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Disforia de gênero

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Disforia de gênero, como termo descritivo geral, refere-se ao descontentamento 
afetivo/cognitivo de um indivíduo com o gênero designado, embora seja definida mais 
especificamente quando utilizada como categoria diagnóstica 
 Disforia de gênero refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o 
gênero experimentado ou expresso e o gênero designado de uma pessoa. Embora essa 
incongruência não cause desconforto em todos os indivíduos, muitos acabam sofrendo se as 
intervenções físicas desejadas por meio de hormônios e/ou de cirurgia não estão disponíveis. 
 
 
 
SEXO BIOLÓGICO 
 
Definido por características anatômicas e fisiológicas: cromossomos, gônadas, genitália interna, genitália 
externa, hormônios e caracteres sexuais secundários. Identifica-se o sexo como sendo masculino 
(macho), feminino (fêmea) ou com desenvolvimento sexual diferente (interssexualidade). 
IDENTIDADE 
 
Pode ser entendida como o reconhecimento de um conjunto de características e traços particulares que 
caracterizam uma pessoa (nome, sexo, data de nascimento, reconhecimento social), assim como 
também a consciência que uma pessoa tem dela própria tornando-a única, porém com características 
comuns às de outras pessoas 
GÊNERO 
 
Conceito sociocultural que estabelece comportamentos, adereços, acessórios e gostos para o indivíduo, 
sendo um espectro de possibilidade entre o masculino, passando pelo andrógino/ambíguo, até o 
feminino. 
IDENTIDADE DE 
GÊNERO 
 
Está vinculado com o entendimento de uma pessoa sobre o próprio sexo e gênero, ou seja, sua 
singularidade e especificidade associadas a aspectos culturais, biológicos, seus desejos, 
escolhas e afetos. Trata-se de uma experiência profunda e individual, podendo ou não 
corresponder ao sexo reconhecido ao nascimento. Também passa por um espectro de 
possibilidades abarcando a noção de pertencimento ao gênero masculino, ao gênero feminino ou 
a outras possibilidades de gênero concordantes ou discordando com o binário 
masculino/feminino. Envolve uma interação complexa entre fatores biológicos como hormonais, 
epigenéticos, e de desenvolvimento cognitivo, fatores psicológicos, sociais, ambientais e 
culturais. 
PAPEL DE GÊNERO OU 
EXPRESSÃO DE 
GÊNERO 
 
Tudo o que uma pessoa diz e faz para indicar aos outros, ou a si mesmo, sua masculinidade, 
feminilidade, ambos ou nenhum, ou seja, a expressão social de sua identidade de gênero. Isso inclui, 
mas não se restringe, ao desejo e à resposta sexual. Papel de gênero é a expressão pública da 
identidade de gênero e identidade de gênero é a experiência pessoal e subjetiva do papel de gênero. 
ORIENTAÇÃO 
AFETIVO-SEXUAL 
 
Está relacionada ao desejo sexual e/ou afetivo por pessoas do mesmo gênero 
(homossexualidade), do gênero oposto (heterossexualidade), por ambos os gêneros 
(bissexualidade), por ambos os gêneros incluindo as possibilidades não binárias de gênero 
(panssexualidade) ou ausência de atração sexual e/ou afetiva (assexualidade). 
 
CISGÊNERO Indivíduo cuja identidade de gênero está em consonância com o sexo reconhecido ao nascimento (ligado 
ao sexo anatômico, genitália e características físicas) e com o seu comportamento e papel de gênero 
esperados. 
TRANSGÊNERO Engloba termos como transexual, travesti, pessoa trans. A identidade de gênero e/ou seu papel de gênero 
(o que uma pessoa diz ou faz publicamente para expressar sua identidade de gênero) é diferente do sexo 
reconhecido ao seu nascimento. Pode ou não ter realizado hormonioterapia ou procedimentos cirúrgicos 
como a cirurgia de adequação genital. 
TRAVESTI Usado no Brasil para identificar uma pessoa que nasceu com as características físicas do sexo masculino, 
mas se identifica com o gênero feminino. Vivenciam papéis de gênero femininos, mas não se reconhecem 
como homens ou como mulheres, mas como um gênero próprio travesti. Podem ou não recorrer a cirurgias 
plásticas ou hormonioterapia para adequarem seu corpo à sua identidade. É costumeiramente uma 
identidade de gênero feminina e deve ser referenciada sempre com pronomes femininos, a não ser que a 
pessoa opte pelo masculino. 
INTERSEXO Ou desenvolvimento sexual diferente. Antes chamados de hermafroditas ou pseudo-hermafroditas, são 
homens ou mulheres que nasceram com alguma anomalia ou má formação na genitália masculina ou 
feminina e por vezes necessitam de hormonoterapia ou cirurgias durante seu desenvolvimento 
NÃO BINÁRIOS/ 
GENDERQUEER 
Não se identificam com o gênero masculino ou com o gênero feminino ou transitam entre os gêneros. 
 
 
CRITERIOS DIAGNÓSTICOS 
DSM-V 
DISFORIA DE GÊNERO EM CRIANÇAS 302.6 (F64.2) 
A. Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado de uma pessoa, 
com duração de pelo menos seis meses, manifestada por no mínimo seis dos seguintes (um deles deve ser 
o Critério A1): 
1. Forte desejo de pertencer ao outro gênero ou insistência de que um gênero é o outro (ou algum gênero 
alternativo diferente do designado). 
2. Em meninos (gênero designado), uma forte preferência por cross-dressing (travestismo) ou simulação 
de trajes femininos; em meninas (gênero designado), uma forte preferência por vestir somente roupas 
masculinas típicas e uma forte resistência a vestir roupas femininas típicas. 
3. Forte preferência por papéis transgêneros em brincadeiras de faz de conta ou de fantasias. 
4. Forte preferência por brinquedos, jogos ou atividades tipicamente usados ou preferidos pelo outro 
gênero. 
5. Forte preferência por brincar com pares do outro gênero. 
6. Em meninos (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente 
masculinos e forte evitação de brincadeiras agressivas e competitivas; em meninas (gênero designado), 
forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente femininas. 
7. Forte desgosto com a própria anatomia sexual. 
8. Desejo intenso por características sexuais primárias e/ou secundárias compatíveis com o gênero 
experimentado. 
B. A condição está associada a sofrimento clinicamente significativo ou a prejuízo no funcionamento social, 
acadêmico ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
 
DISFORIA DE GÊNERO EM ADOLESCENTES E ADULTOS 302.85 (F64.0) 
A. Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado de uma pessoa, 
com duração de pelo menos seis meses, manifestada por no mínimo dois dos seguintes 
1. Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e as características sexuais primárias 
e/ou secundárias (ou, em adolescentes jovens, as características sexuais secundárias previstas). 
CROSS-DRESSER É uma expressão de gênero. Gostam de usar roupas ou acessórios relativos ao gênero oposto ao do seu 
nascimento, na maioria das vezes não em tempo integral, e não há identificação pessoal com o gênero 
oposto. Pode estar associado ou não a situações de fetiche. 
DRAG QUEEN Pessoa que se veste ou usa acessórios como uma mulher estereotipada ou exagerada para shows e 
performances artísticas. 
DRAG KING Pessoa que se veste ou usa acessórios como um homem estereotipado ou exagerado para shows e 
performances artísticas. 
TRANSFORMISTA Termo muito popular na década de 1980/1990, referia-se a homens que se vestiam como mulheres para 
apresentações performáticas sem uma vivência integral ou identificação com o gênero feminino e sem 
relação com a obtenção de prazer sexual 
 
