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CEDERJ - Literatura brasieira I, resumo dos autores que estabeleceram o cânone brasileiro

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LITERATURA BRASILEIRA I 
 
 
 
 
HISTÓRIA vs. HISTORIOGRAFIA 
 História: biografia da literatura, seu surgimento, seus períodos e estilos de 
época, os determinantes históricos, sociais e culturais que moldaram a literatura. 
O conjunto de obras e autores fazem parte da literatura. Apresenta as origens e 
o desenvolvimento da literatura nacional. 
 Historiografia: já deve existir a história da literatura. Um estudo acerca dessa 
história é feito, de maneira mais crítica e reflexiva. Dedica-se mais ao estudo das 
obras literárias, sobre como o autor foi motivado para a concepção da obra. 
Obras voltadas para o estudo do fenômeno literário. 
 
 
CONTRIBUIÇÕES AO CÂNONE BRASILEIRO 
 INTERNACIONAIS: O estudo desenvolvido por autores estrangeiros se deu em 
duas etapas. A primeira contemplada pelo conjunto de estudos que encarava a 
literatura brasileira como apêndice da portuguesa, a segunda a encara de 
maneira mais autônoma. 
 NACIONAIS: Os estudos eram compostos por cinco etapas, dentre as quais 
estavam as antologias de poesia, os ensaios, as galerias, as edições de textos e 
as histórias literárias propriamente ditas. 
 
 
 
SÍLVIO ROMERO 
 Coloca a literatura como objeto do método científico da época (positivismo, 
determinismo etc); 
 Não considerava o Romantismo por ser muito “sentimentalista” e por idealizar 
muito a realidade. 
 Uma obra só se tornaria verdadeira se aproximasse-se da realidade que cerca o 
escritor; 
 Queria retirar de cena os meros imitadores da literatura portuguesa, a fim de 
criar uma identidade nacional. Queria promover um abrasileiramento. Ao mesmo 
tempo defendia que a literatura nacional fosse para fora do Brasil, de encontro 
ao mundo; 
 Defendia a necessidade de atravessar fronteiras intelectuais do país; 
 É fundador da crítica literária brasileira, porque tudo o que havia antes eram 
compilados de autores com alguns itens biográficos. Hoje, no entanto, é 
considerado como reducionista (apesar de isso ser um tanto que anacrônico); 
 Contradição: criticava a relação entre literatura local e translocal, mas absorvia 
as ciências vindas da Europa; 
 O mesmo elemento que o consagrou como progressista (a crítica sobre bases 
cientificistas) o determinou como símbolo de retrocesso literário. 
 Tudo o que não possuía respaldo histórico era considerado “arte pela arte”; 
 Bebeu na fonte do positivismo, do evolucionismo, do socialismo científico e do 
determinismo, fusão que resultou em um método de análise rico na diversidade 
de perspectivas, mas pobre de interpretação literária; 
 Considerava meio, raça, natureza, sociedade, cultura e história como 
determinantes da literatura brasileira. O autor seria mera marionete das forças 
biológicas; 
 
 
JOSÉ VERÍSSIMO 
 A força do meio cultural incide sobre o psicológico do autor, e arquitetava a obra; 
 Procurava na literatura aspectos particulares que não se explicavam através do 
clima, do meio, da raça, da biologia ou da geografia; 
 Ainda assim, associava sua crítica a categorias históricas/historicistas e 
sociológicas. 
 
 
NELSON WERNECK SODRÉ 
 Levava em consideração as contingências políticas, sociais e econômicas. Esses 
elementos motivam as especificidades de uma obra literária. 
 Sodré critica os historiadores que narram acontecimentos e descrevem ações dos 
personagens, como se esses agissem sem dependência do contexto que os 
envolvem. 
 Critica abertamente o conceito que considerava “literatura como reunião de tudo 
quanto exprime a imaginação e o raciocínio pela linguagem e pelos escritos”, 
conceito este que enquadrava em literatura as crônicas de viagem, historiadores, 
oradores, geógrafos etc. (Esses discursos são importantes para entender o país, 
mas turvam o caminho da literatura.) 
 Literatura está presente na capacidade de os escritores se aproximarem da vida, 
e da realidade. 
 Distancia-se da periodicidade das escolas literárias e dedica-se ao 
desenvolvimento literário com base no contexto. 
 Divide a literatura brasileira em três momentos: 
 Colonial (na vigência da subordinação à metrópole) Período do 
Barroco e Arcadismo, onde a literatura confundia-se com a 
portuguesa; 
 Elaboração nacional (vigência da estrutura econômica) Período do 
Romantismo ao pré-Modernismo; 
 Nacional (o Brasil rompe com a estrutura colonial, as classes sociais 
redefinem-se. Meados do século XIX, e posteriormente, após a 
revolução de 30). 
 Sodré desenvolve uma reflexão sobre três aspectos: 
 O Romantismo coloca a “terra” brasileira e seu povo como tema. No 
entanto, o indianismo representava a expressão da autonomia para 
uma sociedade de senhores de terra, e não para o povo. O negro 
representava o grau mais baixo na escala social. 
 Há um mergulho da subjetividade com alguns românticos e com 
Machado de Assis, quando o romance brasileiro se liberta da terra e 
volta-se para o mundo das emoções interiores. 
 Com os regionalistas no começo do século XX, acontece uma 
reconciliação com a terra e o homem passa a ser tematizado no seu 
meio bruto e natural. 
 
