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SOC 10 RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO,IDENTIDADES PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO 2020

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SOCIOLOGIA
PRÉ-VESTIBULAR 73PROENEM.COM.BR
RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO, IDENTIDADES, 
PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO10
IDENTIDADE E CULTURA
Identidade cultural é a relação que se estabelece entre 
“semelhantes”, ou seja, os símbolos que constituem uma cultura 
quando são partilhados por um grupo acabam criando uma 
identidade cultural, que por vezes acaba dando sentido a uma 
nação — esse conceito de Nação passa a ganhar força a partir 
do século XVI, quando são constituídos os Estados Nacionais 
Modernos.
A ideia de identidade é criada e está presente mesmo em 
organizações muito primitivas, e podemos encontrá-la até em 
organizações tribais.
Existem muitos traços culturais presentes na identidade cultural 
de alguém que permitem identificar, por exemplo, sua origem. 
Imagine que uma mulher sambE muito bem em uma festividade em 
Nova York. Quando as pessoas olharem para ela, qual nacionalidade 
normalmente virá na mente daquelas pessoas? Brasileira, com 
certeza, já que o samba faz parte da nossa identidade cultural. É a 
identidade cultural que desenvolve nos indivíduos o sentimento de 
pertencimento a uma comunidade, sociedade e nação.
A identidade aparece, portanto, na relação que se estabelece 
com a diferença, na medida em que esse sistema de representações 
só pertence a um dado grupo ou nação e reflete a ideia de que 
“tudo aquilo que está fora” desse contexto não pertence à mesma 
identidade, ao mesmo grupo e àquela nação.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/db/Sri_Mariamman_Temple_
Singapore_3_amk.jpg
https://pixabay.com/pt/photos/templo-santu%C3%A1rio-buda-budismo-
%C3%A1sia-629754/
Exemplos de representações culturais religiosas.
IDENTIDADE E ALTERIDADE 
A identidade é criada no exercício da determinação da 
diferença. Ou seja, quando estabeleço quem eu sou? Quando 
delimito quem eu não sou. Esta relação entre identidade e 
diferença ocorre, então, quando o grupo cria símbolos e partilha 
dessas mesmas normas de comportamento, valores, costumes, 
religiosidade, ritos, e enxerga o outro — o que não partilha como 
“o diferente”.
O princípio de alteridade aparece no exercício da formação da 
identidade, e “o outro é o não eu”. Pois o “outro” é aquele que nega 
os meus símbolos, podendo compartilhá-los comigo. Em alguns 
momentos, o conceito de Raça esteve presente como forma de 
justificar a criação de uma identidade. A origem do conceito era a 
designação das espécies diferentes e a classificação das mesmas 
na Zoologia e na Botânica. Na Idade Moderna, esse conceito 
passou a ser utilizado pela sociedade, designando e determinando 
os diferentes tipos de esferas sociais. Graduando, conseguiram 
criar caminhos para o racismo ou “racialismo”, o que nos leva ao 
exercício da intolerância ao outro e a identificação não por símbolos, 
mas essencialmente por características físicas (cor de pele etc.).
Essa identidade é que forma o conceito de ação moderna, como 
vimos anteriormente. Assim, a nação expressa não somente a 
formação de uma identidade única, mas também a territorialidade, 
a língua e outros símbolos materiais como bandeira e hino, que 
formam o que é nacional: ao serem compartilhados enquanto 
símbolos, os indivíduos passam a ter uma consciência coletiva de 
que fazem parte de um todo.
NACIONALISMO
Benedict Anderson em seu livro “Comunidades Imaginadas” 
propõe uma definição instrumental do conceito de nação: “Uma 
comunidade política imaginada – e imaginada como sendo 
intrinsecamente limitada e, ao mesmo tempo, soberana”. A palavra 
imaginada vira o cerne da explicação de Anderson para a construção 
de uma nação, o adjetivo provém da tentativa de se demonstrar 
que as nações não são criadas, o uso do termo “imaginada” se 
contrapõe ao termo “criada” ou “inventada”, a ideia de invenção ou 
criação pode dar a ideia de que existam comunidades verdadeiras. 
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR74
SOCIOLOGIA 10 RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO, IDENTIDADES, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
Anderson diz que: “as comunidades se distinguem não por sua 
falsidade/autenticidade, mas pelo estilo em que são imaginadas”, 
mesmo não se conhecendo todos os indivíduos presentes em sua 
nação, existe um sentimento intrínseco de comunhão entre eles. 
É interessante também observar a utilização do termo “limitada” 
devido à existência de fronteiras territoriais em cada nação. O 
adjetivo comunidade se refere à existência de uma “camaradagem” 
entre os membros de determinada nação e o adjetivo soberana 
vem da possibilidade de pluralidade e liberdade de cada nação. 
