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Nacionalidade – Wikipédia a enciclopédia livre

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Índice
1 Natureza
2 Aquisição
2.1 Originária
2.2 Derivada
3 Polipatria e apatridia
4 Nacionalidade brasileira
5 Ver também
6 Referências
Nacionalidade
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em direito, nacionalidade é o vínculo jurídico de direito público interno entre uma pessoa e um Estado. A
nacionalidade pressupõe que a pessoa tenha determinados direitos frente ao Estado de que é nacional, como o
direito de residir e trabalhar no território do Estado, o direito de votar e ser votado (este, conhecido como
cidadania), o direito de não ser expulso ou extraditado e o direito à proteção do Estado (inclusive a proteção
diplomática e a assistência consular, quando o nacional se encontra no exterior), dentre outros.
A verificação da nacionalidade de uma pessoa é importante, pois permite distinguir entre nacionais e
estrangeiros, que têm direitos diferentes. Ademais, nos Estados que adotam o critério da nacionalidade (lex
patriæ) para reger o estatuto pessoal, a determinação da nacionalidade da pessoa é imprescindível ao direito
internacional privado. Por último, na aplicação da proteção diplomática à pessoa no exterior, é essencial
conhecer a sua nacionalidade.
Pode também, por outro lado, constituir certos deveres para a pessoa em relação ao Estado (por exemplo, o
serviço militar, obrigatório em alguns países).
A nacionalidade de uma pessoa jurídica costuma ser a do Estado sob cujas leis foi constituída e registrada.
Natureza
A sociologia atribui ao termo nacionalidade significado diverso do que
lhe é conferido pelo direito, referindo-se a uma nação ou a um grupo
étnico (indivíduos com as mesmas características: língua, religião, hábitos
etc.). Embora a etimologia de nacionalidade evidentemente contenha a
palavra nação, a dimensão jurídica do termo refere-se ao vínculo entre
uma pessoa e um Estado, não entre uma pessoa e uma nação.
Tradicionalmente, nenhum ramo da ciência jurídica pode alegar
exclusividade no estudo do instituto da nacionalidade. Dessa forma,
áreas tão diferentes como o direito internacional público, o direito
internacional privado e o direito constitucional costumam dedicar um
capítulo de seus livros acadêmicos ao tema.
De qualquer modo, como já assinalado acima, a nacionalidade é uma relação de direito público interno; o
corolário desta definição é o princípio de que as questões relativas à aquisição ou perda de uma nacionalidade
específica são, via de regra, reguladas pelas leis do Estado cuja nacionalidade é reivindicada ou contestada. Em
outras palavras, cada Estado define, de maneira exclusiva, a sua própria nacionalidade, a quem atribuí-la e de
quem cassá-la. Os eventuais tratados internacionais sobre nacionalidade são aplicáveis apenas aos Estados que
consentiram em se lhes submeter, nos termos do direito internacional. Evidentemente, uma vez que um Estado
assuma um compromisso juridicamente vinculante acerca de nacionalidade, no campo do direito internacional
(por exemplo, ao ratificar um tratado sobre o tema), está obrigado a cumpri-lo. .
Aquisição
A nacionalidade pode ser adquirida pela pessoa natural no momento do nascimento (aquisição originária) ou
posteriormente, por meio da naturalização, quer voluntária, quer imposta (aquisição derivada ou secundária).
[1]
[2]
[3]
[4]
Originária
A nacionalidade originária é atribuída no momento do nascimento e constitui-se na principal forma de
concessão da nacionalidade por um Estado.
A nacionalidade originária pode ser adquirida por:
ius sanguinis; ou
ius soli.
Segundo a regra atribuidora de nacionalidade originária conhecida como ius sanguinis ("direito de sangue", em
latim), é nacional de um Estado o filho(a) de um nacional daquele Estado; em outras palavras, trata-se da
nacionalidade por filiação. A maioria dos países que adotam o ius sanguinis como regra de atribuição de
nacionalidade estipula que esta é transmitida tanto pelo pai quanto pela mãe (ambilinear). Todavia, alguns países
(como o Líbano e a Síria) adotam o ius sanguinis patrilinear (somente o pai transmite a nacionalidade). O local
do nascimento é irrelevante para esta regra, que é a mais utilizada pelos sistemas legais europeus. Sua adoção é
justificada por países de tradição emigratória (como os europeus) como uma maneira de manter o vínculo com
o emigrante e sua família no exterior.
Já o ius soli ("direito do solo") estabelece como critério originário de atribuição de nacionalidade o território
onde nasceu o indivíduo. Segundo esta regra, não importa a nacionalidade dos pais, apenas o local do
nascimento da criança. É a regra mais favorecida pelos países de imigração (como os das Américas), que
buscam acolher a família do imigrante e assimilá-la à sociedade local.
Os países adotam em seu direito uma ou outra forma de atribuição de nacionalidade originária,
preponderantemente, mas nenhum deixa hoje de atenuar a regra principal com elementos de ambas as formas.
Dessa maneira, um país europeu pode reconhecer a filiação como critério principal da sua nacionalidade, mas
contemplará também a possibilidade de estendê-la, pelo menos em alguns casos, aos nascidos em seu território.
Da mesma maneira, um país americano que adote tradicionalmente o ius soli reconhecerá casos de atribuição
de sua nacionalidade aos nascidos no exterior de pai ou mãe seus nacionais.
Derivada
A nacionalidade derivada é adquirida mediante naturalização, definida como o ato pelo qual alguém adquire a
nacionalidade de outro país. Costuma ocorrer mediante solicitação, escolha ou opção do indivíduo e por
concessão do Estado cuja nacionalidade é solicitada.
