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Necessidades e Cuidado em Saúde Sistema Nervoso NEURULAÇÃO No homem, o esboço primitivo que dará́ origem ao sistema nervoso surge em torno de 18 dias de desenvolvimento, antes mesmo do aparecimento do primeiro somito. Ele desenvolve-se a partir do ectoderma situado na região medidoras do embrião, à frente do nó e acima do cordo- mesoderma. O cordomesoderma, que atingiu sua posição pelo processo de gastrulação, será o responsável pela indução do ectoderma supra-adjacente a tornar-se tecido neuroblástico. Simultaneamente, com a regressão da linha primitiva, a notocorda dirige-se caudalmente, e o ectoderma situado acima dela também será induzido a formar tecido neuroblástico. Tem-se agora uma placa alongada em forma de “chinelo’’, com a porção mais larga na extremidade cefálica, na região mediodorsal do embrião, acima da notocorda e de parte do mesoderma para-axial. Essa placa consiste em um espessamente ectodérmico – a placa neural. A neurulação primária parece ser similar em todos os vertebrados. Uma vez que se forma a placa neural, suas bordas espessam-se e movem-se para cima para formar as dobras neurais, formando um sulco neural em forma de U, bem no centro da placa. As dobras migram para a linha média do embrião, fundindo-se para formar um tubo neural debaixo do ectoderma. As células da porção mais dorsal do tubo neural tornam-se as células das cristas neurais. FORMAÇÃO E MODELAMENTO DA PLACA NEURAL A placa neural é induzida pela notocorda subjacente. A neurulação tem início quando o mesoderma dorsal subjacente, assim como o endoderma faringeal na região da cabeça sinalizam às células ectodérmicas supra-adjacentes que se alonguem em células colunares. Sua forma alongada diferencia as células da prospectiva placa neural das células achatadas da presuntiva epiderme que as rodeia. A modelagem da placa neural se faz mediante o movimento das regiões epidérmica e da placa neural e do alongamento do eixo anteroposterior. Mediante uma extensão convergente, intercalando várias camadas de células em poucas camadas, a placa neural alonga-se e estreita-se. Mutações que alteram esse movimento de extensão e convergência bloqueiam o fechamento do tubo. Isolando-se a placa neural, suas células estendem-se e convergem, fazendo uma placa mais fina, mas não são capazes de formar um tubo. Mas, se a essas células são agregadas células das bordas contendo células de epiderme presuntiva e da placa, então se formam, em cultura, dobras neurais. DOBRAMENTO DA PLACA NEURAL PARA A FORMAÇÃO DO SULCO NEURAL O dobramento da placa neural envolve a formação de regiões de dobradiças, onde a placa neural entra em contato com tecidos circundantes. Ao mesmo tempo, existem forças extrínsecas atuando no dobramento da placa neural. O ectoderma superficial empurra para a região média, fornecendo outra força de dobramento. Essa força extrínseca, junto com o ancoramento na notocorda, faz com que o tubo invagine. Assim, o puxar da epiderme presuntiva para o centro e o sulcamento do tubo neural criam as dobras neurais FECHAMENTO DO SULCO PARA A FORMAC ̧ÃO DO TUBO NEURAL O fechamento do tubo neural não ocorre simultaneamente ao longo do ectoderma. O tubo neural forma um cilindro fechado que se separa do ectoderma superficial. Com a formação do tubo neural, ficam separados o ectoderma que originará o sistema nervoso e o ectoderma de revestimento. Durante esse desprendimento, o tubo neural ficará localizado abaixo do ectoderma de revestimento, que se refaz de maneira contínua sobre aquele. A medida que o processo de fechamento do tubo neural evolui, persistem temporariamente dois orifícios: o neuróporo anterior e o neuróporo posterior. O neuróporo anterior irá fechar-se definitivamente em torno de 25 ou 26 dias; o posterior, em torno dos 28 dias. O tubo neural, agora fechado, apresenta uma porção cefálica dilatada, que originará o encéfalo, e uma porção caudal cilíndrica, a futura medula espinal. CRISTAS NEURAIS Durante o fechamento do tubo neural, algumas células que se acham próximas de sua borda permanecem independentes, não ficarão incluídas no tubo neural e nem no ectoderma de revestimento que se refaz por cima do tubo neural. Essas células constituem duas bandas situadas de cada lado dos ângulos delimitados pelo tubo neural e pelo ectoderma de revestimento. Elas formam as cristas neurais. Inicialmente, as cristas neurais formam duas faixas contínuas e paralelas à placa neural entre ela e o ectoderma supra- adjacente e formam uma lâmina dorsal contínua por cima dele. Aí as células da crista neural originarão os gânglios espinais e os sensitivos craniais (V, VII, X e XI gânglios cranianos.) O sistema nervoso central (SNC) aparece no início da terceira semana como uma placa, com formato de chinelo, de ectoderma espessado, a placa neural (na verdade, um placódio grande), na região dorsal medial adjacente ao nó primitivo. Suas bordas laterais logo se elevam para formar as pregas neurais. Com o desenvolvimento, as pregas neurais continuam a se elevar, aproximando-se uma da outra na linha média, e finalmente se fusionam, formando o tubo neural. A fusão começa na região cervical e ocorre nos sentidos cefálico e caudal. Uma vez que a fusão se inicia, as extremidades abertas do tubo neural formam os neuróporos cranial e caudal, que se comunicam com a cavidade amniótica sobrejacente. O fechamento do neuróporo cranial se dá cranialmente de seu local inicial de fechamento na região cervical e de um local do prosencéfalo que se formará mais tarde. Esse local mais tardio progride cranialmente para fechar a região mais rostral do tubo neural e caudalmente para encontrar o fechamento vindo do local cervical que avança. O fechamento final do neuróporo cranial ocorre no estágio de 18 a 20 somitos (25o dia); o fechamento do neuróporo caudal se dá aproximadamente 3 dias mais tarde. A extremidade cefálica do tubo neural apresenta três dilatações, as vesículas encefálicas primárias: (1) o prosencéfalo; (2) o mesencéfalo; e (3) o rombencéfalo. Simultaneamente, ela forma duas flexuras: (1) a flexura cervical na junção entre o rombencéfalo e a medula espinal; e (2) a flexura cefálica na região do mesencéfalo. Após 5 semanas de desenvolvimento, as vesículas cerebrais primárias diferenciaram-se em cinco vesículas secundárias. • O prosencéfalo forma o telencéfalo e o diencéfalo; • O mesencéfalo permanece, • O rombencéfalo forma o metencéfalo e o mielencéfalo. Uma fenda profunda, o istmo rombencefálico, separa o mesencéfalo do metencéfalo, e a flexura pontina marca a fronteira entre o metencéfalo e o mielencéfalo. Cada uma das vesículas secundárias