A identidade cultural é cobrada no Enem apresentando 
elementos que produzem um sentimento de pertencimento. 
A identidade cultural nacional é enfatizada e patrimônios 
material e imaterial, festas e comidas típicas são elementos 
priorizados para se trabalhar esse conceito, normalmente 
com interdisciplinaridade com História (identidade ao longo 
do tempo) e com Geografia (identidades em lugares em 
lugares diversos).
• O conceito de “raça” não envolve:
• características físicas e genéticas;
• afinidades linguísticas e cultura;
• cor da pele, tipo de cabelo e gênero;
• a classificação de grupos sociais em superior e inferior;
• o desejo de um povo dominar outro povo.
PROEXPLICA
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Defina Identidade.
02. Defina Identidade Cultural.
03. Defina Alteridade.
04. O que é nação?
05. Defina “sentimento de pertencimento”, segundo a Sociologia.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (UEL) No dia 16 de junho de 2010, o Senado brasileiro aprovou 
o Estatuto da Igualdade Racial.
Os senadores [...] suprimiram do texto o termo “fortalecer a 
identidade negra”, sob o argumento de que não existe no país uma 
identidade negra [...]. “O que existe é uma identidade brasileira. 
Apesar de existentes, o preconceito e a discriminação não serviram 
para impedir a formação de uma sociedade plural, diversa e 
miscigenada”, defende o relatório de Demóstenes Torres.
(Folha.com. Cotidiano, 16 jun. 2010. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
cotidiano/751897-sem-cotas-estatuto-da-igualdaderacial-e-aprovado-na-ccj-do-
senado.shtml>. Acesso em: 16 jun. 2010.)
Com base no texto e nos conhecimentos atuais sobre a questão da 
identidade, é correto afirmar: 
a) A identidade nacional brasileira é fruto de um processo 
histórico de realização da harmonia das relações sociais entre 
diferentes raças/etnias, por meio da miscigenação.
b) A ideia de identidade nacional é um recurso discursivo desenraizado 
do terreno da cultura e da política, sendo sua base de preocupação 
a realização de interesses individuais e privados.
c) Lutas identitárias são problemas típicos de países coloniais 
e de tradição escravista, motivo da sua ausência em países 
desenvolvidos como a Alemanha e a França.
d) Embora pautadas na ação coletiva, as lutas identitárias, a 
exemplo dos partidos políticos, colocam em segundo plano o 
indivíduo e suas demandas imediatas.
e) As identidades nacionais são construídas socialmente, com 
base nas relações de força desenvolvidas entre os grupos, 
com a tendência comum de eleger, como universais, as 
características dos dominantes.
02. (ENEM) Parecer CNE/CP nº 3/2004, que instituiu as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e 
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Procura-se 
oferecer uma resposta, entre outras, na área da educação, à demanda 
da população afrodescendente, no sentido de políticas de ações 
afirmativas. Propõe a divulgação e a produção de conhecimentos, a 
formação de atitudes, posturas que eduquem cidadãos orgulhosos de 
seu pertencimento étnico-racial — descendentes de africanos, povos 
indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos — para interagirem 
na construção de uma nação democrática, em que todos igualmente 
tenham seus direitos garantidos.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Disponível em: www.semesp.org.br. 
Acesso em: 21 nov. 2013 (adaptado).
A orientação adotada por esse parecer fundamenta uma política 
pública e associao princípio da inclusão social a 
a) práticas de valorização identitária.
b) medidas de compensação econômica.
c) dispositivos de liberdade de expressão.
d) estratégias de qualificação profissional.
e) instrumentos de modernização jurídica.
03. (UNIOESTE) Quando falamos em identidade, logo pensamos em 
quem somos. A construção de identidades como: “ser brasileiro”, 
“ser português”, “ser cigano”, “ser gremista”, “ser homem”, “ser 
mulher” é um processo sociocultural pelo qual se marca as 
fronteiras de pertencimento social e/ou cultural. 
Tendo por base o anúncio transcrito acima, é correto afirmar que 
a) as identidades são estáticas, é algo natural, ela nos acompanha 
por toda a vida.
b) as identidades são construídas nas relações sociais, são 
situacionais, relacionais e constroem-se na relação entre o 
“nós” e os “outros”, cria um nós coletivo.
c) identidades surgem através de um determinismo geográfico 
que molda o nosso modo de ser e agir.
d) identidades são produtos de marketing e geram vínculos entre 
os indivíduos.
e) identidades são heranças genéticas.
