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Exame Físico Geral

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DEFINIÇÃO 
 
Também conhecido como somatoscopia, é o exame físico 
geral, por meio dele são obtidos dados gerais do paciente 
independente do sistema corporal. 
 É a avaliação global do doente, caracteriza a primeira 
etapa do exame físico. 
 
SEMIOTÉCNICA 
 
Paciente deve ser examinado em decúbito, sentado, em pé 
e andando. É importante também a iluminação do local e onde 
será realizado o atendimento. 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO GERAL 
 
Avaliação subjetiva que tem como base o conjunto de dados 
exibidos pelo paciente. 
 DESCRIÇÃO DO ESTADO: Estado geral bom, estado 
geral regular ou levemente comprometido, estado 
geral ruim ou muito comprometido. 
 Importante para compreender o nível que a doença 
atingiu o corpo como um todo. 
↝ Serve de alerta para patologias com poucos ou 
muitos sintomas. 
 
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
 
Implica dois aspectos: avaliação neurológica e psiquiátrica. 
° ESTADO DE VIGÍLIA: Percepção consciente do mundo 
exterior e de si mesmo. 
 Coordenado pelo sistema reticulotalâmico. 
° OBNUBILADO: Paciente apresenta distúrbios de ideação e 
certa confusão mental. 
° SONOLÊNCIA: Paciente possui a tendência de manter os 
olhos fechados, porém, quando estimulado mantém diálogo. 
° TORPOR: Paciente responde monossilabicamente à dor. 
 
 
 
° COMA: 
 LEVE, VÍGIL, GRAU I: Comprometimento leve da 
consciência, paciente atende a ordens simples, como 
abrir e fechar os olhos, levantar os braços e 
responder a perguntas pessoais, porém, não 
mantém contato verbal. 
↝ Reage de modo apropriado aos estímulos 
dolorosos. 
↝ Deglutição é normal. 
 MÉDIO, GRAU II: Perda de consciência quase total, 
paciente possui perceptividade bastante reduzida. 
Só responde mediante a estímulos dolorosos 
enérgicos e desapropriadamente. 
↝ Deglutição com dificuldade; 
↝ Reflexo tendinosos, cutâneos e pupilar estão 
preservados. 
 PROFUNDO, CARUS, GRAU III: Perda de consciência 
completa, paciente não responde a solicitações 
externas. Possui perceptividade zero, não deglute 
água e nenhum estimulo doloroso desperta reações. 
↝ Arreflexia tendinosa, cutânea e pupilar, 
relaxamento completo da musculatura e 
incontinência esfinctérica. 
 DEPASSÉ, GRAU IV: Elementos do grau III, porém, há 
comprometimento das funções vitais: Parada 
respiratória (apneia), a respiração é mecânica. 
↝ Estado quase sempre irreversível, possui EEG 
com silêncio elétrico cerebral. 
° FATORES PARA ANÁLISE: 
 PERCEPTIVIDADE: Capacidade de responder a 
perguntas simples ou informar nome de familiares 
ou endereço, faz cálculos e atende a ordens. 
 REATIVIDADE: Capacidade de reagir a estímulos 
inespecíficos, como desviar os olhos e a cabeça para 
um local que está provocando um barulho. 
↝ Pode ser avaliada em relação à dor. 
 DEGLUTIÇÃO: Capacidade de levar os alimentos à 
boca e deglutir. 
 REFLEXOS: Respostas às manobras dos reflexos 
tendinosos, plantares, cutâneos, abdominais e pupilares. 
° ESCALA DE COMA DE GLASGOW: Possui valor mínimo de 
3 e o máximo 15. Quando o paciente pontua 8 ou menos é 
indicativo de intubação orotraqueal e suporte ventilatório. 
 
 AVALIAÇÃO DAS PUPILAS: Quando o paciente não 
possui reflexo pupilar, perde 2 pontos da escala. 
↝ INEXISTENTE: Nenhuma pupila reage ao estímulo da 
luz; 
↝ PARCIAL: Perde 1 ponto, apenas uma das pupilas 
reage a luz; 
↝ COMPLETA: As duas pupilas reagem ao estimulo 
da luz. 
 
