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Osteoporose, Quedas e Síndrome da Imobilidade

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Tutoria 03
Acessibilidade para idosos e quedas
As quedas são responsáveis por cerca de 70% das mortes acidentais entre pessoas com mais de 75 anos, portanto, é necessário a preparação dos espaços públicos e estabelecimentos para que os idosos possam sair de casa com conforto e segurança
Alguns equipamentos para melhorar a acessibilidade para idosos:
· Boa iluminação
· Cuidado com tapetes
· Barras de apoio
· Deixar objetos de uso contínuo na altura dele para ele não precisar subir em escadas
· Corrimão
Para prevenir a ocorrência de quedas na população idosa devem-se ter alguns cuidados importantes no domicílio, como: 
· Tapetes soltos
· Fios elétricos soltos
· Uso de sapatos fechados, com solado de borracha
Segundo a OMS, ainda é importante tratar possíveis fatores que podem levar á ocorrência de quedas, como a revisão de medicamentos, principalmente os que podem causar hipotensão ou sedação, tratar problemas de visão e audição, tratar problemas dos pés e calçados, tratar problemas cardiovasculares, realização de exercícios regularmente, suplementação de cálcio e vitamina D.
A queda é o mais sério e frequente acidente doméstico envolvendo idosos e a principal etiologia de morte acidental em pessoas com mais de 65 anos de idade.
Consequência das quedas:
Após a queda, o idoso pode restringir sua atividade por temor, pela dor ou até pela própria incapacidade funcional, a reabilitação pós queda pode ser demorada, e no caso de imobilidade prolongada pode levar a complicações como o tromboembolismo venoso, ulceras de pressão e até incontinência urinária.
Mecanismo das quedas:
A maioria das quedas ocorre por uma interação entre os fatores de risco tanto intrínsecos quando extrínsecos, que comprometem sistemas fundamentais para a manutenção do equilíbrio, o diagnóstico de fatores individuais tem grande importância, uma vez que pode orientar uma avaliação adequada e a consequente implementação de medidas preventivas especificas.
Fatores de risco intrínsecos
· História prévia de quedas: uma ou mais quedas no ano anterior aumentam o risco de novas quedas nos anos seguintes.
· Idade: Ocorre aumento da prevalência das quedas conforme o envelhecimento por causa da propriocepção reduzida
· Sexo feminino: além da quantidade de mulheres que caem serem maior que os homens, elas apresentam maior risco de fraturas
· Medicamentos: São fatores predisponentes, como os fármacos psicoativos, de uso cardiológico, diuréticos, antiarrítmicos e até vasodilatadores podem aumentar o risco de quedas
· Condições clínicas: Doenças como HAS, diabetes melito e doenças neurológicas ou osteoarticulares que afetem a força muscular, o equilíbrio e a marcha são fatores de risco comuns
· Distúrbio de marcha e equilíbrio: Doenças do movimento e labirintopatias estão entre as que mais comprometem esses fatores, que podem ser decorrentes do próprio envelhecimento
· Sedentarismo: Pode acarretar importante disfunção musculoesquelética decorrente de atrofia e enrijecimento articular
· Estado psicológico: O medo de cair novamente após uma queda está relacionado com o pior desempenho da marcha e novos episódios de queda
· Deficiência nutricional: Se relaciona com distúrbio da marcha, perda de força muscular e osteoporose
· Declínio cognitivo: Mesmo um déficit leve pode aumentar o risco de cair, devido a falhas ao planejar o percurso desejado
· Deficiência visual: A visão é extremamente importante para a manutenção da estabilidade postural, comprometendo a amplitude do campo visual, limitação da perspectiva ou da acuidade visual noturna pode ser fator determinante de queda
· Doenças ortopédicas: Doenças que podem causar tontura e desequilíbrio, além de problemas nos pés, como úlceras, deformidades ou até mesmo a dor, também contribuem para queda
· Estado funcional: O risco aumenta progressivamente conforme o grau de dependência do indivíduo
· Eventos estressantes da vida: Luto ou fatores financeiros poderiam aumentar significantemente o risco de quedas
Fatores de risco extrínsecos
Como normalmente é considerada um fenômeno multifatorial, observa-se a participação de diversos mecanismos, porém, é visto que a participação dos fatores de risco ambiental representar até 50% das quedas entre idosos.
