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Imunidade Inata Receptores de reconhecimento padrão associado a célula. Receptores lectina tipo C para carboidratos microbianos (CLRs): Receptores pertencentes a Lectina tipo C, denominada assim, pois se liga a carboidratos dependentes de Ca²+, na superfície de microrganismos, facilitando a fagocitose dos mesmos e a secreção de citocinas promotoras de inflamação e respostas imunes subsequentes. São proteínas integrais de membrana encontradas nos macrófagos, DCs e células teciduais (não todas). Reconhece carboidratos de superfície de membrana encontrados somente em paredes celulares de microrganismos. Funções: fagocitose de microrganismos e sinalização para induzir respostas protetoras de células no hospedeiro. Exemplo de Lectina tipo C: RECEPTOR DE MANOSE. o receptor de manose faz fagocitose de microrganismos. *reconhece açucares terminais de carboidratos que ficam nas superfícies microbianas, como o D- manose, L-fucose, N-acetil-D- glicosamina. * Esses açucares reconhecidos pelo receptor de manose, são considerados PAMPs. DECTINAS: Inclui vários CLRs diferentes, codificados pelo cromossomo 12 humano. Esse cromossomo 12 ainda codifica algumas NK. São expressas em DCS e macrófagos. Participam da imunidade antifúngica e respostas a outras bactérias. Dectina-1 (cd369) β-glucana (componente celular importante de fungos – ex.: Candida, Aspergillus e Pneumocytis ; Dectina-2 e mincle, reconhecem oligossacarídeos ricos em manose, presentes como hifas em fungos e bactérias. Componentes celulares do sistema imune inato: Barreiras epiteliais São as barreiras físicas presentes entre o epitélio dos microrganismos e hospedeiro. As células epiteliais produzem compostos antimicrobianos químicos para impedir a entrada de microrganismos. As principais vias de entrada são as superfícies das mucosas gastrintestinal, respiratória e geniturinária. As células epiteliais dessas camadas, previnem a entrada de microrganismos. A perda de integridade dessa camada, faz com que o hospedeiro seja susceptível a infecções. A barreira é, em grande parte, física, células epiteliais formam as zônulas de oclusão (tight junctions), umas com as outras. Isso produz um bloqueio de passagem de microrganismos entre as células. Queratina serve para bloquear a penetração microbiana nas camadas mais profundas da epiderme. Muco, rico em glicoproteínas – mucinas, também impede as invasões microbianas por mecanismo físico. Além das ações físicas muito importantes, células epiteliais e alguns leucócitos produzem peptídeos com propriedades antimicrobianas para ajudar com a proteção. Elas são: Defensinas: peptídeos pequenos, com 3 ligações dissulfeto entre as cadeias. Divididas em α e β, determinadas pelas ligações dissulfeto, nos humanos. são produzidas pelas células epiteliais da mucosa. Também são produzidas por neutrófilos, NK e linfócitos t citotóxicos. α-defensinas são produzidas nas células de Paneth no intestino delgado – com função de limitar a quantidade de microrganismos luminais próximos a barreira epitelial. As ações das defensinas incluem: toxicidade direta aos microrganismos (bactérias, fungos e vírus envelopados) + ativação de células envolvidas na resposta inflamatória. Habilidosas em se inserir e desorganizar funções de membranas microbianas. Catelicidina: produzida pelas células da barreira da pele, neutrófilos, trato gastrintestinal e trato respiratório. Estimulada por citocina inflamatória e produtos microbianos. Após ativadas, dão proteção contra infecções, agem com vários mecanismos como: toxicidade direta a uma ampla gama de microrganismos, ativação em várias respostas de leucócitos. Seu fragmento C- terminal, pode se ligar e neutralizar LPS. Os epitélios de barreira contêm linfócitos, ex.: linfócitos T intraepiteliais (epiderme da pele e epitélio da mucosa), que reconhecem e respondem aos microrganismos comumente encontrados. Alguns linfócitos t intraepiteliais expressam αβ convencional de TCR, presentes na maioria de células t de linfoides e na circulação. As células T do epitélio possuem pouca diversidade de seus receptores antigênicos. Acreditando-se que eles reconhecem um pequeno número de estruturas