 
FALA E LINGUAGEM 
 
° DISFONIA OU AFONIA: Alteração no timbre da voz. A voz 
pode estar rouca, fanhosa ou bitonal. 
° DISLALIA: Alterações menores na fala, comum em 
crianças com troca das letras. 
 DISRITMOLALIA: Distúrbio no ritmo da fala. Gagueira e 
taquilalia. 
° DISARTRIA: Alterações nos músculos da fonação, 
incoordenação cerebral (voz arrastada), hipertonia no 
Parkinsonismo (voz baixa, monótona, lenta), perda do 
controle piramidal (paralisia pseudobulbar). 
 É a dificuldade na articulação da palavra. 
° DISFASIA: Perturbação na elaboração cortical da fala. 
Possui diversos graus, desde alterações mínimas até 
perda total da fala. 
 RECEPÇÃO ou SENSORIAL: Paciente não entende o 
que é falado; 
 EXPRESSÃO ou MOTORA: Paciente entende mas não 
consegue expressar. 
 MISTO: É o mais frequente. 
 
PADRÃO RESPIRATÓRIO 
 
É importante avaliar a frequência respiratória do paciente 
e as condições, se o indivíduo está respirando de forma 
confortável ou não. 
 EUPNEICO: FR normal, 14-20 irpm; 
 DISPNEICO: Sensação desagradável de cansaço, em 
conjunto a insuficiência respiratória. 
 TAQUIPNÉIA: FR aumentada > 20 irpm; 
 BRADIPNÉIA: FR diminuída < 20 irpm. 
 
FÁCIES 
 
Conjunto de dados exibidos na face do paciente. Resultante 
dos traços anatômicos + expressão fisionômica. 
° NORMAL/ATÍPICA: Comporta muitas variações, mas é 
necessário identificar no rosto do paciente sinais de 
tristeza, ansiedade, medo, indiferença, apreensão. 
° ANORMAL/TÍPICA: Aspecto da face modificada pela 
doença; 
 MONGOLOIDE: A principal característica está na 
fenda palpebral, sendo uma prega cutânea 
(epicanto), tornando os olhos oblíquos, distantes um 
do outro. Rosto redondo, boca entreaberta 
expressão de pouca inteligência. 
 
 LEONINA: As lesões são produzidas pelas lesões do 
mal de Hansen. Pele espessa e possui grande número 
de lepromas de tamanhos variados e confluentes. Há 
caimento dos supercílios, espessamento e 
alargamento do nariz, lábios grossos e proeminentes. 
Bochechas deformadas, barba desaparece. 
 
 PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA: Assimetria da face, 
com a impossibilidade de fechar as pálpebras, desvio 
da rima oral para o lado normal, apagamento do sulco 
nasolabial. 
 
 BASEDOWIANA: O traço mais característico está nos 
olhos, exoftálmicos e brilhantes, em um rosto magro. 
Expressão indica vivacidade, mas as vezes pode indicar 
espanto e ansiedade. Presença de bócio. 
↝ Indica hipertireoidismo. 
 
 MIXEDEMATOSA: Rosto arredondado, nariz e lábios 
grossos, pele seca, espessa e acentuação dos sulcos. 
Pálpebras infiltradas e enrugadas. Supercílios 
escassos e cabelos secos sem brilho. Expressão que 
indica desânimo e apatia. 
↝ Indica hipotireoidismo. 
 
 HIPOCRÁTICA: Olhos fundos, parados, inexpressivos, 
nariz afilado e lábios delgados. Observa-se batimento 
das asas do nariz. Rosto coberto por suor, palidez 
cutânea e discreta cianose labial. 
↝ Indica doença grave 
 
 RENAL: Edema predominante ao redor dos olhos, 
palidez cutânea. 
↝ Observada em doenças difusas dos rins, como 
síndrome nefrótica e glomerulonefrite difusa 
aguda. 
 
 ADENOIDIANA: Nariz pequeno e afilado, boca 
entreaberta 
↝ Indivíduos portadores de hipertrofia das 
adenoides. 
 
 PARKINSONIANA: Cabeça inclinada para frente e 
imóvel, olhar fixo, supercílios elevados e a fronte 
enrugada, com expressão de espanto. Figura de 
máscara. 
 
 
 ACROMEGÁLICA: Saliência das arcadas 
supraorbitárias, proeminência das maçãs do rosto e 
maior desenvolvimento do maxilar inferior, aumento do 
nariz, lábios e orelhas. Olhos pequenos. 
 
 CUSHINGOIDE/LUA CHEIA: Arredondamento do rosto, 
atenuação dos traços faciais e aparecimento de acne 
(secundário). 
 
 DEPRESSÃO: Cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos 
em um ponto distante, sulco nasolabial acentuado e 
canto da boca rebaixado. Expressões de indiferença, 
tristeza, sofrimento moral. 
 
