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1 Testes Funcionais na Avaliação de Doenças Respiratórias Crônicas Profª Drª Carla Malaguti Mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional da UFJF Classificação internacional de Funcionalidade e Incapacidade (CIF) no contexto doenças respiratórias crônicas A Reabilitação Pulmonar é recomendado para melhora da dispnéia, capacidade funcional e qualidade de vida. Am J Respir Crit Care Med. 2006:15;173(12):1390-413 A OMS desenvolveu a CIF: centrado na funcionalidade e participação do paciente Não centrar na doença WHO. International Classification. 2002;1149:1-22 Categorias da CIF Jacomé C, at al. Disability and rehabilitation. 2013;35:1534-45. Capacidade de exercício Capacidade Funcional Performance Funcional Estrutura e função corporal Testes Desfechos Atividades Testes Desfechos Participaçã o Testes/ Questionári os Desfechos Função respiratória Espirometria, manovacuome tria VEF1, CVF, PIM, PEM caminhada TC6, Shuttle Distância caminhada, tempo e velocidade da marcha Recreação e laser pedometro Número de passos/dia Tolerância ao exercício TECP Incremental e endurance VO2máx, tempo na carga constante Movimentaç ão Teste de AVD, teste de Glittre Tempo para completar 5 voltas Realização da rotina diária Questionário de dispnéia relacionado à AVDs Nível de dispnéia nas AVDs Função muscular (potência, endurance) Medidas isocinéticas, eletromiografi a. Pico de torque, freqüência mediana Mudanças na posição do corpo Teste de TUG, Teste do degrau Duração do teste, número de subidas/ descidas Vestir-se, atividades laborais, recreacion ais Questionário de medidas ocupacionais Capacidade de realizar atividades (escore 0- 10) Estrutura da extremidad e inferior, massa muscular Tomografia computadoriza da, bioimpedância elétrica, biópsia Massa muscular, área seccional da coxa Levantamen to e condução de objetos Teste dos anéis, teste de MMSS não apoiado Número de anéis movimentad os, duração do teste. Interações interpesso ais complexas, atividades laborais London Chest Activity of Daily Living Capacidade de realizar atividades (escore 0- 10) Componentes da CIF Bui KL, et al. Ann Am Thorac Soc. 2017;14:778-784 Capacidade de exercício Capacidade funcional Desempenho funcional Testes de Capacidade Funcional • Teste de caminhada de seis minutos • Teste da marcha controlada (shuttle tests) • Teste do degrau • Teste senta-levanta • Teste de Glittre 2 Teste da caminhada Histórico • 1963 Balke - • 1968 Cooper - TC 12 minutos em saudáveis • 1976 McGavin - TC 12 minutos em pacientes • 1982 Butland - TC 6 minutos em pacientes • 2001 Revisão Sistemática - TC 6 min • 2002 ATS Guidelines - TC6 minutos Teste da caminhada Princípio Básico “Medir a maior distância que o indivíduo é capaz de percorrer num intervalo de tempo fixo” Clínico : TC- 6 minutos AJRCCM 2002;166:111-117 TESTE DA CAMINHADA DE SEIS MINUTOS NOME:_____________________________________________ Data:___________VEF1 pós-BD:___________ Dist.:_________ f FC PA SpO2 BORG Dispnéia MMII Repouso 3´ 6´ Observações:___________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Teste da caminhada de seis minutos Indicações • Comparações pré e pós intervenções transplante pulmonar, ressecção pulmonar, CRV, reabilitação pulmonar, DPOC, Hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca • Estado Funcional DPOC, fibrose cística, insuficiência cardíaca, dç vascular periférica, fibromialgia, idosos • Preditor de mortalidade e morbidade insuficiência cardíaca, DPOC e hipertensão pulmonar primária AJRCCM 2002;166:111-117 Teste da caminhada de seis minutos Aspectos técnicos • Repetir o teste no mesmo dia para minimizar a variabilidade intra-dia • Não é necessário