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Diagnostico das Doencas Infecciosas e Avancos nas Rotinas Laboratoriais

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Diagnóstico Das Doenças 
infecciosas e avanços 
nas Rotinas LaboRatoRiais
Elaboração
Priscila Dallé da Rosa
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS .......................................................... 9
CAPÍTULO 1
CITOMEGALOVÍRUS, DENGUE E HEPATITE ................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
HIV, HPV E HTLV ....................................................................................................................... 28
CAPÍTULO 3 
MONONUCLEOSE INFECCIOSA E RUBÉOLA ............................................................................ 37
UNIDADE II
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS ................................................ 42
CAPÍTULO 1
ENTEROCOCCIAS, ESTAFILOCOCCIAS E ESTREPTOCOCCIAS .................................................. 42
CAPÍTULO 2
INFECÇÕES POR CLAMÍDIAS E CLAMIDÓFILAS, INFECÇÃO POR MICOPLASMAS E LEPTOSPIROSE 
HUMANA ................................................................................................................................ 60
CAPÍTULO 3
MENINGITES BACTERIANAS AGUDAS, SÍFILIS E TUBERCULOSE .................................................... 66
UNIDADE III
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS ......................................... 77
CAPÍTULO 1
AMEBÍASE E TRIPANOSOMÍASE AMERICANA ........................................................................... 77
CAPÍTULO 2
LEISHMANIOSES E MALÁRIA .................................................................................................... 82
CAPÍTULO 3
PROTOZOOSES EMERGENTES.................................................................................................. 91
UNIDADE IV
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS .............................................. 101
CAPÍTULO 1
ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA E FILARIOSE BANCROFTIANA ............................................. 102
CAPÍTULO 2
HIDATIDOSE, NEUROCISTICERCOSE E TOXOCARÍASE ............................................................. 107
UNIDADE V
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS ................................................. 112
CAPÍTULO 1
MICOSES CUTÂNEAS ............................................................................................................ 112
CAPÍTULO 2
MICOSES SISTÊMICAS ........................................................................................................... 120
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 132
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
O Caderno de Estudos e Pesquisa Diagnóstico das Doenças Infecciosas e Avanços nas 
Rotinas Laboratoriais foi elaborado com o objetivo de fornecer ao aluno os subsídios 
necessários para compreensão e identificação das principais doenças infecciosas com 
uma abordagem ampla em todos os tipos de diagnósticos disponíveis.
Serão estudadas as principais doenças infecciosas causadas por micro-organismos e 
também doenças sexualmente transmissíveis, assim como os métodos para isolamento 
e identificação dos agentes causadores de infecções. Dar-se-á ênfase no diagnóstico das 
doenças bacterianas, hepatites virais e viroses, doenças fúngicas e parasitárias, avaliando 
a patogênese, as manifestações clínicas, transmissão, tratamento, e principalmente os 
avanços dos diagnósticos nas rotinas laboratoriais. Todos esses tópicos serão discutidos 
no decorrer dos capítulos. O aluno será levado a refletir sobre os grupos de risco os 
quais essas doenças infecciosas são comumente relacionadas. Além disso, será possível 
compreender mais claramente a evolução dos diagnósticos, não só com relação aos 
aspectos clínicos, assim como o tratamento e as formas de transmissão, pois se entende 
que conhecer os detalhes de cada doença seja passo primordial para um diagnóstico 
correto e rápido.
Por fim, o aluno terá como objetivo na disciplina aprender ferramentas para: identificar, 
diagnosticar, e tratar pacientes com doenças infecciosas, não observando somente 
o ambiente clínico. Ao final do curso, a avaliação será feita mediante aos exercícios 
propostos, levando em consideração fatores técnicos, poder de decisão e análise do 
contexto individual para cada evento aprendido no decorrer da disciplina.
“Diagnosticar é descobrir a vida.” (DOUTORANDA PRISCILA DALLÉ 
– PPGCM/UFRGS).
Sejam bem-vindos! 
Objetivos
 » Adquirir conhecimento sobre as principais doenças infecciosas.
 » Identificar as característicasmorfológicas, patogênicas e sintomatológicas.
 » Identificar procedimentos e diagnósticos a serem realizados.
 » Definir a melhor metodologia para identificação e tratamento do 
micro-organismo.
9
UNIDADE I
DIAGNÓSTICO DAS 
PRINCIPAIS DOENÇAS 
CAUSADAS POR VÍRUS
Serão ofertados nesta unidade tópicos sobre vírus, referindo-se às doenças 
ocasionadas por esses micro-organismos, que são objeto de interesse para a 
Vigilância Epidemiológica, assim como aos esquemas de tratamento. Reitera-se, 
nesta parte do Caderno de Estudos, o propósito de apresentar as principais doenças 
causadas por vírus do nosso país com informações essenciais e atualizadas, que se 
destacam como tema de maior relevância para o especialista clínico em diagnósticos, 
trazendo também atualizações nos diagnósticos mais importantes. Convidamos 
você profissional da saúde a explorar todo o texto e sugestões de estudo. 
Seja Bem-vindo!
CAPÍTULO 1
Citomegalovírus, dengue e hepatite
Citomegalovírus
CMV (HHV-5) pertence à família do herpes vírus humano (beta) 5, que é a mesma família 
do vírus da catapora, herpes simples, herpes genital e do herpes zoster. Consequências 
mais graves relacionam-se à patogenia nos imunodeprimidos e as anomalias congênitas, 
como podem ser observadas na figura 1 A e 1 B, respectivamente. Considera-se uma 
doença cosmopolita. No Brasil, revela uma prevalência maior em crianças do que 
em adultos, porém a suscetibilidade é geral. Seu reconhecimento é necessário pela 
forte associação com neoplasias. Esse vírus nunca abandona o organismo da pessoa 
infectada. Permanece em estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro 
pode reativar a infecção (CHIN, 2002).
A reativação do quadro infeccioso está associada à deficiência do sistema imunológico. 
Nos imunodeprimidos, lesões ulceradas e dolorosas podem comprometer todo o 
10
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
aparelho digestivo (boca, garganta, faringe, esôfago, estômago, intestino grosso e 
delgado). Nos pacientes com AIDS, a complicação mais comum é a coriorretinite, que 
pode levar à cegueira, mas existem outras complicações, como comprometimento dos 
intestinos, do fígado e do sistema nervoso central, que resultam em perda do movimento 
dos membros inferiores e em mielite e encefalite.
Figura 1. Exemplo de lesões de membranas mucosas e pele, ao redor da cavidade figura A. Um recém-nascido 
com infecção congênita com CMV apresentando hematomas múltiplos e trombopenia severa, na figura B.
Fonte: <http://enfermagemmassoterapia.blogspot.com.br/2012/03/citomegalovirus.html;http://citomegalovirus.blogspot.com.
br/>. Acesso em: 4 nov. 2015.
Transmissão
O CMV pode ser transmitido por vários mecanismos, como através da placenta (CMV 
congênita), no interior do canal do parto, no aleitamento materno, sexualmente, pela 
saliva, por transfusão de sangue, ou até mesmo por objetos. Seguintes formas:
 » Por via respiratória: tosse, espirro, fala, saliva, secreção brônquica e da 
faringe servem de veículo para a transmissão do vírus. 
 » Por transfusão de sangue; por transmissão vertical da mulher grávida 
para o feto. 
 » Por via sexual: neste caso, ele é considerado causador de doença 
sexualmente transmissível. 
 » Por objetos como xícaras e talheres, embora esse tipo de transmissão seja 
pouco comum, ele é possível porque o citomegalovírus não é destruído 
pelas condições ambientais.
11
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
É quase impossível viver sem ser infectado, em algum momento, pelo 
citomegalovírus. O período de incubação varia de alguns dias a poucas semanas.
Achados clínicos 
Nos pacientes imunodeprimidos, lesões ulceradas e dolorosas podem comprometer 
todo o aparelho digestivo. Nos pacientes com AIDS, pode levar à cegueira, ou 
pneumonite ou hepatite. Em adultos imunocompetentes, pode causar a mononucleose 
heterófilo negativa, caracterizada por febre, letargia, presença de linfócitos anormais. 
E para o recém-nascido pode apresentar microencefalia, convulsões, surdez, icterícia, 
hepatoesplenomegalia e púrpura (MS, 2010). 
Aluno, talvez você nunca tivesse dado a verdadeira importância para esse vírus. 
A partir deste primeiro capítulo se surpreenderá com a diversidade de métodos 
de diagnóstico.
E que a detecção desse vírus faz parte da rotina laboratorial, principalmente em 
mulheres grávidas. Agora chega de conversa e vamos estudar!
Tratamento
Ganciclovir, valganciclovir, cidoflovir e fomivirsen (MS, 2010).
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial da infecção pelo CMV pode ser feito por diferentes métodos, 
que incluem exame direto de amostras por microscopia eletrônica, demonstração de 
células com corpúsculos de inclusão característicos (Figura 2 A), e detecção de antígenos 
ou DNA viral, isolamento viral em culturas celulares de secreção de garganta, ou de 
urina (frequentemente utilizado para RN a fim de detectar precocemente a infecção 
congênita). E várias metodologias imunológicas, tais como de fixação do complemento, 
de aglutinação passiva em látex, ou de reação de imunofluorescência indireta e de 
testes imunoenzimáticos (ELISA – Enzyme linked immunosorbent assay – ensaio 
imunoenzimático), demonstrados na figura 2 B e 2 C juntamente com o equipamento 
que pode utilizar tanto soro como plasma para detectar anticorpos do CMV (FERREIRA, 
2013).
