Buscar

Fisiologia do Exercício II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 
UNIDADE GRAVATAÍ 
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Ms. Aline Fofonka 
 
 
 
 
POLÍGRAFO DE AULA 
 
 
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“... todas as partes do corpo que desempenham uma função, se usadas com 
moderação e exercitadas em atividades com as quais cada uma delas esteja 
acostumada, tornam-se automaticamente sadias, bem desenvolvidas e envelhecem 
mais lentamente; no entanto, se não forem usadas e permanecerem ociosas, 
acabarão por se tornar propensas a doenças, apresentar crescimento defeituoso e 
envelhecer com rapidez.” 
Hipócrates 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Conteúdos 
 
1. Uma introdução à fisiologia do esporte e do exercício ............................................ 4 
2. Bioenergética ......................................................................................................... 6 
2.1 Sistema ATP-CP ..................................................................................................... 9 
2.2 Sistema glicolítico ................................................................................................. 10 
2.3 Sistema oxidativo .................................................................................................. 13 
3. Consumo Máximo de Oxigênio ............................................................................ 16 
4. Limiares de lactato ............................................................................................... 20 
5. Adaptações metabólicas com o exercício ............................................................. 22 
6. Regulação Hormonal do exercício ........................................................................ 26 
7. Controle Neural do movimento ............................................................................ 31 
8. Controle muscular do movimento ........................................................................ 35 
9. Exercício físico e adaptações cardiovasculares ..................................................... 44 
Considerações finais ................................................................................................... 49 
Questões do conteúdo ................................................................................................ 50 
Bibliografia ................................................................................................................. 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
1. Uma introdução à fisiologia do esporte e do exercício 
 
O corpo humano é comparado a uma máquina, pois desempenha 
inúmeras funções concomitantemente para a sobrevivência. É uma 
complexidade de ações que dependem de sistemas interagindo entre si e 
ordenadamente. Tudo isto em busca da homeostasia (manutenção do equilíbrio 
dinâmico). Se no estado de repouso os eventos são dinâmicos, imagine quando o 
corpo é submetido a um exercício físico? Assim a fisiologia do exercício é a ciência 
que estuda as modificações do organismo quando exposto a estímulos (exercícios) 
agudos e crônicos. Neste contexto encontramos ainda mais curiosidades sobre a 
máquina humana em movimento. 
Em 1954 os estudos em fisiologia do exercício começaram a ascensão. As 
investigações se deram inicialmente pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva 
(ACSM). Profissionais pesquisam a influência do exercício sobre a saúde agindo na 
prevenção, no diagnóstico, e na reabilitação de várias doenças. 
Como o desempenho físico depende de um bom funcionamento dos sistemas, a 
fisiologia do esporte aplica os conceitos da fisiologia do exercício no treinamento de 
atletas voltado ao desempenho. 
 
Respostas agudas e Adaptações crônicas: 
Respostas agudas ao treinamento envolvem como o corpo responde a uma sessão 
de exercício. 
Adaptações fisiológicas crônicas ao treinamento demonstram como o corpo responde 
ao estresse de repetidas sessões de exercício ao longo do tempo. 
 
Variáveis fisiológicas mensuráveis: 
- Freqüência Cardíaca, - Taxa respiratória, - Temperatura, - Atividade muscular 
 
Um fisiologista deve também considerar os princípios básicos do treinamento 
físico para planejar um treino, pois cada organismo pode responder de uma maneira 
a um estímulo (exercício), lembrando que a genética possui uma grande influência 
nas respostas que um organismo apresenta. Os princípios básicos do treinamento 
físico são citados a seguir: 
 
5 
 
 
 
INDIVIDUALIDADE—Considera as necessidades e habilidades específicas do 
indivíduo. 
 
ESPECIFICIDADE—Estimula o sistema fisiológico crítico para um esporte específico. 
 
DESUSO—Interrupção de um estímulo físico. 
 
SOBRECARGA PROGRESSIVA—Aumento do estímulo de treinamento na medida 
em que o corpo se adapta. 
 
FÁCIL/DIFÍCIL—Alterna sessões de alta intensidade com sessões de baixa 
intensidade. 
 
PERIODIZAÇÃO—Especificidade do ciclo, intensidade, e volume de treinamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
2. Bioenergética 
 
 
Energia é capaz de produzir alguma força que gera deslocamento (trabalho). 
Ao estudar bioenergética analisa-se a energia necessária para a vida (bio). Ainda 
pode-se definir bioenergética como: processos químicos capazes de converter 
nutrientes alimentares (gorduras, carboidratos e proteínas) em energia 
biologicamente utilizável pelo organismo. 
 
Considera-se que a energia já exista de alguma forma, ou seja, ela não é criada. 
Isto é defendido pela 1º Lei da Termodinâmica que postula a “conservação de 
energia”. A energia não pode ser criada e sim transformada. Um bom exemplo desta 
teoria é a transformação da energia química existente nos alimentos em energia 
cinética, a do movimento. 
 
 = nutrientes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ATP (Adenosina trifosfato) é conhecido como a moeda energética. Digamos 
que temos energia a partir da quebra do ATP, que se dá pela equação abaixo: 
 
ATP → ADP + Pi + energia 
 P P P ATP ase P P 
 
Tipicamente 60% a 70% da energia usada pelo corpo é liberada sob a forma 
de calor. A energia restante é usada para a atividade muscular e processos celulares. 
Os nutrientes são quebrados via catabolismo para serem usados pelas células. 
A energia é transferida dos alimentos e transformada em ATP via fosforilização. 
ATP é um composto altamente energético para armazenamento e conservação de 
energia. 
Alime
ntação 
Carbo
idrato
s 
Lipíd
eos 
Proteí
nas Energ
ia 
ATP 
7 
 
 
 
 
Fontes energéticas 
Em repouso, o corpo utiliza os carboidratos e as gorduras como fonte de 
energia. 
As proteínas proporcionam pouca energia p/ a atividade celular, mas servem 
como tijolos de construção p/ os tecidos corporais. 
Durante a atividade muscular de moderada a intensa, o corpo conta 
principalmente com os carboidratos como combustível. 
 
Carboidratos 
Prontamente disponíveis (se incluídos na dieta) e facilmente metabolizados 
pelos músculos. 
Ao serem ingeridos, são levados para os músculos e fígado e convertidos em 
glicose 
O glicogênio armazenado no fígado é convertido novamente em glicose quando 
necessário e transportado pelo sangue para os músculos para formar ATP. 
A figura abaixo mostra sob que forma os carboidratos são encontrados no corpo 
humano. 
 
Distribuição corpórea dos carboidratos. Valores referentes a 
uma pessoa de 80Kg. (McARDLE, KATCH e KATCH, 2003). 
 
Gordura 
Proporciona energia substancial durante atividades prolongadas e de baixa 
intensidade. 
Os estoques corporais de gordura são maiores do que as reservas de 
carboidrato e menos acessível ao metabolismo porque precisa ser reduzido a glicerol 
e Ácidos Graxos Livres (AGL). 
Apenas sob a forma de AGL as gorduras podem ser usadas para produzir ATP. 
 
8 
 
 
 
ProteínaPode ser usada como fonte de energia se convertida a glicose via 
gliconeogênese. 
Pode gerar AGL durante o jejum através da lipogênese. 
Apenas as unidades básicas de proteína – aminoácidos - podem ser usados p/ 
produzir energia. O corpo usa pouca proteína durante o repouso e o exercício (menos 
do que 5% a 10%). 
 
Os nutrientes vistos acima são produtos necessários para a ocorrência dos 
sistemas energéticos descritos abaixo: 
Sistema Metabolismo 
ATP-CP Anaeróbio alático 
Glicolítico Anaeróbio lático 
Oxidativo Aeróbio 
 
 
O metabolismo anaeróbio ocorre no citoplasma celular e não requer oxigênio. 
Já o aeróbio ocorre na mitocôndria e exige a presença de oxigênio. 
 
Integração dos sistemas energéticos durante o exercício 
Não se pode afirmar que ao praticar um exercício somente um sistema sustenta 
o fornecimento de energia. Os fisiologistas utilizam bastante o termo predominância, 
ou seja, um sistema predomina como fornecedor de energia em uma determinada 
atividade. 
 
 
Já um pesquisador alemão, Keul, ao estudar as rotas energéticas que mantém 
o atletismo, expôs a integração dos sistemas em um gráfico. 
 
 
Integração dos sistemas energéticos proposta por Keul 
9 
 
 
 
 
Keul parte do princípio que o exercício esteja sendo executado a 100% de 
intensidade. Assim, o sistema que predomina é em função do tempo. Ao observar o 
gráfico, nota-se que nos primeiros 10 segundos quem mantém a atividade é o sistema 
ATP-CP, ao continuar, o anaerobio lático que comanda e então, após 3 minutos, o 
aeróbio fica como fonte energética principal. 
Ressalta-se a importância de verificar a intensidade para determinar a via 
energética predominante. Imagine que um indivíduo caminhe 8 segundos em uma 
intensidade que suportaria uma hora. A via energética utilizada é a aeróbia. 
2.1 Sistema ATP-CP 
Este sistema pode prevenir a depleção de energia formando mais ATP. 
Utilizado em esforço breve de alta intensidade. 
A liberação de energia a partir da fosfocreatina (PCr) se dá com ajuda da 
creatina kinase, a qual atua sobre a fosfocreatina para separar o Pi da creatina. Este 
por sua vez se une ao ADP para recompor o ATP, conforme equação abaixo. 
 
 
Nota-se a ação do sistema ATP-CP durante sprintings (corrida de curta 
distância e alta intensidade). A PCr tem uma grande queda durante os primeiros 
segundos de esforço de alta intensidade, para manter a taxa de ATP. Ao se esgotar a 
PCr, há uma diminuição de ATP, e então a exaustão. Isto é visto na figura abaixo. 
 