contribuirá para uma parte diferente do encéfalo. Os derivados principais das vesículas incluem telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (vesícula óptica, tálamo, hipotálamo, glândula hipófise), mesencéfalo (colículos anterior [visual] e posterior [auditivo]), metencéfalo (cerebelo, ponte) e mielencéfalo (bulbo). O lúmen da medula espinal, o canal central, é contínuo com o lúmen das vesículas encefálicas. A cavidade do rombencéfalo é o quarto ventrículo, a do diencéfalo é o terceiro ventrículo, e a dos hemisférios cerebrais são os ventrículos laterais. O lúmen do mesencéfalo conecta os terceiro e quarto ventrículos. Esse lúmen se torna bastante estreito e é conhecido como aqueduto de Sylvius. Cada ventrículo lateral se comunica com o terceiro ventrículo através dos forames intraventriculares de Monro. Durante o desenvolvimento embrionário há a formação do disco trilaminar, Endoderma, Mesoderma e Ectoderma. • MESODERMA: Originará o mesênquima da cabeça, o tecido muscular, as cartilagens e ossose a derme da pele, sendo todos tecidos de sustentação do corpo. O mesoderma também dará origem ao sistema vascular (coração, artérias, veias, vasos linfoides e todas as células sanguíneas), ao sistema urogenital (rins, gônadas e seus ductos, exceto a bexiga), ao baço e ao córtex da suprarrenal. • ECTODERMA: Originará órgãos e estruturas que mantêm contato com o mundo externo (sistema nervoso, epitélio sensorial da orelha, do nariz e dos olhos, pele e glândulas: hipófise, mamárias e sudoríparas; além do esmalte dos dentes). • ENDODERMA: Formará o revestimento epitelial do sistema digestório, do sistema respiratório e da bexiga urinária. Também forma o parênquima da tireoide, as paratireoides, o fígado, o pâncreas, e o revestimento epitelial da cavidade do tímpano e da tuba auditiva. Ectoderma Processo de proliferação celular que irá garantir que a gente desenvolva um aglomerado de celular que irá formar: • PLACA NEURAL: É o primórdio do sistema nervoso, E a partir do seu desenvolvimento dará origem as demais estruturas que constituirão o sistema nervoso. Na placa neural irá ocorrer o aprofundamento das células, que irá formar o sulco neural, que então sofrerá um processo de aprofundamento. E com essa organização ocorre a formação da prega neural, que posteriormente irão se unir, logo teremos a formação do tubo neural. • TUBO NEURAL: É formado a partir do sulco neural, que irá se aprofundando ao longo do desenvolvimento, até a junção das pregas neurais , que darão origem ao tubo, esse tubo dará origem a diversas estruturas . 1. Canal Central da Medula. 2. Rombencéfalo: IV ventrículo. 3. Cavidade do Diencéfalo: III ventrículo. 4. Luz do Mesencéfalo: Aqueduto e Mesencéfalo. 5. Luz das Vesículas Encefálicas: Ventrículos laterais e forâmes intraventriculares. Ao final da terceira semana do desenvolvimento o tubo neural está fechado, possuindo duas extremidades: cranial e caudal. Desenvolvimento do Encéfalo O encéfalo começa a se desenvolver durante a terceira semana de gestação, quando a placa e o tubo neural estão se desenvolvendo do neuroectoderma. O tubo neural junto ao quarto par de somitos desenvolve o encéfalo. A fusão das pregas neurais na região cranial e o fechamento do neurologista rostral formam 3 vesículas encefálicas primarias: Prosencéfalo, Mesencéfalo e Rombencéfalo. VESÍCULAS PRIMITIVA PRIMARIAS São as três dilatações do encéfalo primitivo, o Prosencéfalo, Mesencéfalo e Rombencéfalo. Prosencéfalo Essa estrutura primária dará origem a estruturaras secundárias, o Telencéfalo e Diencéfalo. Mesencéfalo Essa estrutura primária dará origem a estruturaras secundárias, o Mesencéfalo; que continua sendo o mesencéfalo em todo o período embrionário até a maturidade. Rombencéfalo Essa estrutura primária dará origem a estruturaras secundárias, o Metencéfalo que é a parte mais superior e Mielencéfalo que á a parte mais caudal, que darão origem a outras estruturas (ponte,cerebelo e bulbo). VESÍCULAS PRIMITIVA SECUNDÁRIAS São as estruturas que se desenvolvem a partir das estruturas primarias, como Prosencéfalo Secundário (chamado de Telencéfalo), Diencéfalo, Mesencéfalo, Metencéfalo e Mielencéfalo. Metencéfalo Essa estrutura secundária dará origem as estruturas do sistema nervos, a Ponte e Cerebelo. Mielencéfalo Essa estrutura secundária dará origem as estruturas do sistema nervos, a Bulbo. Diencéfalo O diencéfalo posteriormente ser tonará o tálamo, hipotálamo e epitálamo. Telencéfalo CÉREBRO: Telencéfalo + Diencéfalo e vesículas secundárias. OBSERVAÇÕES: • TRONCO ENCEFÁLICO: É formado pelo mesencéfalo + ponte + bulbo. O cerebelo não faz parte do tronco. • ENCÉFALO: CÉREBRO (telencéfalo e diencéfalo) + tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) + CEREBELO. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO Central O sistema nervoso central, consiste em cérebro e medula espinhal. O sistema nervoso se desenvolve de um espessamento dorsal do ectoderma (placa neural), que aparece na 3 semana que desenvolvimento embrionário. Periférico O sistema nervoso periférico, consiste em nervos cranianos, espinhais e viscerais, e os gânglios cranianos, espinhais e autonômicos. O SNP, se desenvolve de várias fontes, mas principalmente da crista neural, todas as células sensoriais (somáticas e viscerais) do SNP, são derivados das células da crista neural; o corpo celular dessas células sensoriais estão localizadas fora do SNC, com exceção do gânglio espiral da cóclea. Autônomo O sistema nervoso autônomo é dividido em simpático (torção lombar) e parassimpático (crâniosacral) e cada um possui o seu desenvolvimento. Simpático O sistema nervoso simpático é resultado da migração das células da crista neural. central, consiste em cérebro e medula espinhal. Parassimpático O sistema nervoso parassimpático, surgem dos neurônios no tronco encefálico e na região sacralizo da medula espinhal. H MEDULAR Laboratório Morfofuncional O sistema nervoso permite que o corpo reaja a modificações contínuas dos ambientes interno e externo. Também controla e integra as várias atividades do corpo, como a circulação e a respiração. O sistema nervoso consiste em duas regiões principais: 1. O sistema nervoso central (SNC), que é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal e está protegido pelo crânio e coluna vertebral. 