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GESTÃO DA BIODIVERSIDADE - ATIVIDADE 3

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“Entre 17 e 29 de novembro deste ano, ocorreu na cidade de Sharm El-Sheikh, Egito, a 14ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (COP 14). Assinada por 196 países e ratificada por 168 destes, a Convenção da Biodiversidade Biológica (CDB) é um acordo internacional no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) que possui três objetivos centrais: a) a conservação da diversidade biológica; b) a utilização sustentável de seus componentes e c) repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização de recursos genéticos. No mesmo momento, aconteceu a 9ª Conferência das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (COP-MOP 9) e a 3ª Conferência das Partes do Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa de Benefícios decorrentes da sua utilização. A cada dois anos, os países se reúnem na Conferência das Partes para atualizar os temas referentes à Convenção e detalhar suas definições.”
BITTENCOURT, N. A. O Brasil e a 14º Convenção da Diversidade Biológica. Terra de Direitos, 2018. Disponível em: https://www.terradedireitos.org.br/uploads/arquivos/Carta-COP-3%281%29.pdf. Acesso em: 23 ago. 2019.
 
A partir do excerto lido, reflita sobre a importância dos acordos complementares à Convenção da Diversidade Biológica (CDB), a saber: o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (COP-MOP 9) e o Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa de Benefícios decorrentes da sua utilização. Faça um texto de pelo menos uma lauda, pontuando suas considerações.
RESPOSTA:
O Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança é um tratado ambiental que faz parte da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). O documento foi aprovado em janeiro de 2000 e entrou em vigor em setembro do ano seguinte. O Brasil confirmou sua adesão em novembro de 2003. O Protocolo começou a vigorar no país em fevereiro de 2004. Atualmente, fazem parte mais de 130 países.
O principal objetivo é contribuir para assegurar um nível de proteção adequado em relação a transferência, manipulação e uso dos organismos vivos modificados geneticamente, os chamados OVMs. Essas modificações são feitas por meio de modernas técnicas de biotecnologia. Especialistas preocupam-se com os efeitos adversos desses procedimentos para a conservação e o uso sustentável da diversidade biológica, especialmente em relação à saúde humana.
	Sua importância para o Brasil decorre de três fatores principais. Primeiro a pujança do país no setor da agroexportação. Segundo, posição brasileira entre um dos cinco países mais desenvolvidos em biotecnologia do mundo, possuindo mais de 1.700 grupos de pesquisa apoiados pelo CNPq. Por fim, a carência de produção científica na área.
	O Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos Benefícios Derivados de sua Utilização é um novo tratado internacional que se baseia e ao mesmo tempo apoia a implementação da CDB. Ele se reporta em particular a um dos seus três objetivos: a repartição justa e equitativa dos benefícios oriundos da utilização dos recursos genéticos. 
O Protocolo de Nagoya é um acordo histórico para a governança internacional da biodiversidade e é relevante para vários setores comerciais e não comerciais envolvidos no uso e no intercâmbio de recursos genéticos. Ele se baseia nos princípios fundamentais de acesso e repartição de benefícios consagrados pela CDB. Esses princípios sustentam a necessidade de obtenção, pelos usuários potenciais de recursos genéticos, do consentimento prévio fundamentado do país em que o recurso genético está localizado. Assim como da negociação entre as partes e do estabelecimento de condições de acesso e uso desse recurso através da assinatura de termos mutuamente acordados. Esses termos devem incluir a garantia de repartição com o provedor dos benefícios oriundos da utilização dos recursos genéticos como um pré-requisito para seu acesso e uso. 
Por outro lado, os países provedores de recursos genéticos devem elaborar regras e procedimentos justos, transparentes e não-arbitrários de acesso ao seu patrimônio genético. 
Enquanto país muito diverso, o Brasil considera um sistema transparente e operacional de acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios (ABS) como o elemento chave para o desenvolvimento de novas atividades baseadas na biodiversidade, as quais, por sua vez, irão gerar benefícios para a sociedade, inclusive contribuindo com a conservação e o uso sustentável de nosso patrimônio biológico.
O Protocolo de Nagoya trará maior segurança jurídica e transparência para provedores e usuários dos recursos genéticos a nível mundial. Ele ajuda a garantir a repartição de benefícios, em particular quando os recursos genéticos deixam o país provedor, e estabelece condições mais previsíveis para o acesso a estes. Ao garantir a segurança jurídica e a promoção da repartição de benefícios, o Protocolo de Nagoya incentiva o desenvolvimento de pesquisas sobre os recursos genéticos que podem levar a novas descobertas em benefício de todos. Ele também cria incentivos para a conservação e o uso sustentável dos recursos genéticos, aumentando assim a contribuição da biodiversidade para o desenvolvimento e bem-estar humano.
Por essa razão, o Brasil assinou o Protocolo de Nagoya no início de 2011 e, ao longo do ano de 2012, participou de diálogos com a UE sobre a ratificação e a implementação do protocolo no âmbito de suas respectivas jurisdições.

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