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1 Renan Lopes Fernandes – MED104 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 1. VISÃO GERAL DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO O sistema reprodutor masculino é constituído por dois testículos suspensos dentro do escroto, por um sistema de ductos genitais intratesticulares (túbulos retos, rede testicular e ductos eferentes) e extratesticulares (epidídimo, ducto deferente e ducto ejaculador), pelas glândulas associadas (acessórias, 1 próstata, 1 par de vsículas seminais, 1 par de glândulas bulbouretais) e pelo pênis. As principais funções desse sistema são a contínua produção, nutrição e armazenamento temporário de gametas masculinos haploides (espermatozoides); e a síntese e secreção dos hormônios esteroides sexuais masculinos (andrógenos). Os testículos são responsáveis pela formação dos espermatozoides, bem como pela síntese, armazenamento e liberação da testosterona. As glândulas associadas ao trato reprodutor são as duas vesículas seminais, a próstata e as duas glândulas bulbouretrais. Estas glândulas produzem a porção não celular do sêmen, que não somente nutre os espermatozoides, mas também promove um veículo fluido para liberá-los no trato reprodutor feminino. O pênis tem dupla função: ele lança o sêmen no trato reprodutor feminino durante a cópula e serve de canal para a urina, conduzindo-a da bexiga para o exterior do corpo. 2. TESTÍCULOS Os testículos, localizados no escroto, são órgãos ovais e pareados que produzem espermatozoides e testosterona. Durante a embriogênese, os testículos se desenvolvem retroperitonealmente na parede posterior da cavidade abdominal. À medida que eles descem para o escroto, levam junto com eles uma porção do peritônio. Essa evaginação peritoneal, a túnica vaginal, forma uma cavidade serosa que envolve parcialmente a região antero-lateral de cada testículo, permitindo um certo grau de mobilidade dentro do seu compartimento no escroto. Para a manutenção da gametogênse e produção dos espermatozóides é necessário que a temperatura esteja abaixo da temperatura corporal, por isso o escroto fica “fora do corpo”. Suspensos pelos cordões espermáticos e presos ao escroto pelos ligamentos escrotais. 2 Renan Lopes Fernandes – MED104 Cada testículo está envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso modelado, denominada túnica albugínea. Abaixo da túnica albugínea existe um tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado, a túnica vasculosa (em laranja), a qual forma a cápsula vascular dos testículos. A região posterior da túnica albugínea é um pouco mais espessada, formando o mediastino testicular, que contém vasos sanguíneos, linfáticos e ductos excretores, a partir do qual se irradiam septos de tecido conjuntivo, que subdividem cada testículo em compartimentos piramidais intercomunicantes, denominados lóbulos testiculares, aproximadamente 250. Cada lóbulo testicular contém de um a quatro túbulos seminíferos de fundo cego, envolvidos por tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado e ricamente inervado, derivado da túnica vasculosa. Dispersos por todo esse tecido conjuntivo estão pequenos conglomerados de células endócrinas, as células intersticiais (de Leydig), que são responsáveis pela síntese de testosterona.Os espermatozoides são produzidos pelo epitélio seminífero dos túbulos seminíferos. Os espermatozoides dirigem-se para curtos ductos retilíneos, os túbulos retos, que ligam a extremidade aberta de cada túbulo seminífero à rede testicular, um sistema de espaços labirínticos localizado no mediastino testicular. Os espermatozoides saem da rede testicular através de túbulos curtos, os ductos eferentes, os quais se fundem com o epidídimo. Na imagem ao lado, temos: Em azul escuro: túnica albúginea; Em rosa: o lúmen dos tubos seminíferos; Em azul-claro: túnica própria, tecido que fica entre os túbulos, extensão da túnica vasculosa, contém vasos sanguíneos, céulas interticiais. 