Na pesquisa sorológica contra o CMV, os anticorpos da classe IgM estão presentes 
apenas na fase aguda da infecção e os da classe IgG também aparecem na fase aguda, 
12
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
mas persistem por toda a vida. Os testes para determinação de títulos de anticorpos 
(elevação igual ou superior a quatro vezes) podem também ser úteis. E nas biópsias 
pulmonares podem-se observar células multinucleadas ou células com inclusões 
intranucleares proeminentes (ROIT, 1995, p. 29.6).
Figura 2. Citomegalia com corpos de inclusão nucleares (HE, 100x) na figura A; sistema de ELISA na figura B; o Kit 
CMV Brite Turbo (anticorpo monoclonal primário C10 / C11 específico para a proteína pp65 do CMV) na figura C.
Fonte:<http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?pid=S0872-81782010000400003&script=sci_arttext>; <http://spanish.
everychina.com/f-z51f538c/p-91994723/showimage.html>.<http://dpmdiagnostica.com.br/site/diagnostico-precoce-das-
infeccoes-por-citomegalovirus-cmv/> Acesso: 2 de jan. 2016.
Diagnóstico avançado
Outra forma de diagnóstico é a detecção do antígeno pp65 no interior dos neutrófilos 
(antigenemia) circulantes no sangue e tem sido utilizada, tanto em centros de células 
tronco hematopoiética como de órgãos sólidos. O Kit CMV Brite Turbo tem como 
vantagem ser simples, rápido e com alta sensibilidade para o diagnóstico precoce das 
infecções por CMV (Figura 2 C).
Existem também as técnicas que detectam proteínas virais, presentes na célula 
infectada como resultado da replicação viral, como a técnica de antigenemia, que é 
metodologicamente mais simples do que a técnica de isolamento viral por biologia 
molecular (ERICE et al., 1992; LANDRY et al., 1993).
Outros métodos de biologia molecular também vêm sendo estudados. A técnica de 
NASBA (amplificação do RNAm do gene UL65) vem sendo descrita como mais sensível 
ou de igual sensibilidade (GOOSSEN et al., 1999) em relação às técnicas de antigenemia 
e de isolamento viral. Em alguns estudos, as técnicas de NASBA e de antigenemia 
apresentaram igual sensibilidade, entretanto a técnica de antigenemia foi capaz 
de detectar a presença de replicação viral mais precocemente, em um dos pacientes 
acompanhados no estudo de Sleman.
13
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
O teste de captura híbrida também apresenta resultados variáveis, havendo relato de 
maior sensibilidade (VEAL et al., 1996) ou de menor sensibilidade (MAZZULLI et al., 
1996 e 1999), em relação à técnica de antigenemia. Outros métodos, como “Branched-
DNA signal amplificationassay” (Ensaio de Amplificação de Sinal de DNA Ramificado) 
e o Real Time PCR (PCR em tempo real) vêm sendo comparados com o padrão-ouro, 
porém nenhum deles conseguiu, até o momento, substituir, definitivamente, o método 
de antigenemia, que é menos dispendioso e tem apresentado relevante valor preditivo 
(CHERNOFF, 1997; BOECKH; BOIVIN, 1998). 
A técnica de PCR qualitativo, para detecção do genoma do CMV, tem seu emprego 
limitado, pois apresenta baixo valor preditivo. Maioria dos transplantados soropositivos 
apresenta PCR positivo, mesmo na ausência de doença invasiva. Entretanto, quando se 
trata do PCR quantitativo, diversos estudos têm relacionado seu alto valor preditivo em 
relação ao aparecimento de doença invasiva.
Há mais alguma coisa que eu devo saber?
 » O CMV é um dos agentes pesquisado no painel TORCH, que inclui 
exames para toxoplasmose, rubéola, e herpes simples, usado em 
triagem de mulheres grávidas para excluir infecções prejudiciais ao 
bebê.
 » CMV é o principal causador de complicações pós-transplante, 
com incidência de até 70%, em especial nos primeiros meses 
pós-transplante. Fonte: <http://www.rbconline.org.br/artigo/
diagnostico-laboratorial-dacitomegalovirose-em-pacientes-
transplantados/>.
Dengue
O vírus da dengue (RNA) é um arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à família 
Flaviviridae, com quatro sorotipos conhecidos: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4 
(MS, 2010, p. 131). É uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo um dos 
principais problemas de saúde pública no mundo. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias, 
e o intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. 
É só depois desse período que os sintomas aparecem. Geralmente os sintomas se 
manifestam a partir do 3o dia depois da picada do mosquito. Na dengue hemorrágica, o 
quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória 
e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas 
do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas 
se infectem anualmente com a dengue em mais de 100 países de todos os continentes, 
14
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil 
morrem em consequência da dengue.
Transmissão
A dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos, Aedes aegypti e Aedes 
albopictus, que picam durante o dia e a noite, ao contrário do mosquito comum, que 
pica durante a noite. Os transmissores de dengue, principalmente o Aedes aegypti, 
proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações, em recipientes onde se 
acumula água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas).
O seu principal vetor de transmissão é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve 
em áreas tropicais e subtropicais. Este mosquito transmite outras doenças como febre 
amarela, chikungunya e zika vírus.
Achados clínicos 
Alterações cutâneas incluem diversos achados como erupção morbiliforme que pode 
ser pruriginosa e que gera descamação residual, algumas manifestações hemorrágicas 
discretas como epistaxe, petéquias e sangramento gengival. Extravasamento capilar 
de plasma é responsável pela hemoconcentração e trombocitopenia observadas e que 
caracterizam a dengue hemorrágica. Manifestações cutâneas da dengue hemorrágica 
incluem lesões hemorrágicas disseminadas como petéquias e equimoses, mas também 
instabilidade hemodinâmica com pulso filiforme, pressão arterial convergente, 
extremidades frias, confusão mental e choque. (LUPY, 2007).
Figura 3. Diferença entre os sintomas da dengue clássica e da hemorrágica.
Fonte: <http://www.dengue.org.br/dengue_sintomas.html>. Acesso em: 26 de Nov. 2015.
15
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, 
locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Veja mais 
dicas sobre isso no site a seguir, além do mapa com índice de risco do Brasil e 
epidemiologia. 
Fonte: <http://www.dengue.org.br/mosquito_aedes.html>
Tratamento
O paracetamol é a medicação de escolha para tratamento da febre e para analgesia. 
Os anti-inflamatórios não esteroides estão contraindicados no tratamento da dengue. 
Deve-se evitar aspirina no tratamento da dengue clássica, porque ela pode estar 
associada à síndrome de Reye e exacerbar as manifestações hemorrágicas. A seguir, o 
Quadro 1 apresenta o tratamento para diferentes casos de dengue, conforme o Guia de 
Bolso de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Ministério da Saúde. 
Quadro 1. Tratamento dos casos suspeitos de dengue.
Grupo Caracterização Conduta
A
Paciente com prova do laço negativa e ausência de 
manifestação hemorrágica.
Ausência de sinais de alarme.
Hidratação oral. Antitérmicos e analgésicos
B
Prova do laço positiva ou manifestação hemorrágica
Espontânea.
Ausência de sinais de alarme.
Se hemograma normal.
Hidratação oral. Antitérmicos e analgésicos
Se hematócrito aumentado em até 10% do valor basal 
ou na ausência desse.
Criança: ≥38% e £ 42%
Mulheres: ≥40% e £ 44%
Homens: ≥45% e £ 50%
Tratamento ambulatorial com hidratação oral vigorosa. Antitérmicos e analgésicos.
Se hematócrito aumentado em até 10% do valor basal 
ou na ausência desse.
Criança:>42%
Mulheres:> 44%
Homens:>50%
Hidratação oral supervisionada ou parenteral.
Antitérmicos e analgésicos.
C
Presença de algum sinal de alarme.
Manifestação hemorrágica presente ou ausente.
Hidratação venosa rápida em unidade com capacidade para realizar hidratação 
venosa sob supervisão médica, por um período mínino de 24h.
D » Choque.
Fonte: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf>. Acesso em: 26 de Nov. 
2015.
16
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial da dengue é complexo, difícil de ser diagnosticada 
clinicamente e exige metodologia capaz de diferenciar as fases clínicas da doença, 
principalmente a infecção primária, de curta duração (FERREIRA, 2013).
A prova do laço deverá ser realizada obrigatoriamente em todos os casos suspeitos 
de dengue durante o exame físico. Existem outras técnicas a fim de diagnosticar a 
patologia, como a inibição de hemaglutinação e teste de neutralização, porém essas não 
são utilizadas na rotina. 
É recomendado o hemograma para todos os pacientes com dengue, em especial para 
aqueles que se enquadrem nas seguintes situações: lactentes (menores de 2 anos), 
gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, com hipertensão arterial ou outras 
doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doenças hematológicas crônicas 
(principalmente anemia falciforme), doença renal crônica, doença acidopéptica e 
doenças auto-imunes; a coleta deverá ser no mesmo dia e o resultado em até 24 horas.
Diagnóstico sorológico 
O método de escolha para o diagnóstico da dengue é o sorológico por ELISA, o qual 
detecta anticorpos antidengue a partir da coleta realizada no sexto dia do início dos 
sintomas. 
