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Generalidades do Sistema Nervoso

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Carlos Eduardo Campos Mendes | TVC Medicina UNINOVE | Campus São Bernardo do Campo 
 
 
28.07.2021, quarta-feira 
neuroanatomia 
 
 
• O sistema nervoso (SN) dos seres humanos é o produto 
mais complexo da evolução biológica; 
⤷ Apesar da grande quantidade de informação disponí-
vel sobre esse sistema, o conhecimento sobre ele 
ainda está longe de ser completo. 
 
• A unidade fundamental do sistema nervoso é o neurônio, 
que em conjunto às células da glia, formam a maior parte 
do sistema nervoso. 
 
 
• Anatomicamente, o sistema nervoso pode ser dividido em 
duas porções principais: 
⤷ Sistema Nervoso Central (SNC) → Histologicamente, 
contém a maior parte dos corpos de neurônios no or-
ganismo, sendo esses componentes: 
⟡ Encéfalo → Formado por bulbo, ponte, cerebelo, 
mesencéfalo, diencéfalo e hemisférios cerebrais; 
⟡ Medula espinal; 
⤷ Sistema Nervoso Periférico (SNP) → Histologica-
mente, é composto em grande parte por axônios e 
terminais axonais, que se agregam formando os nervos 
periféricos, e alguns corpos neuronais que se agregam 
formando gânglios nervosos. 
 
 
 Sist. Nervoso Central Sist. Nervoso Periférico 
• Funcionalmente, o SNC pode ser repartido em duas divisões 
principais: 
⤷ Divisão Somática do Sistema Nervoso Central (DSSN) 
→ Contém os neurônios sensoriais que inervam a 
pele, os músculos e as articulações; 
⟡ Além disso, a DSSN contém os axônios que iner-
vam o músculo estriado esquelético, regulando a 
intensidade da força de contração. 
⤷ Divisão Autônoma do Sistema Nervoso Central (DASN) 
→ Contém neurônios que inervam as glândulas e o 
músculo liso presente em vísceras e vasos sanguíneos. 
 
• Já a DASN, por si própria, pode ser dividida em dois outros 
componentes nervosos: 
⤷ Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS) → 
Também pode ser chamado toracolombar, pois suas 
fibras nervosas têm origens nos segmentos TI- LII; 
⟡ Possui neurônios pré-ganglionares colinérgicos 
(secretam ACh) e neurônios pós-ganglionares 
adrenérgicos (secretam NE); 
⟡ Possui, em geral, um caráter excitatório, que 
ativa a resposta de luta ou fuga (aumenta a FC, 
induz vasoconstrição, aumenta a PA, estimula a 
glicogenólise hepática, contrai as fibras meridio-
nais da íris dilatando as pupilas, estimula a se-
creção das glândulas sudoríparas). 
⤷ Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático (SNAP) 
→ Também pode ser referido como craniossacral, 
pois possui origem nos III, VII, IX e X pares de ner-
vos cranianos e na região sacral. 
⟡ Nessa divisão do sistema nervoso autônomo, 
tanto os neurônios pré-ganglionares quanto os 
neurônios pós-ganglionares secretam ACh; 
⟡ Possui caráter inibitório, ativando a resposta de 
descansar e digerir (diminui a FC, diminui a PA, 
estimula a secreção de glândulas digestórias). 
 
 Encefálico Pré-ganglionar Pós-ganglionar 
 
DSSN 
 
 
SNAS 
 
 
SNAP 
 
 
 Neurônio colinérgico Neurônio adrenérgico 
Neurotrans-
missor 
ACh ACh 
ACh 
ACh NE 
Carlos Eduardo Campos Mendes | TVC Medicina UNINOVE | Campus São Bernardo do Campo 
 
 
 
 
⤷ Sistema Nervoso Autônomo Entérico (SNE) → É for-
mada por um conjunto de gânglios e nervos dispostos 
ao longo do trato digestório, e é responsável por au-
torregulação da motilidade intestinal e pela secreção 
de algumas glândulas, como as que são encontradas 
ao longo do intestino grosso. 
 
 
 
 
• Neurônios → São as unidades celulares funcionais do sis-
tema nervoso; 
⤷ Possuem diversas formas e tamanhos, porém possuem 
uma estrutura básica comum. 
 
 
Micrografia de um cérebro de um indivíduo adulto impregnado 
com a coloração de Golgi revelando vários neurônios piramidais 
e seus prolongamentos (dendritos e axônios). 
 
