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283 Concordância é o mecanismo pelo qual algumas palavras alteram suas terminações para adequar-se à terminação de outras palavras. Em português, distinguimos dois tipos de concordância: nominal, que trata das alterações do artigo, do numeral, dos pronomes adjetivos e dos adjetivos para con- cordar com o nome a que se referem, e verbal, que trata das alterações do verbo, para concordar com o sujeito. CONCORDÂNCIA NOMINAL – Regra Geral: o adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral, pronome adjetivo) concordam em gênero e número com o nome a que se referem. Esta / observação / curta / desfaz o equívoco. Esta (pronome adjetivo – feminino – singular) observa- ção (substantivo – feminino – singular) curta (adjetivo – fe- minino – singular) – Um só adjetivo qualificando mais de um substanti- vo. Adjetivo posposto: quando um mesmo adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois destes, há duas cons- truções: 1- o adjetivo vai para o plural: Agia com calma e pontu- alidade britânicas. 2- o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo: Agia com calma e pontualidade britânica. Sempre que se optar pelo plural, é preciso notar o seguin- te: se entre os substantivos houver ao menos um no masculi- no, o adjetivo assumirá a terminação do masculino: Fez tudo com entusiasmo e paixão arrebatadores. Quando o adjetivo exprime uma qualidade tal que só cabe ao último substantivo, é óbvio que a concordância obri- gatoriamente se efetuará com este último: Alimentavam-se de arroz e carne bovina. Adjetivo anteposto: quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem antes destes, concorda com o subs- tantivomais próximo: Escolhestes má ocasião e lugar. Quando o adjetivo anteposto aos substantivos funcionar como predicativo, pode concordar com o mais próximo ou ir para o plural: Estava quieta a casa, a vila e o campo. Estavam quietos a casa, a vila e o campo. – Verbo ser + adjetivo: Nos predicados nominais em que ocorre o verbo ser mais um adjetivo, formando expres- sões do tipo é bom, é claro, é evidente, etc., há duas construções possíveis: 1- se o sujeito não vem precedido de nenhum mo- dificador, tanto o verbo quanto o adjetivo ficam invariáveis: Pizza é bom; É proibido entrada. 2- se o sujeito vem precedido de modificador, tanto o verbo quanto o predicativo concordam regular- mente: A pizza é boa; É proibida a entrada. – Palavras adverbiais x palavras adjetivas: há palavras que ora têm função de advérbio, ora de adjetivo. Quando funcionam como advérbio são invariáveis: Há ocasiões bastante oportunas. Quando funcionam como adjetivo, concordam com o nome a que se referem: Há bastantes razões para confiarmos na proposta. Estão nesta classificação palavras como pouco, muito, bastante, barato, caro, meio, longe, etc. – Expressões anexo e obrigado: são palavras adjetivas e, como tais, devem concordar com o nome a que se refe- rem. Exemplos: Seguem anexas as listas de preços. Seguem anexos os planos de aula. Muito obrigado, disse ele. Muito obrigada, disse ela. Obrigadas, responderam as cantoras da banda. Podemos colocar sob a mesma regra palavras como inclu- so, quite, leso, mesmo e próprio. 1- Alerta e menos são sempre invariáveis: Estamos alerta. Há situações menos complicadas. Há menos pessoas no lo- cal. 2- Em anexo é sempre invariável: Seguem, em anexo, as fotografias. – Expressões só e sós: quando equivale a somente, éadvér- bio e invariável; quando equivale a sozinho, é adjetivo e variável. Só eles não concordam. Eles saíram sós. A expressão a sós é invariável: Gostaria de ficar a sós por uns momentos. UNIDADE XVConcordância Verbal e Nominal Unidade XV | CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl PORTUGUÊS284 “É inegável que a opção pelo emprego de animais no de- senvolvimento de fármacos implica uma discussão ética. Mas a questão não é se o homem deve ou não recorrer a co- baias; cientistas de todo o mundo, inclusive de países com pesquisas e indústria farmacêutica mais avançadas que o Brasil, são unânimes em considerar que a ciência ainda não pode prescindir totalmente dos testes com organismos vi- vos, em razão da impossibilidade de se reproduzir em labo- ratório toda a complexidade das cadeias de células”. Sobre a concordância nominal e verbal desse segmento do texto, é correto afirmar que a) o adjetivo “inegável” concorda com sujeito oracional. b) o adjetivo “avançadas” concorda com “pesquisas”. c) o adjetivo “unânimes” concorda com “países”. d) a forma verbal “implica” concorda com o sujeito “discus- são”. 