Diagnóstico por detecção de vírus ou antígenos 
virais 
O isolamento viral deve ser orientado pela vigilância epidemiológica com o objetivo de 
monitorar os sorotipos circulantes, a coleta é até o quinto dia de início dos sintomas e a 
detecção de antígenos virais pela técnica de imuno-histoquímica de tecidos. E também 
existe o diagnóstico molecular realizado pelo RT-PCR (Real Time – PCR/ PCR em 
tempo real).
Diagnóstico laboratorial nos óbitos suspeitos 
Todo óbito deve ser investigado e deve-se coletar sangue para isolamento viral 
e/ou sorologia, além de tecidos para estudo anatomopatológico e isolamento viral. O 
procedimento deve ser feito tão logo seja constatado o óbito e fragmentos de fígado, 
pulmão, baço, gânglios, timo e cérebro devem ser retirados, para isolamentoviral o 
17
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
material deve ser colado em recipiente estéril, enviado imediatamente para o laboratório, 
acondicionado em nitrogênio líquido ou gelo seco.
Caso não seja possível o envio imediato, acondicionar em geladeira (4°C) por até 
seis horas; para o exame histopatológico o material deve ser colocado em frasco com 
formalina tamponada, mantendo e transportando em temperatura ambiente. 
Acesse os links que possuem informações complementares para elucidar a 
construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado.
<http://www.dengue.org.br/>
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/
svs/dengue>
<http://www.ioc.fiocruz.br/pages/informerede/corpo/hotsite/dengue/
arquivos/dengue_manejo_clinico.pdf>
Hepatite
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B, C e D. 
Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Pode ocorrer 
a evolução da doença tornando-se crônica e causar danos mais graves ao fígado como 
cirrose e câncer.
A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam 
apenas formas agudas de hepatite. Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o 
indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por 
outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas 
agudas, quanto crônicas de infecção, sendo considerada crônica quando a doença 
persiste no organismo por mais de seis meses.
Hepatite A (HAV)
É uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da hepatite A, que produz inflamação 
e necrose do fígado. É também conhecida como “hepatite infecciosa”. 
Transmissão
É fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados 
pelo vírus. 
18
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Achados clínicos 
Geralmente é assintomático, no entanto se houver sintomas, os mais frequentes são 
cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, 
urina escura e fezes claras. O fígado parece até uma gelatina. Na maioria dos casos, a 
HAV é uma doença de caráter benigno e curável. Em menos de 1% dos casos, causa 
insuficiência hepática aguda grave que pode ser fulminante.
Diagnóstico 
Os testes sorológicos mais utilizados são os imunoenzimáticos (ELISA), de 
micropartículas (MEIA), imunofluorescentes (ELFA) e os quimioluminescentes.
Na hepatite A, no caso de hepatite aguda, o diagnóstico é baseado na detecção do 
anti-HAV IgM em indivíduos com apresentação clínica e laboratorial compatíveis. A 
detecção anti-HAV IgG ou anti-HAV total significa exposição prévia e imunidade ao 
HAV. 
Tabela 1. Painel sorológico da hepatite A (+ reagente, - não reagente). 
Hepatite A
Condição Anti-HAV IgM Anti- HAV IgG
Aguda + - ou +
Imunidade - +
Fonte: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf>. Acesso em: 7 de abr. 2016.
Hepatite B (HBV)
É uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga. Único vírus da hepatite 
que tem o material genético composto por DNA, os demais são pelo RNA. 
Transmissão
A hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível (MURRAY, 2006), 
podendo ser transmitida durante a gestação, ou no parto. O VHB está presente no 
sangue, e nas secreções, como o esperma e o leite materno. Também pode ser transmitida 
pelo compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), 
de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha 
ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de 
piercings, por transfusão de sangue contaminado.
http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf
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 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Assista ao vídeo e testes seus conhecimentos nas provas ofertadas no site de 
aperfeiçoamento profissional para o analista clínico: <http://www.telelab.aids.
gov.br/index.php/component/k2/item/94-diagnostico-de-hepatites-virais/94-
diagnostico-de-hepatites-virais>
Achados clínicos 
A evolução de uma hepatite aguda consiste de três fases: prodrômica ou pré-ictérica, 
com aparecimento de febre, astenia, dores musculares ou articulares e sintomas 
digestivos. A evolução é de mais ou menos quatro semanas. Segunda fase é a ictérica, 
abrandamento dos sintomas digestivos e do surgimento da icterícia que pode ser de 
intensidade variável, sendo, às vezes, precedida de colúria. A hipocolia pode surgir 
por prazos curtos, sete a dez dias, e às vezes é acompanhada de prurido. E a terceira 
fase é a convalescença, desaparece a icterícia e retorna à sensação de bem-estar. A 
recuperação completa ocorre após algumas semanas, mas a astenia pode persistir por 
vários meses. É possível que 90-95% dos pacientes adultos acometidos possam evoluir 
para a cura. Quando a reação inflamatória do fígado nos casos agudos sintomáticos 
ou assintomáticos persiste por mais de seis meses, considera-se que a infecção está 
evoluindo para a forma crônica. (Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/hepatites_abcde.pdf>. Acesso em: 30 de dez. 2015.
Tratamento
A medicação é com os análogos dos nucleósidos, como a lamivudina e o adefovir, 
que têm um efeito antivírico potente, mas que necessitam de uma administração 
mais prolongada do que do Peginterferon Alfa-2a para se obterem taxas de resposta 
semelhantes.
Diagnóstico 
Nas hepatites virais agudas os marcadores bioquímicos apresentam relação AST/ALT 
aumentada de 8 a 50 vezes em relação ao limite superior de valores de referência, 
fosfatase alcalina aumentada 3 vezes em relação ao limite superior de referência e o 
tempo de protrombina inferior a 15 segundos. E os marcadores sorológicos do HBV 
possuem íntima relação com as partes dos vírus e expressam diferentes momentos da 
doença. O primeiro marcador a ser detectado é o DNA viral, que pode aparecer até 3 
semanas antes do aparecimento do HBsAg, sendo o período da janela terapêutica. O 
Anti-HBc aparece dias depois do HBsAg. 
20
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Perfil sorológico da hepatite B
HBV DNA (DNA do vírus da hepatite B).
 » HBsAg (Antígeno de superfície do vírus da hepatite B). É o primeiro 
marcador que aparece no curso da infecção pelo HBV, ele declina a níveis 
indetectáveis em até 6 meses.
 » HBeAg (Antígeno “e” do vírus da hepatite B). É um marcador de 
replicação viral. Sua positividade indica alta infecciosidade.
 » Anti-HBe (Anticorpo contra o antígeno “e” do vírus da hepatite B). Surge 
após o desaparecimento do HBeAg, indicando o fim da fase replicativa. 
 » Anti-HBcT (Anticorpos totais contra o corion do vírus da hepatite B). É 
um marcador de hepatite B aguda.
 » Anti-HBcM (Anticorpos IgM contra o corion do vírus da Hepatite B). É 
um marcador de Infecção recente, encontrado no soro em até 8 meses. 
Também é um marcador de fase aguda.
 » Anti-HBcG (Anticorpos IgG contra o corion do vírus da Hepatite B). É 
o marcador de longa duração, presente nas infecções agudas e crônicas. 
Representa contato prévio com o vírus.
 » Anti-HBs (Anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus da 
hepatite B). É o único anticorpo que confere imunidade ao HBV. Está 
presente no soro após o desaparecimento do HBsAg, sendo indicador 
de cura e imunidade. Está presente isoladamente em pessoas vacinadas 
(MURRAY, 2006). 
Tabela 2. Painel sorológico da hepatite B (+ reagente, - não reagente).
Interpretação dos 
Resultados 
Anti-HBcT Anti-
HBcM
Anti-
HBcG
HBsAg Anti-HBs HBeAg Anti-
HBe
HBV
DNA
Incubação - - - + - + - +
Fase aguda + + -ou+ + - + - +
Fase crônica + - + + - -ou+ - -ou+
Portador + - + + - - + -
Recuperação + - + - + - + -
Imunização - - - - + - - -
Infecção progressa + - + - + - -ou+ -
Fonte: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf>. Acesso em:7 de abril, 2016.
http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf
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 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Hepatite C (HCV)
O vírus C, assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue. 
Estima-se que 3% da população mundial estão infectadas pelo vírus da hepatite C. Em 
torno de 85% das pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C evoluem para doença 
crônica, sendo que 25% terão cirrose. Essa hepatite aumenta o risco de câncer do fígado. 
Não existe vacina.
Transmissão 
Por transfusão de sangue; por compartilhamento de material para uso de drogas; 
material de higiene pessoal (objetos que furam ou cortam) ou para confecção de 
tatuagem e colocação de piercings; a gravidez, quando a mãe infectada passa para o 
filho; relações sexuais sem proteção com uma pessoa infectada (forma mais rara de 
infecção).
Achados clínicos
O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C aguda é muito raro. Entretanto, 
quando aparecem, incluem cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, 
pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. 
Quando a reação inflamatória persiste sem melhora por mais de seis meses, comum 
em 80% dos casos, os profissionais de saúde consideram que a infecção evoluiu para a 
forma crônica. 
Tratamento
O tratamento é complexo e dependerá da realização de exames específicos, como biópsia 
hepática e exames de biologia molecular. As chances de cura variam de 50 a 80% dos 
casos. Os remédios aprovados pelos órgãos de saúde para tratamento do HCV são o 
Interferon e a Ribavirina. 
O Interferon consiste de uma injeção subcutânea, de agulha superfina, que deve ser 
aplicado uma vez por semana. A Ribavirina é uma cartela de cápsulas e a indicação é de 
aproximadamente 4 comprimidos por dia. A dose varia de pessoa a pessoa, de acordo 
com o peso e resistência aos efeitos colaterais que cada um apresenta. 
