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AULÃO - ABA NA PRÁTICA Prof. Maicon Douglas Ferreira de Almeida Psicólogo de formação. Especialista em Análise do Comportamento Aplicada ABA (PUCPR). Atua como Psicólogo Comportamental Adulto e Infantil e com supervisão, elaboração e aplicação de programas de intervenção comportamental para crianças com desenvolvimento atípico e atraso no desenvolvimento nas áreas: clínica e escolar. MÉTODO ABA? MÉTODO substantivo masculino 1. procedimento, técnica ou meio de fazer alguma coisa, esp. de acordo com um plano. 2. processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação, apresentação etc. É RECEITA DE BOLO? EXISTE UMA FORMA PARA SE TRABALHAR COM TODOS? A B A Sigla inglesa para Applied Behavior Analysis Em português Análise do Comportamento Aplicada ORIGENS DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO - I. Pavlov (1849-1936) - John Watson (1913) - Pequeno Albert B.F Skinner 1938 – “The Behavior of Organisms” / “O Comportamento dos Organismos” 1953 – “Science and Human Behavior” / “Ciência e Comportamento Humano” 1957 – “Verbal Behavior” / “Comportamento Verbal 1974 – “About Behaviorsm” / “Sobre o Behaviorismo ANÁLISE DO COMPORTAMENTO BEHAVIORISMO RADICAL ANÁLISE DO COMPORTAMENT O APLICADA ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENT O BEHAVIORISMO RADICAL - Filosofia da ciência do comportamento - Orienta a pesquisa, a formulação de conceitos e a explicação do comportamento. BEHAVIORISMO RADICAL - COMO EXPLICAR O COMPORTAMENTO? 3 níveis de seleção do comportamento FILOGÊNESE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA - Ciência dedicada à compreensão e melhoria do comportamento humano. - Tem foco em comportamentos objetivamente definidos e que possuam relevância social. - Intervenção visa melhorar tais comportamentos e ao mesmo tempo demonstrar que a melhoria é relacionada a essa intervenção. - Utiliza métodos de investigação científica ○ Descrição objetiva; ○ Quantificação; ○ Controle experimental 7 dimensões da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) - Baer, Wolf & Risley (1968) - Aplicada - O comportamento estudado é importante para a sociedade e para o indivíduo. - Comportamental - o comportamento observável é o objeto de estudo. - Analítica - demonstrar que os procedimentos de intervenção foram responsáveis pela mudança no comportamento - Tecnológica - os procedimentos utilizados são precisamente descritos, a ponto de poderem ser reproduzidos por outro aplicador. - Conceitual - as técnicas utilizadas no estudo devem ser baseadas nos princípios básicos da Análise do Comportamento. - Eficaz - a mudança comportamental atingida com a intervenção é significativa. - Generalidade - O comportamento passa a ocorrer em ambientes diferentes daquele em que a intervenção foi realizada ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA - Durante as décadas de 1950 e 1960, muitos pesquisadores começaram a avançar no desenvolvimento de experimentos de mudança comportamental com seres humanos. - PRIMEIRO ESTUDO: FULLER (1949) - Jovem de 18 anos em estado vegetativo - levantar braço direito. - 1959 - publication of Ayllon and Michael’s paper titled “The Psychiatric Nurse as a Behavioral Engineer.” ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA ● SIDNEY BIJOU (1955, 1957, 1958) - Aplicações com deficientes intelectuais. ● BAER (1960, 1961, 1962) - Crianças pré- escolares. ● Ferster and DeMyer (1961, 1962; DeMyer & Ferster, 1962) - Aplicações com uma criança com Autismo. ● IVAR LOVAAS (1987) - Tratamento Comportamental e Funcionamento Intelectual e Educacional Normal em Crianças Autistas Pequenas” IVAR LOVAAS ESTUDO DE LOVAAS, 1987 ● Grupos ○ Grupo Experimental: Tratamento Intensivo: mais de 40 horas semanais (19 participantes) ○ Grupo Controle 1: 10 horas semanais ou menos (19 participantes) ○ Grupo Controle 2: participavam de outro projeto ● Duração do