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Aulas de Odontologia Geriatrica

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Ronize Damião
Odontologia Geriátrica
Aula 1: Introdução à odontogeriatria e aspectos psicológicos relevantes para prática clínica.
Aula 2: Avaliação sistêmica importante para atuação clínica em odontogeriatria e implantodontia como alternativa em reabilitação odontogeriátrica.
Odontologia – Uri Erechim 9°semestre 2021
Introdução à Odontogeriatria e Aspectos Psicológicos Relevantes para Prática Clínica
Aula 01: 07/03/2021
Contextualizando:
● Nos últimos 100 anos, por meio de avanços em saúde pública e inovações no tratamento de doenças, os países acrescentaram cerca de 30 anos à longevidade e estimativa de vida ao nascer.
● Na América do Sul e América do Norte, respectivamente, 17,5 e 25,6% da população acima de 60 anos em 2030.
● No Brasil, 11% da população está na faixa etária de 60 anos ou mais representando mais de 20 milhões de indivíduos. 
● Essa população apresenta crescimento mais rápido que qualquer outro grupo etária, representada 15% da população do Brasil em 2025.
Fundamentos:
● Gerontologia: Ciência que estuda o processo de envelhecimento do homem.
● Geriatria: Ramo da medicina que estuda prevenção e tratamento de doenças e da incapacidade em idades avançadas.
●Odontogeriatria: Atenção à saúde bucal dos idosos, prevenindo e tratando enfermidades comuns à essa faixa etária.
Conceito de Odontogeriatria:
● Werner et al. (1998) definiram a odontologia geriátrica como o ramo da odontologia que enfatiza o cuidado bucal da população idosa, especificamente tratando do atendimento PREVENTIVO e CURATIVO de pacientes com doenças ou condições de caráter sistêmico e crônico associadas a problemas fisiológicos, físicos ou patológicos. 
 ● É sobre a qualidade de vida dos idosos.
Histórico de Odontogeriatria:
● Durante os anos 60 e 70 do século passado o interesse com a Odontogeriatria foi crescendo em toda a comunidade odontológica mundial, já que os indicadores demográficos, somados às reais melhoras de condição de vida, desde o nascimento, durante a fase adulta e também em idades avançadas (ao menos nos países desenvolvidos) mostravam um crescimento real e consistente das pessoas de 65 ou mais anos de idade.
● Este fato causou preocupação às entidades mais representativas da Odontologia Mundial, como a American Dental Association (1986) cujos relatórios anuais e/ ou editoriais mostravam naquela época a real necessidade de um enfoque específico para os tratamentos para pacientes de terceira idade, muito mais avançado dos que eram até então realizados ou ao menos proposto.
Fundamentos: Processo de envelhecimento
● Um dos grandes desafios para a atenção ao idoso advém do fato de que quanto mais envelhecem, mais diferentes se tornam as pessoas.
● O agrupamento de indivíduos com histórias biológica, psíquica e social distintas em uma mesma faixa etária resulta em grande heterogeneidade de características e demandas.
● O Brasil passa por um processo de envelhecimento populacional rápido e intenso. 
● Por isso, há a necessidade de se proporcionar maior qualidade de vida ao segmento idoso da população, enfocando os aspectos físico, social e psicológico.
● Saúde bucal comprometida pode afetar o nível nutricional, o bem-estar físico e mental e diminuir o prazer de uma vida social ativa.
❀ Aspecto Importante em Odontogeriatria: ❀
● É preciso uma conjugação de forças e conhecimentos para todas as áreas da saúde poderem dar o máximo no tratamento integral ao paciente idoso.
● Necessidade de eliminação dos preconceitos em relação à atuação da odontologia. Assim como o idoso não deve ser uma boca para o dentista, e boca em idoso não se restringe à dentadura, a odontologia não se limita à boca.
● É necessário conhecer as alterações fisiológicas e patológicas que acometem o organismo do paciente idoso, bem como os aspectos psicossociais de interesse para este indivíduo.
Desafios:
● Um problema antigo na Odontologia se refere a visão da cavidade oral isolada do restante do corpo, o que leva ao não reconhecimento da saúde oral como componente importante da saúde geral do indivíduo.