22
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Diagnóstico 
Hepatite C é triado obrigatoriamente no sangue dos doadores, conforme a RDC no 
34/2014 da ANVISA. Realiza-se dois testes em paralelo, a detecção de anti-HCV e a 
detecção de ácido nucleico viral por biologia molecular.
Os primeiros exames a serem realizados são análises sanguíneas para verificar a 
existência de anticorpos, embora a sua presença não signifique sempre que o vírus 
permaneça no organismo.
Os anticorpos anti-VHC podem apenas corresponder a uma hepatite antiga e curada 
(Tabela 3), pelo que é necessário recorrer a testes mais específicos para avaliar se a 
infecção está ativa. Os testes de determinação do HCV-RNA permitem identificar se há 
presença do HCV no sangue, o que sucede após o vírus ter se multiplicado nas células 
do fígado.
O teste sorológico anti-HCV indica que o indivíduo teve contato com o vírus C. No Brasil, 
o Ministério da Saúde recomenda que o diagnóstico da infecção ativa seja confirmado 
com o teste molecular quantitativo de carga viral.
Tabela 3. Painel sorológico da hepatite C (+ reagente, - não reagente).
Hepatite C
Condição Anti-HCV HCV RNA
Aguda + +
Crônica + - ou +
 
Fonte: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf>. Acesso em: 7 de abril, 2016.
Quadro 2. Resumo das Hepatites A, B e C.
Hepatite A Hepatite B Hepatite C
Como se pega?
Contágio fecal-oral. Pelo contato 
direto com água e alimentos 
contaminados.
O contágio ocorre por secreções 
e pelo sangue. Relações sexuais 
sem preservativo, agulhas, 
seringas, e os matérias de 
manicure contaminado.
Contágio se dá pelo sangue e/ou 
por secreções.
Tem prevenção?
Lavar as mãos após ir ao 
banheiro, lavar alimentos, 
tomar água fervida e filtrada, 
saneamento básico.
Usar preservativo nas relações 
sexuais, não compartilhar material 
de manicure, nem agulhas 
e seringas. Recomendável a 
vacinação.
Semelhante a hepatite B, no 
entanto não há vacina.
23
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Quais os sintomas?
Mal-estar, indisposição, dores no 
corpo, cabeça, barriga, náusea, 
vômito, febre, icterícia. 
Pode ser confundida com uma 
gripe leve. Os sintomas nem 
sempre aparecem. Pode ter a 
pele e os olhos amarelos, enjoos, 
febre e dor na região do fígado, 
faltam de apetite, urina escura, 
fezes claras. Casos mais graves 
podem evoluir para cirrose, 
câncer e morte.
Pele e olhos amarelados, enjoos, 
mal-estar, dores no fígado, falta 
de apetite, urina escura, fezes 
claras. Os casos mais graves 
evoluem para câncer e morte.
Qual o tratamento?
Repouso e descanso. 
Medicamento conforme o 
sintoma do paciente.
Contínuo, sem prazo para 
terminar. Remédios e injeções 
(Interferon) não curam, 
mas conseguem controlar 
a multiplicação do vírus. A 
medicação deve ser tomada 
com acompanhamento médico, 
porque provoca vários efeitos 
colaterais. 
Mais complicado e agressivo 
que da hepatite B. Precisa de 
injeção e comprimido. Às vezes 
o paciente precisa repetir o 
tratamento, que dura em média 
um ano.
Qual o custo do tratamento?
Baixo Alto, em média em um ano se 
gasta 10 mil reais.
Altíssimo, em média 62,4 mil 
reais por ano.
Fonte: Secretária Estadual da Saúde e hepatologista Marcelo Nooara, disponível em: <http://www.savk.org.br/fique_hepatite.
htm#1>. Acesso em: 5 de Nov. 2015)
Hepatite D (HDV)
O vírus da hepatite D ou delta é um dos menores vírus RNA animais. Tão pequeno que é 
incapaz de produzir seu próprio envelope protéico e de infectar uma pessoa. Esse vírus 
depende da presença do vírus da hepatite do tipo B para infectar uma pessoa. Portanto, 
na maioria dos casos a hepatite D ocorre juntamente com o vírus da hepatite B, ambas 
por transmissão parenteral.
Transmissão
Ocorre da mesma forma que para o vírus B.
Achados clínicos
Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresentar sintomas ou 
sinais discretos da doença. Quando ocorrem, os mais frequentes são cansaço, tontura, 
enjôo e/ou vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes 
claras. 
Nos casos de infecção pelo vírus D em portadores do vírus B, o fígado pode sofrer danos 
severos, como cirrose ou até mesmo formas fulminantes de hepatite. Pelo caráter grave 
dessa forma de hepatite, o diagnóstico deve ser feito o mais precocemente possível. É 
a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos jovens do Norte do Brasil.
24
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Tratamento
Até agora, ainda não surgiu qualquer tratamento totalmente eficaz, apenas o Interferon 
alfa tem proporcionado alguns resultados positivos: somente um em cada dois casos tem 
uma redução significativa da multiplicação do vírus, no entanto geralmente a doença 
recidiva quando se interrompe o tratamento (Disponível em: <http://www.roche.pt/
hepatites/hepatited/tratamento.cfm>. Acesso em: 28 de Nov. 2015).
Diagnóstico
A identificação do vírus é por sorologia anti-HDV ou pela identificação do antígeno 
HDV no soro ou na biópsia hepática (pela imunohistoquímica) ou por PCR.
Anticorpos contra o vírus da hepatite D estão demonstrados na Tabela 4.
No caso de se tratar de uma co-infecção, o diagnóstico é feito com base no aparecimento 
de antígenos e de anticorpos específicos no sangue, durante o período de incubação ou de 
doença. Os anticorpos anti-HDV desenvolvem-se tarde, na fase aguda, e normalmente 
diminuem após a infecção.
Na superinfecção, o HBV já se encontra no organismo antes da fase aguda, surgem 
anticorpos contra o HDV das classes IgM e IgG, sendo que este último persiste por 
tempo indefinido. 
Tabela 4. Painel sorológico da hepatite D (+ reagente, - não reagente).
Hepatite D Resultados
Condição Anti-HDV
Ausência de infecção -
Infecção +
Fonte: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/ABCDE_guia_bolso_menor.pdf>. Acesso em: 7 de abril, 2016.
Hepatite E (HEV)
De ocorrência rara no Brasil e comum na Ásia e África, a hepatite do tipo E é uma 
doença infecciosa viral causada pelo vírus HEV.Transmissão 
É fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados 
pelo vírus (LEVINSON, 2010). 
25
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Achados clínicos 
Pode ser assintomático. Os sintomas mais comuns são cansaço, tontura, enjôo e/ou 
vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. 
Diagnóstico 
É realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HEV. Na 
maioria dos casos, a doença não requer tratamento. É proibido o consumo de bebidas 
alcoólicas, recomendado repouso e dieta pobre em gorduras. A internação só é indicada 
em pacientes com quadro clínico mais grave, principalmente mulheres grávidas. A 
interpretação do exame é igual à hepatite A.
Diagnóstico avançados
Diagnósticos imunológicos predominam, tendo os testes de 2a e 3a gerações, 
que estão reunidos resumidamente no quadro 3, e diferentes formatos do teste 
imunocromatográfico na figura 5, na qual por capilaridade o tampão contendo a amostra 
vai se dissipando na fase sólida do suporte e dessa forma encontrará o anticorpo (ou 
antígeno, dependendo se o teste é direto ou indireto) que está fixado na posição do 
controle positivo e na posição da amostra. 
Caso o teste seja para pesquisa de anticorpos, haverá antígenos (usualmente proteínas 
sintéticas) imobilizados, na membrana de nitrocelulose, para a captura dos anticorpos 
presentes na amostra. Caso a pesquisa seja para antígenos, haverá anticorpos 
imobilizados para a captura dos antígenos presentes na amostra. Quando ocorre está 
ligação do antígeno com o seu anticorpo, pode se observar a formação de uma linha 
rosa, precipitação desse complexo. 
O padrão de reatividade apresentado por amostras fracamente reagentes é muito 
similar ao apresentado por amostras não reagentes, por isso existe uma dificuldade na 
interpretação do teste. 
Para ter acesso a particularidade de cada teste acesse ao manual: <http://
telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/
Hepatites%20-%20Manual%20Aula%202.pdf>. E também existem testes 
moleculares, como o PCR e PCR em tempo real, para detecção do vírus da 
hepatite.
26
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Quadro 3. Diagnósticos laboratoriais existentes no mercado para diagnosticar os diferentes tipos de hepatites.
HAV Anti-HAV IgM (Diagnóstico da infecção aguda) e Anti-HAV IgG (Estudos epidemiógicos); Métodos: ELISA e Quimioluminescência 
HBV
Testes sorológicos (Superfície viral: HBsAg e anti-HBs; core viral anti-HBc IgM ou IgG; antígeno “e” HBeAg e anti HBe; 
Métodos: Biologia Molecular – Hibridação (b-DNA) e PCR (mais sensível)
HCV
Testes sorológicos de triagem: ELISA e Quimioluminescência
Testes sorológicosconfirmatório: Immunoblot.
HDV HDAg e Anti- HDV IgM
Fonte: <http://www3.hermespardini.com.br/pagina/599/primeira-analise---hepatites-virais---metodos-diagnosticos.aspx>. 
Acesso em: 5 de Nov. 2015.
