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L TROMBOFILIAS Refere-se à tendência para o desenvolvimento de trombose. Podendo ser adquirida (processos fisiológicos ou patológicos) ou hereditária (tendência genética para desenvolver trombose, embora pcts com TH possam nunca desenvolvê- la). Tromboembolismo= pode ser arterial ou venoso. O primeiro a patogênese envolve as alterações na parede do vaso (arteriosclerose) e fatores de risco tais como hipertensão, tabagismo, diabetes e dislipidemia. Já no TEV, a patogênese envolve fatores que levam a estase, imobilização e hipercoagulabilidade. TEV refere-se a obstrução da circulação por coágulo formado localmente (trombo) ou liberado de um trombo formado em outro local no corpo (êmbolo). Suas principais manifestações clínicas são a Trombose Venosa Profunda (TVP) e a Embolia Pulmonar (EP). Há a tríade de Virchow onde fala que 1 dentre 3 fatores pode contribuir para a trombogênese, mas que não contribuem na mesma medida para o desenvolvimento do evento trombótico→dano ao endotélio vascular, estase sanguínea e tendência a hipercoagulabilidade. TROMBOFILIAS HEREDITÁRIAS é uma entidade clínica recentemente descrita, cujos primeiros relatos ocorreram a partir da descoberta da deficiência de Antitrombina (AT) em 1965. São condições genéticas que aumentam o risco de doença tromboembólica. -As mais comuns são: Fator V Leiden (FVL); ●Protrombina G20210A; ●Deficiência de proteína S; ●Deficiência de proteína C; ●Deficiência de antitrombina (AT). ETIOLOGIA E PATOGENIA decorre de mutações nos genes que codificam proteínas da coagulação e anticoagulantes naturais→podendo ocasionar deficiência quantitativas, qualitativas ou ambas. -Deficiência quantitativa= ocorre quando a mutação determina uma redução dos níveis de RNA mensageiro ou afeta uma porção da proteína essencial para a sua estabilidade ou conformação. -Deficiência qualitativa= ocorre quando a mutação provoca a substituição de um aminoácido que é essencial para a plena atividade da proteína ou que corresponda ao ponto de ligação proteína-proteína. Essas mutações podem estar relacionadas com perda ou ganho de função: Perda de função= as que ocorrem na deficiencia de ptn C, S e AT. são mais raras e relacionam-se, a um risco mais elevado para TEV. Ganho de função= ex.: mutação do gene da protrombina. São mais comuns e associam-se a menor risco de TEV. Alto risco Baixo risco Deficiência de AT Heterozigoto FVL Homozigoto de FVL Heterozigoto PGM Homozigoto PGM Deficiencia de ptn S FVL e PGM heterozigoto composto Def de ptn C EPIDEMIO TEV= doença multicasual, tem risco aumentado quando mais de um fator de risco está presente em um indivíduo, podendo esses fatores ser adquiridos ou hereditários. 50% de TEV idiopático está associado a fatores genéticos identificáveis; Diferentes fatores associados à TH podem resultar em diferentes graus de risco para TEV→risco individual depende de genética, idade, sexo. é uma condição de alta recorrência: a incidência cumulativa de um segundo episódio é de 30% em 8 anos FR do 1º evento trombótico são diferentes dos FR dos eventos recorrentes. A FVL e a protrombina G20210A juntas representam 50 a 60% dos casos de um estado hipercoagulável herdado (primário) em populações caucasianas QUADRO CLÍNICO L -Diante de um paciente com quadro clínico sugestivo de TH→ realizar anamnese e exame físico cuidadoso e detalhado. Anamnese= caracterizar o evento quanto a sua relação com situações de risco para trombose (TEV secundário) ou não (TEV idiopático) é fundamental não existem achados clínicos específicos da TH, exceção feita a purpura fulminans neonatal ou necrose de pele induzida por cumarínico. Assim, na maioria das vezes, o quadro clínico é representado pelas manifestações do TEV CLASSIFICAÇÃO Deficiências dos anticoagulantes naturais: proteína C, proteína S e antitrombina -AT= anticoagulante natural que inibe os fatores IIa, IXa, Xa, XIa e XIIa, pela formação de complexo que é acelerado pela heparina. Deficiência de AT pode ser herdada ou adquirida. é definido como um nível de atividade de AT inferior a 80% do normal. Nem todos os indivíduos com evidência laboratorial de deficiência de AT desenvolverão trombose ou precisarão de anticoagulação. na herdada com caráter autossômico dominante; tem mais de 250 mutações associadas, sendo a maioria em heterozigose. na adquirida é resultantes de produção prejudicada de AT funcional. Pode ser devido à doença hepática, uso de heparina, Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) e síndrome nefrótica, oxigenação por extracorpórea (ECMO) e a hemodiálise, cirurgia, uso de heparinas, usuários de contraceptivos orais e em indivíduos que recebem estrogênio para outros fins É uma doença clinicamente heterogênea, uma vez que as mutações associadas ao sítio de ligação da AT com a heparina conferem menor risco trombótico do que os outros subtipos. A deficiência homozigótica é incompatível com a vida Consequências da deficiência - aumento do risco trombótico e a insensibilidade à heparina: Epidemio= a prevalência estimada na população em geral esteja entre 0,02 e 0,2 por cento (1 em 5000 a 1 em 500 indivíduos). É igual em ambos os sexos. QC= trombose, com idade de inicio variável em diferentes estudos. Pode ter doença renal quando esenvolvem tormbos de fibrina nos rins, e resistência a heparina (inibidor indireto da trombina, sem a tb será ineficaz) -PC= glicoproteína dependente da vitamina K sintetizada pelo fígado sob forma inativa. A PC é ativada pela trombina ligada a trombomodulina. Quando ativada inibe os fatores Va e VIIIa, inibindo a geração de trombina e a ativação do fator XI. Tem função anticoagulante e combate a inflamação. -GENÉTICA= A maioria dos pacientes com deficiência herdada de proteína C é heterozigótica. -NÍVEIS NORMAIS= circula no plasma humano a uma concentração média de 4 mcg / Ml -CONDIÇÕES QUE REDUZ SEu NIVEL= recém- nascidos, doença hepática, infecção (cirurgia), uremia, câncer, antagonistas de vitK -QC= TEV, necrose de pele, púrpura fulminante neonatal -DIAGNÓSTICO= Pode-se suspeitar de um diagnóstico de deficiência de proteína C em um paciente com trombose venosa recorrente, trombose em um leito vascular incomum (portal, hepático, mesentérico, cerebral), trombose em tenra idade (por exemplo, <50 anos ), forte histórico familiar de tromboembolismo venoso (TEV) e / ou necrose cutânea induzida por varfarina. -PS= é um cofator para a PCa + atua inibindo os complexos tenase e protrombinase independentemente do seu efeito sobre a PC ativada As deficiências de PC e PS são herdadas com caráter autossômico dominante. Casos de homozigose e dupla heterozigose foram descritos em ambas as condições→ podem apresentar L trombose grave nas primeiras semanas de vida, condição conhecida como purpura fulminans. -CAUSAS DE PTN S REDUZIDA= gravidez, ACOs, CIVD, HIV, síndrome nefrótica, doença hepática, quimio com L asparginase. -QC= igual ao da ptn C. -DIAGNOSTICO= A deficiência de PS é mais difícil de diagnosticar. é classificada em dois tipos, tipo I (quantitativo) e tipo II (qualitativo), sendo o primeiro associado a aproximadamente 90% dos casos da doença. Resistência à proteína C ativada e fator V Leiden -A Resistência à PC ativada (RPCa) associa-se à mutação no FV Leiden em mais de 90-95% dos casos. Nos 5-10% dos casos restantes, a RPCa é encontrada na ausência da mutação FV Leiden mas também confere risco aumentado de TEV. FV Leiden= é formado quando no FV troca- se o aminoácido arginina para glicina na posição 506→leva a inativação pela PCa e resistência do FVa a mesma. é a causa mais comum de TH nos países do hemisfério norte, podendo acometer até 50% de pacientes com TEV; é raraem