04. (ENEM) No Brasil, a origem do funk e do hip-hop remonta aos anos 
1970, quando da proliferação dos chamados “bailes black” nas periferias 
dos grandes centros urbanos. Embalados pela black music americana, 
milhares de jovens encontravam nos bailes de final de semana uma 
alternativa de lazer antes inexistente. Em cidades como o Rio de Janeiro 
ou São Paulo, formavam-se equipes de som que promoviam bailes 
onde foi se disseminando um estilo que buscava a valorização da 
cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos penteados. No 
Rio de Janeiro ficou conhecido como “Black Rio”. A indústria fonográfica 
descobriu o filão e, lançando discos de “equipe” com as músicas de 
sucesso nos bailes, difundia a moda pelo restante do país.
DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. 
Belo Horizonte: UFMG, 2005.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
10 RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO, IDENTIDADES, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
75
SOCIOLOGIA
A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se como uma 
forma de 
a) lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas 
periferias urbanas.
b) entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacional.
c) subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes.
d) afirmação de identidade dos jovens que a praticam.
e) reprodução da cultura musical norte-americana.
05. (UEL) “Enunciado de maneira menos formal, etnocentrismo é 
o hábito de cada grupo de tomar como certa a superioridade de 
sua cultura”.
“Todas as sociedades conhecidas são etnocêntricas”.
“A maioria dos grupos, senão todos, dentro de uma sociedade, 
também é etnocêntrica”.
“Embora o etnocentrismo seja parcialmente uma questão de 
hábito é também um produto de cultivo deliberado e inconsciente. 
A tal ponto somos treinados para sermos etnocêntricos que 
dificilmente qualquer pessoa consegue deixar de sê-lo”.
Fonte: HORTON, P. B. & HUNT, C. L. Sociologia. Tradução de Auriphebo Berrance Simões. 
São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. p. 46-47.
Com base nessas informações e nos conhecimentos sobre o tema, 
considera-se etnocêntrica a seguinte alternativa: 
a) O crescimento do PIB argentino tem sido muito superior ao do 
brasileiro nos últimos quatro anos.
b) A raça ariana é superior.
c) A produtividade da mão de obra haitiana é inferior à da chilena. 
d) Não gosto de música sertaneja.
e) Acredito em minha religião.
06. (ENEM) Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais 
tendem a reger-se por imagens midiáticas, a imagem de um 
indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar 
valor econômico na medida de seu incremento técnico: amplitude do 
espelhamento e da atenção pública. Aparecer é então mais do que ser; 
o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória 
do mercado, ao mesmo tempo que acena democraticamente para 
as massas com os supostos “ganhos distributivos” (a informação 
ilimitada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha 
cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes 
sociais, a obsessão dos selfies, tanto falar e ser falado quanto ser 
visto são índices do desejo de “espelhamento”.
SODRÉ, M. Disponível em: http://alias.estadao.com.br. 
Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado).
A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporânea 
enfatiza 
a) a prática identitária autorreferente.
b) a dinâmica política democratizante.
c) a produção instantânea de notícias.
d) os processos difusores de informações.
e) os mecanismos de convergência tecnológica.
07. (UEG - adaptada) “Não quero que a minha casa seja cercada de 
muros por todos os lados, nem que minhas janelas sejam tapadas. 
Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas para 
dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas recuso-me 
a ser desapossado da minha por qualquer outra.” 
GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA, Lygia; COELHO, 
Marcos de A. Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2005. p.137. 
Considerando-se as ideias pressupostas, o texto 
a) afirma que a globalização aumentou, de modo sem precedente, 
os contatos e a união entre os povos e seus valores, reforçando 
o respeito às diferenças socioculturais.
b) critica a intolerância com relação a outras culturas, gerando 
assim os conflitos comuns neste novo século.
c) indica o reconhecimento à diversidade cultural, além das 
necessidades de afirmação e de identidade, seja étnica, seja 
cultural, seja religiosa.
d) nega a existência da exclusão cultural e ressalta a 
homogeneização mundial e a superação/eliminação de 
fronteiras culturais.
e) nega a existência de uma diversidade cultural válida em nossa 
sociedade
08. (Enem (Libras) 2017) Para a Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante 
promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens 
culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura de 
um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as festas 
e diversos outros aspectos e manifestações devem ser levados em 
consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e ainda contribuem 
fortemente na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que 
concentra o segundo contingente de população negra do mundo, 
ficando atrás apenas da Nigéria.
MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio 
imaterial. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.
Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam 
a importância das representações culturais para a 
a) construção da identidade nacional. 
b) elaboração do sentimento religioso. 
c) dicotomia do conhecimento prático. 
d) reprodução do trabalho coletivo. 
e) reprodução do saber tradicional. 
