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G E N É T I C A H U M A N A C U R S O D E F A R M Á C I A 2 0 1 0 P R O F E S S O R A M A R I A H E L E N A A L B A R U S Padrões de Doenças Genéticas Princípios da herança monogênica Características monogênicas Determinadas por um único gene Também conhecidas como mendelianas Padrão de transmissão conhecido Lista de doenças monogênicas OMIM (Online Mendelian Inheritance in Man) – McKusick’s http://www.ncbi.nlm.nih.gov/omim/ 3917 doenças com padrão mendeliano • 84% (3310) doenças apresentam genes conhecidos (cerca de 1990) • 16% não tem gene conhecido Princípios da herança monogênica Início dos sintomas 90% início na infância <10% início antes da puberdade <1% início na vida adulta Frequência Incidência de doenças graves: 0,36% Incidência entre crianças hospitalizadas: 6-8% Estatísticas OMIN Princípios da herança monogênica Categoria da doença genética Porcentagem ao nascimento Monogênicas: autossômicas dominantes 0,7% Monogênicas: autossômicas recessivas 0,2% Monogênicas: ligadas ao sexo 0,3% Aberrações cromossômicas 0,5% Doenças complexas 4% Total ~6% Princípios da Herança Monogênica Compreensão de como estas mutações, em nível molecular, determinam fenótipos chamados “recessivos”ou “dominantes Determinação das mutações responsáveis pelos fenótipos: - deleções, inserções, SNPs Herança Monogênica Autossômica Ligada ao sexo Padrões de Herança Monogênica AUTOSSÔMICO OU LIGADO AO SEXO??? A distinção entre herança autossômica e ligada ao X depende apenas da localização cromossômica do gene. Existem duas considerações, que são importantes: Os homens têm apenas um X - são hemizigotos com relação aos genes ligados ao X em vez de homozigotos ou heterozigotos. - Para compensar o complemento duplo de genes ligados ao X nas mulheres, os alelos para a maioria dos genes ligados ao X são expressos por apenas um dos dois cromossomos X em qualquer célula determinada de uma mulher (por exemplo, devido à inativação do X), enquanto ambos os alelos da maioria dos lócus autossômicos, mas não de todos, estão ativos. Um critério de exclusão de herança ligada ao X é a transmissão do fenótipo de homem para homem. Padrões de Herança Monogênica DOMINANTE OU RECESSIVO?? Por definição, um fenótipo expresso do mesmo modo tanto em homozigotos quanto em heterozigotos é dominante, enquanto um fenótipo expresso apenas em homozigotos é recessivo. Em genética esta definição é muito rígida para ser útil na prática. Em vez disso, qualquer fenótipo expresso em heterozigotos é classificado como dominante, tenham ou não os heterozigotos e homozigotos para o alelo mutante o mesmo fenótipo. Os distúrbios AD são tipicamente mais graves nos homozigotos que nos heterozigotos (Acondroplásicos). Padrões de herança monogênica Nos heterozigotos, com um alelo normal e outro mutante, a metade da quantidade normal do produto gênico do alelo normal é suficiente para efetuar uma determinada função? SIM CARACTERÍSTICA RECESSIVA Padrões de Herança Monogênica Nos heterozigotos, com um alelo normal e outro mutante, a metade da quantidade normal do produto gênico do alelo normal é suficiente para efetuar uma determinada função? NÃO CARACTERÍSTICA DOMIANTE Metade do produto não é suficiente: HAPLOINSUFICIÊNCIA Herança autossômica dominante Herança autossômica dominante • Acondroplasia • Distúrbio esquelético, membros curtos e cabeça grande • Freqüência: entre 1/15.000 e 1/40.000 • Mutação no gene para o fator de crescimento fibroblástico FGFR3. • 1138G>A (98%) ou 1138G>C (1-2%) Gly380Arg • Em homozigose é letal (morte intra-uterina elevada) • Adaptabilidade de 20% • Maioria dos casos é por mutação nova* Herança autossômica dominante • Acondroplasia • Risco de recorrência 25% morte intrauterina 50% acondroplasia 25% estatura normal 50% acondroplasia 50% estatura normal Herança