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Karen Pereira - @vestibulandadasaude Talassemia Alfa Karen Pereira Karen Pereira - @vestibulandadasaude Índice 1) Introdução……………………………………………………………….. 2 2) Diagnóstico……………………………………………………………….2 3) Tratamento………………………………………………………………..3 4) Curiosidades……………………………………………………….……..4 5) Bibliografia………………………………………………………………..5 1 Karen Pereira - @vestibulandadasaude 1) Introdução As talassemias compõem um grupo de doenças hematológicas hereditárias, envolvendo a produção de hemoglobina. Tal grupo de doenças se caracteriza por uma deficiência total ou parcial na produção de globinas, que são subunidades que compõem as hemoglobinas, essa complicação desencadeia um desequilíbrio entre as cadeias de globina alfa e beta, sendo que a diminuição ou ausência de uma cadeia causa aumento e precipitação de outra cadeia de globina no eritrócito, levando a um rompimento das hemáceas e resultando em anemia hemolítica de graus variados. Na talassemia alfa as cadeias de globina alfa são pouco ou não são sintetizadas, ocasionando aumento das cadeias beta. As cadeias beta que estão em excesso vão aos poucos acumulando nas hemáceas e se transformando em Hemoglobina H, que é a causadora de hemólise e anemia. A talassemia alfa pode ser classificada em quatro níveis: portador silencioso, traço alfa-talassêmico, doença de Hb H e hidropsia fetal. Cada indivíduo normal carrega quatro genes que sintetizam a globina alfa, no portador silencioso ocorre perda ou mutação de um dos genes, no entanto a complicação é assintomática. Ja no indivíduo com traço alfa-talassêmico dois genes são afetados, levando a uma anemia discreta e alguns casos podem se apresentar assintomáticos. Na doença de hemoglobina H três genes são afetados, a produção de Hb H define o quadro clínico, o paciente apresenta anemia hemolítica, hipocromia, microcitose, poiquilocitose, Hms em alvo e um aumento do baço por conta do excesso de trabalho contra os precipitados de cadeias beta. A hidropsia fetal é a mais grave de todas as talassemias, pois é letal ao indivíduo que falece ainda na barriga da mãe ou após o nascimento. Os quatro genes que sintetizam a globina alfa são afetados e o indivíduo produz cadeias gama, que em excesso se transformam em hemoglobinas Bart's, que não conseguem cumprir a função normal de cadeias e fornecem pouco oxigênio aos tecidos, o indivíduo apresenta anemia grave, anisocitose e poiquilocitose. 2) Diagnóstico O diagnóstico da alfa-talassemia consiste na contagem de células vermelhas, eletroforese de Hemoglobina (% de hemoglobinas A2 e Fetal) e os índices hematológicos VCM, HCM e CHCM. No neonato, a Hb Bart's pode ser detectada na eletroforese de hemoglobina, em acetato de celulose, em pH alcalino (8,6 - 8,9) e sua confirmação deve ser feita em tampão fosfato, pH 6,5-7,0. No entanto, concentrações muito reduzidas dessa hemoglobina, geralmente inferiores a 1%, dificultam sua detecção. Estima-se que 2 Karen Pereira - @vestibulandadasaude cerca de 50% dos heterozigotos das talassemia a+ não são detectados por esse método. No adulto, a Hb H deve ser investigada no sangue periférico, através da pesquisa de corpúsculos de inclusão, após coloração do sangue com azul brilhante de cresil, para visualização dos corpos intra-eritrocitários formados pela precipitação dos tetrâmeros de cadeias beta, e pela pesquisa de corpos de Heinz, através da coloração do sangue com violeta de metila para visualização de corpos birrefringentes, constituídos de Hb instável, no interior das hemácias. A análise cuidadosa do traçado eletroforético em pH alcalino permite a visualização de bandas de Hb H, sugerindo talassemia a. Entretanto, o hemolisado deve, preferencialmente, ser preparado em tampão fisiológico sem a presença de solventes orgânicos. Além disso, é importante que o profissional de laboratório seja informado