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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 353 vocando-se antes a fusão do gelo. A quantidade de precipitação é normalmente expressa em termos da espessura da cama- da d'água que se formaria sobre uma superfície horizontal, plana e impermeável, com 1m2 de área. A unidade adotada é o milímetro, que corresponde à queda de um litro de água por metro quadrado da projeção da superfície terrestre. De fato, 1 litro/m2 = 1 dcm3/100dcm2 = 0,1cm = 1 mm. Uma precipitação de 60 mm equivale à queda de 60 litros de água por metro quadrado de projeção do terreno (600.000 litros por hectare). A precipitação é ainda caracterizada por sua duração (diferença de tempo entre os instan- tes de início e término) e por sua intensidade, definida como a quantidade de água caída por uni- dade de tempo e usualmente expressa em mm por hora (mm h-1). Os instrumentos de leitura direta, usados para quantificar a precipitação são chamados pluviômetros (ou udômetros); aos registradores chamam-se pluviógrafos (ou udógrafos). A grande vantagem destes, sobre os primeiros é possibilitar a determinação da intensidade e da duração da precipitação. 12.1 - Pluviômetros. Um pluviômetro é basicamente constituído por um cilindro com fundo afunilado, denomina- do coletor (Fig. VIII.18), que faz escoar a água nele caída até um reservatório. A superfície deli- mitada pelo bordo do coletor define a área de captação do pluviômetro que, dependendo do mo- delo, situa-se entre 200 e 500 cm2 e deve ser conhecida com erro não superior a 0,05%. A forma cilíndrica do coletor é a mais recomendável por oferecer idênticas condições de exposição ao vento, qualquer que seja a direção deste nas vizinhanças imediatas do instrumento. Seu bordo, bastante robusto para evitar deformações, é chanfrado, com a parte inclinada para fora (Fig. VIII.18), minimizando a penetração de respingos provenientes das gotas que se chocam com ele. Por outro lado, as gotas que atravessam a área de captação, colidem com a superfície do funil e geram respingos que não devem se perder. Para assegurar isso, o coletor precisa ser bastante profundo. Dependendo do intervalo de tempo recomendado para as leituras (quase sempre função apenas da capacidade do recipiente de armazenagem), os pluviômetros são ditos ordinários ou totalizadores. 12.1.1 - Pluviômetros ordinários. Os pluviômetros ordinários, como os modelos de Helmann (Fig. VIII.19) e Ville de Paris (Fig. VIII.20) possuem reservatórios normalmente capazes de acumular a precipitação ocorrida em 24 horas, exceto sob situações de excepcional abundância de chuva. No primeiro modelo o coletor está montado sobre uma câmara aonde fica o recipiente destinado à armazenagem da água de origem pluvial, protegida da radiação solar (Fig. VIII.19). No outro, o próprio corpo do ins- trumento exerce o papel de depósito (Fig. VIII.20), existindo uma torneira de drenagem, na parte
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