maneira adequada. Principais tipos de biópsia Biopsia por punção aspiração por agulha fina (PAAF): Geralmente se recomenda esse tipo de punção em locais com nódulos ou pequenas tumorações que se pode palpar e de fácil acesso. Exemplos: Nódulo na glâncula mamária, tiróides, gânglios linfáticos. Pode puncionar também fígado, pulmão, pâncreas e nesses casos a agulha tem que ser maior e deve ser guiada por um ultrassom para poder chegar ao sítio da lesão e poder chegar e aspirar corretamente. Apresenta baixo risco para o paciente sem que se precise realizar um procedimento cirúrgico ou um procedimento mais invasivo, além de ter um custo mais acessível e facilitar o diagnóstico. Biopsia por punção com agulha grossa (core biopsy): Esse tipo de biópsia (fragmento de um tecido extraído de um ser vivo) é uma citologia (estudo das células), ou seja, vai captar células que se desprendem das superfícies dos revestimentos epiteliais. Depois da coleta se faz um frotis dessas células para ver ao microscópio. O Papanicolau é uma citologia usada para clivagem de câncer de colo uterino, então se retira essas células descamadas do colo uterino Retira fragmento de tecido através de uma pistola que tem uma agulha grossa. A biopsia com agulha grossa também se denomina CORE BIOPSIA. Ela não é uma citologia porque pega fragmento do tecido. Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Geralmente essa biopsia se realiza em ambulatórios com uma agulha com um maior calibre e o disparo da pistola que permite retirar um fragmento de tecido. Uma desvantagem é que as vezes se precisa fazer vários disparos de vários ângulos para poder ter uma boa amostra de tecido. Este procedimento é realizado com a ajuda de um ultrassom. Biopsia excisional: Biopsia incisional: Biopsia pré operatória: Se realiza durante um procedimento cirúrgico dentro do centro cirúrgico. O patólogo então pode trabalhar dentro de um centro cirúrgico junto com os cirurgiões precisando para isso de ter um treinamento com ointuito de ter um diagnóstico rápido e poder sugerir e fazer parte do processo decisório da técnica cirúrgica como por exemplo se vão retirar os gânglios linfáticos, se vão deixar os gânglios linfáticos. O patólogo faz intra operatório, neste caso se deve congelar a amostra em menos de 15 minutos que pode ser feito por nitrogênio. Precisa de um cortador especial para fazer um corte por congelação até a tinção com hematoxilina e eosina e em minutos já tem que dar um resultado Extirpa completamente a lesão incluso com margem (que é extrair parte do tecido adjacente ou parte do tecido que rodeia a lesão) quando a lesão é pequena Extirpa parte da lesão quando esta é muito grande com o propósito de diagnóstico. A amostra é encaminhada ao laboratório de patologia para análise e em um segundo momento se faz um tratamento terapêutico cirúrgico eletivo Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google conclusivo, as vezes pode ser inconclusivo e mediante isso o cirurgião decide a conduta a tomar. Exemplo: mastectomias. A glândula mamária tem uma importante drenagem linfática aos gânglios da axila. Existem muitas técnicas cirúrgicas utilizadas nesses casos como a segmentectomia quando se tira um segmento, a quadrantectomia quando se retira um segmento de glândula mamária mais pele ou uma mastectomia total onde se tira completamente a glândula mamária. Além disso as células neoplásicas ou cancerígenas fazem metástases até os gânglios axilares por causa da drenagem linfática da glândula mamária Anteriormente o processo de mastectomia radical extirpava todas as glândulas mamárias e todos os gânglios linfáticos axilares, mas isso aumentava bastante a morbilidade ou as complicações operatórias, porque ao retirar completamente a paciente apresentava um linfedema pela falta de drenagem linfática e por isso se acumulava líquido nos braços, assim como dificuldade para movimento, síndrome da escápula caída, dor e a qualidade de vida da paciente era muito afetada. Então como havia o risco de se ter metástase se fazia a mastectomia com a linfadenectomia radical. Com o aparecimento da biópsia intraoperatória o patólogo faz a biópsia de um gânglio linfático sentinela que é o primeiro gânglio linfático que recebe drenagem da glândula mamária onde se coloca contraste com elemento radioativo, o patólogo colhe, processa, congela, observa e ele vê se tem ou não tem infiltração neoplásica cancerígena neste gânglio. Se ao exame de biopsia der negativo, se não tem célula neoplásica no gânglio sentinela se faz uma mastectomia total mas com preservação da cadeia linfática axilar melhorando a qualidade de vida das pacientes mastectomizadas Se o resultado é inconclusivo ou positivo para metástase no gânglio sentilnela então se sugere a mastectomia com retirada da cadeia linfática para não permitir a disseminação para outros órgãos. Biopsia endoscópica: Um especialista em fazer endoscopia que pode obter uma amostra de tecido mediante as pinças que podem ser introduzidas durante a passagem do endoscópio. Pode ser feito por uma endoscopia digestiva alta ou baixa, colonoscopia. Depois de extirpar um pedaço do fragmento deve ser levado ao laboratório anatomopatológico com o intuito de evitar a transformação de por exemplo de um pólipo em uma neoplasia maligna. Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Biopsia percutânea: Punção através da pele Biopsia em sacabocado (punch): Pequeno marcador que tem de 2 a 4 mm de diâmetro e também faz um disparo, precisa de anestesia locar e um ponto de sutura Biopsia colposcópica: Peça cirúrgica Tecidos ou órgãos extirpados cirurgicamente com fins terapêuticos como por exemplo uma apendicectomia é necessário enviar para o laboratório de anatomia patológica que é uma Extirpação de parte do tecido da vagina ou do colo uterino mediante a observação do colo com o colposcópio Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google responsabilidade médico legal. Mediante este estudo podemos emitir ou confirmar um diagnóstico mesmo que não se tenha suspeita de malignidade. Processamento das amostras em anatomia patológica - Fixação - Inclusão - Corte - tinção Os fixadores conservam as cadeias polipeptídicas conservando as proteínas deixando-as estáticas porque senão elas se auto degradariam e sofreriam o processo de autólise e com a fixação pode manter devida a rigidez que o formol permite que a célula tenha. Se não se fixa corretamente a amostra se perde essas estruturas e não se pode dar um diagnóstico adequado. A inclusão seria fragmentar em várias partes a amostra para depois colocar em parafina para obter um bloco sólido edepois fazer os cortes. Logo depois da fixação se coloca a amostra no processador de tecidos com 12 recipientes. Nos primeiros 6 recipientes teremos álcool ou formol, nos próximos 4 teremos xilol e nos últimos dois a parafina líquida que estão em uma temperatura elevada para fazer a inclusão. Quando se colhe uma amostra deve colocar 10 vezes mais formol que o tamanho da amostra, ou seja, a amostra deve estar submersa no formol. Esse primeiro passo de fixação é importante porque evita a autólise, mantem os componentes celulares, protege a amostra, conserva as estruturas. Os fixadores são formol ou formalina, álcool que são os mais utilizados ou outros mais especializados. Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Nos primeiros compartimentos tem álcool porque ele é um desidratador que é capaz de desidratar todos os componentes líquidos das células retirando a água da célula (ela é composta por 80% de água). O xilol serve para dar uma consistência mais sólida ao tecido aclarando ele, ou seja, deixando sem cor e nos últimos dois compartimentos vamos encontrar a parafina. Esse processo terá durabilidade aproximada de 12h para que possa processar completamente o tecido. Depois de já solidificada com o tecido dentro da parafina se coloca o bloco no micrótomo que vai cortar a parafina com o tecido em micras. Depois do corte se coloca sobre uma lamina se realiza a tinção que depende do que quer observar. A hematoxilina vai fazer uma coloração básica tingindo estruturas intracelulares ácidas, como por exemplo o ADN. O núcleo sempre é basófilo porque o ácido que está no ácido núcleico é tingido pela hematoxilina, ou seja, por um tingimento básico que dá uma coloração azul. O citoplasma geralmente tinge com uma cor rosada produto da coloração com eosina. Após o tingimento pode observar ao microscópio. Nos cortes por congelação não tem parafina porque são cortes congelados e são cortados com o criostato, depois se faz o tingimento e já pode ser observado no microscópio e tomar uma decisão terapêutica que beneficie mais o paciente. Frotis Extendido de um líquido sobre uma lâmina, por exemplo se faz um frotis através da raspagem do colo uterino ou da vagina que se pode extender sobre uma lâmina e verificar. Pode ser fixado com álccol e depois tinge dependendo da necessidade. Introdução à Anatomia Patológica - @estudandocommariana Todas as imagens foram retiradas do google Autopsia Realizado em individuo morto Autopsia forense: Faz para saber a causa da morte quando estão implicadas condições médico legais como crimes, mortes violentas, homicídios, acidentes automobilísticos, para conhecer o motivo final da morte do indivíduo Autopsia clínica: Para realizar uma investigação da forma como se desenvolve a doença, definir a causa da morte, compreender melhor a patogenia da doença ou incluso detecção de doenças genéticas onde com os achados podem advertir os familiares de uma doença genética oculta podendo evitar outras mortes na família. O patólogo deve fazer uma análise macroscópica e microscópica então depois de fazer uma avaliação macroscópica se deve levar o tecido ao microscópio e por isso para a medicina forense se preferem os patologistas
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