japoneses e populações do Oriente A RPCa, na ausência do FV Leiden, pode estar associada a fatores genéticos ou adquiridos. Dentre os fatores genéticos, destacam- se as mutações em outras regiões do FV, tais como FV Cambridge (Arg306Thr), haplótipo HR2 e a mutação Arg485Lys -EPIDEMIO= heterozigosidade para FVL é a trombofilia herdada mais comum em indivíduos caucasianos com (TEV) -QC= tromboembolismo venoso, arterial e complicações obstétricas A mutação no gene da protrombina -PROTROMBINA= é o precursor da trombina, o produto final da cascata de coagulação. é sintetizada no fígado. É uma proteína dependente de vitamina K A mutação puntiforme na região terminal não traduzida do gene da PT é o segundo fator mais prevalente de TH→ substitui adenina pela guanina com transmissão autossômica dominante -EPIDEMIO= encontrada em até 4% da população do hemisfério norte, porém com variação regional diferente daquela do FV Leiden; 2 vezes mais prevalente no sul do que no norte da Europa, sendo também rara em indivíduos asiáticos e africanos; encontrada em até 6% dos pacientes com TEV, conferindo baixo risco trombótico Essa mutação eleva os níveis plasmáticos de PT Níveis plasmáticos elevados de proteínas da coagulação Aumento de fibrinogênio, fator VII e fator VIII, se relaciona a um risco aumentado de TEV. Mais recentemente, níveis elevados de outros fatores da coagulação (F IX, X, XI e de TAFI) foram também associados a risco aumentado de TEV, embora com risco relativo baixo. Nenhum tem bases moleculares bem elucidadas. Na maioria dos laboratórios, somente a dosagem de fator VIII é incluída na propedêutica de TH. Outras causas mais raras de TH -disfibrinogenemia hereditária associa- -se à trombose arterial e venosa em até 20% dos casos→apesar de ser um evento incomum (0,8% de pcts com história de TEV). Em mulheres acometidas, existe uma incidência aumentada de problemas relacionados à gravidez, tais como trombose no pós-parto e aborto espontâneo. -mutações em genes codificadores do inibidor da via do fator tissular, receptor endotelial da PC, trombomodulina e anormalidades do sistema fibrinolítico (deficiência de plasminogênio, displasminogenemia, níveis elevados de PAI-1 e níveis reduzidos de tPA), foram descritos como predisponentes ao TEV. DIAGNÓSTICO -Avaliação inicial de pct suspeito de TH= hemograma, testes de triagem da coagulação como tempo de protrombina, Tempo de Tromboplastina Parcial ativado (TTPa), tempo de trombina, função renal e hepática. Para a propedêutica das TH= devem ser realizados testes funcionais para AT e PC, teste antigênico para PS livre, pesquisa de RPCa (e se positiva, análise genética para FV Leiden) e análise genética da mutação da PT G20210A L OBS.: Com exceção dos dois testes genéticos (FV Leiden e mutação da PT G20210A), os resultados dos demais testes podem sofrer alterações em consequência do evento trombótico ou da terapia anticoagulante→ recomenda-se que os mesmos sejam realizados pelo menos 3 meses após o evento trombótico agudo e pelo menos 4 semanas após a suspensão da terapia anticoagulante. • Dosagem de AT, Pc e PS -PC= A dosagem da PC deve ser mensurada por método funcional, coagulométrico ou cromogênico, sendo este o de maior especificidade. -AT= deve também ser feita por método funcional, sendo o método cromogênico o de eleição em virtude de sua alta precisão. -PS livre= deve ser realizada por método antigênico (ELISA), devido à inexistência, no mercado, de testes funcionais com boa sensibilidade e especificidade para o diagnóstico da deficiência. OBS.: as dosagens de PC e PS não devem ser realizadas durante o uso de cumarínicos, por serem fatores dependentes de vitamina K. Caso a anticoagulação não possa ser suspensa para a coleta da amostra, recomenda-se trocar a terapia para heparina por pelo menos 2 semanas antes da realização dos testes. • Teste de resistência a PCa baseia-se no princípio do TTPa. Idealmente, a técnica utilizada deve empregar plasma deficiente em FV, no qual o plasma do paciente deve ser pré-diluído. Resultados positivos devem ser seguidos pela determinação genética do FV Leiden. • Genotipagem para fator V Leiden e mutação da protrombina G20210A • Disfibrinogenemia e fator VIII= O tempo de trombina deve ser usado como método de rastreamento para a disfibrinogenemia, se der alterado deve-se fazer analise funcional e antigênica do fibrinogênio Quando realizar testes laboratoriais a propedêutica deve ser indicada naqueles casos nos quais os resultados dos testes possam influenciar a conduta terapêutica, no aconselhamento genético ou orientação familiar. Entretanto, os resultados dos testes não influenciam o tratamento da fase aguda do TEV, uma vez que o tratamento não difere conforme os diferentes fatores de risco encontrados. E, pouco influenciam a conduta quanto à profilaxia secundária. COMPLICAÇÕES -aumentam o risco de TEV materno; A gestação fisiológica aumenta o risco de TEV em 0,1% porque é um estado procoagulante, estase nas veias grandes das extremidades inferiores por compressão uterina, compressão do ilíaco esquerdo veia pela artéria ilíaca direita, bem como diminuição da mobilidade e lesão vascular decorrentes do processo de parto. Quando essa mulher tem alguma trombofilia o risco de TEV aumenta e se ela tiver uma trombofilia herdada + história pessoal ou familiar positiva de TEV o risco é ainda maior -aumentam o risco de trombose na interface materno-placentária de baixo fluxo, resultando em complicações mediadas pela placenta, como perda da gravidez, pré-eclâmpsia, comprometimento do crescimento fetal e descolamento porém em casos raros associadas as condições de alto risco. TRATAMENTO Divide-se em: tratamento dos eventos agudos, a profilaxia primária em indivíduos assintomáticos e a profilaxia secundária. • Tto de eventos agudos O tratamento do TEV agudo em pacientes com TH é igual ao indicado para qualquer outro paciente com TEV→previne a EP ou sua extensão, assim como a extensão de um trombo em veias profundas de membros inferiores e as recorrências -Deve ser feito com heparina não fracionada (HNF) ou heparina de baixo peso molecular (HBPM) e anticoagulante oral (de 3 a 12 meses) tempo mínimo de 3 meses (quando associada a um fator de risco transitório) até 12 meses (se trombose idiopática ou TEV em sítios não usuais, vaso cerebral ou mesentérico). -Se púrpura fulminans= entidade grave que pode ocorrer em recém-nascidos acometidos pelas deficiências de PC e PS→ devem ser tratados com transfusão de crioprecipitado, plasma fresco L congelado, e warfarina em dosagem suficiente para que se mantenha o RNI entre 3,5 e 4,5. Iniciar warfarina com cautela e em baixas doses (2 mg) em pacientes sabidamente acometidos pelas deficiências de PC e OS→há risco de desenvolvimento de necrose subcutânea, devido a um estado protrombótico transitório, uma vez que essas proteínas são dependentes da vitamina K, cujos níveis podem sofrer brusca redução ao início do tratamento com warfarina. -Existem no mercado os concentrados de PC e AT. O de PC é indicado para tratar purpura fulminans, deficiência de PC grave com CIVD ou TEV agudo. O de AT é indicado para pacientes com deficiência hereditária de AT para tromboprofilaxi0a cirúrgica, durante gravidez e pós-parto e nos casos de resistência a heparina apesar de altas doses. • Profilaxia primária No caso de um indivíduo ser diagnosticado com uma das deficiências dos anticoagulantes naturais (PS, PC, AT), FV Leiden e mutação da PT G20210A, recomenda-se que os familiares de primeiro grau sejam testados especificamente para a condição encontrada. -Portadores assintomáticos= deve ser oferecido aconselhamento médico e orientaçõesa respeito dos riscos, sinais