3 Renan Lopes Fernandes – MED104 3. TÚBULOS SEMINÍFEROS Os túbulos seminíferos são túbulos ocos, que estão circundados por extensos leitos capilares. Cada lóbulo contém de 1 a 4 túbulos seminíferos. Cerca de 1000 túbulos estão presentes nos 2 testículos. A parede túbulos seminíferos é constituída por uma delgada camada de tecido conjuntivo, a túnica própria, e por um espesso epitélio seminífero. Contém células de Leydig, células intersticial, vai produzir a tetosterona. A túnica própria e o epitélio seminífero, epitélio estratificado complexo, estão separados um do outro por uma lâmina basal bem desenvolvida. As extremidades dos túbulos vão se voltar próximos ao mediastino. A partir o mediastino tem a formação das estruturas das genitais. Primeiro as intratesticulares, e depois as extratesticulares. O tecido conjuntivo é constituído por delgados feixes entrelaçados de fibras de colágeno tipo I contendo várias camadas de fibroblastos. O epitélio seminífero (germinativo) apresenta várias camadas de células, e é constituído de duas linhagens de células: as células de Sertoli e as células da linhagem seminífera (espermatogênica). Na imagem acima, temos várias camadas de células, células espermatogênicas, que vai ter diferentes fases, ou seja terá espermatogônia, espermatócito primário, espermatócito secundário, espemátide, até chegar na formação dos espermatozóides. As camadas é formada por esse processo de gametogênese. Observa-se também a lâmina basal sustentando, com células mioides, que são células que estão mais presentes nos animais que nos humanos, sustentando entre a lâmina basal e a túnica própria. Na imagem ao lado, temos o epitélio germinativo. Tem um epitélio estratificado com 2 tipos de células. A célula de Sertoli se destaca, por ter um núcleo mais alongado, células alta, onde conseguimos onservar bem o nucléolo. O núcleo ele nao é tão basófilo, tem uma coloração mais clara, são extremamente importantes não só para a sustentação, mas para a preservação dos gametas masculinos. 4 Renan Lopes Fernandes – MED104 4. TÚNICA PRÓPRIA Tecido conjuntivo de múltiplas camadas Fibroblastos / Fibrilas de colágeno tipo 1 entrelaçadas Vasos sanguíneos Extensa circulação linfática Células de Leydig Toda a região que está em verde na imagem ao lado demarca a túnica própria, que é um extensão, projeção da túnica vasculosa. As setas apontam para as células de Leydig ou células intesticiais, que são células poliédricas, que apresentam algumas gotículas de gordura, pontos brancos. Algumas podem apresentar 2 núcleos. Producão de testosterona. 5. CÉLULAS DE SERTOLI É o tipo celular predominante no epitélio seminífero até a puberdade. Após isso, é de apenas 10%. Também predomina nos idosos. Ficam entre as células gametogênicas. A forma como elas se organizam é uma posição estratégica, pois essas células vão ter a função de secretar algumas substâncias e nutrir esses espermatozóides. Separa o epitélio em dois compartimentos: um basal e outro lumina, ou seja um mais próximo da túnica própria, e outro mais próximo ao lúmen. As células de Sertoli são células cilíndricas altas, cujas membranas plasmáticas laterais possuem complexas invaginações, as quais tornam impossível a distinção de seus limites celulares laterais. Suas membranas plasmáticas apicais também são muito pregueadas e se projetam para os lumens dos túbulos seminíferos. Estas células têm um núcleo oval, pouco corado, e localizado no citoplasma basal, com um grande nucléolo central. O citoplasma apresenta inclusões, denominadas cristaloides de Charcot- Bottcher. O citoplasma das células de Sertoli está repleto de túbulos e vesículas de RDL, contudo, a quantidade de REG é limitada. Também apresenta numerosas mitocôndrias, um aparelho de Golgi bem desenvolvido e numerosas vesículas que pertencem ao complexo endolisossomal. As membranas plasmáticas lateraisdas células de Sertoli formam junções de oclusão umas com as outras e subdividem o lúmen do túbulo seminífero em dois compartimentos concêntricos, isolados