2. Forte desejo de livrar-se das próprias características sexuais primárias e/ou secundárias em razão de 
incongruência acentuada com o gênero experimentado/expresso (ou, em adolescentes jovens, desejo 
de impedir o desenvolvimento das características sexuais secundárias previstas). 
3. Forte desejo pelas características sexuais primárias e/ou secundárias do outro gênero. 
4. Forte desejo de pertencer ao outro gênero (ou a algum gênero alternativo diferente do designado). 
5. Forte desejo de ser tratado como o outro gênero(ou como algum gênero alternativo diferente do 
designado). 
6. Forte convicção de ter os sentimentos e reações típicos do outro gênero (ou de algum gênero alternativo 
diferente do designado). 
B. A condição está associada a sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
Especificar se: 
Pós-transição: O indivíduo fez uma transição para uma vida em tempo integral no gênero desejado (com ou 
sem legalização da mudança de gênero) e fez (ou está se preparando para fazer) pelo menos um procedimento 
médico ou um regime de tratamento transexual – a saber, tratamento hormonal transexual regular ou cirurgia de 
redesignação de gênero confirmando o gênero desejado (p. ex., penectomia, vaginoplastia em um gênero 
masculino ao nascimento; mastectomia ou faloplastia em um gênero feminino ao nascimento). 
CID-11 
Incongruência de gênero é termo diagnóstico da CID-11 (Classificação Internacional de Doenças – 11ª versão), caracterizado 
por uma incongruência marcada e persistente entre a identidade de gênero vivenciada por um indivíduo e seu sexo reconhecido 
ao nascimento, podendo ou não estar associada a um sofrimento marcante. Dessa forma, passa a se referir a qualquer pessoa 
que possui uma incongruência (de maior ou menor grau) com a identidade de gênero que lhe foi designada a partir do 
reconhecimento do sexo biológico. Pessoas transexuais, travestis, não binárias e agêneras recebem esse diagnóstico para ter 
acesso ao sistema de saúde e receber cuidados específicos que demandarem (como cirurgias ou hormonização). Essa 
nomenclatura não se refere a doença ou transtorno, mas, sim, a mais uma condição da diversidade humana. 
Na versão atual do CID-10, questões de identidade de gênero aparecem sob transtornos da personalidade e do 
comportamento adulto, na categoria transtornos da identidade de gênero (F64), e incluem cinco diagnósticos: transexualismo 
(F64.0), travestismo dual (F64.1), transtorno de identidade de gênero da infância (F64.2), outros transtornos de identidade de 
gênero (F64.3) e transtorno de identidade de gênero, não especificado (F64.4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCALA DE KINSEY 
A Escala Kinsey é um índice e instrumento altamente utilizado 
para medir comportamentos heterossexuais e homossexuais. A 
Escala Kinsey não contempla todas as identidades sexuais possíveis 
e não tem a intenção de acomodar respondentes que se identificam 
como não-binário 
 
EPIDEMIOLOGIA “PREVALÊNCIA” 
• As taxas de persistência da disforia de gênero da infância até a adolescência ou a fase adulta variam. Em 
indivíduos do sexo masculino ao nascimento, a persistência varia de 2,2 a 30%. Em indivíduos do sexo 
feminino ao nascimento, a persistência varia de 12 a 50%. 
CRIANÇAS 
• Em crianças encaminhadas para atendimento clínico, o início de comportamentos transgêneros ocorre 
geralmente entre as idades de 2 e 4 anos 
• Em uma amostra de meninos com menos de 12 anos que foram encaminhados por diversos problemas 
clínicos, 10% referiram o desejo de ser do sexo oposto. 
• Para as meninas com menos de 12 anos que foram encaminhadas para avaliação clínica, o desejo de ser 
do sexo oposto foi referido por 5%. 
• Entre as crianças encaminhadas por disforia de gênero, a proporção é de 4 a 5 meninos para cada menina, 
o que talvez se deva, em parte, ao estigma social dirigido aos garotos femininos. 
ADULTOS 
• As estimativas de disforia de gênero em adultos emanam de clínicas cirúrgicas/hormonais europeias, com 
prevalência de 1 em 11 mil homens e de 1 em 30 mil mulheres designadas. 
• O DSM-5 relata uma proporção de prevalência que varia de 0,005 a 0,014% de pessoas designadas como 
masculinas e de 0,002 a 0,003% de pessoas designadas como femininas. 
• A maioria dos centros clínicos aponta uma proporção de 3 a 5 pacientes masculinos para cada paciente 
feminina. 
• A maior parte dos adultos com disforia de gênero relata ter se sentido diferente de outras crianças do mesmo 
sexo que o seu, apesar de, em retrospecto, muitos não conseguirem identificar a fonte dessa diferença. 
• A prevalência de disforia masculina para feminina é maior do que a feminina para masculina. 
• As diferenças de sexo em relação às taxas de encaminhamento para clínicas especializadas variam de 
acordo com o grupo etário. 
o Em crianças, as proporções entre meninos em comparação com meninas variam de 2:1 a 4,5:1. 
o Em adolescentes, essa proporção se aproxima da paridade; em adultos, a proporção é favorável aos 
indivíduos do sexo masculino ao nascimento e varia de 1:1 a 6,1:1 
 
 
ETIOLOGIA 
• BIOLÓGICA 
o Hormonal 
− Para os mamíferos, o estado de repouso dos tecidos é inicialmente feminino; conforme o feto se 
desenvolve, um macho é produzido apenas se o androgênio (deflagrado pelo cromossomo Y, que 
é responsável pelo desenvolvimento testicular) for introduzido. Sem os testículos e o androgênio, 
a genitália feminina externa se desenvolve. 
− A masculinidade depende dos androgênios fetais e perinatais. 
− Os esteroides sexuais influenciam a expressão do comportamento sexual em homens e mulheres 
maduros 
 A testosterona pode aumentar a libido e a agressividade em mulheres, e o estrogênio pode 
diminuir a libido e a agressividade em homens. 
− Indivíduos XX com hiperplasia adrenal congênita: maior incidência de disforia de gênero e 
identificação com gênero oposto ao assinalado ao nascimento 
− Indivíduos XY com síndrome da insensibilidade androgênica: maioria desenvolveu identidade de 
gênero feminina 
o Neuroanatomia 
− A teoria da organização cerebral refere-se à masculinização ou à feminilização do cérebro no útero. 
 A testosterona afeta os neurônios que contribuem para a masculinização do cérebro em áreas 
como o hipotálamo (em estudo) 
− Alguns estudos de neuroimagem têm demonstrado que adolescentes com disforia de gênero 
possuem características estruturais e funcionais semelhantes compatíveis com o sexo por eles 
desejado 
o Genética (estão sendo estudadas) 
− Estudo de Dutch: 
 Realizado com cerca de 23 mil gêmeos entre 7-10 anos 
 Dentre os gêmeos monozigóticos quando um deles apresentava identidade de gênero oposta 
daquela assinalada ao nascimento, o outro irmão tinha 70% de ser um indivíduo trans 
• PSICOSSOCIAIS 
o Os psicanalistas postularam que a qualidade do relacionamento mãe-filho nos primeiros anos é 
essencial para o estabelecimento da identidade de gênero. Durante esse período, a mãe normalmente 
facilita a consciência e o orgulho da criança em relação a seu gênero: as crianças são valorizadas como 
meninos ou meninas. 
o Analistas argumentam que uma mãe hostil e desvalorizadora possa resultar em problemas de gênero. 
o O processo de separação-individuação está se desenrolando. Quando os problemas de gênero ficam 
associados com problemas de separação-individuação, o resultado pode ser o uso da sexualidade para 
permanecer em relacionamentos caracterizados por alternâncias entre proximidade infantil 
desesperada e distanciamento hostil e desvalorizador 
o TEORIA QUEER 
− Teoria sobre o gênero que afirma que a orientação sexual e a identidade de gênero/sexual são 
resultados de uma construção social 
− Não existem papeis sexuais essenciais ou biologicamente inscritos na natureza humana, mas sim 
formas socialmente variáveis para desempenhar um ou vários papeis 
 