Figura 4. Exemplos de testes rápidos (TR), (1a) Imunocromatografia de fluxo lateral; (1b) Imunocromatografia de 
dupla migração – DPP; (1c) imunoconcentração; (1d) fase sólida.
Fonte: <http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22181/mod_resource/content/1/Hepatites%20-%20Manual%20
Aula%202.pdf>. Acesso em: 28 de Nov. de 2015.
Como funcionam então os testes da figura 4?
1. A amostra é colocada no local indicado, na membrana (área A). 
2. A solução tampão é colocada sobre a amostra. 
3. Os anticorpos da amostra fluem lateralmente pela membrana, passando 
pela área I, onde se inicia a ligação com o conjugado e prosseguem em 
direção à área de teste (T).
4. Na área T, o complexo anticorpo-conjugado liga-se aos antígenos do 
agente infeccioso investigado, formando uma linha (ou banda) colorida. 
27
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
5. O conjugado não ligado ao anticorpo e o excesso do complexo imune 
continuam a migração, ao longo da membrana de nitrocelulose, em 
direção à área C, onde são capturados por anticorpos anti-imunoglobulina, 
formando outra linha (ou banda) colorida.
Como se interpreta esse tipo de teste?
 » Reagente: Quando houver formação de duas linhas coloridas: uma, na 
área de teste (T) e outra, na área de controle (C). 
 » Não reagente: Quando houver formação de uma linha colorida, somente 
na área de controle (C). 
 » Inválido: Quando não houver linha colorida, na área de controle (C).
Obs.: Para ser considerado válido, um teste rápido deve sempre apresentar a linha 
controle visível, ao final da reação, independentemente do resultado da amostra.
28
CAPÍTULO 2
HIV, HPV e HTLV
HIV
HIV é o vírus da imunodeficiência humana, retrovírus, classificado na subfamília dos 
Lentiviridae, e tem como características o período de incubação prolongado antes do 
surgimento dos sintomas da doença, infecção dos linfócitos, e supressão do sistema 
imune.
Os infectados pelo (HIV) sofrem uma destruição exacerbada dos linfócitos T CD4+, 
uma das principais células-alvo do vírus, por isso a contagem de linfócitos T CD4+ é 
um importante marcador dessa imunodeficiência, sendo utilizada tanto para estimar 
o prognóstico como avaliar a indicação de início de terapia antirretroviral. (Disponível 
em: <http://www.aids.gov.br/pagina/o-que-e-hiv>. 
Transmissão
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos que vivem 
anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o 
vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas 
contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. 
Tratamento 
Antiretrovirais (zidovudina; didanosina; zalcitabina; lamivudina; estavudina).
As diretrizes do tratamento para HIV/aids são constantemente revisadas, sendo 
disponibilizadas no endereço eletrônico: <http://www.aids.gov.br/pagina/o-
que-e-hiv>.
Achados clínicos
Candidose do esôfago; citomegalovirose; herpes simples mucocutânea; 
leucoencefalopatia multifocal progressiva; pneumonia Pneumociystis carinii; 
toxoplasmose cerebral; micobacteriose dissemimada.
29
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Diagnóstico
As técnicas utilizadas para detectar o vírus HIV são a determinação sorológica de 
anticorpos circulantes, a detecção e a quantificação de antígenos virais (Agp24), a 
detecção e a quantificação de genoma viral.
Os testes moleculares melhoraram sensivelmente o monitoramento da doença, 
avaliando não só o prognóstico como também a resposta à terapia antirretroviral, 
com as técnicas de amplificação genômica ou de sinais, empregando as tecnologias 
RT-PCR, nucleic acid sequence-based amplification (NASBA) e branched-DNA 
(b-DNA), que permitem avaliações quantitativas do RNA viral no plasma, mesmo no 
início da infecção.
Para crianças com idade inferior a 15 meses nascidas de mães soropositivas é realizada 
a determinação qualitativa do cDNA viral, não podendo realizar técnicas sorológicas 
devido à permanência de anticorpos maternos, que ocasionariam em resultado 
falso-positivo. Também é recomendado a detecção do cDNA viral em casos de infecção 
recente, com período inferior há 2 a 3 meses, nos quais não tenham havido, ainda, a 
soro conversão e em casos de indícios com resultados de testes sorológicos duvidosos 
ou indeterminados (FERREIRA, 2013).
A partir de 18 meses de vida as amostras de soro ou plasma devem ser submetidas 
inicialmente a um imunoensaio (ELISA), na etapa denominada triagem sorológica. 
As amostras com resultados reagentes ou inconclusivos nesta primeira etapa 
deverão ser submetidas a uma etapa de confirmação sorológica, composta de um 
segundo imunoensaio (diferente do primeiro) e testes confirmatórios, tais como a 
Imunofluorescência indireta, Imunoblot ou Western blot, de acordo com a Portaria 
no 59/GM/MS, de 28 de janeiro de 2003 e portaria SVS/MS no 34, de julho de 2005.
O diagnóstico será confirmado por meio da realização de um teste detriagem para 
detecção de anti-HIV-1 e anti-HIV-2 e pelo menos um teste confirmatório. Em caso de 
resultado positivo, uma nova amostra deverá ser coletada para confirmar a positividade 
da primeira amostra. 
Em casos especiais, na impossibilidade de realização de diagnóstico laboratorial 
convencionais, este diagnóstico também pode ser realizado utilizando-se de testes 
rápidos. Nessa situação, são usados dois testes em paralelo, com metodologias 
diferentes. As amostras que apresentarem resultados positivos nos dois testes rápidos 
terão seu resultado definido como “amostra positiva para o HIV”. Deverá ser realizado 
um terceiro teste rápido.
30
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Quando o terceiro teste apresentar resultado positivo, a amostra será considerada 
“positiva para o HIV”. A positividade de dois testes rápidos usados conforme o 
fluxograma da Portaria no 151/SVS/MS, de 16/10/2009 fornece o diagnóstico de HIV, 
não sendo necessário realizar o confirmatório.
Consideram-se não infectados os indivíduos que apresentarem:
 » uma amostra não reagente em testes de detecção para anticorpos anti-HIV; 
 » uma amostra negativa em dois testes rápidos. Em caso de resultados 
discordantes nos dois primeiros ensaios, realiza-se um terceiro teste 
rápido. Quando este terceiro teste resultar negativo, considera-se a 
amostra “negativa para o HIV”.
Diagnóstico avançado
Além de amostras de sangue periférico e de sangue total para detectar o vírus do HIV, 
existem atualmente no mercado testes rápidos para amostras de fluído oral como pode 
ser visualizado na figura 5.
Figura 5. Teste rápido que detecta os anticorpos contra o HIV no fluido oral: O kit de diagnóstico, o cronômetro 
para marcar o tempo para leitura do teste rápido, confira o prazo de validade do kit, escreva no suporte e no 
frasco o nome da pessoa a ser testada. O coletor deve ficar acima dos dentes e contra as gengivas, dessa 
forma deve ser passado com ligeira fricção tanto na gengiva inferior como superior. Insira o coletor no frasco 
identificado e quebre a haste, feche-o e agite-o. Em seguida coloque 2 gotas no poço 1. Após 5 minutos 
coloque 4 gotas no poço 2. E então marque os 10 minutos, faça a leitura. Se tiver apenas a linha rosa do controle 
a amostra é não reagente, se estiver tanto na linha rosa do teste quanto no controle a amostra é reagente. E se 
não aparecer na área do controle, repita o teste.
Fonte: <http://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/29039/mod_resource/content/1/cartela-dpp-hiv-fluido-oral.pdf>. 
Acesso em: 28 de Nov. de 2015.
31
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Métodos comerciais de amplificação e detecção por RT-PCR:
 » AmpliPrep/COBAS TaqMan HIV-1Test.
 » NucliSens EasyQ HIV-1 (bioMerieux).
 » RealTime HIV-1 Assay (Abbott).
HPV
O HPV é papilomavírus humano, é um vírus de DNA, e estão divididos em três grupos: 
HPV associado a verrugas cutâneas (gamapapilomavírus), HPV associado a mucosas 
anogenital (alfapapilomavírus), na figura 6 A e B e o HPV associado a lesões cutâneas 
de portadores de epidermodisplasia verruciforme, uma doença rara de base hereditária 
(betapapilomavírus), observados na figura 6 C. 
Figura 6. Condiloma acuminata na figura A, um condimona perianal na figura B, e verrugas espalhadas por todo 
corpo, principalmente nas extremidades na figura C.
Fonte: <https://www.google.com.br/search?q=HPV&rlz=1C1AVNC_enBR568BR569&es_sm=122&source=lnms&tbm=isch&sa=
X&ved=0CAcQ_AUoAWoVChMI4NWHiqJyQIVCReQCh0H0AFm&biw=1280&bih=675#imgrc=oPmOAHnb_ZqruM%3A>;<http://
blogmelinterativo.blogspot.com.br/2011/10/hpv-no-homem.html>. Acesso em: 5 nov. 2015.
Diagnóstico
Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV, alguns deles podendo causar câncer, 
principalmente no colo do útero e do ânus. Esses associados a mucosas anogenital 
(alfapapilomavírus) destacam-se o HPV 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% de todos 
os tumores dessas localizações anatômicas, no mundo (FERREIRA, 2013).
Transmissão
A principal via de transmissão do HPV é através do contato sexual. A transmissão 
pode ocorrer após uma única relação sexual com um parceiro infectado. Esse vírus 
infecta a pele e mucosas dos seres humanos, tais como vulva, vagina, colo de útero e 
32
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
pênis. Também é possível a transmissão do HPV de mãe para filho no momento do 
parto. No entanto, somente um pequeno número de crianças desenvolve papilomatose 
respiratória juvenil.