AFRÂNIO COUTINHO 
 Privilegiava o estético e o literário em seus estudos; 
 Os dois critérios adotados: histórico e estilístico; 
 Priorizava a interioridade das obras, os elementos formais e estéticos; 
 Não considerava fatores externos; 
 Literatura tem seu desenvolvimento próprio e autônomo. 
 Considera brasileira a parte da literatura produzida no Brasil antes da 
independência, ou seja, desde o Barroco. O que é conhecido como Barroco hoje 
era incluso ao Arcadismo antes. 
 Introduz em sua obra a ideia de Rococó (estilo entre o Barroco e o Arcadismo); 
 Considera que a periodização não deve obedecer a critérios de ordem política, 
mas sim de ordem estética; 
 Deixa de lado o termo “literatura colonial” e adota o termo “Barroco”; 
 Diferenciava-se dos demais críticos por não considerar que a literatura produzida 
aqui era apenas um ramo da literatura portuguesa. 
 Em oposição à Sodré, Veríssimo e Werneck, a problemática da periodização não 
estava relacionada com o caráter de nacionalidade, mas com o objetivo de 
descobrir a partir de que momento a literatura brasileira tomou suas próprias 
feições; 
 Apresenta duas concepções diferentes de literatura em seu prefácio: literatura 
como consequência de fatores histórico-culturais e sociais, da personalidade do 
autor, língua, raça etc. (extrínseco); e literatura como manifestação de natureza 
estética, de narrativa, temática, ritmo, ponto de vista, motivos, etc. (intrínseco). 
 Suas conclusões sobre o estudo estilístico das obras são: 
 Se relaciona ao conceito da história literária; 
 Apresenta a formação da literatura brasileira concomitante com a 
origem da civilização e do homem brasileiro no século XVI; 
 Põe em relevo a especificidade da obra literária; 
 Proporciona uma visualização de conjunto das artes; 
 Valoriza estilos tidos como secundários, como o Barroco; 
 Ajuda a classificar obras que não tinham lugar definido nas histórias 
da literatura; 
 Compreende que os estilos literários não se sucedem, mas 
entrecruzam-se. 
 
 
ANTÔNIO CÂNDIDO 
 Manifestação literária x literatura como sistema: manifestação literária é o escrito 
que não circulou socialmente, e literatura como sistema é um conjunto de obras 
com características em comum (é algo orgânico: deve haver o autor, o leitor, a 
obra e a circulação social); 
 Em manifestação literária enquadram-se os textos do Quinhentismo, que não 
tinham pretensão de enquadrar-se em literatura, e também os textos do Barroco, 
que não foi tão difundido na época (daí a teoria de Gregório de Matos); 
 Início da literatura: Arcadismo, onde os autores começaram a receber a reação 
do público e passaram a ter seus textos intensamente publicados; 
 A inauguração da literatura se deu através de um encadeamento progressivo que 
culminou na consciência e, após um tempo, na necessidade da feitura de umaliteratura nacional; 
 A sociedade influencia a literatura, e a literatura influencia a sociedade. 
 Fez uma fusão entre questão estética e questão histórico-cultural. 
 Seu mapeamento historiográfico começa no século XVII, com o Arcadismo, onde 
segundo ele nasceu a literatura nacional. 
 Quando as atividades dos escritores de um dado período se enquadram nesse 
sistema, há a formação da continuidade literária; 
 Seu trabalho é considerado reducionista por alguns críticos, ora por “desmerecer 
o aspecto estético da literatura em favor do aspecto social”, ora por ser 
paradoxalmente acusado de ser deficitário no que diz respeito às nossas Letras, 
ora por ter um método nacionalista tributário do Romantismo. 
 
MÉTODOS CRÍTICOS ANALÍTICOS: 
 SÍLVIO ROMERO: estudava a literatura através de um cinturão de disciplinas, e 
relacionava tudo à tentativa de explicar o que determina a figuração da literatura. 
Não analisa a escrita do texto em si, sua simbologia ou sua forma. Meio, história 
e raça determinam a literatura. Enquadrava tudo em um determinismo fechado. 
Periodização relacionada à nacionalidade. 
 JOSÉ VERÍSSIMO: estudava a literatura sob a força do meio cultural que incidia 
na psicologia do autor e, enfim, arquitetava a obra literária. Dissertava sobre a 
biografia do autor, fazia referências ao contexto social, e só então analisava a obra 
literária. Procurava ver na literatura aspectos que não se explicam pelo clima, pela 
biologia ou pela geografia, mas pelas categorias históricas. Costumava considerar 
mais as obras que continham mais fatores nacionais, uma vez que era 
nacionalista. Considera o Romantismo como início da literatura brasileira. 
Periodização relacionada à nacionalidade. 
 NELSON WERNECK SODRÉ: estudava literatura levando em consideração 
aspectos como as contingências sociais, políticas e econômicas, externas, que 
sempre motivaram as especificidades literárias. Distancia-se da periodicidade das 
escolas literárias. Não considerava o período colonial como literatura brasileira. 
Critério: capacidade de representar o país. Periodização relacionada à 
nacionalidade. 
 AFRÂNIO COUTINHO: estudava literatura com base na qualidade estética, nos 
elementos formais, estruturais e estéticos das obras, deixando em segundo plano 
os fatores externos (focava na literatura intrínseca). Considerava o período 
colonial como parte integrante da literatura brasileira. Periodização estilística. 
 ANTONIO CANDIDO: estudava literatura valendo-se de critérios historicistas e 
sociológicos, mas ainda assim, dava importância principal à literalidade das obras. 
Não reduziu o fenômeno literário à expressão do social.

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