− Explicita e analisa os processos a partir de uma perspectiva comprometida com aqueles 
socialmente estigmatizados 
− Dá atenção a formação de identidades sociais normais ou “desviantes” e nos processos de 
formação de sujeitos de desejos classificados em legítimos e ilegítimos 
CARACTERISTICAS 
• MENINAS PRÉ-PUBERAIS 
o Podem expressar o desejo de serem meninos, afirmar que são meninos ou declarar que serão homens 
quando crescerem. 
o Preferem usar roupas e cortes de cabelo de meninos, com frequência são percebidascomo meninos 
por estranhos e podem pedir para serem chamadas por um nome de menino. 
o Geralmente apresentam reações negativas intensas às tentativas dos pais de fazê-las usar vestidos ou 
outros trajes femininos. 
o Essas meninas podem demonstrar identificação transgênero acentuada em brincadeiras, sonhos e 
fantasias. 
o Sua preferência é por esportes de contato, brincadeiras agressivas e competitivas, jogos 
tradicionalmente masculinos e ter meninos como pares. Elas demonstram pouco interesse por 
brinquedos (p. ex., bonecas) ou atividades (p. ex., usar vestidos ou desempenhar papéis femininos em 
brincadeiras) tipicamente femininos. 
o Às vezes, recusam-se a urinar na posição sentada. 
o Algumas meninas podem expressar o desejo de ter um pênis, afirmar ter um pênis ou que terão um 
pênis quando forem mais velhas. Também podem afirmar que não querem desenvolver seios ou 
menstruar. 
• MENINOS PRÉ-PUBERAIS 
o Podem expressar o desejo ou afirmar que são meninas ou que serão meninas quando crescerem. 
o Preferem usar trajes de meninas ou de mulheres ou podem improvisar roupas com qualquer material 
disponível (p. ex., usar toalhas, aventais e xales como cabelos longos ou como saias). 
o Essas crianças podem desempenhar papéis femininos em brincadeiras (p. ex., brincar de “mãe”) e com 
frequência se interessam intensamente por bonecas. 
o Na maioria das vezes, preferem atividades, jogos estereotípicos e passatempos tradicionalmente 
femininos (p. ex., “brincar de casinha”, desenhar quadros femininos, assistir a programas de televisão 
ou vídeos com personagens femininos favoritos). 
o Bonecas estereotípicas femininas (p. ex., Barbie) geralmente são os brinquedos favoritos, e as meninas 
são as companheiras de brincadeira preferidas. 
o Eles evitam brincadeiras agressivas e os esportes competitivos e demonstram pouco interesse por 
brinquedos estereotipicamente masculinos (p. ex., carrinhos, caminhões). 
o Alguns fingem que não têm pênis e insistem em urinar sentados. Mais raramente, podem dizer que 
sentem repulsa pelo pênis ou pelos testículos, que gostariam que eles fossem removidos ou que têm, 
ou gostariam de ter, uma vagina. 
• ADOLESCENTES JOVENS 
o O momento em que surgem sinais visíveis de puberdade, os meninos podem depilar as pernas aos 
primeiros sinais de crescimento de pelos. Eles às vezes prendem os órgãos genitais para que as 
ereções não fiquem visíveis. 
 
o As meninas podem prender os seios, andar curvadas ou usar blusas folgadas para que os seios fiquem 
menos visíveis. 
o Cada vez mais, os adolescentes solicitam ou obtêm sem prescrição médica nem supervisão receitas de 
supressores hormonais (“bloqueadores”) de esteroides gonadais (p. ex., análogos do hormônio liberador 
de gonadotrofinas [GnRH], espironolactona). 
o Adolescentes mais velhos, quando sexualmente ativos, em geral não mostram ou permitem que seus 
parceiros toquem em seus órgãos sexuais. No caso de adultos com aversão por suas genitálias, a 
atividade sexual é limitada pela preferência de que seus órgãos sexuais não sejam vistos ou tocados 
por seus parceiros. Alguns adultos podem procurar tratamento hormonal (às vezes sem prescrição e 
supervisão médica) e cirurgia de redesignação de gênero. Outros ficam satisfeitos apenas com o 
tratamento hormonal ou a cirurgia. 
• ADULTOS 
o Podem adotar o comportamento, as vestimentas e os maneirismos do gênero experimentado. 
o Sentem-se desconfortáveis com o fato de serem considerados pelos outros ou de funcionar na 
sociedade como membros do seu gênero designado. 
o Alguns adultos podem sentir desejo intenso de pertencer a um gênero diferente e de ser tratados como 
tal e podem ter a convicção interior de sentirem e reagirem como o gênero experimentado sem procurar 
tratamento médico para alterar as características corporais. 
o Eles podem encontrar outras maneiras de solucionar a incongruência entre o gênero 
experimentado/expresso e o gênero designado, vivendo parcialmente o papel desejado ou adotando 
um papel de gênero que não seja convencionalmente masculino nem convencionalmente feminino. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Não conformidade com os papeis do gênero 
• Transtorno transvéstico 
• Transtorno dismorfico corporal 
• Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos 
CONDUTA 
• A equipe multidisciplinar deve ser obrigatória no acompanhamento destes pacientes. 
• A avaliação clínica inicial deve privilegiar o sujeito, acolhendo-o de forma empática e integralizada. 
• Um acompanhamento individualizado e contínuo é indispensável nestes casos e o pediatra tem um papel 
fundamental de aconselhamento e encaminhamento para o acompanhamento psicológico do adolescente 
e seus familiares. 
• Deve-se identificar se o indivíduo preenche os critérios diagnósticos, se apresenta interesse em realizar 
intervenções clínicas ou cirúrgicas para mudança de gênero no futuro, avaliar o suporte social (sobretudo 
para o paciente e a família), assim como os aspectos relacionados à saúde mental. 
TRATAMENTO PSICOTERÁPICO 
• A psicoterapia está indicada para que a criança e o(a) adolescente estejam confortáveis com a evolução da 
sua sexualidade com melhora da ansiedade e para que se desenvolva um autoconceito positivo. 
 
