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FICHAMENTO Título O Urbanismo. Autor, local e ano de publicação CHOAY, Françoise. São Paulo: Editora Perspectiva S.A. 1992. Edição 3° Edição. Citações “A sociedade industrial é urbana. A cidade é seu horizonte...No entanto, fracassa na ordenação desses locais. A sociedade industrial tem especialistas em planejamento urbano. No entanto, as criações do urbanismo são, em toda parte, assim que aparecem, contestadas, questionadas.” Urbanismo: “Ciência e teoria da localização humana” “O Urbanismo quer resolver um problema (o planejamento da cidade maquinista) que foi colocado bem antes da sua criação, a partir das primeiras décadas do século XIX, quando a sociedade industrial começava a tomar consciência de si e a questionar suas realizações.” “A revolução industrial é o acontecimento histórico-chave que acarretará o devir humano e promoverá o bem-estar. Essas premissas ideológicas permitirão que chamemos de progressista o modelo que inspiram.” “[...] O espaço do modelo progressista é amplamente aberto, rompido por vazios e verdes, essa é a exigência da higiene. “Do ponto de vista estrutural, nas velhas cidades da Europa, a transformação dos meios de produção e transporte, assim como a emergência de novas funções urbanas, contribuem para romper os velhos quadros, frequentemente justapostos, da cidade medieval e da cidade barroca.” “Em primeiro lugar, o espaço do modelo progressista é amplamente aberto, rompido por vazios e verdes. Em segundo lugar o espaço urbano é traçado conforme uma análise das funções urbanas.” “Em todos os casos, a cidade, ao invés de ser pensada como processo ou problema, é sempre colocada como uma coisa, um objeto reprodutível. É extraída da temporalidade concreta e tona-se, no sentido etimológico, utópica, quer dizer, de lugar nenhum.” “Para Marx e Egels a cidade tem o privilégio de ser o lugar da história” O antiurbanismo americano: “a grande cidade é assim sucessivamente criticada sob uma série de ângulos diferentes; em nome da democracia... de uma metafísica da natureza... em função de uma simples analítica das relações humanas.” “O urbanismo difere do pré-urbanismo em dois pontos importantes. Em lugar de ser obra de generalistas (historiadores, economistas ou políticos) ele é, sob duas formas, teórica e prática, o apangio de especialistas, geralmente arquitetos.” “A ideia chave que subtende o urbanismo progressista é a ideia de modernidade.” “[...] o interesse dos urbanistas deslocou-se das estruturas econômicas e sociais para as estruturas técnicas estéticas." “Cada cidade ocupa o espaço de modo particular e diferenciado; é a consequência do papel que os culturalistas atribuem à individualidade.” “O estudo das realizações concretas do urbanismo traz à luz, como se pode advinhar, grande superioridade numéricas das aglomerações progressistas.” “O urbanista deve deixar de conceber a aglomeração urbana exclusivamente em termos de modelos e de funcionalismo. É preciso parar de repetir fórmulas fixas que transformam o discurso em objeto para definir sistemas de relações, criar estruturas flexíveis, uma pré-sintaxe aberta a significados ainda não constituídos.” Owen: “[...] modelo de estabelecimento ideal, higiênico, ordenado e criador: pequenas comunidades semi-rurais de 500 a 3000 indivíduos, federadas entre si.” Fourier: “Modelo mais detalhado do pré-urbanismo progressista, a falange.” Consderant: “Com a morte de Fourier tornou-se o chefe do movimento falansteriano e diretor de seu ógão, a Falange.” Cabet: “Cabet, a quem Marx atribuiu a invenção do comunismo utópico.” “Todos os cidadãos devendo ser alojados de modo semelhante e o melhor possível na comunidade [...]”. Proudhon: “Faz parte da dignidade de um povo civilizado ter museus e antiguidades.” “A primeira coisa que devemos cuida é de habitação. O povo deve ser bem alojado: isso é mais que conveniente, pois ele é soberano e rei.” Richardson: “Em fim interessou-se particularmente pela epidemiologia e pela higiene.” Godin: “Imbuído de ideias fourieristas, escreveu numerosas obras visando à melhoria da condição do proletariado industrial.” Verne: [...] “Ele imagina uma metrópole gigante cujos imóveis têm vários quilômetros de largura e cujos habitantes vivem alienados pela utilização de aprelhos que fazem de tudo.” Franceville: “Essa questão da limpeza individual e coletiva constitui, aliás, a preocupação capital dos fundadores de France-Ville.” Wells: “A originalidade própria de Wells é a de ter dado a seu modelo uma dimensão, pela primeira vez, planetária.” Pugin: “Foi um dos promotores do renascimento gótico inglês.” [...] “Ele está na origem da