Em tese, há, porém, casos de naturalização não diretamente solicitada e, por vezes, até mesmo forçada. É
exemplo do primeiro caso a chamada "grande naturalização" empreendida pela constituição do Império do
Brasil, que tornou brasileiros todos os nacionais portugueses que mantiveram sua residência no país após a
independência, em 1822.
Polipatria e apatridia
Idealmente, para evitar conflitos jurídicos, cada pessoa deveria ter apenas uma nacionalidade, sendo portanto
súdito de apenas um Estado. Na prática, porém, podem ocorrer (e freqüentemente ocorrem) casos de
indivíduos com mais de uma nacionalidade ("polipatria"). Tais casos surgem quando há uma concorrência
positiva dos critérios de ius sanguinis e ius soli. Um exemplo hipotético é o nascimento, no Brasil (a lei
brasileira adota o critério do ius soli como regra geral) do filho de um casal de italianos (a Itália adota o ius
sanguinis); o filho será brasileiro, porque nasceu no Brasil, e ao mesmo tempo italiano, porque descende de
pais italianos. Outro exemplo: o nascimento, no Brasil, de um filho de pai italiano e mãe alemã; o filho será
[5]
[6]
[7]
[8]
brasileiro (ius soli), italiano e alemão (ius sanguinis). Convém esclarecer que os exemplos acima são
hipotéticos e que outras regras, estabelecidas por cada um daqueles Estados, podem aplicar-se aos casos.
O outro extremo é a apatridia: a concorrência negativa dos critérios de ius sanguinis e ius soli. Por exemplo,
sejam, por hipótese, as regras atribuidoras de nacionalidade do Uruguai e da Itália apenas o ius soli e o ius
sanguinis, respectivamente. O filho de uruguaios nascido em território italiano não teria nem a nacionalidade
uruguaia (pois não nasceu no Uruguai) nem a italiana (não é descendente de italianos). Seria, neste caso
hipotético, apátrida, ou seja, sem nacionalidade. A Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas
(http://www2.mre.gov.br/dai/conapatri.htm) , de 1954, representa um esforço da comunidade internacional no
sentido de evitar ou mitigar a apatridia, ao estipular que os Estados-membros devem conferir aos apátridas os
mesmos direitos outorgados aos estrangeiros.
Nacionalidade brasileira
A Constituição Federal de 1988 adota, para a concessão da nacionalidade brasileira originária, critérios que
mesclam aspectos de ius soli e ius sanguinis. Seu artigo 12 define que são brasileiros natos os nascidos em
território brasileiro, ainda que de pais estrangeiros, desde que nenhumdeles esteja a serviço de Governo
forâneo; e os nascidos no estrangeiro, de pais brasileiros, desde que ao menos um deles esteja a serviço do
Governo brasileiro ou desde que a criança seja registrada em Embaixada ou Consulado brasileiro ou, ainda,
desde que venha a residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira.
Por "território brasileiro", deverá entender-se a) espaço terrestre delimitado pelas fronteiras geográficas; b) mar
territorial; c) espaço aéreo; d) navios e aeronaves de guerra brasileiros; e) embarcações comerciais brasileiras,
ainda que em alto mar ou exercendo o direito de passagem inocente pelo mar territorial estrangeiro, e f)
aeronaves civis brasileiras, ainda que em voo sobre espaço aéreo internacional ou estrangeiro .
Quanto à concessão de nacionalidade brasileira derivada, a Constituição define dois tipos básicos de
naturalização: a comum e a extraordinária. Na modalidade comum, requer-se do estrangeiro nascido em país de
língua portuguesa residência no Brasil por pelo menos um ano, capacidade civil e idoneidade moral; aos
nascidos em outros países, exigem-se residência de, em regra, quatro anos, capacidade civil, ler e escrever em
português, boa conduta, emprego fixo ou posse de bens e inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação
por crime doloso . A concessão da nacionalidade comum é um ato soberano e discricionário do Estado
brasileiro. Já na modalidade extraordinária, o estrangeiro de qualquer origem que resida no Brasil há mais de 15
anos terá direito subjetivo à nacionalidade brasileira.
Ver também
naturalização
dupla-nacionalidade
nacionalidade brasileira
nacionalidade italiana
nacionalidade portuguesa
Referências
1. ↑ Miranda, p. 352, apud Guimarães, p. 2.
2. ↑ Guimarães, p. 1.
3. ↑ Por exemplo, a Convenção Européia sobre Nacionalidade (http://www.gddc.pt/cooperacao/materia-civil-
comercial/ce/rar19_2000.html) .
4. ↑ Guimarães, p. 10.
5. ↑ Guimarães, p. 10.
[9]
[10]
6. ↑ Guimarães, p. 39.
7. ↑ Guimarães, p. 12.
8. ↑ Guimarães, p. 12.
9. ↑ http://jus.com.br/revista/texto/3050/nacionalidade-brasileira
10. ↑ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6815.htm
BROWNLIE, Ian - Principles of Public International Law, 6ª edição, Oxford, 2003.
DAL RI JÚNIOR, Arno et Oliveira, Maria Helena de (org.) - Cidadania e nacionalidade: efeitos e
perspectivas, 2ª edição. Ijuí: Editora Unijuí, 2003.
DOLINGER, Jacob - Direito Internacional Privado (Parte Geral), 2ª edição, Renovar, 1993.
GUIMARÃES, Francisco Xavier da Silva - Nacionalidade: Aquisição, Perda e Reaquisição, 1ª
edição, Forense, 1995.
SILVA, José Afonso da - Curso de Direito Constitucional Positivo, 9ª edição, Malheiros, 1992.
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Categorias: Direito internacional público Nacionalidade
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