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Notificação Compulsória de Doenças. (Portaria nº 204/GM/MS, de 17 de fevereiro de 2016) DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS [Art. 1º] Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo. [Art. 2º] Para fins de notificação compulsória de importância nacional, serão considerados os seguintes conceitos: I agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada; II autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS); III doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos; IV epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde pública; V evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínicoepidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes; VI notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal; VII notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível; VIII notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; IX notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória; e X vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA [Art. 3º] A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. § 1º A notificação compulsória será realizada diante da sus- peita ou confirmação de doença ou agravo, de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS. § 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa. § 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento. [Art. 4º] A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível. [Parágrafo Único] A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informa-la, em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma das doenças ou agravos constantes no anexo. [Art. 5º] A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória. [Parágrafo Único] No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. [Art. 6º] A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS [Art. 7º] As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação compulsória que estejam sob sua responsabilidade. [Art. 8º] As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. [Art. 9º] A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e-mail institucional ou formulário para notificação compulsória. [Art. 10] Cláusula Transitória Exaurida. Não Consolidável. [Art. 11] A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saúde. [Art. 12] A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saúde. [Art. 13] Cláusula de Vigência - Não consolidável [Art. 14] Cláusula de Revogação - Não Consolidável VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGIA INFLUENZA Infecção aguda do sistema respiratório, ocasionada pelo vírus influenza, com elevado potencial de transmissão. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta a vacina que protege contra os tipos A e B do vírus. Obs.:Existem três tipos de vírus influenza/gripe que circulam no Brasil: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública, não estando relacionado com epidemias. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias. Sintomas: Febre (em geral acima de 38°C); dor muscular e de garganta, prostração, cefaleia e tosse seca. Com a sua progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantêm-se em geral por 3 a 4 dias, após o desaparecimento da febre. Em crianças a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum os quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais. A gripe propaga-se facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização. Idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou imunodeficiência são mais vulneráveis aos vírus. Um indivíduo pode contrair a gripe várias vezes ao longo da vida. DIFERENCIANDO OS TIPOS DE INFLUENZA: Tipo A - Encontrados em seres humanos,suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. Os vírus do tipo A são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de 2 proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N). Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente os subtipos A(H1N1) e A(H3N2) circulam de maneirasazonal e infectam humanos. Outros vírus influenza A que também podem infectar humanos são os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e etc. O vírus influenza A (H7N9) é um subtipo de vírus influenza A de origem aviária. Obs.: NÃO HÁ CIRCULAÇÃO DO VÍRUS H2N3 NO BRASIL! Tipo B - infectam exclusivamente os seres humanos. Os vírus circulantes B podem ser divididos em 2 grupos principais (as linhagens), denominados linhagens B/ Yamagata e B/ Victoria. Os vírus da gripe B não são classificados em subtipos. Tipo C - infectam humanos e suínos. É detectado com muito menos frequência e geralmente causa infecções leves, portanto apresenta implicações menos significativas de saúde pública. Prevenção: Frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal; evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de influenza; evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados); adotar alimentação balanceada e ingestão de líquidos; orientar o afastamento temporário (trabalho, escola etc.) até 24 horas após cessar a febre Transmissão Influenza sazonal - transmissão direta (pessoa a pessoa), por meio de pequenas gotículas de aerossol, ao falar, espirrar e tossir. Influenza pandêmica - fezes, sangue e secreções respiratórias das aves infectadas. A contaminação humana, ainda que rara, pode ocorrer por meio da inalação dessas secreções (inclusive durante a limpeza e a manutenção nos aviários ou criadouros, sem os cuidados necessários de proteção) ou durante o abate ou manuseio de aves infectadas Tratamento - Posologia e Administração RUBÉOLA (Sarampo Alemão) Doença aguda, de alta contagiosidade, transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus da família Togaviridae. Sintomas - febre baixa, linfoadenopatia retro auricular, occipital e cervical, acompanhado de exantema máculo-papular.O