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Infecção do trato urinário

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Otávio Olivo – MEDICINA UNESC 
Criciúma - SC 
 
Resumo por Otávio Olivo 
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO 
ITU BAIXA 
Inclui infecções da bexiga (cistite), uretra (uretrite), próstata (prostatite) e do epidídimo (epididimite)  o trato urinário 
abaixo dos ureteres. 
• Geralmente desenvolvem sintomas típicos como disúria e polaciúria. 
• CISTITE  Infecção superficial na mucosa da bexiga. Maioria das vezes é por enterobactérias. Disúria e polaciúria. 
• URETRITE  Infecção da uretra causada por germes SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS. Homem o quadro é de 
corrimento uretral + disúria. Na mulher os sintomas são os mesmos da cistite. 
• PROSTATITE / EPIDIDIMITE  Infecção da próstata e epidídimo. Agentes infecciosos vem do refluxo de urina pelos 
ductos prostáticos e ejaculatórios, respectivamente. Prostatite apresenta sintomas da cistite. Epididimite se 
acompanha de orquite (inflamação nos testículos) 
ITU ALTA 
Infecção do parênquima renal denominada PIELONEFRITE AGUDA. A crônica pode ser infecciosa ou não. 
PATOGÊNESE DAS ITU 
Existem 4 possíveis vias para o agente infeccioso atingir o trato urinário: 
VIA ASCENDENTE 
• É a principal via. 
• O trato urinário é uma grande coluna de urina que vai da uretra até a pelve renal. 
• A pele em volta do meato uretral é colonizada normalmente por bactérias comensais - Diphteroides, Streptococcus, 
Staphylococcus e Lactobacillus 
• As ENTEROBACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS – causadoras da maioria das ITUs não costumam estar presentes nessa 
região. 
• Porém, certas condições predispõem à perda da flora normal – o que abre espaço para micro-organismos 
provenientes do intestino. 
• Uropatógenos habituais seguem uma sequência – colonização do períneo  introito vaginal ou prepúcio nos homens 
 uretra distal  ascensão para bexiga. 
• Nas mulheres, em função do menor comprimento da uretra, a ascensão para a bexiga ocorre no coito (onde há 
massagem uretral). Nos homens, o FLUXO TURBULENTO na uretra (estenoses, HPB) é o grande facilitador. Sexo anal 
ativo também é fator de risco para colonização uretral em homens. 
Só as bactérias que tem capacidade de ADESÃO ao epitélio urinário que conseguem subir até os rins por conta própria 
Mas qualquer bactéria pode atingir se existir refluxo vesicureteral. 
VIA HEMATOGÊNICA 
• Parênquima renal pode ser invadido num episódio de bacteremia. 
• Staphylococcus aureus e Candida são os principais patógenos dessa via – foco infeccioso a distânica. 
VIA LINFÁTICA 
• Existência de conexões linfáticas entre ureteres e os rins 
• Aí o fluxo de linfa se dirige à pelve renal na vigência de aumento na pressão intravesical (HPB) 
FÍSTULA VESICOENTERAL 
• Bacteriúria de germes anaeróbicos sugere existência de conexão entre o TU e o intestino. 
Otávio Olivo – MEDICINA UNESC 
Criciúma - SC 
 
