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Disciplina: Imunologia Profº Dr. André Luís Soares da Fonseca Curso: Medicina Veterinária Turma: P02 Aluno: Data: /06/2020 Unidade: Hipersensibilidades 1. Definir o que é uma reação de hipersensibilidade. R: Hipersensibilidade se refere às reações excessivas, indesejáveis (danosas, desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo sistema imune normal. Reações de hipersensibilidade requerem um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV, baseados nos mecanismos envolvidos e tempo levado para a reação. Frequentemente, uma condição clínica particular (doença) pode envolver mais de um tipo de reação 2. Classificar as reações de hipersensibilidade quanto aos seus mediadores imunológicos, segundo Gel e Coombs. R: Hipersensibilidade tipo I, conhecida como imediata ou hipersensibilidade anafilática, é mediada por IgE. O componente primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócido ou basófilo. A reação é amplificada e/ou modificada pelos plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Hipersensibilidade tipo II também é conhecida como hipersensibilidade citotóxica e pode afetar uma variedade de órgãos e tecidos. É primariamente mediada por anticorpos das classes IgM ou IgG e complemento. Fagócitos e células K também participam (ADCC). Hipersensibilidade tipo III é também conhecida como hipersensibilidade imune complexa. É mediada por complexos imunes solúveis. São na maioria de classe IgG, embora IgM possa estar também envolvida. Hipersensibilidade tipo IV é também conhecida como mediada por células ou hipersensibilidade tardia, também incluem respostas mediadas por vários tipos de linfócitos T. Geralmente são tardias, após vários dias de exposição, mas podem ser rápidas, em apenas algumas horas se mecanismos p‑i estiverem envolvidos. 3. Relacionar as reações de hipersensibilidade da classificação de Gel e Coombs, nos tipos imediatos e tardios. Essas alterações podem surgir dentro de 10 a 15 minutos da administração do antígeno. Essa fase é denominada de reação de fase imediata. A reação de fase tardia começa entre duas e quatro horas depois da estimulação na hipersensibilidade imediata. Nesse período, a reação de pápula e eritema já diminuíram. Esta reação de fase tardia consiste em um acúmulo de leucócitos inflamatórios, incluindo neutrófilos, eosinófilos, basófilos e células T CD4. Hipersensibilidade tipo I: reação normalmente leva 15 - 30 minutos para o período de exposição ao antígeno, embora às vezes possa ter início mais demorado (10 - 12 horas). Hipersensibilidade tipo II: O tempo de reação é minutos a horas Hipersensibilidade tipo III: A reação deve levar 3 - 10 horas após exposição ao antígeno (como na reação de Arthus) Hipersensibilidade tipo IV: O exemplo clássico dessa hipersensibilidade é a reação (Mantoux) tuberculínica (figura 5) que atinge um pico em 48 horas após a injeção do antígeno (PPD ou antiga tuberculina). A lesão é caracterizada por calosidade e eritema. 4. Descrever o que é estado de sensibilidade para uma reação de hipersensibilidade tipo I. A produção de IgE específica para o fármaco ocorre após um contacto prévio com o fármaco geralmente haptenizado a proteínas e desenvolvimento de plasmócitos produtores de IgE específica que se liga a receptores Fcε nos mastócitos/basófilos (fase de sensibilização). 5. Descrever o que é estado de sensibilidade para uma reação de hipersensibilidade tipo II. anticorpos das classes IgG ou IgM dirigidos a moléculas localizadas na superfície de células que, desta forma, se tornam alvos para células com capacidade citotóxica (como os linfócitos NK), células fagocíticas (em particular do sistema fagocítico mononuclear) ou para a lise celular por fixação de complemento e formação do complexo de ataque à membrana. Alguns fármacos ligam‑se a moléculas na superfície de células, como os eritrócitos ou plaquetas, e tornam‑se alvos para anticorpos IgG antifármaco que vão levar à destruição da célula, causando anemia hemolítica ou trombocitopenia, entre outros. 6. Descrever o que é estado de sensibilidade para uma reação de hipersensibilidade tipo III. Os imunocomplexos em excesso causam inflamação (e.g., vasculite) e dano de tecidos e órgãos por dois mecanismos principais: 1. Reconhecimento por receptores Fc de neutrófilos, macrófagos, mastócitos e outros leucócitos, levando à sua ativação; 2. ativação da via clássica do complemento e produção de C5a. 7. Descrever o que é estado de sensibilidade para uma reação de hipersensibilidade tipo IV. Geralmente são tardias, após vários dias de exposição, mas podem ser rápidas, em apenas algumas horas se mecanismos p‑i estiverem envolvidos. Atingem frequentemente a pele (um órgão rico em linfócitos T e APCs) e podem originar sintomatologia grave e fatal, contribuindo, no seu conjunto, para mais mortes do que as reações anafiláticas a fármacos. De acordo com o tipo de citocinas produzidas pelos linfócitos T e com o tipo de células efetoras. 