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Helena Maria – P3 C O NTR A Ç ÃO M U SC U LA R M Ú S C U LO S E SQ U E LÉT I C O S MIOFIBRILAS • As miofibrilas são as estruturas contráteis da fibra muscular • As miofibrilas são feixes intracelulares compostos por proteínas contráteis e elásticas. Os filamentos grossos são formados por miosina. Os filamentos finos são constituídos principalmente por actina. A titina e a nebulina mantêm os filamentos grossos e finos na posição adequada • Cada miofibrila é composta por diversos tipos de proteínas organizadas em estruturas contráteis repetidas, chamadas de sarcômeros. • As proteínas das miofibrilas incluem: o MIOSINA “proteína motora”, que forma os filamentos grossos; o ACTINA, que formam os filamentos finos; o TROPONINA E TROPOMIOSINA que são as proteínas reguladoras o TITINA E NEBULINA, duas proteínas acessórias gigantes MIOSINA • É uma proteína motora com capacidade de produzir movimento • Os Filamentos de Miosina são Compostos por Múltiplas Moléculas de Miosina. • Cada molécula de miosina é composta de cadeias proteicas que se entrelaçam, formando uma longa cauda e um par de cabeças. • Cada cabeça de miosina possui duas cadeias proteicas: uma cadeia pesada e uma cadeia leve, menor. A cadeia pesada é o domínio Helena Maria – P3 • motor capaz de ligar o ATP e utilizar a energia da ligação fosfato de alta energia do ATP para gerar movimento. • A miosina liga-se à actina, criando ligações cruzadas entre os filamentos grossos e finos. • A miosina converte a energia do ATP em movimento. A miosina ATPase converte ATP em ADP e Pi • Quando a miosina libera o Pi, a cabeça da miosina se move, produzindo o movimento de força. Ao final do movimento de força, a miosina libera o ADP. O ciclo termina com o estado de rigidez, no qual a miosina está firmemente ligada à actina. ACTINA • É a proteína que forma os filamentos finos da fibra muscular. • Os Filamentos de Actina são Compostos por Actina, Tropomiosina e Troponina. • Ativação do Filamento de Actina acontece devido a presença de íons de Cálcio • Se o complexo troponina-tropomiosina for adicionado ao filamento de actina, a união entre a miosina e a actina não ocorre. TROPOMIOSINA • Essas moléculas estão espiraladas nos sulcos da dupla hélice da actina F. • Durante o período de repouso, as moléculas de tropomiosina recobrem os locais ativos de filamento de actina, de forma a impedir que ocorra atração entre os filamentos de actina e de miosina para produzir contração. TROPONINA • Essas moléculas proteicas são, na realidade, complexos de três subunidades proteicas frouxamente ligadas, cada uma com participação específica na regulação da contração muscular. o Troponina I tem forte afinidade com a actina o Troponina T com a tropomiosina o Troponina C com os íons cálcio • Esse complexo é responsável pela ligação da tropomiosina com a actina. ....................................................................................................................................................................................... → Em presença de grande quantidade de íons cálcio, os efeitos inibidores do complexo troponina-tropomiosina são, por sua vez, inibidos. → No músculo relaxado, a tropomiosina cobre parcialmente e bloqueia o sítio de ligação à miosina presente na molécula de actina. → O Ca2+ liga-se à troponina para dar início ao processo de contração. Essa ligação desbloqueia os sítios de ligação à miosina, permitindo que a miosina complete o movimento de força. → Durante o relaxamento, o retículo sarcoplasmático utiliza uma Ca2+ ATPase para bombear o íon Ca2de volta para o seu lúmen. Helena Maria – P3 • Cada sarcômero é constituído pelos seguintes elementos Discos Z: Um sarcômero é formado por dois discos Z e pelos filamentos encontrados entre eles. Os discos Z são estruturas proteicas em ziguezague que servem como pontos de ancoragem para os filamentos finos. A abreviação Z provém de zwischen, a palavra do alemão para “entre”. Banda I: É a banda de coloração mais clara do sarcômero e representa uma região ocupada apenas pelos filamentos finos. A abreviação I vem de isotrópico, uma descrição dos primeiros microscopistas, indicando que a região reflete a luz de maneira uniforme ao microscópio de polarização. Um disco Z atravessa o centro de cada banda I, de modo que cada metade de uma banda I pertence a um sarcômero diferente. Banda A: É a banda mais escura do sarcômero e engloba todo o comprimento de um filamento grosso. Nas