09. Leia.
Cerimônias de encerramento de Olimpíadas sempre reservam 
um espacinho para que a cidade que sediará a próxima edição dos 
Jogos se anuncie. No caso do Rio na cerimônia de encerramento 
dos Jogos de Londres quem abriu nossa participação foi um gari da 
Comlurb, a empresa de limpeza urbana da cidade do Rio de Janeiro. 
Pois bem, os tempos mudaram, e o Brasil se mostrou ao 
mundo, nesta cerimônia de Londres, pela figura de um homem 
negro, pobre e trabalhador, que abre os braços e um sorriso largo 
àquele que lhe é diferente. Assim como os EUA – Estado Unidos 
– se idealizam para si e para o mundo como a pátria da liberdade, 
nós nos idealizamos como o país da convivência pacífica entre os 
diferentes. O que, pelo menos no nosso caso, a realidade todos os 
dias se encarrega de questionar e tantas vezes desmentir.
IGLECIAS, Wagner. Um gari brasileiro em Londres. In: Maria Frô. 12 ago. 2012. Adaptado. 
Disponível em: <http://mariafro.com/2012/08/13/um-gari-brasileiro-em-londres-e-os-
caboclos-incomodados-que-queriam-ser-ingleses/>. Acesso em 13 ago. 2012. 
Tendo em consideração o texto acima, assinale a alternativa 
correta. 
a) Aidentidade brasileira baseia-se na miscigenação. Todo 
brasileiro é um pouco negro, branco e indígena.
b) O Brasil não é somente o país do futebol, mas também o país 
da Democracia Racial.
c) Todo país precisa construir uma imagem de si. Desta forma, é 
natural que o Brasil seja o país do futebol e do carnaval, já que 
essas são as coisas mais bonitas em nosso país.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR76
SOCIOLOGIA 10 RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO, IDENTIDADES, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
d) O Brasil não possui identidade. O carnaval e o futebol são, 
somente, tentativas de fazer com que os brasileiros sejam 
mais patriotas.
e) A identidade nacional é socialmente construída a partir da 
imagem que determinada nação faz de si mesma. O grande 
problema é que, na maioria das vezes, essa imagem é distorcida.
10. (ENEM) TEXTO I
É notório que o universo do futebol caracteriza-se por ser, 
desde sua origem, um espaço eminentemente masculino; como 
esse espaço não é apenas esportivo, mas sociocultural, os valores 
nele embutidos e dele derivados estabelecem limites que, embora 
nem sempre tão claros, devem ser observados para a perfeita 
manutenção da “ordem”, ou da “lógica’” que se atribui ao jogo e que 
nele se espera ver confirmada. A entrada das mulheres em campo 
subverteria tal ordem, e as reações daí decorrentes expressam 
muito bem as relações presentes em cada sociedade: quanto mais 
machista, ou sexista, ela for, mais exacerbadas as suas réplicas.
FRANZINI, F. Futebol é “coisa pra macho”? Pequeno esboço para uma história das mulheres 
no país do futebol. Revista Brasileira de História, v. 25, n. 50, jul.-dez. 2005 (adaptado).
TEXTO II
Com o Estado Novo, a circularidade de uma prática cultural 
nascida na elite e transformada por sua aceitação popular 
completou o ciclo ao ser apropriada pelo Estado como parte 
do discurso oficial sobre a nacionalidade. A partir daí, o Estado 
profissionalizou o futebol e passou a ser o grande promotor do 
esporte, descrito como uma expressão da nacionalidade. O futebol 
brasileiro refletiria as qualidades e os defeitos da nação.
SANTOS, L. C. V. G. O dia em que adiaram o carnaval: política externa e a construção do 
Brasil. São Paulo: EdUNESP, 2010.
Os dois aspectos ressaltados pelos textos sobre a história do 
futebol na sociedade brasileira são respectivamente: 
a) Simbolismo político — poder manipulador.
b) Caráter coletivo — ligação com as demandas populares.
c) Potencial de divertimento — contribuição para a alienação popular.
d) Manifestação de relações de gênero — papel identitário.
e) Dimensão folclórica — exercício da dominação de classes.
11. (UEMA 2016) (...) Uma opinião diversa da minha, um modo de 
se comportar oposto ao meu, obriga-me a refletir. Eu me questiono, 
o que enriquece minha maneira de ver, de pensar e de agir. Enfim, 
o outro me faz progredir e ajuda-me na construção de minha 
personalidade. Não se trata de aceitar, sem refletir, os modismos ou 
de ser um cata-vento girando aos quatro ventos. Trata-se, somente, 
de se abrir ao mundo exterior, de ficar atento aos outros; ou seja, de 
estar pronto a compreender, reagir, construir. O racismo somente será 
vencido quando nós soubermos dizer ao outro um “muito obrigado”, 
tanto maior quanto maiores forem as diferenças entre nós. 