um do outro. O compartimento basal (espermatogônias e espermatócitos primários) é mais estreito, está localizado basalmente às zônulas de oclusão e circunda o compartimento luminal (espermatócitos secundários, 5 Renan Lopes Fernandes – MED104 espermátides e espermatozoides), mais largo. As células de Sertoli, estarão entre as células espermatogênicas, além de secretar substâncias vão separar em dois compartimentos. As membranas plasmáticas laterais formam projeções e se unem com as células de sertoli adjacentes. No momento que ela forma essa evaginações, ela envolve as células espermatogênicas separando o epitélio em dois compartimentos. O compartimento basal : encontramos as células esprmatgônicas e espermatócitos primários; Compartimento luminal: encontramos espermatócitos secundários e espermátides e sptz; As zônulas de oclusão dessas células estabelecem uma barreira hematotesticular que isola o compartimento luminal das influências do tecido conjuntivo, protegendo os gametas em desenvolvimento do sistema imunológico. Quando acontece essa separação dos compartimentos, criando a barreira hematotesticular, garante a sobrevivência das células. Intensa vascularização no tecido conjuntivo frouxo, com células de defesa. Os espermatozóides começam a ser produzidos na puberdade, o indivíduo já tem o sistema imune todo formado quando chega na puberdade, porém começa a produzir as células novas, os espermatozóides, e o tecido conjuntivo circundante se não tivesse a barreira hematotesticular poderiam destruir essas células. 5.1. AS CÉLULAS DE SERTOLI REALIZAM DIVERSAS FUNÇÕES Suporte físico e nutricional das células germinativas em desenvolvimento. Fagocitose do citoplasma eliminado pelas espermátides durante a espermatogênese. Estabelece uma barreira hematotesticular através da formação de zônulas de oclusão entre as células de Sertoli adjacentes. Síntese e liberação da proteína de ligação a andrógeno (ABP), uma macromolécula que facilita o aumento da concentração de testosterona nos túbulos seminíferos através de sua ligação a ela, impedindo que ela deixe os túbulos. Síntese e liberação do hormônio antimulleriano, o qual impede a formação dos ductos de Muller, e 6 Renan Lopes Fernandes – MED104 assim estabelece a “masculinidade” do embrião em desenvolvimento. Síntese e secreção de inibina, um hormônio que inibe a liberação do hormônio FSH pela adeno- hipófise. Secreção de um meio rico em frutose que nutre e facilita o transporte dos espermatozoides para os ductos genitais. Síntese e secreção da transferrina testicular, uma apoproteína que capta o ferro da transferrina do soro e conduz para os gametas em maturação. 6. CÉLULAS DA LINHAGEM GERMINATIVA (SEMINÍFERA) Constitui a maioria das células do epitélio seminífero após a puberdade. Essas células possuem diferentes estágios de maturação. No compartimento basal estão localizadas as espermatogônias, enquanto no compartimento luminal estão a maioria das células em desenvolvimento, os espermatócitos primários, espermatócitos secundários, espermátides e espermatozoides. As espermatogônias são células diploides que sofrem divisão meiótica para formar mais espermatogônias. Os espermatócitos primários migram do compartimento basal para o compartimento luminal. Eles entram na primeira divisão meiótica para formar espermatócitos secundários, que sofrem a segunda divisão meiótica formando as espermátides (haploides). As espermátides transformam-se em espermatozoides pela eliminação de grande parte de seu citoplasma, do rearranjo de suas organelas e da formação de um flagelo. As células resultantes fazem parte do processo de maturação denominado espermatogênese, que possui três fases: Espermatocitogênese (espermatogônia): diferenciação das espermatogônias em espermatócitos primários. Acontece no ínicio da puberdade sob nível crescente de gonadotrofinas hipofisárias. Contínuo por toda a vida. Meiose (espermatocitica): divisão de redução por meio da qual espermatócitos primários diploides reduzem seu conteúdo cromossômico, formando espermátides haploides. Espermiogênese (espermática): transformação de espermátides em espermatozoides. 