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DJULIE ANDRADE 1 Causada por uma infecção por cepas nefritogênicas do estreptococo do grupo A beta-hemolítico (S. pyogenes) que podem estar presentes nas piodermites estreptocócicas (impetigo e erisipela) ou na faringoamigdalite Período de incubação: 7-21 dias (orofaringe) e 15-28 dias (cutânea) Principal causa de nefrite aguda em crianças Acomete principalmente indivíduos entre 2 a 15 anos Patogênese Deposição de complexos imunes circulantes com componentes antigênicos estreptocócicos Formação de complexos imunes in situ secundário a deposição de antígenos estreptocócicos na membrana glomerular e subsequente ligação do anticorpo Formação de complexos imunes in situ promovida por anticorpos contra antígenos estreptocócicos que promovem reação cruzada com componentes glomerulares (mimetismo molecular) Reação autoimune: em alguns pacientes, são detectados depósitos glomerulares de anti-IgG, anticorpos anti-DNA, anticorpos anti-Cl, ANCA e fator reumatoide Manifestações clínicas Maioria assintomáticas Edemas: anasarca devido a retenção de sódio e água – em casos graves pode haver edema pulmonar Hematúria macroscópica: urina de aparência escura (coca-cola) Hipertensão: causada pela retenção de sódio e água Hematúria microscópica: hematúria é sempre presente na GNPE Oligúria (50% dos pacientes) Exames laboratoriais Função renal: TFG há dos níveis séricos de creatinina Sumário de urina: hematúria dismórfica (devido a migração de hemácias através das fendas que surgem nas alças capilares dos glomérulos inflamados) + protenúria + piúria – também pode ter cilindros hemáticos, que são compostos pela glicoproteína de Tamm-Horsfall (produzida na alça de Henle) e hemácias Complemento: C3 e CH50 na maioria dos pacientes, entre 4 e 8 semanas Strep-test: de anticorpos contra produtos estreptocócicos – anti- estreptolisina (ASO), anti-hialuronidase (AHase), anti-estreptoquinase (ASKase), anti-nicotinamida-adenina dinucleotidase (anti-NAD), anti-DNAse B – nas faringoamigdalites normalmente o ASO está e nas piodermites o anti-DNAse B está mais Diagnóstico Questionar faringite ou piodermite recente Verificar compatibilidade do período de incubação Documentar infecção estreptocócica por meio de exames laboratoriais Demonstrar do complemento com retorno ao valor normal em até 8 semanas Biópsia renal não é obrigatória, indicada nos seguintes casos: Oligúria por + de uma semana Hipocomplementemia que não melhora em até 8 semanas Proteinúria em faixa nefrótica DJULIE ANDRADE 2 Evidências clínicas ou sorológicas de doença sistêmica Evidência clínica de glomerulonefrite rapidamente progressiva Ausência de evidências laboratoriais de infecção estreptocócica Complemento sérico normal Diagnóstico diferencial Glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP): apresentam alterações urinárias persistentes e hipocomplementemia Nefropatia por IgA LES, vasculite por IgA: manifestações sistêmicas e alterações laboratoriais características Tratamento Não existe tratamento específico Infecção ainda presente: penicilina Restrição de Na e água, uso de diuréticos de alça para níveis pressóricos e edema (furosemida, 1mg/kg – máximo 40mg) Encefalopatia hipertensiva: imediatamente a PA – nifedipina oral ou nicardipina parenteral Comprometimento renal grave: diálise Edema pulmonar, falência cardíaca e hipertensão refratárias ao tratamento medicamentoso Hipercalemina não-responsiva a tratamento medicamentoso Uremia (89-100mg/dl)