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Grandes Queimados

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1 
 
Grandes Queimados 
Professor: Paulo Roberto – Aula: V 
Letícia Moreira Batista 
Definição: >20% do corpo com queimaduras de 3º grau 
 É um paciente politraumatizado 
Regra dos 9: É atribuído, a cada segmento corporal, o valor nove (ou múltiplo dele): 
 Cabeça - 9% 
 Tronco frente - 18% 
 Tronco costas - 18% 
 Membros superiores - 9% cada 
 Membros inferiores - 18% cada 
 Períneo - 1% 
Obs: Queimaduras superficiais (de primeiro grau) não estão incluídas na avaliação da extensão da superfície corporal 
queimada (SCQ) 
Regra da palma da mão: Geralmente a palma da mão de um indivíduo representa 1% de sua superfície corporal. Assim pode 
ser estimada a extensão de uma queimadura, calculando-se o “número de palmas”. As queimaduras de mãos, pés, face, 
períneo, pescoço e olhos, quaisquer que sejam a profundidade e a extensão, necessitam de cuidados mais específicos 
(Centros de queimados). A gravidade da queimadura será determinada pela profundidade, extensão e a área afetada. As 
causas são classificadas da seguinte maneira: 
Agentes físicos 
 Térmicos: Líquidos quentes, gordura quente, ferro quente, vapor e através do fogo; 
o Causadas por líquidos e objetos quentes, vapor e fogo: 
o Esfrie a área queimada com água fria (não use gelo, pois pode agravar a queimadura). 
o Cubra a área com um pano limpo. 
o Remova imediatamente: anéis, pulseiras, relógios, colares, cintos, sapatos e roupas, antes que a área afetada 
comece a inchar. – Inicialmente, todos acessórios e roupas do paciente devem ser removidos, exceto se 
houver aderência à pele. 
 Elétricas: corrente de baixa voltagem (eletrodomésticos), alta tensão e raio; 
o Causadas por corrente de baixa voltagem, como eletrodomésticos, alta tensão e raio: 
o Não toque na vítima, ou se aproxime da cena, enquanto não estiver segura! 
 Radiantes: resultam da exposição à luz solar ou fontes nucleares. 
Agentes químicos: Substâncias químicas industriais, produtos de uso doméstico, como solventes, soda cáustica, alvejantes ou 
qualquer ácido ou álcalis. – Roupas embebidas em substâncias químicas devem ser removidas cuidadosamente, assim como 
o próprio pó químico que, se presente, deve ser removido da ferida com escova. 
 Causada por contato com produtos químicos, como ácidos: 
 Enxágue o local por, pelo menos, 20 minutos em água corrente. 
 Remova imediatamente: anéis, pulseiras, relógios, colares, cintos, sapatos e roupas, antes que a área afetada comece 
a inchar. 
 Remova resíduo de roupa contaminada pelo produto, prevenindo queimadura em outras áreas. 
 No caso dos olhos terem sido afetados: enxágue abundantemente em água corrente até ajuda médica. Se usar lentes 
de contato, removê-las imediatamente. 
 Não se deve NUNCA aplicar agentes neutralizantes, pois a reação é exotérmica, podendo agravar a queimadura. 
Agentes biológicos: Seres vivos, como por exemplos, taturanas, “água viva”, urtiga. 
O que não fazer: 
o Não use nunca: pasta de dentes, pomadas, clara de ovo, manteiga, óleo de cozinha ou qualquer outro 
ingrediente sobre a área queimada; 
o Não remova tecidos grudados: corte cuidadosamente e retire o que estiver solto; 
o Não estoure bolhas 
2 
 