Tratamento: 2 anos ou mais ESTUDO DE LOVAAS 🠶 Grupo Experimental aumentou 30 pontos no QI em relação ao Grupo Controle 🠶 QI normal – antes, 2 sujeitos / após, 12 🠶 Deficiência Intelectual Moderada-Grave: reduziu de 10 para 3 crianças Abaixo APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS ● Comportamento operante: comportamento que produz conseqüências (modificações no ambiente) e é afetado por elas. Logo, consideraremos como as conseqüências daquilo que fazemos nos mantêm no mesmo caminho, ou afasta- nos dele. ● Entender o comportamento operante é fundamental para compreendermos como aprendemos nossas habilidades e nossos conhecimentos, ou seja, falar, ler, escrever, raciocinar, abstrair, etc.), APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS: O REFORÇO ● Reforço é um tipo de conseqüência do comportamento que aumenta a probabilidade de um determinado comportamento voltar a ocorrer. ● Contingência de reforço: é expressa da forma se... então... (se o comportamento X ocorrer, então a conseqüência Y ocorre; se o rato pressiona a barra, então ele recebe água); ● A fim de afirmar que determinado estímulo é um reforçador ou que uma determinada conseqüência é um reforço, devemos centrar-nos em sua relação com o comportamento. PRÍNCIPIOS DO REFORÇAMENTO PRIMÁRIOS VS SECUNDÁRIO ● Primário (Incondicionado) = é naturalmente reforçador. Seleção filogenética. (ex. Comidas, água, sexo, etc) ● Secundário (Condicionado) = são ontogeneticamente determinados, são estabelecidos a partir da história de vida do indivíduo. Adquirem propriedades reforçadoras. (e.g., brinquedos, jogos, etc.). APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS http://www.youtube.com/watch?v=YdOiO10bIZk PUNIÇÃO ● Qualquer mudança ambiental que sucede a ocorrência de uma resposta e tem como efeito DIMINUIR a probabilidade de ocorrência desse tipo de resposta no futuro. ■ Efeitos temporários ■ Ocorre na presença do agente punidor ■ Aumenta probabilidade de contracontrole ■ Efeitos emocionais CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS NEGATIVAS “ADICIONAR” “RETIRAR” EXEMPLO: REFORÇO POSITIVO http://www.youtube.com/watch?v=ppjlFyGbHTU EXEMPLO: REFORÇO NEGATIVO http://www.youtube.com/watch?v=jmQluBD2Hfo EXEMPLO: PUNIÇÃO POSITIVA EXEMPLO: PUNIÇÃO NEGATIVA http://www.youtube.com/watch?v=JiIDRQE03SE EXTINÇÃO Quando suspendemos (encerramos) o reforço de um comportamento, verificamos que a probabilidade de esse comportamento ocorrer diminui (retoma ao seu nível operante, isto é, a freqüência do comportamento retoma aos níveis de antes de o comportamento ter sido reforçado). A suspensão do reforço (procedimento de extinção do comportamento operante) tem como resultado a gradual diminuição da freqüência de ocorrência do comportamento (processo de extinção do comportamento operante). EXTINÇÃO TRÍPLICE CONTINGÊNCIA CONTROLE DE ESTÍMULOS Uma situação em que a frequência, latência, duração de um comportamento é alterada pela presença ou ausência de um estímulo antecedente. DISCRIMINAÇÃO Processo no qual respostas específicas ocorrem apenas na presença de estímulos específicos. AGORA QUE VOCÊ JÁ CONHECE OS PRINCÍPIOS BÁSICOS... VAMOS FALAR DAS EVIDÊNCIAS PARA O TRATAMENTO NO AUTISMO? ● A intervenção comportamental precoce e intensiva oferece a melhor oportunidade de apoiar o desenvolvimento saudável e oferecer benefícios ao longo da vida. AUTISM SPEAKS, 2020. ABA e Práticas Baseadas em Evidência Científica A Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis - ABA) estabeleceu-se, há algum tempo, como uma abordagem eficaz para o tratamento de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA); A ênfase da ABA na abordagem científica do tratamento de problemas socialmente significativos alinha-se com um movimento, relativamente recente, para aumentar o rigor nas intervenções educacionais e psicológicas para os indivíduos com TEA; As práticas baseadas em evidências visa mesclar