8. Identificar qual o infiltrado celular característico de uma reação inflamatória desencadeada por uma reação de hipersensibilidade tipo I. 9.Identificar qual o infiltrado celular característico de uma reação inflamatória desencadeada por uma reação de hipersensibilidade tipo III. 10.Identificar qual o infiltrado celular característico de uma reação inflamatória desencadeada por uma reação de hipersensibilidade tipo IV. 11.Justificar a presença destas células do infiltrado na hipersensibilidade tipo I. 12. Justificar a presença destas células do infiltrado na hipersensibilidade tipo III. 13 Justificar a presença destas células do infiltrado na hipersensibilidade tipo IV. 14. Identificar a classe de imunoglobulina envolvida na mediação da hipersensibilidade tipo I. 15. Identificar a(s) classe(s) de imunoglobulina(s) envolvida(s) na mediação da hipersensibilidade tipo II. 16. Identificar a classe de imunoglobulina envolvida na mediação da hipersensibilidade tipo III. 17. Reconhecer a propriedade fundamental das imunoglobulinas mediadoras da hipersensibilidade tipo I. 18. Citar os mediadores farmacológicos na hipersensibilidade tipo I. histamina: broncoconstrição, secreção de muco, vasodilatação, permeabilidade vascular triptase: proteólise Cininogenase: Cininas e vasodilatação, permeabilidade vascular, edema ECF-A (tetrapeptídios): atrai eosinófilos e neutrófilos. 19. Reconhecer a origem, ação e efeito dos mediadores farmacológicos na hipersensibilidade tipo I. 20. Descrever a natureza do edema formado na hipersensibilidade tipo I. Características da hipersensibilidade imediata O exemplo clássico no homem é a \u201creação de edema-eritema\u201d. Quando um indivíduo sensibilizado recebe uma injeção intradérmica de um antígeno apropriado, o sítio da injeção torna-se eritematoso devido a dilatação dos vasos sanguíneos, há a formação de um edema local, chamado pápula, os vasos da margem da pápula dilatam, produzindo uma borda vermelha típica (eritema). Essas alterações podem surgir dentro de 10 a 15 minutos da administração do antígeno. Essa fase é denominada de reação de fase imediata. 21. Descrever a natureza do edema formado na hipersensibilidade tipo III. 22. Diferenciar o mecanismo de formação de edema na hipersensibilidade tipo I e III. 23. Descrever os principais mecanismos da lesão celular por hipersensibilidade tipo II. 24. Reconhecer a localização do Ag na hipersensibilidade tipo II. 25. Justificar uma neutropenia após a administração do antibiótico cloranfenicol. A neutropenia induzida por medicamentos (NIM) é um distúrbio raro, esporádico e transitório. Os medicamentos mais comuns associados comNIM são antitireoidianos, anticonvulsivantes e antibióticos, embora a patogênese da NIM ainda não esteja esclarecida. A neutropenia consiste na redução da contagem de neutrófilos no sangue. Se for grave, há aumento no risco e na gravidade de infecções causadas por bactérias e fungos. Os sintomas focais da infecção podem ser silenciosos, mas a febre surge durante as infecções mais sérias. O diagnóstico é feito pela contagem com diferencial de leucócitos, mas a avaliação requer a identificação da causa. Se houver febre, presume-se infecção e tratamento empírico imediato com antibióticos de largo espectro é necessário, sobretudo se a neutropenia for grave. O tratamento com o fator estimulante das colônias de granulócitos-macrófagos algumas vezes ajuda. 26. Explicar as reações aceitas para a permanência de imunocomplexos circulantes no organismo. 27. Explicar o papel do sistema do complemento nas ações de hipersensibilidade tipo III. 28. Explicar a reação de Arthus. Reação de Arthus — Reação inflamatória local intensa (na pele), mediada por complexos formados pela ligação de antígenos com anticorpos. É chamada reação de hipersensibilidade de grau III 29. Diferenciar a formação de uma reação de Arthus com uma reação tipo III sistêmica. O antígeno pode ser exógeno (bacteriano crônico, viral ou infecções parasitárias), ou endógeno (autoimunidade não órgão-específica: ex. lupus eritematoso sistêmico, LES). 30. Justificar fenômenos hemorrágicos presentes na reação inflamatória por hipersensibilidade tipo III. 31. Entender a origem da histamina e seu papel na hipersensibilidade tipo III. A histamina exerce seus efeitos fisiológicos mediante interação com quatro diferentes receptores da célula-alvo, H1, H2, H3 e H4. H1 promove a contração da musculatura lisa de vários órgãos e o aumento da permeabilidade dos capilares venosos (fármacos genericamente conhecidos como anti-histamínicos bloqueiam esses receptores). H2 aumenta a secreção de ácido gástrico e promove relaxamento da musculatura lisa. H3 está envolvido no feedback negativo da síntese de histamina e H4 medeia quimiotaxia de mastócitos 32. Justificar a isquemia que pode acompanhar as reações de hipersensibilidade tipo III. 33. Identificar o principal mediador imune da reação inflamatória tipo IV na classificação de Gel e Coombs. 34. Caracterizar os tipos celulares predominantes no infiltrado inflamatório mediado por hipersensibilidade tipo IV. 35. Justificar a presença destas células no infiltrado. 36. Justificar a enduração que caracteriza as reações intradérmicas de hipersensibilização tipo IV. 37. Justificar o eritema que caracterizava as reações intradérmicas de hipersensibilidade tipo IV. 38. Compreender a utilização de testes intradérmicos de hipersensibilidade tipo IV para avaliação de imunidade celular. 39. Justificar a escolha dos Ag em uso nos testes intradérmicos de avaliação de imunidade celular. 40. Explicar o mecanismo da injúria tecidual pelo mecanismo de hipersensibilidade tipo IV, reconhecendo os fatores liberados por células responsáveis.
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