10 
 
 
 
 
 
 
2.2 Sistema glicolítico 
 
Os conceitos a seguir são fundamentais para o entendimento do metabolismo 
dos carboidratos. 
- Glicólise: Quebra da glicose; pode ser anaeróbia ou aeróbia. 
- Glicogênese: Processo pelo qual o glicogênio é sintetizado a partir da glicose p/ ser 
armazenado no fígado. 
- Gliconeogênese: Formação de glicose a partir de proteínas e gorduras 
- Glicogenólise: Processo pelo qual o glicogênio é degradado. 
 
A glicólise anaeróbia requer 12 reações enzimáticas p/ quebrar a glicose e o 
glicogênio em ATP. 
O ácido pirúvico produzido pela glicólise anaeróbia transforma-se em ácido 
lático. 
 
11 
 
 
 
 
 
 
Quando há baixa necessidade de energia o piruvato entra na mitocôndria e 
então é realizado o ciclo de Krebs. O transportador de membrana 
Monocarboxílico (MCT) é responsável pelo transporte, quando ele satura, há 
formação de lactato. 
 
 
12 
 
 
 
Regulação da glicólise 
Existem reguladores da ocorrência da glicólise: 
- Captação da glicose (GLUT 4) 
- PFK (Fosfofrutoquinase) + importante controle de velocidade de reação 
A atividade enzimática é um processo fundamental para a eficiência deste sistema. 
 
Muito importante o educador físico se inteirar da metabolização da glicose ao 
planejar treinamento físico para crianças. Esta população possui deficiência na 
atividade da PFK, então não realiza a via glicolítica de mesma forma que um adulto. 
Caso o treino tenha uma alta exigência neste sistema deficiente, a criança tenta 
recrutar os outros sistemas para se manter na atividade, logo após chega ao nível de 
fadiga facilmente, e então pode ter maiores chances de lesões. 
Outra ação enzimática de grande relevância neste metabolismo é da enzima 
glicose-6-fosfatase. Mesmo sabendo que há maior quantidade de estoque na forma 
de glicogênio mucular, visto que o corpo humano possui maior área de músculo do 
que de fígado, este estoque não é útil para manter a homeostasia glicêmica 
sanguínea. 
 Enquanto no fígado a glicose 6 fosfatase transforma a glicose 6 fosfato em 
glicose e esta então é encaminhada ao sangue, o músculo, por não possuir esta 
enzima não faz esta transformação, e assim, da glicose 6 fosfato é diretamente 
degradada. 
 
 
 
Degradação do glicogênio hepático e musuclar. O fígado pode 
degradar seu estoque para manter a homeostasia da glicose sanguínea. 
 
 
 
 
 
 
Importante: 
As ações combinadas dos sistemas ATP-PCr e glicolítico permitem aos músculos gerar força na 
ausência do O2; assim estes 2 sistemas são os maiores produtores de energia durante os primeiros 
minutos de um exercício de alta intensidade 
13 
 
 
 
2.3 Sistema oxidativo 
 
O sistema oxidativo requer oxigênio para transformar nutrientes em energia 
produzindo ATP nas mitocôndrias das células. 
Ele pode produzir muito mais energia (ATP) do que o sistema anaeróbio. 
É o principal sistema de produção de energia em eventos de endurance. 
O sistema oxidativo é caracterizado pelos sistemas glicólise aeróbia e lipólise. 
 
Glicólise aeróbia: 
É a oxidação total da glicose. 
O ácido pirúvico formado a partir da glicólise é convertido em Acetil Coenzima 
A (Acetil CoA). A Acetil CoA entra no ciclo de Krebs e forma 2 ATP, dióxido de 
carbono, e hidrogênio. O hidrogênio nas células se combina com 2 coenzimas que o 
carreia para a cadeia de transporta de elétrons. A cadeia de transporte de elétrons 
recombina átomos de hidrogênio para produzir ATP e água. 
Uma molécula de glicogênio pode gerar 39 moléculas de ATP, enquanto a 
molécula de glicose gera 38. 
O detalhamento do rendimento energético da glicólise aeróbia encontra-se no 
quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lipólise 
 
Lipólise é a quebra de triglicerídeos em glicerol e AGL. 
Os AGL viajam no sangue até as fibras musculares e são quebrados por 
enzimas nas mitocôndrias em ácidos acéticos os quais são convertidos em Acetil CoA. 
Estes entram no ciclo de Krebs e na cadeia de transporte de elétrons. 
Etapa Produto ATP/molécula 
Total 
ATP 
Total ATP do 
processo 
Glicólise 
2 ATP 2 2 
38 
4 NADH2 4 x 3 12 
2 x Ciclo 
de Krebs 
 6 NADH2 6 x 3 18 
2 FADH2 2 x 2 4 
2 ATP 2 x 1 2 
14 
 
 
 
A oxidação das gorduras requer mais oxigênio e produz mais energia do que a 
oxidação dos carboidratos. 
 
Etapas da lipólise: 
1) Os ácidos graxos entram na mitocôndria, através de um transportador - 
Carnitina 
2) β – Oxidação : Degradação do AG a Acetil – Coenzima A. Há uma liberação de 
fragmentos de 2 Carbonos na forma de Acetil – Coenzima A. Assim são feitas 
7 voltas (última volta 4 C = 2 Acetil-Coenzima A), então, 8 Acetil-Coenzima A 
para entrar no ciclo a partir do ácido palmítico, que contém 16 carbonos. 
3) Ciclo de Krebs: também conhecido como: Ciclo dos ácidos tricarboxílicos ou 
Ciclo do ácido cítrico. Via catabólica cíclica de oxidação total da glicose e da 
gordura a CO2 e H2O, acompanhada de grande liberação de energia. Inúmeras 
enzimas são responsáveis pelo Ciclo de Krebs (figura abaixo). 
4) Cadeia de transporte de elétrons ou fosforilação oxidativa: os elétrons são 
transferidos de NADH e FADH para o Oxigênio através de uma série de etapas. 
 
 
 
 
 
Rendimento energético da lipólise: (a partir de uma molécula de ácido palmítico – 16C) 
β – Oxidação - 7 voltas x 5 = 35 ATPs (cada volta FORMA 1 NADH, 1 FADH = 5 ATPs) 
Ciclo de Krebs -8 ciclos x 12 = 96 ATPs (cada CICLO DE KRES forma 3 NADH, 1 FADH e 1 ATP = 
12 ATPs) 
Ativação = - 2 ATPs 
Totalizando 129 ATPs. 
15 
 
 
 
Razão de troca respiratória (RER) 
 A forma indireta de medir nosso gasto energético é a partir da calorimetria 
indireta, através da razão de troca respiratória (RER) que indica a relação de CO2 
liberado pela de oxigênio utilizado para oxidar a molécula. Esta sigla origina do inglês, 
pois RER significa respiratory exchange ratio. 
RER = VCO2 / VO2 
Os valores de RER podem dar-nos a conhecer o tipo de substrato energético 
que está a ser predominantemente oxidado. 
Em repouso o valor de RER oscila geralmente entre 0.78 e 0.80. Durante o 
exercício, os músculos vão dependendo de forma crescente dos HC na produção 
energética, tendo como consequência um RER mais elevado. À medida que se vão 
utilizando mais HC o valor de RER aproxima-se de 1 (WILMORE e COSTILL, 1994). 
RER dos Carboidratos: 
 
Todo o oxigênio é usado para oxidar o carbono até CO2. 
C6H12O6 + 6 O2 -------> 6 CO2 + 6 H2O 
 A relação molar CO2/O2 é de 1,0. 
RER = 6 CO2/6 O2 = 1 
RER das Gorduras 
 As gorduras possuem mais energia que os carboidratos porque têm mais 
hidrogênio (e menos oxigênio) que os carboidratos - que já estão "parcialmente" 
oxidados até álcool, aldeído ou cetona. 
 
O oxigênio consumido no metabolismo das gorduras é gasto para oxidar 
também os hidrogênios (além do carbono): 
C16H20O2 + 23 O2 -------> 16 CO2 + 16 H2O 
 Ácido palmítico 
 A RER será de 0,7: 
 RER = 16 CO2/23 O2 = 0,7 
16 
 
 
 
3. Consumo Máximo de Oxigênio 
 
 
O Consumo Máximo de Oxigênio (VO2max) é o limite superior da habilidade do 
indivíduo de aumentar a captação de oxigênio. É um bom indicador da potência 
aeróbica e da aptidão cardiorrespiratória. 
 Pode diferir de acordo com sexo, tamanho corporal, idade e, 
em parte, de acordo com o nível de treinamento. 
Normalmente expresso relativo a massa corporal em ml de 
O2 consumidos por kg de massa corporal por min (ml · kg-1 · min-1). 
Os treinados possuem um VO2 máx maior que os 
destreinados, conforme na figura abaixo: 
Melhoras no desempenho freqüentemente significam que o indivíduo consegue 
manter o exercício por mais tempo e a menores percentuais do seu VO2max. 
 