7 Renan Lopes Fernandes – MED104 7. CÉLULAS DE LEYDIG Estão dispersas entre os elementos do tecido conjuntivo da túnica vasculosa. Produzem e secretam testosterona. São células poliédricas, com núcleo único. São células produtoras de esteroides, que apresentam mitocôndrias com cristas tubulosas, um grande acúmulo de REL e um aparelho de Golgi bem desenvolvido. Possuem também algum REG e numerosas gotículas lipídicas, mas não possuem vesículas de secreção, porque a testosterona é liberada logo após a sua síntese ser completada. Também possui lisossomos e peroxissomos evidentes, assim como pigmentos de lipocromo (especialmente em homens idosos). Seu citoplasma contém proteínas cristalizadas, os cristais de Reinke, uma característica das células intersticiais humanas. São ativas na diferenciação fetal (hCG) e passam por um período de inatividade (2 a 3 meses após o parto), retornando a ativa na puberdade e então permanecendo por toda a vida. 7.1. TESTOSTERONA No embrião: desenvolvimento normal das gônadas; Puberdade: Início da produção dos espermatozóides/secreção das glândulas sexuais e desenvolvimento das características sexuais masculinas; Adulto: Manutenção da espermatogênese e das características sexuais secundárias; 7.2. CRIPTORQUIDIA A criptorquidia é a condição médica em que os testículos não descem para a bolsa escrotal, por causa de anomalias no desenvolvimento do abdômen inferior e órgãos genitais. É um problema comum entre os bebês. Assim que a criança nasce é importante verificar se os testículos estão situados na bolsa escrotal e observar como evolui o caso durante um ano. É importante atentar- se para o diagnóstico precoce, que evitará maiores complicações, como esterilidade e o desenvolvimento de neoplasias. Exames durante a gestação e logo após o nascimento podem detectar o problema nos testículos. 8 Renan Lopes Fernandes – MED104 8. DUCTOS GENITAIS Os ductos genitais podem subdivididos em duas categorias: Intratesticulares: localizados dentro dos testículos. Compostos pelos túbulos retos e pela rede testicular. Os ductos eferentes faz a transição dos ductos intratesticulares e dos extratesticulares. Extratesticulares: localizados fora dos testículos. Compostos pelo epidídimo, ducto deferente e ducto ejaculador. 8.1. TÚBULOS RETOS São curtos túbulos retilíneos contínuos aos túbulos seminíferos. Conduzem os espermatozoides formados pelo epitélio seminífero para a rede testicular. São revestidos pelas células de Sertoli em sua primeira metade próxima aos túbulos seminíferos, e por um epitélio simples cúbico em sua segunda metade, próxima a rede testicular. As células cuboides possuem curtos microvilos abaulados e a maioria possui um único flagelo. 8.2. REDE TESTICULAR É constituída por espaços labirínticos, revestidos por epitélio cúbico simples, localizados no interior do mediastino testicular. As células cuboides, que são semelhantes as dos túbulos retos, possuem numerosos microvilos curtos e um único flagelo. Os espermatozoides imaturos passam dos túbulos retos para a rede testicular. 8.3. DUCTOS EFERENTES 10 a 20 ductos, que estão localizados entre a rede testicular e o epidídimo. São túbulos curtos que drenam os espermatozoides da rede testicular e perfuram a túnica albugínea dos testículos, conduzindo os espermatozoides para o epidídimo. Nesse ponto, os ductos eferentes tornam-se confluentes com o epidídimo.O lúmen de cada ducto é revestido por um epitélio simples, que possui áreas de células cúbicas não- ciliadas que se alternam com regiões de células cilíndricas ciliadas. Esses agrupamentos de células epiteliais 9 Renan Lopes Fernandes – MED104 baixas e altas dão um aspecto festonado ao lúmen dos ductos. As células cúbicas são ricas em lisossomos, e sua membrana plasmática apical apresenta numerosas invaginações indicativas de endocitose. O epitélio simples está situado sobre uma lâmina basal que o separa da delgada parede de tecido conjuntivo frouxo de cada ducto. O tecido conjuntivo está envolvido por uma delgada camada de músculo liso cujas células estão dispostas circularmente. 