e sintomas de TEV e medidas preventivas de eventos tromboembólicos. O uso de anticoagulantes não está indicado rotineiramente, apenas em situações de risco, tais como gravidez, puerpério e pré-operatório de grandes cirurgias. As mulheres assintomáticas devem evitar o uso de estrógeno. -Em mulheres grávidas com trombofilias hereditárias, o objetivo do tratamento é prevenir o tromboembolismo venoso materno (TEV)→ Idealmente, a anticoagulação deve ser iniciada no primeiro trimestre, uma vez que o risco de TEV aumenta no início da gravidez, e deve ser interrompida no início do trabalho de parto ou antes da indução ou cesariana programadas para minimizar o risco de complicações hemorrágicas. E o esquema deve ser continuado no pós parto ou com heparina ou com varfarina A profilaxia anticoagulante não é recomendada durante a infância, mas deve ser prescrita em casos de cirurgia abdominal ou de membros inferiores após os 13 anos de idade. • Profilaxia secundária Decisão de se estabelecer deve considerar: 1. o risco de um novo evento trombótico; 2. as consequências de um novo evento trombótico caso o paciente não esteja anticoagulado; 3. o risco de sangramento relacionado ao uso de anticoagulante e 4. a preferência do paciente. -deve ser considerada independentemente da causa nos casos de TEV idiopático grave ou em locais nobres ou TEV recorrente. -É feita através da administração de cumarínicos como a warfarina para manter RNI entre 2 e 3. Hemorragia= é uma das maiores complicações do uso da warfarina (em torno de 3% ao ano). O risco de sangramento é geralmente maior em idosos (acima dos 65 anos), em indivíduos que fazem uso concomitante de medicação antiplaquetária ou anti-inflamatória e naqueles que apresentam doenças coexistentes (câncer, insuficiência renal, diabetes, úlcera péptica e doença cerebrovascular). O risco de sangramento é inversamente proporcional ao tempo de uso da anticoagulação oral. várias drogas interagem com a warfarina e que qualquer alteração na dosagem daquelas deve ser acompanhada por determinação laboratorial do RNI. alguns autores recomendam que a terapia anticoagulante seja prescrita de forma prolongada após primeiro episódio de trombose em indivíduos com deficiências de AT, PC, PS, homozigose para FV Leiden e heterozigose dupla TROMBOFILIAS ADQUIRIDAS Os fatores de risco adquiridos para eventos trombóticos incluem situações clínicas como a síndrome antifosfolípide, malignidade, estado pós- operatório, determinadas doenças reumatológicas, gestação e tratamento hormonal estrogênico, presença de cateter venoso central e emprego de alguns agentes terapêuticos + obesidade, hipertensão arterial, diabetes melito, síndrome metabólica e distúrbios hormonais SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE L é uma doença autoimune caracterizada pela presença de anticorpos antifosfolípides e, no mínimo, uma manifestação clínica, sendo as mais comuns a trombose arterial ou venosa e a perda fetal recorrente. Pode ser primária quando ocorre de maneira isolada; ou secundária quando associada com outras condições, principalmente doenças do tecido conetivo, em particular o LES. Anticorpos fosfolípides correspondem a uma família heterogênea de imunoglobulinas, que, dentre outros, incluem o anticoagulante ou inibidor lúpico, os anticorpos anticardiolipina e os anticorpos anti-β2 glicoproteína I se dirigem contra proteínas plasmáticas que se ligam a fosfolípides, como a β2 -glicoproteína I e a protrombina, ou complexos formados por fosfolípides e proteínas, expressos ou ligados à superfície das células endoteliais, plaquetas ou monócitos→ a ação dos anticorpos sobre a membrana fosfolipídica resulta em: a) ruptura das reações hemostáticas que ocorrem sobre as superfícies celulares, e b) estímulos de determinadas células, alterando a expressão e secreção de várias moléculas. Pacientes com trombose tem maior prevalência desses anticorpos. →História= foram descobertos em 1906 como marcadores diagnósticos da sífilis→o anticorpo lúpico pode dar teste falso + para sífilis. EPIDEMIO A probabilidade da contribuição dos anticorpos antifosfolípides na gênese de eventos trombóticos ou/e complicações gestacionais varia com os cenários clínicos; -População geral= 20% dos pacientes com AVC isquêmico e idade inferior a 50 anos têm anticorpos antifosfolípides positivos. -pacientes com mais de 70 anos e AVC apresentam menor probabilidade de ter anticorpos antifosfolípides em relação aos pacientes jovens. -TEV= 24% da presença de anticorpos antifosfolípides -Gestação= 10 a 15% das mulheres com perdas gestacionais recorrentes têm o diagnóstico de SAF. entre as gestantes com altos títulos de anticorpos antifosfolípides, 10-50% desenvolvem pré-eclampsia e mais de 10% dessas mulheres terão recém-nascidos com RCIU. ½ dos pacientes tem doença primária e a outra metade tem uma doença autoimune subjacente (LES em 35%) PATOGÊNESE Desenvolvimento de anticorpos antifosfolípides= ocorrem em indivíduos suscetíveis após exposição acidental a agentes infecciosos ou no meio de doenças reumáticas, como lúpus eritematoso sistêmico (LES). Quando esse anticorpo esta presente para desenvolver a síndrome precisa de um gatilho que pode ser tabagismo, imobilização prolongada, gravidez e período pós-parto, uso de contraceptivos orais, terapia de reposição hormonal, malignidade, síndrome nefrótica, hipertensão e hiperlipidemia. MECANISMOS: a) inibição da proteína C ativada; b) ligação às plaquetas e promoção da sua ativação; c) interação com as células endoteliais, que passam a expressar moléculas de adesão, com ligação de monócitos, resultando na expressão do fator tecidual e um estado procoagulante; d) inibição da atividade da antitrombina; e) ativação da via do complemento, com geração de produtos de degradação que levam a um estado de inflamação e trombose; f) ligação a várias proteases relacionadas com a coagulação e fibrinólise→ retardo da inativação dos fatores procoagulantes e remoção dos coágulos TROMBOCITOPENIA Hipótese que os anticorpos fosfolípides se ligam a membrana das plaquetas→agregação plaquetária e trombose (ainda em estudos) RESULTADO FINAL= a trombose é decorrente da ligação dos anticorpos antifosfolípides à célula endotelial, levando à sua ativação e a um estado Formatado: Fonte: Negrito Formatado: Realce Formatado: Realce L procoagulante. A ativação do complemento pode amplificar esses efeitos ao gerar potentes mediadores da ativação plaquetária e endotelial. Alguns anticorpos antifosfolípides podem ainda se ligar a diversas serino-proteases da hemostasia, bloqueando a inativação de fatores ativados da coagulação e a remoção fisiológica de coágulos. Resumo= aumenta o risco de trombose vascular e aumenta o tônus vascular favorecendo aterosclerose, perda fetal e dano neurológico -os eventos trombóticos podem ter importante participação nas manifestações obstétricas das pacientes com SAF: trabalhos in vitro sugerem que os anticorpos antifosfolípides podem ter ação direta sobre os trofoblastos, além de atuarem diretamente sobre a decídua materna. Nos trofoblastos, os anticorpos antifosfolípides poderiam: a) promover lesão celular direta; b) induzir apoptose; c) inibir a proliferação e formação sincicial; d) reduzir a produção de gonadotrofina coriônica, e e) promover invasão defeituosa. QUADRO CLÍNICO 1-ocorrência de eventos trombóticos arteriais ou venosos, em diferentes leitos vasculares ou; Eventos vaso-oclusivos venosos= TVP Eventos vaso-oclusivos arteriais= AVC isquêmico ou ataques isquêmicos transitórios As tromboses venosas são mais comuns que as arteriais. E pacientes com anticoagulante lúpico ou anticardiolipinapositivos tem um maior risco, que fica ainda maior com a positividade tripla. Alterações no SNC= além de AVC, Déficits cognitivos e / ou lesões da substância branca têm sido associados à SAF 2- complicações gestacionais, expressas como perdas fetais recorrentes no primeiro trimestre, ou óbitos fetais no segundo ou terceiro trimestre, ou ainda pré-eclampsia grave com parto prematuro antes da 34a semana gestacional. 