● É importante a conscientização dos pacientes e, principalmente, dos profissionais, de que cuidar da saúde bucal faz parte da saúde como um todo e, não, um capítulo à parte.
❀ Desafios: Expectativas ❀
● As expectativas do paciente variam de acordo com o seu nível socio-economico-cultural, o acesso a serviços odontológicos adequados, as expectativas da família e da comunidade em que vive, o nível de dependência de terceiros para locomoção e financiamento do tratamento, o nível de desconforto com o problema oral, o nível cognitivo, entre outros.
● O envelhecimento em si não traz doenças;
● O edentulismo não é uma consequência natural do envelhecimento;
● O uso de próteses totais não libera o paciente de visitar frequentemente o dentista;
● A cárie dental não é mais considerada uma doença dos jovens;
● A xerostomia não é uma consequência natural do envelhecimento;
● O fumo é prejudicial para a saúde;
● A ausência de dor não significa ausência de problemas orais;
● Prevenção oral também se aplica ao paciente da terceira idade.
❀ Desafios: Conceitos Finais ❀
● O tratamento odontológico ao paciente idoso difere do tratamento da população em geral, devido às mudanças fisiológicas durante o processo de envelhecimento natural, da presença de doenças sistêmicas crônicas e da alta incidência de deficiências físicas e mentais nesse segmento da população.
● Sendo o envelhecimento uma fase tão importante da vida de um indivíduo, é importante que se ofereça um tratamento especializado para o idoso, com profissionais capacitados a compreender melhor os seus aspectos psicológicos, odontológicos e comportamentais.
● A saúde bucal do idoso, nos dias de hoje, ainda é reflexo de um modelo assistencial prévio decadente baseado em práticas curativas e mutiladoras. 
● A meta de saúde bucal, estabelecida pela Organização Mundial de Saúde, prevista para o idoso de atender 50% deles, com 20 ou mais dentes presentes na cavidade oral, até o ano 2000, dez anos depois, ainda está longe de ser atingida no Brasil.
● Com um atendimento direcionado aos pacientes da terceira idade através da Odontogeriatria, pode-se aumentar a qualidade de vida dessa parcela da população tornando-os mais independentes e saudáveis.
Aspectos psicológicos relevantes para prática clínica em odontogeriatria
❀❀ Porque é importante a relação dos aspectos psicológicos no cuidado em odontogeriatria? ❀❀
+ É extremamente importante para diagnosticar alguma outra doença, ou violência que o paciente venha vivendo. 
❀ Importância dos aspectos psicológicos em odontogeriatria ❀
● A odontogeriatria considera o estado mental do paciente idoso como um novo conhecimento a ser estudado, pois cresce vertiginosamente as doenças mentais e os distúrbios psicológicos entre essa população.
❀ Breve análise sobre a velhice ❀
● Os indivíduos que chegam à velhice com saúde, sem maiores contratempos, quando integrados no meio familiar, acolhedor, sentem-se felizes e manifestam o desejo de continuar a viver. Outros indivíduos idosos padecem de sofrimentos físicos, com dores e sem esperança de recuperar a saúde, confinados ao leito ou cadeira de rodas, trazendo perspectivas de morte próxima e libertação.
● Muitos indivíduos que ainda tem possibilidade de melhorar suas condições de vida, ganhando algum salário, encontram sérias dificuldades para trabalhar dadas as exigências de certos cargos.
● PRECONCEITO → FRUSTAÇÃO → ANGÚSTIA
● O preconceito com a idade das pessoas, e que com a velhice a pessoas se torna inútil leva a uma frustação e sentimento de angustia. 
❀ Aposentadoria ❀
● É um marco na velhice, as vezes o funcionário é forçado a se aposentar, e muitas vezes, essa interrupção abrupta gera um problema psicológico nas pessoas. 
● Muitas vezes, é um grande despertador de problemas psicológicos. 
● O abandono repentino do trabalho traz, em geral, mal-estar e tédio no dia-a-dia.
● Despertar de grande sensaçãode perda, abandono e inutilidade perante a sociedade.
● Advento e potencialização de distúrbios psicológicos. 