Fatores fisiológicos determinantes do sucesso no desempenho de endurance: 
- Alta potência aeróbica (VO2max); 
- Alto limiar de lactato 
- Grande economia de movimento 
- Alto percentual de fibras musculares de contração lenta 
Causas da fadiga 
- Depleção da fosfocreatina (PCr) 
- Depleção do glicogênio (especialmente em atividades com 
duração superior a 30 minutos) 
- Acúmulo de lactato e H+ (especialmente em eventos com duração 
inferior a 30 minutos)* 
- Fadiga Neuromuscular 
- Stress 
 
 
 
 
 
 
 
Metabólitos e Fadiga 
 
- Atividades de curta duração dependem da glicólise anaeróbica e produzem lactato e 
H+. 
- As células tamponam o H+ com bicarbonato (HCO3) para manter o pH celular entre 
6.4 e 7.1. 
- O pH celular menor do que 6.9, entretanto, diminui a glicólise e a produção de ATP*. 
- Quando o pH alcança 6.4, os níveis de H+ reduzem ainda mais a glicólise resultando 
em exaustão.* 
 
17 
 
 
 
Excesso de Consumo de Oxigênio Pós Exercício (EPOC) ou débito de oxigênio 
 
Ao iniciar um exercício, o suprimento de oxigênio necessário aos músculos 
ativos não é suficiente devido ao transporte deste gás. Assim, o consumo de oxigênio 
requer alguns minutos para alcançar o nível exigido (estado estável). Até atingir este 
patamar, existe então, um déficit de oxigênio. 
 Neste momento, os músculos usam a via anaeróbia para a aquisição de ATP. 
Assim como o organismo não é perfeito no consumo de oxigênio no início do exercício, 
no final deste ele também não consegue ter um nível de equivalência ao estado 
(repouso), ou seja, não diminui de modo imediato, apontando assim, o EPOC. 
 EPOC demonstra a incompatibilidade entre o consumo de oxigênio e as 
requisições energéticas. 
 
 
 
 
 
Fatores Responsáveis pelo EPOC 
- Re-estabelecer as reservas de ATP depletadas 
- Remover o lactato produzido pelo metabolismo anaeróbico 
- Restaurar os suprimentos de O2 captados pela hemoglobina e mioglobina 
- Remover o CO2 que se acumulou nos tecidos 
- Suprir as taxas metabólica e respiratória aumentadas devido ao aumento da 
temperatura corporal. 
 
Estimando o Esforço Anaeróbio - Limiar de Lactato 
É o ponto em que o lactato sangüíneo começa a se acumular acima dos níveis 
de repouso durante um exercício de intensidade progressiva. 
18 
 
 
 
O aumento súbito do lactato sangüíneo com o aumento do esforço pode ser 
resultado de um aumento na produção de lactato ou uma diminuição de sua remoção 
no sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas energéticos em alguns esportes: 
 
 
FUTEBOL – esporte de velocidade 
Via energética: ATP-CP com uma participação do 
metabolismo glicolítico lático. 
Nos jogos o predominante são os tiros de curta distância e 
altíssima velocidade, seguidos de grandes intervalos de recuperação. 
Uma pesquisa apontou que os tiros mais freqüentes são os de 5, seguidos de 
10, 15, 20, 25, 30, 40 e 50 ms. 
A distância percorrida pelo jogador profissional em uma partida de 90 minutos 
é de aproximadamente 10Km, com uma efetividade de 30% (ações de jogo, os 70% 
são de caminhadas, trotes, ações lentas). 
A distância média que um jogador de futebol percorre por partida (90 minutos) 
é, em média, 10 Km, sendo que as corridas efetivas de jogo (ação real, com ou sem 
bola) representam 30% do total; os 70% restantes representam caminhadas, trotes, 
deslocamentos relativamente lentos. 
 
FUTSAL: 
Via energética: ATP-CP (anaeróbio alático) e anaeróbio lático, devido ao 
menor tempo de recuperação. 
Maior participação aeróbica, mas ainda sem prevalência das rotas glicolítica 
oxidativa e lipolítica. 
Vários tiros curtos, intervalos de recuperação menores que no futebol de 
campo. 
 
Importante: 
O limiar de lactato (LT), quando expresso em percentual do VO2max, é um dos melhores 
parâmetros do ritmo de um atleta em eventos de endurance como corrida e ciclismo. Enquanto 
indivíduos não treinados apresentam seus limiares em torno de 50% a 60% do seu VO2max, 
atletas de elite podem não alcançar seus limiares antes de aproximadamente 70% a 80% do seu 
VO2max. 
 
19 
 
 
 
BASQUETE: 
Semelhante ao futsal, pois não possui tempo para recuperação. 
Via energética: ATP-CP (anaeróbio alático) e anaeróbio lático, devido ao 
menor tempo de recuperação. 
 
VOLEIBOL: 
Via energética predominante: ATP-CP / oxidativo (aeróbio) 
Movimentos explosivos com bastante potência e grandes intervalos de 
recuperação. 
Algumas medições de concentração de lactato após treinamento em 
jogadores de voleibol apontaram 1,7 mmol/dl. 
 
ATLETISMO: 
 O atletismo engloba várias modalidades, então é necessário avaliar a 
intensidade e o tempo de duração da prova. 
 
MARATONA: 
 Percorrer 42,195 Km depende basicamente do sistema oxidativo. Estudos 
apontam a concentração de lactato no final desta prova similar a concentração de 
repouso. 
 
 
 A literatura demonstra que a maioria dos esportes acíclicos são suportados pelo 
metabolismo anaeróbio alático e lático. 
Para prescrição de treinamento para qualquer modalidade esportiva é necessário 
conhecer a biomecânica, a bioenergética do esporte e avaliar as características da 
equipe, bem como a dos jogadores, que possuem características táticas diferentes. (ex.: 
jogador líbero e atacante no voleibol). 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
4. Limiares de lactato 
 
Exercícios que exigem o sistema anaeróbio lático possuem o lactato sanguíneo 
como indicador significativo. 
Ao colocarmos um indivíduo num exercício constante com aumento de cargas 
observam-se os limiares de lactato. 
Inicialmente é atingido o primeiro limiar, momento em que há uma produção de 
lactato, mas sua remoção consegueser eficiente a ponto que este metabólito não se 
acumule. A medida que a intensidade aumenta durante o exercício, a produção de 
lactato extrapola sua capacidade de remoção, atingindo então o segundo limiar. 
Acompanhe estes limiares na figura abaixo: 
 
 
 
 
Limiares de lactato e zonas metabólicas decorrentes 
 do incremento de cargas. 
 
 
Ao ser realizado treinamento na zona subaeróbia, o praticante não tem efeito 
algum, pode-se considerá-lo recreação. 
Um treinamento na zona aeróbia – valores próximos ao primeiro limiar, gera 
efeitos metabólicos: aumento da capilarização tecidual, número de mitocôndrias, 
concentração de glicogênio). 
21 
 
 
 
Os efeitos cardiovasculares: redução da FC, aumento do volume sistólico, 
melhora na contratilidade do coração, são obtidos com treinamento na zona próxima 
ao segundo limiar, com cargas mais elevadas. 
Ao ultrapassar o segundo limiar, obtêm-se efeitos de resistência ao lactato. 
Ao prepararmos um treinamento físico, deve-se respeitar o princípio da 
adaptação. Assim, o primeiro objetivo do treino é trabalhar sobre os efeitos 
metabólicos, adaptando o indivíduo as intensidades seguintes. 
A medida que o tempo passa, já adaptado, há um deslocamento da curva para 
a direita, ou seja, uma carga que antes pertencia a zona aeróbia, passa a ser da zona 
aeróbia. Assim, pessoas treinadas possuem a curva em intensidade mais elevada do 
que os destreinados (figura abaixo). 
 
Curva de limiar de lactato 
de treinados e não treinados. 
 
O que antes se parecia óbvio ao afirmar que o lactato gerava fadiga, pois o 
aumento de lactato é muitas vezes acompanhado de cansaço e diminuição de 
desempenho. Hoje se sabe que ele pode gerar um desequilíbrio ácido-básico, e este 
sim pode prejudicar o rendimento. 
A fadiga não acontece apenas em casos de grande utilização do sistema 
anaeróbio lático. Maratonistas não entram em fadiga por acúmulo de lactato (final de 
prova: 3 ou 4 mmol/L; lactato de repouso: 1,5 mmol/L; valores máximos: 20, 25, 30 
mmol/L), mas por desidratação, aumento de temperatura e depleção de glicogênio. 
 
 
 
22 
 
 
 
5. Adaptações metabólicas com o exercício 
 
As adaptações metabólicas e morfológicas após sessões de treinamento físico 
são facilmente monitoradas em laboratórios de fisiologia do exercício. 
Neste capítulo discutiremos as alterações ocorridas nos músculos e sistemas 
energéticos após os estímulos nos níveis aeróbicos e anaeróbicos. 
 
Treinamento aeróbico (endurance) leva a: 
- Fluxo sangüíneo aumentado; 
- Capacidade aumentada das fibras musculares de gerarem ATP; 
- Aumento no conteúdo de mioglobina (permitindo ao músculo ter mais oxigênio); 
- Aumento no número, tamanho e atividade enzimática nas mitocôndrias. 
 
A modificação na atividade enzimática é visualizada na figura abaixo, onde a 
atividade da enzima Succinato desidrogenase - SDH (importante no metabolismo 
oxidativo – ciclo de Krebs) é aumentada significativamente após 7 meses de 
treinamento de natação. Nota-se também um aumento na distância do treinamento no 
decorrer deste período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Atividade enzimática da SDH no 
 deltóide durante 7 meses de treinamento. 
 