período médio de incubação é de 17 dias, varia de 14 a 21 dias. Transmissão - é diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas expelida pelo doente ao tossir, respirar, falar ou respirar. Já o período de transmissibilidade é de 5 a 7 dias antes e depois do início do exantema, que é uma erupção cutânea. A maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e depois do início do exantema. Diagnóstico - exames laboratoriais, disponíveis na rede pública em todos os estados, para confirmação ou descarte de casos. Prevenção - vacinação, Tríplice Viral (Sarampo, Rubéola e Caxumba) . Obs.:A vacina tríplice viral foi implantada gradativamente entre os anos de 1992 até o ano 2000. A faixa etária estabelecida foi de 1 a 11 anos de idade, que se mantém até a presente data. Entre 1998 a 2002, foram realizadas campanhas de vacinação para as mulheres em idade fértil na faixa etária de 12 a 49 anos de idade, com objetivo de eliminar a SRC (Sarampo, Rubéola e Caxumba) no Brasil. A segunda dose da vacina foi implantada em 2004 para a faixa etária de 4 a 6 anos de idade. Para os homens e mulheres a vacina também está disponível para a faixa etária de 12 a 49 anos para as mulheres e de 12 a 39 anos para os homens. Tratamento - Não há tratamento específico para a Rubéola. Os sinais e sintomas apresentados devem ser tratados de acordo com a sintomatologia e terapêutica adequada. SARAMPO Doença infecciosa aguda, de natureza viral. A viremia, causada pela infecção, provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de eletrólitos e proteínas, gerando o quadro espoliante característico da infecção. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade do Sarampo. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de 5 anos de idade. O comportamento endêmico do sarampo varia, de um local para outro. O agente envolvido na causa da doença é o Vírus do Sarampo, que pertence ao gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae. Sintomas - As manifestações clínicas do sarampo são divididas em três períodos: > Período de infecção: dura cerca de 7 dias. Surge a febre, tosse seca, coriza, conjuntivite, fotofobia e prostração. Do 2° ao 4° dia desse período, surgem as manchas de Kuplik (pequenos pontos brancos que aparecem na mucosa bucal, antecedendo ao exantema). . > Remissão: diminuição dos sintomas e declínio da febre. A erupção na pele torna-se escurecida e, em alguns casos, surge furfurácea (descamação fina, lembrando farinha). > Período toxêmico: compromete a resistência do hospedeiro, facilitando a ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana. São frequentes as complicações, principalmente nas crianças até os 2 anos de idade, em especial as desnutridas e adultos jovens. Obs.: A ocorrência de febre, por mais de 3 dias, após o aparecimento das erupções na pele, é um sinal de alerta, podendo indicar o aparecimento de complicações, como: infecções respiratórias; otites; doenças diarreicas e neurológicas. É durante o período exantemático (infeccção) que, geralmente, se instalam as complicações sistêmicas, embora a encefalite possa aparecer após o 20º dia. Diagnóstico - é realizado mediante detecção de anticorpos IgM no sangue, na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até 4 semanas após o aparecimento do exantema. (As técnicas são Ensaio imunoenzimático (ELSIA) e Imunofluorescência para dosagem de IgM e IgG; Inibição de hemoaglutinação (HI) para dosagem de anticorpos totais). É imprescindível assegurar a coleta de amostras de sangue de casos suspeitos logo no 1º atendimento. Obs.: Amostras coletadas entre o 1º e o 2º dia do aparecimento do exantema são consideradas amostras oportunas (S1). As coletadas após o 28º dia são consideradas tardias, mas mesmo assim, devem ser enviadas ao laboratório. Os testes de IgM com resultado reagente ou inconclusivo, independentemente da suspeita, deve ser notificado imediatamente para a continuidade da investigação e coleta da segunda amostra de sangue (S2), que é obrigatória para a classificação final dos casos. Ela deverá ser realizada entre 20 e 25 dias após a data da primeira coleta. O vírus do sarampo pode ser identificado na urina, nas secreções nasofaringes, no sangue, no líquor ou em tecidos do corpo pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) até o 5º dia a partir do início do exantema – preferencialmente, nos 3 primeiros dias. Transmissão - ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O período de maior transmissibilidade ocorre 2 dias antes e 2 dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível. O sarampo afeta ambos os sexos. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas condições socioeconômicas, nutricionais, imunitárias e àquelas que favorecem a aglomeração em lugares públicos e em pequenas residências. Tratamento - É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. Para os casos sem complicação manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a hipertermia. O tratamento profilático com antibiótico é contraindicado. Prevenção - Vacinação. O esquema vacinal vigente é de duas doses de vacina (uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e uma dose da vacina tetra viral aos 15 meses de idade). Até 29 anos o indivíduo deverá ter duas doses. Uma dose da vacina tríplice viral também está indicada para pessoas de 30 a 49 anos de idade. Obs.: Quem já tomou duas doses durante a vida, da tríplice ou da tetra, não precisa mais receber a vacina. Profissionaisde saúde - sarampo : Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. Além disso, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia e Rio de Janeiro. Mesmo com a ocorrência de surtos, até o momento nenhum surto estadual ultrapassou o período de 12 meses, contundo o genótipo identificado é o D8 o mesmo que está circulando em outros países, inclusive na Venezuela e na região