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REPRODUÇÃO DE OVELHAS E CABRAS

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REPRODUÇÃO ANIMAL I
Maria Eduarda Rocha
REPRODUÇÃO DE OVELHAS E CABRAS
ASPECTOS DO CICLO ESTRAL DE OVELHAS
· Podem ser poliéstricas estacionais (dependentes do fotoperíodo) ou poliéstricas não estacionais (contínuas). 
A maioria das raças ovinas apresenta um modelo de reprodução sazonal com incidência de ciclos estrais concentrados durante o outono e inverno. Um dos principais fatores responsáveis por essa estacionalidade é o fotoperíodo. 
Em pequenos ruminantes, o aparecimento de cios e a periodicidade do ciclo são estimulados e regulados pela liberação de melatonina. A luz inibe a produção de melatonina pela glândula pineal, então no escuro (noite) haverá alta produção de melatonina, enquanto que no claro haverá baixa produção de melatonina.
Em ovelhas e cabras: altas concentrações de melatonina estimulam GnRH (feedback positivo da melatonina sobre o GnRH). 
São considerados reprodutores sazonais de dias curtos (e noites longas para maior produção de melatonina). 
OBS: No geral, as raças lanadas respeitam mais a estacionalidade.
Sazonalidade
Escuro: ↑ produção de melatonina.
Claro: ↓ produção de melatonina. 
OVELHAS (sazonal de dias curtos): ↑ produção de melatonina → estimulação de GnRH → ↑ concentração de GnRH. 
 
Em dias curtos, a noite será longa, sendo assim a produção de melatonina será maior, o que favorece a reprodução de ovelhas. 
Inverno: dias curtos e noites longas. 
(Favorável a ovelhas). 
Todo dia 21 de junho ocorre o solstício de inverno, considerado o menor dia do ano, ou seja, que possui o fotoperíodo mais curto. 
Estação de monta de ovelhas
Março, abril, maio, junho, julho, agosto
· Puberdade:
- 65-70% do peso corporal adulto (o ciclo estral nas fêmeas tem uma relação direta com o peso corporal)
- 6-8 meses com nascimento no início da primavera
- 16 meses com nascimento no final da primavera
Há várias definições quanto ao início da puberdade, como: idade ao primeiro estro, idade à primeira ovulação e idade em qual a fêmea suporta a gravidez sem efeitos deletérios futuros. Em fêmeas ovinas esta idade está entre 6 e 14 meses de idade (média).
A estação de monta de fêmeas ovinas inicia-se no final do verão e começo do outono (para raças que apresentam estacionalidade reprodutiva), depois de um período de dias longos, antes do solstício de verão, seguido então pela diminuição do comprimento dos dias e, conseqüentemente, da luminosidade. A diminuição da luminosidade é que estimula as fêmeas ovinas jovens a apresentarem os primeiros cios.
A puberdade é influenciada por nutrição, manejo, fotoperíodo e raça. 
Os centros neurais recebem informações dos ambientes interno e externo, como temperatura, estresse, interações sociais e especialmente do status nutricional. Esta informação é conduzida ao hipotálamo e traduzida através de sinais neuroendócrinos como GnRH que interfere na pulsatilidade do LH e na liberação de FSH e conseqüentemente refletindo nas funções ovarianas, tal como na esteroidogênese (SCHILLO et al, 1992; AMSTALDEN et al, 2000; OLIVEIRA; 2006).
Os ovinos sofrem grande influência da interação social, um animal jovem pode atingir a sua maturidade sexual antes do previsto pela convivência de animais adultos em atividade reprodutiva. As fêmeas também apresentam influência em relação à interação social, geralmente fêmeas expostas periodicamente a animais ciclando tendem a atingir a puberdade mais cedo (MOBINI et al, 2002).
A introdução de carneiros em rebanhos de fêmeas ovinas jovens durante a transição do período não reprodutivo para o reprodutivo pode resultar em uma significativa sincronização dos cios e das primeiras coberturas (OTTO SÁ & SÁ; 2007).
Em ovinos um aumento na ingestão alimentar pode aumentar a taxa de ovulação, enquanto restrições podem reduzir o número de folículos ovulatórios (SARTORI & MOLLO; 2007). Subnutrição durante os meses iniciais de vida causa uma redução no desempenho reprodutivo vitalício, independente da nutrição durante a vida adulta, deve-se fornecer recursos alimentares para esta fase do ciclo de produção para assegurar o desempenho reprodutivo futuro (ROBINSON et al, 2006).
