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BIBLIOTECA EPIFÂNIO DÓRIA: A UTILIZAÇÃO DE BRISES PARA O CONTROLE DA ILUMINAÇÃO NATURAL UNIVERSIDADE TIRADENTES Arquitetura e Urbanismo Discentes: Ana Clara Campos Rabelo Brenda Aniceto Rodrigues Orientador: Simone Alves Prado RESUMO A crise energética no mundo é evidente, com isso na arquitetura é pensado formas de minimizar esses impactos no ambiente, além de tentar trazer conforto para os seus usuários pensando na ventilação, iluminação e ganhos térmicos, utilizando novas tecnologias e materiais empregados nas estruturas e composição dos edifícios a fim de ter um melhor controle de calor e luz. No Brasil, principalmente no nordeste por ter grande disponibilidade de luz natural, possibilita a criação de projetos que tirem proveito dela, em contrapartida se luta contra o ganho térmico quando há entrada excessiva de radiação solar, prejudicando no conforto térmico e visual. Os elementos de proteção solar passam a ser vistos como possíveis solucionadores contra a incidência solar direta na edificação. Em locais como bibliotecas, onde a iluminação é importante para possibilitar a leitura confortável aos usuários, além de conter toda uma preocupação com o acervo, os brises podem agregar , controlando os altos contrastes e ofuscamento e evitando a incidência da radiação dentro do edifício. Dentro desse contexto, este artigo busca averiguar a funcionalidade dos brises verticais da Biblioteca Pública Epifânio Dória em Aracaju -se. Para tal foi usado carta solar da região e feito máscaras de sombreamento referente a cada fachada e sua angulação específica. Os resultados obtidos podem mostrar se eles realmente são eficientes e a partir disso mostrar quais outras estratégias poderiam ser feitas. PALAVRAS-CHAVE: Brise, biblioteca, iluminação. 1 ABSTRACT An energy crisis in the world is evident, so the architecture is designed to minimize these effects on the environment, and try to provide comfort to its users who think about ventilation, lighting and thermal temperatures. Using new technologies and materials employed in building structures and composition, better heat and light control is required. In Brazil, especially in the northeast due to the great availability of natural light, it is possible to create projects that cause damage to it, in contrast, the fight against thermal gain when excessive solar radiation occurs, impairing thermal and visual comfort. The sun protection elements are now seen as possible solvers against direct sunlight in the building. In places such as the library, where lighting is important to allow comfortable reading for users, as well as containing a concern with the collection, crises can add to, control high contrasts and glare and prevent damage within the building. Within this context, this article seeks to facilitate the vertical visualization of the Epifânio Doria Public Library in Aracaju-se. For this, a solar chart of the region was used and sound masks were made for each facade and its specific angulation. The selected results can show if they really are efficient and from that show what other alternatives can be used. KEYWORDS: Brise, library, lighting. INTRODUÇÃO É notório a escassez dos recursos naturais em nosso planeta, e consequentemente as preocupações ambientais e discussões sobre eficiência energética nas edificações é bastante abordado. Com isso, novas propostas e soluções estão sendo criadas a fim de resolver problemas como ventilação, iluminação, ganho térmico, de maneira sustentável. Segundo Lamberts et al (1997) a eficiência energética na arquitetura pode ser entendida como um atributo inerente à edificação representante de seu potencial em possibilitar conforto térmico, visual e acústico aos usuários com baixo consumo de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. No início do século XX no Brasil os arquitetos desse período, de acordo com Corbella (2003), que se deu início na década de trinta, que perdurou por aproximadamente 20 anos, essa geração adotou os princípios do modernismo, que tinham como visão a preocupação da concepção do projeto, com consciência do meio ambiente. Porém com o avanço da tecnologia, os edifícios começaram a ser 2 equipados com métodos artificiais como o ar condicionado, a fim de garantir condições interiores confortável para seus