 PSEUDOBULBAR: Súbitas crises de choro ou riso, 
involuntárias, as quais o paciente tenta conter e dá um 
aspecto espasmódico a face. 
↝ Aterosclerose cerebral. 
 
 MIASTÊNICA/HUTCHINSON: Ptose palpebral bilateral, 
com isso o paciente vai franzir a testa e levantar a 
cabeça. 
↝ Miastenia gravis. 
 
 
 DEFICIENTE MENTAL: Difícil descrição, traços faciais 
apagados e grosseiros, boca entreaberta com 
salivação. Hipertelorismo e estrabismo, olhar 
desprovido de objetivo e olhos se movimentam sem 
se fixar. Voz grave com meias-palavras. 
 
 ETÍLICA: Olhos avermelhados e ruborização da face, 
hálito etílico,
voz pastosa e sorriso meio indefinido. 
 
 ESCLERODÉRMICA/MÚMIA: Imobilidade facial, devido 
a alterações na pele, que torna-se apergaminhada, 
endurecida e aderente aos planos profundos, 
repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e 
imobilização das pálpebras. Fisionomia inexpressiva. 
 
 
ATITUDE E DECÚBITO NO LEITO 
 
Atitude é a posição adotada pelo paciente no leito ou fora, 
devido a comodidade, habito ou alivio. As posições podem 
ser conscientes (voluntarias) e outras são involuntárias 
pois são resultantes dos estímulos cerebrais. 
° VOLUNTÁRIAS: 
 ORTOPNEICA: Paciente fica nessa posição devido a 
falta de ar devido a insuficiência cardíaca, asma 
brônquica e ascites volumosas. As mãos estão 
normalmente apoiadas na cama para melhorar a 
respiração. Em estados graves, o paciente deita-se 
com os pés estendidos e deixa o tórax mais ereto 
possível. 
 
 GENUPEITORAL/PRECE MAOMETANA: Paciente de 
joelho com o tronco fletido sobre as coxas e peito em 
contato com o chão. Rosto sobre as mãos, que estão 
apoiada no chão. 
↝ Facilita o enchimento do coração no caso de 
derrame pericárdico. 
 
 DE CÓCORAS: Observada em crianças com cardiopatia 
congênita cianótica. Alivia a hipóxia generalizada, devido 
a diminuição do retorno venoso para o coração. 
 
 PARKINSONIANA: Em pé apresenta semiflexão da 
cabeça, tronco e MMII e quando caminha parece estar 
correndo atrás do seu eixo de gravidade. 
 
 DECÚBITO: 
↝ LATERAL (D ou E): Normalmente é adotada quando 
há dor de origem pleurítica, reduzindo a 
movimentação dos folhetos pleurais, deita-se 
sobre a dor. 
↝ DORSAL: Pernas fletidas sobre as coxas e estas 
sobre a bacia. Observa-se em processos 
inflamatórios pelviperitoneais. 
 
↝ VENTRAL: Comum em casos de cólica intestinal, 
paciente deita-se de bruços. 
 
 
° INVOLUNTÁRIAS: 
 PASSIVA: Paciente fica na posição que foi colocado 
no leito, não há contratura muscular. 
↝ Pacientes inconscientes ou comatosos. 
 ORTÓTONO: Todo o tronco e membros encontram-
se rígidos, sem se curvarem. 
 OPISTÓTONO: Atitude decorrente da contratura da 
musculatura lombar. O corpo se apoia na cabeça e 
calcanhares. 
↝ Tétano, meningite. 
 
 EMPROSTÓTONO: Ocorre no tétano, meningite, 
raiva, o corpo fica em concavidade voltada para 
frente. 
 PLEUROSTÓTONO: Raro, observado no tétano, 
meningite e raiva. Corpo se curva lateralmente. 
 POSIÇÃO DE GATILHO: Observa-se na irritação 
meníngea, mais comum em crianças, apresenta-se 
com hiperextensão da cabeça, flexão das pernas 
sobre as coxas e encurvamento do tronco para 
frente. 
 
 TORCICOLO E MÃO PÊNDULA DA PARALISIA 
RADIAL: Involuntárias de determinado segmento. 
MARCHA 
 
Muito importante para verificar afecções neurológicas. A 
marcha normal pode apresentar variações, pois cada 
indivíduo tem sua forma de andar. 
 SENIL: Aumento da flexão dos cotovelos, cintura e 
quadril. Diminuição do balanço dos braços, 
levantamento dos pés e comprimento dos passos. 
 ATÍPICA: 
↝ PARKINSONIANA: Flexão dos cotovelos e caminha 
como se estivesse contando dinheiro (tremor de 
repouso), petit pass, cambaleando, oscilando e 
rigidez dos membros. 
 