europeia. Fluxo de ações para caso suspeito de sarampo SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA Doença congênita, que significa uma particularidade de algo que está presente desde o nascimento. Sintomas - A infecção da mãe pode resultar em aborto, morte fetal ou anomalias congênitas como diabetes, catarata, glaucoma e surdez. A surdez é o sintoma mais precoce da SRC. Diagnóstico - O feto infectado é capaz de produzir anticorpos específicos para Rubéola, antes mesmo do nascimento. Por isso, os exames laboratoriais são imprescindíveis para o estabelecimento do diagnóstico diferencial definitivo. Para a investigação de casos suspeitos de SRC, deve ser colhida uma amostra de sangue, logo após o nascimento, quando há suspeita ou confirmação de infecção materna durante a gestação; ou logo após a suspeita diagnóstica, nos menores de 1 ano. Transmissão - Acontece da mãe infectada para o feto, por meio da placenta. A infecção natural pelo vírus da Rubéola ou pela imunização confere, em geral, imunidade permanente. No entanto, o nível de imunidade coletiva atingido não é suficientemente alto para interromper a transmissão do vírus. O período de transmissibilidade: O vírus pode ser encontrado em 80% das crianças no primeiro mês de vida, 62% do primeiro ao quarto mês, 33% do quinto ao oitavo mês, 11% entre nove e doze meses, e apenas 3% no segundo ano de vida. Prevenção - Vacinação (Tríplice Viral). Caso a mulher chegue à idade fértil sem ter sido previamente vacinada, deverá receber uma dose da vacina tríplice viral. As mulheres grávidas devem esperar para serem vacinadas após o parto. Tratamento - é voltado para as más formações congênitas, de acordo com as deficiências apresentadas. A detecção precoce da doença facilita os tratamentos clínico, cirúrgico e de reabilitação. Não há um medicamento efetivo. COQUELUCHE Doença infecciosa aguda, transmissível e de distribuição universal. É provocada pelo bacilo Bordetella pertussis e compromete especificamente o aparelho respiratório da pessoa (traqueia e brônquios). O homem é o único reservatório natural, podem ocorrer casos sem sintomas e/ou com pouca importância na disseminação da infecção. A coqueluche é uma doença endêmica, com epidemias surgindo ciclicamente a intervalos de três a cinco anos. A suscetibilidade à doença é geral. Obs.: Em crianças menores de seis meses é mais comum apresentar complicações e inclusive levar à morte.Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de vacinação. Nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas tomam as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique suscetível novamente à doença porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo. Sintomas: No primeiro nível, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado (mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca, febre baixa). Esses sintomas iniciais podem durar até semanas, época em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença. No estágio intermediário da coqueluche, a tosse seca piora e outros sinais aparecem (tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada e pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração, ao puxar o ar, pode haver o sinal de um grito agudo. A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo.) A gravidade da doença também está diretamente relacionada à falta de imunidade e à idade, adultos e adolescentes possuem sintomas mais brandos às crianças. Geralmente, os sinais e sintomas duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Diagnóstico - A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir os seguintes exames: Coleta de material de nasofaringe para cultura; PCR em tempo real; podem ser realizados hemograma e raio-x de tórax como exames complementares. Transmissão - Ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa suscetível, por meio de gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível. O período de incubação do bacilo, ou seja é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias. A maior transmissibilidade da doença ocorre na fase catarral. Tratamento - é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam hospitalizadas (internadas), tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte. Complicações - A maioria das pessoas conseguem se recuperar da coqueluche sem sequelas e maiores complicações. No entanto, nas formas mais graves podem ocorrer alguns quadros mais severos, como Hérnias Abdominais. Em crianças, especialmente as menores de seis meses, as complicações são mais graves e podem incluir, por exemplo: Infecções de ouvido, pneumonia, parada respiratória, desidratação, convulsão, lesão cerebral e morte. Prevenção - Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra a coqueluche. O SUS também oferta vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e crianças menores de um ano de idade. O indivíduo torna-se imune em duas situações: ao adquirir a doença (a imunidade duradoura, mas não é permanente); pela vacina (mínimo de 3 doses com a pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) um reforço aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a tríplice bacteriana (DTP)). Gestantes devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa) a partir da 20ª semana a cada gestação. A imunidade não é permanente, após 5 a 10 anos, em média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou inexistente. DIFTERIA (Crupe) Doença transmissível aguda, toxiinfecciosa e imunoprevenível, causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que se aloja principalmente nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas do corpo, além da pele. Sintomas - Membrana grossa e acinzentada, cobrindo as amígdalas e podendo cobrir outras estruturas da gargante, dor de garganta discreta, glânglios inchados (linfonodos aumentados) no pescoço, dificuldade