porções laterais da banda A, os filamentos grossos e finos estão sobrepostos. O centro da banda A é ocupado apenas por filamentos grossos. A abreviação A vem de anisotrópico, indicando que as proteínas dessa região desviam a luz de modo irregular. Zona H: Essa região central da banda A é mais clara do que as porções laterais da banda A, uma vez que a zona H é ocupada apenas por filamentos grossos. O H vem de helles, a palavra alemã para “claro”. Linha M: Essa banda representa as proteínas que formam o sítio de ancoragem dos filamentos grossos (equivalente ao disco Z para os filamentos finos). Cada linha M divide uma banda A ao meio. M é a abreviação para mittel, a palavra alemã para “meio”. Helena Maria – P3 MECANISMO GERAL DA CONTRAÇÃO MUSCULAR O início e a execução da contração muscular ocorrem nas seguintes etapas: Os potenciais de ação cursam pelo nervo motor até suas terminações nas fibras musculares. Em cada terminação, o nervo secreta pequena quantidade da substância neurotransmissora acetilcolina. A acetilcolina age em área local da membrana da fibra muscular para abrir múltiplos canais de cátion, “regulados pela acetilcolina”, por meio de moléculas de proteína que flutuam na membrana. A abertura dos canais regulados pela acetilcolina permi te a difusão de grande quantidade de íons sódio para o lado interno da membrana das fibras musculares. Essa ação causa despolarização local que, por sua vez, produz a abertura de canais de sódio, dependentes da voltagem, que desencadeia o potencial de ação na membrana. O potencial de ação se propaga por toda a membrana da fibra muscular, do mesmo modo como o potencial de ação cursa pela membrana das fibras nervosas. O potencial de ação despolariza a membrana muscular, e grande parte da eletricidade do potencial de ação flui pelo centro da fibra muscular. Aí, ela faz com que o retículo sarcoplasmático libere grande quantidade de íons cálcio armazenados nesse retículo. Os íons cálcio ativam as forças atrativas entre os filamentos de miosina e actina, fazendo com que deslizem ao lado um do outro, que é o processo contrátil. Após fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo sarcoplasmático pela bomba de Ca++ da membrana, onde permanecem armazenados até que novo potencial de ação muscular se inicie; essa remoção dos íons cálcio das miofibrilas faz com que a contração muscular cesse. INICIO DA CONTRAÇÃO MUSCULAR Estado relaxado • A cabeça da miosina está engatilhada, a tropomiosina bloqueia de forma parcial todos os sítios de ligação presentes na molécula de actina. A miosina interage de modo fraco com a actina. Início da contração. • O cálcio promove o início dacontração. Elevação do Ca2+ citosólico. Ligação do Ca2+ à troponina (TN). O complexo Ca2+-troponina desloca a tropomiosina, afastando-a do sítio de ligação da miosina na actina G. Helena Maria – P3 A miosina liga-se fortemente à actina e conclui o movimento de força. O filamento de actina é movido. O ESTADO DE RIGIDEZ • O ciclo de contração e relaxamento começa com o estado de rigidez, no qual nenhum ATP ou ADP estão ligados à miosina. • No músculo vivo, esse estado é normalmente muito curto. As fibras musculares vivas têm um suprimento de ATP suficiente, o qual se liga rapidamente à miosina assim que o ADP é liberado.• Após a morte, quando o metabolismo cessa e o suprimento de ATP se esgota, os músculos são incapazes de ligar mais ATP e, por isso, os músculos permanecem no estado de ligação forte, chamado de estado de rigidez. • No rigor mortis, os músculos ficam “paralisados” em decorrência das fortes ligações cruzadas que permanecem imóveis. A forte ligação entre a actina e a miosina persiste por um dia ou mais após a morte, até que as enzimas envolvidas no processo de decomposição comecem a degradar as proteínas musculares. ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO (E-C) E RELAXAMENTO • No processo de acoplamento excitação-contração, um neurônio motor somático libera ACh, que provoca um potencial de ação no músculo esquelético, o qual leva à contração muscular. • A acetilcolina inicia o processo de acoplamento excitação-contração • O acoplamento E-C envolve quatro eventos principais: A acetilcolina (ACh) é liberada pelo neurônio motor somático. A ACh leva à geração de um potencial de ação na fibra muscular. O potencial de ação muscular desencadeia a liberação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático. O cálcio liga-se à troponina, dando início ao processo de contração. • Geração