2) (ESA – 2011) SUCESSO TEM FÓRMULA “Serve para toda competição: qualidade valorizada, sele- ção dos melhores, prática obsessiva e persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados” Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa forma, muito mais do que os mares. Para isso tinha os me- lhores navios. E, para tê-los, precisava de excelentes carpin- teiros navais. (...) A Revolução Industrial tardia da Alemanha foi alavancada pela criação do mais respeitado sistema de formação técni- ca e vocacional do mundo. (...) Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de diferentes países, existe a Olimpíada do Conhecimento (World Skills International). É iniciativa das nações altamen- te industrializadas, que permite cotejar diversos sistemas de formação profissional. Compete-se nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas também em desenho de websites ou robótica. Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu a parti- cipar dessa Olimpíada: o Brasil, por meio do SENAI. E lá viu o seu lugar, pois não ganhou uma só medalha. Mas em 1985 conseguiu chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou para o sexto. Aliás, é o único país do Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano. Em 2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro, competindo com 539 alunos, de sete estados, em 44 ocu- pações. É isso mesmo, os graduados do SENAI, incluindo alunos de Alagoas, Goiás e Rio Grande do Norte, consegui- ram colocar o Brasil como o segundo e o terceiro melhor do mundo em formação profissional! (...) EXERCÍCIOS – CONCORDÂNCIA NOMINAL 1) (ESA – 2020) CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl | Unidade XV PORTUGUÊS 285 Deve haver um segredo para esse resultado que mais pare- ce milagre, quando consideramos que o Brasil, no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), por pouco escapa de ser o úl- timo. Mas nem há milagres nem tapetão. Trata-se de uma fórmula simples, composta de quatro ingredientes. Em primeiro lugar, é necessário ter um sistema de formação profissional hábil na organização requerida para preparar milhões de alunos e que disponha de instrutores compe- tentes e capazes de ensinar em padrões de Primeiro Mundo. (...) Em segundo lugar, cumpre selecionar os melhores candida- tos para a Olimpíada. O princípio é simples (mas a logística é diabolicamente complexa). Cada escola do SENAI faz um concurso, para escolher os vencedores em cada profissão. Esse time participa então de uma competição no seu esta- do. Por fim, os times estaduais participam de uma Olimpía- da nacional. Dali se pescam os que vão representar o Brasil. É a meritocracia em ação. Em terceiro lugar, o processo não para aí. O time vencedor mergulha em árduo período de preparação, por mais de um ano. Fica inteiramente dedicado às tarefas de aperfeiçoar seus conhecimentos da profissão. É acompanhado pelos mais destacados instrutores do SENAI, em regime de tutoria individual. Em quarto, é preciso insistir, dar tempo ao tempo. Para pas- sar do último lugar, em 1983, para o segundo, em 2007, transcorreram 22 anos. Portanto, a persistência é essencial. Essa quádrupla fórmula garantiu o avanço progressivo do Brasil nesse certame no qual apenas cachorro grande entra. (...) A fórmula serve para toda competição: qualidade valoriza- da, seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados. Revista Veja, pág. 22, 24 de fevereirode 2010. http://veja. abril.com.br/acervodigital Assinale a alternativa correta quanto à concordância nominal. a) A aluna estava meia desconfiada de suas colegas. b) Compareceram menas pessoas do que esperávamos. c) Na sala havia bastantes candidatos aguardando. d) É proibido a entrada de pessoas sem identificação. e) Seguem anexos aos currículos as cópias dos documen- tos. 3) Assinale a alternativa que reescreve fala da charge de acordo com a norma-padrão de concordância. a) Já se completou dois anos que terminei meu mestrado e trabalho com Uber. b) Quantos anos já fazem que você trabalha com Uber? c) Vão fazer uns dois anos que terminei meu mestrado e trabalho com Uber. d) Faz muitos anos, já, que você trabalha com Uber? e) Conta-se uns dois anos que estou trabalhando com Uber. 4) A alternativa em que a concordância nominal se apresenta conforme a norma culta da língua é: a) Recebemos bastante telefonemas. b) A mãe disse que ela é meia maluca. c) Hoje tem menas alunas que ano passado. d) É necessária repreensão a aquelas atitudes. e) Pagou a última parcela e ficou quite com a dívida. 