conhecimento científico com a prestação de serviços que melhorem a qualidade de vida dos usuários;INTRODUÇÃO A PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS - Tratamentos baseados em evidências referem-se a intervenções que apresentam evidência empírica de sua eficácia. Evidência significa que a intervenção foi comparada a um grupo controle ou outro tratamento ativo, sendo demonstradas resposta terapêutica e melhora da psicopatologia (Kazdin, 2004). - A prática baseada em evidência não está relacionada com nenhuma orientação teórica específica. INTRODUÇÃO A PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS INTRODUÇÃO A PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS - Superficialmente, pode-se dizer que um tratamento que produz várias evidências científicas positivas é considerado uma prática baseada em evidências (PBE); - Nas ciências médicas, antes de um tratamento ser considerado eficaz, ele deve ser avaliado por meio de experimentos cuidadosamente controlados... INTRODUÇÃO A PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS MODELOS DE INTERVENÇÃO EM PBE’s - Duas amplas classes de intervenções aparecem na literatura de pesquisa: ABRANGENTE E FOCADO. ABRANGENTE: Tem como alvo o desenvolvimento de habilidades em diferentes áreas do desenvolvimento e a redução de problemas de comportamento; MODELOS DE INTERVENÇÃO EM PBE’s FOCADO: Tem como alvo um ou dois domínios do desenvolvimento: Ex: Intervenção somente em habilidades acadêmicas; INTRODUÇÃO A PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Um manual EBP (Evidence Based Practice) publicado em 2014 analisou pesquisas de 20 anos de Intervenção para Transtorno do Espectro do Autismo, nas seguintes áreas: ABA, ao qual haviam 53 BCBA’s (Board Certified Behavior Analyst) no grupo de especialistas, Educadores, Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais e Fonoaudiólogos com conhecimento científico externo, experiência clínica/opinião de especialistas e perspectivas cliente/paciente/cuidador com integração de evidências. 27 Práticas baseadas em Evidência Intervenção baseadas nos Antecedentes; Intervenção Cognitiva Comportamental; Reforçamento Diferencial; Ensino por Tentativas Discretas; Exercício Físico; Extinção; Avaliação Funcional do Comportamento; Segundo o relatório do National Professional Development Center on Autism Spectrum Desorder (2014) 27 Práticas baseadas em Evidência Treino de Comunicação Funcional Modelação Intervenção Naturalística Intervenção implementada pelos pais Intervenção mediado por pares Sistema de Comunicação por Trocas de Figuras (PECS) Treino de Resposta Pivotal Segundo o relatório do National Professional Development Center on Autism Spectrum Desorder (2014) 27 Práticas baseadas em Evidência Prompting (Ajudas e Dicas) Reforçamento Interrupção e redireção de resposta Scripting Auto-gerenciamento Histórias Sociais Treino de Habilidades Sociais Segundo o relatório do National Professional Development Center on Autism Spectrum Desorder (2014) 27 Práticas baseadas em Evidência Brincadeiras Estruturadas em Grupo Análise de Tarefas Instrução e intervenção auxiliadas por tecnologia Time Delay (Atraso de Dica) Vídeo-Modelação Suporte Visual Segundo o relatório do National Professional Development Center on Autism Spectrum Desorder (2014) PORQUE OLHAR PARA ÀS PBE’S BUSCAR NAS PBEs PRÁTICAS QUE PODEM AJUDAR NA MELHORA DE COMPORTAMENTOS QUE SÃO BARREIRAS DE APRENDIZAGEM E O AUMENTO DE HABILIDADES EM PESSOAS COM TEA. TRATAMENTO EM ABA DÉFICITS COMPORTAMENTAIS EXCESSOS COMPORTAMENTAIS PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO EM ALUNOS COM TEA Agressividade Pesquisas demonstram que 50% de crianças com autismo já apresentaram autoagressão e que pelo menos 14,6% praticam autoagressão de forma tão intensa e severa que pode levar a hospitalização, institucionalização, afastamento de ambientes escolares e pior prognóstico. (Baghdadli A, Pascal C, Grisi S, Aussilloux C., 2003) http://www.youtube.com/watch?v=gzVj1WKcYWQ PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO EM ALUNOS COM TEA Hiperatividade, impulsividade e Déficit de Atenção Os sintomas do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são muito comuns em indivíduos com TEA, afetando entre 28-74% das crianças.