Gravidade da queimadura: A gravidade da lesão é determinada por uma combinação de fatores, como o mecanismo de lesão, 
profundidade da queimadura, extensão e localização. 
 Pequenos queimados/baixa gravidade: São aquelas que podem ser tratadas em consultório médico ou 
ambulatorialmente. Existem alguns critérios na sua classificação: 
 Queimaduras de 1º grau 
o Queimaduras de 2º grau com SCQ até 5% em crianças (menores de 12 anos) 
o Queimaduras de 2º grau com SCQ até 10% e maiores de 12 anos. 
 Médios queimados/média gravidade: São aquelas que requerem admissão em um hospital, mas não em um centro de 
queimados. Essa inclui queimaduras superficiais ou profundas de extensão limitadas. 
o Queimaduras de 2º grau com SQC entre 5% e 15% em crianças 
o Queimaduras de 2º grau com SCQ entre 10% e 20% em maiores de 12 anos 
o Qualquer queimadura de 2º grau envolvendo mão, pé, face, pescoço, axila ou grande articulação 
o Queimadura de 3º grau com SCQ até 5% em crianças (que não envolvam face, mão, períneo ou pé) 
o Queimaduras de 3º graus com SCQ até 10% em maiores de 12 anos (que não envolvam face, mão, períneo ou 
pé) 
 Grandes queimados/grande gravidade: São as queimaduras que devem ser tratadas em um centro de queimados. 
Esse é um grupo mais susceptível a infecções, em decorrência de imunossupressão e perda da cobertura cutânea. 
Além disso, os pacientes que ficam internados por tempo prolongado associados às medidas invasivas, como 
ventilação mecânica, cateterização vascular e vesical, são expostos ainda mais a infecções nosocomiais. São 
classificados como grandes queimados: 
o Queimadura de 2º grau com SCQ > 15% em crianças 
o Queimaduras de 2º graus com SCQ > 20% em maiores de 12 anos 
o Queimaduras de 3º grau com SCQ > 5% em crianças 
o Queimaduras de 3º grau com SCQ > 10% em maiores de 12 anos 
o Queimaduras de 2º ou 3º graus atingindo períneo 
o Queimaduras de 3º grau atingindo mão, pé, face, pescoço ou axila 
o Queimaduras por corrente elétrica 
Além disso, será considerado também como grande queimado, independente da área corporal queimada, pacientes que 
apresentarem associado à queimadura: 
 Lesão inalatória 
 Politrauma 
 Fratura óssea em qualquer localização 
 Trauma craniano 
 Choque de qualquer origem 
 Insuficiência renal, cardíaca ou hepática 
 Diabetes 
 Disturbios de coagulação e hemostasia 
 Embolia pulmonar 
 IAM 
 Quadros infecciosos graves decorrentes ou não das 
queimaduras 
 Síndrome compartimental ou túnel do carpo 
 Doenças consuptivas 
 Qualquer outra afecção que possa ser fator de complicação 
 
MOVE 
A: 
 Vibríceas nasais queimadas/pêlos chamuscados 
 Catarro carbonáceo 
 Observar se há rouquidão (se sim, provavelmente o paciente inalou fumaça) – Alto risco de edema: Via aérea 
definitiva precoce, do contrário: Crico de emergência 
 Colar cervical 
Obs: pacientes com lesão por inalação podem necessitar de broncoscopia, assim, optar sempre por um tubo maior 
B: 
Os sinais sugestivos de lesão por inalação são: 
Queimaduras faciais e/ ou cervicais; 
chamuscamento dos cílios e das vibrissas nasais; 
depósitos de carbono na boca e/ou nariz e 
expectoração carbonácea; Alterações 
inflamatórias agudas na orofaringe, incluindo 
eritema; rouquidão; história de confusão mental 
e/ou confinamento no local do incêndio; explosão 
com queimaduras da cabeça e do tronco; níveis 
sanguíneos de carboxihemoglobina > 10% se o 
doente foi envolvido em algum incêndio. Caso 
presença de algum dos sinais sugestivos de lesão 
por inalação há necessidade de intubação 
orotraqueal. 
3 
 