JACQUARD, Albert. Todos semelhantes, todos diferentes. São Paulo: Augustos, 1993. 
Os seres humanos se percebem na relação social com o outro e esse 
outro, dentro de um possível, nos leva a refletir sobre o nosso modo 
de ser, de pensar e de agir. Na relação do eu – outro constrói-se 
a) idiolatricidade.
b) identidade.
c) igualdade.
d) idealidade.
e) idealismo.
12. (UEMA) A partir das transformações na sociedade contemporânea, 
percebe-se a necessidade de compreensão da dinâmica das relações 
sociais analisadas por vários sociólogos. Algumas dessas mudanças 
de comportamento aparecem na composição Pais e filhos, de Dado 
Villa Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá. 
... Me diz, por que que o céu é azul 
Explica a grande fúria do mundo 
São meus filhos que tomam conta de mim. 
Eu moro com a minha mãe 
Mas, meu pai vem me visitar 
Eu moro na rua não tenho ninguém 
Eu moro em qualquer lugar. 
Já morei em tanta casa 
Que nem me lembro mais. 
Eu moro com meus pais 
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã 
Porque se você parar pra pensar, na verdade não há... 
Dado Villa Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá. “Pais e filhos”. 
In: Álbum Quatro Estações. EMI, 1989. 
Sob a perspectiva sociológica, as causas sobredeterminantes dos 
problemas expostos no trecho da música podem ser identificadas 
como
a) tradição, assimilação, conscientização, competição.
b) individualismo, sociabilidade, fluidez, alienação, incerteza.
c) identidade, solidariedade, cooperação, conflito, secularização.
d) adaptação, cooperação, solidarismo, altruísmo, coesão social.
e) homogeneização, singularidade, certeza, aculturação, 
alteridade.
13. (ENEM) Muitos países se caracterizam por terem populações 
multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo ao longo 
de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas mais 
rapidamente, como resultado de políticas incentivando a migração, 
ou por conta de legados coloniais e imperiais.
GIDDENS. A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).
Do ponto de vista do funcionamento das democracias 
contemporâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, 
simultaneamente, 
a) defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.
b) universalização de direitos e respeito à diversidade.
c) segregação do território e estímulo ao autogoverno.
d) políticas de compensação e homogeneização do idioma.
e) padronização da cultura e repressão aos particularismos.
14. (UEMA 2015) Leia o fragmento abaixo.
Identificar as culturas imigrantes com suas ‘culturas de origem‘ 
é um erro baseado em uma série de confusões. Inicialmente 
confunde-se ‘cultura de origem‘ com cultura nacional. Raciocina-
se como se a cultura do país de origem fosse única, ao passo que 
as nações de hoje não são culturalmente homogêneas.
Fonte: CUCHE, Denys. A noção de cultura nas Ciências Sociais. Bauru: EDUSC, 2002. 
A partir da ideia central do fragmento, pode-se afirmar a respeito da 
cultura de um povo que 
a) o imigrante possui uma cultura própria irrelevante.
b) a nação é composta por culturas superiores e inferiores.
c) os países contemporâneos são compostos por múltiplas 
culturas.
d) as nações são formadas por culturas tradicionais imutáveis.
e) a genética determina a cultura de origem dos imigrantes.
15. (UNESP) TEXTO I 
A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), acusa a 
polícia e os frequentadores de shoppings de discriminar jovens 
negros nos “rolezinhos”. “As manifestações são pacíficas. Os 
problemas são derivados da reação de pessoas brancas que 
frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos 
jovens.” Para ela, a liminar que autorizou os shoppings a barrar 
clientes “consagra a segregação racial” e dá respaldo ao que a PM 
“faz cotidianamente”: associar negros ao crime.
(Medo de “rolezinho” é reação de brancos, diz ministra. Folha de S.Paulo, 16.01.2014.)
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
10 RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO, IDENTIDADES, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
77
SOCIOLOGIA
TEXTO II
Não se percebia, originalmente, nenhuma motivação de classe 
ou de “raça” nos rolezinhos. Agora, sim, grupos de esquerda, os tais 
“movimentos sociais” e os petistas estão tentando tomar as rédeas 
do que pretendem transformar em protesto de caráter político. Se 
há, hoje, espaços de fato públicos, são os shoppings. As praças de 
alimentação, por exemplo, são verdadeiras ágoras da boa e saudável 
democratização do consumo e dos serviços. Lá estão pobres, ricos, 
remediados, brancos, pretos, pardos, jovens, velhos, crianças...
(Reinaldo Azevedo. “Rolezinho e mistificações baratas”. 
