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FARMACOLOGIA DA INFLAMAÇÃO

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PRISCILA GIAMPAOLI AZEVEDO BRANDT 
 
 
 
 
− A inflamação é uma alteração dos tecidos vascularizados frente a um agressor 
− A inflamação está presente em uma série de doenças, como alzheimer, alergias, doenças 
autoimunes, câncer, doenças pulmonares, diabetes, artrite e doenças neurológicas 
− A histamina é um importante mediador químico participante da resposta inflamatória 
aguda. É liberada pelos mastócitos (células que ficam nos tecidos e não nos vasos), por 
plaquetas e basófilos
− A inflamação aguda é uma resposta imediata e precoce a lesão tecidual (física, química, 
microbiológica etc.) e é caracterizada pela vasodilatação, pelo aumento da permeabilidade 
vascular, edema e pela migração leucocitária (PMNs – polimorfonucleares) 
 
− Substância endógena sintetizada, armazenada e liberada pelos mastócitos que são 
abundantes na pele, GI e o trato respiratório; pelos basófilos no sangue e por alguns 
neurônios no SNC e SNP 
− No SNC e no SNP, a histamina age como um neurotransmissor (atua nos receptores H3) 
e tem o papel de manter o estado de vigília. É por isso que anti-histamínicos dão sono 
− A ação primária da histamina consiste na secreção de ácido gástrico e pepsina (atua nos 
receptores H2) – a secreção ácida é reforçada pela gastrina e estimulação vagal 
− Síntese e metabolismo: o aa essencial histidina é transformando em histamina pela 
histidina descarboxilase, ficando armazenada em vesículas até que seja liberada nos 
tecidos. Após ser liberada, a histamina é metabolizada pelo sistema P450 por duas vias: 
pelas enzimas MAO e pela DAO 
− Ações da histamina: Resposta tríplice de Lewis → injeção intradérmica de histamina que 
causa ponto vermelho em segundos (efeito vasodilatador direto, H1R), vermelhidão 
(reflexo axonal, vasodilatação e coceira, H1R) e edema na mesma área do ponto vermelho 
devido a permeabilidade aumentada (H1R) 
− A histamina é uma amina vasoativa de potente poder vasodilatador que causa contração 
das células endoteliais e abertura das junções. É liberada em resposta a lesão (trauma, 
Farmacologia da inflamação: 
histamina e anti-histamínicos 
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aquecimento), reações imunes (IgE- receptor FcR mastócitos), anafilatoxinas (fragmentos 
C3a, C5a), citocinas (IL-1, IL-8) e neuropeptídeos 
 
 REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE 
− É frequente uma liberação maior de histamina quando os mastócitos estão sensibilizados 
por anticorpos da classe IgE 
− As reações de hipersensibilidade ocorrem quando há IgE numa quantidade aumentada → 
sistema imune sensível à ativação 
− O IgE é produzido contra antígenos solúveis e possuem papel importante nos mastócitos 
− Exemplos de reações de hipersensibilidade: rinite alérgica, asma, choque anafilático 
− Anafilaxia → É a ocorrência da reação de hipersensibilidade do tipo 1 e o alérgeno pode 
ser qualquer causador. Mesmo reações com quantidades diminutas de antígeno podem 
ser potencialmente fatais 
− A ativação dos mastócitos vai fazer com que seus grânulos de histamina sejam liberados 
e com isso, uma série de ações serão provocadas. 
− No TGI, haverá o aumento da secreção de fluido e de peristaltismo, o que pode provocar 
vômitos e diarreia. 
− Nas vias aéreas, a redução do diâmetro e o aumento da secreção de muco pode provocar 
congestão e bloqueio das vias, gerando tosse, catarro e respiração ofegante. 
− Já nos vasos sanguíneos, o aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular 
causa aumento da concentração de células e proteínas nos tecidos, aumento da resposta 
inflamatória nos tecidos e aumento do fluxo da linfa para os linfonodos 
− Liberadores de histamina mediados por IgE: alimentos como ovo, amendoim, derivado 
de leites e nozes; fármacos como penicilinas e sulfonamidas; venenos de formigas, 
abelhas e cobra; proteínas estranhas como insulina porcina e proteínas séricas; e enzimas 
como papaína 
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− Liberadores de histamina não imunes (nem sempre desencadeiam a resposta mediada 
por IgE): morfina e outros opioides; aspirina e outros AINES em alguns asmáticos; 
vancomicina, i.v., polimixina B; alguns meios de contraste para raio X, succinilcolina, 
tubocurarina; anafilatoxinas (C3a e C5a) e urticária do frio ou calor 
 