microbianas, mas que são comumente encontradas. Fagócitos Podem ser macrófagos e neutrófilos. São a primeira linha de defesa contra microrganismos que passam pelas barreiras epiteliais. Alguns macrófagos estão sempre presentes no tecido e são conhecidos como sentinelas de infecção. Eles produzem citocinas que iniciam e regulam a inflamação, ingerem e destroem microrganismos, além de limpar tecidos mortos e dar inicio a reparação tecidual. Os macrófagos podem ser ativados por duas vias: clássica e alternativa. A via clássica é ativada pelos sinais imunológicos inatos (TLR, citocina IFN-У produzida nas respostas inatas ou adaptativas). Nessa via, os macrófagos também são chamados de M1, se envolvem na destruição de micróbios e ativam a inflamação. A via alternativa ocorre na ausência dos sinais de TLR, é induzida por citocinas IL-4 e IL-13. Esses macrófagos são chamados de M2, reparação tecidual e controle da inflamação. Outros fagócitos como monócitos e neutrófilos são recrutados para os tecidos infeccionados, em resposta aos microrganismos e aos sinais gerados pelas células sentinela. A produção de monócitos é estimulada pela citocinas CSF (fator estimulante de colônias), produzidas por muitos tipos de células em resposta a infecções. O CSF atua nas células-tronco hemotopoiéticas para induzir a proliferação e amadurecimento dos precursores de neutrófilos. Neutrófilos geralmente respondem as infecções fúngicas e bacterianas, e normalmente são as primeiras a participarem no combate, sendo encontradas na fase aguda da inflamação. Células dendríticas: As células dendríticas (DC), detectam de forma rápida e eficaz os microrganismos invasores, por conta da localização nos tecidos e expressão de muitos receptores de reconhecimento padrão para PAMPs e DAMPs. É o tipo celular que mais expressa TLRs. Secretam citocinas inflamatórias, em resposta aos microrganismos invasores, que promovem recrutamento de leucócitos adicionais do sangue. Subpopulação DCs plasmocitoides é a principal fonte de citocinas antivirais, interferons tipo 1, produzidas em resposta a infecções virais. Isso porque, expressam quantidades abundantes de TLRs endossômicos específicos para acido nucleico (TLRs 3,7,8,9). Ativam células T na resposta imune adaptativa. E dependendo da natureza do microrganismo indutor da resposta inata, uma DC fara diferenciação, de forma direcionada, de uma célula T naive, para uma célula efetora, como Th1 (produz interferon-У), ou Th17 (produzem Il-17). Células linfoides inatas produtoras de citocinas: Células linfoides inatas (ILCs), são derivadas da medula óssea, com morfologia de linfócitos. São produtoras de citocinas, como as células T, mas não possuem TCRs. NÃO EXPRESSAM RECEPTORES ANTIGÊNICOS DIVERSIFICADOS E CLONALMENTE DISTRIBUIDOS. (Por isso não são chamados de linfócitos). Possui 3 populações de células linfoides inatas: ILC1, ILC2 e ILC3. Elas produzem diferentes citocinas e geram diferentes fatores de transcrição. ILC1 INF-У e expressam fator de transcrição T-bet. Defesa contra microrganismos intracelulares. ILC2 IL-5, IL-9, IL-13, expressam fator de transcrição GATA-3. Defesa contra parasitas helmintos e contribuem nas doenças alérgicas. ILC3 IL-22 e IL-17, expressam fator de transcrição RORyt. Defesa contra fungos e bactérias extracelulares e manutenção de integridade das barreiras epiteliais. São células sempre presentes nas barreiras epiteliais e estão sempre preparadas para proteger os indivíduos contra essa barreira. Células Natural Killer(NK): São células citotóxicas com papeis importantes nas respostas imunes inatas, principalmente contra vírus e bactérias. Seu principal mecanismo é o killing de células infectadas. Essas células secretam IFN-У. Constituem 5-10% das células mononucleares presentes no baço e sangue. Raras em órgãos linfoides, mas muito abundantes em órgãos como fígado e placenta. As células NK no sangue feia parecem como linfócitos grandes contendo numerosas grânulos citoplasmáticos. Amor células NK usam receptores codificados por DNA de linhagem germinativa para distinguir as células infectadas por patógenos células sadias. São identificadas no sangue pela expressão de CD56. FUNÇÕES DAS CÉLULAS NK: Estás funções das