 Procurar por queimadura circunferencial no tórax (Diminui a ventilação) – Realizar escarotomia 
o Altas pressões de pico: Modo PCV é o ideal 
 Utilização do oxigênio em alto fluxo, com máscara com reservatório 
 Pode-se realizar radiografia de tórax e gasometria arterial para avaliação pulmonar inicial desse doente 
C: 
 1 acesso periférico é suficiente – Peculiaridades: Acesso jugular ou intraósseo 
 Pulsos podem estar comprometidos: Finos/filiformes 
 Membro hipoperfundido em detrimento do outro? Risco de síndrome compartimental – Realizar fasciotomia 
 ECG deve ser monitorado para identificar distúrbios de ritmo cardíaco, uma vez que arritmias cardíacas podem ser o 
primeiro sinal de hipóxia e de anormalidade do equilíbrio ácido-básico ou eletrolítico 
Obs: Particularidade da queimadura elétrica – Tem ponto de entrada e área de saída (Sinais de hiperemia, normalmente a 
extensão é subestimada) 
 Dosar CK-T (Lesões musculares importantes): Risco de insuficiência renal 
aguda 
 Hidratação: 
a. Fórmula de PARKLAND: 2ml/kg/SCQ 
b. Importante para evitar hiper-hidratação 
c. Ex: 2ml – 80 kg – 50%: 2 x 50 x 80 = 8000ml:8L, sendo 50% nas 
primeiras 8h e 50% nas próximas 16h 
 Solução cristaloide: Ringer Lactato | No 2º/3º dia: Reposição de albulmina 
 Droga vasoativa: Noradrenalina nas 1as 3h | Se sem resposta: Corticoide 
D: 
 Glasgow 
 Pupila 
 Paciente pode estar agitado, confuso, rebaixado 
E: 
 Já estava sendo estratificado, mas vai avaliar agora de forma mais completa, inclusivo DORSO, etc 
 Nesse momento, reavaliar segurança da cena 
 Epidemiologia: SAMPLA 
a. Como aconteceu? 
b. Quanto tempo? 
c. Quantas pessoas? 
d. Há risco de acontecer novamente? 
 Evitar hipotermia: Manta térmica ou cobrir lesões com gaze 
Após suporte inicial, avaliar: Paciente precisará de cirurgia? Entrar em contato com equipe de cirurgia plástica 
Curativo com sulfadiazina de prata como curativo após debridação – Deve ser trocado diariamente, requer cuidado especial 
Acompanhamento é interdisciplinar 
Reposição hídrica, nutricional e iônica: 
 Esôfago e TGI queimados – Sonda para avaliar a estase (<300ml/24h): 
o Se alto catabolismo: Nutrição parenteral total 
 Se ok: Nutrição enteral 
Analgesia: Para a dor, apenas a cobertura da queimadura já promove um alívio da dor, mas quando necessária medicação 
(narcóticos, analgésicos ou sedativos), deve-se escolher os de ação imediata, por meio de administração via endovenosa, em 
doses baixas e frequentes. Lembrando que dolantina e opioides alteram perfil hemodinâmico, PA não pode estar baixa. 
Avaliar antitetânica e antibioticoterapia (Antibióticos de largo espectro) 
Obs do professor: 
Intubação – Técnicas de BURP e SELIC(?) podem auxiliar no posicionamento do tubo 
Se entubou, lembrar de reajustar no ventilador (Diminuir a FiO2) 
Fazer varredura: 
 Coagulograma 
 Íons – Na, K, Mg, Ca 
 Hemograma 
 Ureia e creatinina 
 CKT 
 Lactato 
 Gasometria arterial – 
Lembrando que não se 
deve confiar na oximetria 
de pulso, nesses casos. 
 
4 
 
Critérios de referenciação para centro de queimados: 
 Acometimento de rosto, mãos, pés, genitália, períneo ou articulações principais 
 Espessura parcial > 10% da SCQ 
 Queimaduras de terceiro grau 
 Queimaduras elétricas (incluindo danos causados por raios) 
 Queimaduras químicas 
 Lesão por inalação 
 Distúrbios médicos preexistentes que podem complicar o tratamento 
 Traumas ou fraturas associadas 
 Crianças queimadas em hospital sem equipamentos ou profissionais qualificados para aquele atendimento 
 Pacientes que necessitarão de intervenção social, emocional ou de reabilitação especial 
Critérios de internação na UTI: Queimados em fase aguda, com SQC >= a 20% em crianças e 30% em adultos, 
suspeita/diagnóstico de lesão por inalação

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