• A psicoterapia (individual, casal, família ou grupo) deve ter o foco na identidade de gênero, preconceito, 
apoio social, imagem corporal, promoção da resiliência e suporte para lidar com os sintomas psíquicos 
associados ao quadro. 
• Sugere-se que ela seja realizada antes e após a cirurgia, mantendo o seguimento até a vida adulta. 
TRATAMENTO HORMONAL 
• As intervenções reversíveis ou parcialmente reversíveis podem ser realizadas no Brasil conforme 
parecer do Conselho Federal de Medicina nº 8/2013.42 
• Este tratamento só pode ser realizado por endocrinologista com experiência na área, em conjunto com a 
equipe multidisciplinar, pois são muitos os efeitos colaterais significativos e devem ser explicitados 
claramente aos pacientes e familiares. 
• Não cabe ao pediatra orientar este tratamento hormonal. 
• Os critérios para intervenção hormonal compreendem: 
o O(A) adolescente demonstra um padrão duradouro e intenso de não conformidade de gênero ou disforia 
de gênero (seja velada ou expressa) 
o A disforia de gênero surgiu ou piorou com o início da puberdade; (3) O(A) adolescente tem condições 
biopsicossociais par manter o 
o O(A) adolescente/pais ou responsáveis assinaram o consentimento médico informado do tratamento. 
• RISCOS ASSOCIADOS À TERAPIA HORMONAL 
 
 
• O TRATAMENTO HORMONAL É DIVIDIDO EM DUAS ETAPAS 
Supressão Puberal 
o A supressão do desenvolvimento puberal é indicada para que o(a) adolescente possa ter tempo para 
explorar sua identidade sexual, reduzindo as preocupações com as alterações corporais induzidas pela 
puberdade, além de dar tempo aos pais para se familiarizarem e entenderem essa nova situação. 
o Antes de ser iniciada é importante avaliar se: 
 A não conformidade de gênero é persistente ou está se acentuando com o surgimento das 
características sexuais indesejadas. 
 
 Suporte psicológico permanente, entendimento das mudanças físicas e dos riscos da terapia e 
assinatura do termo de consentimento e assentimento informado pelos pais e/ou pelo adolescente. 
o A supressão puberal é iniciada pelo menos no estágio 2 de desenvolvimento e maturação 
puberal, segundo os critérios estabelecidos por Tanner, independentemente da idade 
cronológica, com o objetivo de suprimir a produção dos esteroides sexuais e consequentemente, 
retardar as mudanças físicas do início da puberdade (alterações da voz, aumento da massa 
muscular e pelos faciais no sexo masculino; e desenvolvimento mamário e menstruação no sexo 
feminino). 
− A importância em se aguardar o estadio 2 consiste na possibilidade de permitir ao adolescente que experimente 
a puberdade de acordo com o seu sexo natal e no fato de que, para melhores resultadosfuncionais no caso de 
cirurgias como a construção de neovagina, é ideal um ganho de comprimento prévio do falo 
− O início da supressão puberal mais tarde, nos estágios 3-4 de Tanner, ainda é capaz de regredir algumas 
características sexuais, impedir a progressão puberal e cessar menstruações e ereções. 
− Quando a terapia de supressão hormonal é iniciada no final da puberdade, estágio 5 de Tanner, as 
características sexuais já são irremediavelmente bem estabelecidas. 
o A supressão do desenvolvimento e maturação puberal pode ser mantida por alguns anos, até o 
momento em que se define a terapia de reafirmação, quando então se modifica a terapia para um regime 
de reposição de hormônio feminilizante ou masculinizante. 
o Medicamentos Usados 
− Agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (aGnRH) “são os medicamentos de escolha” 
 Agem diminuindo a secreção hipofisária do hormônio luteinizante (LH) e folículo-estimulante 
(FSH), reduzindo a secreção de esteroides sexuais pelos testículos (testosterona) e pelos 
ovários (estrógenos). Essa supressão com duração média de 2 anos, é totalmente reversível 
com retorno do desenvolvimento puberal após a suspensão do agonista do GnRH. 
 Apesar de reversível, o uso de análogos de GnRH pode trazer prejuízos na manutenção da 
fertilidade pela dificuldade de produção dos óvulos. 
− Medroxiprogesterona 
 Tratamento alternativo, indicado quando da indisponibilidade do aGnRH. 
 Atua reduzindo a produção de gonadotrofinas e inibindo a secreção de esteroides sexuais nas 
gônadas, em indivíduos do sexo masculino ou feminino. 
− Acetato de ciproterona, espironolactona e finasterida 
 Antiandrogênicos indicados para diminuir os efeitos androgênicos em indivíduos do sexo 
masculino que deseja se afirmar como do sexo feminino. 
Hormonioterapia para Reafirmação do Gênero 
− Essas intervenções incluem a terapia hormonal para masculinizar ou feminilizar o corpo (cross-sex 
hormonal therapy) de acordo com a identidade de gênero escolhida pelo individuo. 
− Adolescentes elegíveis para iniciar a terapia hormonal devem ter o consentimento dos pais, 
sincronizada com a equipe. 
− Algumas mudanças induzidas por hormônios necessitam de cirurgia reconstrutiva para reverter o 
efeito (ginecomastia causada por estrógenos), enquanto outras são irreversíveis (voz grave causada 
pela testosterona). 
 
− Para o adolescente genotipicamente masculino (mulher-trans) que irá repor estrógeno, deve-se 
avaliar e monitorar: risco elevado de trombose venosa profunda, hiperprolactinemia, disfunção 
hepática grave, hipertensão arterial, diminuição da libido e tumores estrógeno-sensíveis. 
− Para o adolescente genotipicamente feminino (homem-trans) que irá repor testosterona, deve-se 
avaliar e monitorar: dislipdemia, policitemia, aumento de enzimas hepáticas, acne e alopecia 
androgenética. 
o Os hormônios utilizados 
− Estrógenos 
 Usados para desenvolver características feminilizantes (ex: desenvolvimento de mamas, voz 
mais aguda, diminuição de pelos corporais de padrão masculino). 
− Testosterona 
 Usada para desenvolver características masculinizantes (aumento do clitóris, voz grave, 
aumento de massa muscular, pelos faciais). 
− Os efeitos e o tempo esperado da ação do tratamento hormonal 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO (INTERVENÇÃO IRREVERSÍVEL) 
• O tratamento cirúrgico só deve ser cogitado após a maioridade e é indicado para mudar características 
primárias e/ou secundárias do sexo (mamas, tórax ou órgãos genitais externos e internos, características 
faciais, voz, contorno corporal) 
• Nos serviços internacionais, geralmente iniciam-se cirurgias como a mastectomia a partir dos 16 
anos e a transgenitalização é postergada para a maioridade. No Brasil, as cirurgias podem ser 
realizadas pelo Serviço Único de Saúde (SUS) somente a partir dos 21 anos de idade, nos serviços 
especializados e de referência 
• A equipe de saúde mental deve auxiliar sempre no preparo emocional do paciente com expectativas claras 
e realistas, após ter vivenciado 12 (doze) meses congruentes no gênero desejado e o termo de 
consentimento assinado. 
 
