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BEXIGA NEUROGÊNICA UROLOGIA EPIDEMIOLOGIA Definição: é a perda do controle da função vesical fisiológica devido a uma lesão neurológica; No Brasil, não existem dados consistentes sobre a prevalência da Disfunção Neurogênica do Trato Urinário Inferior (DNTUI); O termo Bexiga neurogênica tem sido utilizado para pacientes pediátricos (disfunção decorrente de patologia neurológica congênita) e para adultos com doenças neurológicas que provocam DNTUI (trauma raquimedular, Parkinson, esclerose múltipla, diabetes); Índices de bexiga neurogênica nos países subdesenvolvidos são mais elevados decorrentes de acidentes de trânsito e violência urbana. FISIOLOGIA DA MICÇÃO O armazenamento de urina e a micção ocorrem através de uma atividade coordenada envolvendo: Bexiga (músculo liso); Uretra (músculo liso e estriado); Assoalho pélvico (músculo estriado) Bexiga eliminando urina FISIOLOGIA DA MICÇÃO INERVAÇÃO DA BEXIGA TIPOS DE BEXIGA NEUROGÊNICA ETIOLOGIA ORGÂNICA FUNCIONAIS PSICOLÓGICAS Neurológica Não neurológica: Inflamações (cistite intersticial) Infecções (TBC, cistite) Enfermidades do TUI (HBP, estenose uretral, esclerose do colo, etc.) Lesões postraumáticas Lesões congênitas (valvulas de uretra posterior) Neoplasias Alterações miogênicas Alterações dos reflexos miccionais Alterações da neurotransmissão QUADRO CLÍNICO Incontinência por transbordamento (bexiga flácida); Disfunção erétil; Noctúria e paralisia espástica com deficiências sensoriais Contrações vesicais intermitentes que causam extravasamento da urina Espasmo do esfíncter durante a micção (impede o esvaziamento completo da bexiga) -> dissinergia detrusor-esfíncter; Complicações: Infecções do trato urinário reincidentes; Cálculos urinários; Hidronefrose com refluxo vesicoureteral; Disreflexia autonômica; Distensão vesical aguda EXAMES LABORATORIAIS Servem para investigar a presença de infecção, hematúria, proteinúria; Provas de função renal. - Ureia. Creatinina Volume residual pós-miccional EXAMES DE IMAGEM Ultrassonografia renal; Cistografia (avalia a capacidade vesical e detecta o refluxo ureteral); Cistoscopia (avaliar a duração e a gravidade da retenção e para verificar obstrução do fluxo vesical); Cistometria (determina se o volume da bexiga e a pressão estão elevados ou baixos); Exame urodinâmico das taxas de fluxos miccionais; Eletromiografia do esfíncter Cistografia Cistoscopia Urodinâmica MANEJO INICIAL Monitoramento da função renal; Controle de infecções do trato urinário; Grande ingestão de líquidos para reduzir o risco de infecções do trato urinário e de cálculos urinários (apesar desta medida poder exacerbar a incontinência); Deambulação precoce; Alterações frequentes de posição Restrição alimentar de cálcio para inibir a formação de cálculos. TRATAMENTO Depende da causa da bexiga neurogênica! Cateterismo Aumento da ingestão de líquidos Fármacos Toxina botulínica Cirurgia -> se as medidas convencionais falharem TRATAMENTO CATETERISMO INTERMITENTE: Indicado para a bexiga flácida, em especial se a causa for lesão aguda da medula espinal; O intermitente é preferível à sonda de demora, que apresenta alto risco de infecções do trato urinário recidivantes e, em homens, alto risco de uretrites, periuretrites, abscessos prostáticos e fístulas uretrais; Pode se fazer o cateterismo suprapúbico em casos de não conseguir fazer pela via convencional. Terapia medicamentosa Tratamento medicamentoso intravesical É realizado através de instilação intravesical de substâncias; As mais usadas na atualidade são: oxibutinina, capsaicina e resiniferotoxina. Medicamentos que promovem o esvaziamento Parassimpaticomiméticos (acetilcolina -> aumenta a contratilidade; Cloridrato de Betanechol; Metoclopramida); Alfa-bloqueadores (diminuem a resistência ao esvaziamento); Antidepressivos tricíclicos; Duloxetina Antagonistas beta-adrenérgicos. Estrógeno. TRATAMENTO Toxina botulínica Aumento da capacidade cistométrica; Continência em até 80% dos pacientes com lesão medular; Diminuição da necessidade de anticolinérgicos. Efeitos transitórios (9 meses); Tratamento deve ser repetido. Poucos efeitos colaterais. TRATAMENTO CIRÚRGICO Cirurgia é o último recurso; Esfincterectomia (indicações: falhas com anticolinérgicos e autocateterismo); Rizotomia sacral (S3 e S4); Sling vesical Esfíncter artificial; Derivação urinária TRATAMENTO CIRÚRGICO Esfíncter artificial TRATAMENTO CIRÚRGICO Colpossuspensão de Burch Sling vesical TRATAMENTO CIRÚRGICO ENTEROCISTOPLASTIA TRATAMENTO COMPORTAMENTAL adequação da ingestão de líquidos; treinamento vesical; fisioterapia pélvica; micção de horário, ou comandada para pacientes com deficiências físicas ou cognitivas; evitar potenciais irritantes vesicais (cafeína, refrigerantes, álcool etc.). REFERÊNCIAS Urologia fundamental / editor Miguel Zerati Filho, Archimedes Nardozza Júnior, Rodolfo Borges dos Reis. São Paulo :Planmark, 2010.
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