3- endocardite não bacteriana= Podem acometer as válvulas cardíacas (+ comum a mitral)→ Insuficiência valvar (+comum) ou estenose 4-Renal= hipertensão arterial com proteinúria e a insuficiência renal. ***achado anatomopatológico renal mais característico é a microangiopatia trombótica, sendo também descritas a hiperplasia fibrosa da íntima, atrofia cortical focal e oclusões arteriais 6- cutâneas= Livedo reticular= observado em 25% dos pacientes com SAF, podendo ainda ser um marcador de pacientes com risco elevado para eventos trombóticos arteriais. outras menos comuns: hemorragias lascadas, necrose cutânea, gangrena digital, úlceras. 7- anomalias hematológicas= trombocitopenia, anemia hemolítica auto-imune; necrose da medula óssea; e várias síndromes microangiopáticas trombóticas, incluindo púrpura trombocitopênica trombótica (TTP) e síndrome urêmica hemolítica (SHU) 8- envolvimento pulmonar= doença tromboembólica pulmonar, hipertensão pulmonar tromboembólica e não tromboembólica, trombose arterial pulmonar, microtrombose pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo e hemorragia alveolar difusa 9-Envolvimento do TGI= Isquemia envolvendo esôfago, estômago, duodeno, jejuno, íleo ou cólon, resultando em sangramento gastrointestinal, dor abdominal, abdome agudo, necrose esofágica com perfuração ou ulceração duodenal gástrica ou atípica gigante. Além de trombose portal ou hepática. 10- adrenal= trombose da veia adrenal bilateral pode causar perda da função adrenal SAF CATASTRÓFICA= Doença trombótica disseminada com falência de vários órgãos. SAF PRIMÁRIA X SAF COM LES Formatado: Fonte: Negrito Formatado: Realce Formatado: Realce Formatado: Fonte: Negrito L os pacientes com SAF associada ao LES têm maior probabilidade de apresentar artrite, livedo reticular, doença valvar cardíaca, trombocitopenia e leucopenia do que pacientes com SAF primária. Estudo recente mostrou que as frequências de trombose arterial, trombose venosa e perda fetal eram maiores em pacientes com SAF e LES do que naqueles com SAF primária CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICO presença de uma ou mais dos aFL, no cenário de uma trombose vascular ou de um tipo específico de morbidade na gravidez. Lembrar que os aFL não são exclusivos para SAF→ podem estar presentes em algumas pessoas que não têm SAF e são saudáveis, que têm outra doença auto-imune ou reumática ou que foram expostas a certos medicamentos ou agentes infecciosos TRATAMENTO Existem controvérsias no tratamento no quesito de manter o anticoagulante por tempo indeterminado→ do mesmo modo que a SAF é uma condição trombofílica adquirida, com elevada taxa de recorrência nos indivíduos sem tratamento, o emprego de anticoagulantes por tempo indeterminado associa-se a necessidade de controle regular da terapêutica anticoagulante (tempo de protrombina – INR) e maior taxa de sangramentos graves TROMBOSE AGUDA Heparina com varfarina e depois varfarina por tempo indefinido. CONTINUAÇÃO D TTO Varfarina ao invés de um anticoagulante oral direto visto q ela é mais eficaz p SAF. varfarina não é usada durante a gravidez devido a riscos de teratogenicidade→ indivíduo com SAF que engravide é tratado com heparina de baixo peso molecular (HBPM) em vez de varfarina A anticoagulação pode ser interrompida? - Para a maioria dos indivíduos com SAF e com histórico de evento trombótico não provocado, recomendamos anticoagulação ao longo da vida com base na alta probabilidade de recorrência no paciente não tratado e na natureza potencialmente devastadora de eventos tromboembólicos recorrentes, especialmente eventos arteriais. ||3-6 meses nos pacientes com perfil de anticorpos antifosfolípides de baixo risco e com fator desencadeante transitório Fatores a considerar no paciente com TEV e SAF a) presença associada de outros fatores de risco trombótico; b) intensidade ótima do tratamento anticoagulante, e c) duração do tratamento anticoagulante Recomenda-se controle adequado da hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, além de evitar tabagismo e uso de estrogênios, independentemente de passado trombótico, presença concomitante de doenças autoimunes e características adicionais da síndrome antifosfolípide Pct com SAF e 1º TEV= tratamento anticoagulante oral com INR alvo entre 2 e 3 é nível eficaz na prevenção de novos eventos trombóticos, mas por outro lado, foi observado que os pacientes com eventos vaso-oclusivos arteriais ou recorrentes apresentam maior risco de novos episódios trombóticos quando o INR encontra-se entre 2 e 3, mas com redução do risco se o INR permanece efetivamente acima de 3): alguns autores indicando o emprego isolado da varfarina com INR superior a 3, ou varfarina com INR entre 2 e 3 associada à antiagregação plaquetária L antes do tto deve-se avaliar o risco hemorrágico do pct→ maior risco nos pacientes com idade superior a 75 anos, história prévia de sangramento grave, uso concomitante de vários fármacos, presença de malignidade ou leucoaraiose ou dificuldade para o entendimento sobre o tratamento anticoagulante -Uso de AAS para profilaxia em assintomáticos= não usar quando o paciente é saudável e de baixo risco ||| nos casos de risco elevado (presença do anticoagulante lúpico ou tripla positividade), especialmente se em associação com outros FR trombótico, o tratamento com aspirina seria indicado. CÂNCER E TROMBOSE O tromboembolismo é uma complicação bem conhecida da doença neoplásica, com manifestações clínicas que podem variar desde o TEV à Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) e trombose arterial. A CIVD é mais observada nas doenças onco-hematológicas ou na doença neoplásica disseminada, enquanto as tromboses arteriais, nos pacientes sob tratamento quimioterápico e naqueles com endocardite não bacteriana EPIDEMIO -TEV é a maior complicação de câncer→descrito em 20% dos pcts; - As maiores taxas são descritas em trabalhos de coorte de pacientes oncológicos hospitalizados e com neutropenia, e de pacientes admitidos em serviços de oncologia, que são situações indicando tratamento antineoplásico ativo, que é fator de risco para TEV em paciente com doença maligna. FR TROMBÓTICOS RELACIONADOS COM O CÂNCER -sítio primário do câncer é FR p TEV→ câncer de pâncreas, estômago, útero, rins, pulmão, primário de cérebro e malignidades hematológicas estão associados às maiores taxas de TEV. -Tipo histológico= no câncer de pulmão de células não pequenas, os pacientes com adenocarcinoma apresentam maior incidência de TEV em relação ao carcinoma de células escamosas. - tumores com maior prevalência, mas associados à menor incidência de TEV, podem ter maior contribuição no número total de TEV -Estadiamento do tumor= Em pacientes submetidos a cirurgias oncológicas, o estadio avançado da doença se associa a maior risco de -Tempo de diagnóstico= Um estudo populacional mostrou que o maior risco está nos primeiros 3 meses após o diagnóstico da doença neoplásica (OR=53,5), com queda progressiva nos intervalos entre 3 meses e 1 ano e de 1-3 anos. o risco torna- se aquele observado na população geral somente após 15 anos do diagnóstico inicial. o risco é maior no início devido a ttos realizados no período inicial FR TROMBÓTICO RELACIONADOS COM O TTO DO CÂNCER Todas asabordagens terapêuticas para a doença neoplásica estão relacionadas