células NK são matar células infectadas e produzir interferon gama, que induzem macrófagos a destruírem microrganismos fagocitados. As células NK possuem grânulos contendo proteínas que medeiam o killing nas células alvo. Quando as células NK são ativadas, a liberação dos grânulos solta essas proteínas perto das células alvo. Bom exemplo de proteína é a perforina, que facilita a entrada de outras proteínas contidas nos grânulos, como as granzimas, para o citosol das células alvo. As granzimas são enzimas proteolíticas que iniciam uma sequência de eventos de sinalização que causam a morte das células alvo por apoptose. Dessa forma, ao matar as células infectadas pelos patógenos, as células NK conseguem eliminar os reservatórios da infecção. O IFN-У derivados das células NK aumenta a capacidade dos macrófagos de matar bactérias fagocitadas. A interação célula NK-macrófago depende da IFN-У para controlar uma infecção por bactérias intracelulares, durante vários dias ou semanas, tempo necessário para a imunidade adaptativa se estabilizar. A deficiência das células NK leva ao aumento da susceptibilidade de infecção por vírus e algumas bactérias intracelulares. Receptores de ativação e inibição de NK: Células NK fazem a distinção de células infectadas e estressadas das células sadias. Função regulada pelo equilíbrio entre os sinais gerados pelos receptores de ativação e inibição de NK. Esses receptores reconhecem moléculas de superfície de outras células e geram sinais para NK. Receptores de ativação: Estimulam proteínas quinases fosforilam substratos de sinalização (downstream). Reconhecem ligantes em células infectadas e lesadas. Esses receptores ativados promovem: killing de células NK destruindo células estressadas ou infectadas. Reconhecem um grupo heterogêneo de ligantes, podendo ser expresso em células normais, ou em células que sofreram estresse, células infectadas por microrganismos e células neoplásicas. São chamados de receptores de célula killer do tipo imunoglobulina (ig). Outro grupo de receptores: lectinas tipo C, proteínas com propriedade de ligação ao carboidrato, similares aos CLRs. Outro importante ativador é o CD16, receptor de baixa intensidade para anticorpos IgG; CD16 se liga aos receptores FC cd16 gera sinais de ativação cels. NK matam células infectadas. (citotoxicidade celular dependente de anticorpo). Receptores de inibição: Estimulam fosfatases contrapõem as quinases. Reconhecem ligantes em células sadias normais. Esses receptores ativados, desligam a atividade de NK, prevenindo a destruição de células sadias. Reconhecem moléculas de MHC, classe 1 (proteínas de superfície celular, normalmente expressas em todas as células nucleadas sadias do corpo). As moléculas de MHC de classe 1, tem papel importante, fora de NK, em exibir peptídeos derivados de proteínas citosólicas na superfície celular. Essa ação é importante para que os linfócitos T CD8+ possam reconhecer essas proteínas. Reconhecem células de MHC classe 1 para inibir ativação de NK. importante, pois apenas células sadias expressam MHC, classe 1, evitando assim sua destruição, quando ao ataque de células estressadas. NK interpreta MHC classe 1, como marcadores do normal e sadio, sua ausência indica lesão, dano. Nk então recebe sinais de ativação pelas células danosas do organismo e tende a matá-las, ao mesmo tempo recebe sinais de inibição de células sadias, e tende a preserva-las. Reconhecimento do próprio ausente: NK é ativado por moléculas do hospedeiro que não possuem MHC, classe 1. O resultado de interação de uma célula NK com outra, é determinado pela integração de sinais gerados a partir de receptores de inibição e de ativação. Esses receptores são expressos por NK e interagem com os ligantes de outra célula. Sistema Complemento Consiste em várias proteínas plasmáticas unidas para promover opsonização (aumento da fagocitose de bactérias ao recobri-las) de microrganismos, recrutamento de fagócitos para o sitio de infecção e até destruição direta de microrganismos. A ativação consiste em cascatas proteolíticas. O sistema é ativado por microrganismos e por anticorpos que estão ligados a microrganismos e outros antígenos. A enzima precursora