❀ Aspecto cultural da velhice ❀
● A velhice em épocas e culturas diferentes, sempre foi encarada sob pontos de vista diversos. 
● CULTURA ORIENTAL: Exaltação da sabedoria.
● POVOS PRIMITIVOS: Desprezo perante os velhos.
● CULTURA OCIDENTAL: Negatividade em relação à velhice.
❀ Importância do vínculo, confiança e acolhimento ❀
● A relação profissional-paciente deve ser estabelecida com base em confiança estabelecida, afinal, além das experiências de vida e momentos vividos, o atendimento odontológico ainda carrega o estigma da dor e desconforto.
 Implicações corpóreas relevantes em idades avançadas 
❀Fenômeno de “embotamento” do indivíduo idoso❀
● O aumento da necessidade de uso de medicamentos e mudanças físicas levam alguns indivíduos idosos ao desengajamento social.
● O peso cerebral e o fluxo sanguíneo diminuem com a idade, fazendo com que a densidade das conexões dendríticas dos neurônios seja alterada.
+ Embotamento: se isolar, dificuldade de se expressar, de estar em engajamento social.
● Com o passar da idade ocorre MUDANÇAS EM HABILIDADES NEUROPSICOLÓGICAS.
Muitas vezes PALAVRAS QUE POR MOMENTOS “SOMEM DA BOCA”. Ou troca o nome das pessoas, pensa rápido porém não consegue falar, as palavras somem da boca.
DIMINUIÇÃO DE RESPOSTAS RÁPIDAS. 
● A estes fatores físicos, agregam-se outros fatores como sexo. Com perda total/parcial da potência/ interesse, emergem decepções que para muitos tornam-se difíceis de suplantar, tornando o momento propício para o aparecimento de estados depressivos, que mesmo com o apoio do companheiro acabam por gerar um agravamento da condição física.
❀ Transtornos psiquiátricos comuns aos idosos ❀ 
❀❀ Senescência:
● Senescência não é demência, é uma fase natural do desenvolvimento de um indivíduo. Não há ocorrência de alterações psicopatológicas, mas o aparecimento de uma psicologia própria, e não é processo de adoecimento, e sim desenvolvimentos psíquico e somático próprio da idade.
●A capacidade amnêmica fica mais disposta para recordações do passado remoto, com certo prejuízo da memória do presente (fixação).
 	● Dificuldades de manejo com o paciente.
● O campo fenomênico do idoso restringe-se recusando a aceitação de novos valores socioculturais, prendendo-se a um mundo antigo onde “tudo era melhor”.
● Surgimento de outros distúrbios, abandono e ressentimentos até contra familiares, quando na verdade são as projeções de seus próprios fracassos e frustrações.
● IMPORTÂNCIA PARA A ODONTOLOGIA: 
● Perturbação na relação com o paciente se este não se sentir valorizado;
● Dispender mais tempo na explicação do tratamento, dada a dificuldade de aprender novidades.
❀❀ Delirium:
● Transtorno psiquiátrico agudo e grave, causado por processo mórbido somático ou por uso de substâncias, inclusive medicações. O rebaixamento da consciência é característica fundamental, levando o indivíduo a vivências confusas, ficar desorientado no ambiente e no espaço (mas não a si próprio).
● O paciente em delirium acredita nas vivências e trabalha nelas, agride, foge, luta e pode comportar-se bastante inadequadamente.
+ O paciente acha que está em outro lugar, por exemplo, está com o bisturi na mão ele acha que quer matar ele.
● Causas mais comuns: traumatismos cranioencefálicos, distúrbios metabólicos (renais, hepáticos, hidroeletrolíticos), desidratação, infecções, hipóxia, uso de sedativos, hipnóticos, opióides, anti-histamínicos, imunossupressores.
● Se detectado delirium no consultório, suspender o tratamento odontológico e imediatamente avisar os responsáveis pelo paciente para procurar atendimento médico de urgência. + Chamar a ambulância urgente.
❀❀ Depressão:
● Muito frequente na população idosa. Importante distinguir da tristeza, que é uma reação psicológica normal frente a perdas (entes queridos, bens materiais, agressões à autoestima).