2. O sistema nervoso periférico (SNP), que inclui os neurônios fora do SNC, bem como os nervos cranianos e os nervos espinhais (e seus gânglios associados), os quais conectam o encéfalo e a medula espinhal com as estruturas periféricas. SISTEMA NERVOSO CENTRAL Constituído por: a) Encéfalo (tronco cerebral, cerebelo e cérebro) b) Medula espinal O encéfalo é a parte do SNC que está localizada no crânio e contém cerca de 85 bilhões de neurônios. A medula espinal conecta-se com o encéfalo por meio do forame magno do occipital e está envolvida pelos ossos da coluna vertebral. A medula espinal possui cerca de 100 milhões de neurônios. O SNC processa muitos tipos diferentes de informações sensitivas. Também é a fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria dos sinais que estimulam a contração muscular e a liberação das secreções glandulares se origina no SNC. Sistema Nervoso Encéfalo Cérebro Tronco Encefálico Cerebelo Medula Espinal Somático Autônomo (Visceral) Simpático Parassimpático Central Periférico SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO O sistema nervoso periférico transmite informação do SNC para os órgãos efetores do corpo. Ele compreende 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais. Os nervos cranianos possuem funções sensoriais e motoras bem definidas. Constituído por: Fibras nervosas e corpos celulares fora do SNC que conduzem impulsos que chegam ou saem do SNC. a) Nervos cranianos (que emergem do cérebro) e espinais (emergem da medula); b) Gânglios; c) Terminações nervosas. Dividido em: I. Sistema nervoso autônomo II. Sistema nervoso somático III. Sistema nervoso entérico O sistema periférico somático apresenta controle voluntário e inerva os músculos esqueléticos. O sistema periférico autônomo regula funções que ocorrem sem o controle consciente do cérebro, sendo, por isso, também chamado de sistema vegetativo ou sistema involuntário. O SNPA (Sistema nervoso autônomo) é a parte do sistema responsável pelo controle das funções internas e homeostasia do organismo, sendo subdividido em sistemas: I. Simpático II. Parassimpático. O SNS (somático) é composto por (1) neurônios sensitivos que transmitem informações para o SNC a partir de receptores somáticos na cabeça, no tronco e nos membros e de receptores para os sentidos especiais da visão, da audição,da gustação e do olfato, e por (2) neurônios motores que conduzem impulsos nervosos do SNC exclusivamente para os músculos esqueléticos. Como estas respostas motoras podem ser controladas conscientemente, a ação desta parte do SNP é voluntária. A divisão autônoma do SNA é formada por (1) neurônios sensitivos que levam informações de receptores sensitivos autônomos – localizados especialmente em órgãos viscerais como o estômago e os pulmões – para o SNC, e por (2) neurônios motores que conduzem os impulsos nervosos do SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco e as glândulas. • A parte motora do SNA é composta por dois ramos, a divisão simpática e a divisão parassimpática. Com poucas exceções, os efetores recebem nervos de ambas as divisões, e geralmente têm ações opostas. Por exemplo, os neurônios simpáticos aumentam a frequência cardíaca, enquanto os parassimpáticos a diminuem. • De modo geral, a divisão simpática está relacionada com o exercício ou ações de emergência – as respostas de “luta ou fuga” – e a divisão parassimpática se concentra nas ações de “repouso e digestão”. FUNÇÕES DOS SISTEMAS SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO Adequar o organismo humano a situações de estresse (medo, frio, trauma, atividades físicas, hipoglicemia.) A estimulação do SNAS resulta em diferentes efeitos, sobre diferentes órgãos. A denominação do sistema de luta ou fuga é proveniente das alterações que ocorrem no organismo em situações de emergência, em que o SNAS é estimulado. Nessas situações, SNAS, além de estimular diretamente seus órgãos efetores, também ocasiona estimulação da medula suprarrenal. Essa glândula libera adrenalina e noradrenalina, aumentando as concentrações plasmáticas. A reação de luta ou fuga é importante para preparar o indivíduo para situações de alerta e perigo. O SNAP atua equilibrando ou se opondo às ações do SNAS. Esse sistema predomina em situações de “repouso” e desempenha funções principalmente relacionadas ao processo de digestão e de eliminação de lixos metabólicos. O sistema parassimpático ocasiona a contração da musculatura lisa do TGI, estimula a contração da bexiga, assim como relaxa os esfíncteres anal e urinário, logo, estimula os reflexos para defecação e micção. SISTEMA ENTÉRICO (terceira divisão do SNA) Esse sistema consiste em fibras nervosas localizadas no interior dos órgãos do TGI, assim como pâncreas e vesícula biliar. O sistema entérico regula a motilidade e secreções dos órgãos do TGI e, também, sua microcirculação. Esse sistema contém neurônios sensoriais, interneurônios e neurônios motores. A atuação do SNE, o “cérebro do intestino”, é involuntária. É composto por mais de 100 milhões de neurônios que estão dentro dos plexos entéricos, e se estendem pela maior parte do sistema digestório. A maioria destes neurônios funciona independentemente do SNA e em parte do SNC, embora eles se comuniquem com o SNC através de neurônios simpáticos e parassimpáticos. Os neurônios sensitivos do SNE monitoram mudanças químicas no sistema digestório, bem como o estiramento de suas paredes. Os neurônios motores entéricos controlam, no sistema digestório, as contrações do músculo liso para impulsionar o alimento, as secreções dos órgãos (como o suco gástrico) e a atividade das células endócrinas, secretoras de hormônios. DIVISÕES E ORGANIZAÇÃO GERAL DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso central fica no esqueleto axial; (crânio e coluna vertebral, onde passa a medula); O sistema nervoso periférico fica fora desse esqueleto (há gânglios localizados dentro do esqueleto axial). Macroscopicamente, o cérebro se organiza em dois hemisférios, direito e esquerdo, os quais são separados por uma fissura longitudinal e unidos pelo corpo caloso. A massa cerebral é formada pelos Sulcos e giros, que ficam entre os sulcos. Esses sulcos são importantes por aumentarem significativamente o volume cerebral. Os sulcos e giros agrupados formam os lobos cerebrais, que também são divididos por alguns sulcos. FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso executa tarefas complexas. Ele nos permite sentir vários odores, falar e lembrar eventos do passado; além disso, ele gera sinais que controlam os movimentos corporais e regula o funcionamento dos órgãos internos. Estas diversas atividades podem ser agrupadas em três funções básicas: sensitiva (aporte), integradora (processamento) e motora (saída). •Função sensitiva. Os receptores sensitivos detectam estímulos internos, como elevação da pressão arterial, ou estímulos externos (p. ex., uma gota de água caindo no seu braço). Essas informações sensitivas são então levadas para o encéfalo e para a medula espinal por meio dos nervos cranianos e espinais •Função integradora. O sistema nervoso processa as informações sensitivas, analisando-as e tomando as decisões adequadas para cada resposta – uma atividade conhecida como integração ÓRGÃOS DO SISTEMA NERVOSO O cérebro se divide em dois componentes principais: diencéfalo e telencéfalo. 