autossômica dominante Doença de Huntington • Expansão repetida do códon CAG no gene que produz a “huntingtina” no SNC • Doença neurológica progressiva e incapacitante com início ~ aos 40 anos • Freqüência: 1/20.000 • Antecipação*, com início ocorrendo mais cedo nas gerações • Homozigotos e heterozigotos com fenótipo igual http://www.youtube.com/watch?v=Nt2WbFC9ybs&feature=related Doença de Huntington 56 56 40 FAMILIA MIRANDA http://www.youtube.com/watch? v=Nt2WbFC9ybs&feature=related Alelo normal: 6-30repetições CAG (codifica glutamina) Alelo intermediário: 36 a 39 repetições Alelo da doença: 40-120 repetições Penetrancia reduzida Alelos intermediários nem sempre manifestam a doença Doença de Huntington Região do lago Maracaibo Numero aumentado de pacientes com HD, descendentes de um único indivíduo que introduziu o gene na pop. no início do século 100 afetados/1.000 indivíduos Doença autossômica recessiva Pop. de 2.000 pessoas: 1 paciente com FC (aa) 90 portadores não afetados (Aa) 1909 normais (AA) Doença autossômica recessiva Fibrose cística Distúrbio do transporte epitelial de íons: causado por mutações no gene regulador de condutância transmembranar (CFRT) Freqüência de afetados: 1/2000-1/3000 CFRT: canal de cloreto que regula todos os outros canais iônicos; mantém a hidratação de secreções dentro das vias aéreas e dos dutos por meio da excreção de cloreto e da inibição da captação de sódio Disfunção do CFRT: afeta órgãos distintos (secretores de muco), incluindo as vias respiratórias superiores e inferiores, pâncreas, sistema biliar, genitália masculina, intestino e glândulas sudoríparas Tecido pulmonar de paciente com FC Tecido pulmonar normal Doença autossômica recessiva Fibrose cística secreções desidratadas e viscosas nos pulmões interferem na limpeza mucociliar: meio de crescimento para organismos patogênicos e obstrução do fluxo de ar CFRT funcional ausente: suor com conteúdo aumentado de cloreto de sódio (“síndrome da criança salgada”: teste do cloreto no suor) - Uma deleção de 3pb no gene CFRT é responsável pela maioria dos casos de fibrose cística - Mais de 1000 mutações já foram identificadas Heterogeneidade alélica 7 p q 7 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ BB B B Heterogeneidade alélica 7 p q 7 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ Bb B b Heterogeneidade alélica 7 p q 7 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ bb b b Heterogeneidade alélica 7 p q 7 Loco A Loco B 5´ 5´ 3´ 3´ bb b b Heterogeneidade alélica Conceito: Heterozigoto composto Fenilcetonúria Gravemente prejudicadas intelectualmente Apresentam convulsões Deficiência de enzima para conversão de fenilalanina em tirosina (PAH) Tratamento: controle da fenilalanina na dieta a partir do 20º dia Incidência 1/10.000 (europa ocidental) Fenilcetonúria + de 450 mutações diferentes do gene PAH (12q22-24.1), que codifica a enzima fenilalanina hidroxilase impedindo a metabolização do aminoácido fenilalanina, conversão em tirosina Fenilcetonúria Fenilcetonúria Fenilcetonúria materna Crianças que nascem de mães com fenilcetonúria tem um risco aumentado de retardo mental, mesmo com restrição dietética controlada http://www.yourgenesyourhealth.org/pku/ inherited.htm Herança ligada ao X Inativação do X e Compensação de dose • as células somáticas das mulheres um dos cromossomos X está inativo, formando o corpúsculo de Barr • Inativação é ao acaso (pode ser o X paterno ou materno) e ocorre no início da vida embrionária • Após inativação, todas células descendentes manterão o mesmo X inativado • Portanto, mulheres apresentam um mosaico celular. Doença dominante ligada ao X Doença dominante ligada ao X Raquitismohipofosfatêmico Problema na absorção do cálcio e reabsorção de fósforo (fosfato: ↑ urina e ↓ sangue) Gene mutado Xp22.1 Retardo do crescimento, baixa estatura