Treinamento anaeróbico leva a: 
- Força muscular aumentada, e 
- Tolerância aumentada aos deseqülíbrios ácido-basicos durante o esforço de alta 
intensidade. 
23 
 
 
 
- Capacidade de tamponamento muscular aumentada: A capacidade de 
tamponamento muscular aumentada permite que os atletas treinados em sprint 
gerem energia por períodos de tempo mais longos antes que o processo de fadiga 
limite os mecanismos de contração muscular. 
- Aumento da massa muscular 
- Discreto aumento de enzimas dos sistemas ATP-PCr e glicolítico 
- Melhora da eficiência mecânica 
- Capacidade oxidativa muscular aumentada (para sprints mais longos do que 30 s) 
 
 A tabela abaixo aponta atividade de enzimas musculares selecionadas 
(mmol/g/min) para homens destreinados, anaerobicamente treinados, e 
aerobicamente treinados: 
 
 
Destreinados Anaerobicamente 
treinados 
Aerobicamente 
treinados 
Enzimas aeróbicas 
Sistema oxidativo 
Succinato desidrogenase 8.1 8.0 20.8 a 
Malato desidrogenase 45.5 46.0 65.5 a 
Carnitina palmitil 
transferase 1.5 1.5 2.3 a 
Enzimas anaeróbicas 
Sistema ATP-PCr 
Creatina quinase 609.0 702.0 a 589.0 
Mioquinase 309.0 350.0 a 297.0 
Sistema glicolítico 
Fosforilase 5.3 5.8 3.7 a 
Fosfofrutoquinase 19.9 29.2 a 18.9 
Lactato desidrogenase 766.0 811.0 621.0 
a Diferença significativa comparado ao valor destreinado. 
Atividade enzimática em pessoas destreinadas, aerobicamente e aerobicamente treinadas. 
 
 
 
 
Adaptações afetando as fontes de energia 
- Músculos treinados armazenam mais glicogênio e triglicerídeos do que músculos 
destreinados; 
- AGLs são melhores metabolizados e mais acessíveis aos músculos treinados; 
24 
 
 
 
- A habilidade dos músculos de oxidar gordura aumenta com o treinamento; 
- Músculos treinados tendem a conservar o glicogênio durante exercícios prolongados; 
 
Para a ocorrência das adaptações metabólicas decorrentes do exercício 
crônico, é necessário observar algumas variáveis do treinamento físico, dentre elas: 
o volume e a intensidade do treinamento. 
 
Volume de Treinamento 
O volume de é a quantidade de treinamento em cada sessão e durante um 
período de tempo. 
Adaptações a um dado volume variam de pessoa para pessoa. 
Um volume ideal de treinamento aeróbico parece ser equivalente a um gasto 
energético de aproximadamente 5,000 a 6,000 kcal por semana. 
 O treinamento aeróbico apresenta um limite superior de ganhos, ou seja, atletas 
atingirão um limite máximo de melhoras, mesmo com aumento de volume adicional 
no treinamento. Isto é observado na figura abaixo. Os dois corredores mostram uma 
melhora bem significativa no VO2 máximo quando treinam nas distâncias de 40 a 80 
Km/semana. Após, mesmo com acréscimo de distância, eles mantêm estabilizados 
seus VO2 máx. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Intensidade de Treinamento 
- As adaptações musculares são específicas a velocidade e a duração do treinamento. 
- Atletas que incorporam treinamento intervalado apresentam maior melhora de 
desempenho do que atletas que realizam apenas treinamento contínuo de baixa 
intensidade 
25 
 
 
 
- Treinamento aeróbico intervalado apresenta repetições, são em ritmo rápido, 
sessões breves de exercício seguidos de descansos curtos. 
- O treinamento contínuo envolve sessões de intensidade moderada-alta e mais longa 
duração. 
 
 
 
 
 
 
Você sabia…? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante: 
Melhoras no desempenho após o treinamento anaeróbico (treinamento de alta intensidade 
e curta duração) parecem estar relacionados mais com ganhos em força muscular do que 
com melhoras no metabolismo anaeróbico de re-síntese de ATP através dos sistemas 
ATP-PCr e glicolítico. 
 
26 
 
 
 
6. Regulação Hormonal do exercício 
 
Resposta endócrina ao exercício: 
Alguns hormônios possuem papel fundamental durante e na recuperação do 
exercício físico. Estudamos aqui os principais hormônios e suas alterações. 
 
Catecolaminas – Adrenalina e Noradrenalina: 
Quanto maior for a intensidade do exercício, maior é a liberação de catecolaminas, e 
estas aumentam a taxa de glicogenólise tanto a nível muscular como a nível hepático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Insulina e glucagon: estes são hormônios liberados pelo pâncreas e possuem como 
ação principal a homeostasia glicêmica. 
A figura abaixo demonstra a ação destes hormônios quando a glicemia é 
alterada. 
 
O equilíbrio da glicemia é bastante perturbado durante o exercício, 
principalmente quando este se prolonga. 
 
Insulina: Secretada 
quando os níveis de 
glicose no plasma estão 
elevados 
(hiperglicemia). 
 
 
Glucagon: 
Secretado quando os 
níveisde glicose estão 
menores que o normal. 
(hipoglicemia). 
 
 
27 
 
 
 
Durante um exercício com duração superior a 30 minutos, a insulina plasmática 
tende a baixar, pois está fazendo sua função de facilitar a entrada de glicose na célula. 
Pesquisas mostram que durante o exercício, a sensibilidade do organismo a hormônio 
é aumentada, através do aumento da quantidade ou disponibilidade dos receptores 
da insulina. 
O glucagon possui um aumento gradual durante o exercício, pois ao ser 
utilizada a glicose sanguínea, este hormônio estimula a glicogenólise hepática para 
manter o sangue abastecido de glicose. Verifica-se um aumento de glucagon bem 
mais significativo em pessoas destreinadas do que nas treinadas, pois os 
destreinados possuem menor estoque de glicogênio muscular, portanto, estes 
necessitam de maior captação de glicose do sangue, e para evitar uma hipoglicemia, 
o fígado dispõe de sua reserva. 
Estas alterações da glicose e hormonais durante o exercício são vistas nas 
figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os hormônios atuantes para aumentar a quantidade de glicose circulante no 
plasma são: 
- Glucagon; 
- Adrenalina; 
- Noradrenalina; 
- Cortisol 
 
 
 
Concentrações plasmáticas de glucagon, insulina e glicose de indivíduos treinados e destreinados durante 3 horas de 
ciclismo. 
Importante: 
“A concentração plasmática de glicose durante o exercício depende de um equilíbrio entre a 
sua captação pelos músculos e sua liberação pelo fígado” (WILMORE e COSTILL, 2001). 
 
28 
 
 
 
Observe estes hormônios na figura abaixo: 
 
Alterações plasmáticas de adrenalina, noradrenalina, glucagon, cortisol e glicose 
durante 3 horas de ciclismo a 65% do VO2 máx. 
 
Hormônios atuantes no metabolismo das gorduras: 
Com a ocorrência de uma diminuição das reservas dos carboidratos, o 
organismo passa a utilizar mais as gorduras como fonte energética em exercícios de 
longa duração. Neste momento, o sistema endócrino acelera a lipólise. 
A enzima que mobiliza os triglicerídeos em AGL e glicerol, a lípase é ativa por 
pelo menos quatro hormônios: 
- Cortisol, 
- Adrenalina, 
- Noradrenalina, 
- Hormônio do crescimento 
 
Eritropoietina: 
Embora não seja o maior orgão endócrino, os rins produzem um hormônio 
chamado eritropoietina, cuja função é regular a produção das células sangüíneas 
vermelhas (eritrócitos) através da estimulação das células da medula óssea. 
Os eritrócitos são essenciais para o transporte de oxigênio aos tecidos e pela 
remoção de dióxido de carbono, por isso a eritropoietina é importante para a 
adaptação ao treinamento e à altitude. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
ADH (hormônio antidiurético) e o controle da desidratação 
 
Com a perda inicial de líquido corporal pelo suor no exercício, é secretado ADH 
pela hipófise posterior, para que este faça o rim absorver maior quantidade de água 
conservando-a no organismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volume plasmático durante o exercício: 
 
No início do exercício, há um desvio da água plasmática para os espaços 
intracelulares e intersticiais. Este fenômeno é relativo para a massa muscular 
envolvida e para a intensidade do esforço. Além disso, a atividade muscular eleva a 
pressão arterial, e esta, impulsiona a água para fora do sangue. Não se pode esquecer 
que há também um aumento da transpiração durante o exercício. A combinação 
destas ações faz o músculo ganhar água a custa da perda do plasma. 
Como a redução do volume plasmático pode comprometer o desempenho, o 
organismo, através dos sistemas endócrino e metabólico, corrige esta alteração de 
volumes. 
Após uma queda inicial, o volume de plasma se mantém relativamente 
constante durante todo o exercício devido: 
1. As ações da aldosterona e do ADH. 
2. Ao retorno da água para o sangue, vinda dos músculos em exercício, e 
3. Ao aumento na quantidade de água produzida pela oxidação metabólica dentro dos 
músculos. 
 
 
 
 
Importante: 
A perda de líquido (plasma) do sangue resulta numa concentração dos constiruintes do 
sangue, um fenômeno denominado hemoconcentração. Hemodiluição é o aumento de 
líquido no sangue resultando na diluição de seus constituintes. 
 
30 
 
 
 
 ß-endorfina 
 
É um opióide endógeno formada na hipófise a partir da pró-ópio melano 
cortina (POMC). Possui efeito analgésico, de bem-estar (euforia) e sonolência. 
Ocorre liberação de ß-endorfina no exercício com intensidade a partir de 
55% do VO2máx. 
Pessoas viciadas em ß-endorfina possuem o quadro de corredor 
obrigatório, conhecidas como viciadas em exercício. Quando uma pessoa neste 
estado não realiza o exercício, possui sinais de abstinência, como exemplo, 
sofre de taquicardia, irritabilidade, dentre outros. 
 