ocupantes. Em grande parte do Brasil a necessidade do controle total do acesso da radiação solar aos ambientes interiores é uma realidade diária (CUNHA, 2011), localizado em uma região de clima tropical, consequentemente possuindo um dos mais altos índices de radiação solar, sendo necessário pensar em estratégias para quando se for construir de forma sustentável, de acordo com Corbella et al (2003) os meios para combater esse ganho de calor: posicionamento da edificação; proteção das coberturas da entrada do sol; dificultar a chegada do sol às superfícies do edifício; minimizar a absorção do sol pelas superfícies externas e determinar a orientação e o tamanho das aberturas para entender às necessidades de luz natural. O conforto visual está relacionado com o ver bem, pois ter um bom nível de luz para realizar determinada tarefa, é uma condição necessária. Por conta disso, existem normas específicas para a realização de determinada atividade em diferentes ambientes, porém existem outras variáveis, controlar a luz que entra para não iluminar demais, criando ofuscamento, altos contrastes ou a entrada exagerada de radiação solar direta, que poderá afetar o conforto visual, conforto térmico e consequentemente cansaço visual. Há vários elementos arquitetônicos utilizados para impedir a incidência direta de radiação solar no interior dos edifícios como os brises-soleil. que é muito utilizado em táticas que buscam maior aproveitamento da luz, filtrando ou até mesmo mascarando a luz natural. De acordo com Maragno (2000, p. 15): Os brises dividem-se em apenas três categorias - horizontais, verticais e combinados -, podendo combinar-se gerando inúmeras outras possibilidades. Por esse motivo, segundo eles, o método termina justamente no momento da escolha correta dos brises entre outros tipos conhecidos ou, na criação de novas variações, permitindo uma larga gama de alternativas para a composição arquitetônica através de uma livre expressão criativa dos projetistas.(MARAGNO, 2000 apud OLGYAY, 1957, p. 15). Logo, este elemento no projeto reduz gastos energéticos gerando eficiência na edificação, equilibra a distribuição da iluminação no ambiente interno. Existem vários tipos de brises cada um apresenta características próprias e são utilizados de acordo com a finalidade que se pretende obter. 3 A Biblioteca Pública Epifânio Dória (BPED), situada em Aracaju - Sergipe, a maior e mais antiga casa de leitura do estado, é um exemplo de edifício onde foram usadas estratégias arquitetônicas para dificultar a incidência direta de raios solares em suas faces e, uma delas foi a utilização de brises fixos na sua fachada, usualmente se aplica essa espécie de brise em locais comerciais ou públicos por receber constantemente a visita de pessoas e com isso evita a movimentação das lâminas pelas mesmas. A BIBLIOTECA EPIFÂNIO DÓRIA Criada pela Lei 233, a Biblioteca Pública Epifânio Dória (BPED), foi fundada em 16 de junho de 1848, num grande momento de efervescência cultural do Brasil Império, que foi um fenômeno que movimentou determinado tipo de cultura, incentivando, colocando valores e expressões em seu contexto. É um acontecimento muito comum que agrega a mais variados recortes sociais. A partir daí nasce a Biblioteca Provincial de Sergipe, somente inaugurada no ano de 1851 que ocupou inicialmente uma sala do Convento São Francisco pertencente ao município de São Cristóvão - Se. (imagem 1) Imagem 1 : Convento São Francisco, São Cristóvão. Fonte: www.penaestrada.blog.br No ano de 1855 houve a mudança da instituição para Aracaju, com essamodificação, a biblioteca passou a ser chamada de Biblioteca Pública do Estado, na década de 1890 a mesma já havia ocupado o Edifício do Palácio do Governo (imagem 2), anos após viu-se a precisão de transferi-la mais uma vez para o antigo prédio do Atheneu Sergipense. A instituição passou a ser chamada Biblioteca Pública Epifânio Dória, somente em 30 de dezembro de 1970 em homenagem ao 4 http://www.penaestrada.blog.br documentarista, jornalista e pesquisador Epifânio da Fonseca Dória de Menezes, que dirigiu a biblioteca durante 1914 a 1943. Ela funcionou durante bastante tempo em vários locais até obter um local próprio. Segundo a agência de Sergipe notícias a BPED é uma das unidades culturais que faz parte da Secretaria de Estado da Cultura, cujo objetivo é “preservar a memória e a tradição do Estado, fomentar as ações culturais dos segmentos da sociedade e fornecer condições para o livre desenvolvimento das ações culturais” em Sergipe. Imagem 2: Palácio do Governo Fonte: Lucas Carvalho Para a diretora da Biblioteca Pública, Juciene Maria Santos de Jesus, “A Biblioteca é onde está guardada grande parte da história cultural de Sergipe. E ainda, se trata de um prédio com uma arquitetura linda e histórica […]”. A biblioteca foi projetada e construído em 1974 pelo engenheiro Geraldo Magela, a BPED foi uma edificação tardia na qual podemos considerar como Arquitetura Moderna Brasileira, construída toda em concreto armado, moldado in loco. A maior parte das edificações representantes desse estilo são do período de 1950 e 1960 que tinham como característica a não possuir elementos de ornamentação que não venham a ser detalhes construtivos necessários do próprio edifício, todavia ela não deixa de ser tão importante quanto as demais. As próprias estruturas, a definição de ornamento é atribuída às estruturas que são funcionais; uma grande característica do brutalismo, movimento arquitetônico, envolvido nos anos 50 derivados por arquitetos modernos. “A ideia de Brutalismo em arquitetura 5 está ligada à expressão dos materiais utilizados em seu estado natural. O que se espera desta arquitetura é que, através de sua apreciação, seja possível identificar os materiais que concretizam o projeto arquitetônico através da edificação” (SANVITTO 2013, p. 2). O edifício se localiza na Rua Vila Cristina no Bairro São José, próximo a importantes avenidas da cidade, a Avenida Beira Mar e da Avenida Anízio Azevedo (imagens 3 e 4). Estão inseridos em uma espécie de circunferência, sendo assim quase que totalmente circundados por avenidas e ruas. Contudo o terreno possui muitas árvores de porte médio e grande fazendo, com que no nível do observador as edificações fiquem mais camufladas além de agirem como um bloqueador de sol natural. Imagem 3: Mapa de situação da edificação da Biblioteca Epifânio Dória. Fonte: Google Earth,2019 . Imagem 4: planta de situação. 6 Fonte: dos autores, 2019. De acordo com Sandra Silva, secretária da biblioteca, atualmente a instituição recebe um reduzido número de pessoas, em média de 300 a 400 por mês. A maioria dos visitantes e usuários são dos bairros próximos e arredores. Depois das reformas que o local sofreu, o pequeno anexo que era destinado a literatura infantil foi transferido para um sala na estrutura principal, que recebe diariamente a visita de excursões escolares, porém o resto da edificação não é tão explorado pela população em geral. Sua estrutura física principal, além de abrigar o acervo da biblioteca ainda conta com sede do Conselho de Cultura do estado, da Subsecretaria de Patrimônio Histórico e Cultural (Subpac) e a Galeria de Arte J. Inácio que possui duas salas de exposição. A atividade mais importante desenvolvida em uma biblioteca é a leitura, seus principais usuários são os estudantes e os funcionários, que dependem da presença da luz. Num edifício como esse, é difícil usar apenas a iluminação natural para suprir as necessidades dos leitores, em função das suas condições visuais muito variáveis devido a faixa etária e da diversidade do material consultado (imagem 5). A presença da iluminação artificial é inevitável para complementar a luz natural e viabilizar o funcionamento noturno do edifício. Nesse tipo de edificação a luz natural e artificial deve ter uma relação estreita e complementar, objetivando a criação de ambientes agradáveis, confortáveis e econômicos no ponto de vista energético (PINTO, 2008). 7 Imagem 5: salão central do BPED, uso de luz artificial. Fonte: dos autores, 2019. BRISES SOLEIS Os brises é uma tipologia de proteção solar concebido por Le corbusier em meados do século XX. Ele é um elemento arquitetônico composto por placas externas com a finalidade de impedir que os raios solares atinjam diretamente as superfícies, visando proteger principalmente as transparentes. Na Biblioteca o detalhe que chama mais atenção é a utilização dos brise-soleils, ele é colocado de diferentes formas a depender da fachada que ele está sendo utilizado.” Nota-se a importância do posicionamento do brise-soleil em relação ao alinhamento da fachada e das características dos materiais que compõem