DETERMINANTES DA INFECÇÃO 
COLONIZAÇÃO PERIURETRAL  Fatores que eliminam a flora não patogênica causam o crescimento de enterobactérias 
patogênicas. 
• Seria pelo uso de atb, atrofia do epitélio vaginal pós-menopausa e uso de espermicidas (uso de diafragma) 
ADESÃO BACTERIANA E SANGUE TIPO P  As E. Coli e Proteus uropatogênicos são aqueles que possuem FÍMBRIAS capazes 
de aderir às células da mucosa urinária. 
• O receptor celular dessas estruturas é o ANTÍGENO DO GRUPO SANGUÍNEO P – Expresso nas hemácias e trato 
urinário. 
• Indivíduos que não tem esse grupo sanguíneo tem menos chance de desenvolver pielonefrite. 
• Sulfametoxazol-trimetoprim é eficaz para a profilaxia porque diminuem a síntese de fímbrias. 
PRESENÇA DE CORPOS ESTRANHOS  Cateter vesical de demora e cálculos. 
• Bactérias são capazes de secretar o BIOFILME ao redor de corpos estranhos. 
• O problema é que esses microorganismos começam a viver dentro desse biofilme – escapando das defesas do 
hospedeiro e dos antibióticos. 
GRAVIDEZ  Há redução do tônus e peristalse na musculatura lisa urinária (hidronefrose fisiológica), compressão da bexiga 
pelo útero aumentado (com refluxo vesicureteral), dextroversão uterina (hidronefrose à direita). 
• ITU para o feto pode gerar  prematuridade, baixo peso ao nascer, maior morbimortalidade perinatal. 
TAMANHO DO INÓCULO  É importante nas infecções hematogênicas – porque tem que ter muitas bactérias para iniciar o 
quadro (uma endocardite, por exemplo) 
FATORES DE DEFESA DO HOSPEDEIRO  
• PH e osmolaridade da urina – alta concentração de ureia. 
• Esvaziamento vesical – efeito de lavagem dos tecidos urinários. (tem que ter fluxo bom) 
• Mucosa do trato urinário – Que determina a interação das fímbrias das bactérias com as células da mucosa. 
• Inibidores bacterianos – presença de substâncias bactericidas nas secreção prostáticas – como o zinco. 
• Válvula vesicureteral – impede o refluxo de urina infectada. 
• Microbiota vaginal – Para impedir a colonização de bactérias patogênicas. 
AGENTES ETIOLÓGICOS 
Etiologia de uma ITU está condicionada à presença ou ausência de alguns dados clínicos 
ITU ESPORÁDICA NÃO COMPLICADA – Sem história de cálculo, alteração anatomofuncional ou colocação de cateter vesical. 
• E. Coli é responsável por 80-85% dos casos. 
• Depois vem o Staphylococcus saprophyticus – em mulheres sexualmente ativas. 
ITU RECORRENTE OU ITU COMPLICADA – Cálculo, alteração anatomofuncional ou colocação de cateter 
• Enterococcus, Pseudomonas e Serratia. 
• ITU Nosocomial – acinetobacter, stenotrophomonas maltophilia 
• Mesmo nessas situações complicadas, a E. Coli continua sendo a principal causa de ITU, porém com menos de 50% dos 
casos. 
• NEFROLITÍASE – Proteus ou Klebsiella – porque são microorganismos que predispõem à formação de cálculos. 
• BACTEREMIA – S. Aureus. 
• DIABETES e uso de ATB – Fungos como Candida spp. 
• CATETERISMO VESICAL +30 DIAS – Alta chance de infecção polimicrobiana, além da infecção por G- atípicos. 
Otávio Olivo – MEDICINA UNESC 
Criciúma - SC 
 