 
 
 
 Analgesia 
Bem-
estar/euforia 
Sonolência 
Morfina + + + + + + + 
Heroína + +++ + + 
Codeína + + + + + + 
+ pouca ativação, 
++média ativação 
+++ muita ativação 
 
 
 
 
 
 
 
PARA 
SABER 
MAIS!!! 
31 
 
 
 
7. Controle Neural do movimento 
 
Devemos imaginar o sistema nervoso como o motor do tão complexo 
organismo humano. Ele assimila, coordena e controla as milhares de ações 
fisiológicas necessárias para a manutenção da vida. Para tanto, o sistema nervoso 
utiliza uma unidade básica, que conduz as informações para o corpo inteiro: o 
neurônio. 
Estrutura básica do sistema nervoso: 
O sistema nervoso é dividido por Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema 
Nervoso Periférico (SNP), a figura abaixo aponta as subdivisões destes sistemas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Impulso nervoso 
O impulso nervoso é a transmissão de um sinal de um neurônio a outro, ou de 
um neurônio a uma fibra muscular. Este impulso se dá por diferenças elétricas, 
portanto utiliza-se o termo potencial de ação para descrevê-lo. 
O potencial de ação é um fenômeno de natureza eletro-química e ocorre devido 
a modificações na permeabilidade da membrana do neurônio. Essas modificações de 
permeabilidade permitem a passagem de íons de um lado para o outro da membrana. 
Como os íons são partículas carregadas eletricamente, ocorrem também 
modificações no campo elétrico gerado por essas cargas. 
Em repouso: canais de sódio fechados. Membrana é praticamente impermeável 
ao sódio, impedindo sua difusão a favor do gradiente de concentração. O Sódio é 
bombeado ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio, enquanto o Potássio 
é bombeado para dentro. Para cada três íons sódio bombeados para o líquido 
extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular. 
Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na 
mesma proporção, estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios 
intra e extracelular: há déficit de cargas positivas dentro da célula e as faces da 
32 
 
 
 
membrana mantêm-se eletricamente carregadas. Dizemos, então, que a membrana 
está polarizada, graças a bomba sódio-potássio (Na/K). 
Ao ser estimulada, uma pequena região da membrana torna-se permeável ao 
sódio (abertura dos canais de sódio). Como a concentração desse íon é maior fora do 
que dentro da célula, o sódio atravessa a membrana no sentido do interior da célula. 
A entrada de sódio é acompanhada pela pequena saída de potássio. Esta inversão 
vai sendo transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é denominado onda 
de despolarização. Em seguida, a membrana se repolariza, com ação da bomba Na/K. 
Os neurônios se comunicam entre si, ou seja, enviam seus sinais, pela 
liberação de substâncias químicas – os neurotransmissores, através das sinapses 
químicas. O neurotransmissor que é enfatizado aqui é a acetilcholina, o precursor do 
estímulo para a contração muscular. Este então é liberado de um neurônio motor para 
a fibra muscular. O espaço de aproximação entre neurônio motor e fibra se chama 
junção neuromuscular. 
- Junção neuromuscular 
A junçãoé o local onde o neurônio motor se conecta com uma fibra muscular. 
O terminal axônico motor libera neurotransmissores (tais como acetilcolina ou 
adrenalina) os quais viajam através da fenda sináptica e ligam-se 
com receptores na fibra muscular. 
Esta ligação causa uma despolarização, causando assim 
um potencial de ação. 
O potencial de ação se propaga através do sarcolema causando a contração 
da fibra muscular. 
 
 
Músculos e terminações nervosas articulares 
 
Receptores cinestésicos articulares nas cápsulas articulares percebem os 
movimentos e a posição das articulações. 
- Fuso muscular 
Fica entre as fibras musculares e conectado à elas. 
Fusos musculares percebem o estiramento muscular. 
O centro do fuso não se contrai mais pode alongar-se. 
Quando os músculos inseridos no fuso são alongados, os neurônios do fuso 
transmitem informações para o SNC sobre o comprimento muscular. 
33 
 
 
 
Os fusos monitoram o comprimento de um músculo. 
Contrações musculares reflexas são disparadas para resistir à alongamentos 
adicionais. 
Exemplo da ação do fuso muscular: 
 - Cotovelo flexionado(90°) – palma da mão para cima. 
- Subitamente é colocado um peso elevado sobre a mão. 
- O seu antebraço começa a cair – alongando as fibras do bíceps braquial, as 
quais alongam o fuso muscular. 
- Resposta ao estiramento: Neurônios sensoriais enviam impulsos a medula 
espinhal. 
- A Medula Espinhal excita os motoneurônios alfa. Eles fazem com que o 
músculo bíceps se contraia superando o alongamento. 
 
Órgão tendinoso de golgi: 
Órgãos sensoriais encapsulados atravessado por fibras tendinosas. Localizado 
perto da inserção músculo-tendínea. 
Orgãos tendinosos de Golgi detectam a tensão de um 
músculo no seu tendão, provendo informação sobre a força 
da contração muscular. Inibem os músculos em contração 
(agonistas) e excitam os músculos antagonistas para 
prevenir lesões 
Controle consciente do movimento: 
Os neurônios no córtex motor primário controlam o movimento muscular 
voluntário. 
Conjuntos de células nervosas no gânglio basal iniciam movimentos 
sustentados e repetitivos—caminhada, corrida, manutenção da postura e tônus 
muscular. 
O cerebelo controla a atividade muscular rápida e complexa. 
Engramas são padrões motores memorizados e armazenados no cérebro. 
Este é um conceito fisiológico extremamente importante para o profissional que lida 
com a iniciação ao movimento. Se um indivíduo possui uma técnica ou parte da 
técnica errada, pode-se criar um engrama consolidado, ou seja, o cérebro memoriza 
aquele movimento e se torna então mais fácil sua repetição. Para a aprendizagem 
motora é importante sempre corrigir movimentos errados, evitando a aquisição dos 
34 
 
 
 
chamados “vícios” no esporte, pois o tempo para modificação de um engrama é 
infinitamente maior que o tempo de aprendizagem. 
 
A resposta motora 
Cada fibra muscular é inervada por apenas um neurônio, mas um neurônio 
pode inervar centenas de fibras. 
Todas as fibras musculares em uma unidade motora são do mesmo tipo. 
As unidades motoras são recrutadas de maneira ordenada. Assim, unidades 
específicas são ativadas de cada vez em que uma atividade específica é realizada; 
quanto mais força é necessária, mais unidades são recrutadas. 
Unidades motoras com neurônios pequenos (fibras lentas) são ativadas antes 
do que as com neurônios maiores (fibras rápidas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
8. Controle muscular do movimento 
 
Existem 3 tipos de músculos que constituem o corpo humano: o cardíaco, o liso 
e o esquelético. 
O músculo CARDÍACO forma as paredes do coração, em órgão com várias 
cavidades localizado no centro do tórax, sua função é bombear sangue para o corpo 
levando nutrientes e oxigênio para as células. 
Uma parede muscular chamada septo divide o coração no sentido de seu 
comprimento em dois lados: esquerdo e direito. Válvulas dividem cada lado em duas 
câmaras: um átrio (mais superior) e um ventrículo ( mais inferior). 
Os músculos LISOS compõem as paredes dos vasos sangüíneos e de todo o 
tubo digestório, desde o esôfago e estômago até o intestino delgado e o grosso. As 
contrações peristálticas da musculatura lisa permitem deslocar os alimentos. 
Aprofundamos aqui os músculos ESQULELÉTICOS: 
Os seres humanos possuem mais de 600 músculos esqueléticos, responsáveis 
por praticamente todos os movimentos voluntários do corpo. Eles nos permitem 
realizar atividades que vão desde andar até expressar sentimentos. Os músculos 
esqueléticos estão conectados diretamente aos ossos. O esqueleto humano é uma 
estrutura articulada, constituída por 206 ossos e serve de local de fixação dos 
músculos esqueléticos do corpo. 
 
O funcionamento da máquina contrátil dos diversos músculos: 
 
- As células musculares esqueléticas prendem-se a tendões e, através destes, fixam-
se aos diversos ossos do esqueleto. 
- Cada músculo é formado por um conjunto de fibras, circundado por tecido conjuntivo 
e adiposo. 
- Devido as suas dimensões as células dos músculos esqueléticos são também 
chamadas de fibras musculares. Elas medem cerca de 100 micrometros de largura e 
podem ser muito longas, em adultos podem alcançar até 40 cm de comprimento. O 
músculo gastrocnêmio possui aproximadamente 1 milhão de fibras. 
36 
 
 
 
 
A fibra muscular é envolta por uma membrana 
plasmática chamada de sarcolema. 
O citoplasma de uma fibra muscular é chamado de 
sarcoplasma. 
Dentro do sarcoplasma, os túbulos T permitem o transporte 
de substâncias através da fibra muscular e o retículo 
sarcoplasmático armazena cálcio. 
Observadas através de microscopia ótica, as fibras 
esqueléticas apresentam estrias claras e escuras, que se 
repetem regularmente ao longo de toda a fibra. Durante a 
contração as estrias da fibra se aproximam e no relaxamento 
se afastam. 
Ao observar em microscopia eletrônica o corte longitudinal de uma fibra verifica-
se que no interior de cada célula muscular existem muitas fibrilas com bandas claras, 
escuras e linhas Z. 
A análise de uma miofibrila isolada permite uma melhor visualização dos 
sarcômeros em repouso e durante a contração. 
A miosina é A principal proteína dos filamentos grossos da banda A ( 
anisotrópica=sem luz= escura). Ao longo de cada filamento grosso há pequenas 
projeções que conectam os filamentos grossos aos finos. 
Nas bandas I (isotrópica= com luz = clara) há filamentos finos que se prendem 
a linha Z. A principal proteína destes filamentos é a actina. Os filamentos finos de cada 
lado da linha Z (Zwischenscheiben) adentram a banda A onde os filamentos grossos 
de miosina se intercalam com os filamentos finos de actina. Durante a contração os 
filamentos finos deslizam sobre os grossos, o que provoca a aproximação das linhas 
Z e a diminuição simultânea das bandas I e zona H. 
Uma técnica especial de microscopia eletrônica nos permite observar as 
moléculas de miosina. São moléculas grandes e tem forma de bastão (taco de golfe). 
Numa de suas extremidades a miosina apresenta uma saliência globular, chamada 
também de cabeça da miosina. É nesta região da molécula que se liga a actina e onde 
ocorre a hidrólise do ATP. O restante da molécula tem a forma de um filamento. Cada 
molécula de miosina é formada por duas subunidades, onde as partes filamentosas 
37 
 