os mesmos” (SILVA,2007 p. 27). Nas fachadas Leste, Sul e Oeste os brises aparecem como elementos verticais e somente nas janelas do pavimento térreo possuem uma estrutura horizontal (imagem 6) que caracterizam todo o edifício em si, essa estrutura também é construída de concreto armado. Elas protegem da seguinte forma: os brises verticais são placas fixadas perpendicular ao plano horizontal, sendo mais adequados para as fachadas onde maior parte da incidência solar se afasta da perpendicular a mesma. Os brises horizontais são placas cujos eixos estão paralelos à fachada a ser protegida e também ao plano horizontal, protegendo principalmente dos ângulos solares mais alto. Já os mistos 8 associam os elementos dos dois tipos anteriores, apresentando-se como os mais indicados, visto que, os elementos constituintes se complementam eficientemente. (BITTENCOURT, 2000). Imagem 6: Biblioteca Pública Epifânio Dória. Fonte: dos autores, 2019. O EDIFÍCIO A BPED é composta por um anexo e um edifício principal possuindo dois andares. Contém uma área construída de 2017,82 m² (imagem 7), o projeto possui um salão central com pé direito duplo, onde se distribui ao seu redor as salas, dando acesso às fachadas. Grande parte do interior das salas é constituída por grandes esquadrias de vidro (imagem 8) permitindo que toda luz chegue até o centro da edificação, fazendo com que durante a parte do dia não seja necessário a utilização de luz artificial em determinados ambientes, consequentemente há uma redução quanto a utilização de energia. Imagem 7: planta baixa, pav. térreo. 9 Fonte: dos autores, 2019. Imagem 8: Fechamento em esquadria de vidro. Fonte: dos autores, 2019. Para tal estudo foi feito uma pesquisa de carta solar, foram utilizadas análises de horário de radiação emitida pelo sol e as máscaras de sombreamento a fim saber os azimutes, os horários de incidência total, parcial e nula, além de visita em campo, com aplicação de questionário. Os objetos de análise são as fachadas leste e sul, as mesmas foram escolhidas por possuírem grandes aberturas, com janelas de 1.77 m de largura, 2.40 m de altura e 0.95 m de peitoril e nas janelas da fachada sul do segundo pavimento (imagem 9) as mesmas possuem 1.85 m de largura, 2.05 m de altura e 1.10 m de peitoril, nelas foram inseridas elementos de proteção solar, os brises 10 verticais e horizontais feitos de concreto armado, respectivamente, contém a base de 2,94 m, o topo de 0,62 m e a altura de 7,14 m estando em 90º em relação à fachada e 0,95 m de altura e 1,77 m de largura, a fim de medir a eficiência dos ambientes atingidos pelo sol como os acervos, salas de leitura, auditório, biblioteca infantil, a sala da secretaria geral e da assessoria da legislação. Imagem 9: Corte da fachada sul. Fonte: dos autores, 2019. ANÁLISEDA EFICIÊNCIA DOS BRISES Para projetar uma proteção solar adequada, deve ser levado em consideração a abertura e a orientação específica, para entender qual a 11 necessidade de sombreamento ou de insolação no ambiente (LAMBERT et al, 2014). Para a fachada leste há insolação durante todo o ano do nascer ao meio dia, há necessidade de sombreamento das 09:00h às 12:00h em todos os meses do ano. porém, como pode ser observado na máscara de sombreamento das janelas do pavimento térreo (imagem 10) durante o solstício de verão essa proteção total vai se dá aproximadamente das 09:50h às 12:00h, nos equinócios das 11:00h às 12:00h e no solstício de inverno das 08:30h às 12:00h. já nas janelas do primeiro pavimento terá proteção total no solstício de inverno das 10:40h às 12:00h, parcial no solstício de verão das 10:40h às 12:00 (imagem 11) e nos equinócios das 11:00 as 12:00. Podemos concluir que as janelas do pavimento térreo recebem menos radiação em comparação com o primeiro pavimento. É neste lado que se encontra a biblioteca infantil e os setores da secretaria no térreo e os acervos no primeiro pavimento (imagens 12 e 13). Imagem 10: Máscara de sombra, fachada leste, Imagem 11: Máscara de sombra, pav. Térreo. fachada leste, primeiro pav. Fonte: dos autores, 2019. Fonte : dos autores, 2019. Imagem 12: planta baixa, térreo. 