Agentes virais também infectam o trato urinário – adenovírus – que causam cistite hemorrágica em crianças e transplantados 
de medula óssea. 
SITUAÇÕES 
BACTERIÚRIA EM CRIANÇAS 
• Nos primeiros meses de vida, a incidência é maior em meninos pela válvula de uretra posterior (anomalia exclusiva 
masculina) 
• Porém, depois desse período, a ITU predomina em meninas. 
BACTERIÚRIA EM ADULTOS 
• Início da atividade sexual promove aumento absurdo na incidência em mulheres – sendo a maioria esmagadora dos 
casos até os 60 anos. 
• Também aumenta a incidência de ITU em mulheres que já tiveram INFECÇÃO URINÁRIA PRÉVIA. 
• Em homens, a prevalência é muito baixa, aumentando com a idade pelo fato da doença prostática e mais 
manipulações no trato urinário. 
• A ocorrência de ITU em homens SEMPRE se relaciona com anormalidades anatomofuncionais – É SEMPRE 
COMPLICADA. 
• Em homens jovens, a falta de circuncisão aumenta o risco de infecção por E. Coli 
BACTERIÚRIA EM IDOSOS 
• 10% dos homens e 20% das mulheres com mais de 65 anos de idade apresentam. 
• Com o avançar da idade, reduz a diferença na incidência entre homens e mulheres. 
• Nos homens é pela doença prostática, já nas mulheres é pelo esvaziamento incompleto da bexiga, associado a 
prolapso genital e colonização do epitélio vaginal atrófico 
BACTERIÚRIA HOSPITALAR 
• A grande maioria é infecção de pouca morbidade, elevando pouco o tempo de internação. 
• As vias urinárias são as principais fontes de bacteremia hospitalar por germes Gram Negativos. 
• Dois fatores elevam a frequência de ITU no hospital – gravidade da doença e cateterismo vesical, que no Brasil tem 
uso muito exagerado. 
• Com o coletor do cateterismo aberto, ocorre bacteriúria em quase 100% dos casos após 2-4 dias. 
BACTERIÚRIA EM OUTRAS SITUAÇÕES 
• Gestantes em condições sociais menos favorecidas são as que apresentam as maiores taxas de bacteriúria. 
• TRANSPLANTES – Ocorre em 80% dos pacientes, mas é reduzida com a profilaxia antibiótica. 
• Em portadores de AIDS – Incidência de ITU é muito aumentada e tende ser grave. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
DISÚRIA E DESCONFORTO estão presentesem ITU altas e baixas. 
O desenvolvimento de FEBRE ALTA e queda do ESTADO GERAL exclui a hipótese de infecção urinária baixa. 
• A maior dificuldade para diferenciar é nos pacientes que não conseguem relatar os sintomas. 
• Também os pacientes que desenvolvem quadros abortados, como os idosos e pacientes urêmicos, que podem não 
desenvolver febre em vigência de uma infecção grave. 
ITU BAIXA 
CISTITE AGUDA 
• DISÚRIA (dor micção) + POLACIÚRIA (aumento na frequência urinária). 
• Em alguns casos dor suprapúbica. 
Otávio Olivo – MEDICINA UNESC 
Criciúma - SC 
 