• Opções reprodutivas devem ser exploradas antes de se submeter à cirurgia genital, como o armazenamento 
de células reprodutivas. 
 
ACOMPANHAMENTO 
• A regulamentação do Conselho Federal de Medicina para a população adulta com disforia de gênero (ou 
incongruência de gênero) iniciou em 1997 
• Instituído pelas Portarias nº 1.707 e nº 457 de agosto de 2008 e ampliado pela Portaria nº 2.803, de 
19 de novembro de 2013, o Processo Transexualizador realizado pelo SUS garante o atendimento 
integral de saúde a pessoas trans, incluindo acolhimento e acesso com respeito aos serviços do SUS, 
desde o uso do nome social, passando pelo acesso à hormonioterapia, até a cirurgia de adequação do 
corpo biológico à identidade de gênero e social, como cirurgias reafirmação sexual (mudança de sexo); de 
mastectomia (retirada de mama); plástica mamária reconstrutiva (incluindo próteses de silicone) e; cirurgia 
de tireoplastia (troca de timbre de voz). Além disso, no campo ambulatorial, inclui-se terapia hormonal e 
acompanhamento dos usuários em consultas e no pré e pós-operatório 
• Entre 2008 e 2016, ao todo, foram realizados 349 procedimentos hospitalares e 13.863 procedimentos 
ambulatoriais relacionados ao processo transexualizador 
• Para ambos os gêneros, a idade mínima para procedimentos ambulatoriais é de 18 anos (acompanhamento 
multiprofissional e hormonioterapia). Para procedimentos cirúrgicos, a idade mínima é de 21 anos. 
• O SUS conta com cinco serviços habilitados pelo Ministério da Saúde no processo transexualizador 
que realizam atendimento ambulatorial e hospitalar 
o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás/ Goiânia (GO); 
o Universidade Estadual do Rio de Janeiro - Hospital Universitário Pedro Ernesto/ Rio de Janeiro (RJ); 
o Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Universidade Federal do Rio Grande do Sul/ Porto Alegre (RS); 
o Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina FMUSP/Fundação Faculdade de Medicina MECMPAS 
– São Paulo (SP) 
o Hospital das Clínicas/Universidade Federal de Pernambuco – Recife (PE). 
• Ainda não há posicionamento específico e objetivo do Conselho Federal de Medicina em relação ao 
acompanhamento de crianças e adolescentes com incongruência de gênero, além do Parecer nº 8/2013.42 
 
• No Brasil, não existe uma legislação que regulamenta a retificação do prenome, sexo e imagem nos 
documentos pessoais. Dessa forma, os indivíduos precisam recorrer à justiça, ficando à mercê da 
burocracia, interpretações e exigências de cada juiz. 
 
• O termo parafilia representa qualquer interesse sexual intenso e persistente que não aquele voltado para a 
estimulação genital ou para carícias preliminares com parceiros humanos que consentem e apresentam 
fenótipo normal e maturidade física. 
• Algumas parafilias envolvem principalmente as atividades eróticas do indivíduo (interesses intensos e 
persistentes em espancar, chicotear, cortar, amarrar ou estrangular outra pessoa, ou um interesse por essas atividades 
que seja igual ou maior do que o interesse do indivíduo em copular ou em interagir de forma equivalente com outra 
pessoa), outras têm a ver sobretudo com seus alvos eróticos (interesse sexual intenso ou preferencial por 
crianças, cadáveres ou amputados (como classe), bem como interesse intenso ou preferencial por animais, como 
cavalos ou cães, ou por objetos inanimados, como sapatos ou artigos de borracha) 
GRUPOS 
Grupo de transtornos baseia-se em preferências por atividades anormais. 
• Transtornos do namoro 
o Transtorno voyeurista - espiar outras pessoas em atividades privadas 
o Transtorno exibicionista - é o impulso recorrente de expor os próprios genitais a um estranho ou a uma 
pessoa que não espera o fato. 
o Transtorno frotteurista - tocar ou esfregar-se em indivíduo que não consentiu 
• Transtornosda algolagnia - os quais envolvem dor e sofrimento 
o Transtorno do masoquismo sexual - passar por humilhação, submissão ou sofrimento 
o Transtorno do sadismo sexual - realizar humilhação, submissão ou sofrimento 
Grupo de transtornos baseia-se em preferências por alvo anômalo 
• Transtorno pedofílico - foco sexual em crianças 
• Transtornos fetichista - usar objetos inanimados ou ter um foco altamente específico em partes não genitais 
do corpo 
• Transtorno transvéstico - vestir roupas do sexo oposto visando excitação sexual 
EPIDEMIOLOGIA 
• As parafilias são praticadas por apenas uma pequena porcentagem da população, mas a natureza insistente 
e repetitiva do transtorno resulta em uma alta frequência desses atos. 
• As parafilias parecem ser, em grande parte, condições masculinas 
 
• Mais de 50% de todas as parafilias têm seu início antes dos 18 anos. 
• Entre os casos identificados legalmente de transtornos parafílicos, a 
pedofilia é o mais comum. 
o De todas as crianças, 10 a 20% foram molestadas até os 18 anos de 
idade 
• Das mulheres adultas, 20% foram alvo de pessoas com exibicionismo ou 
voyeurismo. 
• O sadismo sexual em geral chama atenção apenas em casos 
sensacionalistas de estupro, brutalidade e assassinato por luxúria. 
• O fetichismo quase sempre ocorre em homens. 
• A ocorrência de comportamento parafílico atinge o auge entre 15 e 25 anos e declina de maneira gradual. 
O DSM-5 sugere que a designação de parafilia seja reservada para aqueles que estão acima de 18 anos 
para evitar patologizar a curiosidade sexual normal e a experimentação ocasional na adolescência. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
• Os clínicos devem diferenciar uma parafilia de um ato experimental que não é recorrente ou compulsivo e 
que é realizado por seu caráter de novidade. 
• A atividade parafílica inicia-se mais provavelmente durante a adolescência. 
• Algumas parafilias (em especial os tipos bizarros) estão associadas a outros transtornos mentais, como 
esquizofrenia. 
• Doenças cerebrais também podem liberar impulsos perversos. 
CONDUTA TERAPÊUTICA 
• CONTROLE EXTERNO – prisão 
• REDUÇÃO DOS IMPULSOS SEXUAIS 
• TRATAMENTO DE CONDIÇÕES COMÓRBIDAS (P. EX., DEPRESSÃO OU ANSIEDADE) 
o Terapia medicamentosa, incluindo medicação antipsicótica ou antidepressiva, é indicada para o 
tratamento de esquizofrenia ou transtornos depressivos se a parafilia estiver associada a eles. 
Antiandrogênios, como acetato de ciproterona, e acetato de medroxiprogesterona, podem reduzir o 
impulso de se comportar sexualmente, reduzindo os níveis séricos da testosterona até concentrações 
subnormais. Agentes serotonérgicos como a fluoxetina já foram usados com sucesso limitado em alguns 
pacientes com parafilia 
• TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL 
o A terapia cognitivo-comportamental é usada para romper os padrões parafílicos aprendidos e modificar 
o comportamento para torná-lo socialmente aceitável. 
o As intervenções incluem treinamento em habilidades sociais, educação sexual, reestruturação cognitiva 
(confrontar e destruir as racionalizações usadas para apoiar a vitimização dos outros) e o 
desenvolvimento de empatia pela vítima. Dessensibilização imaginária, técnicas de relaxamento e 
aprendizagem do que desencadeia o impulso parafílico de modo que esses estímulos possam ser 
evitados também são ensinados 
• PSICOTERAPIA DINÂMICA 
o A psicoterapia orientada para o insight é uma abordagem de tratamento de longa duração. Os pacientes 
têm a oportunidade de entender sua dinâmica e os eventos que fizeram a parafilia se desenvolver. Em 
particular, eles tomam consciência dos eventos diários que fazem atuar seus impulsos (p. Ex., uma 
rejeição real ou fanta-siada). 
 