do potencial de ação muscular o O neurônio somatomotor libera ACh na junção neuromuscular. o O influxo efetivo de Na+ através do receptor de ACh desencadeia um potencial de ação muscular. • Acoplamento excitação-contração o O potencial de ação que penetra no túbulo T produz uma alteração conformacional no receptor de DHP. o A mudança conformacional do receptor de DHP (receptor de di-hidropiridina o (canal de cálcio do tipo L)) causa a abertura dos canais RyR (receptor de rianodina (canal)) de liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático e o Ca2+ entra no citoplasma. o O Ca2+ liga-se à troponina e permite a ligação entre actina e miosina. o As cabeças da miosina executam o movimento de força. o O filamento de actina desliza em direção ao centro do sarcômero. o As bombas de cálcio (Ca2+ ATPases) do retículo sarcoplasmático bombeiam o Ca2+ de volta ao RS. o A redução da [Ca2+] citosólico livre desfaz a ligação entre o Ca2+ e a troponina. o A tropomiosina volta a recobrir o sítio de ligação. Quando as cabeças da miosina são liberadas, os elementos elásticos puxam os filamentos de volta para a posição de repouso. Helena Maria – P3 FUSOS MUSCULARES M Ú S C U LO L I SO • O músculo liso é mais lento do que o músculo esquelético, mas pode manter a contração por mais tempo sem fatigar. • Os processos de contração e relaxamento do músculo liso são similares aos do músculo esquelético, porém existem algumas diferenças importantes: O musculo liso não possui sarcômeros O Ca2+ é proveniente tanto do LEC quanto do retículo sarcoplasmático Não é necessária a geração de potenciais de ação para a liberação do Ca2+ Helena Maria – P3 Não existe troponina, então o Ca2+ inicia a contração, ativando uma sequência de eventos, que inclui a fosforilação das cadeias leves da miosina Um evento adicional no processo de relaxamento do músculo liso é a desfosforilação das cadeias leves da miosina pela miosina fosfatase. • Os músculos lisos fásicos encontram-se normalmente relaxados ou em ciclos de contrações. • O músculo liso tônico normalmente se mantém contraído • O músculo liso unitário contrai como uma unidade única à medida que a despolarização passa de uma célula para outra através de junções comunicantes. • No músculo liso multiunitário, as fibras musculares individuais são estimuladas de maneira independente • umas das outras. • O músculo liso tem menos miosina do que o músculo esquelético. • No filamento de actina do músculo liso, não existe troponina associada. • O retículo sarcoplasmático do músculo liso possui canais RyR de liberação de Ca2+ e canais receptores de IP3. • A sensibilidade ao cálcio no músculo liso pode ser alterada por modificações na atividade da fosfatase da miosina. • Na contração miogênica, o estiramento leva à despolarização da célula e à subsequente abertura de canais de Ca2+ da membrana CONTRAÇÃO DO MÚSCULO LISO • Durante a contração do músculo liso, o Ca2+ liga-se à calmodulina e ativa a cinase da cadeia leve da miosina (MLCK), onde a mesma fosforila as cadeias proteicas leves da miosina, o que ativa a miosina ATPase, desencadeando os movimentos de força das ligações cruzadas. • A contração do músculo liso é influenciada por neurônios simpáticos e parassimpáticos e uma diversidade de hormônios e sinais parácrinos • O aumento citosólico do cálcio é o sinal para a contração. As concentrações de Ca2+ intracelular aumentam quando o Ca2+ entra na célula e quando é liberado a partir do retículo sarcoplasmático. O Ca2+ liga-se à calmodulina (CaM). O complexo Ca2+-calmodulina ativa a cinase da cadeia leve da miosina (MLCK). A MLCK fosforila as cadeias leves nas cabeças da miosina e aumenta a atividade da miosina-ATPase. As ligações cruzadas ativas da miosina deslizam ao longo da actina e geram tensão muscular. Helena Maria – P3 RELAXAMENTO DO MÚSCULO LISO • Durante o relaxamento, o Ca2+ é bombeado para fora do citosol, e as cadeias leves da miosina são desfosforiladas pela fosfatase de miosina. • A remoção do Ca2+ do citosol é o primeiro passo para o relaxamento. O Ca2+ livre no citosol diminui ao ser bombeado para fora da célula ou de volta para o retículo sarcoplasmático. O Ca2+ desliga-se da calmodulina (CaM). A atividade da MLCK diminui. A fosfatase da miosina (MLCP) remove o fosfato da cadeia leve da miosina, o que diminui a atividade da miosina-ATPase. Uma redução da atividade da miosina-ATPase provoca uma redução da tensão muscular.
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