• Nos homens, sintomas OBSTRUTIVOS predominam – dor abdominal mais importante – no exame físico é comum dor 
na palpação do hipogastro. 
URETRITE 
• O quadro clínico é igual da cistite aguda, com DISÚRIA e POLACIÚRIA. 
• Seria a cistite com a urinocultura negativa. 
• A DURAÇÃO MAIS LONGA dos sintomas (>7 dias), que é geralmente mais arrastada (cistite se instala em menos de 
24h) 
• Deve-se investigar fatores de risco para DST – Como troca recente de parceiro sexual ou promiscuidade. 
• Em homens – uretrite tem DISÚRIA E CORRIMENTO URETRAL 
PROSTATITE 
• Cerca de 50% dos homens tem sintomas dela durante a vida adulta. 90% tem origem obscura. 
• PROSTATITE BACTERIANA AGUDA – Quadro dramático, predomina entre os 20 e 40 anos – FEBRE ALTA e CALAFRIOS + 
sintomas acentuados de irritação e obstrução urinária. Toque retal deve ser cuidadoso – porque pode desenvolver 
bacteremia e sepse grave. 
Próstata está aumentada e sensível, além de tensa e quente na palpação. 
• PROSTATIE BACTERIANA CRÔNICA – Sinais e sintomas semelhantes, porém bem menos intensos. Geralmente são 
homens mais velhos e com quadros de ITU recorrentes, do tipo cistite. Toque retal normal ou revelar HBP. 
• SÍNDROME DA DOR PÉLVICA CRÔNICA – Sua grande manifestação é a dor perineal, que pode irradiar para região 
lombar e hipogastro. Disúria e polaciúria e dor na ejaculação também são detectados. 
EPIDIDIMITE OU EPIDIDIMORQUITE 
• Dor no epidídimo e testículo. 
• O testículo do lado afetado está aumentado e bastante doloroso. 
• SINAL DE PREHN – A dor melhora com elevação testicular. 
ITU ALTA – A PIELONEFRITE 
• FEBRE ALTA, CALAFRIOS E DOR LOMBAR. 
• Pacientes em geral se apresentam toxêmicos – queda do estado geral e sintomas inespecíficos como náuseas, 
vômitos, diarreia, cefaleia. 
• DOR pela distensão da cápsula renal – pode irradiar para o abdome e dificultar o diagnóstico. 
• Irradiação para a virilha sugere existência de obstrução uretral. 
• Até 30% dos pacientes com ITU alta, desenvolvem sintomas de ITU baixa concomitantes (disúria, polaciúria, urgência) 
• Alguns pacientes como idosos e diabéticos, urêmicos, imunodeprimidos – podem estar assintomáticos. 
• SINAL DE GIORDANO – intenso, provocado por rim inflamado. Nesse caso (Pielonerifrite), tu primeiro palpa a região, 
pra ver se tá dolorosa. Se estiver, não faz o sinal de Giordano. 
• ABSCESSOS – ocorrem em até 10% dos casos – suspeitar após 3 dias de febre com antibiótico. 
• Quando não tratada, pielonefrite pode evoluir com SEPSE. 
ITU EM CRIANÇAS 
Em neonatos e lactentes (de 28 dias de vida até os 2 anos) os sinais clássicos de ITU não são encontrados 
• Não ganha muito peso, irritabilidade, anorexia, vômitos, diarreia, icterícia, convulsão, letargia. 
• Hipo ou hipertermia são comuns (variações de temperatura) 
• Urina fétida. 
• ITU pode ser causa de febre de origem obscura. 
 
 
Otávio Olivo – MEDICINA UNESC 
Criciúma - SC 
 
DIAGNÓSTICO 
EXAMES INESPECÍFICOS 
• Cistite e uretrite não alteram o leucograma ou níveis de PCR, porém a pielonefrite aguda altera. 
• EAS (exame dos elementos e sedimentos anormais da urina) – Faz parte do diagnóstico. 
• PIÚRIA (leucócitos na urina) + urinoculturas negativas – sugere presença de tuberculose renal. 
• Encontro de CILINDROS PIOCITÁRIOS é quase sempre patognomônico de PIELONEFRITE AGUDA. 
• TESTE DO NITRITO  Somente os Gram Negativos entéricos possuem a enzima que transforma o nitrato urinário em 
nitrito. Sensibilidade é baixa porque não detecta fungo ou G+, mas especificidade pode chegar a 90% 
• Hematúria – pode ser observada em casos de ITU, especialmente na cistite. 
CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA 
• URINOCULTURA QUANTITATIVA 
• Padrão ouro – urinocultura do aspirado suprapúbico – na qual qualquer crescimento bacteriano é ITU. 
• Um dos principais problemas da urinocultura é a contaminação da flora comensal – sendo que os próprios G- 
entéricos participam dessa flora em alguns indivíduos. 
• Se houver bacteriúria significativa – há ITU 
COLETA DE URINA 
• MICÇÃO ESPONTÂNEA – Urina do jato médio, desprezando primeira e última porção do jato. 
• CATETER VESICAL – Cateter deve estar estéril. 
• PUNÇÃO SUPRAPÚBICA – Aspirar com agulha conectada à seringa. 
TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO – Urina deve ser levada no laboratório em até 1h da coleta. Caso não seja possível tem 
que refrigerar etc.. 
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA 
• Em assintomáticos, o conceito de “bacteriúria significativa” depende da contagem bacteriana em relação ao sexo do 
paciente e da forma de coleta da urina 
ITU SINTOMÁTICA 
DIAGNÓSTICO DE ITU BAIXA 
• Mulheres hígidas com ITU baixa esporádica e sem complicações – confirma só pela clínica (disúria + polaciúria) 
• Homens com sintomas de cistite usa sempre URINOCULTURA. 
• Confirmado, começa a terapia empírica. 
• Caso a conduta empírica não resolva os sintomas, devemos indicar urinocultura. 
• Ou a bactéria vai ser resistente ao antibiótico empregado ou a cistite não se deve à infecção da bexiga, mas sim à 
uretrite (onde os germes são diferentes) 
DIAGNÓSTICO DE ITU ALTA 
• SEMPRE URINOCULTURA na pielonefrite. 
• Hemocultura também deve ser colhida 
PROSTATITE E EPIDIDIMITE 
• Quadro clínico típico + urinocultura convencional. 
• Lembrar de fazer o toque retal com cuidado e NÃO realizar massagem prostátie. 
• Na crônica, a diferença é que vai colher vários jatos para urinocultura. 
• Na presença de secreção uretral, colhe para exame bacteriológico. 
• Contagem de piócitos também ajuda. 
Otávio Olivo – MEDICINA UNESC 
Criciúma - SC 
 