↝ ATAXICA, CEREBELAR ou DO ÉBRIO: A incoordeção 
é de origem cerebelar ou o alcoolismo. Indivíduo 
alarga a base e anda cambaleando. 
 
↝ CLAUDICANTE: Ocorre em pacientes com 
insuficiência vascular, diabetes + dermatite ocre, 
com isso, andam mancando. 
↝ ESCARVANTE: Ocorre em pacientes com Hansen 
que tiveram lesão fibular ou no nervo ciático, o pé 
fica pêndulo (cavando). O pé não faz flexão. 
 
 
 
MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS 
 
° TREMORES: Movimentos alternantes, +/- rápidos e 
regulares, pequena ou média amplitude, afeta 
principalmente as partes distais dos membros. 
 MANOBRAS: 
↝ Paciente estende a mão com as palmas para 
baixo e dedos separados. Coloca-se uma folha no 
dorso de uma das mãos, ampliando os 
movimentos. 
 
↝ Pede para que coloque a ponta do dedo no nariz 
ou leve um copo a boca, identificando assim, a 
presença de tremores de repouso ou de ação. 
 TIPOS: 
↝ REPOUSO: Desaparece com os movimentos e 
sono, tremor oscilatório, mais evidente nas mãos. 
Ocorre no Parkinsonismo. 
↝ ATITUDE ou POSTURA: Surge quando o membro 
é colocado em determinada posição, não é muito 
evidente no repouso ou movimento. Comum no 
pré-coma hepático quando é feito o flapping e 
na doença de Wilson. O mais comum é o tremor 
familiar, é regular, não muito grosseiro e 
acentuado com as emoções, acomete várias 
pessoas da família. 
↝ AÇÃO: Surge ou se agrava no movimento. 
Ocorre em doenças cerebelares. 
↝ VIBRATÓRIO: Fino e rápido, ocorre no 
hipertireoidismo, alcoolismo e neurossífilis, 
principalmente de origem emocional. 
 
° MOVIMENTOS COREICOS: Amplos, desordenados, 
inesperados e arrítmicos, multiformes e sem finalidade. 
Ocorre na face, MMSS e MMII. Quando mais frequentes 
são facilmente observados. Para verificar com uma 
melhor precisão, o paciente fica relaxado e sentado à 
beira do leito com as pernas pendentes. 
 
 COREIA DE SYDENHAM/INFANTIL/DANÇA DE SÃO 
GUIDO: Etiologia infecciosa, relacionada com a moléstia 
reumática. 
 COREIA DE HUNTINGTON: Distúrbio neurológico 
hereditário raro, movimentos corporais anormais e 
incoordenação, afeta habilidades mentais e aspectos 
de personalidade. 
 
° MOVIMENTOS ATETÓSICOS: Ocorrem nas extremidades, 
movimentos lentos e estereotipados, lembra os 
movimentos dos tentáculos do polvo. Uni ou bilaterais. 
Ocorre devido a lesões nos núcleos da base, como sequela 
de impregnação cerebral por hiperbilirrubinemia do 
recém-nascido (Kernicterus). 
 
° HEMIBALISMO: Movimentos abruptos, violentos, grande 
amplitude, rápidos e limitados a uma metade do corpo. 
Muito raros e ocorrem devido a lesões extrapiramidais. 
 
° MIOCLONIAS: Contrações musculares breves, rítmicas ou 
arrítmicas, localizadas ou difusas, acomete um musculo ou 
grupo muscular. Ocorrem devido a descargas de neurônios 
subcorticais, nas epilepsias (pequeno mal). 
° MIOQUINIAS: Contrações fibrilares ondulatórias, em 
músculos íntegros, no orbicular das pálpebras, quadríceps 
e gêmeos. 
 
° ASTERIX/FLAPPING: Movimentos rápidos, amplitude 
variável, nos segmentos distais, similar ao bater das asas. 
Frequente na insuficiência hepática, podendo ser 
encontrado no coma urêmico. 
 
° TIQUES: Movimentos que se repetem sucessivamente, 
domináveis pela vontade, funcionais ou orgânicos. 
 MOTORES: 
↝ SIMPLES: Grupos musculares isolados, 
piscamentos, abertura da boca, balanceio da 
cabeça e pescoço, elevação dos braços ou 
fechamento dos punhos. 
↝ COMPLEXOS: Padrões elaborados de movimentos, 
contrações faciais bizarras, desvios oculares, 
pulos na marcha, tocar ou cheirar objetos, 
gesticulação obscena. 
 VOCAIS: 
↝ SIMPLES: Limpar a garganta, grunhidos, estalos 
com lábios ou língua. 
↝ COMPLEXOS: Palavras ou fragmentos, frases 
curtas, elementos musicais, repetição da última 
palavra ouvida ou emitida. 
 