inativa, zimogênio, é modificada para se tornar protease ativa e induzir a atividade proteolítica da proteína seguinte na cascata. As cascatas enzimáticas resultam em uma amplificação da quantidade de produtos proteolíticos em cada etapa, isso ocorre porque cada molécula de enzima ativada em uma etapa pode gerar múltiplas moléculas nas etapas seguintes. Esses produtos geram as funções efetoras do sistema complemento. A primeira etapa de ativação do complemento consiste no reconhecimento de moléculas em superfícies microbianas, e isso acontece de 3 maneiras: Via clássica Via alternativa Via da lectina Os subprodutos da ativação do complemento estimulam reações inflamatórias. A ativação do complemento é inibida por proteínas reguladoras que estão presentes nas células normais do hospedeiro, e que estão ausentes nos microrganismos, dessa forma, o complemento só é ativado nas células infectadas pelo microrganismo e não em células saudáveis do hospedeiro. Via Clássica É chamada assim porque foi a primeira a ser descoberta. Desencadeada com mais frequência depois que anticorpos se ligam aos microrganismos, ou a antígenos. Proteína usada: Cq1. Para detectar anticorpos ligados a superfície de microrganismo, ou outra estrutura. Quando Cq1 se liga a Fc dos anticorpos, C1r e C1s (serinas proteases) são ativadas. cascata proteolítica. Obs.: pentraxinas podem se ligar a C1q e iniciar a via clássica. Pentraxinas: São exemplos, as pentraxinas curtas, a proteína C reativa e a pentraxina longa, PTX3. A proteína c reativa (CRP), ligam-se a bactérias e fungos e reconhece ligantes moleculares como: fosforilcolina e fosfatidiletanolamina. Os níveis aumentados de CRP, são resultado da síntese hepática aumentada induzidas pelas citocinas IL-6 e IL-1, produzidas por fagócitos e células dendríticas. Essa proteína é chamada de proteína reagente de fase aguda, pois fica elevada no sangue durante a fase inflamatória aguda. Um dos principais mecanismos da resposta humoral na imunidade adaptativa. Via Alternativa Deflagrada quando C3 reconhece estruturas presentes na superfície microbiana (LPS bacteriano), na ausência de anticorpo. C3b pode se ligar a proteínas de células de microrganismos, pelo domínio tio éster, este reage com proteínas da superfície celular ou dos polissacarídeos para formar ligações amida ou éster. O c3 é ativo em solução, em níveis baixos, e se liga a superfícies celulares e então acaba sendo inibido por moléculas reguladoras de células de mamíferos. Obs.: microrganismos não tem essas células reguladoras, não desativam C3, e então a ativação espontânea é amplificada em sup. Microbianas. Essa via distingue o normal de microrganismos estranhos, com base na ausência ou presença de mecanismos reguladores.Via da lectina Iniciada através da lectina ligante de manose (MBL), esta reconhece resíduos de manose terminais em glicolipídios e glicoproteínas microbianas. MBL é membro das colectinas. Colectinas: atuam como moléculas efetoras solúveis do sistema imune inato, exemplo o ligante de manose (MBL) e as proteínas surfactantes pulmonares. Depois que MBL se liga aos microrganismos, dois zimogênios (MASP1 e MASP2), se ligam a MBL (como c1r e c1s), e iniciam as etapas proteolíticas downstream iguais as da via clássica. Após o reconhecimento de microrganismos, por qualquer uma das vias de complemento, há o recrutamento e montagem sequencial de proteínas adicionais do complemento em complexos protease. Um exemplo de complexo é o C3 CONVERTASE, que cliva a proteína central do sistema complemento (C3), produzindo c3a e c3b. C3b (maior fragmento), se fixa a superfície microbiana, onde a via complemento foi ativada. A atividade sequencial das enzimas do complemento promove uma amplificação das moléculas de C3b, podendo ser depositado na superfície de um microrganismo de 2-3min. C3b atua como opsonina para promover fagocitose de microrganismos. C3a é liberado e estimula a inflamação atuando como agente quimiotático para neutrófilos desgranulação de mastócitos e aumentando a permeabilidade vascular permitindo o extravasamento de proteínas e fluido plasmático para os sítios de infecção. C3b se liga a outras proteínas para formar a protease c5 convertase, esta cliva c5 em