PAPEL DA BACTERIOSCOPIA 
• O Gram de urina pode ser útil no diagnóstico e orientação terapêutica de ITU. 
• Gram é um método de coloração rápido e fácil, onde seu resultado pode modificar a terapia empírica, especialmente 
pela detecção do enterococo (Gram +) o qual deve ser tratado com amplicina. 
CONSIDERAÇÕES DIAGNÓSTICAS EM PEDIATRIA 
DIAGNÓSTICO DAS ALTERAÇÕES ANATÔMICAS – É consenso que a investigação por imagem deve ser realizada em todas as 
crianças com ITU – Para avaliar anomalias renais, estabelecer presença de refluxo vesicureteral e definir a conduta para 
prevenir a lesão renal. 
US RENAL – Seguro e sem efeitos colaterais que pode ser feito na fase aguda da doença. Avalia rins e bexiga para identificar 
presença de hidronefrose, litíase, abcesso renal... 
CISTOURETROGRAFIA MICCIONAL – Método invasivo, mas seguro. Deve ser feito após esterilizar urina. Quantifica grau de 
refluxo. 
MAPEAMENTO RENAL COM RADIOISÓTOPO – CINTIGRAFIA – Exame seguro, simples e mais sensível no diagnóstico de 
cicatrizes renais. Afere fluxo e filtração renal do tecnécio (marcador), sendo usada na avaliação da viabilidade do parênquima 
renal. 
COMPLICAÇÕES 
ITU BAIXA 
• Complicações de ITU baixa são principalmente refratariedade e recorrência dos sintomas. 
ITU ALTA 
SEPSE URINÁRIA  Pielonefrite aguda comunitária pode cursar com critérios de sepse. 
OBSTRUÇÃO URINÁRIA  Quando houver obstrução, o parênquima renal pode se perder em questão de poucos dias. A causa 
mais comum de obstrução é nefrolitíase. É importante aliviar a obstrução de imediato, pra só depois corrigir ela totalmente. 
CÁLCULOS DE ESTRUVITA  Algumas bactérias são produtoras da UREASE – que degrada ureia em amônia, promovendo 
alcalinização urinária. Aumento do PH favorece precipitação de Mg, Ca, e Amônia – formando um cálculo ESTRUVITA. 
ABSCESSO INTRARRENAL E PERINEFRÉTICO  Abscesso intrarrenalé que se localiza no próprio parênquima, sem ultrapassar 
a cápsula renal. O perinefrético é aquele que se estende para a gordura perirrenal. Ambos mais comuns nos diabéticos e 
quando há obstrução urinária. Exames – US ou TC com contraste venoso. 
PIELONEFRITE ENFISEMATOSA  Rara, ocorre mais em diabéticos. Início súbito de pielonefrite grave que evolui pra sepse. Há 
extensa necrose com formação de gás na loja renal – o que se percebe nos exames de imagem. Geralmente precisa de 
cirurgia. 
NECROSE DA PAPILA RENAL  Hematúria macroscópica e obstrução uretral. 
PIELONEFRITE CRÔNICA  Atrofia progressiva do parênquima renal por pielonefrite de repetição, mesmo que assintomática. 
Tamanho renal se reduz com o tempo. Maior fator de risco é o refluxo vesicureteral. Consequências – HAS e IRC 
PIELONEFRITE XANTOGRANULOMATOSA  Evolução incomum da pielonefrite que desenvolve um processo inflamatório 
peculiar, por causa de uma resposta imune anormal à infecção. Na maioria das vezes se associa à obstrução urinária. Costuma 
ser unilateral e o rim acometido está aumentado contendo cálculos nas áreas de lesão. Podem surgir lesões com efeito de 
massa – simulando neoplasia renal. DOR LOMBAR + FEBRE + QUEDA DO ESTADO GERAL + PERDA DE PESO. Massa abdominal 
palpável. Anemia e aumento da VHS. Urina tem piúria e bacteriúria. 
PIELOURETRITE CÍSTICA E MALACOPLAQUIA  Metaplasia de glândulas mucosas ou da hiperplasia de folículos linfáticos – 
formando cistos. Formação de granulomas na parede causam falhas de enchimento do ureter que é a Malacoplaquia. 
Otávio Olivo – MEDICINA UNESC 
Criciúma - SC 
 