− Sintomas clínicos associados à liberação de histamina: 
▪ Leve/cutâneo: eritema, urticaria e coceira 
▪ Leve a moderado: reações de pele, taquicardia, disrritmias, moderada hipotensão, 
dificuldade respiratória leve 
▪ Severa/anafilático: hipotensão severa, fibrilação ventricular, parada cardíaca, 
broncoespasmo e dificuldade respiratória 
 
− Receptores: distribuição e função 
▪ H1: Presentes na musculatura lisa, endotélio, SNC. Quando a histamina atua nesses 
receptores, ela provoca broncoconstrição, vasodilatação, aumento de permeabilidade, 
dor e coceira, rinite alérgica, doença do movmento (cinetose) 
▪ H2: Presentes nas células parietais gástricas, nos vasos sanguíneos e nos basófilos. 
Quando a histamina atua nesses receptores, ela regula a secreção ácida gástrica, a 
vasodilatação e inibe a degranulação dependente de IgE 
▪ H3: Presente no SNC e em algumas células do SNP. Quando a histamina atua nesses 
receptores, ela atua nas pré-sinapses, inibindo a síntese de liberação de histamina 
(feedback). Também controla a liberação de DA, GABA, ACh, 5-HT e NE 
▪ H4: Altamente expresso nas células da medula e leucócitos. Medeiam a quimiotaxia dos 
mastócitos, mas não tem função farmacológica 
 
 AÇÕES SELETIVAS DA HISTAMINA 
− Vascular → 
▪ No endotélio vascular, a histamina 
ativa receptores do tipo H1 para 
provocar vasodilatação por meio da 
liberação de óxido nítrico e 
prostaglandinas 
▪ Nos vasos cardíacos, ativa os 
receptores do tipo H1, promovendo 
vasoconstrição 
▪ Nas vênulas pós capilares, ativa os 
receptores do tipo H1, promovendo 
aumento da permeabilidade 
▪ Nos receptores H2, a histamina 
promove uma ação vasodilatadora 
mediada pelo AMPc nas células 
musculares dos vasos coronários 
 
− Pulmões → 
▪ H1: broncoconstrição, aumento da 
viscosidade do muco 
▪ H2: rápida broncodilatação, aumento 
da secreção de muco 
▪ H1: estimulação da terminação 
nervosa sensorial vagal (tosse) 
 
− TGI → 
▪ H2: aumento da secreção ácida, 
fluidos e pepsina 
▪ H1: aumento da motilidade e 
secreções intestinais 
− SNP→ 
▪ H1: dor e coceira 
 
− Fármacos que atuam em receptores de histamina estão associados a eventos 
antialérgicos e a proteção gástrica 
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 ESTABILIZADORES DE MASTÓCITOS (CROMOLIN SÓDICO, ALBUTEROL) 
− Diminuem a liberação de histamina pelos mastócitos porque impedem a associação das 
IgEs na membrana 
− São fármacos administrados por inalação de solução nebulizada (pó → efeito irritante) 
− São usados na profilaxia da liberação de histamina, mas não antagoniza os efeitos da 
histamina 
− Mecanismo e efeito similar: nedocromil 
− Cromolin → 
▪ Uso terapêutico: tratamento de asma severa (adjuvante), prevenção e tratamento da 
rinite alérgica, prevenção do broncoespasmo induzido pelo exercício, mastocitose 
sistêmica e desordens alérgicas oculares 
▪ Contraindicações: asma aguda e broncoespasmo 
▪ Efeitos adversos: tosse, chiados, dor de cabeça, rash e náusea 
 