aquecimento antes do teste • Segundo teste sempre maior : efeito de treinamento • Repouso na cadeira por 30 – 60 min entre os testes AJRCCM 2002;166:111-117 3 Teste da caminhada de seis minutos Aspectos técnicos • Encorajamento Aumenta significantemente a distância caminhada Padronização: encorajamento a cada minuto com frases padrões. • Acompanhamento Controvérsias AJRCCM 2002;166:111-117 • SpO2 < 85% (relativo) • Dor torácica • Dispnéia intolerável • Cãibras • Aparência pálida • Tontura • Diaforese Teste da caminhada de seis minutos Critérios de interrupção do teste AJRCCM 2002;166:111-117 Time (min) Troosters et al, Eur Resp J 2002; 20:564-569 Comportamento durante o TC-6 Chest 2003; 123:1401-1407 NN = não dessaturação em ambos testes DND = dessaturação na caminhada, mas não no incremental (28% dos pacientes) DD = dessaturação em ambos testes dessaturação significativa Detecção de dessaturação ao esforço Kaplan-Meier curvas de comparação da sobrevivência em 4 distâncias caminhadas: –––: >301 m; - - -: 201–300 m; ……. : 101–200 m; –· – ·: <100 m. Pinto-Plata et al, Eur Resp J 2004; 23:28-33. Mortalidade D is tâ n c ia p e rc o rr id a ( m ) 0 100 200 300 400 500 600 700 Capacidade Funcional pior melhor Limitação do teste da caminhada de 6 minutos Efeito Teto Limitação do teste da caminhada de 6 minutos 4 Teste da caminhada de seis minutos Equações Preditivas Brito RR. Braz J Phys Ther. 2013; 17(6):556-563 • DTC6pred= 890,46–(6,11×idade)+(0,0345×idade2)+ (48,87×sexo)–(4,87×IMC) • DTC6pred =356,658–(2,303×idade)+(36,648×sexo)+ 1,704×altura)+(1,365×ΔFC) (Homens= 1 e Mulheres =0) Teste da caminhada de seis minutos Interpretação • Melhor proposta clínica para expressar mudança no teste, em termos: (1) Valor absoluto; (2) porcentagem; (3) mudança na porcentagem do valor previsto Diferença de 54 m apresenta significância clínica (IC 95%) AJRCCM 2002;166:111-117 Guyatt et al AJRCCM 1997;155:1278-1282 Não superestimule o paciente Não acompanhe à frente do paciente Não realize somente um único teste Evite esteiras e corredores curtos Não ignore os riscos Dê estímulos padronizados Posicione o acompanhante atrás do paciente Realize no mínimo dois testes Utilize corredores > 30 m Disponha de equipamentos de segurança Teste da caminhada de seis minuto Faça Não Faça AJRCCM 2002;166:111-117 Testes de Capacidade Funcional • Teste de caminhada de seis minutos • Teste da marcha controlada (shuttle tests) • Teste do degrau • Teste senta-levanta • Teste de Glittre Teste incremental progressivo cuja performance máxima é limitada por sintomas Teste incremental de marcha controlada ‘‘Shuttle Walk Test’’ Singh et al - Thorax 1992; 47:1019-1024 Teste incremental de marcha controlada Aspectos técnicos Singh et al - Thorax 1992; 47:1019-1024 5 Teste incremental de marcha controlada Singh et al - Thorax 1992; 47:1019-1024 • Podem determinar os sintomas limitantes ao exercício • Avalia resposta à intervenções • Ajuda a determinar prescrição de exercícios Teste incremental de marcha controlada Indicações Singh et al - Thorax 1992; 47:1019-1024 • Atividade familiar • Simples e fácil para o paciente e examinador • Requer mínimo equipamento • Padronizado • Menor influência do examinador • Avalia a C.F. num amplo espectro de gravidade • Reprodutível • Boa correlação com VO2max : VO2max estimado (mL min-1Kg-1) = 4,19 + (0,0025 x d) Teste incremental de marcha controlada Vantagens Singh et al - Thorax 1992; 47:1019-1024 Teste de Shuttle • É responsivo à reabilitação pulmonar; • Diferença mínima clinicamente importante é de 48m em pacientes com DPOC; • É um teste reprodutível (ICC: 0,76-0,99); • Dist.TS = 374,004 – (6,782 x idade) – (2,328 x peso) + (3,865 x altura) + (115,937 