Ejaculação 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA RESPOSTA EJACULATÓRIA 
• O reflexo ejaculatório compreende receptores e áreas sensitivas, vias aferentes, áreas cerebrais sensitivas, 
centros cerebrais motores, centros medulares motores e vias eferentes 
• Neuroquimicamente, este reflexo envolve um complexo efeito recíproco entre neurônios centrais 
serotoninérgicos e dopaminérgicos, com envolvimento secundário de neurônios colinérgicos, 
adrenérgicos, ocitocinérgicos e ácido γ-aminobutírico (GABA). 
 
• Com base na mediação funcional, central e periférica, o processo ejaculatório é tipicamente subdividido em 
três fases: 
 Emissão 
− consiste em contrações das vesículas seminais e da próstata, com expulsão de esperma e fluido 
seminal na uretra posterior, e é mediada pelos nervos simpáticos (T10 a L2) 
 Ejeção (ou expulsão peniana) 
− É mediada pelos nervos somáticos (S2 a S4) e envolve contrações pulsáteis dos músculos 
bulbocavernosos e do assoalho pélvico junto com relaxamento do esfíncter urinário externo. 
− A ejeção também envolve um reflexo simpático do cordão espinhal, que é limitado pelo controle 
voluntário. 
 O colo vesical se fecha para prevenir o fluxo retrógrado 
 Os músculos bulbocavernosos, bulboesponjosos e outros do assoalho pélvico se contraem de 
uma forma rítmica e o esfíncter urinário externo relaxa. 
 A contração intermitente do esfíncter uretral previne o fluxo retrógrado na uretra proximal 
 Orgasmo 
− É o resultado do processamento cerebral do estímulo do nervo pudendo sensitivo resultante do 
aumento da pressão na uretra posterior 
− Os estímulos sensitivos aumentam a partir do verumontano e da contração do bulbo uretral e dos 
órgãos sexuais acessórios. 
− O estímulo tátil somatossensorial a partir do 
pênis/genitais ascende para o córtex cerebral. 
− As vias eferentes se projetam do hipotálamo ao 
cordão espinal sacral e aos genitais. 
− Após a ejaculação, a informação retorna dos 
genitais para várias áreas cerebrais. 
 
• Muitos neurotransmissores estão envolvidos no controle da ejaculação, incluindo dopamina, norepinefrina, 
serotonina, acetilcolina, ocitocina, GABA e óxido nítrico 
CAUSAS DE EJACULAÇÃO RETRÓGRADA, EJACULAÇÃO RETARDADA, ANEJACULAÇÃO E ANORGASMIA 
• Homem mais idoso 
o Degeneração de nervos aferentes do 
pênis 
• Psicogênica 
o Ejaculação Inibida 
• Congênita 
o Cisto de ducto mulleriano 
o Anormalidade do ducto de Wolffian 
o Síndrome do abdômen em ameixa 
• Causas anatômicas 
o Ressecção transuretral de próstata 
o Incisão do colo vesical 
• Causas neurogênicas 
o Neuropatia autonômica diabética 
o Esclerose múltipla 
o Injúria do cordão espinal 
o Prostatectomia radical 
o Proctocolectomia 
o Simpatectomia bilateral 
o Aneurismectomia aórtica abdominal 
o Linfadenectomia para-aórtica 
• Infecciosa 
o Uretrite 
o Tuberculose geniturinária 
o Esquistossomose 
• Endócrinas 
o Hipogonadismo 
o Hipotireoidismo 
• Medicamentosa 
o α-metildopa 
o Diuréticos tiazídicos 
o Antidepressivos tricíclicos e ISRS 
o Fenotiazina 
o Abuso de álcool 
o ISRS, inibidor seletivo de recaptação de 
serotonina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ejaculação Prematura (Precoce) – 302.75 (F52.4) 
• Um padrão persistente ou recorrente de ejaculação ocorrendo durante a atividade sexual com parceira 
dentro de aproximadamente 1 minuto seguinte a penetração vaginal e antes que ele deseje. Este sintoma 
Os seguintes fatores podem ser relevantes na avaliação de qualquer disfunção sexual 
 Fatores relacionados à parceira (p. Ex., problemas sexuais, estado de saúde) 
 Fatores associados ao relacionamento (p. Ex., comunicação inadequada, discrepâncias no desejo para 
atividade sexual) 
 Fatores relacionados a vulnerabilidade individual (p. Ex., má imagem corporal; história de abuso sexual ou 
emocional), comorbidade psiquiátrica (p. Ex., depressão, ansiedade) ou estressores (p. Ex., perda de emprego, 
luto) 
 Fatores culturais ou religiosos (inibições relacionadas a proibições de atividade sexual ou prazer; atitudes em 
relação à sexualidade) 
 Fatores médicos relevantes para prognóstico, curso ou tratamento. 
 
 
deve estar presente por pelomenos 6 meses e deve ter ocorrido em quase todas ou todas 
(aproximadamente 75%-100%) as ocasiões de atividade sexual (livro de Urologia Campbell) 
• A ejaculação prematura (precoce) manifesta-se pela ejaculação que ocorre antes ou logo após a penetração 
vaginal, avaliada pela estimativa individual de latência ejaculatória (i.e., tempo decorrido antes da 
ejaculação) após a penetração vaginal. 
• O tempo de latência ejaculatória intravaginal de 60 segundos é um ponto de corte adequado para o 
diagnóstico de ejaculação prematura (precoce) ao longo da vida em homens heterossexuais. 
EPIDEMIOLOGIA 
• As estimativas da prevalência de ejaculação prematura (precoce) variam amplamente de acordo com a 
definição utilizada. 
• Em termos internacionais, mais de 20 a 30% dos homens com idades entre 18 e 70 anos demonstram 
preocupação com a rapidez da ejaculação. 
• Com a nova definição de ejaculação prematura (precoce) (i.e., ejaculação que ocorre dentro de 
aproximadamente um minuto após a penetração vaginal), somente 1 a 3% dos homens seriam 
diagnosticados com esse transtorno. 
• A prevalência da disfunção pode aumentar com a idade. 
FATORES DE RISCO 
• Temperamentais 
o EP está associada com consequências psicológicas negativas, incluindo estresse, aborrecimento e 
frustração que podem afetar a qualidade de vida, relacionamentos com parceiras, autoestima e 
autoconfiança e pode atuar como um obstáculo para homens solteiros formando relacionamentos com 
novas parceiras. 
• Genéticos e fisiológicos 
o A disfunção pode estar associada a polimorfismos do gene do transportador de dopamina e do gene do 
transportador de serotonina. 
o Condições como doença da tireoide, prostatite e abstinência de drogas estão associadas à ejaculação 
prematura (precoce) adquirida 
FISIOPATOGÊNIA 
• Atualmente pensa-se que na génese da EP está uma hipossensibilidade dos recetores 5-HT2C ou uma 
hipersensibilidade dos receptores 5-HT1A. 
• Esta teoria é suportada pela eficácia no tratamento da EP com SSRI. 
• No entanto, várias outras potenciais explicações foram propostas como causas da EP 
• Etiologias genéticas, que regulam o transporte de serotonina 
o Causas psicológicas, como por exemplo a ansiedade 
o Alterações hormonais (patologia tiroideia, terapêutica farmacológica, por exemplo com androgénios) 
o Alterações da sensibilidade peniana 
o Prostatite 
 