Dentre os fatores, pode-se citar, iluminação inadequada, superfícies escorregadias, tapetes soltos ou com sobras, degraus altos ou estreitos, obstáculos no caminho etc.
Osteoporose
É uma doença osteometabólica progressiva que causa o aumento da fragilidade óssea por desequilíbrio no metabolismo ósseo e consequente processo de remodelação óssea.
Nesse processo envolve mecanismos ativos de formação e reabsorção com redução da massa mineral, tanto cortical quanto trabecular, comprometendo a microarquitetura óssea e as funções esqueléticas de sustentação mecânicas e mobilidade, por conta disso ocorre um aumento da fragilidade óssea e do risco de fraturas.
Os principais locais de fraturas por fragilidade são: Punho, Corpo vertebral, Colo do fêmur, Costelas, Úmero e Pelve.
Classificação: 
Primária:
· Tipo 1: Perda acelerada do osso trabecular, ocorre predominantemente em mulheres (associado á menopausa) e fraturas vertebrais são comuns.
· Tipo 2: Compromete o osso cortical e trabecular, tanto em homens quanto em mulheres, e são mais comuns as fraturas de fêmur e de vertebras.
A maioria dos casos da osteoporose são primária, uma das principais causas da osteoporose é a falta de estrogênio, principalmente na rápida redução que ocorre na menopausa; A deficiência de estrogênio aumenta a degradação óssea e resulta em rápida perda óssea.
Secundária:
· Ocorre devido a endocrinopatias, fármacos, doenças genéticas, artrite reumatoide, doenças gastrointestinais, imobilização prolongadas, transporte de órgãos, CA de mama, anemias crônicas e mastocitose
Poucos casos da osteoporose, tanto em homens quanto mulheres são secundários.
Idiopática:
· É um tipo raro de osteoporose, é tem causa desconhecida, ocorre geralmente nas mulheres na pré-menopausa, em homens abaixo dos 50 anos e em crianças e adolescentes com níveis hormonais baixos, mesmo com vitamina D em níveis normais e nenhuma razão evidente para terem ossos fracos.
Fatores de risco:
· Genéticos e biológicos: História familiar, Raça branca, Escoliose, Osteogênese imperfeita, Menopausa precoce.
· Comportamentais e ambientais: Alcoolismo, Tabagismo, Sedentarismo, Má Nutrição, Baixa ingestão de cálcio, Amenorreia induzida por excesso de exercícios, Dieta com alta ingestão de fibras, fosfato ou proteínas.
Diagnóstico:
Solicitar exame de densidade óssea, nível de vitamina D e exames para causa da osteoporose secundária, além disso são casos suspeitos:
· Mulheres acima de 65 anos
· Mulheres entre a menopausa e 65 anos que apresentam fatores de risco para osteoporose
· Homens e mulheres que tiveram fratura anterior causada por pouca ou nenhuma força, mesmo que acontecido enquanto jovem
· Adultos com idade a partir de 65 anos com dores nas costas ou perda de, pelo menos, cerca de 3cm de altura sem explicação
· Pessoas cujos ossos parecem fino na radiografia ou cuja radiografia mostre fraturas de compressão vertebral
· Pessoas com risco de desenvolver osteoporose secundária.
Prevenção:
A prevenção da osteoporose tem mais sucesso que o tratamento, pois é mais fácil prevenir a perda de densidade óssea que restaurá-la depois que ela tiver sido perdida
Medidas são recomendadas para qualquer pessoa com perda óssea ou que tenha fatores de risco para a perda óssea, independente ou não de fratura por osteoporose, essa prevenção envolve:
· Gerenciar os fatores de risco (fumo, álcool e cafeína, por exemplo)
· Consumir quantidades adequadas de cálcio e vitamina D
· Praticar exercícios com suporte de peso
· Tomar medicamentos
Densitometria
É um exame para definir a massa óssea em regiões, como a coluna lombar e fêmur, a fim de fazer diagnóstico de osteoporose, é utilizado um aparelho de dupla emissão de raio-X porém com baixa dosagem de radiação.
Resultados: Com base nos resultados, os ossos do paciente são comparados com os de uma pessoasaudável, a partir disso é calculado o ‘’T-Score’’, um padrão internacional desenvolvido pela OMS, esse referencial mostra o quanto o paciente está próximo ou distante do ideal de massa óssea.