(GOLDSTEIN , SCHEWEBACH, 2004) PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO EM ALUNOS COM TEA Distúrbios do sono Insônia e interrupções do ciclo do sono são comuns no TEA. Comparando os padrões de sono de 59 crianças com TEA na faixa etária de 4 a 10 anos com 40 controles, os autores encontraram uma prevalência de 66% para distúrbios moderados do sono em pacientes com TEA. (Rossignol, Frye, 2011). Práticas baseadas em evidência para diminuição de comportamentos-problema • A Avaliação Funcional é uma prática baseada em evidência científica Com base em uma revisão recente do NPDC (2014), a Avaliação Funcional do Comportamento é eficiente para redução de comportamentos problema com alunos de “intervenção preoce” (0-2 anos) até adolescentes (15-22 anos). Práticas baseadas em evidência para diminuição de comportamentos-problema • Uma avaliação funcional do comportamento pode ser usada para ajudar a equipe de um aluno a desenvolver uma hipótese sobre o motivo do comportamento-problema, selecionar e desenvolver planos comportamentais eficazes para lidar com os comportamentos desafiadores. • Assim sendo, a pergunta básica que move um Analista do Comportamento Aplicado é “Que função tem o comportamento?” FUNÇÕES DO COMPORTAMENTO • A ABA utiliza observação direta, a medição do comportamento e o estudo das relações entre variáveis ambientais e comportamento; • Os implementadores de estratégias ABA geralmente usam estratégias antecedentes e consequentes para efetuar mudanças, com base no resultados de observação cuidadosa e análise de uma situação, para produzir mudanças comportamentais; FUNÇÕES DO COMPORTAMENTO • Crianças com TEA tem dificuldades de comunicação e até mesmo crianças neurotípicas tem dificuldades em usar “suas palavras”. • Expressões de frustrações e raiva são comuns em crianças que tem dificuldade de comunicação – O comportamento-problema possuem uma função “comunicativa”. FUNÇÕES DO COMPORTAMENTO • Como tem dificuldade de comunicação, crianças com TEA aprendem que os comportamentos disruptivos são um modo efetivo de comunicação; • Por exemplo, embora um comportamento possa parecer agressivo (como bater), isto não significa necessariamente que a intenção ou função do comportamento também seja agressiva. Bater em alguém poderia ser um modo inadequado de comunicar-se e dizer “oi!”. Para outra criança, bater pode ser usado para dizer “não”. FUNÇÕES DO COMPORTAMENTO • Quando um comportamento disruptivos está ocorrendo, deveríamos nos perguntar: “O que essa criança está tentando me comunicar com este comportamento?” FUNÇÕES DO COMPORTAMENTO • 4 principais funções de comportamento-problema: • Atenção social • Acesso a Itens Tangíveis/Atividades • Escapar/Fugir da demanda • Estimulação Sensorial (Reforçamento Automático) Atenção Social (Reforçamento Social Positivo) Este reforçamento é proporcionado por outra pessoa. (Reforço Social Positivo) Uma pessoa presta atenção a uma criança quando esta exibe um comportamento específico ou um conjunto de comportamentos. ; Isto pode ser prestar atenção a uma criança porque ela está fazendo birra ou batendo em alguém. Frequentemente chamado COMPORTAMENTO DE BUSCA DE ATENÇÃO. Atenção Social (Reforçamento Social Positivo) http://www.youtube.com/watch?v=Vofbx9LGJkI Fugir/Escapar da Demanda Este reforçamento é mediado por outra pessoa. A pessoa interrompe uma interação aversiva, tarefa ou atividade, quando a criança exibe certos comportamentos. Quando a criança apresenta uma crise de birra e alguém a deixa escapar de fazer a tarefa, como resultado desta birra, isso também é