com o maior risco de episódios vaso-oclusivos. -Quimioterapia= associa-se a aumento do risco trombótico de 2 a 6 vezes, observando-se progressivo aumento da incidência de TEV com a quimioterapia. Principalmente com as platinas (cisplatina>oxaliplatina). A talidomida, quando administrada em associação com a dexametasona ou quimioterapia→incidência de TEV que varia de 12 a 28%. A lenalidomida também é associada com maior incidência de TEV, que oscila de 5 a 75%. agentes antiangiogênicos cursa com maiores incidências de eventos trombóticos venosos e arteriais. Uso de cateteres aumenta as complicações trombóticas OUTROS FR TROMBÓTICOS →Demográficos= Idade avançada e gênero feminino em pacientes hospitalizados são FR p TEV, mas não nos ambulatoriais. Nos EUA a raça negra tem maior risco. →Biomarcadores= contagem plaquetária igual ou superior a 350.000/µL, aumento do fator tecidual plasmático e da P-seletina solúvel são marcadores de risco de TEV em pacientes oncológicos ||| Os marcadores de ativação da hemostasia estão elevados nos pacientes com câncer e podem ser preditivos de TEV primário ou recorrentes FISIOPATOLOGIA É complexa e multifatorial MECANISMOS L a) resposta do hospedeiro ao câncer, incluindo as reações de fase aguda, produção de paraproteínas, inflamação, necrose e alterações hemodinâmicas; b) efeitos do tratamento radio- e quimioterápico, e c) mecanismos estimulantes da formação do coágulo que são específicos e únicos das células tumorais -FATORES PROCOAGULANTES PRODUZIDOS PELAS CÉLULAS TUMORAIS= o fator tecidual e o procoagulante do câncer: *O fator tecidual é expresso constitucionalmente pela célula maligna e ao se ligar ao fator VIIa promoverá a ativação proteolítica dos fatores X e IX * o procoagulante do câncer é uma cistino- protease que ativa diretamente o fator X, independentemente do fator VII. não é encontrada em tecidos normais, mas em células tumorais e tecidos do âmnion e córion As células tumorais podem expressar todas as proteínas que regulam o sistema fibrinolítico, como ativador do plasminogênio tipo urocinase (u-PA), ativador do plasminogênio tipo tecidual (t-PA), inibidor do ativador do plasminogênio tipo 1 (PAI- 1) e tipo 2 (PAI-2) e receptor do ativador do plasminogênio. A maior concentração do PAI-1 e PAI-2 e redução da atividade fibrinolítica nos pacientes com tumores sólidos representam mais um mecanismo pró-trombótico associado ao tumor. As plaquetas podem ser ativadas e agregar pelo contato direto com as células tumorais ou por ação de fatores solúveis secretados por essas células, como ADP, trombina e outras proteases. Uma vez ativadas, as plaquetas podem secretar seu conteúdo granular, com ativação de outras plaquetas circulantes. Além disso, as plaquetas ativadas expõem P- -seletina e CD63 em sua superfície, aumentando sua capacidade de interagir com células endoteliais, leucócitos e células tumorais. As células tumorais produzem e secretam várias citoquinas, como TNFα, interleucina-1β e fator de crescimento vascular endotelial (VEGF→ atuarem principalmente sobre as células endoteliais e leucócitos, teriam papel na patogênese dos eventos trombóticos dos pacientes com câncer. O TNFα e a interleucina-1β estimulam a expressão de fator tecidual pelas células endoteliais e redução da expressão de trombomodulina, o que faz com que a parede vascular desempenhe função procoagulante. + estimulam a produção endotelial de PAI-1. O VEGF tem ação sobre as células endoteliais, induzindo à maior expressão de fator tecidual. Ambas alteram a expressão de moléculas de adesão pela célula endotelial, aumentando a capacidade da parede vascular de atrair leucócitos e plaquetas e de promover a ativação localizada da coagulação Moléculas de adesão na célula tumoral= possibilita que elas tenham interação direta com células normais, como leucócitos, plaquetas e células endoteliais. Essa última ligação faz com que ocorra ativação localizada da coagulação MECANISMOS PROTROMBÓTICOS E PROGRESSÃO TUMORAL A ativação da coagulação induzida pela célula neoplásica também pode contribuir para o crescimento e disseminação tumoral: Fator tecidual= estimula a angiogênese ao interagir com o receptor ativado por protease do tipo 2 (PAR-2) e aumentar a expressão de VEGF pelas células tumorais e vasculares normais. Trombina e fibrina= apresentam propriedades proliferativas e pró-angiogênica VEGF, fator de crescimento básico de fibroblastos, TNFα e fibrina aumentam a expressão de FT pelas células endoteliais. ASSOCIAÇÃO ENTRE TEV E CANCER OCULTO -pacientes que apresentam evento trombótico primário, isto é, não associado a um fator desencadeante, têm maior risco de evoluir com doença neoplásica, quando comparados com os pacientes com TEV secundário ou com pacientes que apresentam sintomas de TEV, mas sem demonstração do evento trombótico - A incidência de câncer é também maior em pacientes com trombose venosa primária recorrente → Devido a essas observações, tem sido sugerido que pacientes com trombose venosa primária deveriam fazer investigação aprofundada para L pesquisa de doença neoplásica subjacente MAS AINDA É TEMA CONTROVERSO. QUADRO CLÍNICO TVP, TEP, tromboflebite migratória (síndrome de Trousseau), endocardite trombótica não bacteriana com embolia arterial ou trombose na presença de CIVD crônica -A trombose pode ser o primeiro sinal de doença maligna; -Forte associação de TVP em localização cava- ilíaca e bilateral com doença neoplásica; - maior incidência de trombose venosa profunda de membros superiores, devido à presença de cateter venoso central -Endocardite trombótica não bacteriana= corresponde a vegetações estéreis constituídas por plaquetas e fibrina nas valvas cardíacas, frequentemente aórtica e mitral, apresenta elevada associação com doença neoplásica, principalmente adenocarcinomas. Manifesta-se por êmbolos sistêmicos, que produzem vaso- oclusões no baço, rins, extremidades, SNC e coronárias. Seu diagnóstico é difícil, uma vez que < 50% dos pacientes apresentam sopros cardíacos e as pequenas lesões não são detectadas no ecocardiograma. Porém, deve ser sempre considerada nos casos de pacientes com câncer que desenvolvem isquemias cerebrais agudas de origem indeterminada. -CIVD= maioria dos casos apresenta-se na forma crônica, com a maioria dos pacientes sendo assintomáticos e apresentando reduções da contagem plaquetária e do fibrinogênio, pequenas alterações do tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial ativada, e elevação dos Produtos de Degradação da Fibrina (PDF). Outros pacientes cursam com quadro de hipercoagulabilidade mais acentuada, com evidências laboratoriais de consumo das plaquetas, fibrinogênio e fatores da coagulação, podendo apresentar quadros de TVP, tromboflebite superficial e endocardite trombótica não bacteriana. -MICROANGIOPATIA TROMBÓTICA GRAVE= pode ocorrer em até 5,7% dos pacientes com doença metastática, sendo os tumores primários mais comuns os de estômago, mama e pulmão. A insuficiência renal é um aspecto incomum TRATAMENTO Anticoagulante; iniciar assim que é feito o diagnóstico do episódio vaso-oclusivo e ter a duração mínima de 6 meses. Fase aguda= heparina não difere do realizado no paciente sem doença neoplásica e corresponde à administração de doses terapêuticas de heparina não fracionada (aplicação de 5.000 a 10.000 UI em bolus intravenoso, seguida de infusão contínua em doses variáveis, ajustadas para o aumento do TTPA-R de 1,5 a 2,5 vezes o valor basal) ou heparina de baixo peso molecular em doses ajustadas para o peso (dalteparina 200 U/kg 1 vez ao dia ou enoxaparina 100 U/kg 2 vezesao dia). preferência para a heparina de baixo peso molecular= apresenta menor risco hemorrágico, demonstra