1. Diencéfalo: Porção evolutivamente mais rudimentar do cérebro, sendo composto por núcleos de substância cinzenta, que são o tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. • Todas essas partes têm relação com o III ventrículo. • O III ventrículo se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral, e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares correspondentes. 2. Telencéfalo: Porção predominante do cérebro. Dividido em núcleos da base, córtex cerebral e substância branca. • Compreende os dois hemisférios cerebrais. • Compõe os lobos cerebrais e a lâmina terminal. • Tálamo : O tálamo são duas massas volumosas de substância cinzenta, dispostas uma de cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. É responsável pela coordenação das informações do corpo. (SENSIBILIDADE) • Epitálamo – controle do ciclo sono-vigília • Hipotálamo – Manutenção da homeostase • Subtálamo – Função motora Os nervos são cordões que unem o SNC aos órgãos periféricos, sendo os nervos cranianos aqueles que fazem a conexão com o encéfalo e os nervos espinais aqueles que fazem conexão com a medula espinal. São dilatações formadas por corpos de neurônios relacionados com alguns nervos e raízes nervosas. Funcionalmente, os gânglios se dividem em sensitivos (aferentes) e motores viscerais(eferentes). A anatomia do cerebelo se dá em foliação e em lâminas, semelhante a um tronco de árvore com ramificações, cujas saídas, folhas cerebelares, constituem o córtex cerebelar. Ele possui conexão com o quarto ventrículo na parte anterior/inferior, com o a cisterna magna na parte inferior, com o crânio (osso occipital) na parte posterior e com a tenda do cerebelo com a parte superior. A medula espinal é o componente “distal” do sistema nervoso, consistindo em um órgão segmentar, de onde saem e chegam raízes nervosas, as quais dão origem ao sistema nervoso periférico através dos plexos nervosos. A medula é uma massa cilindroide de tecido nervoso, situada no canal vertebral. Na porção caudal, a medula se afila formando o cone medular, do qual sai o filamento terminal, que conecta a medula à parte óssea, possibilitando sua fixação. A parte externa da medula é constituída por substância branca, a qual é dividida em três funículos (ou cordões): anterior, lateral e posterior, que ficam entre as colunas ventral e lateral. A medula é responsável pelos reflexos do tronco e membros, que são respostas a estímulos mediados a nível medular porque precisam ser uma resposta bastante rápidas, para a proteção do organismo. A estrutura da medula espinhal baseia-se na organização das substâncias branca e cinzenta. A substância cinzenta da medula tem a forma de borboleta, ou um H, em sua região central.Para a divisão da substância cinzenta, consideramos a existência de duas linhas nos contornos do ramo horizontal do “H”, formando o corno anterior, o corno posterior e o corno lateral (também chamados de colunas). O corno lateral, entretanto, só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. CORNOS POSTERIORES: contêm corpos celulares e axônios de interneurônios, bem como axônios de neurônios sensitivos. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados no gânglio sensitivo do nervo espinal. Chegada do estímulo. CORNOS ANTERIORES: encontram-se núcleos motores somáticos, os quais são agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores somáticos que geram os impulsos nervosos necessários para a contração dos músculos esqueléticos. Entre os cornos posteriores e os anteriores estão os cornos laterais, os quais são encontrados apenas nos segmentos torácico e lombar alto da medula espinal. CORNOS LATERAIS: contêm neurônios motores autônomos, agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores autônomos que regulam a atividade dos músculos cardíacos, dos músculos lisos e das glândulas, possui somente na região simpática, pois é a localização dos neurônios (toraco-lombar). O tronco encefálico constitui a conexão do encéfalo com a face e parte do pescoço. O tronco encefálico, formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo, faz parte do sistema nervoso segmentar do SNC, assim como a medula, porém essas estruturas possuem diferenças. O bulbo é a porção mais caudal do tronco encefálico. ORGANIZAÇÃO E NEUROTRANSMISSORES DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Os receptores localizados nos órgãos periféricos – receptores de pressão sanguínea (barorreceptores), receptores de composição química sanguínea (quimiorreceptores), receptores de temperatura corporal (termoreceptores) e receptores de distensão muscular (mecanorreceptores) – detectam informações a respeito desses órgãos. Essas informações são repassadas ao SNC pelas vias aferentes do SNA. As informações do SNC são conduzidas pelo SNA aos órgãos periféricos através das vias eferentes. A via eferente autonômica é formada por dois tipos de neurônios: os pré-ganglionares e os pós-ganglionares. Os pré-ganglionares têm seus núcleos localizados no SNC e se projetam para os gânglios autonômicos, e realizam sinapses com o segundo neurônio eferente, os neurônios pós ganglionares. Os neurônios pós-ganglionares têm seus núcleos localizados nos gânglios e seus axônios projetados até os órgãos periféricos (os gânglios consistem em aglomerações de corpo neuronais, localizados no sistema nervoso periférico). Os sistemas simpático e parassimpático exibem algumas diferenças anatômicas em relação as suas vias eferentes, se diferenciando em relação ao ponto de origem no SNC e à localização de seus gânglios. O sistema simpático apresenta neurônios pré- ganglionares que se originam na região torácica e lombar da medula espinal (T1 e L2) e tem seus gânglios localizados próximos a medula. Os neurônios eferentes são aqueles que se originam no SNC e transportam sinais provenientes do cérebro e medula espinal para os tecidos periféricos. Os neurônios aferentes são aqueles que realizam o transporte de informações e sinais provenientes da periferia em direção aos órgãos do SNC. FARMÁCOS COM ATUAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Várias doenças resultam da alteração do SNA ou causam o mau funcionamento desse sistema. Para que a homeostasia possa ocorrer, pode ser necessário fármacos que modulem a ação do SNAS ou SNAP Fármacos podem agir como: A. Antagonistas B. Agonistas Fármacos que modulam a ação do simpático normalmente atuam sobre os receptores adrenérgicos. Fármacos agonistas da noradrenalina são chamados de simpatomiméticos ou agonistas adrenérgicos.