reforçamento social negativo. Comportamento frequentemente chamado COMPORTAMENTO DE FUGA DE DEMANDA. Acesso a Itens Tangíveis/Atividades A pessoa entrega um item (tablet, comida, etc), tarefa ou atividade, quando a criançaexibe certos comportamentos- problema. Quando a criança apresenta uma crise de birra a pessoa dá o que a criança “quer”! Função Sensorial/Auto-estimulação (Reforçamento Automático) Reforçamento Positivo Automático Fazer algo para satisfazer sua própria “necessidade”, isto é os efeitos sensoriais do próprio comportamento aumenta a probabilidade deste comportamento ocorrer. Comportamento auto-estimulatório (“stims”) que provê estimulação sensorial, tal como se balançar, “agitar mãos”, repetir frases continuamente, são exemplos de Reforçamento Positivo Automático. Função Sensorial/Auto-estimulação (Reforçamento Automático) Reforçamento Negativo Automático Apresentar este comportamento tem o efeito de remover ou reduzir uma condição aversiva. Exemplo: você fecha a janela quando está com frio. “Agitar as mãos” ou balançar-se para reduzir a ansiedade é um exemplo de reforçamento negativo automático. Isto também pode caracterizar COMPORTAMENTO AUTOESTIMULATÓRIO. A criança que puxa sua orelha para tentar reduzir a dor (Reforçamento Negativo Automático) pode ter uma infecção de ouvido. A criança que deita a cabeça na mesa pode estar tentando aliviar o cansaço ou ter dor de cabeça. A criança que tira a roupa pode estar tentando reduzir o desconforto por estar quente ou molhada. PRÁTICAS BASEADAS EM EVIDÊNCIA PARA O ENSINO DE NOVAS HABILIDADES Análise de Tarefas (Task Analysis) Crianças com Autismo possuem dificuldades em adquirir naturalmente habilidades complexas (linguagem, leitura, escrita, etc..) Serve para identificar todas as unidades menores e ensináveis de um comportamento, que compõe uma cadeia de comportamento; Uma vez comportamentos encadeados são divididos em etapas menores, os membros da equipe trabalham com o cliente e o ensina sistematicamente os passos individuais. Quando o aprendiz domina as etapas individuais, gradualmente se tornará mais independente usando a habilidade ou comportamento alvo. Ex. escovar os dentes, amarrar os sapatos, etc... Ex. Escovar os dentes Encadeamento de análise de tarefas Duas técnicas: Encadeamento de frente para atrás e encadeamento de trás para frente; Encadeamento de frente para trás: Ensinado na sua ordem natural, cada etapa é ensinada e reforçada quando concluída corretamente; Encadeamento de trás pra frente: Todos os comportamentos identificados na análise de tarefas são concluidos pelo aplicador, exceto o comportamento final da cadeia. Quando o aluno completar a sequência final o reforço é entregue. Em seguida, o reforço só será entregue quando o último e o próximo da sequência for realizado e assim, sucessivamente... Prompting Aprendizagem sem erro: consiste na apresentação de oportunidades de ensino no qual o manejo das condições antecedentes é tal que as chances de erros são reduzidas consideravelmente; Procedimentos de prompt (dica) demonstraram ser eficazes para ajudar os alunos com TEA a adquirir habilidades fornecendo e removendo sistematicamente as dicas para que os alunos desempenhem habilidades de forma independente. “A aprendizagem sem erro é utilizado no contexto de procedimentos de modificação gradual de estímulos que resultam em desempenhos precisos, com nenhum ou pouco erro, quando comparado com o procedimento de tentativa-e-erro.” (Melo, Carmo & Hanna, 2014) Tipos de Dica: Prompts de Estímulo Prompts de Estímulo Posição Movimento Redundância http://www.youtube.com/watch?v=RdYGwgqr2es http://www.youtube.com/watch?v=6e-jz2WTJso Tipos de Prompt (Dicas): Prompts de Resposta Prompts de Resposta Modelação Físicas Verbais Tipos de Prompt (Dicas) - Dicas Físicas - Modelo - Dicas Visuais - Dicas gestuais - Dicas verbais Esvanecimento de dica (Fading) - Retirada Fading é um procedimento onde