12 Fonte: dos autores, 2019. Imagem 13: planta baixa, primeiro pavimento. Fonte: dos autores, 2019. Na fachada sul há insolação no solstício de verão durante o dia inteiro e nos equinócios somente no fim da tarde. Nas janelas do pavimento térreo tem sombreamento total durante o nascer ao poente, e nos equinócios das 16:30h ao poente (imagem 14). Já nas janelas do pavimento superior há proteção total no solstício de verão das 06:00h às 09:35h e das 14:30 ao poente, sendo parcial das 09:35h às 11:15h e 12:30h às 14:30h e nos equinócios das 17:00h ao poente (imagem 15). Portanto as janelas do pavimento superior recebe uma maior quantidade de radiação solar, porém deve-se levar em conta a vegetação que dificulta a entrada do sol, além de contribuir com a temperatura. Nessa fachada é onde se encontra no térreo o auditório, cozinha e refeitório; no primeiro pavimento os acervos e as salas de pesquisa e leitura (imagens 16 e 17). 13 Imagem 14: Máscara de sombra, fachada leste, Imagem 15: Máscara de sombra, fachada pav. térreo. leste, primeiro pavimento. Fonte: dos autores, 2019. Fonte: dos autores, 2019. Imagem 16: planta baixa, térreo, fachada sul, Imagem 17: planta baixa, primeiro pav. pav. térreo. fachada sul. Fonte: dos autores 2019 Fonte: dos autores 2019 A fachada sudeste, que fica no segundo pavimento, tem incidência solar nos equinócios do nascer as 12:00h e no solstício de verão durante todo o dia. Com as proteções, durante o verão: total de 8:30h às 9:35h e da 14:30h ao poente e parcial das 9:35 às 11:15h e das 12:30 às 14:30h . Durante os equinócios têm proteção total 14 das 17:00h ao poente (imagem 18). Nessa fachada se encontra as salas de leitura e acervo diverso. Imagem 18: Máscara de sobra, do segundo Imagem 19: Planta baixa, do segundo pavimento, fachada sudeste. pavimento, fachada sudeste. Fonte: dos autores 2019. Fonte: dos autores 2019. A primeira análise feita foi os azimutes das fachadas e posteriormente foram colocadas na carta solar e por fim feito as máscaras de sombra, o resultado obtido foi que os brises são mais eficazes no pavimento térreo em todas as fachadas principalmente no sul, durante o solstício de verão quando as temperaturas são mais altas. Diante dos resultados, pode-se notar que no 1º pavimento é onde tem maior entrada de radiação solar, por conta de ter somente brises verticais, diferentemente 15 do térreo que possui combinados. Uma alternativa de melhoria seria a implantação de um brise horizontal, que melhoraria e controlaria melhor essa entrada de luz. Além disso, de acordo com os questionários aplicados no local, constatou-se que 100% dos usuários afirmaram que os brises diminuem a incidência solar e 70% afirmaram diminuição do calor no ambiente e os outros 30% negaram. Gráfico 1: percentual referente a diminuição de calor causado pelos brides . Fonte: dos autores, 2019. Falando um pouco sobre iluminação natural e artificial, 50% afirmaram que é utilizado luz artificial, além de que 80% afirmou que a luz natural é suficiente para fazer a atividade que necessita, entretanto 40% afirmaram que a entrada da luz natural incomoda em algum horário do dia, principalmente durante a tarde. Gráfico 2 : percentual referente a utilização de luz artificial no ambiente.. Fonte: dos autores, 2019. Gráfico 3: percentual referente se a luz natural na edificação é suficiente. 16 Fonte: dos autores, 2019. Gráfico 4: percentual referente a entrada de luz excessiva no ambiente. Fonte: dos autores, 2019. Tabela 1: Incidência solar fachada leste, pavimento térreo. TOTAL PARCIAL NULA VERÃO 9:50 às 12:00 Depois da linha do horizonte às 9:50 EQUINÓCIO 11:00 às 12:00 Depois da linha do horizonte às 11:00 INVERNO 8:30 ás 12:00 Depois da linha do horizonte. Fonte: dos autores 2019. Tabela 2: Incidência solar fachada leste, 1° andar. TOTAL PARCIAL NULA 17 VERÃO 10:40 às 12:00 Nascer às 10:40 EQUINÓCIO 11:00 às 12:00 Nascer às 11:00 INVERNO 10:40 às 12:00 Nascer às 8:40 Fonte: dos autores 2019. Tabela 3: Incidência solar fachada sul, pavimento térreo. TOTAL PARCIAL NULA VERÃO Do nascer ao poente EQUINÓCIO 16:30 ao poente INVERNO Fonte: dos autores 2019. Tabela 4: Incidência solar fachada sul, 1° andar. TOTAL PARCIAL NULA VERÃO 6:00 às 9:35 / 14:30 ao poente 9:35 às 11:15 / 12:30 a 14:30 11:15 às 12:30 EQUINÓCIO 17:00 ao poente INVERNO Fonte: dos autores 2019. Tabela 5: Incidência solar fachada sul, 2° andar. TOTAL PARCIAL NULA VERÃO Nascer as 8:30/ 15:20 ao poente 8:30 às 10:00 / 13:00 a 15:20 10:00 as 13:00 EQUINÓCIO Nascer às 8:50 INVERNO Fonte: dos autores 2019. 