5) Leia o texto a seguir para responder à questão. Após ler o texto, que é um artigo, um membro da equipe do sítio da Internet decidiu enviá-lo por e-mail a um cole- ga, mas, além do texto completo, ele anexou imagens de gráficos e tabelas com dados do problema. Além disso, ele resolveu escrever uma mensagem. A mensagem enviada ti- nha, porém, uma concordância que desrespeitava a norma- -padrão. Essa concordância equivocada está exemplificada em: a) Envio-lhe, em anexo, um artigo e dados referentes ao assunto discutido em reunião recente. b) Segue, em apenso, um artigo e dados referentes ao as- sunto debatido em reunião ocorrida há pouco. c) Envio dois arquivos anexados em referência ao debate de reunião recente. d) Apenso neste e-mail dois arquivos atinentes a nosso re- cente debate. e) Anexo a este e-mail, segue para análise dois arquivos sobre assunto discutido em reunião recente. 6) “A comissão organizou, no Cine Avenida, uma de caráter em favor dos mais necessitados, sucesso lhe valeu muitos . a) cessão/ beneficiente/ cujo/ comprimentos b) sessão/ beneficiente/ o qual/ cumprimentos c) seção/ beneficente/ o qual/ comprimentos d) cessão/ beneficiente/ que/ cumprimentos e) sessão/ beneficente/ cujo/ cumprimentos 7) “Embora sem , ele era o presidente da empresa.” a) estivesse/ palitó/ simplismente b) estivesse/ paletó/ simplismente c) tivesse/ palitó/ simplesmente d) estivesse/ paletó/ simplesmente e) tivesse/ paletó/ simplesmente 8) “Ele foi perante o .” a) incriminado/ meritíssimo b) incriminado/ meretíssimo c) encriminado/ meretíssimo d) encriminado/ meritíssimo e) incriminado/ meritríssimo 9) “Na sua casa, ele tem um um casal de .” a) ganço/ piriquitos b) ganço/ periquitos c) ganso/ periquitos d) ganso/ piriquitos e) ganso/ periquitos Unidade XV | CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl PORTUGUÊS286 10) “É notório que o chefe prefere .” a) eu a você b) eu do que você c) a mim do que você d) a mim a você e) você do que eu 11) “Após a , teve um .” a) discursão/ chilique b) discussão/ chilique c) discução/ chelique d) discursão/ chelique e) discurção/ chelique 12) “ No último da orquestra sinfônica, houve entre os convidados, apesar de ser uma festa .” a) concerto/ flagrantes/ discriminações/ beneficente b) conserto/ fragrantes/ descriminações/ beneficiente c) concerto/ flagrantes/ descriminações/ beneficiente d) conserto/ flagrantes/ discriminações/ beneficente e) concerto/ fragrantes/ discriminações/ beneficente 13) “Somente longo prazo será possível ajustar esse meca- nismo finalidade que se destina.” a) à/ a/ à d) a/ à/ à b) à/ à/ à e) a/ à/ a c) à/ a/ a 14) “Os médicos fazem . Trabalham em sistema de .” a) revesamento/ rodísio b) revezamento/ rodízio c) revesamento/ rodízeo d) revezamento/ rodísio e) revezamento/ rodízeo 15) “Chegaram de e criaram uma .” a) supetão/ parafernália b) supetão/ parafernalha c) sopetão/ parafernalha d) sopetão/ parafernália e) supetão/ parafernália 16) “Por ser uma pessoa , mandou os móveis.” a) previnida/ invernizar b) previnida/ envernizar c) prevenida/ invernizar d) prevenida/ envernizar e) privenida/ invernizar 17) “Nossa falta de nada no resultado das pes- quisas.” a) competividade/ influi b) competividade/ influe c) competitividade/ influe d) competitividade/ influi e) competetividade/ influi 18) “Ele teve , manteve- se ao nos- so movimento.” a) hombridade/ por isso/ engajado b) hombridade/ porisso/ enganjado c) ombridade/ porisso/ enganjado d) ombridade/ porisso/ engajado e) ombridade/ por isso/ engajado 19) “Além de problemas na , estava com .” a) bexiga/ disenteria b) bixiga/ disenteria c) bexiga/ desinteria d) bixiga/ desinteria e) bexiga/ desenteria 20) “Ela tem lindos olhos e cabelos .” a) azul-claros/ castanho-escuros b) azuis-claro/ castanhos-escuro c) azuis-claros/ castanhos-escuros d) azul-claro/ castanho-escuro e) azul-claros/ castanhos-escuros 21) “Ele nunca disse havia tomado aquela atitude. Tal- vez fosse a única solução. Mesmo assim não é um bom .” a) por que/ porque/ porquê b) porque/ porque/ por quê c) por que/ por que/ porque d) por que/ porque/ por quê e) porque/ por que/ porquê 22) “Era um texto tão que muita discussão.” a) sucinto/ suscitou b) sucinto/ sucitou c) suscinto/ suscitou d) suscinto/ sucitou e) sussinto/ sussitou 23) “Por causa das dores , foi fazer .” a) na costa/ acupuntura b) nas costas/ acupuntura c) nas costas/ acumpuntura d) nas costa/ acumpuntura e) na costa/ acumpuntura 24) “Ele só chegou Botafogo ao porque antes teve de ir Ilha do Governador.” a) à/ meio-dia/ à b) a/ meio-dia/ a c) à meio dia/ a d) a/ meio-dia/ à e) a/ meio dia/ a 25) “Os diretores foram reunião e fizeram re- ferência proposta que vocês entregaram empresa concorrente.” CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl | Unidade XV PORTUGUÊS 287 a) à/ à/ à d) à/ a/ a b) a/ a/ a e) à/ a/ à c) à/ à/ a 26) “Não problemas entre e você.” a) há/ mim b) existe/ mim c) há/ eu d) existem/ eu e) hão/ mim 27) “Se você e seu amigo talvez você es- ses bens.” a) requisesse/ intervisse/ reavesse b) requeresse/ intervisse/ reavesse c) requeresse/ interviesse/ reouvesse d) requisesse/ interviesse/ reouvesse e) requisesse/ interviesse/ reavesse 28) “Minha está por culpa não sei de .” a) pesquiza/ atrazada/ quê b) pesquisa/ atrazada/ que c) pesquiza/ atrasada/ que d) pesquisa/ atrasada/ que e) pesquisa/ atrasada/ quê 29) “Se o material necessário, anotaremos tudo que vo- cês no dia em que nos novamente.” a) obtivermos/ propuzerem/ vermos b) obtermos/ proporem/ virmos c) obtermos/ propuserem/ vermos d) obtivermos/ propuserem/ virmos e) obtermos/ propuserem/ virmos 30) “Na plenária, estudou-se a de direitos territo- riais a .” a) sessão/ cessão/ estrangeiros b) seção/ cessão/ estrangeiros c) secção/ sessão/ extrangeiros d) sessão/ seção/ estrangeiros e) sessão/ cessão/ estranjeiros GABARITO E COMENTÁRIOS 1) (A) Quando o adjetivo concorda com um sujeito da oração, esse fica no singular. 2) (C) Utiliza-se o verbo haver sempre na terceira pessoa do sin- gular quando ele tem o mesmo sentido do verbo existir. 3) (d) Quando o verbo fazer indicar tempo decorrido, ele deverá estar conjugado na forma impessoal (3ª pessoa do singular). 4) (E) Na alternativa A, o termo “bastante” tem função adjetiva e deve, portanto, ser empregado no plural para estabelecer concordância com o termo “telefonemas”. Na alternativa b, o termo “meia” está inadequadamente empregado, pois, como tem função adverbial, permanece in- variável (meio), isto é, não se flexiona, nem em gênero, nem em número. Na alternativa C, o termo “menas’ também está inade- quadamente empregada, como termo adverbial, igualmente não sofre flexão de gêneroe número. Está adequado o emprego de “quite” na alternativa E, que concorda com o termo a que se refere. 5) (E) Nesta alternativa, encontramos dois erros: deveria ser es- crito o adjetivo “anexos” no plural para concordar com “dois arquivos”. Erro 2: deveria ser flexionado “seguem” para con- cordar com o sujeito no plural (dois arquivos sobre...). 6) (E) Sessão é qualquer tipo de reunião; seção é uma divisão, setor ou departamento; cessão é o ato de ceder. Qualquer ação benéfica é beneficente. Em “o sucesso da sessão”, há uma relação de posse. Nesse caso, utilizamos “cujo”. Cumprimento é a saudação, enquanto comprimento refere-se à medida, extensão de um objeto. 7) (d) Não confunda os verbos estar e Ter. estivesse é a forma correta do verbo estar no pretérito imperfeito do subjuntivo: se ele estivesse, mandasse, caísse... A forma correta do termo que se refere ao traje comu- mente masculino é paletó. o advérbio simplesmente se escreve com “e”, pois deriva do adjetivo “simples”. 8) (A) Atribuir um crime a alguém é incriminar. o tratamento adequado dado aos juízes é meritíssimo. 9) (C) As formas corretas dos termos são GanSO e PeRiQUi- TO. 10) (d) A regência do verbo preferir exige a preposição “a”: pre- fere-se alguma coisa a outra, e não “do que” outra. Por ser objeto, devemos usar um pronome pessoal oblíquo (mim). o problema é que os pronomes pessoais oblíquos tônicos são obrigatoriamente preposicionados (a mim). Trata-se de um objeto direto preposicionado. Unidade XV | CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl PORTUGUÊS288 11) (b) A forma correta é chilique. o ato de se discutir é uma discussão. 