A nutrição influencia diretamente a fertilidade de ruminantes pelo eixo hipotálamo-hipófise-gônada. Isto se deve à participação da nutrição na foliculogênese, principalmente através de mecanismos de sinalização metabólica (SCARAMUZZI et al, 2006). A alimentação influencia a reprodução ativando o hipotálamo e a hipófise na secreção de hormônios libertadores de gonadotrofinas (GnRH), hormônio luteinizante (LH), e hormônio folículo estimulante (FSH), hormônios controladores da fisiologia reprodutiva (GARNER & HAFEZ; 2004). Em geral, o desenvolvimento sexual dos ovinos aparece mais associado ao desenvolvimento corporal do que a idade cronológica. Bielli et al., (2000), constataram que quando há um aumento de alimento fornecido aos ovinos, há um alcance precoce na puberdade destes animais. Para entrada na estação de acasalamento, as fêmeas ovinas jovens devem ter atingido 60% do peso adulto das ovelhas do rebanho. Além disso, elas devem receber uma boa alimentação para que sejam capazes de manter a gestação e continuar seu desenvolvimento (OTTO SÁ & SÁ; 2007).
Nas fêmeas ovinas jovens pré-púberes, o eixo hipotalâmico-hipofisário é funcionalmente competente, porém os folículos não chegam ao estádio préovulatório, pois o perfil de liberação do LH é caracterizado por pulsos de baixa freqüência. Quando as fêmeas atingem a fase peri-púbere, há aumento na freqüência de pulsos de LH, maturação dos folículos ovarianos e aumento na concentração de estradiol e conseqüentemente, estro e pico pré-ovulatório de LH (SCHILLO et al, 1992). 
Próximo à primeira ovulação, verifica-se aumento na pulsatilidade de LH, através da diminuição de receptores hipotalâmicos de estrógeno (diminuição da sensibilidade ao hormônio). 
· Duração do ciclo estral: 
16,5 dias (14-19), ou seja, ciclo estral curto.
· Estro: 
O estro (manifestação do cio) geralmente possui duração de 30 horas (24-36). Nessa fase, há modificação do comportamento e geralmente as fêmeas apresentam sintomas como vulva edemaciada e hiperêmica; inquietação; emissão de sons frequentes; apetite irregular; mucosidade na vulva; intensa procura pelo macho (fêmeas seguem o macho); sem comportamento de montarem outras fêmeas. 
· Ovulação: 
A ovulação ocorre no final do cio (de 24 a 27 horas após o início do estro). 
· Estro pós parto:
Entre 5 a 10% das fêmeas ovinas apresentam um estro nas 36 horas após o parto, porém não é fértil, pois não há ovulação. 
A ovelha retornará ao seu ciclo fértil de forma semelhante à vaca (o reinício acontece por volta dos 30 dias também).
A primeira ovulação após o parto ocorrerá sem manifestação de cios. 
O reinicio da atividade cíclica dependerá do escore corporal da ovelha.
· Estro pós anestro estacional:
Após o final da estação não reprodutiva e início da estação reprodutiva, há intensificação da atividade ovariana, sendo que a primeira ovulação será silenciosa seguida de um ciclo curto. 
Para sincronização do estro das ovelhas, pode ser o usado o método de “efeito macho”. 
· Duração da gestação:
144-150 dias (5 meses). 
· Estratégias para melhora da eficiência reprodutiva:
O manejo ideal é que a fêmea tenha 3 partos a cada 2 anos, resultando em 1 parto a cada 8 meses. 
O desmame deve ser entre 75 e 84 dias. 
UTILIZAÇÃO DO “EFEITO MACHO”
- Indução natural do cio de fêmeas.
- Auxílio na sincronização do estro.
- Introdução de um macho no lote de ovelhas que estava sem contato com nenhum macho púbere a algum tempo, ou seja, antes disso deve-se deixar machos e fêmeas em isolamento total (físico, auditivo, olfativo e visual). 
- Ao introduzir o macho, ocorre um bioestímulo para que todas as fêmeas ciclem de forma sincronizada. 
- Carneiros e ovelhas, bodes e cabras secretam os feromônios (substância hormonal que estimula o indivíduo do sexo oposto) através da pele, sendo principalmente ao redor dos olhos nos carneiros. Esses hormônios são captados pelo aparelho vômero-nasal.É através desses estímulos do feromônio, da visão do macho e do contato físico com ele que se dá a retomada de atividade hormonal na fêmea, com o aparecimento do cio.
- As primeiras ovulações decorrentes dessa técnica ocorrem 2 a 3 dias após o contato inicial com o macho (carneiro ou rufião). 
- Essa técnica é mais comumente usada no período de transição, quando as ovelhas ainda não estão ciclando, mas já estão quase prontas para ciclar - daí o efeito macho ser um "catalisador".
O rufião é um animal com comportamento de macho, mas sem condições de fecundar a fêmea. Ele é utilizado na detecção de estro (cio) em programas de inseminação artificial (IA), como estimuladores do estro e da ovulação das fêmeas.
Utilização do “efeito macho”
Primeira etapa (2 meses antes): isolamento físico, auditivo, visual, olfativo do macho.
Segunda etapa (15 dias antes da EM): colocar os rufiões com as ovelhas.
Terceira etapa (início da EM): colocar os carneiros com as ovelhas para a cópula. 