Achados clínicos 
A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, 
é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os 
sintomas mais comuns do HPV surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero 
(Figura 8, esquerda).
As lesões do HPV também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem 
quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.
Tratamento
O tratamento será remoção mecânica da lesão, que poderá ser feito a laser, por 
eletrocauterização, ou com ácido tricloroacético de 80% a 90%. No mercado existem 
os medicamentos Efurix e Ixium. O primeiro interfere na síntese do DNA (ácido 
desoxirribonucleico) e em menor extensão, com a formação do RNA (ácido ribonucleico). 
Logo, o vírus é inibido; e outro medicamento não está esclarecido seu mecanismo 
de ação, mas ele age como um imunomodulador do ser humano. Também foram 
desenvolvidas duas vacinas para prevenir a infecção por HPV, a vacina bivalente e a 
vacina quadrivalente. Essa previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 
70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de 
verrugas genitais. A outra, bivalente, é específica para os subtipos de HPV 16 e 18. 
Diagnóstico
 » A presença de verrugas ano-genitais.
 » Exame citopatológico (Papanicolau), no qual se faz uma coleta de 
células esfoliadas da mucosa uterina próxima à cérvice, fazendo então 
o esfregaço sobre a lâmina que será corada e analisada ao microscópio 
a fim de detectar as características patognomônicas, como coilocitose, 
binucleação e hiperceratose (FERREIRA, 2013). 
33
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
 » Colposcopia e peniscopia: reagentes químicos para contraste com o ácido 
acético e com Iodo (teste de Schiller), que não detecta o vírus e sim as 
alterações celulares. 
 » Exame histológico. 
 » Testes moleculares.
Diagnóstico avançado
Teste de amplificação de sinal baseia-se na tecnologia de ácidos nucleicos recombinantes, 
porém não há amplificação do material genético viral, mas sim do sinal provocado pela 
presença do DNA de HPV nas células esfoliadas da cérvice. O primeiro teste no Brasil foi 
da captura hibrída. Trata-se de um teste que utiliza um método de hibridização do DNA 
viral provindo da amostra com sondas sintéticas de RNA complementar (MURRAY, 
2006).
Teste com base em PCR, no qual se baseia na homologia existente no gene L1 (450 pb) 
entre os diferentes tipos de HPV, no mercado temos o kit Linear Array HPV Genotyping 
Test®. 
Arrays baseia-se numa sonda aderida a um suporte sólido, na qual se hibridiza ao gene 
E1, emite fluorescência, a qual será detectada por um leitor e interpretada por um 
software, PapilloCheck®.
RNA mensageiro viral, o qual codifica duas oncoproteínas E6 e E7, Proofer® e o 
Aptima®.
Hibridização in situ baseia-se na hibridização de sondas HPV específicas, marcadas 
com compostos radioativos ou calorimétricos, sobre um corte histológico de material 
fixado e parafinado (FERREIRA, 2013).
HTLV-I e HTLV-II
Existem dois tipos desse Vírus T linfotrópico humano: o HTLV-I e o HTLV-II. O 
primeiro está associado a doenças graves neurológicas degenerativas e hematológicas, 
como a leucemia e o linfoma de células T humana do adulto. 
A infecção pelo HTLV-II não está claramente associada com qualquer outra doença. 
O vírus foi primeiramente isolado de dois pacientes comleucemia de células pilosas, 
mas nenhuma evidência de infecção de HTLV-II foi encontrada em outros 21 pacientes 
adicionais com essa mesma doença. 
34
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Transmissão
A transmissão desse vírus se dá por relações sexuais sem proteção com uma pessoa 
infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da 
mãe infectada para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), 
principalmente pelo aleitamento materno.
Achados clínicos
A leucemia em adultos, neoplasia de células T CD4+, é observada em adultos infectados 
pelo vírus da leucemia de células T humanas tipo 1 (HTLV-1). Mais frequente em 
região onde o HTLV-1 é endêmico (Sul do Japão, África ocidental, bacia do Caribe) e 
caracteriza-se por lesões cutâneas, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia, 
linfocitose no sangue periférico e hipercalcemia.
A aparência das células tumorais é extremamente variável, mas as células com núcleos 
multilobulados, descritas como células em “trevo” ou em “flor”, são frequentemente 
encontradas nos tecidos envolvidos e no sangue periférico. A maioria dos pacientes 
apresenta doença de progressão rápida e o óbito ocorre após um período entre alguns 
meses a um ano, mesmo com quimioterapia agressiva (KUMAR et al., 2005).
Tratamento
Não há tratamento específico para a infecção. Para os casos os quais existem sintomas 
comprovados de doença associada ao HTLV-I, o tratamento irá depender de uma 
avaliação neurológica, assim como estadiamento do grau de comprometimento, tempo 
de evolução, presença de outras infecções virais.
Diagnóstico
As amostras de soro são triadas para anticorpo anti-HTLV-I e II usando dois testes 
imunoenzimáticos autorizados, de fabricantes diferentes, preparados com antígenos 
do HTLV-I e II a partir do lisado total do vírus e algumas proteínas recombinantes. 
Essa triagem é realizada obrigatoriamente no sangue dos doadores, conforme a RDC 
no 34/2014 da ANVISA pela detecção de anticorpos específicos, voltados a constituintes 
antigênicos das diferentes porções do vírus no soro ou plasma. Podendo ser avaliado a 
pesquisa de segmentos de DNA pró-viral em células do sangue periférico.
35
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Em vista dos prognósticos muito diferentes associados às infecções por HTLV I e II, 
portanto é fundamental essa distinção. Pesquisa de anticorpos por imunofluorescência 
indireta (IFA) para HTLV-I/II foi realizada em alguns laboratórios. 
Nenhum dos testes adicionais foi autorizado pelo FDA, mas eles estão disponíveis 
em instituições de pesquisa, bancos de sangue, alguns laboratórios de saúde pública, 
laboratórios industriais e como testes “in-house” em alguns laboratórios de diagnóstico.
Espécimes de soro sem imunoreatividade para qualquer produto de gene HTLV, em 
testes adicionais mais específicos, são considerados falso-positivos. Vários estudos que 
envolvem amplificação de provírus apoiaram a precisão destes critérios diagnósticos; 
são consideradas infectadas as pessoas cujos espécimes satisfazem os critérios para 
positividade com HTLV-I ou HTLV-II.
Os ensaios imunoenzimáticos (EIA ou ELISA) observados na figura 7 à esquerda 
e os confirmatórios que podem ser por imunofluorescência indireta, ou 
radioimunoprecipitação, ou imunoquimioluminescência, ou Western-blot, esses 4 tipos 
de testes são específicos para o tipo de retrovírus (MURRAY, 2006). E a metodologia do 
Western blot (Figura 7, direita) é utilizada como ensaio confirmatório e discriminatório, 
HTLV-I +rgp46-I(MTA-1)+rgp46-II(K55)+GD21, na qual o custo de cada tira é de 250 
reais.
Figura 7. Esquerda para direita, técnica de triagem que utiliza o kit ELISA para detectar HTLV e ao lado a técnica 
de Western-blot, utilizada para teste confirmatório.
Fonte:<http://www.rapidtest.com/index.php?i=HTLV-ELISA-kit&id=166&cat=119, http://slideplayer.com.br/slide/360709/> Acesso 
em: 3 de jan. 2016.
Outra metodologia que se assemelheia no custo é a imunocromatográfica, que são 
tiras de nylon recobertas de proteínas recobinantes. Mais recentemente, antígenos 
36
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
recombinantes do HTLV-I, -II e gp21e foram incorporados ao ELISA, melhorando a 
especificidade e a sensibilidade. Tais testes adicionais devem ser capazes de identificar 
anticorpos para proteínas do core (gag) e do envelope (env) HTLV-I/II.
EIA de 3a geração tem um custo por pocinho da placa de ELISA de 5 reais, os testes 
disponíveis no mercado são Murex ® HTLV-I+II, Abbott, que são peptídeos sintéticos 
env gp46 HTLV-I e HTLV-II + rgp21 HTLV-I, essa reação da peroxidase é lida em 450 
nm, detecta IgG, IgM, IgA. Outro é o BioELISA HTLV-1+2 5.0, Biokit, na qual possuem 
três proteínas combinantes de HTLV-I e HTLV-II, no qual forma um conjugado com 
uma proteína de fusão tripla e a enzima peroxidase, 492 nm, detecta as mesmas três 
imunoglobulinas: IgG, IgM, IgA. E o Gold Elisa HTLV-1/2, REM.
Antígenos recombinantes HTLV-I e HTLV-II, com enzima peroxidase, lido em 492 
nm, detecta as mesmas imunoglobulinas. Um dos equipamentos utilizados são o 
ARCHITECT que é um sistema automatizado, que tem KIT próprio da Abbott, qua 
baseia em partículas magnéticas cobertas com rgp21(HTLV-I e HTLV-II) e peptídeos 
sintéticos de GP46(HTLV-I) e gp46(HTLV-II), onde detectam apenas IgG e IgM.
E os testes moleculares tem um custo bem inferior a 35 reais, utilizando-se a técnica de 
PCR-RFLP tax HTLV-1 e 2. Essa técnica é realizada por PCR com os primers específicos 
para o vírus, após a amplificação desse produto (como pode ser visto na imagem da 
esquerda da figura 8) é tratado com uma enzima de restrição e se diferencia em 2 tipos 
de perfil, sendo com uma banda o HTLV-1, e com duas bandas de menor peso molecular 
o tipo HTLV2 (Figura 8).