12) (A) Concerto é relacionado às apresentações musicais; con- serto é o reparo, retificação. Flagrantes significa estarem visíveis, os que podem serem flagrados; fragrante é da mesma família de fragrância. discriminar é o ato de separar, segregar; descriminar é quando algo deixa de ser crime. A forma correta é beneficente. Beneficiente não existe. 13) (E) Antes de “longo prazo”, não é possível haver crase. Como “prazo” é substantivo masculino, não há o artigo feminino “a”. Temos apenas a preposição “a”. Em “ajustar esse meca- nismo à finalidade”, temos apenas a preposição “a” + o artigo “a”, que define a finalidade. Na última lacuna, não há artigo feminino, apenas preposição. 14) (b) Rodízio se escreve com “z” e “i”. Revezamento é o ato de revezar, verbo derivado da pala- vra “vez”, sendo, portanto, todos escritos com “z”. 15) (A) Quando se faz alguma coisa repentinamente, se faz de supetão. A forma correta da palavra é parafernália, uma vez que “parafernalha” não existe. 16) (d) o verbo é “prevenir”, logo, o adjetivo é prevenido. o ato de passar verniz em um objeto é envernizar. 17) (d) Quem é competitivo tem competitividade. o verbo “influir” se escreve com “i”, logo, portanto, a forma correta é “ele influi”. 18) (A) Hombridade é palavra derivada de “homem”, por isso se escreve com “h”. A expressão correta é por isso, com as palavras escritas separadamente. engajado é derivado do verbo “engajar”, sendo, portan- to, escrito sem o “n” antes do “j”. 19) (A) A forma correta é bexiga. o mau funcionamento do intestino é nomeado disenteria. 20) (A) Nos adjetivos compostos, somente o último elemento se flexiona: olhos azul-claros, cabelos castanho-escuros. 21) (A) Sempre que subentendemos “por qual motivo”, devemos escrever por que (separado, sem acento gráfico). Na segunda lacuna, há a conjunção causal porque. Na última lacuna, temos a palavra “porque” substantiva- da pelo artigo “um”, por isso ela é acentuada (porquê). 22) (A) Um texto resumido, breve, é sucinto. o verbo suscitar significa provocar, causar. 23) (b) Nós temos costas, palavra que deve estar sempre no plu- ral. acupuntura é uma palavra de origem latina: acus (=agu- lha) + punctura (=picada). os dicionários registram as formas acupuntura e acupunctura. 24) (d) Se “volta dE botafogo, é porque não há artigo em “che- gou a botafogo” não há crase; se “volta dA ilha do Governa- dor, é porque há artigo e ocorre a crase: ir à ilha do Governa- dor”. Meio- dia se escreve com hífen. 25) (A) Se usarmos o macete da troca do feminino pelo masculi- no (à = ao), comprovamos que há crase nos três casos: foram à reunião = foram ao encontro fizeram referência à proposta = fizeram referência ao con- trato entregaram à empresa = entregaram ao empresário. 26) (A) o verbo haver, com o sentido de “existir”, é impessoal, por isso só deve ser usado no singular. A preposição entre exige o uso do pronome oblíquo tô- nico (mim). 27) (C) o verbo requerer, nos tempos do pretérito e do futuro, é regular. Portanto, deve seguir os verbos de segunda conjuga- ção (“requeresse”). o verbo intervir é derivado do verbo “vir”, por isso deve seguir a sua conjugação (“interviesse”). o verbo reaver é derivado do verbo “haver”, devendo, portanto, seguir a conjugação do mesmo. (se houvesse = re- ouvesse). 28) (E) Pesquisa se escreve sempre com “s”. Não existe “pesquiza” com “z”. atrasada é adjetivo derivado do verbo “atrasar”, que deri- va de “atrás”, todos escritos com “s”. Que, em final de frase, sempre recebe o acento circun- flexo. CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl | Unidade XV PORTUGUÊS 289 29) (d) A frase exige o uso dos verbos no futuro do subjuntivo. o verbo obter é derivado de ter. o verbo propor é derivado de pôr. E o futuro do subjuntivo do verbo ver é quando eu vir, tu vires, ele vir, nós virmos, vós virdes e eles virem. 30) (A) estrangeiro deve ser escrito com “g”, e não com “j”. CONCORDÂNCIA VERBAL – Regra Geral: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa e número. Eu contarei convosco. Tu estavas enganado. Os alunos saíram tarde. – Sujeito composto anteposto ao verbo: quando o sujei- to composto vem anteposto ao verbo, este vai para o plural: o sol e a lua brilhavam. Há casos em que, mesmo com o su- jeito composto anteposto, justifica-se o singular. isto ocorre basicamente em três situações: 1- quando o sujeito é formado de palavras sinônimas ou que formam unidade de sentido: A coragem e o deste- mor fez dele um herói. É bom notar que, no mesmo caso, vale também o plural. o singular, aqui, talvez se explique pela facilidade que temos em juntar, numa só unidade, conceitos sinônimos. 