USO DA LUZ
Na estação de monta, o animal estará com pouca presença de luz, o que garante alta produção de melatonina e consequente aumento nas concentrações de GnRH, que influencia no pico de LH, garantindo a ciclicidade e ovulação. Nesse momento, deve-se inserir luz artificial. Assim que o animal entrar em estro, realiza-se a retirada gradativa ou brusca da luz, para que a glândula pineal volte a produzir melatonina, induzindo o animal ao cio novamente, mesmo estando no verão (fotoperíodo maior). 
USO DE HORMÔNIOS
- Implante de progesterona (P4):
· Corpo lúteo artificial.
· Dispositivos intra-uterinos ou subcutâneos.
· Sua função é impedir uma nova ovulação, garantindo a sincronização dos cios.
PROTOCOLO PARA OVINOS
- Com o macho solto junto das fêmeas 
D0: aplicação do dispositivo de progesterona (P4). 
D6: retirada do dispositivo de progesterona (P4); aplicação de prostaglandina (PG) para lise de corpo lúteo (nas fêmeas que tiverem); aplicação de gonadotrofina coriônica equina (eCG), que funciona como FSH, mas principalmente como LH, pois os folículos já irão possuir receptores para LH, assim maximizando o crescimento folicular. 
Após D6: colocar machos juntos de fêmeas. 
- Com observação do cio 
D0: aplicação do dispositivo de progesterona (P4). 
D6: retirada do dispositivo de progesterona (P4); aplicação de prostaglandina (PG) para lise de corpo lúteo (nas fêmeas que tiverem); aplicação de gonadotrofina coriônica equina (eCG), que funciona como FSH, mas principalmente como LH, pois os folículos já irão possuir receptores para LH, assim maximizando o crescimento folicular. 
Após D6: inseminação artificial 12 horas após detecção do cio. 
- Com IATF (inseminação artificial em tempo fixo)
D0: aplicação do dispositivo de progesterona (P4). 
D6: retirada do dispositivo de progesterona (P4); aplicação de prostaglandina (PG) para lise de corpo lúteo (nas fêmeas que tiverem); aplicação de gonadotrofina coriônica equina (eCG), que funciona como FSH, mas principalmente como LH, pois os folículos já irão possuir receptores para LH, assim maximizando o crescimento folicular. 
Após D6: inseminação artificial 48 horas após detecção do cio para sêmen resfriado OU inseminação artificial 54 horas após detecção do cio para sêmen congelado.
· Identificação dos animais:
Os animais devem ser identificados com brincos e tatuagens. 
Para identificação de cio, devem ser feitas marcações.
ASPECTOS DO CICLO ESTRAL DE CABRAS
No geral, a reprodução de cabras se assemelha bastante à reprodução de ovelhas, porém possuem algumas particularidades. 
· Puberdade:
5 a 7 meses de idade, com interferência de fotoperíodo. 
Dependente de fotoperíodo, raça (existem raças mais precoces e outras mais tardias), nutrição, manejo. 
· Duração do ciclo estral: 
21 dias (18-24). 
· Ondas de crescimento folicular:
Assim como as ovelhas, as cabras apresentam ondas de crescimento folicular, com consequente recrutamento de folículos de 2mm. 
Possuem de 2 a 5 ondas de recrutamento folicular.
· Ciclos curtos (5 a 8 dias):
No início da estação reprodutiva após anestro estacional, ocorrem ciclos curtos de 5 a 8 dias, quando há introdução de um reprodutor no rebanho. 
· Estro:
O estro (manifestação do cio) geralmente possui duração de 32 a 40 horas. Nessa fase, há modificação do comportamento e geralmente as fêmeas apresentam sintomas como aceitação de monta, procura pelo macho, movimentos de cauda, balidos, emissão de urina, monta sobre outras fêmeas (7,1 a 20,5%), muco, agitação, hiperemia e edema de vulva, diminuição do apetite e produção de leite. 
· Ovulações:
A ovulação ocorre no final do cio (de 30 a 36 horas após o início do estro).
· Estro pós parto:
Reinício da atividade cíclica.
· Estro pós anestro estacional
· Duração da gestação:
146-151 dias (5 meses). 
OBS: 20 dias antes do parto, a placenta produzirá estrógeno placentário. 
No Brasil a criação caprina é principalmente para exploração leiteira. Por serem estacionárias, a produção leiteira também é sazonal. Para ter a produção relativamente constante, há esquemas de manejo em que se divide o rebanho em dois grupos, sendo que um grupo vai reproduzir de fevereiro até inicio de março e retorna a fazer inseminação ou monta em junho/julho, e posteriormente em fevereiro/março. 
· Estratégias para melhora da eficiência reprodutiva:
UTILIZAÇÃO DO “EFEITO MACHO”
- Semelhante à ovelhas. 
- Liberação de feromônio butano 4-metil.
Possuem lactação de 6 meses e período seco de pelo menos 45 dias para recuperação de glândula mamária. 
USO DA LUZ 
- Semelhante à ovelhas.
- Possuem o manejo de luz mais intensivo.
USO DE HORMÔNIOS
- Semelhante à ovelhas.
- Porém nesse caso retira dispositivo de progesterona no D5, diferentemente de ovelhas que são no D6. 
PROTOCOLO PARA CAPRINOS

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