Outra técnica de biologia molecular é o PCR-TR, na qual utiliza um indicador 
fluorescente, que é SYBER Green ou sondas específicas para reação, como a Taqman, 
porém seu custo é um pouco maior, custa cerca de 45 reais. Vantagem que é quantitativo, 
podendo avaliar o grau de infecção pelo número de cópias formadas no determinado 
tempo da amplificação desse produto de PCR.
Figura 8. Técnicas de biologia molecular para diagnosticar HTLV.
Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/360709/>. Acesso em: 3 de jan. 2016.
37
CAPÍTULO 3 
Mononucleose infecciosa e rubéola
Mononucleose infecciosa
O vírus responsável pela doença é o Epstein-Barr, da família Herpesviridae, transmitido 
pela saliva contaminada por contato íntimo entre as pessoas, daí o nome doença do 
beijo. 
É uma síndrome infecciosa que acomete principalmente indivíduos entre 15 e 25 anos 
de idade. A porta de entrada é a mucosa da boca e a faringe da pessoa que não teve 
contato anterior com o vírus, mas as células do tecido linfoide são o alvo da infecção 
pelo Epstein-Barr, que faz parte da família do herpesvírus. 
Admite-se, também, que ele possa infectar as células epiteliais da faringe e que essa 
infecção explique por que esse vírus esteja implicado no aparecimento do carcinoma da 
nasofaringe.
A partícula viral infecciosa do vírus Epstein-Barr (EBV) tem três componentes: 
 » nucleoide; 
 » capsídeo; 
 » envelope. 
O núcleo contém o DNA viral em formato linear e um nucleocapsídeo com 162 
capsômeros. O genoma do EBV é uma molécula de DNA de fita dupla de aproximadamente 
184.000 pares de bases (OLIVEIRA, 2012).
Transmissão
Inter-humano, pelo contato intimo de secreções orais (saliva). É rara a transmissão 
através de transfusão sanguínea ou contato sexual.
Achados clínicos
Uma síndrome viral aguda caracterizada clinicamente por febre, dor de garganta, 
linfadenopatia e esplenomegalia; essa infecção pode ser assintomática (CHIN, 2002). 
38
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Tratamento
O tratamento da mononucleose é fundamentalmente sintomático, visando ao alívio 
dos sintomas e a combater a febree a dor de garganta. Além disso, o paciente deve 
permanecer em repouso e evitar situações que possam favorecer a ocorrência de um 
trauma abdominal.
Diagnóstico
As alterações laboratoriais incluem leucocitose, reações leucemoides, trombocitopenia 
e anemia hemolítica autoimune, além de aminotransferases elevadas e bilirrubina 
aumentada, destacando-se que a linfocitose atípica é habitualmente observada.
Diagnóstico hematológico que revela leucocitose com elevada linfocitose atípica, abaixo 
na figura 9 temos um exemplo de um linfócito atípico. E para confirmação laboratorial, 
pode-se usar: testes rápidos para a detecção de anticorpos heterófilos, e/ou de anticorpos 
específicos para o vírus Epstein-Barr. Também tem o diagnóstico sorológico com o teste 
de Paul-Bunnell-Davidsohn, no qual se baseia na presença de anticorpos heterófilos.
Atualmente tem kits comerciais como Monospot®, Monoslide® e Monolatex® (Figura 
9, direita), os quais o princípio desta técnica baseia-se na utilização de partículas de 
látex poliestireno sensibilizadas com anticorpos, e quando houver casos positivos, 
detectados pela aglutinação das referidas partículas, podem ser submetidos ao método 
semiquantitativo pela diluição seriada do soro e o título resultante do teste. Esse teste 
é muito utilizado nos laboratórios pela facilidade de manuseio e interpretação do 
resultado.
Figura 9. Microscópia de uma lâmina corada com Giemsa, apresentando dois linfócitos atípicos entre as 
hemácias.
 
Fonte: <https://www.google.com.br/search?q=linfocitos+atipicos+mononucleose&rlz=1C1AVNC_
enBR568BR569&biw=1280&bih=631&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiCgcPhmbPJAhWPmJAKHWGIBlUQ_AUIBigB
#imgrc=tj8DIbziKVkhpM%3A>. Acesso em: 20 de mar. 2016.
39
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
Diagnóstico avançado
Demonstração do vírus, antígenos virais ou DNA viral: cultura, hibridização com sondas 
de ácido nucleico e PCR.
Rubéola
O vírus da rubéola é membro da família Togaviridae, pertencente ao gênero Rubivirus, 
que contém uma única espécie, Rubella virus (MURRAY, 2006). A rubéola é uma 
doença exantemática aguda, de etiologia viral, altamente contagiosa, acometendo 
principalmente crianças, como pode ser observado na figura 10.
Adicionalmente, observam-se malformações congênitas como cardiopatias, catarata 
(Figura 10) e surdez, denominada Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), quando a 
infecção ocorre durante a gestação.
A implantação do plano de erradicação do sarampo permitiu um melhor conhecimento 
da magnitude da rubéola como problema de saúde pública. Com o aumento do número 
de casos notificados a partir de 1993, a vacina tríplice viral foi incluída no esquema 
básico de vacinação preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações. 
Em 1996, a rubéola passa a ser de notificação compulsória em todo o país e em 2000 
aconteceu a implantação da vacina tríplice viral em todos os estados. A partir de 2001, 
observa-se uma redução considerável e contínua do número de casos, em todas as 
regiões, até 2005. 
No final de 2005, ocorreu um surto de rubéola no estado do Rio Grande do Sul e, a 
partir desse surto, começa a se desenhar um novo perfil de incidência da rubéola que 
se caracteriza por atingir adultos jovens, do sexo masculino. Depois de um ano teve 
um surto no estado do Rio de Janeiro, e disseminou para os estados de Minas Gerais e 
Ceará. A doença se manteve e a transmissão do vírus foi observada durante todo o ano 
de 2007, com 8.739 casos confirmados, no total de 21 estados. 
Figura 10. Alguns exemplos da manifestação clínica causada pelo vírus da rúbeola.
Fonte: <http://enfermeiropsf.blogspot.com.br/2012/01/rubeola.html>; <https://www.google.com.br/search?q=rub%C3%A9ola
&rlz=1C1AVNC_enBR568BR569&espv=2&biw=1280&bih=675&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI0M
LKu8OJyQIVwhKQCh2DXwIS#tbm=isch&q=rub%C3%A9ola+cong%C3%AAnita&imgrc=8jtBe15wIgnOOM%3A>. Acesso em: 6 
de nov. de 2015.
40
UNIDADE I │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Transmissão
A transmissão acontece de uma pessoa a outra, geralmente pela emissão de gotículas 
das secreções respiratórias dos doentes. A rubéola congênita acontece quando a mulher 
grávida adquire rubéola e infecta o feto porque o vírus atravessa a placenta (CHIN, 
2002). 
Achados clínicos
É uma doença infecto-contagiosa, que acomete principalmente crianças, caracterizada 
por febre baixa e exantema maculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo e 
pescoço, espalhando-se para tronco e membros. Esse exantema é precedido, em 5 a 
10 dias, por linfadenopatia generalizada, principalmente sub-ocipital, pos-auricular e 
cervical posterior. Adolescentes e adultos podem apresentar poliartralgia, poliartrite, 
conjuntivite, coriza e tosse.
Tratamento
A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência da rubéola na população. Administrado 
uma dose da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), aos 12 meses de idade, 
e uma segunda dose, entre 4 a 6 anos de idade. Em situação com alto risco de infecção 
(na notificação de casos suspeitos de rubéola e na suspeita de surtos), a vacinação de 
bloqueio deve ser realizada envolvendo o grupo de 6 meses a 39 anos de idade.
Diagnóstico
O teste mais utilizado é o ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de anticorpos 
específicos IgM e IgG (MURRAY, 2006). Ou pela detecção direta do vírus em secreção 
nasofaríngea e urina, ate o 7o dia do início do exantema. A coleta de sangue deve ser 
feita logo no primeiro contato com caso suspeito. Aquelas coletadas após 28 dias 
são consideradas tardias, mas, mesmo assim, devem ser aproveitadas e realizadas a 
pesquisa de IgM. 
É importante ressaltar que resultados não reagentes para IgM não descartam a 
possibilidade de infecção recente pelo vírus da rubéola. Não está indicada, na rotina 
do pré-natal, a realização de pesquisa sorológica para rúbeola em gestantes que não 
apresentam sintomas da doença.
Avidez de anticorpos IgG é realizado a distinção entre a infecção primária subclínica 
e a reinfecção é de grande importância em gestantes. No início da infecção primária, 
41
 DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS │ UNIDADE I
os anticorpos IgG têm baixa avidez, o qual vai aumentando lentamente no decorrer de 
semanas a meses. Assim as infecções antigas apresentam alta avidez.
Diagnóstico avançado
Técnica de neutralização determina a capacidade do anticorpo presente no soro do 
paciente de neutralizar a infecciosidade viral e de inibir a atividade hemaglutinante do 
vírus da rubéola. Este teste de inibição de hemaglutinação é o teste de referência para 
avaliação de novos testes. Também tem o teste de imunofluorescência indireta, no qual 
deve ser removido o fator reumatoide para não ter falso positivo ou negativo.