8.4. EPIDÍDIMO Cada epidídimo é um delgado e longo túbulo altamente contorcido, dobrado, situado na região posterior do testículo. Pode ser dividido em três regiões: cabeça, corpo e cauda. A cabeça é formada pela união de ductos eferentes, torna-se altamente espiralada e continua com o corpo, de maneira igualmente espiralada. A porção distal da cauda, que armazena os espermatozoides por um curto espaço de tempo, perde suas convoluções à medida que se torna contínua com o ducto deferente. O lúmen do epidídimo é revestido por um epitélio pseudo-estratificado cilíndrico estereociliado, constituído por dois tipos de células: células basais e células principais. O epitélio do epidídimo é separado do tecido conjuntivo frouxo subjacente através de uma lâmina basal. Uma camada circular de células musculares lisas envolve a camadade tecido conjuntivo. Contrações peristálticas dessa camada auxiliam a condução dos espermatozoides para o ducto deferente. O epidídimo apresenta três principais funções: Transporte de espermatozoides (peristalse). Armazenamento de espermatozoides até a ejaculação (cauda do epidídimo). Maturação de espermatozoides (a partir do corpo do epidídimo). Estabilização da cromatina condensada; Modificações da carga de superfície da membrana plasmática; Aquisição de novas proteínas superficiais; Aquisição de motilidade para frente. 10 Renan Lopes Fernandes – MED104 8.4.1. CÉLULAS BASAIS São curtas e variam de piramidais a poliédricas. Apresentam núcleos arredondados com grandes acúmulos de heterocromatina, que dão um aspecto denso a essa estrutura. Têm citoplasma claro e com pouca quantidade de organelas. 8.4.2. CÉLULAS PRINCIPAIS São altas e possuem núcleos ovais irregulares, com dois grandes nucléolos, que são mais pálidos e estão localizados no citoplasma basal da célula. O citoplasma dessas células contém abundante REG, localizado entre o núcleo e a membrana plasmática de superfície basal. Também apresenta grande aparelho de Golgi supranuclear, numerosos túbulos e vesículas de REL localizados no citoplasma apical, endolisossomas e corpos multivesiculares. A membrana plasmática apical apresenta um grande número de vesículas pinocíticas e revestidas, situadas na base dos estereocílios que se projetam no lúmen do epidídimo. As células principais reabsorvem o fluido do lúmen, que é endocitado pelas vesículas pinocíticas e levado para os endolisossomas, onde é eliminado. Fagocitam restos citoplasmáticos que não foram removidos pelas células de Sertoli. Produzem glicerofosfocolina, prevenindo que o espermatozoide fertilize um ovócito secundário antes de entrar no trato genital feminino. 11 Renan Lopes Fernandes – MED104 8.5. DUCTO DEFERENTE Cada ducto deferente é um tubo muscular de parede espessa, com um pequeno lúmen irregular, que conduz os espermatozoides da cauda do epidídimo para o ducto ejaculador. Possuem células musculares lisas com axônio de nêuronios motores simpáticos, que atuarão na contração (clímax) na ejaculação. Possui um epitélio pseudo-estratificado cilíndrico estereociliado semelhante ao do epidídimo, porém com células principais mais baixas. Uma lâmina basal separa o epitélio do tecido conjuntivo frouxo fibro elástico subjacente, que possui numerosas pregas que dão um aspecto irregular ao lúmen. A espessa túnica de músculo liso que envolve o tecido conjuntivo é constituída por três camadas: camadas longitudinais interna e externa, e uma camada circular média interposta entre ambas. A túnica muscular é revestida por uma delgada camada de tecido conjuntivo frouxo fibroelástico. A porção terminal dilatada de cada ducto é denominada ampola, e apresenta uma mucosa espessa e altamente pregueada. Quando a ampola se aproxima da próstata, ela recebe o ducto da vesícula seminal. A continuação da junção da ampola com a vesícula seminal é denominada ducto ejaculatório. 