em respirar ou respiração rápida em casos graves, palidez, febre baixa, mal-estar geral. O período de incubação da difteria é, em geral, de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. Já o período de transmissibilidade da doença dura, em média, até 2 semanas após o início dos sintomas. Obs.: Algumas pessoas podem ser infectadas pela difteria e apresentar sintomas leves ou até mesmo não ter nenhum tipo de sinal da doença. Transmissão - Por meio de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar através contato direto da pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível. Em casos raros, pode ocorrera contaminação por objetos capazes de absorver e transportar micro-organismos, como a bactéria causadora da difteria. A difteria ocorre durante todos os períodos do ano com incidência nos meses frios e secos (outono e inverno), e pode afetar todas as pessoas não imunizadas, de qualquer idade, raça ou sexo. Também atinge, com maior frequência, áreas com condições socioeconômicas precárias. Pessoas que viajam para uma região onde a difteria é endêmica também fazem parte do grupo com fator de risco. Diagnóstico - Clínico, após análise detalhada dos sintomas e características típicas da doença por um profissional de saúde. Para confirmação, o médico deverá solicitar coleta de secreção de nasofrainge para cultura. Em casos de suspeita de difteria cutânea, devem ser coletadas amostras das lesões da pele. Tratamento - soro antidiftérico (SAD), ministrado em unidade hospitalar. A finalidade do tratamento é inativar a toxina circulante o mais rapidamente possível e permitir a circulação de excesso de anticorpos, em quantidade suficiente para neutralizar a toxina produzida pelas bactérias. O uso do antibiótico é considerado como medida auxiliar da terapia específica. Pode-se utilizar eritromicina ou penicilina G cristalina ou penicilina G procaína, com a mesma eficácia. Complicações - insuficiência respiratória;problemas cardíacos; problemas neurológicos;insuficiência dos rins. Prevenção - Vacinação. Obs.:Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), o número de casos de difteria se tornou muito raro no Brasil. A vacina é a melhor, mais eficaz e principal forma de prevenir a difteria Desde 2016, a Venezuela, país vizinho do Brasil tem apresentado aumento do número de casos de difteria e portanto todos que irão viajar para este país devem estar com a caderneta atualizada. CAXUMBA (Papeira) Infecção viral aguda e contagiosa, causada por vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus. Tem distribuição universal, alta morbidade e baixa letalidade, aparecendo sob a forma endêmica ou surtos. Pode atingir qualquer tecido glandular e nervoso do corpo humano, mas é mais comum afetar as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É mais comum em crianças no período escolar e em adolescentes, mas também pode afetar adultos em qualquer idade. Sintomas - Inchaço e dor nas glândulas salivares, podendo ser em ambos os lados ou em apenas um deles (30% dos casos podem não apresentar este sintoma), febre, cefaleia, fadiga e fraqueza, perda de apetite, dor ao mastigar e engolir. Obs.: A caxumba já foi mais comum no Brasil, mas após a vacina de prevenção ter sido inventada e incorporada ao calendário dos postos de saúde, o número de casos reduziu drasticamente. Transmissão - Via aérea, por meio da disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Já a transmissão indireta é menos frequente, mas pode ocorrer pelo contato com objetos e/ou utensílios contaminados com secreção do nariz e/ou boca. O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. Já o período de transmissibilidade da doença varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos sintomas. O vírus da caxumba pode ser encontrado na urina até 14 dias após o início da doença. Diagnóstico - Basicamente clínico, com avaliação médica nas glândulas. A confirmação laboratorial da caxumba vem no resultado desse exame de sangue, que apresenta anticorpos contra o paramixovírus, responsável por causar a doença. Dessa forma, é possível excluir com certeza a hipótese de outras enfermidades ou doenças que tenham sintomas parecidos. Tratamento - Por ser uma infecção viral, a caxumba é tratada naturalmente pelo organismo. A adequação da hidratação e alimentação (infectados produzem intolerância a alimentos ácidos, que podem ocasionar dor, náuseas e até vômitos). Além disso, a boa higiene bucal é fundamental.A indicação é apenas de repouso, medicamentos para dor e temperatura e observação cuidadosa para a possibilidade de aparecimento de complicações. Nos casos que cursam com meningite asséptica, o tratamento também é sintomático. Nas encefalites, a orientação é tratar o edema cerebral e manter as funções vitais. Prevenção - A vacinação é a única maneira de prevenir a caxumba. O SUS oferta gratuitamente as vacinas Tríplice Viral e Treta Viral (que adiciona a proteção contra varicela/catapora). Adultos que não foram infectados pelo vírus da caxumba na infância ou na adolescência têm indicação de ser imunizados, com exceção de gestantes e imunodeprimidos graves. Complicações - em homens adultos é comum a orquite (inflamação nos testículos) e, nas mulheres, a mastite (infecção do tecido mamário). Em 1/3 dos casos, a infecção é assintomática e adquire maior gravidade após adolescência, sendo a meningite e a epidídimoorquite duas importantes manifestações e complicações da doença, mas que geralmente não deixam sequelas. Em menores de 5 anos de idade, são comuns sintomas das vias respiratórias e perda neurosensorial da audição. Outras complicações são encefalite e pancreatite. Não há relato de óbitos relacionados à parotidite. A ocorrência da caxumba durante o primeiro trimestre da gestação pode ocasionar aborto espontâneo. POLIOMIELITE (Paralisia