TRATAMENTO 
Se baseia em antibióticos, que aliviam os sintomas e negativam a urinocultura. 
FENAZOPIRIDINA é um analgésico de vias urinárias que pode ser usado em pacientes com disúria refratária. 
• Maioria das infecções responde muito bem ao tratamento, apresentando melhora nas primeiras 24-48h. 
• No caso de ITU baixa – ausência de resposta no tratamento  trata-se de uretrite e não cistite, ou bactéria mais 
resistente. 
• No caso de PIELONEFRITE – ausência de resposta no tratamento  obstrução urinária e abscesso intrarrenal ou 
perinefrético. US ou TC deve ser solicitado. 
ESCOLHA DO ATB 
Muitos ATB são eficazes para o tratamento da ITU. No entanto as melhores escolhas para as formas comunitárias são 
inadequadas para os casos com maior chance de resistência – como no uso prévio de atb, ITU hospitalar com cateter vesical 
ou ITU complicada. 
• Cistite e pielonefrite não complicada o principal agente é a E. Coli, seguida de G- entéricos. 
• Os G- entéricos costumam ser sensíveis à - fluoroquinolonas, fosfomicina, nitrofurantoína, amoxicilina, ampicilina e 
cefalosporinas de 1a geração  TODOS ELES SE HIPERCONCENTRAM NA URINA – fenômeno importante para 
eficácia. 
• Fluoroquinolonas se destacam em relação à eficácia no tratamento em adultos. 
• Uretrite associada ou não à vaginite é geralmente causada por agentes sexualmente transmissíveis que são mais 
resistentes às fluoroquinolonas e ao sulfametoxazol trimetoprim  usa Tetraciclinas ou macrolídeos. 
• Prostatie aguda em pacientes com menos de 35 anos é por sexualmente transmissíveis – G- entéricos (E. Coli). 
Tratamento com fluoroquinolona ou SMX – TMP 
• ITU hospitalar por cateter – germes resistentes, como E. Coli, MDR, Klebisiella, Proteus... Fluoroquinolona de amplo 
espectro para G- ou amplicina no caso de enterococo. 
• Nas gestantes não se indica SMX – TMP porque podem causar dano fetal. Aí é melhor nitrofurantoína, penicilina, 
cefalosporina. 
TRATAMENTO DA BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA 
• GESTANTE – Urinocultura faz parte do pré natal. Tem que tratar porque o feto pode ser prejudicado se desenvolver 
ITU. 
• PÓS OPERATÓRIO – Pode desenvolver ITU pelo cateter. Bom prevenir. 
• TRANSPLANTE RENAL – Antibióticos profiláticos porque a chance de ITU é alta. 
• INFECÇÃO POR PROTEUS MIRABILIS – Bactéria que mais causa cálculo de estruvita. Deve ser erradicada por ATB em 7 
dias. 
• INFECÇÃO POR PROVIDENCIA + BEXIGA NEUROGÊNICA + CATETER VESICAL – Propensão maior à bacteriúria. A 
Providencia está associada à pielonefrite assintomática. Tratamento rotineiro com duração de 7 dias. 
TRATAMENTO DA CISTITE E URETRITE 
NA MULHER NÃO GESTANTE 
• FLUOROQUINOLONA por 3 dias. 
• Não há necessidade de urinocultura nem antes nem depois do tto. 
NAS GESTANTES, ITU DE REPETIÇÃO OU PACIENTES SOB RISCO DE PIELONEFRITE OLIGOSSINTOMÁTICA 
• AMOXICILINA, CEFALOSPORINA 1ª GERAÇÃO OU NITROFURANTOÍNA – por 7 dias 
• Sempre solicita urinocultura com antibiograma e gram de urina. 
 