° CONVULSÕES: Movimentos musculares súbitos e 
incoordenados, involuntários e paroxísticos, 
generalizadas ou localizados. 
 TÔNICAS: Mantidas permanentemente e imobilizam 
as articulações. 
 CLÔNICAS: Rítmicas, alterna entre contrações e 
relaxamento, ritmo +/- rápido. 
 TÔNICO-CLÔNICAS 
 Ocorre na epilepsia, tétano, estados hipoglicêmicos, 
intoxicações exógenas, tumores cerebrais, 
meningite, síndrome de Adams-Stokes, febre em 
crianças. 
 
° TETANIA: Crises tônicas nas mãos e pés (espasmos 
carpopodais). Às vezes é necessário algum mecanismo 
para desencadear os movimentos, como a compressão 
do braço, SINAL DE TROUSSEAU. Ocorre nas 
hipocalcemias, alcalose respiratória por hiperventilação. 
° FASCICULAÇÕES: Contrações breves, arrítmicas, 
limitadas a um musculo. 
° DISCINESIAS OROFACIAIS: Movimentos rítmicos, 
repetitivos e bizarros, comprometem a boca, face, 
mandíbula, língua, com caretas, franzir dos lábios, 
protrusão da língua, abertura e fechamento da boca e 
desvio da mandíbula.
 Psicoses de longa evolução, uso prolongado de 
fenotiazinas (clorpromazina, anti-histamínicos), 
idosos desdentados. 
 
° DISTONIAS: Similares aos movimentos atetoides, 
envolvendo porções maiores do corpo, gerando posturas 
grotescas e contorcidas. 
 
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
 
° ALTURA: Medida planta-vértice (altura total do indivíduo- 
planta dos pés ao vértice da cabeça). 
 Nas crianças, é recomendado medir a altura na 
posição deitada até os 4 anos. 
 A altura do idoso é sempre menor do que ele alcançou 
no final da fase de crescimento, devido ao 
encurtamento da coluna e aumento da curvatura. 
 ENVERGADURA: Distância entre os extremos dos 
MMSS com os braços abertos, normalmente equivale 
a altura. 
 DISTÂNCIA PUBOVÉRTICE: Distância entre a sínfise 
pubiana e o ponto mais alto da cabeça. 
 DISTÂNCIA PUBOPLANTAR: Medida entre a sínfise 
pubiana e planta dos pés. 
↝ O ponto médio da altura do recém-nascido está ao 
nível da cicatriz umbilical. 
 
↝ Normalmente: PV/PP= 0,98 A 1,0. 
° DESENVOLVIMENTO FÍSICO: 
 HIPODESENVOLVIMENTO: Pessoas menores de 1,50m; 
 HIPERDESENVOLVIMENTO: Homens 1,90m, mulheres 
1,80 m. 
° PESO: Quando obtido é comparado com os valores normais 
de acordo com o sexo e idade. 
 IDEAL: Valores estatísticos obtidos na população. 
Regra de broca: Peso ideal se aproxima do número de 
cm que excede um metro de altura, no sexo feminino 
subtrai 5% do encontrado. 
 MÁXIMO NORMAL: Soma-se 5% a 10% ao peso ideal. 
 MÍNIMO NORMAL: Subtraem-se 5% a 10% do peso 
ideal. 
 ALTERAÇÕES DO PESO: 
↝ MAGREZA: Peso excessivamente baixo da linha 
da normalidade. 
↝ CAQUEXIA: Extrema magreza com 
comprometimento do estado geral; 
↝ SOBREPESO 
↝ OBESIDADE 
° ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA: IMC= P/A2. 
 BAIXO PESO: IMC menor que 19,99 Kg/m2; 
 NORMAL: 20 a 24,99 Kg/m2; 
 SOBREPESO:25 a 29,99 Kg/m2; 
 OBESIDADE: 30 a 39,99 Kg/m2; 
 OBESIDADE MÓRBIDA: Acima de 40 Kg/m2. 
 