Folha de S. Paulo, 17.01.2014. Adaptado.)
O confronto dos dois textos permite afirmar que 
a) o texto 1 elogia o caráter democrático da sociedade brasileira, 
enquantoo texto 2 assume uma posição elitista.
b) ambos criticam a manipulação do desejo exercida pela 
publicidade e pelo marketing na sociedade de consumo.
c) o texto 1 aborda o tema pelo viés da segregação racial, 
enquanto o texto 2 critica a manipulação da opinião pública.
d) ambos tratam os “rolezinhos” como resultado histórico e 
material da luta de classes na sociedade brasileira.
e) ambos tratam as manifestações como protestos de natureza 
ideológica contra os processos de exclusão social.
16. (UEM 2010 - ADAPTADA) “A feijoada, o mais conhecido 
dos chamados ‘pratos nacionais’, tem como base a comida do 
cotidiano. Mas, nesse caso, a dupla feijão com arroz, acompanhada 
pela farinha de mandioca, sofre uma transformação não apenas 
no conjunto dos ingredientes, mas sobretudo em seu significado, 
transformada em um prato emblemático – possuidor de um 
sentido unificador e marcador de identidade – ou ‘típico’.”
(MACIEL, Maria E. “Uma cozinha brasileira”. Estudos Históricos, 
Rio de Janeiro, n. 33, jan-jun de 2004, p.33)
Considerando a alimentação humana como um processo social e 
cultural, assinale a alternativa que for correta. 
a) Por ser algo que não possui uma combinação de práticas, 
padrões, e símbolos, a culinária de um povo não é entendida 
como parte de sua cultura.
b) Definir a feijoada como prato tipicamente brasileiro implica 
considerá-la como uma combinação de símbolos e 
classificações que representariam o “modo de ser” desta 
nacionalidade.
c) A combinação arroz e feijão atende às necessidades nutricionais 
típicas da raça brasileira e das deficiências biológicas oriundas 
da miscigenação entre brancos, negros e indígenas.
d) As restrições e proibições alimentares de fundo religioso 
baseiam-se em interdições nutricionais cientificamente 
comprovadas como maléficas ao sustento físico do indivíduo.
e) Assim como os chamados pratos típicos de cada região, o 
fast-food configura-se num tipo de alimentação identificada 
com o processo de globalização da cultura. 
17. (UEM-PAS - ADAPTADA) A identidade e a diferença se 
traduzem em declarações sobre quem pertence e sobre quem não 
pertence, sobre quem está incluído e quem está excluído. “Afirmar 
a identidade significa demarcar fronteiras, significa fazer distinções 
entre o que fica dentro e o que fica fora. A identidade está sempre 
ligada a uma forte separação entre ‘nós’ e ‘eles’. Essa demarcação 
de fronteiras, essa separação e distinção, supõem e, ao mesmo 
tempo, afirmam e reafirmam relações de poder.” 
(SILVA, T. “A produção social da identidade e da diferença”. In: SILVA, T. (org.) Identidade e 
diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 82).
Considerando o trecho citado e os estudos sociológicos sobre 
cultura, assinale a alternativa que for correta. 
a) Dividir o mundo entre “nós” e “eles”, “iguais” e “diferentes”, 
“incluídos” e “excluídos” etc., significa classificar culturalmente 
as relações sociais a partir de sistemas de significação.
b) A identidade é um fenômeno individual e autônomo no mundo 
moderno, pois as instituições sociais, ao longo do século XX, 
deixaram de exercer qualquer pressão sobre as pessoas.
c) Assim como a nacionalidade, a etnia e a classe social, as 
identidades de gênero também são determinadas naturalmente 
no nascimento dos indivíduos, sendo impossível modificá-las. 
d) Eleger arbitrariamente uma identidade como o parâmetro para 
se avaliarem outras identidades não gera uma hierarquização 
das diferenças culturais, promovendo uma visão igualitária.
e) A afirmação da identidade ou da diferença não traz consigo 
declarações sobre quem pertence e sobre quem não pertence 
a determinado grupo, sobre quem está incluído e quem está 
excluído dele.
18. (UEL 2014) Leia o texto a seguir.
Por Nossa Senhora, meu sertão querido
Vivo arrependido por ter te deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudades, eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem
Mas não me convém, eu tenho pensado
Eu fico com pena, mas essa morena
Não sabe o sistema que eu fui criado
Tô aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando com o rádio ligado
(Adaptado de: Belmonte e Goiá. Saudades da Minha Terra.)
Com base no texto e nos conhecimentos socioantropológicos 
acerca das identidades culturais, considere as afirmativas a seguir.
I. Por serem construções individuais, as identidades se dissolvem 
e desaparecem em contextos socioespaciais diferentes.