● O Humor fica polarizado para a melancolia colorindo toda as vivências com uma matriz de tristeza. Existe um imenso desprazer em todas as atividades e ocorrência de inibição psicomotora, levando o paciente a se movimentar pouco e falar monotonamente.
● Sinais clínicos da depressão: Não adesão ao tratamento.
● Cautela no uso de anestésicos com vasoconstritores no caso de deprimidos em tratamento com antidepressivos tricíclicos.
● Relatos de casos de suicídio na sala de espera do profissional.
❀❀ Transtorno Somatoforme:
● Presença acentuada de sintomatologia física que sugere causa orgânica mas inexiste comprovação da patologia somática. Os sintomas causam grande desconforto, prejudicam a vida social, afetiva e familiar.
● IMPORTANTE: Não se trata de simulação, o paciente não produz intencionalmente o sintoma.
+ A gente não vê mas o paciente sente o problema. Exemplo: um dente doí, não tem carie, não tem trauma, não tem nada, mas o paciente realmente sente dor, ele não inventa realmente doí mesmo. Porém sempre cuidar com quem precisa de atenção, inventa a dor (ou problema) pra chamar atenção, por exemplo, faz uma restauração e quebra de proposito para voltar ao dentista, isso chama-se GANHO SECUNDÁRIO. 
● Os pacientes usam termos exagerados para descrever os sintomas, os quadros não obedecem às especificidades nosológicas e a descrição é inconsistente.
● IMPORTANTE: No cuidado odontológico evitar tratamentos desnecessários e ser capaz de mostrar ao paciente a necessidade de ajuda psicológica ou psiquiátrica.
❀❀ Ansiedade:
● Com o passar da idade, por se tornarem firmes quanto ao que pensam e acreditam, as pessoas acabam ficando ansiosas, ou seja “já sabem a resposta” da pergunta que fazem ao profissional, assim como apresentam um pré-julgamento de suas experiências aplicadas ao contexto odontológico.
● Ansiedade → Experiências → Dificuldade de manejo.
❀❀ Insônia:
● Hábitos e distúrbios fisiológicos.
 ● Insônia e distúrbios do sono.
 ● Baixa imunidade e resposta imunológica.
+ Trocar o dia pela noite, pode ser considerado insônia. 
+ Geralmente quando não dormimos na fase correta do sono nosso sistema não consegue manter a atividade por todo o tempo, gerando baixa imunidade e baixa resposta imunológica.
❀❀ Hipocondria:
● Diversos hábitos de vida como consumo excessivo de álcool e fumo, aliados a alimentação inadequada, estresse e condicionamento físico deficiente, podem levar os indivíduos ao consumo excessivo de medicações e a ansiedade.
+ Indivíduo ansioso em relação as doenças, nem sabe se vai acontecer, mas já está tratando. Exemplo: caminhei muito vai doer as pernas, já vou tomar um remédio. 
●Automedicação→Aparecimento de doenças concretas
● ARTIGO: Sobre os desafios culturais nos cuidados de idosos: 
 	Demonstra a importância do entendimento cultural do indivíduo, sua condição de saúde mental, suas experiências, para melhor implementação de cuidados de saúde oral.
● ARTIGO: Avaliação da associação entre estado cognitivo e saúde oral em pacientes institucionalizados
 	A percepção de quando um paciente mora em casa ou em uma instituição muda muito. A percepção, a saúde mental, a ansiedade, depressão, qualidade de vida, todo o estado cognitivo é muito alterado em pacientes que vivem em instituições (lares/asilos), são piores, quando comparado a pacientes que vivem em casa. 
Considerações Finais:
● Todo profissional envolvido no cuidado e tratamento do idoso deve ter como objetivo de sua atuação a manutenção da identidade do indivíduo e a criação de condições que permita a ele envelhecer com maior qualidade de vida.
● Sempre salientar para os pacientes idosos a importância da saúde bucal e consequências das doenças bucais (saúde oral em 14ºlugar na lista de queixas).
● O Ser humano deve manter o equilíbrio corpo/mente saudáveis. Quando os indivíduos se aproximam da terceira idade, sinais/sintomas físicos de doenças podem ser notados, porém, se o sustentáculo psicológico é adequado, dificilmente o idoso é dominado pela doença.