infantil) (Pólio) Doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode causar paralisia em crianças e adultos e até mesmo a morte. A maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida. Como resultado da intensificação da vacinação, no Brasil não há circulação de poliovírus selvagem (da poliomielite) desde 1990. Causas - falta de saneamento, más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, causador da poliomielite. Sintomas - febre; mal-estar; dor de cabeça; dor de garganta e no corpo; vômitos; diarreia; constipação; espasmos; rigidez na nuca; meningite. Na forma paralítica ocorre: Instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre; Assimetria acometendo, sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores; Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada; Sensibilidade conservada; Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença. Diagnóstico - Deve ser suspeitado sempre que houver paralisia flácida de surgimento agudo com diminuição ou abolição de reflexos tendinosos em menores de 15 anos. Os exames de liquor (cultura) e a eletromiografia são recursos diagnósticos importantes. O diagnóstico será dado pela detecção de poliovírus nas fezes. Tratamento - Não existe tratamento específico. Todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas de acordo com o quadro clínico do paciente. Prevenção - Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente– VOP (gotinha). A poliomielite também pode ocorrer em adultos que não foram imunizados. É fundamental ficar atento às medidas preventivas (lavar sempre bem as mãos, ter cuidado com o preparo dos alimentos e beber água tratada). Sequelas - Problemas e dores nas articulações; Pé torto (pé equino,o calcanhar não encosta no chão); Crescimento diferente das pernas, causando escoliose; Osteoporose; Paralisia de uma das pernas; Paralisia dos músculos da fala e da deglutição; Dificuldade de falar; Atrofia muscular; Hipersensibilidade ao toque. São tratadas por meio de fisioterapia e da realização de exercícios que ajudam a desenvolver aforça dos músculos afetados, também pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações. Profissionais e gestores de saúde - poliomielite : O monitoramento da ausência de circulação de poliovírus selvagem no país é feito a partir da vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA). Todo caso de PFA em menores de quinze anos, independente da hipótese diagnóstica, deve ser notificado, investigado imediatamente. A notificação é feita pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A vigilância da poliomielite é avaliada com base nos indicadores de desempenho operacional das paralisias flácidas agudas em menores de 15 anos de idade. 1) Taxa de notificação; 2) Investigação epidemiológica em até 48 horas; 3) Coleta de uma amostra oportuna de fezes e; 4) Proporção de notificação semanal negativa/positiva. TÉTANO ACIDENTAL Doença infecciosa aguda não contagiosa causada pela toxna do bacilo tetânico(desenvolve-se anaerobicamente) Clostridium tetani. O reservatório do bacilo é o trato intestinal do homem e de animais (domésticos, especialmente o cavalo); solo; pele; objetos perfuro cortantes contaminados; água putrefata; galhos e arbustos; fezes; poeira das ruas. Sintomas - contraturas musculares dolorosas (na face, pescoço, colo, podendo se estender por todo o corpo), dores nas costas e membros, rigidez abdominal, trismo e riso sardônico (dificuldade de abrir a boca) e de deambular. O período de incubação ocorre entre o ferimento (provável porta de entrada do bacilo) e o primeiro sinal ou sintoma. É curto: em média de 5 a 15 dias podendo variar de 3 a 21 dias. Diagnóstico - Clínico, não dependendo de confirmação laboratorial. Tratamento - Sempre que houver lesão da pele/mucosa, a pessoa deve lavar o local com água e sabão e procurar o serviço de saúde mais próximo para avaliar a necessidade de utilização de vacina ou soro. O doente deve ser internado em unidade assistencial apropriada, preferencialmente em unidade de terapia intensiva (UTI). Na indisponibilidade de leitos de UTI ou unidades semi-intensivas, a internação deve ocorrer em unidade assistencial, em quarto individual com o mínimo de ruído, de luminosidade e com temperatura estável e agradável. Casos graves têm indicação de terapia intensiva. Os princípios básicos do tratamento do tétano são:sedação do paciente; neutralização da toxina tetânica; eliminação do C. tetani do foco da infecção; debridamento do foco infeccioso; medidas gerais de suporte. Transmissão - Não se transmite de pessoa a pessoa. A transmissão ocorre através de ferimento da pele ou mucosa, com os esporos do bacilo. Prevenção - vacina antitetânica. TÉTANO NEONATAL Doença infecciosa aguda, grave, não contagiosa, que acomete o recém-nascido (RN), nos primeiros 28 dias de vida. A doença é causada pela contaminação do coto umbilical com esporos da Clostridium tetani, devido a infecção do umbigo não cicatrizado. O Tétano Neonatal é universal, afetando recém-nascidos de ambos os sexos. A doença não confere imunidade, sendo esta conferida pela vacinação adequada da mãe. Obs.: Os filhos de mães vacinadas nos últimos cinco anos com três doses da vacina apresentam imunidade passiva e transitória até dois meses de vida. A imunidade passiva, por meio do soro antitetânico (SAT), dura em média duas semanas e pela imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT) cerca de três semanas. Sintomas - choro excessivo; dificuldade para mamar e abrir a boca; irritabilidade; quando há presença de febre, ela é baixa; contraturas musculares ao manuseio ou espontâneas. Fatores de risco - Baixas coberturas da vacina antitetânica em mulheres em idade fértil; partos domiciliares assistidos por parteiras tradicionais ou outros sem capacitação e sem instrumentos de trabalho adequados; oferta inadequada de pré-natal em áreas de difícil