(mimetizam a ação da noradrenalina).De acordo com os receptores em que se ligam, esses fármacos podem, causar o aumento da frequência e a broncodilatação, por exemplo. Estimulam a ação do SNAS. Fármacos que atuam como antagonistas da noradrenalina são denominados fármacos simpatolíticos, antagonistas adrenérgicos ou, ainda, antiadrenérgicos. Esses fármacos reduzem as ações do SNAS. Fármacos que modulam o SNAP interagem com os receptores colinérgicos muscarínicos. Agem de maneira antagonista à acetilcolina. São chamados parassimpatomiméticos ou agonistas colinérgicos, causam a estimulação do SNAP.Fármacos que atuam como antagonistas da Ach são denominados parassimpatolíticos, antagonistas colinérgicos e reduzem a atividade do SNAP. (retenção urinária e constipação). Tecido Nervoso O tecido nervosos apresenta tipos celulares distintos e células próximas, menor quantidade de matriz extracelular, o que permite um maior grau de comunicação. O tecido nervoso é distribuído pelo organismo, interligando- se e formando uma rede de comunicações, que constitui o sistema nervoso. Anatomicamente, esse sistema é dividido em: sistema nervoso central (SNC), formado pelo encéfalo e pela medula espinal, e sistema nervoso periférico (SNP), formado pelos nervos e por pequenos agregados de células nervosas denominados gânglios nervosos As células nervosas ou neurônios são responsáveis pela recepção e pelo processamento de informações, atividades que terminam com a transmissão de sinalização por meio da liberação de neurotransmissores e de outras moléculas informacionais. Dessa maneira, influenciam diversas atividades do organismo. Os neurônios são formados pelo corpo celular, ou pericário, constituído pelo núcleo e por parte do citoplasma. O pericário emite prolongamentos, cujo volume total é geralmente maior do que o do corpo celular. Os neurônios têm morfologia complexa, mas quase todos apresentam três componentes: 1. Dendritos, prolongamentos cujo diâmetro diminui à medida que se afastam do pericário. São ramificados e numerosos e constituem o principal local para receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios 2. Corpo celular ou pericário, que é o centro trófico da célula, onde se concentram organelas, e que também é capaz de receber estímulos 3. Axônio, prolongamento único, de diâmetro constante na maior parte de seu percurso e ramificado em sua terminação. É especializado na condução de impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células (nervosas, musculares, glandulares). De acordo com sua morfologia, os neurônios podem ser classificados nos seguintes tipos : • Neurônios bipolares, que têm um dendrito e um axônio • Neurônios multipolares, que apresentam vários dendritos e um axônio • Neurônios pseudounipolares, que apresentam junto ao corpo celular um prolongamento único que logo se divide em dois, dirigindo-se um ramo para a periferia e outro para o SNC. Os neurônios podem ainda ser classificados segundo a sua função: os motores controlam órgãos efetores, tais como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares. Os sensoriais recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo. Os interneurônios estabelecem conexões entre neurônios, sendo, portanto, fundamentais para a formação de circuitos neuronais desde os mais simples até os mais complexos. Corpo celular O corpo celular, ou pericário, é a porção do neurônio que contém o núcleo e o citoplasma que envolve o núcleo. É, principalmente, um centro trófico, mas também tem função receptora e integradora de estímulos, recebendo estímulos excitatórios ou inibitórios produzidos em outras células nervosas. Dendritos A maioria das células nervosas tem numerosos dendritos, que aumentam consideravelmente a superfície celular, tornando possível receber impulsos trazidos por numerosas terminações axonais de outros neurônios. A composição do citoplasma da base dos dendritos,próximo ao pericário, é semelhante à do corpo celular; porém, não há complexo de Golgi. A maioria dos impulsos que chegam a um neurônio é recebida por pequenas projeções dos dendritos, os espinhos dendríticos. Axônios Cada neurônio emite um único axônio, cilindro de comprimento e diâmetro que dependem do tipo de neurônio. Na maior parte de sua extensão, os axônios têm um diâmetro constante e não se ramificam abundantemente, ao contrário do que ocorre com os dendritos. Alguns axônios são curtos, mas, na maioria dos casos, são mais longos do que os dendritos das mesmas células. Os axônios de muitos neurônios são mielinizados, ou seja, eles possuem uma bainha de mielina, um complexo lipídico- proteico que envolve o axônio . No sistema nervoso periférico, a mielina é formada quando a membrana de uma célula de Schwann envolve o axônio. Esse envoltório pode enrolar-se por até́ 100 vezes, o que resulta em muitas camadas de mielina envolvendo o axônio. No SNC, as células responsáveis pela formação da mielina são os oligodendrócitos . Diferentemente das células de Schwann que formam mielina em torno de um único neurônio, os oligodendrócitos emitem diversos prolongamentos que formam mielina em muitos axônios vizinhos. Na esclerose múltipla (EM), doença autoimune debilitante, ocorre perda de mielina no SNC. Essa perda ocasiona retardo ou bloqueio da condução nos axônios desmielinizados. 1. Neurônios sensoriais: possuem a função de receber estímulo da periferia. (tato, olfato...). Tem axônio e células com mielina. 2. Interneurônios: Localizam-se entre neurônios sensitivos e motor; 3. Neurônios eferentes: Geram comando efetivo (para controlar contração muscular, glândula para gerar secreção), levam comando do centro para a periferia do corpo. Neurônios simpáticos Neurônios pré-ganglionares simpáticos: curtos (saem da medula) Neurônios pós-ganglionares simpáticos: longos Os neurônios pré-ganglionares, tanto simpáticos quanto parassimpáticos, liberam o neurotransmissor acetilcolina (Ach). A Ach interage com a membrana dos neurônios pós-ganglionares por meio de sua ligação com os receptores colinérgicos, chamados nicotínicos. Esses receptores consistem em canais de sódio (Na+), que são abertos quando ocorre a ligação com o neurotransmissor. Neurônios parassimpáticos Neurônios pré-ganglionares parassimpáticos: longos Neurônios pós-ganglionares parassimpáticos: curtos O sistema parassimpático tem seus neurônios pré- ganglionares originados no tronco encefálico, e na região sacral da medula espinal. Esses