2- quando o sujeito é formado por núcleos dispostos em gradação (ascendente ou descendente): Uma palavra, um gesto, um mínimo sinal bastava. No mesmo caso, cabe também o plural. A construção com o verbo no singular é compreensível: nas sequências gradativas, o último elemento é sempre mais enfático, o que leva o verbo a concordar com ele. 3- quando o sujeito vem resumido por palavras como al- guém, ninguém, cada um, tudo, nada: Alunos, mestres, diretores, ninguém faltou. Aqui não ocorre plural. É que o valor sintetizante do pronome (ninguém) é tão marcante que só nos fica a ideia do conjunto e não das partes que o compõem. – Sujeito composto posposto ao verbo: quando o su- jeito composto vem depois do verbo, há duas construções igualmente certas. 1- o verbo vai para o plural: brilhavam o sol e a lua. 2- o verbo concorda com o núcleo mais próximo: brilha- va o sol e a lua. Quando, porém, o sujeito composto vem posposto e o núcleo mais próximo está no plural, o verbo só pode, obvia- mente, ir para o plural: Já chegaram as revistas e o jornal. – Sujeito composto de pessoas gramaticais diferen- tes: quando o sujeito composto é formado de pessoas grama- ticais diferentes, o verbo vai para o plural, sempre na pessoa gramatical de número mais baixo. Assim, quando ocorrer: 1ª e 2ª – o verbo vai para a 1ª do plural. 2ª e 3ª – o verbo vai para a 2ª do plural. 1ª e 3ª – o verbo vai para a 1ª do plural. Eu, tu e ele ficaremos aqui. Quando o sujeito é formado pelo pronome tu mais uma 3ª pessoa, o verbo pode ir também para a 3ª pessoa do plural. isto se deve à baixa frequência de uso da segunda pessoa do plural: Tu e ele chegaram (ou chegastes) a tempo. – Verbo acompanhado do pronomese apassivador: quando o pronome se funciona como partícula apassivado- ra, o verbo concorda regularmente com o sujeito, que estará sempre presente na oração. Vende-se apartamento. Vendem-se apartamentos. – Verbo acompanhado do pronome se indicador de indeterminação do sujeito: quando a indeterminação do su- jeito é marcada pelo pronome se, o verbo fica necessariamen- te no singular: Precisa-se de reforços (sujeito indeterminado). – Verbos dar, bater, soar: na indicação de horas, con- cordam com a palavra horas, que é o sujeito dos respectivos verbos. bateram dez horas. Soou uma hora. Pode ser que o sujeito deixe de ser o número das horas e passe a ser outro elemento da oração, o instrumento que bate as horas, por exemplo. No caso, a concordância mudará: O relógio bateu dez horas. – Sujeito coletivo: quando o sujeito é formado por um substantivo coletivo no singular, o verbo fica no singular, concordando com a forma do substantivo e não com a ideia: A multidão aplaudiu o orador. Nesse caso, pode ocorrer tam- bém o plural em duas situações: 1- quando o coletivo vier distanciado do verbo: o povo, apesar de toda a insistência e ousadia, não consegui- ram evitar a catástrofe. 2- quando o coletivo, antecipado ao verbo, vier seguido de um adjunto adnominal no plural: A multidão dos peregrinos caminhavam lentamente. – Nomes próprios plurais: quando o sujeito é forma- do por nomes próprios de lugar que só têm a forma plural, há duas construções: 1- se tais nomes vierem precedidos de artigo, o verbo concordará com o artigo. Os Estados Unidos progrediram muito. O Amazonas corre volumoso pela floresta. 2- se tais nomes não vierem precedidos de artigo, o verbo ficará sempre no singular: Ø Minas Gerais elegeu seu senador. Quanto aos títulos de livros e nomes de obras, mesmo precedidos de artigo, são admissíveis duas construções: Os lusíadas foi a glória das letras lusitanas. Os lusíadas foram a glória das letras lusitanas. – Sujeito constituído pelo pronome relativo que: quando o sujeito for o pronome relativo que, o verbo con- corda com o antecedente desse pronome. Unidade XV | CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl PORTUGUÊS290 Fui eu que prometi. Foste tu que prometeste. Foram eles que prometeram. – Sujeito constituído pelo pronome relativo quem: quando o sujeito de um verbo for o pronome relativo quem, há duas construções possíveis: 1- o verbo fica na 3ª pessoa do singular, concordando re- gularmente com o sujeito (quem): Fui eu quem falou. 