8.6. DUCTO EJACULATÓRIO Cada ducto ejaculatório é um túbulo reto e curto, que penetra na próstata e é envolvido por ela. O ducto ejaculatório termina ao perfurar a região posterior da uretra prostática no colículo seminal. O lúmen do ducto ejaculatório é revestido por um epitélio simples cilíndrico. O tecido conjuntivo subepitelial é pregueado, dando aspecto irregular ao lúmen. Não possui músculo liso em sua parede. 12 Renan Lopes Fernandes – MED104 8.6.1. VASECTOMIA Consiste em seccionar os canais deferentes, que conduzem os espermatozóides dos testículos em direção ao meio externo. O esperma continua sendo produzido e os hôrmonios sexuais masculinos continuam sendo fabricados e lançados no sangue. Assim, o homem possui desejo sexual, é potente e ejacula normalmente. Método de esterilização masculina definitiva a longo prazo. Cirurgia indolor Obs: Vasovasostomia é a cirurgia de reversão da Vasectomia. 9. GLÂNDULAS GENITAIS ACESSÓRIAS O sistema reprodutor masculino possui cinco glândulas acessórias: um par de vesículas seminais, uma próstata e um par de glândulas bulbouretrais. 9.1. VESÍCULAS SEMINAIS As duas vesículas seminais são estruturas tubulosas e altamente contorcidas, que estão localizadas entre a região posterior do colo da bexiga e a próstata e se unem à ampola do ducto deferente logo acima da próstata. A mucosa das vesículas é altamente contorcida, formando fundos-de- saco semelhantes a labirintos, que são observados abrindo em um lúmen central. O lúmen é revestido por um epitélio pseudo-estratificado cilíndrico composto de células basais curtas e células cilíndricas baixas. Cada célula cilíndrica possui numerosos microvilos curtos e um flagelo único que se projeta no lúmen da glândula. O citoplasma dessas células apresenta REG, aparelho de Golgi, numerosas mitocôndrias, algumas gotículas lipídicas e de lipocromo, e abundantes grânulos de secreção. A altura das células varia com os níveis de testosterona no sangue. O tecido conjuntivo subepitelial é fibroelástico e é envolvido por células musculares lisas dispostas em uma camada circular interna e uma camada longitudinal externa. A túnica do musculo liso é circundada por uma delgada camada de tecido conjuntivo fibroelástico (adventícia). 13 Renan Lopes Fernandes – MED104 As vesículas seminais produzem um fluido seminal rico em frutose de cor amarelada. A frutose é a fonte de energia para os espermatozoides. A cor amarelada deve-se ao pigmento lipocromo liberado pelas vesículas. Secreção de líquido viscoso que constitui 70-80% do ejaculado humano: Proteínas seminais coagulantes; Frutose (maior fonte de energia para os espermatozóides) Prostaglandinas Lipocromo (confere a cor amarela-clara ao sêmen) 9.2. PRÓSTATA É a maior das glândulas acessórias e é atravessada pela uretra e perfurada pelos ductos ejaculatórios. A delgada cápsula desta glândula é constituída por tecido conjuntivo denso não- modelado, ricamente vascularizado, entremeado por células musculares lisas. O estroma de tecido conjuntivo desta glândula é derivado da cápsula e consequentemente é enriquecidopor fibras musculares lisas, além das células normais do tecido conjuntivo. A próstata é um conglomerado de 30 a 50 glândulas tubuloalveolares compostas individuais e dispõe em três camadas distintas concêntricas: glândulas periuretais da mucosa, glândulas periuretais da submucosa e glândulas principais. Cada glândula possui o seu próprio ducto, que lança o produto de secreção na uretra prostática. Glândulas da mucosa: são as mais próximas da uretra e, por isso, são as glândulas mais curtas. Glândulas da submucosa: são periféricas às glândulas da mucosa e são mais longas. Glândulas principais: são as maiores e mais numerosas, e constituem a maior parte da próstata. 