c5a e em c5b (fragmento maior), que permanece unido a membrana. C5a faz os mesmos efeitos inflamatórios de c3a, porém mais potente. C5b inicia um processo de formação de complexo com C6,C7,C8,C9 montados em um poro da membrana (complexo de ataque à membrana – MAC). MAC causa lise nas células onde o complemento é ativado. Obs.: sistema complemento é altamente necessário para a imunidade inata, pacientes com deficiência em C3 são susceptíveis a infecções recorrentes e que podem ser letais. Obs.: deficiências na MAC, aumentam a susceptibilidade para um numero limitado de microrganismos, ex.: bactéria NEISSERIA. Observações: A via alternativa e a via das lectinas representam mecanismos da imunidade inata. Já a via clássica, representa mecanismos da imunidade humoral adaptativa. O evento central da ativação do complemento é a ativação da proteína C3. Haja vista que C3 gera produtos ativos. As etapas terminais de complemento incluem: as C5 convertase geradas pelas vias, iniciam a ativação dos componentes da via terminal do sistema, formando o complexo de ataque a membrana (MAC) citocida. As funções do complemento são: promover fagocitose de microrganismos onde o complemento é ativado, estimular a inflamação e induzir a lise nesses microrganismos. Os produtos do complemento também facilitam a ativação de linfócitos B e a produção de anticorpos. C5a,c4a e c3a do complemento induzem inflamação aguda, por ativar mastócitos, neutrófilos e células endoteliais, além da liberação de histamina, pela desgranulação de mastócitos provocadas pelos mesmos. As deficiências no sistema complemento incluem: A maior parte de deficiências está em C1q, C2 e C4 permitindo o maior desenvolvimento de lúpus eritematoso sistêmico. C3 infecções frequentes e graves por bactérias piogênicas. Deficiências nos componentes de via alternativa: susceptibilidade a infecções meningocócicas. C5,c6,c7,c8,c9 propensão a Neisseria, como a Neisseria meningitides e Neisseria gonorrhoeae. Resposta Inflamatória O principal artificio do sistema imune inato para lidar com as infecções ou lesão tecidual é estimular a inflamação aguda. O primeiro leucócito recrutado para o sitio de inflamação é o neutrófilo. Após isso, os monócitos macrófagos, podem se tornar a população mais circulante. As proteínas plasmáticas importantes na fase aguda são: proteínas de complemento, anticorpos e as reagentes de fase aguda (PCR). CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS DA IMUNIDADE INATA Elas são produzidas por macrófagos e células dendríticas teciduais. A maioria atua próximas as células de origem. Diferentes citocinas podem ter ações similares ou sobrepostas, além de poder estimular a produção de outras. As citocinas de imunidade inata exercem vários papeis: induzem inflamação, inibição da replicação viral, promove respostas as células T e limitam as respostas imunes inatas. Exemplos: TNF, IL-1, quimiocinas, IL-12, IFN-α E IFN-β, IL10, IL-15, IL-6 e etc. Fator de necrose tumoral: TNF é mediador de resposta inflamatória aguda de bactérias e outros microrganismos infecciosos. Produzido por macrófagos e DCs. São reconhecidos por dois receptores encontrados na maioria das células. A ligação a esses receptores leva ao recrutamento de proteínas que ativam caspases para gerar apoptoses. A produção de TNF por macrófagos é estimulada por PAMPs e DAMPs. NLRs, RLRs e CDSs podem induzir expressão genica de TNF. INTERLEUCINA-1 (IL-1) Mediador de resposta inflamatória aguda, com ações similares ao TNF. Sua principal fonte está nos fagócitos mononucleares ativados (macrófagos). Também é produzida por neutrófilos, células epiteliais (como queratinócitos) e células endoteliais. São apresentadas como IL-1α e IL-1β. A IL-1 é ativada por um sinal que ativa a transcrição de novos genes e outro que ativa o inflassomo a clivar proteoliticamente o precursor para gerar a proteína IL- 1β madura. IL-1β é induzida por via de sinalização de TLR e NLR ativando NF-kβ. Também ser originada pela estimulação que TNF exerce sobre os fagócitos. O receptor de membrana de IL-1 é o IL-1 tipo 1, expresso em células endoteliais, epiteliais e leucócitos. Interleucina-6 (IL-6) Importante nas respostas inflamatórias agudas e