2- o verbo concorda com o antecedente: Fui eu quem falei. – Pronome indefinido plural seguido de pronome pessoal preposicionado: quando o sujeito é formado de um pronome indefinido (ou interrogativo) no plural seguido de um pronome pessoal preposicionado, há possibilidade de duas construções: 1- o verbo vai para a 3ª pessoa do plural, concordando com o pronome indefinido ou interrogativo: Alguns de nós partiram. 2- o verbo concorda com o pronome pessoal que se segue ao indefinido (ou interrogativo): Alguns de nós parti- mos. Quando o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará, necessariamente, na 3ª pessoa do singular. Alguém de nós falhou? Qual de nós sairá? – Expressões um dos que, uma das que: quando o sujeito de um verbo for o pronome relativo que, nas expressões um dos que, uma das que, o verbo vai para o plural (construção dominante) ou fica no singular. Ele foi um dos que mais falaram. Ele foi um dos que mais falou. Cada uma das construções corresponde a uma interpreta- ção diferente do mesmo enunciador. Ele é um dentre aqueles que mais falaram. Ele é um que mais falou dentre aqueles. – Expressões mais de, menos de: quando o sujeito for constituído das expressões mais de, menos de, o verbo con- corda com o numeral que se segue à expressão. Mais de um aluno saiu. Mais de dois alunos saíram. Mais de dois casos ocorreram. Com a expressão mais de um pode ocorrer o plural em duas situações: 1- quando o verbo dá ideia de ação recíproca: Mais de um veículo se entrechocaram. 2- quando a expressão mais de vem repetida: Mais de um padre, mais de um bispo estavam presentes. – Expressões um e outro, nem um nem outro: quan- do o sujeito é formado pelas expressões um e outro, nem um nem outro, o verbo fica no singular ou plural. Nem um nem outro concordou. Nem um nem outro concordaram. o substantivo que segue a essas expressões deve ficar no singular: Uma e outra coisa me atrai. Quando núcleos de pessoas diferentes vêm precedidos de nem, o mais usual é o verbo no plural, na pessoa gramatical prioritária (a de número mais baixo): Nem eu nem ele falta- mos com a palavra. – Sujeito constituído por pronome de tratamento: quando o sujeito é formado por pronomes de tratamento, o verbo vai sempre para a 3ª pessoa (singular ou plural). Vossa Excelência se enganou. Vossas Excelências se enganaram. – Núcleos ligados por ou: quando os núcleos do sujeito vêm ligados pela conjunção ou, há duas construções: 1- o verbo fica no singular quando o ou tem valor exclu- dente: Pedro ou Paulo será eleito papa. (a eleição de um implica necessariamente a exclusão do outro) 2- o verbo vai para o plural, quando o ou não for exclu- dente: Maça ou figo me agradam à sobremesa. (ambas as frutas me agradam) – Silepse: ocorre concordância siléptica quando o verbo não concorda com o sujeito que aparece expresso na frase, mas com um elemento implícito na mente de quem fala: Os brasileiros somos improvisadores. Está implícito que o falan- te (eu ou nós) está incluído entre os brasileiros. – Expressão haja vista: na expressão haja vista, a pa- lavra vista é sempre invariável. O verbo haja pode ficar invariável ou concordar com o substantivo que se segue à expressão. Haja vista os últimos acontecimentos. Hajam vista os últimos acontecimentos. Admite-se ainda a construção: Haja vista aos últimos acontecimentos. – Verbo parecer seguido de infinitivo: o verbo parecer, seguido de infinitivo, admite duas construções: 1- flexiona-se o verbo parecer e não se flexiona o infini- tivo: Os montes parecem cair. 2- flexiona-se o infinitivo e não se flexiona o verbo pa- recer: Os montes parece caírem. – Verbo impessoais: os verbos impessoais ficam sempre na 3ª pessoa do singular. Haverá sóis mais brilhantes. Fará invernos rigorosos. Também não se flexiona o verbo auxiliar que se põe junto a um verbo impessoal, formando uma locução verbal. Deve fazer umas cinco horas que estou esperando. Costuma haver casos mais significativos. Poderá fazer invernos menos rigorosos. o verbo haver no sentido de existir ou de tempo passado e o verbo fazer na indicação de tempo transcorrido ou fenô- meno da natureza são impessoais. o verbo existir nunca é impessoal: tem sempre sujeito, como qual concorda normalmente: Existirão protestos; Po- derão existir dúvidas. CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl | Unidade XV PORTUGUÊS 291 Quando