vantagens quanto à sobrevida em 3 meses de acompanhamento, menor risco de ocorrência de indução de plaquetopenia, praticidade de uso e não necessidade de controle laboratorial. -Agentes trombolíticos= têm seu uso limitado aos casos de embolia pulmonar e disfunção grave do ventrículo direito, tromboses maciças de veias íleofemorais com risco de gangrena do membro acometido, extensão da trombose mesmo com tratamento anticoagulante adequado e tromboses de membros superiores em pacientes com cateteres venosos centrais Tratamento prolongado HBPM (+ recomendado) ou antagonistas de vit. K (usado quando n tem heparina) - a dose recomendada de heparina de baixo peso molecular corresponde a 75-80% da dose inicial. - utilizar os antagonistas da vitamina K em dose que mantenha o TP-INR entre 2 e 3. - A inserção de filtro de veia cava inferior deve ser considerada nos casos em que o tratamento com doses plenas de heparina é contraindicado ou na recorrência de TEV em vigência de tratamento anticoagulante adequado. -CAncer de SNC e TEV= não há modificação do tratamento anticoagulante, que deve ser evitado nos casos de sangramento intracraniano ativo, cirurgia recente, presença de diátese hemorrágica e contagem plaquetária inferior a L 50.000/mm | nesses pacientes e em idosos deve- se controlar rigorosamente visando evitar a anticoagulação excessiva e o maior risco hemorrágico ANTICOAGULANTES E ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS O tratamento e a prevenção dos eventos tromboembólicos vasculares envolvem o uso de agentes antitrombóticos, que incluem drogas antiplaquetárias, anticoagulantes e agentes trombolíticos. -Eventos tromboembólicos= síndrome coronariana aguda, AVC isquêmico, tromboembolismo arterial periférico e tromboembolismo venoso. DEFINIÇÕES -agente antitrombótico= incluem agentes antiplaquetários e anticoagulantes. -Anticoagulantes= incluem uma variedade de agentes que inibem uma ou mais etapas na cascata de coagulação. Tem mecanismo de ação variados→ incluindo inibição enzimática direta, inibição indireta por ligação à antitrombina e antagonismo de fatores dependentes da vitamina K, impedindo sua síntese no fígado. Os agentes disponíveis incluem heparina não fracionada , heparina de baixo peso molecular, fondaparinux , antagonistas da vitamina K, inibidores diretos da trombina, inibidores diretos do fator Xa HEPARINAS são drogas de uso parenteral, cujas ações são mediadas por cofatores plasmáticos→são consideradas anticoagulantes indiretos CLASSIFICAÇÃO= Heparina Não Fracionada (HNF) e Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM) HNF é um mucopolissacarídeo com alta concentração de sulfato, cujo peso molecular é altamente heterogêneo nos compostos disponíveis para uso clínico, variando de 3.000 a 40.000 dáltons. Sua molécula possui uma sequência única de pentassacarídeo, que é a principal fração responsável por sua ação anticoagulante. Mecanismo de ação= A ligação da HNF à Antitrombina (AT), por meio do pentassacarídeo, forma o complexo HNF/AT. Esse complexo é responsável pela inativação da trombina (fator IIa) e dos fatores Xa, IXa, XIa e XIIa. E, A HNF pode se ligar ao cofator II da heparina e catalisar a inativação da trombina, independentemente da presença da AT. No entanto, essa ação requer concentrações mais altas de HNF no plasma do que as necessárias para a inibição da trombina mediada pela AT. FC= As heparinas não são absorvidas por via oral e devem ser administradas por via endovenosa ou subcutânea; Assim que a heparina entra em circulação, ela se liga a células endoteliais e ao sistema retículoendotelial é internalizada e degradada (mecanismo saturável). O montante da droga não metabolizado por esse mecanismo é depurado pelo rim, em processo mais lento porém não saturável. Uma vez saturada essa capacidade, as doses adicionais de heparina são depuradas pelo rim, explicando o aumento desproporcional do efeito anticoagulante e da meia-vida da droga em relação ao aumento da dose administrada. As meias-vidas observadas para heparina após a administração EV de doses de 25, 100 e 400 UI/Kg são de 30, 60 e 150 minutos, respectivamente -Via subcutânea= requer doses maiores do que as usadas por Via Endovenosa (EV) devido à menor biodisponibilidade da droga associada à via SC. Em situações em que se necessita de um efeito anticoagulante imediato, a via EV deve ser utilizada. -Reversão do efeito= administração EV de sulfato de protamina→ Cada 1 mg de protamina neutraliza aproximadamente 100 UI de HNF. A meia-vida da protamina é de 7 minutos. -Resistência a heparina= Pacientes que necessitam de doses superiores a 35.000 UI/dia de heparina, independentemente do peso corporal, para atingirem valores de TTPA e atividade antifator Xa dentro da faixa terapêutica→ verdadeiros resistentes a heparina a deficiência de AT, o aumento da depuração da heparina pelas células mononucleares e endoteliais e o aumento dos níveis de proteínas de fase aguda que se ligam à heparina no plasma→fatores associados a resistência verdadeira a heparina https://www.uptodate.com/contents/heparin-unfractionated-drug-information?search=anticoagulantes&topicRef=1370&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/heparin-unfractionated-drug-information?search=anticoagulantes&topicRef=1370&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/heparin-unfractionated-drug-information?search=anticoagulantes&topicRef=1370&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/fondaparinux-drug-information?search=anticoagulantes&topicRef=1370&source=see_link L resistência aparente a heparina= um TTPA normal ou próximo do normal e anti-Xa em níveis terapêuticos. Isso geralmente acontece quando há um aumento do fator VIII e/ou do fibrinogênio, suficiente para normalizar o TTPA. Nesses indivíduos, as doses de heparina devem ser ajustadas com base nos níveis de anti-Xa. -Efeitos colaterais= complicações hemorrágicas, osteoporose e a Trombocitopenia Induzida pela Heparina (TIH). E, mais raramente reações cutâneas, que podem progredir para necrose, alopécia e hipersensibilidade e a elevação das transaminases hepáticas geralmente benigna. OP= causada pela ligação da heparina aos osteoblastos, desencadeando a liberação de fatores ativadores de osteoclastos, favorecendo a lise óssea. HBPM possuem peso molecular médio de 4.000 a 5.000 dáltons. Dentre as HBPMs disponíveis para uso clínico no Brasil, encontram-se a enoxaparina, a dalteparina e a nadroparina: Caracteristicas 1. possuem menor afinidade por proteínas plasmáticas→ resposta anticoagulante mais previsível; 2. exercem menor inativação da trombina, devido a menor habilidade de ligação simultânea com a trombina e AT (fragmento menor); 3. ligam-se menos aos macrófagos e às células endoteliais, contribuindo para meia-vida mais longa; 4. ligam-se menos às plaquetas e ao Fator Plaquetário(FP4), diminuindo a incidência de TIH; 5. apresentam menor interação com os osteoblastos→diminuição da ativação de osteoclastos e lise óssea. -Mecanismo de ação= provém da ativação da AT por meio da interação com a sequência de pentassacarídeo existente na molécula de heparina. as HBPMs possuem menor atividade anti- IIa do que as HNF - Não há disponível, até o momento, nenhum método capaz de neutralizar totalmente os efeitos anticoagulantes desencadeados pelas HBPMs→ O sulfato de protamina neutraliza a atividade anti-IIa, porém neutraliza apenas parcialmente a atividade anti-Xa desencadeada pelas HBPMs. -Efeitos adversos= osteopenia e TIH, mas menos frequente do que a HNF. TIH é uma reação adversa à heparina causada por anticorpos IgG ativados pelas plaquetas que reconhecemos complexos formados pelo FP4 e a heparina. A