 
 
• Células da glia (ou Células da neuroglia) → Fornecem su-
porte metabólico e estrutural para os neurônios, sendo di-
vididas em duas classes principais: 
⤷ Células da micróglia → São células que possuem fun-
ção fagocítica e imunológica, respondendo a infecções 
de microrganismos ou lesões às demais células do sis-
tema nervoso, podendo também alterar a excitabili-
dade dos neurônios; 
⤷ Células da macróglia: 
⟡ Oligodendrócitos (SNC) e células de Schwann 
(SNP) → Formam a bainha de mielina que 
envolve os axônios, que é aumenta a velocidade 
da transmissão do potencial de ação, as células 
de Schwann também possuem um papel na re-
generação do tecido conjuntivo que envolve os 
nervos periféricos; 
⟡ Astrócitos → Possuem uma série de funções 
metabólicas e estruturais de grande importância, 
fornecendo guias para o crescimento de axônios 
e neurônios imaturos durante o desenvolvimento 
do sistema nervoso, monitorando as ações sináp-
ticas e fornecendo feedback químico e ainda 
formando a barreira hematoencefálica; 
⟡ Células ependimárias → Revestem as cavidades 
cheias de líquido no SNC e regulam o fluxo de 
substâncias químicas proveniente destas em di-
reção ao encéfalo. 
 
 
 
Representação artística das células da glia presentes no SNC, 
os neurônios possuem o citoplasma representado em amarelo 
 
CÉLULA LOCALIZAÇÃO FUNÇÃO 
Neurônio 
São a célula funda-
mental, encontrados 
no SNC e no SNP 
Unidade funcional 
do sistema nervoso 
Célula de Schwann SNP Formam a bainha 
de mielina no SNP 
Oligodendrócitos SNC Formam a bainha 
de mielina no SNC 
Astrócitos SNC 
Nutrem e fornece 
sustentação aos 
neurônios, formam 
a barreira HE 
Células ependimá-
rias 
SNC 
Revestem as cavi-
dades preenchidas 
com líquido no SNC 
Células da micróglia SNC 
Fagocitam células 
lesionadas e micror-
ganismos 
Tabela contendo os tipos celulares encontrados ao longo do te-
cido nervoso 
Sistema 
Nervoso
Divisão 
Anatômica
SNC SNP
Divisão 
Funcional
DSSN DASN
SNAS SNAP SNE
ANLGUNS NEURÔNIOS PARASSIMPÁTICOS POSSUEM 
CARÁTER NITRÉRGICO, OU SEJA, LIBERAN NO. 
O CÉREBRO DE UM INDIVÍDUO ADULTO POSSUI CERCA 
DE 100 BILHÕES DE NEURÔNIOS! 
Micróglia 
Astrócito 
Oligodendrócitos 
Células 
ependimárias 
Carlos Eduardo Campos Mendes | TVC Medicina UNINOVE | Campus São Bernardo do Campo 
 
 
 
• É a porção do sistema nervoso central localizada no interior 
do crânio; 
• Ele recebe informações de todo o corpo e controla suas 
atividades, principalmente através de conexões com a me-
dula espinal; 
⤷ A partir do encéfalo se originam também os 12 pares 
de nervos cranianos. 
 
• O encéfalo é dividido em: 
⤷ Rombencéfalo (encéfalo posterior): 
⟡ Bulbo (Mielencéfalo, myélos = medula) → É a 
parte mais inferior do encéfalo e é contínuo à 
medula espinal; 
⟡ Ponte (Metencéfalo) → Se situa anterossupe-
rior ao bulbo e possui fibras nervosas que a co-
nectam ao cerebelo; 
⟡ Cerebelo → Se situa posterior à ponte, ao bulbo 
e ao mesencéfalo anterior e emite fibras que o 
conectam à todas essas estruturas. 
⤷ Mesencéfalo (encéfalo médio) → É um segmento 
curto anterossuperior à ponte; 
 
 
 
⤷ Prosencéfalo (encéfalo anterior) → É formado pelo 
diencéfalo e telencéfalo. 
⟡ O diencéfalo é formado pelas estruturas talâmi-
cas (tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo); 
⟡ O telencéfalo é a região que contém os hemis-
férios cerebrais. 
 