 
 
se enrolam em hélice. A junção entre a parte globular (cabeça) e a filamentosa é 
bastante flexível. 
O filamento grosso é formado por muitas moléculas de miosina que se agregam 
pela parte filamentosa com a parte globular projetada para fora do filamento. O 
filamento se divide em duas partes iguais e em cada metade as moléculas de miosina 
se dispõem em direções ou polaridades opostas. Isto gera uma zona lisa no centro do 
filamento. Nesta região se encontra uma outra proteína, denominada proteína N que 
se liga as partes filamentosas da miosina.Os filamentos finos são formados por agregados de diversas proteínas e a 
principal delas é a actina. Estes filamentos podem ser vistos através da microscopia 
eletrônica. São formados por agregados de muitas moléculas da actina. As moléculas 
de actina tem uma forma globular e se unem umas as outras formando filamentos que 
se enovelam construindo uma estrutura helicoidal ou dupla hélice. 
Um outro conjunto de proteínas encontrado no filamento fino do sarcômero é o 
complexo troponina – tropomiosina. Este complexo regula a interação entre os 
filamentos finos e grossos do sarcômero. No sarcômero, os filamentos finos de actina 
distribuem-se de forma hexagonal em volta dos filamentos grossos de miosina. Este 
arranjo hexagonal pode ser visto na maioria dos músculos esqueléticos, através de 
corte transverso em microscopia eletrônica. 
 
Teoria dos filamentos deslizantes: 
Entendendo a estrutura dos compomentes envolvidos na contração muscular, 
veremos as seqüências de reações que permitem a contração muscular. 
No músculo relaxado, o ATP liga-se a parte globular ou cabeça da miosina e, 
mesmo antes de interagir com a actina, o ATP se hidrolisa gerando ADP-Pi. No 
músculo relaxado o complexo troponina – tropomiosina interpõem-se entre as duas 
moléculas impedindo a interação entre a miosina e a actina. 
A contração muscular se inicia com a liberação de íons cálcio do retículo 
sarcoplasmático e a conseqüente elevação da concentração deste íon no 
sarcoplasma. Isto permite a ligação de cálcio ao complexo troponina, que por sua vez 
promove o deslocamento do filamento de tropomiosina permitindo a interação entre a 
actina e a miosina. Neste momento há uma diminuição da afinidade da miosina pelo 
ADP-Pi, fazendo com que os dois produtos da hidrólise de ATP se dissociem do sítio 
catalítico da miosina. Simultaneamente a dissociação do ADP-Pi a cabeça da miosina 
38 
 
 
 
se move e puxa o filamento de actina promovendo seu deslizamento sobre o filamento 
de miosina. 
Após completar o movimento, a cabeça da miosina fica fortemente presa a 
actina. Para que a miosina se dissocie é necessário que o ATP se ligue novamente a 
ela, iniciando um novo ciclo. Se não houver ATP, a miosina permanece fortemente 
ligada a actina, numa situação chamada de “rigor”. 
 
Etapas da contração muscular (simplificadas): 
*Início da contração muscular: - potencial de ação disparado a partir da fibra nervosa. 
* As vesículas de ACETILCOLINA são liberadas na fenda (transmissão do impulso 
nervoso para o sarcolema). 
* Potencial de ação se propaga através dos túbulos T 
(despolarização) 
Com a despolarização, há uma liberação de Cálcio pelo retículo 
sarcoplasmático 
* O cálcio se liga a troponina C, que muda a estrutura da tropomiosina – mudanças 
nos sítios de ligação (agora sítios actina-miosina expostos) 
* Hidrólise de ATP possibilita o deslizamento 
actina – miosina 
 
 Para o relaxamento muscular é necessário desfazer o estímulo retirando o 
Cálcio da troponina C através de sua volta ao retículo sarcoplasmático pela bomba de 
Ca++, para tal fenômeno há também a necessidade de ATP. 
 
A figura a seguir demonstra as etapas da contração muscular. 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – O terminal 
axonal libera 
ACh 
(acetilcolina). 
Este 
neurotransmi
ssor se liga a 
seu receptor 
no sarcolema. 
 
2 – O 
potencial de 
ação 
muscular 
despolariza os 
túbulos T. 
 
3 – A 
despolariza
ção dos 
túbulos T 
liberam o 
Cálcio do 
retículo 
sarcoplasmá
tico. 
 
 
4 – O Cálcio 
se liga a 
troponina C. 
 
 
5 – Durante a 
ação 
muscular, a 
ATPase 
quebra a ATP 
liberando 
energia. 
Assim, há a 
possibilidade 
do de ligação 
das pontes 
cruzadas de 
miosina a 
actina. 
 
 
 
7 – Retorno 
do Cálcio ao 
retículo 
sarcoplasmáti
co pela 
bomba de 
Cálcio. 
 
Relaxamento 
muscular. 
 
 
6– 
Deslizamento 
actina – 
miosina. 
 
40 
 
 
 
Tipos de fibras musculares: 
 
As fibras musculares esqueléticas podem ser classificadas em tipos I (lenta e 
resistente à fadiga), IIA (rápida e resistente à fadiga) e IIB (rápida e passível de 
fadiga). Elas diferem entre si nos seguintes aspectos, analisados no quadro a seguir: 
Características 
Tipo I Tipo IIa Tipo IIb 
Lenta, vermelha, 
oxidativa, resistente 
à fadiga 
Rápida, vermelha, 
oxidativa, 
glicolítica, 
resistente à fadiga 
rápida, branca, 
glicolítica, 
vulnerável à 
fadiga 
Tamanho de neurônio motor Pequeno Grande Grande 
Frequência de recrutamento Baixa Média Alta 
Velocidade de contração Lenta Rápida Rápida 
Velocidade de relaxamento Lenta Rápida Rápida 
Saída máxima de energia Baixa Alta Alta 
Resistência Alta Média Baixa 
Densidade capilar Alta Média Baixa 
Densidade mitocondrial Alta Média Baixa 
Caráter metabólico Oxidativo Intermediário Glicolítico 
Conteúdo de mioglobina Alto Médio Baixo 
Atividade da enzima 
glicolítica 
Baixa Alta Alta 
Atividade da enzima oxidativa Alta Alta Baixa 
Conteúdo de glicogênio Baixo Alto Alto 
Conteúdo de triglicerídeos Alto Médio Baixo 
Conteúdo de fosfocreatina Baixo Alto Alto 
Atividade da ATPase da 
miosina 
Baixa Alta Alta 
 
 
Geração de força 
 Os motoneurônios exercem um papel fundamental no controle do movimento 
humano. Existem aproximadamente 420 mil motoneurônios para 250 milhões de fibras 
musculares. 
A diferença na geração de força entre fibras rápidas e lentas é devido ao 
número de fibras por motoneurônio, não a força gerada por cada fibra muscular. 
Quanto maior o número de unidades motoras, maior a força muscular desenvolvida. 
Os fatores que influenciam na geração de força são: 
- Número de unidades motoras ativadas; 
- Tipos de fibras ativadas (rápidas ou lentas); 
- Tamanho muscular; 
- Comprimento muscular; 
- Ângulo articular; 
- Velocidade de contração (encurtamento ou alongamento). 
41 
 
 
 
 
Determinantes da tipologia de fibras 
- A genética determina quais motoneurônios inervaram nossas fibras musculares. 
- A fibra muscular se especializa de acordo com o tipo de neurônio que a inerva. 
- O treinamento de resistência Endurance e o sedentarismo podem resultar em 
algumas mudanças no percentual de fibras rápidas (subtipos). 
- O envelhecimento resulta em mudanças nos percentuais dos tipos de fibras: 
À medida que envelhecemos, nossos músculos tendem a perder unidades 
motoras de fibras rápidas - tipo II, resultando num aumento de % de fibras lentas - tipo 
I. 
- A ATPase nas fibras rápidas atua rapidamente produzindo energia para a ação 
muscular mais precocemente que a ATPase nas fibras ST (lentas). 
- Fibras FT possuem um retículo sarcoplasmático mais desenvolvido otimizando a 
liberação de cálcio. 
- Como as unidades motoras das fibras FT são maiores; então, as unidades motoras 
das fibras FT conseguem recrutar mais fibras. 
 
As fibras lentas possuem alta resistência aeróbica e são aptas para atividades 
de baixa intensidade e longa duração. As fibras rápidas são melhores para atividades 
anaeróbicas ou de explosão. Os músculos esqueléticos contém os 2 tipos de fibras, 
sendo que autores colocam uma possibilidade de transformação das fibras devido a 
uma demanda funcional. O quadro abaixo aponta o percentual de fibras lentas e 
rápidas de atletas e não atletas, segundo Wilmore e Costil (2001). 
 Sexo Músculo Fibras lentas 
Fibras 
rápidas 
A
tl
e
ta
s
 
Velocistas M Gastrocnêmio 24% 76% 
Velocistas F Gastrocnêmio 27% 73% 
Maratonistas M Gastrocnêmio 79% 21% 
Maratonistas F Gastrocnêmio 69% 31% 
Nadadores M Deltóide post. 67% 33% 
N
ã
o
 
a
tl
e
ta
s
 
 M Vasto lateral 47% 53% 
 F Gastrocnêmio 52% 48% 
Percentual de fibras lentas e rápidas de alguns atletas e não 
atletas (WILMORE e COSTILL, 2001). 
Classificação funcional dos músculos 
42 
 
 
 
Agonistas—motores primários; responsáveis pelo movimento 
Antagonistas—se opõem aos agonistas prevenindo lesões 
Sinergistas—auxiliamno movimento dos agonistas e algumas vezes coordenam a 
direção do movimento 
 
Ações musculares durante a flexão do cotovelo: Bíceps braquial 
(agonista); Braquial (agonista); Tríceps braquial (antagonista) e 
Braquio-radial (sinergista). 
 