42
UNIDADE II
DIAGNÓSTICO 
DAS PRINCIPAIS 
DOENÇAS 
CAUSADAS POR 
BACTÉRIAS
Nessa unidade iremos mergulhar no mundo das bactérias, 90% das infecções 
hospitalares são causadas por esse tipo de micro-organismo. Considerando que todos 
os aspectos serão abordados para diagnosticar as principais espécies de bactérias nessa 
unidade, que tem como objetivo fornecer um bom acervo sobre as doenças bacterianas, 
auxiliando tanto na identificação quanto na prevenção. Nesse contexto também será 
inserido o laboratório de microbiologia, que tem como objetivo não apenas apontar o 
responsável por um determinado processo infeccioso, mas também indicar o perfil de 
suscetibilidade dos micro-organismos que estão interagindo com o organismo humano, 
possibilitando a indicação de tratamentos mais adequados. Para o desempenho 
satisfatório dessa função é fundamental que os laboratórios de microbiologia possuam 
estrutura capaz de estabelecer informações sobre a amostra biológica ideal, reconhecer 
a microbiota e os contaminantes, identificarem micro-organismos associados à infecção 
ou com propósitos epidemiológicos, obter resultados rápidos em casos de emergência, 
realizar o transporte das amostras e manteruma educação contínua em relação aos 
aspectos da infecção relacionada à assistência à saúde. 
CAPÍTULO 1
Enterococcias, estafilococcias e 
estreptococcias
Enterococcias
Enterococcus são cocos Gram-positivos (CGP) que se apresentam isolados, ou aos 
pares, ou em cadeias curtas (Figura 11), normalmente encontradas no intestino e no 
trato genital feminino (MURRAY, 2006). Os mais frequentes são E. faecalis (85 a 90%, 
menos propensa ao desenvolvimento de resistência) e o E. faecium (5 a 10%), as duas 
43
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
principais espécies que normalmente promovem colonização e infecções em humanos. 
Essas espécies podem ser diferenciadas por meio de provas bioquímicas como do 
piruvato, sendo positivo para E. faecalis, e da prova da arabinose, sendo positivo para 
E faecium. Esses micro-organismos são anaeróbios facultativos, não produzem gases e 
tem uma habilidade de crescer em temperaturas que variam de 10 a 45°C, apresentando 
ótimo crescimento a 35 °C. 
Figura 11. Enterococcus: CGP em cadeia pela coloração de Gram na figura A; colônias transparentes no meio 
ágar sangue na figura B e colônias verdes no meio de cultura chromoágar na figura C.
Fonte: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/Gramp_entero.htm>; 
<http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/revista_virtual/microbiologia/artigoximenes.pdf>; <https://www.
google.com.br/search?q=chromágar+enterococcus&rlz=1C1AVNC_enBR568BR569&espv=2&biw=1280&bih=675&source=
lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwipw8CaxrrJAhXEsZAKHcnDATMQ_AUIBigB#imgrc=-bkbkWbILwKq4M%3A>. Acesso em: 6 
nov. de 2015.
Transmissão
Colonizam o trato gastrointestinal do ser humano e animais, podendo se disseminar 
para outras superfícies e mucosas, se influenciados pela destruição da flora intestinal 
pela ação de antibióticos de amplo espectro. Podendo haver transmissão endógena, 
paciente-paciente, com risco aumentando para pacientes hospitalizados (MURRAY, 
2006).
Achados clínicos 
Os sítios mais frequentes de infecções são:
 » infecções do trato urinário (15%);
 » infecções de feridas;
 » bacteremias (7%);
 » endocardites (15-20 %);
 » infecções pélvicas, intra-abdominais.
44
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Tratamento
Aminoglicosídeo combinado com um agente ativo da parede celular, como penicilina, 
ou ampicilina ou vancomicina (MURRAY, 2006).
Diagnóstico
A identificação de isolados bacterianos de Enterococcus é realizada de acordo com 
identificação presuntiva pela coloração de Gram (positivo) e pela observação da 
morfologia colonial, padrão de hemólise, pelas características morfotintoriais, avaliação 
fisiológica, juntamente com outros testes, tais como catalase negativa, com prova 
de PYR positiva, crescimento em caldo de NaCl a 6,5% e hidrólise da bile-esculina, 
tornando escuro o meio de cultura, o qual pode ser observado na figura 12 (OPLOSTIL, 
2004). Caracterização fisiológica por testes convencionais (bioquímicos e sorológicos) 
ou por sistemas rápidos (API 20S, Rapid Strep) ou por sistemas automatizados (VITEK, 
MicroScan). Além da pesquisa de pigmento e motilidade. E. casseliflavus é o único tem 
pigmento e motilidade positivos.
O teste do ágar bile-esculina baseia-se na hidrólise da esculina presente no meio, 
formando esculetina e dextrose. A esculetina reage com sais de ferro presentes no meio 
tornando-o enegrecido, como pode ser observado na figura 12 B. Tem por finalidade 
diferenciar Enterococcus spp. (positivo) e Streptococcus bovis (Streptococcus do grupo 
D) de Streptococcus spp (negativo).
Figura 12. Teste de PYR na figura A; ágar bile-esculina na figura B; crescimento em caldo de NaCl a 6,5% na figura 
C, são provas presentes na maioria das espécies do gênero Enterococcus.
Fonte: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo4/id_ent.htm>. Acesso em: 9 de 
Nov. de 2015.
45
DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS│ UNIDADE II
Estudo da susceptibilidade in vitro do Enterococcus 
sp. 
Pode-se usar o método de difusão em disco (Kirby-Bauer) ou de determinação da CIM 
(Concentração mínima inibitória) por E-test, microdiluição ou métodos automatizados. 
Sendo recomendados pela CLSI os seguintes antimicrobianos: ampicilina ou penicilina 
e vancomicina.
Na urina são recomendados nitrofurantoína, tetraciclina e ciprofloxacina. Algumas cepas 
de Enterococcus spp. têm apresentado alto nível de resistência aos aminoglicosídios, 
indicando que deve ser realizado o uso de penicilinas combinado a aminoglicosídios, 
visando uma ação sinérgica. No caso de resistência a aminoglicosídeo, recomenda-se 
testar antimicrobianos em alta concentração de gentamicina (120µg) e estreptomicina 
(300µg) ou através de equipamento automatizado. Esta pesquisa é indicada em isolados 
do sangue e do liquor. 
No caso de cepas resistentes à vancomicina, é recomendado testar a susceptibilidade 
a linezolida, teicoplanina, cloranfenicol, tetraciclina, eritromicina e rifampicina. É 
importante considerar que, contra as cepas com resistência intermediária à vancomicina, 
o método disco-difusão não é 100% sensível, por isso recomendamos a triagem com 
ágar vancomicina e, em seguida, confirmar pelo método CIM. Enterococcus resistente 
à vancomicina (VRE) haverá crescimento no meio de cultura ágar BHI com 6 µg de 
vancomicina/ml.
Controle de qualidade
 » Para monitorar níveis de timidina no ágar MuellerHinton, deve-se utilizar 
a cepa de Enterococcus faecalis ATCC 29212.
 » No método da CIM utiliza E. faecalis ATCC 29212 como controle positivo. 
 » Para verificar a resistência utiliza o método de triagem com ágar 
vancomicina, utiliza-se a cepa E. faecalis ATCC 29212 e 51299 (sensível e 
resistente, respectivamente).
Desde o primeiro relatório de Enterococos Resistente à Vancomicina (VRE) iniciou-se 
uma cascata de medidas de controle de infecção, que são muitas vezes dispendiosas e 
demoradas, porém vital à identificação da estirpe isolada para verificar a importância 
epidemiológica. O objetivo do controle epidemiológico é para evitar a propagação 
da resistência transferível (Van A e Van B), associado a E. faecalis e E. faecium. Em 
46
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
contraste, a resistência intrínseca de baixo nível (Van C) não é transferível e está 
associada com espécies tais como E. gallinarum e E. casseliflavus.
Os perfis de resistência aos antibióticos do Enterococcus spp. podem ajudar no diagnóstico 
deste micro-organismo, por exemplo, a resistência natural aos betalactâmicos em 
enterococos ocorre pela presença de determinantes cromossômicos que codificam 
proteínas ligadoras de penicilina (PBPs) de baixa afinidade, as quais fazem parte do 
conjunto de PBPs desses micro-organismos. Pode também apresentar resistência 
adquirida às penicilinas, por isso o laboratório deve testar e liberar separadamente as 
penicilinas (ampicilinas e penicilinas), a resistência pode ser verificada pelo método 
de disco difusão, usando seus respectivos discos com 10 μg e 10 U, respectivamente 
(OPLUSTIL, 2012, p. 256). 
O mecanismo de ação de sua resistência está associado a alterações na parede celular, 
impedindo a ligação da droga em seu sítio de ação, na qual pode ser mediada por 
plasmídio ou cromossomo.
Estudos recentes já mostram mais de 15% de resistência à vancomicina em alguns 
hospitais brasileiros. (Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/
controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/Gramp_entero3.htm>.
Resistência intrínseca
 » Aminoglicosídeos (níveis baixos). 
 » Beta-lactâmicos (valores de CIM relativamente elevados).
 » Lincosaminas (níveis baixos).
 » Trimetoprim-Sulfametoxazol (somente “in vivo”).
 » Vancomicina (E. casseliflavus, E. gallinarum). 
Resistência adquirida (plasmídeos e transposons)
 » Aminoglicosídeos (níveis elevados)
 › Estreptomicina: ribossômica

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