neurônios realizam sinapses com os neurônios parassimpáticos pós-ganglionares nos gânglios parassimpáticos, que estão localizados próximos ou dentro dos órgãos-efetores. Os neurônios pós-ganglionares liberam diferentes transmissores: A maioria dos pós-g simpáticos são adrenérgicos: Liberam noradrenalina em suas terminações nervosas. A Ne interage com os órgãos efetores por meio de receptores que podem ser do tipo alpha ou beta. Os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos são colinérgicos, liberam acetilcolina em seus terminais. A Ach liberada por essas fibras interage com os tecidos- alvo pelos receptores colinérgicos do tipo muscarínicos. (acoplados a proteína G). A grande maioria dos órgãos apresenta inervação dual (simpáticas e parassimpáticas), o que garante a homeostase de suas funções. POTENCIAL DE MEMBRANA O PA é a resposta de uma célula excitável (neurônio ou fibra muscular) à flutuação dos potenciais graduados em sua membrana. No caso dos neurônios, esses potenciais graduados são os potenciais pós-sinápticos excitatórios (PPE) e os potenciais pós-sinápticos inibitórios (PPI). Apresenta um comportamento binário (duas alternativas, opostas uma à outra). Essa resposta binária significa que o potencial de ação obedece ao princípio do tudo ou nada, isto é, ou ocorre ou não ocorre, e, caso ocorra, acontecerá sempre com igual amplitude e igual duração. Apesar de a natureza dos potenciais de ação nada ter a ver com a transmissão de corrente elétrica, no PA ocorre uma variação brusca do potencial de membrana da célula que leva a uma inversão da polaridade dessa membrana. Em seguida, essa inversão de polaridade é quase instantaneamente revertida. COMO OCORRE: O PA é gerado por um potencial graduado (potencial gerador), que é o resultado da integração de todos os potenciais pós-sinápticos que chegam a uma célula excitável. O impulso nervoso é uma corrente elétrica que viaja ao longo do neurônio graças ao movimento de íons através de canais voltagem dependente localizados na membrana plasmática do neurônio. Quando um neurônio está em repouso existe uma diferença de cargas elétricas entre o interior e o exterior da célula. Essa diferença é produzida e mantida por transporte ativo, através de bomba sódio e potássio. As bombas levam Potássio para dentro da célula e sódio para fora. Logo, em repouso tem maior concentração de potássio e o exterior maior concentração de sódio. Meio extracelular : + e meio intracelular - A presença de outros íons de carga negativa aprisionados na célula, resultam em meio interno celular negativo e externo positivo. A diferença de cargas entre o meio interno e externo é chamado de potencial de repouso da membrana. Um impulso nervoso inicia quando o estímulo chega à membrana plasmática do neurônio causando aberturas de canais de sódio. Os íons de NA entram na célula diminuindo a diferença de carga elétrica naquele local. Se essa diferença chega a um limiar, permite a abertura de outros canais voltagem independente, permitindo muito sódio entrando na célula, despolarizando aquele local e invertendo o potencial de membrana. A despolarização se move ao longo da membrana do neurônio permitindo o potencial de ação (impulso nervoso). Mudanças ocorrem atrás do potencial de ação para restaurar o potencial de repouso, fechando os canais de sódio, e abrindo os canais de potássio. O que leva a um fluxo rápido de potássio para fora da célula, voltando o exterior a ficar positivo e o interior negativo. As bombas de sódio e potássio normalizam as concentrações de tais dentro e fora da célula. A frequência de disparos do PA está diretamente relacionada com o grau em que o limiar é ultrapassado. Dentro de certos limites, quanto mais acima do limiar, maior a frequência de disparos do PA. Durante um potencial de ação ocorrem quatro fenômenos elétricos sucessivos: despolarização (inversão de potencial), repolarização (reversão do potencial), hiperpolarização pós- potencial (redução da voltagem a um valor inferior ao do potencial de repouso) e restauração (retorno do potencial de membrana a valores do repouso à custa da bomba de Na/K). Despolarização Na despolarização ocorre uma abertura maciça e localizada de canais de sódio controlados por voltagem. Como as forças de difusão e elétrica para o sódio apontam para dentro, ele vai entrar maciçamente na célula, provocando uma inversão de polaridade elétrica na superfície da membrana. Repolarização Na repolarização os canais de sódio se tornam refratários, eles se fecham quando atingem determinada voltagem. Nesse momento, o influxo de sódio cai rapidamente. Ao mesmo tempo, abrem-se canais de potássio voltagem- dependentes (cujas comportas se abrem quando a polaridade da membrana se aproxima de +30 mV). Com a abertura maciça dos canais de K+, agora que o meio intracelular está positivo, em função da entrada prévia de Na+, a força elétrica para o potássio também vai apontar para fora, além da força de difusão, que já atuava nesse sentido. Logo, o potássio vai sair abundantemente do meio intracelular. Com isso, o número de cargas positivas dentro da célula vai diminuir, e o potencial de membrana voltaráa ficar negativo. Hiperpolarização pós-potencial O efluxo (saída) de potássio motivado por ambas as forças (elétrica e de difusão) é tão intenso que o equilíbrio se estabelece a uma voltagem abaixo do potencial de repouso. Restauração É na restauração que os canais de potássio voltagem- dependentes começam a se fechar. Ao fim da restauração, o potencial de membrana retorna aos valores de repouso. A bomba de Na/K começa a funcionar sempre que houver aumento na concentração intracelular de sódio. Considerando o limiar e os fenômenos elétricos já descritos, podemos dividir o potencial de ação em seis fases. • Fase zero: engatilhamento (do inglês triggering), ou pré- disparo, que é a fase de variação do potencial graduado que pode ou não alcançar o limiar. • Fase um: disparo, o qual se resume a um instante mínimo, que é o exato momento em que o limiar é alcançado e o processo do potencial de ação se inicia. A fase um é o divisor de águas entre a resposta e a não resposta, entre o um e o zero. Alcançado o limiar, inevitavelmente o PA ocorre em cascata e de maneira explosiva. • Fase dois: despolarização • Fase três: repolarização • Fase quatro: hiperpolarização pós-potencia • Fase cinco: restauração. • As fases dois a cinco correspondem aos fenômenos elétricos de igual nome. SINAPSES As sinapses são locais de grande proximidade entre neurônios, responsáveis pela transmissão unidirecional de sinalização. Há dois tipos: sinapses químicas e sinapses elétricas. As sinapses elétricas são