14 Renan Lopes Fernandes – MED104 As unidades secretoras da próstata são revestidas por um epitélio simples cilíndrico a pseudo-estratificado, cujas células são dotadas com organelas responsáveis pela síntese e acondicionamento de proteínas e consequentemente possuem REG abundante, aparelho de Golgi grande, numerosos grânulos de secreção e muitos lisossomos. O lúmen dos alvéolos prostáticos frequentemente contém concreções prostáticas (corpos amiláceos), arredondados a ovais, compostas por glicoproteínas calcificadas, que aumentam em número com o avanço da idade. A secreção prostática constitui uma parte do sêmen. É um liquido seroso, branco, rico em lipídios, enzimas proteolíticas, fosfatase ácida, fibrinolisina e ácido cítrico. A formação, síntese e liberação das secreções prostáticas são reguladas pela diidrotestosterona, a forma ativa da testosterona. Hiperplasia prostática benigna afeta as glândulas da mucosa principlamente, pois pressionam a uretra, dificultando a saída da urina. Função: Secreção de líquido alcalino que: neutraliza o conteúdo vaginal ácido, proporciona nutrientes e transporte para os espermatozóides e liquefaz o sêmen. A partir de uma enzima vai ter a formação da diidrotestoterona, a partir da testosterona. Vai ter a secreção de fosfatase ácida específica da próstata, amilase, fibrinolisina, antígeno prostático específico (PSA), que é um valioso marcador para detecção precoce do câncer de próstata. 9.3. GLÂNDULAS BULBOURETRAIS As glândulas bulbouretrais são pequenas e estão localizadas na raiz do pênis, junto ao início da uretra membranosa. Sua cápsula fibroelástica contém fibroblastos, células musculares lisas, fibras musculares esqueléticas derivadas dos músculos do diafragma urogenital. Septos derivados da cápsula dividem cada glândula em vários lóbulos, cotendo porções secretoras tubuloalveolares e um ducto excretor que desemboca na uretra peniana O epitélio destas glândulas tubulosas varia de cúbico simples a cilíndrico simples. Função: Secreção mucosa (galactose e ácido siálico). Lubrificante. Precede a emissão do sêmen ao longo da uretra peniana. Neutralizar os ácidos da uretra. 15 Renan Lopes Fernandes – MED104 9.4. PÊNIS O pênis é composto por três colunas de tecido erétil, cada qual contida dentro de uma cápsula de tecido conjuntivo denso fibroso, a túnica albugínea. Duas das colunas de tecido erétil, os corpos cavernosos, estão localizadas dorsalmente; suas túnicas albugíneas são descontinuas em algumas regiões, permitindo a comunicação entre seus tecidos eréteis. A terceira coluna, o corpo esponjoso, está localizada ventralmente. Como o corpo esponjoso contém a porção peniana da uretra, é também denominado de corpo cavernoso da uretra. A região distal do corpo esponjoso termina em uma porção bulbosa dilatada, a glande do pênis. Os três corpos de tecido erétil estão envolvidos por uma bainha comum de tecido conjuntivo frouxo e cobertos por uma pele fina sem hipoderme. A pele da porção proximal do pênis possui numerosas glândulas sebáceas e sudoríparas. A porção distal do pênis apresenta apenas algumas glândulas sudoríparas. A pele continua distalmente em direção em direção à glande do pênis formando o prepúcio, o qual é revestido por uma membrana mucosa úmida de epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado. 9.5. O TECIDO ERÉTIL Contém numerosos espaços de formato variado, revestidos por endotélio e separados uns dos outros por trabéculas de tecido conjuntivo e células musculares lisas. Os espaços vasculares dos corpos cavernosos são maiores no centro e menores na periferia, próximos a túnica albugínea. Os espaços vasculares do corpo esponjoso apresentam tamanhos semelhantes ao longo de toda a sua extensão. As trabéculas do corpo esponjoso contêm mais fibras elásticas e menos células musculares lisas do que as dos corpos cavernosos. Os tecidos eréteis dor corpos cavernosos recebem sangue dos ramos das artérias profunda e dorsal do pênis, os quais penetram nas paredes das trabéculas do tecido e formam plexos capilares. A drenagem venosa ocorre através de três grupos de veias, os quais são drenados pela veia dorsal profunda.
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