● Nunca esquecer a atenção ao paciente como um todo, muitos reflexos clínicosde doenças bucais podem apresentar origem em aspectos psicológicos.
Avaliação sistêmica importante para atuação clínica em odontogeriatria e implantodontia como alternativa em reabilitação odontogeriátrica
Aula 02: 09/04/2021
Doenças sistêmicas do envelhecimento:
❀ Repercussões bucais: ❀
+ Vamos falar de algumas patologias que os idosos podem apresentar com frequência, algumas características clínicas importantes, alterações fisiológicas e metabólicas que podem influenciar no nosso manejo diário, além das repercussões bucais. 
● Ao completar 60 anos de idade, os indivíduos apresentam 50% de chance de apresentar pelo menos uma doença crônica degenerativa;
+ Ou seja, metade dos paciente que vamos observar vão ter algum problema crônico.
● Somando-se as mudanças fisiológicas e psicológicas do processo de envelhecimento, geram-se sempre alterações funcionais que necessitam atenção e cuidados especiais.
+ Sem falar que cerca de 80% dos idos fazem uso de algum tipo de medicação.
Doenças crônicas e sistêmicas do envelhecimento e repercussões bucais:
● O cirurgião dentista precisa estar atento aos sinais e sintomas que as doenças apresentam e as repercussões que isso pode ter no tratamento e ações odontológicas.
+ Devemos estar preparados para identificar e como vamos manejar diante dessas circunstâncias. 
❀ Doenças cardiovasculares: ❀
+ Dentro dos problemas sistêmicos crônicos no Brasil, e talvez do mundo, são os mais prevalentes. Alguns países o câncer e as doenças cardiovasculares estão quase empatados, mas as doenças cardiovasculares sempre ganham em termos de prevalência e incidência a nível mundial.
✦ ASPECTOS IMPORTANTES:
● Ansiedade e medo.
+ Tentar diminuir ou controlar o máximo possível o medo e a ansiedade desses pacientes
● Seleção de fármacos (anestésicos).
+ Existe uma discussão grande entre usar e não usar anestésico com vasoconstritor em paciente que tem problemas cardiovascular. Utilizar anestésico com vasoconstritor de qualidade e saber qual utilizar, 
controlando a dor sem precisar reanestesiar e sem ele passar mais dor, causa menos dano do que ele sentir medo, ansiedade e dor.
● Interpretar: + Saber observar alguns sinais importantes:
 	- Qualidade e evolução da doença cardíaca. 
+ Por exemplo, um paciente com hipertensão, afere a pressão e está 15/12, você liga um alerta, o paciente diz que o normal dele, você faz a carta ao médico, e o médico libera para operar, pois ele já passou por picos muitos maiores que esse é o novo normal dele. 
 	
 	- Medicamentos utilizados pelo paciente.
+ Saber se com os medicamentos que ele usa vai ocorrer alguma alteração na nossa prática clínica.
 	
 	- Repercussões na cavidade bucal tanto das condições, quanto das medicações.
+ Exemplo vai fazer uma prótese a um paciente que tem xerostomia, que é a diminuição da saliva, as bactérias vão proliferar mais, então não podemos deixar algum degrau, pois isso vai favorecer ainda mais essa proliferação e pode causar cáries radiculares, o que é mais difícil de tratar. 
 	
 	- Repercussões sistêmicas das alterações.
+ Algumas alterações podem influenciar na nossa prática clínica.
❀❀ Hipertensão arterial sistêmica:
● 140/90 mmHg.
+ É considerado em crise hipertensiva ou hipertensão acima de 140/90.
● Normalmente assintomática.
+ Paciente não relata sintomas, mas pode acontecer alguns sintomas.
● Hipertensão primária e secundária.
+ Pode ser de caráter primário quando a origem é desconhecida, não se sabe o que causa aquela hipertensão. Já a secundária é de origem de outra alteração corpórea ou patologia daquele indivíduo.
Exemplo: Paciente tem hipertensão sem nenhuma outra doença é primária. Ou ter hipertensão por doença renal crônica é um exemplo de secundária. 