CLASSIFICAÇÃO 
• PRIMÁRIA 
o É caracterizada por ter tido início desde a primeira relação sexual, mantendo-se durante toda a vida, 
ocorrendo a ejaculação antes da penetração vaginal ou até 1-2 minutos após 
• SECUNDÁRIA 
o É caracterizada pelo aparecimento gradual ou súbito, após uma vivência sexual normal, de um tempo 
de ejaculação curto (mas normalmente maior do que na ejaculação primária) 
• VARIÁVEL NATURAL 
o Caracterizada por ejaculações inconsistentes e irregulares, representando uma variante do normal 
• DISFUNÇÃO EJACULATÓRIA TIPO PREMATURA 
o É uma percepção subjetiva pelo próprio de que a duração da ejaculação é inferior ao normal 
CRITERIOS DIAGNÓSTICO 
A. Padrão persistente ou recorrente de ejaculação que ocorre durante a atividade sexual com parceira dentro 
de aproximadamente um minuto após a penetração vaginal e antes do momento desejado pelo indivíduo. 
Nota: Embora o diagnóstico de ejaculação prematura (precoce) também possa ser aplicado a indivíduos 
envolvidos em atividades sexuais não vaginais, não foram estabelecidos critérios específicos para o tempo 
de duração dessas atividades. 
B. Os sintomas do Critério A devem estar presentes por pelo menos seis meses e devem ser experimentados 
em quase todas ou todas as ocasiões (aproximadamente 75 a 100%) de atividade sexual (em contextos 
situacionais identificados ou, caso generalizada, em todos os contextos). 
C. Os sintomas do Critério A causam sofrimento clinicamente significativo para o indivíduo. 
D. A disfunção sexual não é mais bem explicada por um transtorno mental não sexual ou como consequência 
de uma perturbação grave do relacionamento ou de outros estressores importantes e não é atribuível aos 
efeitos de alguma substância ou medicamento ou a outra condição médica. 
Determinar o subtipo: 
Ao longo da vida: A perturbação esteve presente desde que o indivíduo se tornou sexualmente ativo. 
Adquirida: A perturbação iniciou depois de um período de função sexual relativamente normal. 
Determinar o subtipo: 
Generalizada: Não se limita a determinados tipos de estimulação, situações ou parceiros. 
Situacional: Ocorre somente com determinados tipos de estimulação, situações ou parceiros. 
Especificar a gravidade atual: 
Leve: A ejaculação ocorre dentro de aproximadamente 30 segundos a 1 minuto após a penetração vaginal. 
Moderada: A ejaculação ocorre dentro de aproximadamente 15 a 30 segundos após a penetração vaginal. 
Grave: A ejaculação ocorre antes da atividade sexual, no início da atividade sexual ou dentro de 15 
segundos após a penetração vaginal. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Disfunção sexual induzida por substância/medicamento. Nos casos em que os problemas com 
ejaculação prematura são causados exclusivamente pelo uso, intoxicação ou abstinência de substância, o 
diagnóstico deve ser de disfunção sexual induzida por substância/medicamento. 
 
• Preocupações ejaculatórias que não preenchem os critérios diagnósticos. É necessário identificar 
homens com latências ejaculatórias normais que desejam latências ejaculatórias mais prolongadas e 
aqueles com ejaculação prematura (precoce) episódica (p. ex., durante o primeiro encontro sexual com uma 
nova parceira, quando uma latência ejaculatória curta pode ser comum ou normal). Nenhuma dessas 
situações levaria a um diagnóstico de ejaculação prematura (precoce), mesmo que sejam desconfortáveis 
para alguns homens. 
TRATAMENTO 
• Os homens com EP adquirida devem receber tratamentos específicos para a causa (p. ex., aconselhamento 
psicossexual ou farmacoterapia para DE, isoladamente ou em combinação com farmacoterapia para EP) 
• Os homens com EP naturalmente variável ou EP simulando disfunção ejaculatória devem ser primariamente 
tratados com educação psicossexual e psicoterapia gradativa para o paciente e o casal. 
PSICOTERAPIA 
• O processo prevê técnicas como comportamental, cognitiva e outras psicoterápicas. 
• Terapia Psicossexual 
o Na EP primária este tipo de técnicas não estão recomendadas como primeira linha de tratamento. 
o Técnica start-stop - consiste na interrupção da estimulação quando o paciente inicia a sensação de 
ejaculação iminente, recomeçando a estimulação após essa sensação ter desaparecido. 
o Técnica squeeze - trata-se de comprimir a glande até supressão da vontade em ejacular 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
• Várias formas de farmacoterapia têm sido utilizadas no tratamento da EP 
o O uso de anestésicos locais tópicos 
− A utilização dos anestésicos locais tópicos, tais como lidocaína, prilocaína ou benzocaína, 
isoladamente ou em associação, diminui a sensibilidade da glande peniana e é o tratamento 
farmacológico conhecido mais antigo para EP 
o ISRSs 
− Paroxetina, sertralina fluoxetina e citalopram, e o antidepressivo tricíclico (ATC), clomipramina 
− Bloqueiam a recaptação axonal de serotonina, a partir da fenda sináptica dos neurônios 
serotoninérgicos centrais pelos transportadores de 5-HT, resultando em melhor neurotransmissão 
de 5-HT e estímulo dos receptores de 5-HT na membrana pós-sináptica. 
o Tramadol 
o Inibidores de fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) 
− Têm alguma eficácia no tratamento da EP 
− Apesar de não alterar o IELT, os iPDE5 melhoram a confiança, a percepção do controle da 
ejaculação e a satisfação sexual em geral. 
− Reduzem a ansiedade e diminuem o período refratário para conseguir nova ereção após 
ejaculação. 
− O papel dos iPDE5 no tratamento da EP não está estabelecido e ainda não existem estudos 
suficientes para se retirarem conclusões relativamente a estes fármacos.o bloqueadores α-adrenérgicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ejaculação Retardada – 302.74 (F52.32) 
• Na ejaculação retardada, por vezes denominada ejaculação atrasada, um homem consegue ejacular 
durante o coito com grande dificuldade, quando consegue 
• O problema raramente está presente na masturbação, mas aparece durante o sexo com uma parceira. 
• A característica particular da ejaculação retardada é retardo acentuado ou incapacidade de atingir a 
ejaculação 
• O homem relata dificuldade ou incapacidade para ejacular, a despeito da presença de estimulação sexual 
adequada e do desejo de ejacular. 
• O homem e sua parceira podem relatar tentativas prolongadas de atingir o orgasmo a ponto de causar 
exaustão ou desconforto genital, cessando os esforços logo em seguida. Alguns homens podem dizer que 
evitam a atividade sexual em razão de um padrão repetitivo de dificuldade para ejacular. 
 A ejaculação retardada do subtipo ao longo da vida - inicia com as primeiras experiências sexuais e continua 
durante a vida toda. 
 