trombocitopenia é a manifestação mais comum da TIH e pode ser observada em 90 a 95% dos pacientes com esse diagnóstico. Mais de 50% dos pacientes com TIH desenvolvem trombose, envolvendo veias, artérias e a microcirculação. A TIH é uma síndrome clínico-patológica cujo diagnóstico requer: 1) um ou mais eventos clínicos (trombocitopenia, trombose, CIVD, lesões cutâneas necrotizantes no local de injeção da heparina, reação anafilática após a infusão in bolus de heparina EV); 2) a presença de anticorpo anti- FP4/ heparina, que pode ser detectado por métodos de ativação plaquetária ou por método imunoenzimático. A TIH é três vezes menos frequente com o uso da HBPM quando comparada à HNF. Investigação= Em pacientes que estejam recebendo heparina ou que a receberam nas 2 semanas prévia→ quano houver queda do número de plaquetas > 50% e/ ou ocorrência de evento trombótico, entre os dias 5 e 14 do início da heparina, mesmo que o paciente não esteja mais usando a heparina no momento da detecção da trombose ou trombocitopenia. Tratamento da TIH= 1) interromper a administração de heparina (HNF ou HBPM); 2) administrar um anticoagulante não derivado de heparina em doses terapêuticas (danaparoide, lepirudina e argatroban); 3) não administrar varfarina (e reverter sua ação com vitamina K, caso ela tenha sido administrada); 4) não transfundir plaquetas ou transfundi-las se sangramento intenso e grave; 5) pesquisar a presença do anticorpo anti- FP4/heparina; 6) realizar exame de imagem em membros inferiores (trombose venosa profunda é a principal complicação da TIH). L ANTAGONISTAS DE VIT K varfarina, femprocumona e acenocumarol são os anticoagulantes orais mais utilizados mundialmente. Mecanismo de ação= interferirem na gama- carboxilação dos fatores da coagulação II, VII, IX e X→ bloqueiam a conversão da vitamina K oxidada em reduzida, que é a forma que atua como coenzima na reação de gama-carboxilação→ os fatores não sofrem a gama-carboxilação e passam a ser biologicamente inativos, ou seja, são produzidos no fígado, mas perdem a capacidade de serem ativados, uma vez que não conseguem se ligar a fosfolipídeos de membrana, com auxílio do íon cálcio. As proteínas C, S e Z, que fazem parte do sistema anticoagulante, sofrem a mesma influência, perdendo também a capacidade de serem ativadas. A síntese hepática dos fatores de coagulação II, VII, IX e X, bem como as proteínas C e S, requer a presença de vitamina K. Esses fatores de coagulação são ativados biologicamente pela adição de grupos carboxila aos principais resíduos de ácido glutâmico na estrutura das proteínas. No processo, a vitamina K "ativa" é convertida oxidativamente em uma forma "inativa", que é posteriormente reativada pelo complexo 1 de epóxido de vitamina K redutase 1 (VKORC1). A varfarina inibe competitivamente a subunidade 1 do complexo VKOR de várias unidades, esgotando assim as reservas funcionais de vitamina K e, portanto, reduz a síntese de fatores de coagulação ativos. O efeito anticoagulante dos AVKs se instala à medida que os fatores da coagulação dependentes da vitamina K, produzidos antes do início da anticoagulação oral, vão sendo substituídos por fatores incapazes de serem ativados, o que depende da meia-vida desses fatores. Provavelmente o efeito anticoagulante máximo não é atingido antes de 3 dias, uma vez que a meia-vida do fator II (protrombina) é em torno desse tempo e é a mais longa-->condutas: -não mudança da dose do AVK antes do 5o dia do início do tratamento, esperando que o efeito anticoagulante máximo seja atingido - o início concomitante de anticoagulante de ação rápida (heparina), por no mínimo 5 dias, que só é suspenso quando assegurada a anticoagulação com AVK -OBS.: O uso de heparina no início da terapia com AVK também é justificado pelo fato de a meia-vida dos anticoagulantes naturais (proteínas C e S) ser mais curta em relação aos fatores da coagulação vitamina K dependentes, gerando um estado pró-trombótico no início da anticoagulação oral com AVK. Esse cuidado é ainda mais importante em pacientes que conhecidamente têm deficiência de proteína C ou outras trombofilias. - Varfarina= principal AVK disponível no brasil. É uma mistura de 2 isômeros que são absorvidos no intestino delgado atingindo o pico de concentração plasmática entre 2 e 8 horas. No plasma, ligam-se fortemente a proteínas (80-97%), como albumina. A principal excreção dos metabólitos é renal, mas também é realizada pela bile. O uso concomitante de outras medicações pode inibir ou potencializar a ação dos AVKs→ o médico deve ser sempre avisado quando o paciente iniciar ou suspender uma medicação, para que a monitorização da anticoagulação com AVK passe a ser feita mais frequentemente Dose= varia de 2,5 a 10 mg/dia para atingir o nível terapêutico do INR. A dose inicial recomendada p/ maioria dos pcts é 5mg/dia Em pacientes idosos, desnutridos, com disfunção hepática, com doença renal crônica, com insuficiência cardíaca congestiva, com risco aumentado de sangramento (por exemplo, após cirurgia) e em uso de medicação que sabidamente potencializa o efeito anticoagulante L da varfarina (por exemplo, amiodarona), a dose pode ser menor (entre 2 e 5 mg por dia). Já para os pacientes mais jovens, a dose inicial pode ser de 10 mg por dia. A dose de manutenção é menor que a dose no início da anticoagulação (principalmente em mais de 60 anos e pacientes do sexo feminino), devendo ser dividida da forma mais homogênea possível ao longo dos dias da semana, e muitas vezes são prescritas frações do comprimido Efeitos adversos= -sangramento, vasculite, calafrios, alopecia, prurido, dor abdominal, anafilaxia, calcificação traqueobrônquica. -necrose da pele induzida pela varfarina é uma complicação de varfarina terapia em que o paciente desenvolve áreas demarcadas de púrpura e necrose devido a oclusão vascular. A aparência pode ser semelhante à da púrpura fulminante neonatal e pode afetar uma ou mais áreas da pele, incluindo as extremidades, seios, tronco ou pênis. - Quanto maior o tempo em que o INR estiver na faixa terapêutica, menor o risco de ocorrência de evento adverso no paciente→ quanto maior a frequência de realização de INR, maior a chance de o paciente permanecer mais tempo dentro da faixa terapêutica (maior TTR) e melhor a qualidade da anticoagulação. -dieta= o paciente deve ser orientado a ingerir de forma constante os alimentos que contenham vitamina K, ao invés de ser desencorajado a ingeri- los. Os alimentos que contêm maior quantidade de vitamina K são: salsa, couve, repolho, brócolis, alface, óleo de soja e óleo de canola Resistência a varfarina= a necessidade de utilização de dose semanal maior que 105 mg, ou seja, mais que 15 mg por dia. Ou quando não há um prolongamento do TP, apesar do aumento na dose da varfarina, ou quando há uma irregularidade do valor no INR ao longo do tratamento. Atentar= Mas o indivíduo pode atingir o nível terapêutico do INR e responder ao tratamento, apenas necessitando de dose maior da varfarina que aquela esperada para a maioria da população. Fatores hereditários envolvidos na resistência a varfarina= polimorfismos (mutações presentes em mais de 1% da população) nos genes das enzimas CYP2C9 e VKORC1. Fatores adquiridos= estado nutricional do paciente, aporte de vitamina K pela dieta, interação medicamentosa, grau de aderência do paciente ao tratamento, função hepática e capacidade de absorção intestinal da varfarina. E SE O INR ESTIVER FORA DA FAIXA TERAPÊUTICA? - não é recomendável a alteração da dose semanal de varfarina caso o INR esteja minimamente fora da faixa de valor preconizada para opaciente→ex.: paciente que deveria estar com o INR entre 2,0 e 3,0, mas que apresenta, no