constituídas por junções do tipo comunicante, que possibilitam a passagem de íons de uma célula para a outra, promovendo, assim, uma conexão elétrica e a transmissão de impulsos. Elas existem em vários locais do SNC, e a transmissão de informação por meio delas é mais rápida, porém com menor possibilidade de controle. Na sinapse química, também chamada simplesmente de sinapse, que predomina sobre o outro tipo, um sinal representado pela chegada de um potencial de ação (impulso nervoso) ao terminal axonal é transmitido a outra célula por sinalização química. Esta consiste em moléculas denominadas neurotransmissores, que são liberadas para o meio extracelular por exocitose. Os neurotransmissores geralmente são sintetizados no corpo celular do neurônio e transportados até os botões sinápticos, onde são armazenados em pequenas vesículas chamadas de vesículas sinápticas. Os neurotransmissores são exocitados em um estreito espaço situado entre as células que formam a sinapse e, para que possam agir, devem ser reconhecidos por receptores situados na membrana da célula que recebe a informação. Nessa membrana, os neurotransmissores promovem abertura ou fechamento de canais iônicos, ou desencadeiam uma cascata molecular no citoplasma, que resulta na produção de segundos mensageiros intracelulares. Estrutura da Sinapse A sinapse é constituída pelos seguintes componentes: um botão terminal ou sináptico, cuja membrana denomina-se membrana pré-sináptica; a membrana da célula que recebe a sinapse, chamada de membrana pós-sináptica; e um delgado espaço entre a membrana pré e pós-sináptica, a fenda sináptica Sequência da transmissão sináptica A despolarização que se propaga ao longo da membrana celular do axônio alcança o terminal axonal e promove a abertura de canais de cálcio na membrana dos botões sinápticos. Em consequência, há um rápido influxo de cálcio para o citosol do botão sináptico, que provoca o transporte das vesículas sinápticas para a proximidade da membrana pré-sináptica, o qual depende de proteínas motoras, como a quinesina. Na membrana pós-sináptica, as vesículas aderem preferencialmente a regiões da membrana denominadas zonas ativas, devido à atuação de várias moléculas. Nesses locais, ocorre a fusão das vesículas com a membrana pré- sináptica e a exocitose do neurotransmissor, que se dispõe no estreito espaço da fenda sináptica. A cada transmissão de impulso sináptico, centenas de vesículas liberam neurotransmissores no espaço da fenda sináptica, que são reconhecidos por receptores presentes na membrana pós-sináptica. Estes se comportam também como canais iônicos, permitindo a entrada de íons através da membrana pós-sináptica. Este afluxo de íons provoca uma despolarização local da membrana pós-sináptica que pode ser conduzida ao longo da membrana dos dendritos e do pericário do neurônio pós-sináptico. Esse neurônio integra o sinal com muitos outros recebidos simultaneamente de outros neurônios e pode gerar um potencial de ação que é transmitido ao longo do seu axônio em direção às sinapses que esse neurônio estabelece. Assim, de maneira simplificada, pode-se dizer que essa sinapse é do tipo excitatório, e há sinapses que podem inibir a geração de um potencial de ação, as inibitórias ELEMENTOS CELULARES NO SNC Sob a designação de neuroglia ou glia incluem-se vários tipos celulares encontrados no SNC ao lado dos neurônios. As várias células da glia são formadas por um corpo celular e por seus prolongamentos. Os seguintes tipos celulares formam o conjunto das células da glia: oligodendrócitos, astrócitos, células ependimárias e células da micróglia. Ainda, neste grupo incluem-se células do SNP que exercem funções similares às da neuroglia: as células de Schwann e as células satélites de neurônios ganglionares. Micro e Macroglia A palavra glia, em grego, significa cola. Durante muitos anos se atribuiu à glia uma mera função de tecido de sustentação. Porém, atualmente se reconhece o papel dessa célula na comunicação interna do SNC, em parceria com os neurônios. Contudo, diferentemente dos neurônios, as células gliais continuam o processo de divisão celular na idade adulta, e sua capacidade de proliferação é facilmente observada após uma lesão no tecido nervoso. Há dois tipos principais de glia: a micróglia e a macróglia. A micróglia é uma “célula de limpeza” (scavenger) que se assemelha aos macrófagos de outros tecidos e remove restos resultantes de lesão, infecção e doenças. A micróglia se origina de macrófagos externos ao SNC e não se relaciona, fisiológica e embriologicamente, com os outros tipos de células neurais. Existem três tipos de macróglia: oligodendrócitos, células de Schwann e astrócitos . Os oligodendrócitos e as células de Schwann são os responsáveis pela formação da mielina que envolve os axônios no SNC e no sistema nervoso periférico, respectivamente. Os astrócitos possuem prolongamentos próximos de sinapses e da membrana de células nervosas. Os astrócitos protoplasmáticos possuem potencial de membrana que varia com a concentração externa de K+, mas não geram potenciais propaga- dos. Eles ajudam a manter uma concentração adequada de íons e de neurotransmissores por captarem K+ e os neurotransmissores glutamato e ácido +- aminobutírico (GABA). Oligodendrócitos e células de Schwann Os oligodendrócitos, por meio de seus prolongamentos, que se enrolam várias vezes em volta dos axônios, produzem as bainhas de mielina, que isolam os axônios emitidos por neurônios do SNC. Cada oligodendrócito pode emitir inúmeros prolongamentos, e cada um reveste um curto segmento de um axônio. As células de Schwann, presentes no SNP, têm a mesma função dos oligodendrócitos; no entanto, cada uma delas forma mielina em torno de um curto segmento de um único axônio. Consequentemente, cada axônio do SNP é envolvido por uma sequência de inúmeras células de Schwann. Astrócitos Os astrócitos são células de forma estrelada com múltiplos prolongamentos irradiando do corpo celular. Eles têm muitos feixes de filamentos intermediários constituídos pela proteína fibrilar ácida da glia, os quais são um importante elemento de suporte estrutural dos prolongamentos. Há dois tipos de astrócitos: fibrosose protoplasmáticos. Os astrócitos fibrosos têm prolongamentos menos numerosos e mais longos, e se localizam preferencialmente na substância branca. Os astrócitos protoplasmáticos, encontrados principalmente na substância cinzenta, apresentam maior número de prolongamentos, curtos e muito ramificados. Além da função de sustentação dos neurônios, os astrócitos participam do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular. Ambos os tipos de astrócitos possuem