II. A resistência do homem do campo à cidade está ligada às 
dificuldades que enfrenta para conviver em espaços onde 
existem instituições a serem seguidas.
III. A dinâmica social da cidade é mais fluida, sendo, contudo, 
insuficiente para suprimir a memória coletiva do migrante.
IV. O deslocamento do homem rural para as cidades exige a 
reelaboração de normas e valores de comportamento.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
19. (UFPA 2013) O Pará é o estado brasileiro que apresenta o maior 
número de terras quilombolas reconhecidas pelo Estado. Em 1995, 
no município de Oriximiná, a comunidade de Boa Vista foi a pioneira 
no país a receber título coletivo de suas terras. Para a concretização 
deste direito, uma comunidade quilombola precisa comprovar que 
a) dispõe de registros arqueológicos pelos quais se confirme que 
a comunidade vive em terras que eram, anteriormente, um 
quilombo de escravos negros fugidos da servidão.
b) sua identidade étnica como remanescente de quilombo é 
resultado de processos de resistência em relação aos grupos 
sociais hegemônicos.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR78
SOCIOLOGIA 10 RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO, IDENTIDADES, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
c) tem origem biológica negra em toda a sua população.
d) sempre viveu isolada de outras comunidades por longos 
períodos de tempo, o que possibilitou a identificação de seus 
membros pela cor da pele.
e) sua população mantém vivas as tradições religiosas dos primeiros 
escravos africanos que habitaram o território brasileiro.
20. (UEL 2006) Analise a imagem a seguir
O quadro pretende mostrar os habitantes do continente 
americano e seus costumes, contudo os ameríndios aparecem 
com feições apolíneas e cabelos anelados. Nesta representação, 
como em muitas outras, os personagens mais se assemelham aos 
europeus do que propriamente aos povos da América. O quadro, 
assim, acaba nos dizendo mais sobre o olhar do próprio europeu do 
que sobre aqueles que procurava retratar. A identidade dos grupos 
humanos é uma característica fundamental para a criação de um 
“nós coletivo” que, ao mesmo tempo, identifica e diferencia os 
grupos entre si. Sobre a identidade, considere as afirmativas a seguir.
I. A identidade possui natureza estática, daí perpassar as 
gerações e os subgrupos que se originam a partir de um tronco 
comum.
II. Como em um jogo de espelhos, a identidade é construída a 
partir das representações que os grupos fazem dos outros, o 
que permite que enxerguem a si mesmos.
III. A herança genética dos diferentes grupos humanos 
impede transformações de identidade, posto que delimita a 
abrangência das respectivas culturas.
IV. A identidade supõe um processo de ressignificação das 
diferenças entre os grupos sociais em função de um 
determinado contexto.
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV. 
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. Dois conceitos apresentam uma disputa de legitimidade para 
categorizar a diversidade humana: o conceito de “raça” e o conceito 
de “etnia”. No debate sociológico contemporâneo, tem-se priorizado 
a utilização do conceito de “etnia”. Qual a razão dessa preferência? 
02. [...] a contraposição entre cultura e natureza é, em grande parte, 
fictícia. O homem “civil” se auto-representa forada natureza, mas 
a própria natureza se torna, na experiência histórica, um modelo 
cultural consciente, uma escolha intelectual alternativa à da cultura. 
MONTANARI, M. Comida como cultura. 
São Paulo: Editora Senac, São Paulo, 2008, p.31.
O texto acima faz referência à oposição entre natureza e cultura. 
Considerando as suas aulas de sociologia, comente sobre a 
construção daquilo que é natural e daquilo que é cultural. É possível 
pensar o natural sem o cultural ou o cultural sem o natural? 
03. (UFU) O respeito à diversidade cultural tornou-se consenso entre 
os cientistas sociais a partir dos estudos realizados em diferentes 
sociedades. Posteriormente tal atitude foi incorporada como um 
princípio por órgãos internacionais como a ONU (Organização das 
Nações Unidas). Porém, os mesmos pesquisadores concluíram 
também que o respeito à diferença cultural não é a forma comum 
de os indivíduos atuarem no cotidiano. O etnocentrismo e o racismo 
são atitudes recorrentes em muitas sociedades.
a) Qual a diferença conceitual entre racismo e etnocentrismo?
b) Por que os cientistas sociais e órgãos internacionais entendem 
que tais práticas são inaceitáveis?
04. A questão da identidade e da diferença está, hoje, no centro 
da teoria social e da prática política. Está em desenvolvimento, no 
chamado “cenário pós-moderno”, uma nítida “política da identidade”. 