 ANTI H1-R (1° E 2° GERAÇÃO) 
− Os fármacos de primeira geração possuem efeito sedativo, então, eles provocam sono. Já 
os fármacos de segunda geração tem menor potencial de provocar sono 
− Fármacos de 1° geração → 
− Etanolaminas (exemplo: dramin), etilenodiamina (ex: engov), alquilamina, fenotiazina e 
piperazinas 
− OBS: A ciclizina é um fármaco anti-histamínico anti H1 empregado pra tratar vertigem, 
enjoo e a doença do movimento 
− Uso terapêutico: anafilaxia e outros casos em que pode ocorrer a liberação de histamina 
(anti-H2 e epinefrina também devem ser usados na anafilaxia); antialérgicos (rinite 
alérgica, dermatoses alérgicas, dermatite de contato);sedativos/sonífero; prevenir a 
doença do movimento (meclizina e ciclizina); antitérmico (profilaxia para cinetose); 
antivertiginoso; antitussígeno e aumento do apetite 
− Efeitos adversos: sedação, tontura, fadiga, taquicardia na overdose, reações alérgicas 
no uso tópico, efeitos antimuscarínicos periféricos (boca seca, visão borrada, constipação, 
retenção urinária) 
− Interações farmacológicas: efeito aditivo com antimuscarínicos, potencializa a 
depressão do SNC (opioides, sedativos, analgésicos gerais e narcóticos, álcool) 
− Farmacocinética: bem absorvidos pelo TGI; amplamente distribuídos – atravessam a 
barreira hematoencefálica e a barreira placentária; possuem metabolismo hepático, 
eliminação renal (induz enzimas microssomais hepáticas) 
− Fármacos de 2° geração → 
− Cetirizina, levocetirizina, fexofenadina, loratadina, desloratadina, rupatadina e azelastina 
− São mais hidrossolúveis, ou seja, não atravessam tanto a barreira hematoencefálica. Por 
isso, tendem a ter um efeito mais periférico e um efeito menor no sistema nervoso central 
− Efeitos adversos: menor incidência de efeitos adversos que os de primeira geração. A 
cetirizina paree ter mais ações no SNC (sedativo) que a fexofenadina ou loratadina. Uso 
contraindicado para motoristas 
− Farmacocinética: cetirizina (C), loratadina (L) e fexofenadina (F) são bem absorvidas e 
excretadas na forma não metabolizada; C e L são excretadas primariamente na urina, F é 
primariamente excretada nas fezes; induzem as enzimas do citocromo P450 
 
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 ANTI H2-R (RANITIDINA, CIMETIDINA) 
− Cimetidina, famotidina, nizatidina, lafutidina, ebrotidina e pabutidina 
− Mecanismo de ação: bloqueio competitivo do receptor H2 da célula parietal e 
consequente inibição da secreção ácida 
− Indicações terapêuticas: úlcera péptica, úlcera produzida por estresse agudo, refluxo 
gastroesofágico e gastrinoma (síndrome de zollinger ellison) 
− Farmacocinética: absorção duodenal, metabolismo hepático e excreção renal 
− Efeitos adversos: diarreia, dor de cabeça, tontura, fadiga, dor muscular, constipação, 
urticaria e prurido. A longo prazo, altas doses de cimetidina tem efeito antiandrogênico 
(galactorreia nas mulheres e ginecomastia, redução da contagem de espermatozoides e 
impotência em homens) 
− Interações medicamentosas: a cimetidina inibe várias enzimas do citocromo p450, seu 
uso deve ser substituído por outro anti-H2 se paciente em uso de lidocaína, fenitoína, 
quinidina, varfarina, Diazepam, imipramina e teofilina 
 