momento da consulta, INR de 1,8 ou 3,5→ investigue possíveis causas removíveis de alteração do INR e solicite novo INR em uma semana. Manuseio perioperatorio da anticoagulação oral -depende de fatores como: tipo de procedimento, urgência na realização do procedimento e a indicação da anticoagulação; https://www.uptodate.com/contents/warfarin-drug-information?search=trombofilias+heredit%C3%A1rias&topicRef=1354&source=see_link L -Considerar os riscos de eventos tromboembólicos devido a suspensção do AVK. -Cirurgia de urgência= a reversão da anticoagulação deve ser imediata e para isso podem ser administrados tanto a vitamina K oral ou EV como o plasma fresco congelado, o complexo protrombínico ou o FVIIa recombinante. -Cirurgia eletiva= as condutas são recomendadas de acordo com o risco de evento tromboembólico. Quando houver necessidade de interrupção do AVK e normalização do INR para realização de um procedimento, a retirada do anticoagulante deve ser feita com 5 dias de antecedência CONTROLE DA ANTICOAGULAÇÃO é realizado para alguns anticoagulantes com o objetivo de ajustar a dose administrada a fim de atingir uma terapêutica eficaz, além de evitar sangramentos. -Para a dose de HNF= usa-se o TTPA. - A monitorização laboratorial em geral não é necessária para a HBPM -Anticoagulação com AVK= pelo TP NOVOS ANTICOAGULANTES ORAIS 2 categorias= inibidores diretos da trombina e do fator X ativado →TROMBINA= (fator IIa) é a enzima final da cascata de coagulação que produz fibrina; é formado pela clivagem proteolítica da protrombina pelo fator Xa. A trombina tem um papel central na coagulação: divide o fibrinogênio em fibrina; ativa outros fatores procoagulantes, incluindo os fatores V, VIII, XI e XIII; e ativa plaquetas INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA= podem se ligar ao local ativo da enzima trombina (DTIs univalentes) ou a dois locais: o local ativo e o "exosite I"( local de interação de muitos substratos fisiológicos da trombina, incluindo fibrinogênio, fator V, proteína C, trombomodulina)→ bloqueiam a ação da trombina ativa (circulante e ligada ao coágulo). Difere das heparinas que são capazes de inativar a trombina apenas na fase fluida, via antitrombina. Ao contrário da heparina, os inibidores diretos da trombina não se ligam ao fator plaquetário 4 (PF4) e, portanto, não são capazes de induzir ou reagir com os anticorpos anti- heparina / PF4 que causam trombocitopenia induzida por heparina (HIT). →FATOR Xa= atua imediatamente a montante da trombina na cascata de coagulação, no ponto de convergência das vias de coagulação intrínseca e extrínseca. é formado pela clivagem proteolítica do fator X por um dos dois complexos X-ase (dez- ase). A inibição do fator Xa pode impedir a geração amplificada de trombina Inibidores diretos do fator Xa se ligam ao local ativo do fator Xa e inibem a atividade do fator Xa sem a necessidade de cofatores (tanto em sua forma circulante como ligada ao coágulo) os inibidores indiretos do fator Xa, como a heparina e o fondaparinux (o pentassacarídeo de ligação à antitrombina), são capazes apenas de inativar o fator Xa na fase fluida, via antitrombina. Comparado aos antigos causam: menor risoc de sangramento, principalmente no snc→ menor mortalidade| menor riscod e fraturas | menor monitoramento laboratorial (heparina e a varfarina têm uma janela terapêutica relativamente estreita e uma relação dose- resposta mais variável → necessidade de monitoramento frequente dos tempos de coagulação para otimizar o intervalo de doses terapêuticas e evitar sangramento e a dose pode ser afetada por dieta e doenças médicas agudas. Já os DOACs são geralmente usados sem a necessidade de monitorar os níveis de medicamentos ou os tempos de coagulação (coagulação) | a farmacocinética dos novos é preferível ( varfarinaa farmacocinética é afetada pelo nível de ingestão e produção de vitamina K no trato gastrointestinal, bem como pela indução de citocromos hepáticos). -Desvantagem= são mais caros que os AVK DABIGATRAN é um exemplo de inibidor seletivo da trombina. A inibição é feita por meio de ligação reversível com https://www.uptodate.com/contents/fondaparinux-drug-information?search=anticoagulantes&topicRef=1370&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/warfarin-drug-information?search=anticoagulantes&topicRef=1370&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/warfarin-drug-information?search=anticoagulantes&topicRef=1370&source=see_link L o sítio ativo tanto das moléculas livres circulantes de trombina como das ligadas ao trombo. -FC= Não é metabolizado pelo sistema do citocromo P450, mas é substrato do sistema de transporte da glicoproteína P, podendo sua farmacocinética ser afetada pelo uso concomitante de drogas que interagem com essa glicoproteína. A eliminação da droga é feita até 95% por via renal e o restante pela bile. A ação máxima ocorre após duas horas da sua ingestão e sua meia-vida é de 12 horas. -Intoxicação= Uma pequena parte (35%) do dabigatran se liga a proteínas plasmáticas, o que permite a sua retirada do plasma por hemodiálise no caso de excesso da droga ou sangramento grave, uma vez que não existe antídoto específico capaz de neutralizar sua ação. -Indicações= profilaxia de TEV em artroplastia de joelho e quadril, na dose de 220 mg/ dia ou 150 mg/dia para pacientes que fazem uso de amiodarona ou que apresentam maior risco de sangramento (idade superior a 75 anos ou clearance de creatinina menor que 50 mL/min). APIXABAN É um inibidor seletivo e reversível do fator Xa. -FC= igual ao anterior, sem antídoto. atinge a máxima concentração plasmática em até duas horas, com uma meia-vida de 8 a 15 horas. Sua eliminação é 30% renal e 70% fecal e é mais seletivo para o fator Xa ligado ao trombo. RIVAROXABAN -É um inibidor seletivo do FXa -FC= apresenta concentração plasmática máxima em até três horas, meia-vida de três a nove horas e eliminação 70% renal (metade na forma ativa e metade na forma inativa) e 30% fecal AGREGANTES PLAQUETÁRIOS ASPIRINA →reações adversas= sangramento, alergia, arritmia cardíaca, edema, hipotensão, taquicardia, agitação, edema cerebral, coma, confusão, tontura, fadiga, dor de cabeça, hipertermia, insônia, letargia, nervosismo, síndrome de Reye, acidose, desidratação, hiperglicemia, hipercalemia, hipernatremia, úlcera gastrointestinal (6% a 31%), úlcera duodenal, dispepsia, sofrimento epigástrico, gastrite, erosão gastrointestinal, azia, náusea, dor de estômago, vômitos, Hemorragia pós-parto, gestação prolongada, trabalho de parto prolongado, proteinúria, bebê natimorto, Anemia, distúrbio de coagulação sanguínea, coagulação intravascular disseminada, anemia hemolítica, hemorragia, anemia por deficiência de ferro, tempo prolongado de protrombina, trombocitopenia. Mecanismo de ação Inibe irreversivelmente as enzimas ciclooxigenase-1 e 2 (COX-1 e 2), via acetilação, o que resulta na diminuição da formação de precursores de prostaglandinas; inibe irreversivelmente a formação do derivado de prostaglandina, tromboxano A 2 por meio de acetilação da ciclooxigenase de plaquetas, inibindo assim a agregação de plaquetas; tem propriedades antipiréticas, analgésicas e anti-inflamatórias ANTAGONISTA DO RECEPTOR PY12 Clopidogrel, plasugrel, tiagrelor Mecanismo= bloqueia irreversivelmente o componente P2Y 12 dos receptores ADP na superfície das plaquetas, o que impede a ativação do complexo receptor GPIIb / IIIa, reduzindo assim a agregação plaquetária. As plaquetas bloqueadas pelo clopidogrel são afetadas pelo restante de sua vida útil (~ 7 a 10 dias). Reações adversas= sangramento. Geralmente são usadosjunto com a aspirina
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