acesso; baixa qualificação do pré-natal.; alta hospitalar precoce e deficiente acompanhamento do recém-nascido e da puérpera; hábito cultural inadequado, associado ao deficiente cuidado de higiene com o coto umbilical e higiene com o recém-nascido; baixo nível de escolaridade das mães; baixo nível socioeconômico; baixa qualidade da educação em saúde. Diagnóstico - clínico. Tratamento - deve ser sempre em ambiente hospitalar, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou em enfermaria apropriada. Com base na literatura, recomendam-se os princípios básicos do tratamento do tétano neonatal ressaltando que a adoção destas medidas terapêuticas é da responsabilidade médica, tendo o intuito de curar o paciente, diminuir a morbidade e a letalidade causada pela doença. Dessa forma, o tratamento consiste em: Sedação do paciente antes de qualquer procedimento; entubar para facilitar a aspiração de secreções, hidratação, redução de qualquer tipo de estímulo externo, alimentação por sonda e analgésicos; utilização de IGHAT (Imunoglobulina Humana Hiperimune Antitetânica) ou SAT (Soro Antitetânico); antibioticoterapia ( penicilina G cristalina ou metronidazol). Prevenção - A vacina antitetânica (esquema completo e atualizado), realização do pré-natal, parto limpo (asséptico), cuidados higiênicos e adequados com o coto umbilical. O atendimento higiênico ao parto é medida fundamental na profilaxia do tétano neonatal. O material utilizado, incluindo instrumentos cortantes, fios e outros, deve ser estéril para o cuidado do cordão umbilical e do coto. As mães e os responsáveis devem ser orientados em todas as oportunidades sobre os cuidados com os recém-nascidos e o tratamento higiênico do coto umbilical com álcool a 70% (exceto ao RN prematuro, cujo coto umblical deve ser higienizado com S.F. 0,9%). A consulta do puerpério é de extrema importância para orientações e detecções de práticas que predispõem à doença, bem como para a atualização do calendário vacinal tanto da mãe como da criança. VARICELA A varicela (catapora) é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, mas geralmente benigna, causada pelo vírus Varicela-Zoster, que se manifesta com maior frequência em crianças e menores de 15 anos com incidência no fim do inverno e início da primavera. Sintomas: Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contágio da doença. Período prodrômico – inicia-se com febre baixa, cefaleia, anorexia e vômito, podendo durar de horas até 3 dias. Na infância, esses pródromos não costumam ocorrer, sendo o exantema o primeiro sinal da doença. Em crianças imunocompetentes, a varicela geralmente é benigna, com início repentino, apresentando febre moderada durante 2 a 3 dias, sintomas generalizados inespecíficos e erupção cutânea pápulo vesicular que se inicia na face, couro cabel.udo ou tronco (distribuição centrípeta). Período exantemático – as lesões comumente aparecem em surtos sucessivos de máculas que evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas. Este processo causa muita coceira, que pode infeccionar as lesões devido a bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar. Tendem a surgir mais nas partes cobertas do corpo, podendo aparecer no couro cabeludo, na parte superior das axilas e nas membranas mucosas da boca e das vias aéreas superiores. . Diagnóstico - testes sorológicos, como: ensaio imunoenzimático (ELISA); aglutinação pelo látex (AL); imunofluorescência indireta (IFI), reação em cadeia da polimerase (PCR). Tratamento - são utilizados analgésicos e antitérmicos para aliviar a dor de cabeça e baixar a febre, e anti-histamínicos (antialérgicos) para aliviar a coceira. Os cuidados de higiene são muito importantes e devem ser feitos apenas com água e sabão. Para diminuir a coceira, o ideal é fazer compressa de água fria. As vesículas não devem ser coçadas e as crostas não devem ser retiradas. Para evitar que isso aconteça, as unhas devem ser bem cortadas. A medicação a ser ministrada deve ser orientada por profissionais de saúde,pois o uso de analgésicos e antitérmicos à base de ácido acetilsalecílico é contraindicado e pode provocar problemas graves. O tratamento específico da varicela é realizado por meio da administração do antiviral aciclovir, que é indicado para pessoas com risco de agravamento. Obs.: O tratamento sintomático pode ser feito em regime ambulatorial, enquanto que pessoas acometidas por varicela grave ou herpes-zóster disseminado devem ser hospitalizadas imediatamente, em regime de isolamento de contato e respiratório. Prevenção - Vacinação; lavar as mãos após tocar nas lesões; isolamento: para evitar o contágio, é necessário restringir a criança ou adulto com catapora de locais públicos até que todas as lesões de pele estejam cicatrizadas, o que acontece, em média, num período de duas semanas. Mãos, vestimentas e roupas de cama, além de outros objetos que possam estar contaminados, devem passar por higienização rigorosa; pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta; desinfecção concorrente dos objetos contaminados com secreções nasofaríngeas; imunoprofilaxia em surtos de ambiente hospitalar. HERPES ZOSTER (Cobreiro) Reativação do vírus da varicela (catapora) Vírus Varicella-zoster(VVZ), que permanece em latência durante toda a vida da pessoa. A reativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, Aids, transplantados e outras. O reservatório é o homem e pode se apresentar como uma doença benigna ou levar a complicações e outras formas clínicas graves, podendo, inclusive, levar à morte. Sintomas - dores nevrálgicas (nos nervos); parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão etc); ardor e coceira locais; febre moderada, de início súbito, que dura de 2 a 3 dias; cefaleia; adinamia; anorexia e erupção cutânea pápulo-vesicular, que se inicia na face, couro cabeludo ou tronco (distribuição