O T-Score inicial é o número zero (que é a média), e parte pra uma escala de números negativos e positivos, quanto mais negativo mais longe sua massa está do ideal, para homens de 50 anos ou mais e mulheres acima de 40 anos os valores de referência são:
· Normal: T-Score de 0 a -1,0 DP
· Osteopenia: T-Score de -1 a -2,4 DP
· Osteoporose: T-Score de -2,5 ou menos
Radiografia simples:
Os ossos mostram radiodensidade diminuída e perda da estrutura trabecular, porém não até que cerca de 30% do osso tenha sido perdido, porém, as radiografias simples são importantes para documentar as fraturas decorrentes da perda óssea.
Radiografias simples da coluna vertebral devem ser consideradas em pacientes mais velhos com lombalgia e sensibilidade localizada na coluna vertebral.
Síndrome da Imobilidade
A diminuição da capacidade funcional do idoso e o aumento do grau da fragilidade são resultantes da idade avançada associadas a doenças crônicas, esse declínio acontece progressivamente com sintomas inespecíficos, apresentação atípicas e engloba manifestações físicas, psicológicas, sociais e funcionais.
A síndrome da imobilidade é um conjunto de alterações que ocorrem no indivíduo acamado por um período prolongado, independente do motivo inicial, essa síndrome evolui para problemas circulatórios, dermatológicos, respiratórios e até psicológicos, muito da morbidade e mortalidade associada ao paciente restrito ao leito vêm das complicações musculoesqueléticas e viscerais.
O ser humano é feito para ser móvel, principalmente porque 40% do nosso organismo é composto de músculos esqueléticos, além da necessidade da atividade física regular para acontecer a manutenção do sistema musculoesquelético e para melhorar a função dos órgãos internos, a patofisiologia que ocorrem devido ao longo decúbito começam cedo e evoluem rapidamente.
Acredita-se que de 7 a 10 dias seja considerado um período de repouso, de 12 a 15 já é considerado imobilização e a partir de 15 dias é visto como decúbito de longa duração.
Efeitos adversos devido ao longo decúbito
· No sistema musculoesquelético: Hipotrofia, atrofia muscular e descondicionamento; Contraturas; Osteoporose e osteopenia; Deterioração articular; Ossificação heterotrópica; Osteomielite; Deformidades
· Na função visceral: 
↳ Sis. Respiratório: diminuição do trabalho pela perda da força da musculatura da ventilação; Diminuição de volumes e capacidades pulmonares; Estase de muco em áreas mal ventiladas levando a infecções pulmonares; Atelectasias; Dificuldade para tossir; Bronco aspiração
↳ Sis. Cardiovascular: Alteração no volume de distribuição dos fluídos corporais; Descondicionamento cardíaco; Hipotensão ortostática; Trombose venosa profunda; Tromboembolismo pulmonar
↳ Sis. Urinário: Estase da urina; Cálculo renal; Infecções; Bexiga neurogênica; Incontinência
↳ Sis. Gastrointestinal: Perda de apetite; Incontinência fecal; Fecaloma; Constipação e obstrução
Fratura em idosos
	Devido ao processo de envelhecimento biológico ocorrem vários fatores de risco identificados como possíveis causadores de quedas, o tratamento da maioria das fraturas de fêmur é cirúrgico, sendo o tratamento não operatório apenas em algumas ocasiões, como por exemplo quando o risco não for maior que o beneficio.
	Outra perspectiva dessa lesão é a associação com o elevado grau de mortalidade, chegando a mais de 50% em 1 ano, em pessoas acimas de 80 anos.
	A fratura do quadril significa um conjunto de fraturas do fêmur proximal, as mais comuns são as fraturas do colo do fêmur, as fraturas transtrocanterianas e as fraturas subtrocanterianas.
Os vasos sanguíneos que nutrem a cabeça do fêmur geralmente são lesados no momento do trauma, resultado em osteonecrose avascular da cabeça femoral ou pseudoartrose;
Em todas as fraturas do quadril o objetivo será a osteossíntese do fêmur permitindo que o paciente continue com seu quadril natural, embora a salvação do quadril seja um excelente tratamento, não significa que haverá recuperação completa.

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