Otávio Olivo – MEDICINA UNESC 
Criciúma - SC 
 
NO HOMEM 
• URETRITE – Ceftriaxone. 
• CISTITE – Faz urinocultura com atbiograma, gram de urina, exame clínico da próstata. Gram de urina + - AMOXICILINA. 
G- - NEFLORXACINA. 
TRATAMENTO DA PROSTATITE 
• OFLOXACINA (menos 35 anos) ou FLUOROQUINOLONA (mais 35 anos) – via venosa/internação porque o quadro é 
grave. Depois de melhora, usa VO por 30 dias. 
• Crônica – Fluoroquinolona ou SMX – TMP por 3 meses. 
TRATAMENTO DA PIELONEFRITE AGUDA 
• 14 dias de tratamento com Fluoroquinolona e internação se há quadro de vômitos, febre e calafrios, hipotensão 
arterial. 
• Mas se o exame de bacterioscopia da urina revelar a presença de G+ - Recai sobre o enterococcus – aí usa 
Amoxaciclina ou Amplicina. 
• Gestante deve ser tratada com cefalosporina de 3ª geração. 
TRATAMENTO DA ITU HOSPITALAR POR CATÉTER VESICAL 
• A escolha do atb se baseia pela Urinocultura e antibiograma – que tu sempre vai fazer. 
• Fluoroquinolonas para Gram negativos e amplicina para o enterococo. 
 
INFECÇÃO RENAL POR FUNGOS 
Principal fungo que infecta o TU é a Candida. 
• Esses organismos colonizam a flora vaginal e periuretral de certos pacientes, especialmente os diabétidos não 
controlados e aqueles que usam atb prolongadamente. 
• Crescimento da Candida na urinocultura é denominado candidúria – que pode significar contaminação da urina pela 
flora periuretral, colonização do TU ou cateter veisical, ITU baixa ou alta, infecção fúngica sistêmica. 
• Diagnóstico da candidúria é pela urinocultura quantitativa – se tiver bactérias suficiente. Se punção suprapúbica, 
qualquer contagem é diagnóstica. 
INDICAÇÕES DE ANTIFÚNGICO 
• Sintomas de ITU, cilindros hialinos com pseudo-hifas no EAS, pós transplante renal, neoplasias hematológicas, 
quimioterapia, obstrução urinária, candidemia, bexiga neurogênica. 
COMPLICAÇÕES 
• Invasão renal, infecção sistêmica, bola fúngica (que pode desenvolver fenômeno obstrutivo) 
ESCOLHA DO ANTIFÚNGICO 
• Anfotericina B e Fluconazol. 
• Não usa anfotericina B de primeira escolha porque é muito tóxica para os rins.

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