apresenta efeitos locais e sistêmicos. Induz a síntese de reagentes de fase aguda pelo fígado. Estimula produção de neutrófilos na medula óssea. Promove a diferenciação de células T auxiliares produtoras de IL-17. Sintetizada por: macrófagos, DCs, células endoteliais vasculares, fibroblastos e outras células, como resposta aos PAMPs e também a IL- 1 e TNF. É um dos principais contribuintes em inflamações de doenças humanas, por exemplo a artrite reumatoide. Outras citocinas de resposta inata: IL-12 secretada por DCs e macrófagos, estimula a produção de IF-У (bem como este também estimula produção de IL-12, por feedback positivo), pelas ILC1s, células NK e células T. Intensifica a citotoxicidade mediada pela célula NK e pelo CTL. É produzida em resposta a sinalização de TLR e de receptores lipoteicoico e de infecções virais. IL-12 secretada por DCs durante a apresentação de antígeno a células T CD4+ naive promove diferenciação dessas células na subpopulação Th1 de células T auxiliares, importantes para a defesa de infecções intracelulares. IL-18 intensifica funções de NK. IL-15 estimula o crescimento e funções de ILC1s, células NK e células T. RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS PARA SITIOS DE INFECÇÃO O recrutamento de neutrófilos e monócitos do sangue para os tecidos ocorre como parte da resposta inflamatória aguda a infecções e lesão tecidual. TNF e IL-1 induzem as células endoteliais das vênulas pós- capilares a expressarem E- selectina e a aumentarem sua expressão de ligantes para integrinas leucocitárias ativação de fatoreis de transcrição incluindo NF-kβ pelo TNF e IL-1. TNF e IL-1 estimulam várias células a secretarem quimiocinas, CXCL8 e CCL2 (neutrófilos e monócitos respectivamente). As quimiocinas aumentam a afinidade das integrinas leucocitárias por seus ligantes e estimulam o movimento direcionado de leucócitos. A união de integrina + quimiocina aumento de adesão de neutrófilos e monócitos às células endoteliais.Os leucócitos se acumulam nos tecidos formando um infiltrado inflamatório. As ações do TNF sobre o endotélio e os leucócitos são decisivas para as respostas inflamatórias locais aos microrganismos. Pouco TNF, ou insuficiente falha em conter a infecção. TNF, IL-1 e IL-6 podem entrar na corrente sanguínea e irem ate a medula óssea, intensificando a produção de neutrófilos a partir de progenitores existentes no local, atuando em conjunto com fatores estimuladores de colônia. INGESTÃO E KILLING DE MICRORGANISMOS POR FAGÓCITOS ATIVADOS. Neutrófilos e macrófagos recrutados para os sítios de infecção ingerem microrganismos que são contidos em vesículas pelo processo de fagocitose os destroem. As vesículas fagocíticas se fundem aos lisossomos, onde a digestão das partículas ingeridas acontece. Os mecanismos de killing que poderiam lesar o fagocito são isolados do restante da célula. Os neutrófilos e macrófagos expressam receptores que reconhecem especificamente os microrganismos. A ligação de microrganismos aos receptores é a primeira etapa da fagocitose. Alguns receptores são denominados receptores de reconhecimento padrão, como lectinas tipo C e receptores scavenger. Esses só reconhecem microrganismos que expressam padrões moleculares particulares, como a manose para o receptor de manose. Fagócitos também tem alta afinidade para algumas opsoninas, como moléculas de anticorpo, proteínas do complemento e lectinas plasmáticas. Esses receptores são decisivos para a fagocitose de muitos microrganismos diferentes que estejam recobertos pelas opsoninas. Os fagócitos expressam fator Fc de alta afinidade específico para o anticorpo da IgG. Assim, caso um individuo responda a uma infecção produzindo IgG, estas se ligam aos antígenos e as extremidades FC se ligam ao fator de alta afinidade dos fagócitos. fagocitose eficiente de microrganismos. Anticorpos são um produto do sistema imune adaptativo (linf. B) que engajam células efetoras do sistema imune inato (fagócitos) para realizar suas funções protetoras. Neutrófilos e macrófagos ativados matam microrganismos fagocitados por meio de ação microbicida de moléculas, junto aos fagolisossomos. Neutrófilos também matam microrganismos por extrusão de DNA e dos conteúdos