 
 
Bulbo (mielen-
céfalo) 
Ponte (meten-
céfalo) Cerebelo 
 Mesencéfalo Diencéfalo Telencéfalo 
 
Esquema demonstrando as subdivisões do encéfalo 
 
Esquema representando as divisões anatômicas e funcionais 
do encéfalo humano 
 
• Ao longo do encéfalo e das demais regiões do sistema ner-
voso, as regiões com alta densidade de corpos neuronais 
forma a substância cinzenta; 
⤷ Já as regiões com alta densidade de axônios e outros 
componentes do tecido nervoso formam a substância 
branca. 
 
 
 Substância branca Substância cinzenta 
 
• O encéfalo, e o restante do sistema nervoso central, é re-
vestido por três camadas de tecido conjuntivo, as meninges: 
⤷ Dura-máter → É a meninge mais espessa e mais ex-
terna, possuindo função protetora; 
⤷ Aracnoide ou aracnoide-máter → É uma membrana 
contígua, porém que não se fixa à dura-máter, fazendo 
com que surja um espaço potencial o espaço subdural; 
⤷ Pia-máter→ É a meninge mais interna e delicada, 
mantendo-se aderida ao encéfalo. 
⟡ Entre a pia-máter e a aracnoide máter encontra-
se o espaço subaracnóidea, por onde circula o 
líquido cerebrospinal (líquor). 
 
 
 Dura-máter Aracnoide Pia-máter 
EN
CÉ
FA
LO
Tronco 
encefálico
Rombencéfalo
Bulbo 
(Mielencéfalo)
Ponte 
(Metencéfalo)
CerebeloMesencéfalo
Prosencéfalo
Diencéfalo
Telencéfalo
O ROMBENCÉFALO E O MESENCÉFALO EM CONJUNTO 
FORMAM O TRONCO ENCEFÁLICO/TRONCO CEREBRAL. 
Carlos Eduardo Campos Mendes | TVC Medicina UNINOVE | Campus São Bernardo do Campo 
 
 
 
 
 
• A medula espinal é uma estrutura contida no interior do 
canal vertebral formado pelos forames vertebrais das vér-
tebras da coluna; 
⤷ A medula processa as informações sensoriais advindas 
dos membros, vísceras e demais regiões do corpo, re-
aliza controle direto nos movimentos corporais e na 
regulação de uma série de funções viscerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A medula espinal possui uma organização simples e seg-
mentar: 
⤷ No centro da medula, existe um canal central onde 
ocorre a circulação do líquor; 
⤷ Ao redor do canal central uma região de substância 
cinzenta em forma de borboleta, o “H” medular; 
⟡ O H medular possui 4 cornos → 2 cornos ante-
riores e 2 cornos posteriores. 
⤷ Ao redor do H medular, há uma região rica em subs-
tância branca; 
⤷ Na região posterior, se originam duas raízes posterio-
res de nervos espinais; 
⟡ Essas raízes possuem apenas axônios sensoriais 
que transmitem informação sensorial para a me-
dula espinal; 
⟡ Ao longo da raiz posterior também surgem gân-
glios posteriores. 
⤷ Na região anterior, se originam duas raízes anteriores 
de nervos espinais; 
⟡ Essas raízes possuem apenas neurônios motores 
que transmitem comandos motores para os mús-
culos e outros órgãos do corpo. 
⤷ As raízes anteriores e posteriores então se cruzam, 
formando um nervo espinal misto que possui tanto 
axônios motores quanto axônios sensitivos. 
 
 
• Os nervos periféricos são conjuntos de fibras nervosas (fas-
cículos nervosos) fora do sistema nervoso central, revesti-
dos por tecido conjuntivo e irrigados e drenados por vasos 
sanguíneos; 
 
• As fibras nervosas são revestidas e sustentadas por três 
camadas de tecido conjuntivo: 
⤷ Endoneuro → É uma delicada camada de tecido con-
juntivo que circunda as células do neurolema e os axô-
nios; 
⤷ Perineuro → É uma camada de tecido conjuntivo 
denso que circunda fascículos de fibras nervosas; 
⤷ Epineuro → Uma bainha de tecido conjuntivo espesso 
que circunda e encerra um feixe de fascículos, possui 
tecido adiposo e vasos sanguíneos que irrigam e dre-
nam o nervo. 
 
 
 
 
 
• Os neurônios (ou células nervosas) são o bloco fundamental 
do sistema nervoso, sendo responsáveis por receber, inter-
pretar e transmitir ou impedir a transmissão de estímulos 
nervosos. 
 