 Indivíduos musculosos possuem excesso de peso sem 
serem obesas, assim como, pessoas com pequena 
ossatura e pouca massa muscular podem ser obesas 
sem preencherem os critérios para o excesso de 
peso. 
 PADRÃO MAÇÃ: Mais comum nos homens, 
relacionado à gordura central/visceral, ligada ao 
risco cardiovascular, diabetes, IAM. É a gordura 
acumulada na parte superior do corpo. 
 
 PADRÃO PÊRA: Mais comum em mulheres, acúmulo 
de gordura nas coxas e quadril. É periférica. 
 
° CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL: Logo acima da crista 
ilíaca, o excesso de gordura abdominal está relacionado 
com alterações metabólicas, como dislipidemias, 
resistência à insulina, DM 2 , hipertensão e doença renal 
coronariana. 
 MULHERES: Até 88 cm; 
 HOMENS: Até102 cm. 
 
° RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL: Mede-se a circunferência 
da cintura em um ponto médio, entre o final dos arcos 
cotais e a do quadril, ao nível das espinhas ilíacas 
anteriores. 
 MULHERES: RCQ< 0,8 
 HOMENS: RCQ< O,9. 
 
MUSCULATURA 
 
Observar o paciente em repouso, procurando o relevo das 
massas musculares mais volumosas. Após, palpa-se o 
musculo em repouso e depois em leve contração. 
 TROFICIDADE: Massa do musculo; 
↝ MUSCULATURA NORMAL; 
↝ MUSCULATURA HIPERTÓFICA: Aumento da massa 
muscular; 
↝ MUSCULATURA HIPOTRÓFICA: Diminuição da massa 
 TONICIDADE: Estado de semicontração própria do 
musculo normal. 
↝ TÔNUS NORMAL; 
↝ HIPERTONICIDADE, ESPASTICIDADE, 
MUSCULATURA ESPÁSTICA, RIGIDEZ: Contração e 
semicontração mesmo em repouso; 
↝ HIPOTONICIDADE, FLACIDEZ: Diminuição ou 
ausência do tônus, com perda do contorno da 
massa muscular. 
↝ Crianças e mulheres possuem certos grau de 
hipotonia. 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO 
 
Ocorre de acordo com alteração abrupta do peso, 
alterações na umidade, elasticidade e turgor da pele, 
alterações na mucosa, verificar fontanelas, alterações 
oculares, oligúria e estado geral. 
 Paciente é caracterizado como hidratado quando a 
oferta de líquidos e eletrólitos está de acordo com a 
necessidade do organismo e não há perdas como 
diarreias, febre, vômitos. 
 DESIDRATAÇÃO: Diminuição de água e eletrólitos 
totais do organismo, com os seguintes elementos: 
↝ Sede, diminuição abrupta do peso, pele seca, 
diminuição do turgor e elasticidade, mucosas 
secas, enoftalmia e olhos hipotônicos, fontanelas 
deprimidas, estado geral comprometido, 
abatimento, oligúria. 
↝ INTENSIDADE: 
 LEVE OU 1° GRAU: Perda de peso de até 5% 
 MODERADA OU 2° GRAU: Perda entre 5% e 
10%; 
 GRAVE OU 3° GRAU: Acima de 10%. 
↝ OSMOLARIDADE: Guiado pelo nível sanguíneo de 
sódio. 
 ISOTÔNICA: Sódio nos limites normais= 130-
150 mEq/l; 
 HIPOTÔNICA: Sódio baixo <130 mEq/l; 
 HIPERTÔNICA: Sódio acima dos limites normais 
>150 mEq/l. 
 
 
COLORAÇÃO 
 
A coloração normal é róseo-avermelhada, devido a rede 
vascular das mucosas (normocoradas). 
 DESCORAMENTO DAS MUCOSAS: Palidez das 
mucosas, é feita a avaliação quantitativas em cruzes 
1 a 4). Indicam anemia, além disso, podem estar 
associadas palidez da pele, fadiga, astenia, 
palpitações. 
Prega 
 
 MUCOSAS HIPERCORADAS: São vermelho-arroxeadas. 
Ocorre nas inflamações e poliglobulias. 
 CIANOSE: Coloração azulada das mucosas, avaliação é 
feita por cruzes. Acianótica ou cianótica. 
 
 ICTERÍCIA: Mucosas amareladas ou amarelo-
esverdeadas, devido a impregnação do pigmento 
bilirrubínico aumentado no sangue. Avaliação 
quantitativa. Anictérica e ictérica. 
 
 
PERFUSÃO PERIFÉRICA 
 
Feita com o auxílio de um oxímetro, porém, pode ser falha 
caso o paciente não tenha quantidade adequada de sangue. 
 TESTE RÁPIDO: Apertar a ponta do dedo e observar o 
retorno da coloração em até 2 segundos. 
 