o verbo haver funciona como auxiliar de outro verbo, deve concordar normalmente com o sujeito: Os con- vidados já haviam saído. – Verbo ser: a concordância do verbo ser oscila frequen- temente entre o sujeito e o predicativo. Entre tantos casos, podemos ressaltar: Quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisas de números diferentes, o verbo concorda, de preferência, com o que está no plural. Tua vida são essas ilusões. Essas vaidades são o teu segredo. Nesse caso, muitas vezes, faz-se a concordância com o ele- mento a que se quer dar destaque. Quando um dos dois (predicativo ou sujeito) é nome de pessoa, a concordância se faz com a pessoa. Você é suas decisões. Suas preocupações era a filha. o verbo concorda com o pronome pessoal, seja este sujei- to, seja predicativo. o professor sou eu. Eu sou o professor. Nas indicações de hora, data e distância, o verbo ser, im- pessoal, concorda com o predicativo. É uma hora. São duas horas. É uma légua. São duas léguas. É primeiro de maio. São quinze de maio. Neste último caso (dias do mês) o verbo ser admite duas construções:É (dia) treze de maio. São treze (dias) de maio. o verbo ser, seguido de um quantificador, nas expressões de peso, distância ou preço, fica invariável. Quinze quilos é bastante. Três quilômetros é muito. Cem reais é suficiente. EXERCÍCIOS 01. Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com a norma culta: a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova. b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha. c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui. d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou. e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo. 02. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal: a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade. b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imi- gração. c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada. d) Deve existir problemas nos seus documentos. e) Choveram papéis picados nos comícios. 03. Assinale a opção em que há concordância inadequada: a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o problema. b) A maioria dos conflitos foram resolvidos. c) Deve haver bons motivos para a sua recusa. d) De casa à escola é três quilômetros. e) Nem uma nem outra questão é difícil. 04. Há erro de concordância em: a) atos e coisas más b) dificuldades e obstáculo intransponível c) cercas e trilhos abandonados d) fazendas e engenho prósperas e) serraria e estábulo conservados 05. Indique a alternativa em que há erro: a) Os fatos falam por si sós. b) A casa estava meio desleixada. c) Os livros estão custando cada vez mais caro. d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis. e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça. 06. Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal: a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles che- garam. b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, ninguém foram demitidos. c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas ciladas em seu caminho. d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão. e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua petição. 07. A concordância verbal está correta na alternativa: a) Ela o esperava já faziam duas semanas. b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro. c) Eles parece estarem doentes. d) Devem haver aqui pessoas cultas. e) Todos parecem terem ficado tristes. 08. É provável que ....... vagas na academia, mas não ....... pessoas interessadas: são muitas as formalidades a ....... cumpridas. a) hajam – existem – ser b) hajam – existe – ser c) haja – existem – serem d) haja – existe – ser e) hajam – existem – serem 09. ....... de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios que ....... por sua causa? a) Chega – bastam – foram feitos b) Chega – bastam – foi feito c) Chegam – basta – foi feito d) Chegam – basta – foram feitos e) Chegam – bastam – foi feito 10. Soube que mais de dez alunos se ....... a participar dos jogos que tu e ele ...... Unidade XV | CoNCordâNCiA VErbAl E NoMiNAl PORTUGUÊS292 a) negou – organizou b) negou – organizastes c) negaram – organizaste d) negou – organizaram e) negaram – organizastes GABARITO (01-C) (02-d) (03-d) (04-d) (05-d) (06-d) (07-C) (08-C) (09-A) (10-E)
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