 AGONISTAS E ANTAGONISTAS H3-R 
− Novos fármacos em desenvolvimento 
− Pitolisant (narcolepsia), clobenpropit, ciprofixano (procognição) 
− Aumento da atenção (sustentada) e melhora e manutenção do estado de alerta 
 
 
 
 
− Possíveis destinos da inflamação aguda: 
▪ Resolução completa → pouco dano tecidual e capacidade de regeneração 
▪ Cicatrização (fibrose) → em tecidos sem capacidade regenerativa, depósitos de fibrina 
excessivos e organizados em tecidos fibrosados 
▪ Formação de abcessos ocorre em algumas infecções bacterianas ou fúngicas – pus 
▪ Progressão a inflamação crônica 
 
− Inflamação crônica: 
▪ Infiltração de macrófagos, linfócitos e plasmócitos (células mononucleares) 
▪ Destruição tecidual por células inflamatórias 
▪ Visa o reparo e a cicatrização com angiogênese 
▪ Quando a fase aguda não pode ser resolvida → injúria persistente ou infecção (úlcera, 
TB); exposição prolongada a agentes tóxicos e doenças autoimunes (AR, LES) 
 
− Efeitos sistêmicos da inflamação: 
▪ Febre (artralgia, mialgia, calafrios, tremores, cefaleia, letargia, fraqueza, convulsões e 
coma) 
▪ Um dos eventos mais facilmente reconhecidos desencadeado por citocinas (IL-1, IL-6, 
TNF) → reações de fase aguda 
▪ Sono: estímulo ao estado de sonolência (letargia); inibição da fome (perda de apetite) 
▪ Perda de peso: catabolismo e má absorção de nutrientes, anorexia 
Farmacologia da inflamação: 
anti-inflamatórios esteroidais ou corticosteroides 
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▪ Anemia (por doença crônica): citocinas como a IL-1 
inibem a produção de EPO (eritropoietina, hormônio que 
estimula a produção de hemácias) pelo rim e além disso, 
há redução da oferta de ferro pelos tecidos pra dificultar 
a atividade bacteriana e como efeito secundário, dificulta 
a síntese de Hb 
▪ Leucocitose: elevada contagem de leucócitos; 
infecção bacteriana, caxumba, rubéola – neutrofilia; 
infecção parasitária e asma – eosinofilia; infecção viral – 
linfocitose; leucopenias – viroses, desnutrição, HIV, 
tuberculose grave, imunossupressão, metástase tumoral 
(exaustão da medula) 
 
 Mecanismo de ação 
− Principal glicocorticoide endógeno: 
cortisol 
− Manutenção da vida 
− Síntese e secreção finamente 
reguladas (o eixo hipotálamo-hipófise-
suprarrenal, por feedback negativo, 
regula os níveis de cortisol no 
organismo) 
− Os receptores de cortisol atuam no 
núcleo regulando a expressão de 
alguns genes, como o da lipocortina-1, 
da PKA e do IKB. 
− A lipocortina-1 é uma ptn que diminui a 
atividade da PLA2. Sem a PLA2 
(fosfolipase A2), não há produção de 
ácido araquidônico e sem esse ácido, 
não há produção de prostaglandinas. 
Por isso que o corticoide tem papel anti-
inflamatório 
− A lkB é um fator de transcrição nuclear 
que se liga ao NfKB, inibindo-o. O NfkB 
ativado aumenta a síntese de 
mediadores pró-inflamatórios 
− Além disso, os corticoides agem no 
gene da PKA, aumentando a sua 
expressão. A PKA auxilia na ativação de 
enzimas antioxidantes, reduzindo os 
danos induzidos pela inflamação 
− Exemplos de anti-inflamatórios 
esteroides (glicocorticoides): 
beclometasona, budesonida, 
prednisona, fluticasona etc 
 Farmacocinética: 
− Administração: oral, tópica e parenteral 
− Alta ligação às proteínas (globulinas) 
− Ampla distribuição nos tecidos corporais 
− Metabolização hepática 
− Excreção renal 
OBS: MEDIADORES QUÍMICOS 
• PGE2 = Vasodilatação, 
Aumento de permeabilidade 
vascular, dor, ativação 
hipotalâmica (febre), liberação 
das proteínas de fase aguda 
• IL1 e TNF alfa= pró-
inflamatório, ativação de 
leucócitos, manutenção da 
febre, letargia, sonolência 
 