 
FÂNEROS 
 
° CABELOS: 
 TIPO DE IMPLANTAÇÃO: Varia de acordo com o sexo, 
na mulher é mais baixa e com um linha característica. 
Nos homens é mais alta e com entradas laterais; 
 DISTRIBUIÇÃO: Uniforme, quando há áreas sem pelos = 
alopecia; 
↝ Calvície 
 QUANTIDADE: Varia entre os indivíduos e com o 
avançar da idade; 
 COLORAÇÃO: Varia com etnia e genética. As 
modificações podem ser por coloração artificial ou 
enfermidades. 
↝ Crianças com desnutrição proteica grave, 
possuem cabelos ruivos. 
° PELOS: Localizados nos folículos pilossebáceos, que são 
invaginações da epiderme. 
 HIPERTRICOSE: Aumento exagerado de pelos 
terminais, congênita ou adquirida, difusa ou localizada; 
 HIRSUTISMO: Aumento exagerado de pelos sexuais 
masculinos na mulher, constitucional, idiopático ou 
androgênico; 
 TEMPO DE APARECIMENTO: Pode ser precoce ou 
com atraso; 
 VIRILIZAÇÃO: Hirsutismo associado ao 
aprofundamento da voz e aumento do clitóris; 
 QUEDA DE PELO: Desnutrição, hepatopatias 
crônicas, mixedema, colagenoses, quimioterapia e 
algumas dermatoses. 
° UNHAS: Formadas de células queratinizadas; 
 NORMAL: Forma um ângulo menor que 160°, com 
uma curvatura lateral nítida, lisa, róseo-
avermelhada; 
 HIPOCRATISMO DIGITAL: Ângulo de 180°. 
↝ Unhas em vidro de relógio 
 
 COLORAÇÃO: Pálidas, cianóticas; 
 LEUCONÍQUIAS: Manchas brancas nas unhas; 
 ONICÓLISE: Unhas parcialmente descoloradas, 
UNHAS DE PLUMMER- Hipertireoidismo; 
 UNHAS DISTRÓFICAS: Espessas, rugosas e 
irregulares, frequentes em pessoas sujeitas a 
traumatismos, portadores de isquemia crônica dos 
MMII ou de onicomicose; 
 FORMA: Pode ocorrer alterações em estados 
carenciais, onicomicose, nefropatias crônicas, 
hepatopatias crônicas, psoríase e substancias 
cáusticas; 
 COILONÍQUIA: Unha em colher, estado distrófico, no 
qual a placa ungueal fica delgada e deprimida. 
↝ Anemia ferropriva grave. 
 INFLAMAÇÕES 
 PARONÍQUIAS: Comum em pessoas que possuem a 
mão constante na água. 
 ONICOFAGIA: Ato de roer as unhas, indicativo de 
ansiedade. 
 
HIPODERME/TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO 
 
Conhecido também como panículo adiposo. Reserva calórica 
e protege contra traumas. 
 CELULITE: Processo inflamatório; 
 FIBROMAS: Tumor benigno; 
 CISTOS
SEBÁCEOS: Retenção de secreção por 
obstrução do canal excretor das glândulas sebáceas. 
 DISTRIBUIÇÃO: 
↝ NORMAL: Característica correspondente ao sexo 
e idade, nas crianças predomina no rosto e tronco, 
nas mulheres nas nádegas e raízes das coxas; 
↝ ACÚMULO ESPECIAL: Síndrome de Cushing, no qual, 
há acumulo na face, tórax e abdome. 
» GIBOSIDADE: Acumulo no início da coluna 
torácica; 
 QUANTIDADE: 
↝ NORMAL 
↝ AUMENTADO: Presença de tecido adiposo; 
↝ DIMINUÍDO/ESCASSO: Reduzido ou nulo o coxim 
gorduroso. 
 
ENFISEMA SUBCUTÂNEO 
 
Bolhas de ar debaixo da pele. Para identificar é feito a 
palpação no local, proporcionando a sensação de crepitação. 
Pode ser do tórax, devido a um pneumotórax ou por 
bactérias produtoras de gás, como nas gangrenas gasosas. 
 
LINFONODOS 
 
Fazer a avaliação de acordo com as cadeias: Occipitais, 
pré-auriculares, retroauriculares, submandibulares, 
submentonianos, cervicais anteriores (profundos e 
superficiais) e posteriores, infraclaviculares, trocleares, 
axilares, inguinais, poplíteos, tonsila palatina. 
 DESCRIÇÃO: Local, tamanho e volume aproximado, 
consistência, mobilidade (adesão a planos profundos), 
sensibilidade, alteração da pele ao redor. 
 