centrípeta − cabeça e tronco). A lesão elementar é uma vesícula sobre a vermelhidão da pele. A erupção é unilateral, raramente ultrapassa a linha mediana e segue o trajeto de um nervo. Surge de modo gradual e leva de 2 a 4 dias para se estabelecer. Quando não ocorre infecção secundária, as vesículas se dissecam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em duas a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são: a torácica (53% dos casos); cervical (20%); correspondente ao trajeto do nervo trigêmeo (15%); lombossacra (11%). Em pacientes imunodeprimidos, ou seja, que fizeram transplante e tomam imunossupressores, as lesões surgem em localizações atípicas e, geralmente, disseminadas. Obs.: A partir de 1981, o herpes-zóster passou a ser reconhecido como uma infecção frequente em pacientes portadores do vírus HIV. Posteriormente, observações epidemiológicas demonstraram ser uma manifestação inicial de infecção pelo HIV. A incidência de herpes-zóster é significativamente maior entre indivíduos HIV positivos do que entre os soronegativos Diagnóstico - os diagnósticos laboratoriais não são utilizados para confirmação ou descarte dos casos de Herpes-Zóster, exceto quando é necessário fazer o diagnóstico diferencial em casos graves. Os testes sorológicos mais utilizados são: ensaio imunoenzimático (ELISA); aglutinação pelo látex (AL); imunofluorescência indireta (IFI). A identificação do VVZ pode ser feita pelo teste direto de anticorpo fluorescente ou por cultura em tecido, porém esse método é de alto custo e sua disponibilidade é limitada. Tratamento - Pode-se administrar antitérmico, analgésico não salicilato e, para atenuar o prurido (pus), anti-histamínico sistêmico. Além disso, deve-se fazer a recomendação da higiene da pele com água e sabonete, com o adequado corte das unhas. Havendo infecção secundária, recomenda-se o uso de antibióticos, em especial para combater estreptococos do grupo A e estafilococos. O tratamento específico da varicela é realizado por meio da administração do antiviral aciclovir, que é indicado para pessoas com risco de agravamento. Quando administrado por via endovenosa, nas primeiras 24 horas após o início dos sintomas, tem demonstrado redução de morbimortalidade em pacientes com comprometimento imunológico. O tratamento sintomático pode ser feito em regime ambulatorial, enquanto que pessoas acometidas por varicela grave ou herpes-zóster disseminado devem ser hospitalizadas imediatamente, em regime de isolamento de contato e respiratório. Obs.:O uso de aciclovir oral para o tratamento de pessoas sem condições de risco de agravamento não está indicado até o momento. Não se recomenda o uso deste medicamento em gestantes. Entretanto, em casos em que a gestante desenvolve complicações como pneumonite, deve-se considerar o uso endovenoso. Prevenção - Vacinação; lavar as mãos após tocar nas lesões; isolamento: crianças com varicela só devem retornar à escola após todas as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular; pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta; desinfecção concorrente dos objetos contaminados com secreções nasofaríngeas; imunoprofilaxia em surtos de ambiente hospitalar. Situação epidemiológica da Varicela - a estimativa no Brasil é de cerca de 3 milhões de casos ao ano. No período de 2006 a 2016, o número de internações variou de 4.200 a 12.600 por ano no SUS. As regiões com maior número de internações foram Sudeste e Nordeste. A análise das internações por faixa etária demonstra que estas se concentram em crianças de 1 a 4 anos de idade. Com a introdução da vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) no Calendário Nacional de Vacinação em 2013 para crianças de 15 meses de idade, houve uma redução considerável do número de internações no SUS. Obs.: A vacina varicela está licenciada no Brasil na apresentação monovalente ou combinada com a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). A vacina tetraviral só deverá ser administrada aos 15 meses de idade se a criança tiver recebido uma dose da vacina tríplice viral entre 12 e 14 meses. A vacina varicela monovalente é indicada para surto hospitalar a partir dos nove meses de idade. BOTULISMO Doença neuroparalítica grave, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. É uma doença rara que pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória. As formas do botulismo são: Alimentar, por ferimentos, intestinal. Todas as formas de botulismo podem matar, se não tratadas adequadamente, e são consideradas emergências médicas. Sintomas - Botulismo alimentar - podem ser gastrointestinais e/ou neurológicos, com início rápido e progressivo. As manifestações gastrointestinais mais comuns são: náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, que podem anteceder ou coincidir com os sintomas neurológicos. Os principais sintomas neurológicos são: visão turva, queda da pálpebra, visão dupla, dificuldade de engolir e boca seca. Com a evolução da doença, a fraqueza muscular pode se espalhar, descendo para os músculos do tronco e membros. Botulismo por ferimentos - É semelhante ao do botulismo alimentar, mas com febre decorrente de contaminação do ferimento e sem os sintomas gastrointestinais. Ferimentos ou cicatrizes que nem sempre são encontrados, como em mucosa nasal, seios da face e locais de injeção, devem ser investigados - especialmente em usuários de drogas. Botulismo intestinal - Nas crianças, o aspecto clínico do botulismo intestinal varia de quadros com constipação leve à síndrome de morte súbita. Há casos leves, caracterizados apenas por dificuldade de se alimentar e fraqueza muscular discreta. Em casos mais graves, ossintomas começam por constipação e irritabilidade, seguidos por dificuldade de controle dos movimentos da cabeça, sucção fraca, choro fraco e paralisias bilaterais descendentes, que