● Sintomas: cefaleia, zumbidos, tonturas e perda de consciência.
+ Caso houver sintomas, é dor de cabeça, zumbidos no ouvido, tonturas e perda da consciência. 
 	- Acima de 140mmHg, perda súbita de visão, confusão mental, sonolência, déficits focais, crises convulsivas, cefaléia importante e dor precordial (dor no peito irradiada para região do braço esquerdo).
+ Nas mulheres também é comum acontecer dor na região mandibular. 
● Acima de 160mmHg, 4X mais chance de AVC e danos arteriais.
● Pressão diastólica acima de 95mmHg, 2X mais chance de danos arteriais (infarto ou AVC).
	PAD
	PAS
	Classificação
	< 80
	< 120
	Ótima 
	< 85
	< 130
	Normal
	85 - 89
	130 - 139
	Normal alta
Hipertensão:
	90 - 99
	140 - 159
	Hipertensão leve
	100 - 109
	160 - 179
	Hipertensão moderada
	> 110
	> 180
	Hipertensão grave
+ Em situações que o paciente não tem quadro de hipertensão e não faz uso de medicamento, e chega com a pressão alterada, suspende o tratamento. 
+ Para pacientes que chegam com pressão elevada, mas já tem histórico, avaliar o nível de alteração.
+ Até 180/110 se o paciente já tem histórico, pode operar, acima disso encaminha ao médico. 
✦ Cuidados no atendimento ao paciente hipertenso:
● Aferição da pressão arterial.
● Uso controlado de anestésicos com vasoconstritores (adrenalina e noradrenalina). 
● Medicações e efeitos colaterais (boca seca, sonolência, hipotensão postura, broncoespasmo, hipoglicemia).
● Observação de manobras posturais ao deitar e levantar a cadeira.
+ Em aparelhos manuais fazer a calibração em tempos em tempos. E em aparelhos digitais pilhas sempre novas, pois pilhas fracas alteram a aferição do aparelho.
❀❀ Insuficiência cardíaca congestiva (ICC):
● Insuficiência em bombear sangue para os tecidos.
+ Normalmente acontece quando o coração vai crescendo.
+ Em pessoas que tem problemas cardiovasculares crônicos ao longo da vida, isso tende a acontecer, em pessoas com hipertensão também. 
+ Ele não fica mais forte em força muscular, mas sim em tamanho e ele tem que fazer mais força para bombear o sangue. 
● Causas: Infarto agudo, hipertensão, cardiomiopatias hipertróficas, infecções (Chagas), tromboembolismo pulmonar, entre outras.
● Importante para diagnóstico: dispneia paroxística noturna (falta de ar durante a noite, principalmente por deita), dispneia após pequenos/moderados esforços, distensão das veias do pescoço (jugular principalmente, temporal), tosse noturna, edema pulmonar, hepatomegalia (aumento do fígado), entre outros;
● A maior parte das drogas para tratamento da ICC causam hipotensão e maior risco de hemorragia.
+ Levar em consideração ao atender esses pacientes. 
✦ Cuidados no atendimento ao paciente com ICC:
● Evitar estresse (ansiolíticos, anestesia adequada).
● Evitar posição supina por tempo prolongado.
● Evitar sangramento excessivo (hemorragia).
● Cuidado com hipotensão postural.
+ Deixar o paciente muito deitado, por muito tempo.
● Cuidado com hipertensão.
● Cuidado com taqui/bradiarritmias.
● Tempo de atendimento abreviado.
✦✦ Em casos de hemorragias:
1. Manter a calma.
2. Pressionar o local com gaze e o dedo apertado, fazendo força e espera bastante, no mínimo, dez minutos. Se não baixou o sangramento. 
3. Pegar anestesia com vasoconstritor vai perto do ramo da artéria e injeta bastante, um tubete inteiro.
4. Se ainda não parar, pega e embebe uma gaze com anestésico vasoconstritor e segura mais um pouco.
5. Se ainda não parar, teremos que partir para outras manobras mais difíceis como pinçar a artéria, sutura por primeira intenção do tecido. 
+ Se estiver sangrando para o interior de algum tecido uma hora forma um coagulo e vai parar. 