de seus grânulos. Outras funções de macrófagos: Favorecem funções microbicidas e pró-inflamatórias e fornece funções reparadoras e anti- inflamatórias. consequências sistêmicas e patológicas da inflamação: TNF, IL-1 e IL-6 exercem efeitos sistêmicos que contribuem para a defesa do hospedeiro, responsáveis por manifestações clínicas da infecção e doença inflamatória. TNF e IL-1 atuam no hipotálamo para induzir elevação na temperatura corporal (febre). Elas são chamadas de patógenos endógenos, distinguindo do LPS. O LPS produz febre por meio da estimulação de citocinas TNF e IL-1 aumentando a síntese de prostaglandinas nas células hipotalâmicas. A febre pode estar relacionada a funções metabólicas aumentadas nas células imunes, funções metabólicas comprometidas em microrganismos e alterações no individuo que diminuem o risco de piora de infecções e de lesão. OBS.: a aspirina por exemplo reduz a febre bloqueando a ação das citocinas. IL-2 e IL-6 induzem hepatócitos na produção de reagentes de fase aguda, como PCR, SAP e fibrinogênio, que são secretados no sangue. Níveis plasmáticos elevados dessas proteínas são usados na clinica como sinais de infecção ou outros processos inflamatórios. PCR e SAP exercem papeis protetores nas infecções. O fibrinogênio contribui para hemostasia e reparo tecidual. Nas infecções graves, o TNF pode ser produzido em grandes quantidades e causar anormalidades patológicas e sistêmicas. Se a produção for muito forte, TNF pode ser levado pela corrente sanguínea a outros locais distantes, podendo causar: Inibição da contratilidade cardíaca e do tônus muscular. diminuindo a pressão arterial e até ao choque. TNF causa trombose intravascular, por conta do comprometimento de propriedades anticoagulantes normais do endotélio. A produção prolongada de TNF causa o desgaste das células musculares e adiposas, levando a caquexia, resultado da redução do apetite induzida pelo TNF e da síntese diminuída pela lipoproteína lipase. SEPSE: caracterizada por febre, aceleração de frequência cardíaca e respiratória, anormalidades metabólicas e perturbações mentais. A sepse bacteriana é iniciada pelo LPS ou pelo ácido lipeteicoico, ativando a sinalização de TLR. A sepse pode evoluir para o choque séptico, havendo colapso vascular decorrente de efeitos de altas doses de TNF. Resposta antiviral A principal forma que o sistema imune inato bloqueia infecções virais é a indução da expressão de interferons tipo I, que inibem a replicação viral. TLRs,NLRs,RLRs e células dendríticas estimulam a expressão de IFN-α e IFN-β, esses interferons do tipo I secretados pelas células atuam nas células vizinhas prevenindo a infecção viral. Os interferons tipo I constituem uma ampla família de citocinas relacionadas a resposta imune inata inicial as infecções virais. Eles interferem na infecção viral. Os DCs plasmacitoides são as principais fontes de IFN-α, mas também podem ser produzidos por macrófagos. Os estímulos para a síntese de interferon do tipo I são os ácidos nucleicos virais. Os interferons tipo I ativam a transcrição de vários genes que conferem as células uma resistência a infecção viral: estado antiviral. A ação parácrina (PKR bloqueia eventos de transcrição e tradução viral) diz respeito a célula infectada produzir interferon para atuar e proteger as células vizinhas ainda não infectadas. Pode realizar ação autócrina, inibindo a replicação viral na própria célula que o secreta. Interferon tipo I causa o sequestro de linfócito nos linfonodos, maximizando a oportunidade de encontrar os antígenos microbianos, por ação de CD69. IFN tipo I aumentam a citotoxicidade das células NK e CTLs CD8+, além de promoverem diferenciação de células t naive. intensificando as imunidades contra infecções intracelulares como vírus e algumas bactérias. IFN regulam positivamente a expressão de moléculas de MHC de classe 1, aumentando a probabilidade de as células viralmente infectadas virem a ser reconhecidas e mortas pelos CTLs CD8+. A proteção contra vírus é, em parte, por conta das vias de morte apoptóticas intrínsecas nas células infectadas e à sensibilidade aumentada nos indutores extrínsecos de apoptose.
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