x sexo). EEP= 114,732 m(Homens = 1; mulheres = 0) Testes de Capacidade Funcional • Teste de caminhada de seis minutos • Teste da marcha controlada (shuttle tests) • Teste do degrau • Teste senta-levanta • Teste de Glittre • 1929 Arthur Master Objetiva-se impor uma carga de trabalho comparável a demanda das atividades diárias Teste do Degrau Am J M Sc 1929: 177, 223 Am Heart J 1944; 10: 495 • Teste auto cadenciado • Análogo ao TC6 • Vantagens: - requer mínimo espaço; - permite avaliação à beira do leito; - Avalia indivíduos com drogas, VM, em isolamento 6 Outros protocolos de teste do degrau • Harvard packtest • The Harvard step test • The Astrand-Ryhming step test • The Queen’s College step test • The Memorial Hospital step test • The Chester step test • Teste do Degrau de 6 min (variações TD3,TD2,TD1) Teste do Degrau Potência (w) pode ser estimada pela altura do degrau, frequência de subida e peso corporal VO2(mL Kg -1 min-1) = W hor + W vert W hor = 0,35 x degraus min-1 W vert = a x degraus min-1 x altura dos degraus (m) Cotes JE, Lung Function 1979 American College of Sports Medicine 1997 Comparação TC6 x TD2 em pacientes com ICC W-Teodorczyk et al. Eur J Pev Cardiol. 2016;23:1307 Equação de referência do TD6 para a população brasileira Arcuri et al. Clin J Sports Med. 2016 Testes de Capacidade Funcional • Teste de caminhada de seis minutos • Teste da marcha controlada (shuttle test) • Teste do degrau • Teste de Glittre • Teste senta-levanta 7 Teste de Glittre Skumlien et al. Respir Med. 2006;100:316-323 Tarefa: completar 5 vezes o ciclo o mais rápido possível Desfecho: tempo total T. Glittre discrimina capacidade funcional em DPOC Correa KS et al. Br J Physiot. 2011;15:467 Teste de Glittre correlaciona com TC6min Reis CM et al. J Bras Pneumo 2018 Corte Glittre 3,5 min Gulart et al. 2018;15: 73-8 Equação de referência do Teste de Glittre Glittre ADLprev= 3,049+ (0,015 x idadeanos)+ (-0,006 x estaturacm) Para IMC ≥ 35 kg/m2: Glittre ADLprev= 1,558+ (0,018 x IMC)+ (0,016 x idadeanos) Testes de Capacidade Funcional • Teste de caminhada de seis minutos • Teste da marcha controlada (shuttle test) • Teste do degrau • Teste de Glittre • Teste levanta-senta 8 Teste levanta-senta CSUKA; MCCARTY, 1985 Imagens: arquivo próprio - nº de vezes que o indivíduo pode levantar a partir da posição sentada, sem a ajuda dos MMSS Mais utilizados: - 30 segundos - 10 repetições Está associado a força de MMII Teste levanta-senta Instruções ao paciente Confiabilidade do teste levanta-senta CCI: 0,90 Válidade r = 0,78 com leg-press Jones et al. Res Quart Exerc Sport 1999;113 Teste levanta-senta discrimina capacidade física em idosos Jones et al. Res Quart Exerc Sport 1999;113 Teste levanta-senta reflete a força dos MMII Jones et al. Res Quart Exerc Sport 1999;113 Força ForçaTLS TLS Teste Levanta-Senta é responsivo à reabilitação pulmonar >13% Crook S et al. Eur Resp J 2017;49:1601871 9 Equação de previsão do teste levanta-senta Tveter AT, et al. Arch Phys Med Rehabil. 2014; 95:1366 Idade ≥ 50 anos NTLS = 50,61 - (0,36 x idade) - (0,1 x peso) + (3,81 x sexo) Idade < 50 anos NTLS = 25,14 + (2,85 x sexo) N de repetições em 30 segundos Considerações Finais • TC6 é o mais amplamente usado; • T Glittre é o que melhor reflete AVD; • Selecionar o teste mais apropriado a situação; • Considerar facilidades/limitações, propriedades de medida e preferência do paciente; • Contra-indicações relativas e absolutas são as mesmas do teste de exercício máximo. Testes Funcionais x Testes Laboratoriais Site: http://www.ufjf.br/mcreab/ Email: mestrado.fisioterapia@ufjf.edu.br Obrigada! Mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
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