 A ejaculação retardada do subtipo adquirida - inicia depois de um período de função sexual normal. 
EPIDEMIOLOGIA 
• A prevalência da disfunção permanece relativamente constante até os 50 anos de idade, quando a 
incidência começa a aumentar de forma significativa. 
• Homens na faixa dos 80 anos relatam duas vezes mais a dificuldade para ejacular em comparação àqueles 
com menos de 59 anos. 
• Trata-se da queixa sexual menos comum entre os homens. 
• Somente 75% deles afirmam que sempre ejaculam durante a atividade sexual, e menos de 1% se queixa 
de problemas para conseguir a ejaculação que tenham mais de seis meses de duração. 
FATORES DE RISCO 
• Genéticos e fisiológicos 
o A perda de nervos sensoriais periféricos de condução rápida e a redução na secreção de esteroides 
sexuais, ambas relacionadas à idade, podem estar associadas ao aumento da ejaculação retardada em 
homens com mais de 50 anos. 
CRITERIOS DIAGNÓSTICO 
A. Qualquer um dos seguintes sintomas deve ser vivenciado em quase todas ou em todas as ocasiões 
(aproximadamente 75 a 100%) da atividade sexual com parceira (em contextos situacionais identificados 
ou, se generalizada, em todos os contextos), sem que o indivíduo deseje o retardo: 
1. Retardo acentuado na ejaculação. 
2. Baixa frequência marcante ou ausência de ejaculação. 
B. Os sintomas do Critério A persistem por um período mínimo de aproximadamente seis meses. 
C. Os sintomas do Critério A causam sofrimento clinicamente significativo ao indivíduo. 
D. A disfunção sexual não é mais bem explicada por um transtorno mental não sexual ou como consequência 
de uma perturbação grave do relacionamento ou de outros estressores importantes e não é atribuível aos 
efeitos de alguma substância/medicamento ou a outra condição médica. 
Determinar o subtipo: 
Ao longo da vida: A perturbação esteve presente desde que o indivíduo se tornou sexualmente ativo. 
Adquirida: A perturbação iniciou depois de um período de função sexual relativamente normal. 
Determinar o subtipo: 
Generalizada: Não se limita a determinados tipos de estimulação, situações ou parceiros. 
Situacional: Ocorre somente com determinados tipos de estimulação, situações ou parceiros. 
Especificar a gravidade atual: 
Leve: Evidência de sofrimento leve em relação aos sintomas do Critério A. 
Moderada: Evidência de sofrimento moderado em relação aos sintomas do Critério A. 
Grave: Evidência de sofrimento grave ou extremo em relação aos sintomas do Critério A. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Outra condição médica 
 
o O contexto situacional da queixa sugere a presença de uma base psicológica para o problema (p. ex., 
homens que conseguem ejacular durante a atividade sexual com parceiro de um sexo, porém não do 
outro; homens que conseguem ejacular com um parceiro, mas não com outro do mesmo sexo; homens 
com padrões parafílicos de excitação; homens que precisam de uma atividade altamente ritualizada 
para ejacular em uma atividade sexual com parceiro). 
o Interrupção no suprimento nervoso para os órgãos genitais, como pode ocorrer depois de lesão cirúrgica 
traumática nos gânglios simpáticos lombares, cirurgia abdominoperitoneal ou simpatectomia lombar. 
o Doenças neurodegenerativas, como esclerose múltipla e neuropatia diabética ou alcóolica, podem 
causar incapacidade para ejacular. 
o A ejaculação retardada deve também ser diferenciada de ejaculação retrógrada (i.e., ejaculação para 
dentro da bexiga), que pode ocorrer depois de ressecção transuretral da próstata 
• Uso de substância/medicamento 
o Inúmeros agentes farmacológicos, como antidepressivos, antipsicóticos, medicamentos alfa simpáticos 
e opioides, podem causar problemas ejaculatórios. 
• Disfunção com orgasmo 
o É importante verificar, na história, se a queixa diz respeito a ejaculação retardada, sensação de orgasmo 
ou a ambas. 
o A ejaculação ocorre nos órgãos genitais, enquanto se acredita que a experiência de orgasmo seja 
principalmente subjetiva. Em geral, ejaculação e orgasmo ocorrem ao mesmo tempo, mas nem sempre. 
TRATAMENTO 
• ESTRATÉGIAS PSICOLÓGICAS 
o Se causas orgânicas e farmacológicas tiverem sido eliminadas, referenciar para um terapeuta 
psicossexual especializado é usualmente indicado para avaliar as causas psicológicas e problemas 
comportamentais. 
o Os efeitos benéficos através da psicoterapia dependem da severidade da ER e da receptividade 
individual para se engajar ao aconselhamento e adesão às recomendações do conselheiro. 
• FARMACOTERAPIA 
 
• Esses fármacos facilitam a ejaculação tanto através de ação dopaminérgica central, antiserotoninérgica 
quanto de mecanismo de ação ocitocinérgico ou adrenérgico periférico. 
• Entretanto, nenhum dos medicamentos tem sido aprovado pelas agências reguladoras para esta indicação, 
e a maioria dos medicamentos que têm sido identificados para uso potencial tem eficácia limitada, efeitos 
colaterais significativos ou, ainda, é considerada experimental in natura. 
 
 Os agonistas de receptor α1-adrenérgico tal como pseudoefedrina pré-coito (60 a 120 mg 1 a 2 horas antes do 
intercurso) ou inibidor seletivo da recaptação de norepinefrina (ISRN), antidepressivo reboxetina (4 a 8 mg 
diariamente), que inibem a receptação da noradrenalina sináptica, tiveram eficácia limitada. 
 O anti-histamínico cipro-heptadina, um antagonista central da serotonina, é, de maneira anedótica, associado 
com a reversão da anorgasmia induzida pelos antidepressivos ISRS, porém estudos não controlados têm sido 
publicados. Estes estudos sugerem a faixa de dosagem efetiva de 4 a 12 mg 3 a 4 horas antes do intercurso, 
com administração regular ou sob demanda. Entretanto, efeitos sedativos significativos relacionados a dose 
provavelmente diminuem a eficácia global. 
 Amantadina, um estimulante indireto dos nervos dopaminérgicos centrais e periféricos, tem sido relatada para 
estimular o comportamento sexual e a ejaculação na anorgasmia induzida por antidepressivo ISRS quando 
administrada sob demanda (100 a 400 mg 2 dias antes do coito) ou cronicamente (100 a 200 mg duas vezes 
por dia). 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica (Kaplan,11. Ed. 2017) 
2. DSM-V 
3. https://apurologia.pt/wp-content/uploads/2018/10/ejaculacao-prematura.pdf 
4. Campbell-Walsh Urologia 
https://apurologia.pt/wp-content/uploads/2018/10/ejaculacao-prematura.pdf

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