Meningites 
 
A meningite é um processo inflamatório das meninges e 
do líquido cefalorraquidiano causado por infecções de mi-
crorganismos. A infecção pode se disseminar, causando in-
flamação do parênquima encefálico Esse grupo de doen-
ças pode ser classificado em meningite piogênica aguda 
(em geral causada por infecção bacteriana), meningite as-
séptica (geralmente causada por agentes virais) e menin-
gite crônica (normalmente por tuberculose, espiroqueta ou 
criptococo) 
Canal 
central 
H medular Corno 
anterior 
Raiz pos-
terior 
Gânglio 
posterior 
Raiz an-
terior 
Nervo 
espinal 
Corno 
posterior 
Fibra 
aferente 
Fibra 
eferente 
Fibras 
mistas 
Nervo 
Epineuro 
Perineuro 
Fascículo 
Endoneuro 
Fibra nervosa 
Vasos san-
guíneos 
Nódulo de Ranvier 
Célula de Schwann 
Axônio 
Carlos Eduardo Campos Mendes | TVC Medicina UNINOVE | Campus São Bernardo do Campo 
 
 
• Apesar de suas diferenças morfológicas, cada neurônio pos-
sui quatro estruturas fundamentais: 
⤷ Corpo celular (soma) → Contém o núcleo e as orga-
nelas essenciais para garantir a sobrevivência e a fun-
ção dos neurônios; 
⤷ Dendritos → São prolongações do e ramificações do 
neurônio responsáveis por receber a informação pro-
veniente de outros neurônios; 
⤷ Axônio → É uma extensa prolongação do neurônio 
responsável, originária a partir de um cone de implan-
tação axonal, por transmitir informação codificada em 
forma de potenciais de ação de um neurônio para 
outro ou de um neurônio para outro tipo celular; 
⤷ Terminal axônico → É a porção mais distal do axônio, 
onde encontram-se os botões sinápticos e a fenda 
sináptica. 
⟡ Os terminais axônicos podem fazer contatos si-
nápticos com dendritos (axodendríticos), soma 
(axossomáticos), outros axônios (axoaxônicos) ou 
com tecidos não neurais como células muscula-
res (junção neuromuscular). 
 
 
 
 
 
• Alguns axônios possuem um envoltório de células com ca-
ráter isolante, a bainha de mielina; 
⤷ A bainha de mielina promove isolamento elétrico para 
facilitar a transmissão do potencial de ação; 
⟡ Essa bainha é formada pelos oligodendrócitos no 
SNC e pelas células de Schwann no SNP; 
⤷ Pequenos vãos ao longo da bainha recebem o nome 
de nódulos de Ranvier, e o axolema (membrana celular 
do axônio) dessa região possui uma maior quantidade 
de canais iônicos, o que faz com que o potencial de 
ação de axônios mielinizados “salte” entre os nódulos. 
 
• Os neurônios podem ser agrupados em quatro principais 
classes: 
⤷ Unipolares → Possuem a forma mais simples, não 
possuindo dendritos e um único axônico originário do 
seu corpo celular; 
⟡ Esse axônio dá origem a múltiplos processos na 
terminação axônico; 
⟡ No corpo humano são pouco comuns, e contro-
lam secreção glandular e a contração do mús-
culo liso; 
⤷ Bipolares → Possuem dois processos que se originam 
em polos opostos do corpo celular; 
⟡ Muitos neurônios sensoriais no corpo humano 
são neurônios bipolares ou pseudounipolares; 
⤷ Pseudounipolares → É um subtipo de neurônio bipo-
lar no qual os dois processos do neurônio bipolar em-
brionário se fundem em um único processo que se 
bifurca uma curta distância após deixar o corpo celu-
lar; 
⤷ Multipolares → Possuem um arranjo complexo de 
dendritos ao redor do seu corpo celular e um único 
axônio que que se ramifica de forma extensa. 
⟡ Representam a maior parcela dos neurônios do 
encéfalo e da coluna vertebral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unipolar Bipolar Pseudounipolar Multipolar 
 
 
• O potencial de ação é uma sequência de eventos que gera 
uma diferença de carga entre o meio extracelular e a mem-
brana neuronal ou axonal (axolema); 
⤷ É através desse potencial elétrico que os neurônios 
transmitem informação codificada entre si e para ou-
tras células. 
 