pelo médico requisitante sobre a intenção de investigação de talassemia alfa. A Hb H é instável e se desnatura com facilidade, o que dificulta a sua visualização. A confirmação dessa suspeita deve ser realizada de forma cuidadosa e com a utilização de diferentes metodologias. A pesquisa da Hb H no sangue periférico é um teste relativamente simples, de baixo custo e de fácil reprodutibilidade. Presença de Hb H confirma o diagnóstico de talassemia alfa e a sua realização está indicada nos indivíduos que apresentam microcitose e hipocromia, independentemente da presença ou ausência de anemia, e concentração normal de Hb A2, após a exclusão de deficiência de ferro. O diagnóstico molecular de talassemia alfa está indicado para o período pré-natal, em estudos populacionais e para o diagnóstico ou confirmação diagnóstica dos casos de talassemia a+ homozigota e a0 heterozigota. O estudo molecular de talassemia alfa tem sido realizado por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) seguido da amplificação das regiões onde as deleções ocorrem mais freqüentemente. Porém, utilizam-se técnicas elaboradas, de custo mais elevado e mais difíceis de serem implantadas na rotina da maioria dos laboratórios clínicos. 3) Tratamento Doentes com alfa-talassemia silenciosa (um gene está faltando ou danificado) ou com talassemia minor (dois genes estão em falta ou danificados), não requerem tratamento. O tratamento específico, porém, é necessário para outras formas da doença e pode incluir transfusões ocasionais de glóbulos vermelhos, quelação de ferro, e outras medidas de suporte. As crianças com alfa talassemia maior devem receber o menor número possível de transfusões para evitar a sobrecarga de ferro. No entanto, a supressão da hematopoiese anormal, por transfusão periódica de eritrócitos, pode ser valiosa em pacientes gravemente afetados. Para evitar ou retardar a hemocromatose, o excesso (transfusional) de ferro deve ser removido (p. ex., via terapia de quelação 3 Karen Pereira - @vestibulandadasaude crônica de ferro). A esplenectomia pode ajudar a diminuir a necessidade de transfusões em pacientes com esplenomegalia. 4) Curiosidades 1. Entre todos os defeitos genéticos das hemoglobinas, a talassemia alfa é a mais prevalente em quase todos os continentes. 2. A talassemia alfa é encontrada nas regiões de alta incidência de malária do mundo (região do Mediterrâneo, sudeste asiático, subcontinente indiano, Oriente Médio, África subsaariana) e deve haver suspeita de sua ocorrência em pacientes com esse histórico étnico e com microcitose e/ou anemia. 3. Estima-se que, na população brasileira, a prevalência do portador silencioso seja de 10% a 20% e 1% a 3% do traço alfa talassêmico. Entretanto, se considerarmos os indivíduos afro-descendentes, essa freqüência pode alcançar 20% a 25%. 4. Estudo realizado em Salvador, Bahia, através da análise do sangue do cordão umbilical de 590 recém-nascidos, observou a presença de talassemia alfa em 114 recém-nascidos, dos quais 101 (19,7%) eram heterozigotos e 13 (2,5%) homozigotos. 5. A talassemia alfa atinge, segundo Mendes-Siqueira,pelo menos, 10% da população do sudoeste do estado de São Paulo. Em outras regiões do País, este número alcança os 20%. A alta freqüência e diversidade de portadores na população brasileira é devida às diferenças na composição étnica das diferentes regiões e à grande miscigenação ocorrida ao longo da história do Brasil. 4 Karen Pereira - @vestibulandadasaude 5) Bibliografia https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-ca usadas-por-hem%C3%B3lise/talassemias DOTTO, fátima rosane colpo.Talassemia alfa e beta: revisão.Santa Maria/RS:2005 5 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/talassemias https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-hem%C3%B3lise/talassemias
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