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 Principais indicações clínicas: 
− Terapia de reposição para pacientes com insuficiência renal 
− Terapia anti-inflamatória e imunossupressora na asma (por inalação ou, nos casos graves, 
por via sistêmica) 
− Topicamente, em condições inflamatórias da pele, dos olhos, ouvidos e nariz 
− Terapia anti-inflamatória e imunossupressora → reações de hipersensibilidade, doenças 
auto-imunes e na prevenção da doença de enxerto versus hospedeiro 
− OBS: quando utilizados como antiinflamatórios e imunossupressores, asações 
metabólicas tornam-se efeitos indesejáveis 
− Terapia de doenças neopláscias → em combinação com agentes citotóxicos (por exemplo, 
doença de Hodgkin, leucemia linfoide aguda), para reduzir o edema cerebral em pacientes 
com tumores cerebrais primários e metastásicos (dexametasona), como componente do 
tratamento antiemético em combinação com a quimioterapia 
 
 Principais ações dos glicocorticóides: 
− Ações metabólicas → 
− Sobre os carboidratos: reduz a captação e utilização da glicose e aumento da 
gliconeogênese, provocando hiperglicemia 
− Sobre as proteínas: aumenta o catabolismo e reduz o anabolismo, podendo causar perda 
de massa muscular 
− Sobre o lipídeo: aumenta o efeito lipolítico, ou seja, aumenta a quebra de gordura, mas 
promove a sua redistribuição por outros locais (síndrome de Cushing) 
− Aumento da resistência ao estresse → níveis elevados de glicose plasmática e aumento 
modesto da pressão arterial 
− Ações reguladoras → 
− Sobre o hipotálamo e a hipófise anterior: ação de retroalimentação negativa, resultando 
em diminuição da liberação dos glicocorticóides endógenos 
− Sobre os eventos vasculares: reduza vasodilatação, diminui a exsudação de líquidos 
− Alterações celulares hematológicas: 
▪ Nas áreas de inflamação aguda: redução do influxo e da atividade dos leucócitos 
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▪ Nas áreas de inflamação crônica: redução da atividade nas células mononucleares, 
redução da proliferação de vasos sanguíneos e redução de fibrose 
▪ Nas áreas linfóides: redução da expansão das células T e B e ação reduzida nas células 
T secretoras de citocinas 
− Sobre os mediadores inflamatórios e imunes: 
▪ Redução na produção e ação das citocinas, incluindo muitas interleucinas 
▪ Redução da produção de eicosanoides 
▪ Redução da produção de IgG 
▪ Redução dos componentes do complemento do sangue 
− Efeitos globais: 
▪ Redução da inflamação crônica e nas reações autoimunes, entretanto, ocorre também 
deteriorização da cicatrização 
▪ Deteriorização da cicatrização e redução nos aspectos protetores da resposta 
inflamatória 
 
− Ação anti-inflamatória → 
 
− Ações em outros sistemas → 
− Diminuição do muco protetor gástrico 
(redução de PGE2 e PGI2) 
− Perda óssea devido a redução da 
absorção de cálcio no TGI e sua elevação da 
eliminação renal (osteoporose) 
 