As antigas fontes de ancoragem da identidade (a família, o trabalho, 
a igreja, entre outras) estão em uma evidente crise. Novos grupos 
culturais se tornam visíveis na cena social, buscando afirmar suas 
identidades, ao mesmo tempo que questionam a posição privilegiada 
das identidades até então hegemônicas.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
A partir do texto acima, pense e cite um grupo cultural que 
atualmente questiona “a posição privilegiada das identidades até 
então hegemônicas”. Qual tipo de crítica esse grupo está fazendo? 
05. (UFPR) Segundo Roque de Barros Laraia (Cultura: um conceito 
antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2008, pág. 21), “o determinismo 
geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam 
a diversidade cultural”. A partir de 1920, antropólogos procuraram 
demonstrar que existe uma limitação na influência geográfica sobre 
os fatores culturais. Utilizando exemplos, explique como a Antropologia 
compreende as relações entre os fatores culturais e o ambiente físico.
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. E
02. A
03. B
04. D
05. B
06. A
07. C
08. A
09. E
10. D
11. B
12. B
13. B
14. C
15. C
16. B
17. A
18. C
19. B
20. C
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. O conceito de raça faz referência a uma teoria defendida por médicos e biólogos 
evolucionistas do século XIX e começo do século XX. Por essa perspectiva, haveria 
diferenças biológicas marcantes entre pessoas de raças diferentes. Durante o século XX, 
esse termo caiu em desuso devido à falta de evidências de que existissem, de fato, essas 
diferenças biológicas. Percebeu-se, então, que as principais diferenças entre os seres 
humanos são de tipo cultural, e não biológicas. É por isso que o termo “etnia” tem sido 
mais utilizado, em oposição ao de “raça”, que adquiriu cunho etnocêntrico e preconceituoso. 
02. O homem possui a especificidade de possuir cultura. Sendo assim, não existe ser 
humano sem cultura. Isso faz com que seja muito difícil definir o que é cultural e o que é 
natural ao ser humano. Observando os diferentes povos, percebemos que atos tidos como 
naturais (tais como comer, andar e rir) variam de uma cultura para outra. Podemos dizer 
que essa oposição natureza-cultura é também desenvolvida culturalmente. Na nossa 
sociedade, o que define o que é natural é a biologia. Sendo assim, todos os processos 
biológicos do nosso corpo são tidos como naturais, enquanto a cultura aparece a partir 
da capacidade humana de comunicação e de criação de significados. 
03. 
a. O racismo constitui-se no preconceito que existe mediante o conceito de raça. 
Assim, existe uma classificação entre raças superiores e inferiores. O etnocentrismo, 
em contrapartida, tem como base o conceito de cultura. Assim, a diferença é entre 
culturas superiores e culturas inferiores.
b. Ambas as atitudes são preconceituosas. No caso do racismo, a própria noção de raça 
é imprópria para “classificar” a diversidade entre os homens. Os estudos de genética e 
de biologia demonstram que qualquer classificação humana a partir da ideia de raça 
é imprópria cientificamente. Já o etnocentrismo é também inaceitável porque parte 
de outro pressuposto errôneo: o de que existem culturas superiores e inferiores. Vale 
ressaltar que ambas as atitudes (racista e etnocêntrica) geram intolerância e violência. 
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10 RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO, IDENTIDADES, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
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SOCIOLOGIA
04. Diversos grupos culturais questionam as identidades até então hegemônicas. Podemos citar diversos grupos de movimentos sociais, como os homossexuais. Estes questionam 
a família tradicional (heterossexual e procriativa), considerando que as uniões afetivas seguem padrões e normas sociais, que podem se alterar historicamente. Por essa perspectiva, 
outras formas de uniões (como as homoafetivas, por exemplo), podem ser consideradas legítimas. 
Outro grupo social é o das mulheres. Estas, sobretudo no movimento feminista, criticam o modelo familiar patriarcal, as relações de gênero e as relações de trabalho, reivindicando maior 
espaço na vida pública e o reconhecimento de sua autonomia, liberdade e direitos.
05. Para a antropologia, o ambiente físico interfere, mas não condiciona a cultura. Por exemplo, em reuniões de negócios, é comum os homens estarem vestidos de terno e gravata, ainda 
que seja verão. Isso é um sinal de formalidade. Se o ambiente determinasse a cultura, os sinais de formalidade seriam outros, que não uma vestimenta claramente inadequada à estação 
do ano. No entanto, os fatores culturais e físicos não são absolutamente independentes. Festas, em geral, acompanham as estações do ano, e os hábitos alimentares das pessoas 
seguem a oferta de alimentos da região em que elas vivem.
ANOTAÇÕES
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SOCIOLOGIA 10 RELAÇÕES DE SEGREGAÇÃO, IDENTIDADES, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

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