pequenas mudanças no estímulo antecedente são introduzidas ao longo de uma sucessão de tentativas; As mudanças são feitas até que o controle de estímulos de um antecedente tenha sido estabelecido; No ensino de crianças com autismo prompt fading é a mudança no nível de ajuda que é provido para criança até que a resposta ocorra de modo independente (sem ajuda). Tipos de esvanecimento de dicas - Least-to-most (Da menor para a maior): Apresenta-se a MENOR dica da hierarquia no nível de prompt definido pelo Analista, podendo aumentar a intensidade da dica até que a criança exiba a resposta correta; *Oportunidade de responder -> Dica pouco intrusiva -> Dica mais intrusiva Ex. Menor para maior https://www.youtube.com/watch?v=7UF2kmhiMGw Tipos de esvanecimento de dicas - Most-to-least (Da Maior para a menor): Esta sequência de prompt fornece inicialmente a MAIOR dica do nível de prompt definido removendo gradualmente até o MENOR nível de prompt da hierarquia; - Ajuda total -> Ajuda Parcial -> Independente Ex. Maior para Menor https://www.youtube.com/watch?v=IFlwdJlVAeA http://www.youtube.com/watch?v=0tUONJPNomU Fading / Esvanecimento em prompts de Estímulos Os procedimentos de esvanecimento de estímulos modificam propriamente a tarefa ou os materiais de forma gradual e sistemática para evocar a resposta correta. O esvanecimento do estímulo pode envolver em exagerar uma dimensão de um estímulo para aumentar a probabilidade de uma resposta correta. A dimensão exagerada é gradualmente diminuída e retirada. Exemplos ENSINO POR TENTATIVAS DISCRETAS Antecedente ◦ Materiais (se houver) ◦ Instrução: clara e sucinta inicialmente, depois variada ◦ Dica/ajuda (evitar dicas inadvertidas, como olhar para o correto) Resposta ◦ Previamente definida, de forma clara, como ação. Muito importante saber identificar se a resposta foi correta. Componentes da DTT Consequência ◦ Se resposta correta: elogio curto + ficha ou reforçador (imediatamente) ◦ Se resposta incorreta: procedimento de correção de erro – cuidado para não ser reforçador para o erro e nem punitivo para o tentar. Intervalo entre as respostas ◦ 3-5 segundos, as vezes menos (ritmo acelerado é melhor para a atenção) ◦ Preparar para a próxima tentativa Componentes da DTT ANTECEDENTE RESPOSTA CONSEQUÊNCIA INTERVALO ENTRE TENTATIVAS ANTECEDENTE RESPOSTA CONSEQUÊNCIA INTERVALO ENTRE TENTATIVAS INTERVENÇÃO NATURALÍSTICA Passo 1: Terapeuta espera pela iniciação da criança; (SIGA A LIDERANÇA) O terapeuta deve organizar o ambiente de maneira que se estabeleça uma operação motivacional para a iniciação da criança. Isso compreende dispor brinquedos e atividades de interesse da criança de maneira que estejam visíveis, mas fora de seu alcance sem o suporte ou assistência de outra pessoa. INTERVENÇÃO NATURALÍSTICA Passo 2: Terapeuta solicita uma resposta mais elaborada da criança; Após a iniciação da criança, o terapeuta solicita a resposta que deverá ser o alvo do treino. Essa solicitação deve ser feita por meio de dicas. O terapeuta pode começar com uma dica menos intrusiva, como fazer contato visual com a criança e esperar. A depender da resposta da criança, o terapeuta continuará a introduzir dicas hierarquicamente mais intrusivas (LIBBY et al., 2008). INTERVENÇÃO NATURALÍSTICA Passo 3: Criança emite a resposta. Caso não emita, é utilizado procedimento de modelagem e o uso de dicas. Passo 4: Terapeuta fornece o objeto/material que gerou a iniciação da criança. **Atenção: Se a atividade preferida for interrompida muitas vezes, por muito tempo, dificultando o acesso ao reforçador, a chance de aquisição e manutenção da habilidade treinada diminui e a criança perde o interesse pelo item ou atividade (FOVEL, 2002). PLANO DE ENSINO INDIVIDUALIZADO (PEI) DEVE CONTER NO MÍNIMO: - OBJETIVO: CLAROS E MENSURÁVEIS - MATERIAIS NECESSÁRIOS - PROCEDIMENTO GERAL - RESPONSÁVEL PELA COLETA DE DADOS - FORMA DE COLETA DE DADOS - CRITÉRIO DE APRENDIZAGEM