 Efeitos colaterais dos esteroides: “Síndrome de cushinhg” 
− Gliconeogênese 
− Osteoporose 
− Alterações físicas 
▪ Elevada produção 
de gordura e 
redistribuição 
▪ Acne 
▪ Hirsutismo 
▪ Pele frágil 
− Retenção de sódio 
▪ Retenção hídrica 
▪ Perda de potássio e 
alcalose metabólica 
 
− Acidez gástrica 
− Baixa resistência a 
infecções 
 
− Dependência 
▪ Física e 
psicológica, há 
necessidade de 
descontinuação 
gradual da 
terapêutica com 
esteroides 
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− Grupo heterogêneo de 
fármacos (ácidos 
orgânicos) que 
apresentam atividade 
anti-inflamatória (controle 
da inflamação), 
antipirética (controle da 
febre) e analgésica 
(controle da dor) 
− Alívio da dor sem produzir 
inconsciência 
(anestésicos) 
− O efeito antitérmico é 
exercido centralmente, ou 
seja, esses fármacos 
possuem a capacidade de 
atravessar a barreira 
hematoencefálica e agir 
no SN (córtex e 
hipotálamo). Tb possuem ação periférica (sistêmica) 
− São drogas que agem para aliviar a inflamação, mas não estão estruturalmente 
relacionadas com os corticosteroides 
 Farmacologia da dor e da inflamação 
− O estímulo lesivo celular (físico, químico ou biológico) promove a ativação do sistema 
complemento, lesão celular, liberação de enzimas intracelulares e liberação e ativação de 
mediadores endógenos, como as cininas. Esses eventos irão causar uma reação 
inflamatória aguda, com alterações morfofisiológicas vasculares e infiltrado celular. Além 
disso, ocorrerá uma sensibilização seletiva por substâncias algésicas durante a 
inflamação, resultando em resolução ou cronificação 
 Mecanismo de ação 
− Inibição periférica e central da atividade da enzima ciclooxigenase (COX) e com isso, 
bloqueio da formação e da liberação dos mediadores da dor, inflamação e febre, as 
prostaglandinas (PGs) 
− Inibição da liberação de histamina 
− Diminuição da migração de PMN e monócitos 
− OBS: Exceção aos fenamatos que possuem ação antagonista sobre os receptores das 
PGs 
− A COX-1 é uma enzima essencial constitutiva, encontrada na maioria das células e 
responsável pela produção de PGs para manutenção de funções fisiológicas. 
− Já a COX-2 é uma enzima induzida pela inflamação e por interleucinas inflamatórias (IL-
1, IL-2 e TNFalfa) que atua na produção de prostaglandinas que mediam a inflamação, a 
dor e a febre 
Analgésicos, antitérmicos e anti-
inflamatórios não esteroidas 
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 SALICILATOS 
− Exemplo: Ácido acetil salicílico (AAS) 
− Farmacocinética: 
▪ Absorção VO (estômago e intestino delgado) – níveis plasmáticos em 30 min, pico em 2 
horas 
▪ Fatores que influenciam a absorção – composição, velocidade de desintegração e 
dissolução, alimentos, pH, tempo de esvaziamento gástrico 
▪ Distribuição: livres e ligados a proteína plasmática (albumina) 
▪ BHE, B placentária, líquido sinovial, peritoneal, saliva, fezes, leite, suor 
− Metabolização: 
▪ Esterases mucosa GI (hidrólise) 
▪ Conjugação com glicina e ácido glicurônico 
▪ Excreção renal – influenciada pelos fatores relacionados ao pH urinário e competição 
com outros ácidos orgânicos 
− Toxicidade: 
▪ TGI, mais frequentes com tratamento prolongado e elevadas doses 
▪ Intolerância gástrica (dor, desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, anorexia) 
▪ Ulceração da mucosa com sangramento 
▪ Exacerbação na presença de etanol 
▪ Acúmulo de altas concentrações de HCl e da substância na mucosa 
▪ Liberação de O2, enzimas lisossômicas tecidos destruídos 
▪ Diminuição da síntese de PG da microvasculatura – isquemia localizada e anóxia celular 
▪ Diminuição da síntese de PG (PGE e PGE2) moduladoras da secreção 
− Contraindicação: 
▪ Gravidez – gestação prolongada, trabalho de parto prolongado, risco de sangramento 
materno 
▪ Febre em crianças (infecções como varicela e outros vírus tipo Influenza) – síndrome de 
Reye (lesão hepática e encefalopatia) 
− Indicações clínicas: 
▪ Analgesia – dores leves a moderadas, como cefaleia, dismenorreia, mialgias, artralgias, 
neuralgias, desconforto pós operatório, pós-parto, cirurgias odontológicas, 
procedimentos ortopédicos 
▪ Antitérmico 
▪ Antiinflamatório 
▪ Antiagregante plaquetário 
▪ Queratolítico 
 