• O potencial de ação se inicia num estado que recebe o 
nome de potencial de repouso; 
⤷ Nesse estado, a Bomba de Na+ e K+-ATPase trabalha 
de forma constante para garantir que haja uma maior 
concentração de Na+ no meio extracelular e uma maior 
concentração de K+ no meio intracelular; 
 
 
Corpo celu-
lar (soma) 
Bainha de 
mielina 
Nódulo de 
Ranvier 
Terminal 
axônico 
Dendritos 
Núcleo 
Organelas 
Axônio 
Na+ intracelular se 
liga à bomba 
A bomba é 
fosforilada 
O Na+ é expe-
lido 
K+ extracelular 
se liga à bomba 
A bomba retorna 
ao estado inicial 
K+ é liberado 
pela bomba 
ATP ADP 
Na+ 
K+ 
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⟡ Isso faz com que haja uma carga mais positiva 
no meio extracelular e uma carga mais negativa 
no meio intracelular e na membrana do neurônio 
(cerca de -70 mV), pois apesar da presença do 
K+ também existem uma série de ânions orgâni-
cos e outras substâncias carregadas negativa-
mente no citosol do neurônio. 
 
• O potencial de ação ocorre quando há uma inversão do 
potencial de repouso, isto é, o meio extracelular se torna 
mais negativo e a membrana neuronal se torna mais posi-
tiva; 
⤷ Para que isso ocorra, é necessária uma soma de estí-
mulos que induzam um aumento no potencial de 
membrana neuronal;⤷ A carga da membrana aumenta até atingir um limiar 
(de cerca de -55 mV), o qual induz a abertura dos 
canais de Na+ e gera um influxo desse íon do meio 
extracelular para o meio intracelular neuronal, indu-
zindo um aumento de carga na membrana; 
⟡ Esse estado no qual ocorre influxo contínuo de 
Na+ e aumento rápido da carga recebe o nome 
de despolarização. 
⤷ A despolarização termina em um pico de carga, que 
em geral ocorre em cerca de 35 a 40 mV (mas em 
algumas fibras delgadas e em neurônios do SNC pode 
ser bem mais baixa); 
⤷ A partir desse pico, ocorre abertura dos canais de K+ 
e efluxo desse íon do meio intracelular em direção ao 
meio extracelular. 
⟡ Conforme K+ deixa o interior da célula, ocorre 
uma queda na carga da membrana, dando início 
à repolarização; 
⟡ Conforme os canais continuam abertos, pode 
ocorrer uma queda brusca no potencial (hiper-
polarização); 
⟡ Por fim, a Bomba de Na+ e K+-ATPase transporta 
o K+ novamente para dentro da célula e o Na+ 
para fora, recuperando o potencial de repouso. 
 
 
 
Esquema representando as modificações no potencial de 
membrana ao longo do potencial de ação 
 
 
 
• Após os potenciais de ação viajarem ao longo do axolema, 
ele acaba no terminal axônico, onde existem diversos botões 
sinápticos; 
⤷ A sinalização sináptica é um tipo de sinalização celular 
utilizada pelos neurônios no qual uma célula sinaliza 
outra através da liberação de neurotransmissores (si-
napse química) ou por troca direta de íons através de 
canais iônicos (sinapse elétrica). 
 
 
Sinapse química Sinapse elétrica 
 
• A sinapse ocorre a partir da seguinte sequência de eventos: 
1. O potencial de ação viaja através do axônio do neurônio 
pré-sináptico até alcançar o botão sináptico; 
2. A despolarização da membrana do botão induz influxo 
de íons (como Ca2+) que induzem à exocitose de neu-
rotransmissores; 
3. Os neurotransmissores são secretados na fenda sináp-
tica; 
4. Os neurotransmissores se ligam à canais iônicos do 
neurônio pós-sináptico, fazendo com que ocorra sua 
abertura, a abertura do canal iônico pode fazer com 
que ocorra ou não a propagação do potencial de ação. 
⟡ Alguns neurotransmissores também bloqueiam a 
abertura dos canais. 
 
 
-55 
Tempo (ms) 
Po
te
nc
ia
l d
e 
m
em
br
an
a 
(m
V)
 
-70 
0 
40 
Limiar 
Pico 
Repouso 
Estímulo 
Refratário 
O PERÍODO ENTRE A HIPERPOLARIZAÇÃO E O RETORNO 
AO POTENCIAL DE REPOUSO RECEBE O NOME DE PE-
RÍODO REFRATÁRIO. 
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