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo procurou verificar a eficiência dos elementos de controle solar no edifício da Biblioteca Pública Epifânio dória. Através da metodologia, baseada na análise de carta solar e máscara de sombreamento, buscou- se resultados que venham a contribuir para discussões de projeto com uso de protetores em edifícios públicos, principalmente na região nordeste, onde tem grande incide solar. Nesses espaços, a luz natural é de suma importância, pois é um forte condicionante ambiental na busca por locais mais humanizados e eficientes energeticamente, por isso o uso adequado de brises proporcionando a passagem de luz natural. A iluminação natural no local evita o uso da iluminação artificial excessiva, porém deve-se considerar as cargas térmicas que também são inseridas no ambiente, sendo imprescindível a aplicação de elementos de controle eficientes. Com isso a luz natural é filtrada, redirecionada e difundida, proporcionando a iluminação necessária de forma mais homogênea, reduzindo as cargas térmicas e consequentemente o consumo com climatização. Para isso deve ser considerado para o projeto dos brises as características do edifício, como a orientação das fachadas, localização, tamanho e tipos de aberturas, usos dos espaços e o seu entorno. Diante dos resultados, destaca-se o cuidado que se deve ter para projetar esses elementos, visto que se inseridos de forma inadequada, podem permitir ou bloquear a passagem de luz natural em excesso. No caso estudado a BPED apresentou problemas de insolação no primeiro pavimento, nos horários em que o sol está mais alto a proteção se dá de maior forma parcial, contudo se mostraram bastante eficiente. Como maneira de melhorar essa proteção foi proposto a inserção de uma brise horizontal na extremidade da janela, conectado nos verticais já existentes, fazendo com que seja capaz de proteger quando o sol estiver em uma altura maior, consequentemente aumento sua proteção total, em diferentes horáriosdo dia e estações do ano, como abordado no desenvolvimento do trabalho. 19 REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Leonardo. Uso das cartas solares - diretrizes para arquitetos. Maceió: EDUFAL, 2000. CORBELLA, Oscar. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos – conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. CUNHA, Eduardo Grala da. Brise-soleil: da estética à eficiência energética. Arquitextos, São Paulo, 11.131, Vitruvius, abr.2011. Disponivel em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.131/3844>. Acessado em: 10 out. 2019. LAMBERTS, R; DUTRA, L; PEREIRA, F. Eficiência energética na arquitetura. São Paulo: PW Editores, 1997. MARAGNO, Gogliardo Vieira. Eficiência e reforma do brise-soleil na arquitetura de Campo Grande- MG. 2000. Dissertação (Mestrado em arquitetura). Programa de pós-graduação em arquitetura - PROPAR, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - RS. OBRAS DA BIBBLIOTECA EDPIFÂNIO DÓRIA, Sergipe Governo do Estado. 2017.Disponível em :<http://www.agencia.se.gov.br/noticias/cultura/obras-da-biblioteca-publica-epifanio-d oria-e-arquivo-publico-devem-ser-entregues-ate-o-fim-do-semestre> Acesso em : 25 de out. 2019. PINTO, R. A. Projeto e implementação de lâmpadas para iluminação de interiores empregando diodos emissores de luz (LEDs). 2008. 130 f. Dissertação (Mestrado em engenharia elétrica) - Universidade Federal de Santa Maria – RS. SANVITTO, Maria Luiza Adams. Brutalismo paulista: uma estética Justificada por uma ética?. X Seminário DOCOMOMO Brasil Arquitetura Moderna e Internacional: conexões brutalistas 1955-75- Curitiba. 15-18.out.2013 - PUCPR. SILVA, Joene Saibrosa da. A eficiência do brise-soleil em edifícios de escritórios públicos: estudo de casos no Plano Piloto de Brasília. 2007. Dissertação (Mestrado em Arquitetura). Curso de Pós-graduação em Arquitetura, Universidade de Brasília, Brasília. 2007. 20 https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.131/3844 http://www.agencia.se.gov.br/noticias/cultura/obras-da-biblioteca-publica-epifanio-doria-e-arquivo-publico-devem-ser-entregues-ate-o-fim-do-semestre http://www.agencia.se.gov.br/noticias/cultura/obras-da-biblioteca-publica-epifanio-doria-e-arquivo-publico-devem-ser-entregues-ate-o-fim-do-semestre
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