 DERIVADOS PIRAZOLÔNICOS 
− Efeitos colaterais mais frequentes: efeitos no TGI como náusea, vômitos, desconforto 
epigástrico, diarreia, retenção de sódio, fenômenos hemorrágicos, agranulocitose, 
púrpura, trombocitopenia, hemolítica e anemia aplástica 
− Contra indicações: GI, insuficiências hepática e renal, discrasias sanguíneas, 
hipertensão arterial 
− Exemplos: Dipirona (novalgina), fenilbutazona, apazona 
 
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 DERIVADOS PARAMINOFENOL 
− Farmacocinética: menor grau de ligação com proteína plasmática; metabólito 
intermediário tóxico 
− Efeitos farmacológicos: não altera tempo de sangramento; possui menor potência 
antiinflamatória 
− Efeitos colaterais mais frequentes: doses terapêuticas, baixa incidência 
− Contraindicações: hipersensibilidade aos salicilatos; insuficiência hepática e renal 
− Exemplos: paracetamol tylenol, fenacetina 
 
 DERIVADOS ÁCIDO FENILACÉTICO 
− Efeitos farmacológicos: inibição COX superior indometacina e propiônicos 
− Efeitos colaterais mais frequentes: GI (20%) – sangramentos, ulcerações ou perfuração 
parede; hepatotoxicidade (15%) – aumento transaminases 
− Exemplos: voltarem, catafla, tandrilax 
 
 DERIVADOS DO INDOL 
− Efeitos farmacológicos: inibição COX superior propiônicos 
− Efeitos colaterais mais frequentes: 
▪ GI (+ sérios): dor epigástrica, anorexia, dispepsia, náuseas, vômitos, úlcera péptica, 
sangramento GI 
▪ SNC: cefaleia, vertigens, tonturas, confusão mental, alucinações, distúrbios 
psiquiátricos (depressão e psicose) 
▪ Neutropenia, trombocitopenia, anemia aplástica 
▪ Erupções cutâneas, prurido, urticária, crises agudas de asma, edema angioneurótico 
− Contra indicação: Doenças GI, psiquiátricas, epilepsia, Parkinson, insuficiência hepática 
e renal 
− Exemplos: Indometacina e sulindaco 
 
 DERIVADOS ÁCIDO PROPIÔNICO 
− Efeitos farmacológicos: inibição COX, inibição do sistema das cininas e histamina, 
interferência com a produção de SRS 
− Efeitos colaterais mais frequentes: 
▪ GI (5 a 10%) 
▪ Trombocitopenia, agranulocitose, erupções cutâneas, cefaleia, tonturas 
▪ Prolongamento do tempo de sangramento 
− Contra indicação: hipersensibilidade cruzada, doença no TGI, insuficiência hepática e 
renal 
− Exemplos: Ibuprofeno, Naproxeno, Fenoprofeno, Cetoprofeno 
 