+ Se estiver enxergando o sangramento jorrando, é o suficiente para pegar uma mosquito e pinçar o vaso. 
❀❀ Arritmias cardíacas:
● Variação do ritmo normal de batimento cardíaco (60-100/min);
● Pacientes com taquiarritmias (aumento dos batimentos) apresentam: palpitação, dispneia, dor precordial, vertigem e síncope; já a bradiarrtimia (diminuição dos batimentos) apresenta: desânimo, cansaço, vertigem;
● Arritmias ventriculares são perigosas podendo levar à parada cardíaca.
+ Quando o paciente relatar que possui arritmias, procurar saber qual é o tipo, ventricular, atrial...
+ Arritmias são alterações nos batimentoscardíacos. 
+ Para aferir os batimentos podemos usar 2 técnicas:
1ª Pressionando a jugular, no pescoço, identificando os batimentos do paciente. 
2ª O paciente deixa a mão e braço bem relaxado, um pouco levantado, e pressionamos após o dedão do paciente, para trás do dedão em direção a palma da mão e o braço. E contamos 10 segundos e multiplicamos por 6, 60 segundos... (como preferir).
+ Normalmente os aparelhos digitais já dão os batimentos cardíacos. 
✦✦ Cuidados no atendimento do paciente com arritmia:
● Verificar o uso de anticoagulante oral;
+ A maioria usa anti-coagulantes orais (ASS, varfarina, copidogrel, acenocumarol, xarelto, marevan).
● Observar frequência cardíaca antes e depois, conferindo níveis de normalidade e de forma regular;
● Respeitar dose máxima de lidocaína (pode levar a bradicardia, hipotensão, depressão respiratória, convulsão e parada cardíaca.
+ Dose máxima 1 tubete a cada 10kg (não só para essas patologias, mas para ao geral).
❀❀ Doença arterial coronariana (DAC):
● É mais comum devido à obstrução da artérias coronarianas por placas ateromatosas.
(Areosclerose)
● Principais fatores predisponentes: tabagismo, HAS, hiperlipidemia, obesidade, sedentarismo, diabetes melito, síndrome metabólica, idade avançada, fatores genéticos, entre outros;
● Infarto agudo do miocárdio é a manifestação mais grave da DAC.
✦✦ Cuidados no atendimento ao paciente com DAC:
● Maior risco de hemorragias (antiagregantes plaquetários, que normalmente ele faz uso) e hipotensão;
● AAS não precisa ser suspenso, visto que grandes cirurgias (cardíacas e torácicas) são realizadas sem suspensão dessa medicação.
+ Se for pra suspender é o médico quem suspende e não nós.
+ Se não puder suspender, caso não for o AAS, cuidar na exposição do tecido, tentar ser o menos invasivo possível, e cicatrização por primeira intenção. 
❀❀ Valvopatias:
● Alterações anatômicas e funcionais das válvulas cardíacas;
● Os sintomas clínicos são muito variados dependendo da valva afetada, função cardíaca e tempo de evolução;
● A maioria dos pacientes é assintomática e só vai descobrir a valvopatia em exames de rotina.
✦✦ Cuidados no atendimento ao paciente com valvopatia:
● Principal cuidado: ENDOCARDITE INFECCIOSA;
● Orientações constantes para manutenção de excelente higiene oral, evitando bacteremias maiores desnecessárias;
+ Principal indicação de prescrição medicamentosa para endocardite. 
+ Caso o paciente esqueceu de tomar, ele pode tomar até 2 horas após o procedimento. Mas garantir que ele vai sair e tomar a medicação.
❀❀ Doença cardíacas congênitas:
● É uma anormalidade da estrutura ou função cardiovascular, presente ao nascer, mesmo que descoberta muito mais tarde.
✦✦ Cuidados no atendimento ao paciente com doenças cardíacas congênitas:
● Principal cuidado: ENDOCARDITE INFECCIOSA;
● Orientações constantes para manutenção de excelente higiene oral, evitando bacteremias maiores desnecessárias;
● Todo paciente com doenças cardíacas congênitas devem ser tratados como portadores de valvopatias e receber profilaxia para endocardite;
❀ Fatores endócrinos: ❀
❀❀ Diabetes melito (DM):
● Muitos casos a diabetes no idoso é assintomática e alguns sinais clássicos, como políuria e polidipsia (aumento da micção e sede) não são frequentes, sendo sintomas mais comuns fraqueza e adinamia;
● Doença Periodontal e Diabetes;
+ Normalmente tipo I, tipo II e tipo gestacional, mas tem até 5 tipos de diabetes.