corrente culturalista.” “Admitiremos sem qualquer dificuldade que o critério ótimo da beleza arquitetônica é a adaptação da forma à função: o estilo do edifício deve corresponder à sua função, de modo que o espectador perceba instantaneamente a que se destina.” Ruskin: “A arte é, aos olhos de Ruskin, a revelçaõ de uma verdade transcedente, mas exprime também a vitalidade de uma sociedade.” Morris: “Ao contrário do conservador Ruskin, Morris propõe a ideologia culturalista e nostálgica às classes trabalhadoras, que constituem para ele as forças novas e reais da sociedade.” Engels: “A crise do alojamento [...] não reside no fato universal de que a classe operária está mal alojada e vive em habitações super-populosas e insalubres. Esta crise do alojamento não é uma particularidade do momento presente, nem é um desses males que são próprios do proletariado moderno e que o distinguiria de todas as classes oprimidas que o procederam; pelo contrário, todas as classes oprimidas de todos os tempos oram inicialmente afetadas. Para pôr fim a esta crise do alojamento, só há um meio: eliminar pura e simplesmente a exploração e a opressão da classe trabalhadora pela classe dominante.” Marx: “A grande cidade industrial.” Kropotkin: [...] “Visão de um futuro no qual seriam eliminadas as grandes cidades e as fortes concentrações demográficas, em proveito de uma verdadeira simbiose da indústria e do campo.” Garnier: [...] “Projeto revolucionário de uma cidade moderna.” Lévy: [...] “Cidade de criação, verde e higiênica.” “Howard foi o criador das cidades-jardins.” “O conceito de espaço orgânico inspira toda a obra de Wright.” Hénard: “Devemos a ele a primeira teoria geral da circulação.” Xenakis: “A cidade ali é objetivada em um modelo muito puro; o realismo e o conhecimento tecnológico estão subordinados a uma visão utópica.” Poète: [...] “Para compreender uma cidade é possível compreender seus habitantes.” Jacobs: [...] “Um apologista da megalópolis, em detrimento dos suburbs e das cidadezinhas provincianas.” Vitor Hugo: “A cidade é um livro.” Resumo da obra Nesta obra, Françóis Choay apresenta uma proposta e uma crítica ao Urbanismo. Para isso revisa as principais ideias de 37 escritores que escreveram acerca de modelos de cidades ao longo dos anos. De início faz uma abordagem acerca do Urbanismo e dos problemas que surgiram com ele, principalmente, no contexto da sociedade pós-industrial que surgiu após as revoluções industriais e ao crescimento e difusão do sistema capitalista de produção. Nesse contexto, segundo o autor, o urbanismo se propõe a resolver um problema que é o planejamento da cidade maquinista. Assim, recorreu à história em busca dos primeiros estudiosos que refletiram sobre o enigma da cidade a fim de tentar interpretar suas disposições. Ao longo da leitura e das disposições dos diferentes estudiosos é válido diferenciar o que se chamou de pré-urbanismo do urbanismo de fato. Enquanto o primeiro consiste em obras de generalistas (historiadores, economistas ou políticos), o segundo é discutido por especialistas, sobretudo arquitetos. Após distinguir e apresentar algumas características do que escreveram alguns autores pré-urbanistas sob a égide do desenvolvimento industrial, dos novos meios de transporte e de comunicação, Choay agrupa o conjunto de obras que tentou interpretar segundo a temática e período. Primeiro, o pré urbanismo progressista segundo o qualas cidades devem ser planejadas seguindo a perspectiva higienista. Em seguida o pré-urbanismo culturalista de Pugin, Ruskin e Morrise o sem-modelo de grandes nomes como Engels e Marx. Engels discute a crise do alojamento em uma sociedade dividida por classes. Marx, em abordagens semelhantes trata da grande cidade industrial. São abordados ainda o Urbanismo progressista, o culturalista e naturalista de Wright. O grande Le Corbusier do urbanismo progressista propõe uma cidade moderna com novas técnicas de construção e com uma nova visão do espaço. Nos capítulos finais autores como Hénad, Xenákis e Vitor Hugo são apresentados. Dessa forma, François mostra em sua obra diferentes perspectivas acerca do Urbanismo, seu surgimento e evolução. A grande maioria dos estudiosos apresentados mostrou que as revoluções industriais e suas consequências, sejam elas positivas ou negativas, influenciaram nas propostas e desenvolvimento dos mais variados modelos urbanos. Além disso, esses são influenciados pelo momento histórico e também por aspectos culturais de cada sociedade. Referência: CHOAY, Françoise. O Urbanismo. 3° Edição. São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 1992.
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