 DERIVADOS DO OXICAN 
− Efeitos colaterais mais frequentes: 
▪ GI (16%) 
▪ Cefaleia, zumbidos, edema, prurido, erupções cutâneas, aumento das transaminases,anemias, trombocitopenia, leucopenia, eosinofilia 
− Contra indicação: doença no TGI e alteração na coagulação 
− Exemplos: piroxicam, tenoxicam, meloxicam, lornoxicam 
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 FENAMATOS 
− Efeitos colaterais mais frequentes: 
▪ GI: dispepsia, desconforto gástrico 
▪ Anemia hemolítica 
− Contra indicação: doença no TGI e alteração na função renal 
− Exemplos: ácido mefenâmico, ácido flufenâmico, ácido etofenâmico 
 
 DERIVADOS DA FENOXIMETANOSSULFANILIDA 
− Efeitos farmacológicos: inibidor Pgs fraco; mecanismo central analgésico, analgésico 
somente 
− Efeitos colaterais mais frequentes: 
▪ Efeitos GI, pele e SNC 
− Exemplos: Nimesulida 
 
 COXIBES 
− 100x mais seletivos para COX-2 
− Baixo efeito adverso no TGI e não influencia a agregação plaquetária → isso acontece pq 
esse fármaco não mexe muito com a COX-1 
− Não é muito bom pra efeito antitérmico. O efeito principal é o efeito antiinflamatório, mas 
tb tem efeito analgésico 
− Pode elevar o risco para tromboembolismo (rofecoxibe e valdecoxibe foram retirados de 
comercialização) 
− Custo elevado 
− Indicação: paciente com artrite complicada 
 NOVOS ANTI-INFLAMATÓRIOS 
− Não mexem com a COX e sim com uma enzima chamada fosfodiesterase presente nos 
leucócitos, inibindo-a. 
− A fosfodiesterase é responsável pela conversão de AMPc em AMP. A inibição dessa 
enzima promove um aumento do AMPc, o que causa um aumento dos níveis de PKA. A 
PKA vai atuar inibindo a liberação de mediadores inflamatórios, induzindo a produção de 
IL-10 (atividade inibitória) e estimulando a síntese de esteroides endógenos (cortisol) → 
isso tudo gera uma supressão da resposta inflamatória 
− A atividade inflamatória leucocitária é maior na ausência de PKA, ou seja, quanto maiores 
os níveis de PKA, maior é a atividade anti-inflamatória. Como esses novos anti-
OBS: PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS 
• Dispepsia e úlcera péptica 
• Diarréia e hemorragia gastrointestinal 
• Disfunção e falência renal (necrose papilar aguda, nefrite intersticial crônica, diminuição do fluxo 
sanguíneo renal e do ritmo de filtração glomerular e da retenção de sal e água) 
• Inibição da agregação plaquetária e aumento do tempo de sangramento 
• Alteração dos testes de função renal e icterícia 
• Interação com outras drogas 
PRISCILA GIAMPAOLI AZEVEDO BRANDT 
inflamatórios aumentam os níveis de PKA ao inibir a fosfodiesterase, eles promovem o 
efeito anti-inflamatório 
− Rolipran → 
− Possíveis mecanismos envolvidos: inibição da liberação de mediadores inflamatórios; 
supressão da migração de leucócitos; inibição da expressão de células de adesão; indução 
da produção de IL-10, estimulação da síntese e liberação de esteroides e catecolaminas; 
indução de apoptose 
− Roflumilaste → 
− Inibidor da PDE4 (fosfodiesterase presente nos leucócitos e na musculatura lisa), o que 
favorece o seu efeito sobre os pulmões, promovendo mais broncodilatação 
− Indicação: tratamento da bronquite crônica (DPOC) 
− Dose: 500ug/dia

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