prolongamentos que estão em contato com os vasos sanguíneos e induzem a formação de junções de oclusão nos capilares, constituindo a barreira hematoencefálica. Essa barreira impede a difusão de moléculas grandes ou hidrofílicas (p. ex., proteínas) para o liquido cerebrospinal (LCS)* e o SNC, mas permite a passagem de moléculas pequenas. Células ependimárias As células ependimárias são células cúbicas ou colunares que, de maneira semelhante a um epitélio, revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinal (ver adiante). Em alguns locais, as células ependimárias são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR). DIVISÃO DAS SUBSTÂNCIAS DO SISTEMA NERVOSO Predomínio de axônios mielinizados, oligodendrócitos (bainha de mielina que é esbranquiçada) e astrócitos fibrosos (sustentação com o axônico). Constituem as partes centrais do cérebro e cerebelo e partes externas da medula espinal. Predomínio de corpos celulares, dendritos, porção não mielinizado e astrócitos protoplamáticos. Constituem as partes externas do cérebro e cerebelo e partes centrais da medula espinal. BARREIRA HEMATENCEFÁLICA (SNC) É uma barreira estrutural e funcional que dificulta a passagem de diversas substâncias, como antibióticos, agentes químicos e toxinas, do sangue para o tecido nervoso. A barreira hematencefálica se deve à menor permeabilidade dos capilares sanguíneos do tecido nervoso. Seu principal componente estrutural são as junções oclusivas entre as células endoteliais. Essas células não são fenestradas e mostram raras vesículas de pinocitose. É possível que os prolongamentos dos astrócitos, que envolvem completamente os capilares, também façam parte da barreira hematencefálica. PLEXOS COROIDES E LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO Os plexos coroides são compostos por pregas da pia-máter ricas em capilares fenestrados e dilatados, situados no interior dos ventrículos cerebrais. Formam o teto do terceiro e do quarto ventrículos e parte das paredes dos ventrículos laterais. São constituídos pelo tecido conjuntivo frouxo da pia-máter, revestido por epitélio simples, cúbico ou colunar baixo, cujas células são transportadoras de íons. A principal função dos plexos coroides é secretar o LCR, que contém apenas pequena quantidade de sólidos e ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal central da medula, o espaço subaracnóideo e os espaços perivasculares. Ele é importante para o metabolismo do SNC e o protege contra traumatismos. Necessidades e Cuidados em Saúde- TBL • Neurônios pré-ganglionares simpáticos e parassimpático, liberam o mesmo neurotransmissor: acetilcolina, que interage com receptores colinérgicos. • Neurônios pós-ganglionares parassimpáticos liberam acetilcolina, que interage com receptores muscarínicos nos órgãos efetores, chamados de colinérgicos. • Neurônios pós-ganglionares simpáticos liberam noradrenalina. Chamados de adrenérgicos. RECEPTORES ADRENÉRGICOS: Receptor adrenégico ou adrenoreceptores: são uma classe de receptores ligados a Proteína G e que são alvos das catecolaminhas(neurotransmissores). Eles são ativados pelos ligantes endógenos adrenalina e noradrenalina. RECEPTORES MUSCARÍNICOS Utilizam a proteína G como mecanismo de sinalização e são encontrados em todas as células efetoras estimuladas por neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático, bem como por neurônios colinérgicos pós- ganglionares do sistema nervoso simpático. Esses receptores, além de ligarem a acetilcolina, também reconhecem a muscarina, um alcaloide que está presente em certos cogumelos venenosos. Os receptores muscarínicos apresentam baixa afinidade pela nicotina. São diferenciadas subclasses de receptores muscarínicos: M1, M2, M3, M4 e M5. RECEPTORES NICOTÍNICOS São canais iônicos dependentes de ligantes encontrados nas sinapses entre neurônios pré e pós-ganglionares dos sistemas nervosos simpático e parassimpático, bem como na junção neuromuscular do músculo esquelético. QUESTÕES TBL 1- Isso aconteceu pois o sistema nervoso periférico teve a percepção de medo e susto, o que ativou o sistema nervoso autônomo simpático, já que este atua em situações de estresse, luta e fuga. Isso ocorre pois quando o adolescente se percebe em uma situação de perigo, o organismo atua com uma resposta fisiológica, ativando esse sistema e liberando noradrenalina, a fim de modular a frequência cardíaca, respiratória e arterial estimulando o organismo a se preparar a um momento de reação rápida. 2- O fármaco indicado é a adrenalina , da classe catecolamina, produzido pela adrenal. Pois a adrenalina irá reverter prontamente os sinais da anafilaxia. Isso pois sua ação é adrenérgica no sistema nervoso simpático, assim ela irá estimular os receptores alfa 1 localizado nos vasos sanguíneos, que irá induzir a vaso constrição. Ainda, no Beta1, irá estimular o sistema cardíaco, fazendo com que ocorra aumento da frequência cardíaca e por último, estimulará o beta 2, que é responsável pelo sistema respiratório, desencadeando broncodilatação e irá mediar os processos inflamatórios. 3- A acetilcolina atua na contração dos músculos, o que está associado aos batimentos cardíacos e dilatação pulmonar nos sistemas cardiovasculares e respiratórios, já que ela se liga aos receptores nicotínicos, e nesse caso em especial ao N2 , localizado na placa motora. Basicamente, a toxina consegue paralisar a liberação pré-sináptica do neurotransmissor acetilcolina, na junção neuromuscular. Em outras palavras, ela bloqueia a informação entre o neurotransmissor e o músculo, causando seu enrijecimento. Em pequenas quantidades a ação da toxina influencia no enrijecimento da fibra muscular de forma temporária e por isso os tratamentos estéticos devem ser feitos de tempos em tempos. A toxina desativa as proteínas de fusão, assim a acetilcolina não é lançada na fenda sináptica impedindo a despolarização do terminal nervoso e dessa forma a contração muscular fica bloqueada. O sistema nervoso autônomo (SNA), que possui partes no SNC e no SNP e é formado por neurônios que inervam o músculo liso, o músculo cardíaco, o epitélio glandular e a combinação desses tecidos. M1 Neurônios; Células parietais gástricas. M2 Células cardíacas; Neurônios; Músculo liso. M3 Bexiga; Glândulas exócrinas; Músculo liso M4 e M5 Neurônios Receptores nicotínicos musculares localizados na junção neuromuscular esquelética Receptores nicotínicos ganglionares responsáveis pela transmissão nos gânglios simpáticos e parassimpáticos Receptores nicotínicos dos SNC espalhados por todo o cérebro, em localização e composição molecular variada.
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