CIRCULAÇÃO COLATERAL 
 
Circuito venoso anormal visível, intensa e sinuosa. Indica 
dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos 
troncos principais, com isso o sangue desvia para 
colaterais previamente existentes. 
° BRAQUICEFÁLICA: Veias superficiais ingurgitadas 
bilateralmente na parte superior do tórax, o sangue flui 
em direção as veias mamárias, toracoaxilares e 
jugulares anteriores. 
° CAVA SUPERIOR: Se distribui na metade superior da face 
anterior do tórax, pode ocorrer na parte posterior, 
braços e pescoço. Possui direção toracoabdominal, com 
o sangue procurando a veia cava inferior. 
 Estase jugular, bilateral não pulsátil, cianose e edema 
localizado na parte superior do tronco, pescoço e 
face. 
 
° PORTA: O obstáculo está na veias supra-hepáticas, no 
fígado ou na veia porta. Localiza-se na face anterior do 
tronco, nas regiões periumbilical, epigástrica e face 
anterior do tórax. Possui direção de baixo para cima, 
procurando a veia cava superior, ou de cima para baixo. 
 Cirrose hepática 
 CABEÇA DE MEDUSA: A rede colateral se concentra 
na região umbilical e irradia como raios. 
 
° CAVA INFERIOR: A circulação colateral está na parte 
inferior do abdome, região umbilical, flancos e face 
anterior do tórax. O sangue flui no sentido abdome-
tórax, procurando a cava superior. 
 
 
EDEMA 
 
Deve ser descrito com base na localização, distribuição, 
ascendente ou descendente, consistência e temperatura. 
Importante sempre classificar em cruzes (até 4) e 
monitorar o ganho ou perda de líquido. 
 AVALIAÇÃO: Sinal de GODET ou cacifo; 
 
 O edema ascendente (cardíaco), acomete 
principalmente MMII e o renal (descendente) ocorre 
mais na região periorbital e lábios. 
 
 
TEMPERATURA CORPORAL 
 
É avaliado nos sinais e sempre com um termômetro ou 
relatar que o mesmo é afebril ou febril ao toque. Informar 
ao paciente que encontra-se afebril ou febril. 
° INTENSIDADE: Leve (37,5°c), moderada (37,6°c a 
38,5°c), alta (acima 38,6°c); 
° INÍCIO: Súbito (geralmente acompanhado de sinais e 
sintomas, como hipertermia) ou gradual; 
° TIPO: 
 CONTÍNUA: Permanece sempre acima do normal, 
com variações de até 1°C e sem muitas oscilações; 
 REMITENTE: Hipertermia diária, com variações maiores 
que 1°C e sem períodos de apirexia (sem febre); 
 INTERMITENTE: Hipertermia ciclicamente interrompida 
por um período de temperatura normal. Ocorre a 
febre pela manhã, mas pela tarde não é registrada. A 
apirexia pode durar 2 dias. Cotidiana (24h), terçã 
(48h), quartã (72h); 
 IRREGULAR OU SÉPTICA: Picos altos intercalados 
entre temperaturas baixas ou períodos de apirexia. 
 
° TÉRMINO: 
 CRISE: Desaparece subitamente, ocorre sudorese 
profusa e prostração; 
 LISE: Hipertermia desaparece gradualmente, dia a 
dia, até alcançar níveis normais. 
° DURAÇÃO: Curta, prolongada (menos de 3 semanas sem 
diagnostico); 
° EVOLUÇÃO 
 
BIOTIPO OU TIPO MORFOLÓGICO 
 
Conjunto de características morfológicas apresentadas 
pelo indivíduo. 
 
° LONGILÍNEO: Pescoço longo e delgado, tórax afilado e 
chato, membros alongados, ângulo de charpy menor que 
90°, musculatura delgada e panículo adiposo pouco 
desenvolvido, tendência para estatura elevada. 
 
° MEDIOLÍNEO: Equilíbrio entre os membros e tronco, 
desenvolvimento harmônico da musculatura e panículo 
adiposo, ângulo = 90°. 
 
° BREVILÍNEO: Pescoço curto e grosso, tórax alargado e 
volumoso, membros curtos em relação ao tronco, ângulo 
maior que 90°, musculatura desenvolvida e panículo 
adiposo espesso, tendência para baixa estatura.

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