Tipos de contrações musculares: 
- Contração concêntrica: contração dinâmica onde há o deslizamento dos filamentos 
(actina e miosina), aproximação dos sarcômeros. 
- Contração estática: o músculo gera força, mas seu comprimento se mantém 
inalterado. Esta contração também é chamada de isométrica. 
- Contração excêntrica: é o momento do alongamento do músculo. Há o afastamento 
dos filamentos de actina. 
 
Relação força – velocidade: 
 
Ao levantarmos um objeto muito pesado, o fazemos lentamente, maximizando 
a força imposta. Ao levantar com velocidade, poderíamos fracassar e termos uma 
lesão. Isto é explicado pela relação força – velocidade imposta nas ações musculares. 
 
 
 
 
 
Durante contrações concêntricas o desenvolvimento 
da força máxima diminui progressivamente nas 
velocidades mais elevadas. 
 
 Ações excêntricas rápidas permitem aplicação de 
força máxima. 
 
Importante: 
Quanto menor emprego de força, maior a velocidade. Este fenômeno fisiológico justifica o 
treinamento em declive para aumentar a velocidade. 
43 
 
 
 
Fenômenos e alterações na contração muscular: 
 
CONTRATURA MUSCULAR: Ocorre quando o transporte de Ca++ para o Retículo 
Sarcoplasmático não ocorre, não há relaxamento e a contração é sustentada. 
 
FADIGA MUSCULAR: incapacidade dos processos contráteis e metabólicos de 
sintetizar ATP em um ritmo suficiente para manter-se igual ao de sua degradação. 
 
TÔNUS MUSCULAR: Mesmo quando está em repouso, certa quantidade de tensão 
freqüentemente permanece, devido a impulsos nervosos provenientes da medula 
espinhal, já que as fibras se contraem se que Potencial de Ação as estimule. 
 
HIPERTROFIA: a atividade vigorosa determina: 
- Aumento do tamanho muscular 
- Aumento do diâmetro 
- Aumento do sarcoplasma 
- Aumento do suprimento de nutriente: ATP, glicogênio, lipídios. 
- Aumento do poder motor do músculo e os mecanismo de nutrição para mantê-lo. 
 
HIPOTROFIA: diminui o tamanho muscular em virtude de um período de inatividade 
muscular ou mesmo quando é usado em apenas contrações muito fracas. 
 
HIPERPLASIA: Formação de novas fibras musculares. Demonstrada em animais, 
ainda existem poucos estudos em humanos. 
 
ATROFIA: desnervação muscular. 
 
RIGIDEZ CADAVÉRICA: (RIGOR MORTIS) começa 3 a 4 horas e se completa após 12 
horas após a morte. Resulta da perda de ATP nas células musculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante: 
Hipertrofia de músculos rápidos e lentos 
Bíceps: 65 – 70 % de fibras rápidas →Hipertrofia facilitada. 
Sóleo: 60 – 70 % de fibras lentas→Hipertrofia dificultada. 
 
44 
 
 
 
9. Exercício físico e adaptações cardiovasculares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As variáveis cardiovasculares que devem ser analisadas durante o exercício 
físico são: 
- Volume de Ejeção: É o volume de sangue bombeado por contração. 
- Débito cardíaco: É o volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um 
minuto. Q = FC X VS (ml/min ou l/min) 
- Pressão arterial: Força exercida pelo sangue no vaso sanguíneo. P = Q x R 
- Freqüência cardíaca de repouso: A média varia de 60 a 80 batimentos por 
minuto (bpm); mas pode oscilar de 28 bpm até mais de 100 bpm. 
Regulação intrínseca da FC: 
 Nodo Sinoatrial (sinusal) 
 Nodo Atrioventricular 
Regulação extrínseca da FC: 
 Sistema Nervoso Parassimpático – bradicardia (FC de repouso inferior a 60 
bpm) 
 Sistema Nervoso Simpático – taquicardia (FC de repouso superior a 100 bpm) 
Regulação hormonal da FC: 
 Adrenalina e noradrenalina – liberação causada devido a estimulação simpática 
aumenta a freqüência cardíaca. 
- Freqüência cardíaca máxima: É o valor mais elevado da freqüência cardíaca que 
o corpo pode atingir num esforço máximo até o ponto de exaustão. 
 
 
 
 
 
O coração é uma bomba tetracavitária que impulsiona o sangue, 
através de vasos, para todo o corpo. O ventrículo esquerdo é a 
câmara mais poderosa e também a maior. 
 
Devido aos discos intercalares—os impulsos viajam, rapidamente, 
no músculo cardíaco e permite a este agir como uma grande fibra 
muscular, contraindo todas as fibras ao mesmo tempo. Esta é a 
grande diferença entre músculo esquelético e cardíaco. 
Importante: 
A freqüência cardíaca de repouso nos adultos tende a manter-se entre 60 e 85 batimentos / min. 
Contudo, em períodos prolongados de treinamento de endurance pode baixar para 35 batimentos / 
min ou menos. Estas diminuições em repouso são resultantes de uma redução intrínseca da 
freqüência cardíaca e do aumento da estimulação parassimpática. 
 
45 
 
 
 
Respostas agudas ao exercício: 
- Freqüência cardíaca (FC), Volume de ejeção (VE), e débito cardíaco (DC ou Q), 
PASistólica aumentam. 
 
 O volume de ejeção aumenta devido ao mecanismo de Frank-Starling — mais 
sangue no ventrículo faz com que ele reaja a essa maior distensão contraindo-se mais 
fortemente. Aumenta a contratilidade ventricular (sem aumentar o volume diastólico 
final) assim, aumento do débito cardíaco máximo. Diminui o valor total da resistência 
periférica devido à vasodilatação das veias para a atividade muscular. 
 
Posição supina – VE maior no 
repouso 
Posição ortostática 
 
No exercício, o VE aumenta em 
proporção menor, cerca de 20 a 
40%, (não como em posição ortostática). 
O sangue não se acumula nas 
extremidades inferiores, assim, ele 
retorna mais facilmente ao coração. 
No exercício o VE pode quase 
dobrar do repouso aos valores 
máximos. 
Ex.: indivíduos ativos mas não 
treinados o VE pode variar de 50 – 60 
ml em repouso para 100 – 120ml 
durante exercício máximo. 
Atletas de endurance pode alterar de 
80 – 100ml para 160 – 200ml. 
 
 O DC é aumentado para atender as demandas de um maior fluxo sanguíneo 
aos tecidos. Ele pode variar de 5L/min (repouso) à 20 L/min (adultos destreinados) e 
35 L/min (atletas aerobicamente treinados). 
 
Lie = deitado Stand = em pé Jog = caminhada Run = corrida 
Heart rate = FC Stroke volume = Volume de Ejeção Cardiac output = Débito Cardíaco 
46 
 
 
 
Pressão arterial: 
Exercício de Endurance: 
 PA Sistólica aumenta de acordo com o aumento da intensidade do exercício. 
 Diastólica PA muda muito pouco com qualquer exercício de endurance, 
apesar da intensidade. 
Exercício Resistidos 
 Aumenta a resposta da PA até 480/350 mmHg 
 Alguns aumentos de PA são atribuídos a manobra de Valsalva 
 
Efeito hipotensor do exercício: 
Após uma única sessão de exercício físico aeróbico a PA pode diminuir devido a 
uma queda na resistência vascular periférica total ou por uma redução no débito 
cardíaco. Os valores podem chegar de 5 a 7 mmHg para pré-hipertensos, 8 a 10 
mmHg para hipertensos, e pode persistir por até 22h. Demais estudos sugerem que 
normotensos também possuem este efeito, sendo que em menor escala. 
 
Diferença artério-venosa de oxigênio: 
- A quantidade de oxigênio removida do sangue enquanto ele circula através do 
corpo. 
- Calculada através da diferença entre o oxigênio contido no sangue arterial e no 
sangue venoso. 
- Aumenta conforme o aumento da freqüência do exercício assim mais oxigênio é 
retirado do sangue. 
- A equação de Fick representa o relacionamento entre o consumo do oxigênio do 
corpo (VO2), e a diferença arterio-venosa de oxigênio (a-vO2) e o débito cardíaco 
(Q); 
 
VO2 = Q x a-vO2. 
 
Respostas crônicas ao exercício: 
 Após um período regular de prática de exercícios, a Freqüência Cardíaca de 
Repouso (FCR) diminui. A menor freqüência cardíaca no estado estável representa 
47 
 
 
 
um coração mais eficiente. A queda na FCR se dá pela regulação intrínseca e pelo 
aumento da estimulação parassimpática. 
 Após um período de exercício físico aeróbico,o DC de repouso não sofre 
modificação significativa, apesar de o indivíduo treinado apresentar menor FC, ele tem 
maior VE. 
 Consta-se através de estudos, que o exercício físico possui amplo poder no 
tratamento da hipertensão arterial (NEGRÃO e FORJAZ, 1994; WHWLTON, 2002; 
BRUM et al. 2004; LATERZA, BRANDÃO e NEGRÃO, 2007). Whelton (2002) relata 
que a prática de exercícios físicos aeróbicos regulares durante 3 meses reduz a 
pressão sistólica em 3,8 mmHg ao mesmo tempo que a diastólica apresenta uma 
redução de 2,6 mmHg. 
 
Respostas ao exercício - crônico 
TREINO AERÓBIO 
Benefícios: 
- promove uma melhora na tolerância à glicose, 
- reduz a resistência periférica à insulina, 
- contribui para a perda de peso corporal, 
- reduzindo assim vários fatores de risco para a incidência de doenças 
cardiovasculares 
- aprimora as capacidades funcionais relacionadas ao transporte e à utilização de 
oxigênio, causando adaptações bastante favoráveis aos sistemas orgânicos. 
 