+ Tipo I: não produção de insulina, por algum motivo nasce sem produzir ou ao longo do tempo o pâncreas para de produzir insulina. 
+ Tipo II: resistência à insulina, o corpo produz, mas as células captadora de insulina não funcionam corretamente. Normalmente descoberto mais tardiamente, pois pode ser adquirido em qualquer fase da vida.
❀❀ Disfunções tireoidianas e paratireoidiana:
● As glândulas paratireoidianas secretam o hormônio PTH que é responsável por mover o cálcio do osso extracelular alterando assim o metabolismo ósseo. 
● Cirurgias ósseas e implantes osseointegrados.
+ Ter muito cuidado ao realizar cirurgias nesses pacientes, pois o metabolismo ósseo é muito semelhante a paciente que fazem uso de bifosfonatos.
❀❀ Função renal:
● Hipofunção renal: hiperpigmentação de lábios e gengivas (cor de “café com leite”); Hipotassemia.
+ Diminui o potássio.
● Hiperfunção renal: osteoporose e deficiência de colágeno.
❀ Doenças pulmonares obstrutivas crônicas: ❀
❀❀ Asma:
● Em consultório odontológico, deve-se observar ventilação (ventilador e ar condicionado) e posição do paciente para o tratamento.
+ Sempre estar com o filtro do ar condicionado adequado e higienizado. 
+ Não podemos utilizar anti-inflamatórios não esteroidais. 
❀❀ Pneumonia:
● Em pacientes com doenças inflamatórias crônicas, sob tratamento, é frequente a colonização da placa bacteriana por patógenos pulmonares.
● A reação do processo inflamatório que leva a destruição do tecido conjuntivo é observada tanto na Doença Periodontal quanto no Enfisema Pulmonar.
❀ Doenças auto-imunes: ❀
❀❀ Lúpus eritematoso:
● É uma doença crônica e na cavidade bucal aparece petéquias e ulcerações avermelhadas difusas. 
+ Muito comum em mulheres 9:1.
+ Normalmente, as doenças imunes no grau apresentam lesões orais, agudas.
+ Tratamento normalmente é corticoides e imunossupressores, que diminuem o sistema imunológico, controlar os pacientes para que tenhamos um mínimo de risco infecção oral.
❀❀ Artrite reumatoide:
● Atinge 1% da população no Brasil, é uma doença inflamatória que agride predominantemente as articulações.
● Manifesta-se, em geral depois dos 30 anos de idade com prevalência maior em mulheres.
● Disfunções de ATM.
❀❀ Síndrome de Sjogren:
● Doença auto-imune caracterizada por disfunção nas glândulas exócrinas, mais prevalente em mulheres acima de 40 anos;
● Múltiplas manifestações sistêmicas: Xeroftalmia, Xerostomia, envolvimento musculoesquelético, pulmonar, renal e hematológico;
● Tratamento clínico: utilizar solução alcalina para bochechos diários, utilizar saliva artificial, remoção efetiva da placa bacteriana;
● Evitar alimentos ácidos e lubrificar os lábios com protetor solar.
Implantes osseointegrados:
 ❀ Uma alternativa para pacientes desdentados totais: ❀
Consequências importantes do processo de envelhecimento
Perda de dimensão vertical e reabsorção óssea.
O que fazer?
Maxilas atróficas – Levantamento de seio maxilar
Enxerto ósseo
Implante zigomático
Guia cirúrgico
Tipos de implantes:
Benefícios do Sistema Cone Morse
Fixação anti-rotacional.
Alta estabilidade mecânica.
Menor movimentação rotacional que implantes de hexágono externo.
Baixo potencial para perda óssea marginal.
Resultados estéticos periimplantares otimizados.
Redução do GAP.
Selamento bacteriano

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