e raquitismo grave Mulheres afetadas geralmente com forma mais suave → inativação do X Nunes e Lazzareti-Castro (2000) http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27302000000200004&script=sci_arttext Doença recessiva ligada ao X A incidência do fenótipo é muito mais alta em homens do que em mulheres. O gene responsável pela afecção é transmitido de um homem afetado para todas as suas filhas. O gene jamais se transmite diretamente do pai para o filho, mas sim de um homem afetado para todas as suas filhas. As mulheres heterozigóticas geralmente não são afetadas, mas algumas expressam a enfermidade com intensidade variável. • Mais comum e mais grave forma de distrofia muscular • Primeiras manifestações clínicas: entre 3 e 5 anos de idade (fraqueza muscular lentamente progressiva, resultando em um caminhar desajeitado, incapacidade para correr rapidamente e dificuldade de levantar- se do chão, com pseudo-hipertrofia dos músculos da panturrilha) • Incidência: 1/3500 nascimentos masculinos Doença recessiva ligada ao X Distrofia muscular de Duchenne (DMD) http://www.youtube.com/watch?v=kkWP22A6X7g http://www.youtube.com/watch? v=bI6utCce_3g&feature=related A deterioração subseqüente leva à lordose lombar, contrações articulares e insuficiência cardiorespiratória, que acarreta morte em média aos 18 anos (letal genético) Cerca de 1/3 dos afetados apresenta déficit intelectual de leve a moderado O defeito básico é a anormalidade da proteína distrofina, causando níveis nulos ou bastante reduzidos dessa proteína no músculo Normalmente a distrofina é ligada à membrana muscular e ajuda a manter a integridade da fibra muscular; na sua ausência a fibra muscular degenera Doença recessiva ligada ao X Distrofia muscular de Duchenne (DMD) Idade de início e gravidade da DMD em mulheres depende do grau de desvio da inativação do X O gene DMD situa-se no braço curto do cromossomo X. Apresenta alta taxa de mutação, provavelmente devido ao seu grande tamanho (2,3 milhões de pb) O gene também é transcrito no cérebro Mutações incluem grandes deleções (50-70%); grandes duplicações (5-10%); e pequenas deleções, inserções ou mudanças de nucleotídeos (25-30%) Doença recessiva ligada ao X Distrofia muscular de Duchenne Doença recessiva ligada ao X Distrofia muscular de Duchenne Risco de recorrência Hemofilia A Distúrbio de coagulação sangüínea causada por mutações no gene F8C que causam uma deficiência ou disfunção do fator VIII de coagulação Incidência de 1/5000 a 1/10.000 meninos neonatos Hemofilia A Hemofilia A • Mutações de F8C incluem deleções, inserções, inversões e mutações de ponto. Mutação mais comum: inversão que deleta o terminal carboxila do fator VIII • Classificada como uma doença masculina, embora raras mulheres sejam afetadas • Caracterizada por sangramentos nos tecidos moles, nos músculos e nas articulações de sustentação do peso • O sangramento ocorre em horas ou dias após um trauma e, em geral, continua por dias ou semanas Hemofilia A • Níveis de atividade do fator VIII são importantes na gravidade clínica (níveis inferiores a 1% estão associados com quadros graves desde o nascimento; níveis superiores a 25% mostram uma função normal) • Nenhum tratamento curativo disponível no momento • O tratamento padrão: reposição intravenosa do fator d e f i c i e n t e . A u m e n t o d a e x p e c t a t i v a d e v i d a : aproximadamente 65 anos http://www.yourgenesyourhealth.org/hemo/ whatisit.htm Herança ligada ao Y Também denominada HOLÂNDRICA; genes localizados no Y e portanto todos os homens de uma família vão apresentar a característica em questão ; no Y existem genes próximos ao centrômero no braço curto que são responsáveis pela diferenciação gonadal dando origem aos testículos exemplo: Hipertricose auricular (?)
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