 
Músculos: 
- Nos músculos treinados: aumento de mitocôndrias (tamanho e quantidade) - maior 
capacidade de produção de energia por via aeróbica. 
- aumenta sua capacidade de mobilizar e oxidar gorduras, o que permite uma maior 
preservação das reservas de glicogênio. 
 
Indivíduo ofegante: tem relação com o controle de pH, que se dá através da 
eliminação do CO2, pois o sistema cardiovascular não está conseguido transportar 
CO2 e O2 suficientes, levando assim, à hiperventilação. 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A restrição da ingesta calórica e o aumento do gasto calórico por meio da atividade 
física são meios efetivos de reduzir o peso e a gordura corporais, enquanto se 
normaliza a pressão arterial e os perfis lipídicos do sangue”. (HEYWARD, 2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante: 
Se colocarmos os determinantes da limitação do exercício (fadiga), o sistema 
muscular é o principal determinante (limitante), seguido do circulatório e do 
respiratório. 
 
49 
 
 
 
Considerações finais 
 
A fisiologia do exercício é uma disciplina antiga, mas com uma relevante 
ascensão na área de pesquisa para a ideal compreensão dos eventos 
fisiológicos ocorridos quando alteramos o estado de repouso ao exercício. 
Este caderno universitário cita as principais alterações visíveis e já 
demonstradas após um estímulo que gera um estresse na homeostasia. 
É importante ressaltar que este caderno não retira a importância de 
pesquisas em livros da área, citados na bibliografia, visto que estes possuem 
mais detalhes e visões sobre os temas abordados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 Questões do conteúdo 
 
 
 
Bioenergética 
1. Descreva as características dos macronutrientes quanto à geração de energia: 
2. Qual a reação de geração de energia a partir de ATP? 
3. Qual é o papel da creatina fosfato (CrP) na produção de energia? 
4. Descreva a relação entre a ATP e a creatina fosfato do músculo durante o 
exercício explosivo de curta duração (um sprint): 
5. Por que os sistemas energéticos ATP-CP e glicolítico são considerados 
anaeróbios? 
6. Conceitue: 
- glicólise 
- glicogenólise 
- glicogênese 
7. Qual a enzima limitadora da velocidade da glicólise anaeróbia? 
8. As pessoas de todas as idades possuem a mesma atividade da enzima citada 
na questão anterior? 
9. A partir do gráfico de Keul, pode-se dizer que é a intensidade que determina a 
rota metabólica a ser utilizada? 
10. Diga qual sistema energético é predominante nas atividades abaixo, e explique 
as rotas (quanto ao conceito, rendimento - ATP, características gerais): 
- sprint 
- salto em altura 
- maratona 
- caminhada de 60 min 
- 800m rasos 
- tiros no futebol (5, 10 e 15 metros) 
11. A demanda energética na natação, a princípio, depende da duração e da 
velocidade do nado e do estilo empregado. Uma atleta brasileira completou 
200m livre em 2 minutos em março de 2008. Ocorrendo um aumento de lactato 
sanguíneo ao final deste exercício, qual o sistema energético predominante? 
11.1 Pode-se dizer que as outras vias energéticas não são utilizadas nesta 
atividade? 
12. Atualmente sabe-se que existem vários fatores responsáveis pela fadiga, cite-
os: 
13. Sabe-se também que o ácido lático não pode ser acusado de responsável pela 
presença de fadiga em si, pois um maratonista pode apresentar concentrações 
de ácido lático próximas as de repouso no final da corrida e está próximo à 
exaustão. Neste caso, qual a causa da fadiga deste maratonista? 
14. Explique o que é o EPOC: 
15. Por que gastamos mais energia após o exercício? 
16. Monte idéias fisiológicas a partir dos grupos de palavras abaixo: 
- glicogênio, fadiga, esforço percebido 
51 
 
 
 
- ATP, vias energéticas, exercício físico 
- limiar de lactato, concentração de repouso 
17. NADH e FADH são cofatores produzidos pelo ciclo de krebs e também pela 
glicólise aeróbia. Quantos ATPs eles produzem? Qual o nome do processo? 
Qual substância deve ter a célula para ocorrência deste processo? 
 
 
18. Explique as figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pesquisar o tema: 
- Tempo necessário para restaurar as vias energéticas durante diferentes tipos de 
exercícios: 
 
Limiares de lactato 
1. Pode ser observados 2 limiares de lactato à medida que se incremente a carga 
de trabalho. Explique por que a partir do segundo limiar ocorre um aumento 
acentuado da concentração de lactato? 
2. A partir de um teste que identifica os limiares de lactato vimos que cada carga 
de trabalho equivale a um certo efeito. Os efeitos podem ser: metabólicos, 
cardiovasculares ou de resistência ao lactato. Responda: 
- Qual é o primeiro objetivo de um treinamento? 
- Se você tem um aluno que está treinando próximo ao 2° limiar. Quais efeitos 
ele terá? (cite-os) 
- O que gera de alteração metabólica ao treinarmos próximo ao 1° limiar? 
 
3. O limiar de lactato de um treinado é igual ao de um destreinado? 
 
 
 
Adaptações metabólicas durante o exercício 
1. Qual tipo de treinamento influencia na força muscular? 
2. A enzima SDH regula qual rota metabólica? Existe uma transformação desta 
enzima durante exercício aeróbio crônico? 
3. Caracterize os músculos treinados e destreinados quanto ao estoque 
energético: 
4. Cite as adaptações ocorridas com o treinamento aeróbio e anaeróbio: 
 
52 
 
 
 
Regulação hormonal durante o exercício 
1. Quais hormônios da glândula adrenal são aumentados durante o exercício 
através da estimulação do sistema nervoso simpático, e direcionam o sangue 
aos músculos? 
2. Por que há uma maior concentração plasmática de glucagon nas pessoas 
destreinadas? 
3. Por que a glicose plasmática em pessoas treinadas não possui a queda 
encontrada em pessoas destreinadas? 
4. Qual o hormônio produzido pelo rim que influencia no transporte de oxigênio? 
5. O que significa um aumento de AGL (ácidos graxos livres) durante o exercício? 
6. Quais hormônios facilitam a oxidação dos lipídios durante o exercício quando 
as reservas de carboidratos estão baixas? 
7. Durante um exercício prolongado, há uma redução ou um aumento no volume 
sanguíneo? 
 
Controle Neural do movimento 
1. Diferencie sistema nervoso simpático de sistema nervoso parasimpático: 
2. Descreva o potencial de ação: 
3. O que é junção neuromuscular? 
4. Qual a função do fuso muscular e do Órgão Tendinoso de Golgi? 
5. Defina engrama e diga sua aplicação na aprendizagem motora: 
6. Qual a relação entre tempo de aquisição e modificação de um engrama? 
 
Controle muscular do movimento 
1. Desenvolva as etapas da contração muscular: 
2. Dê as características das fibras musculares: 
3. Qual a diferença entre o citoplasma da fibra muscular e o citoplasma de 
outras células do organismo? 
4. Os músculos esqueléticos possuem os dois tipos de fibras musculares? Em 
qual proporção? 
5. Quais os fatores que influenciam a geração de força? 
6. O que ocorre nacontratura muscular? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
Exercício físico e adaptações cardiovasculares 
 
1. Adalberto é um sedentário, irá iniciar um programa de exercícios aeróbios. 
 Marque as respostas agudas que ocorrerão no organismo de Adalberto, em 
seguida responda: 
1.1 A FC de Adalberto irá.... 
( )aumentar ( ) diminuir 
porque_______________________________________________ 
1.2 A PA de Adalberto irá.... 
( )aumentar ( ) diminuir 
porque_______________________________________________ 
1.2.1 Caso adicionamos exercícios resistidos para Adalberto, ele terá... 
( )um aumento maior ainda na PAS ( ) uma grande diminuição na PAS 
1.3 O DC de Adalberto irá ... 
( )aumentar ( ) diminuir 
porque_______________________________________________ 
1.4 O VE de Adalberto irá ... 
( )aumentar ( ) diminuir 
porque_______________________________________________ 
E ao longo de 12 meses Adalberto terá respostas crônicas: 
1.5 A FC de Adalberto poderá.... 
( )aumentar ( ) diminuir ( ) não alterar 
porque______________________________________________________ 
1.6 A PAsistólica de Adalberto irá.... 
( )aumentar ( ) diminuir ( ) não alterar 
1.7 O DC de repouso não sofre alteração, mesmo que... 
( ) O VE aumente 
( ) O VE diminua 
( ) A FC aumente 
( ) A PA aumente 
 
2. No início de seu programa de treinamento Adalberto demonstrou muito 
cansado, quais seriam os determinantes da limitação do exercício? 
3. Adalberto se demonstra ofegante, como poderíamos explicar este estado? 
4. Qual posição você possui um maior volume de ejeção? Por quê? 
5. Qual célula sanguínea é a responsável pelo transporte de oxigênio? 
54 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
 
 
ASTRAND, P. O., et al. Tratado de fisiologia do trabalho: bases fisiológicas do exercício. 4. 
ed. Porto Alegre : ARTMED, 2006. 
 
McARDLE, Willian D., KATCH Frank I., KATCH Victor L. Fisiologia do Exercício - Energia, 
Nutrição e Desempenho Humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 
 
POWERS, Scott. K. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao 
Desempenho. 5. ed. Barueri: Manole, 2005. 
 
WILMORE, Jack. H; COSTILL, David L. Fisiologia do esporte e do exercício. 2. 
ed. Barueri: Manole, 2001.

Continue navegando

Outros materiais