podem progredir para comprometimento respiratório. Em adultos, suspeita-se de botulismo intestinal quando não há indicativo de contaminação alimentar ou por ferimentos. Principais formas de transmissão do botulismo Botulismo alimentar - Ingestão de toxinas em alimentos contaminados e que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada, como conservas vegetais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados. O período de incubação pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de incubação. Botulismo por ferimentos – Contaminação de ferimentos com C. botulinum. O período de incubação pode variar de 4 a 21 dias, com média de 7 dias. Botulismo intestinal – Os esporos contidos em alimentos contaminados se fixam e multiplicam no intestino, onde ocorre a produção e absorção de toxina. Em adultos, são descritos alguns fatores de risco, como cirurgias intestinais, Doença de Crohn e/ou uso de antibióticos por tempo prolongado, que levaria à alteração da flora intestinal. Não se sabe o período de incubação deste tipo da doença porque é impossível saber o momento da ingestão dos esporos. Botulismo infantil - Botulismo do tipo intestinal mais frequente em crianças com idade entre 3 e 26 semanas, uma das principais causas são a ingestão de mel de abelha nas primeiras semanas de vida. Esta doença pode ser responsável por 5% dos casos de morte súbita em lactentes. Diagnóstico - Exame físico.Na consulta, o médico observa os seguintes sintomas:ausência ou diminuição dos reflexos do tendão profundo, ausência ou diminuição do reflexo faríngeo, pálpebra caída, perda da função/sensibilidade muscular, intestino paralisado, comprometimento da fala, retenção urinária com possível incapacidade de urinar Podem ser realizados, também, exames neurológicos, de imagem e laboratoriais para completar a investigação, exames de sangue para identificar a toxina no organismo e exame de fezes. Obs.: Embora existam três formas de o botulismo ser diagnosticado, em todas elas as manifestações são neurológicas e/ou gastrointestinais. Tratamento - Deve ser realizado em unidade hospitalar que disponha de terapia intensiva (UTI). Se tratado adequadamente, a doença tem cura e não deixa sequelas. Basicamente, o tratamento da doença apóia-se em dois conjuntos de ações: tratamento de suporte e tratamento específico. a) Tratamento de suporte: as medidas gerais de suporte e monitorização cardiorrespiratória são as condutas mais importantes no tratamento do botulismo; b) Tratamento específico: visa eliminar a toxina circulante e a sua fonte de produção, o C. botulinum, pelo uso do soro antibotulínico (SAB) e de antibióticos. Obs.: Antes de iniciar o tratamento específico, todas as amostras clínicas para exames diagnósticos devem ser coletadas. Prevenção - Está nos cuidados com o consumo, distribuição e comercialização de alimentos, higiene na hora de limpar os alimentos e as mãos. As principais formas de prevenir o botulismo são: Evitar a ingestão de alimentos em conserva que estiverem em latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou com alterações no cheiro e no aspecto; produtos industrializados e conservas caseiras que não ofereçam segurança devem ser fervidos ou cozidos por pelo menos 15 minutos antes de serem consumidos; não conserve alimentos a uma temperatura acima de 15ºC; o preparo de conservas caseiras deve obedecer rigorosamente aos cuidados de higiene; lave sempre as mãos; conserve bem o mel nunca dê mel para uma criança com menos de um ano de idade. Complicações - Insuficiência respiratória, que, no geral, é a forma mais comum de morte causada por botulismo; dificuldade para falar; dificuldade para engolir; fraqueza de longa duração; fadiga; pneumonia por aspiração e infecção; problemas no sistema nervoso em geral. CÓLERA Doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, causada pela ação da toxina liberada por dois sorogrupos específicos da bactéria Vibrio cholerae (sorogrupos O1 e O139). A toxina se liga às paredes intestinais, alterando o fluxo normal de sódio e cloreto do organismo. Essa alteração faz com que o corpo secrete grandes quantidades de água, o que provoca diarreia aquosa, desitradação e perda de fluidos e sais minerais importantes para o corpo. Quando não tratada prontamente e da forma correta, a cólera pode evoluir para quadros mais graves e provocar complicações, como desidratação intensa, levando, inclusive, à morte. A doença está ligada diretamente ao saneamento básico e à higiene. Sintomas - A maior parte dos casos é assintomática. No entanto, mesmo nesses casos, a pessoa pode transmitir a bactéria e infectar outras pessoas, que podem ter reações Os principais sinais e sintomas da cólera são: Diarreia, náuseas e vômitos, desidratação em decorrência da perda de líquidos pode levar a outros sintomas: irritabilidade, letargia, olhos encovados, boca seca, polidipsia, pele seca e enrugada, anúria, hipotensão, arritmia cardíaca, desequilíbrio eletrolítico (essa perda de minerais no sangue ainda desencadeia uma série de outros sintomas, como: cãibras musculares, choque hipovolêmico).O período de incubação da bactéria,varia de algumas horas a 5 dias da infecção.Na maioria dos casos, esse período é de 2 a 3 dias. Transmissão - Ocorre por via fecal-oral, ou seja, pela ingestão de água ou alimentos contaminados (em sua maioria mariscos, peixes e algas), ou pela contaminação pessoa a pessoa. O período de transmissibilidade perdura enquanto a pessoa estiver eliminando a bactéria nas fezes, o que ocorre, na maioria dos casos, até poucos dias após a cura. Para fins de vigilância, o período aceito como padrão é de 20 dias. Fatores de risco - Condições precárias de saneamento básico e de higiene pessoal; consumo de alimentos sem higienização ou manipulação adequadas, peixes e mariscos crus ou mal cozidos, água sem tratamento adequado. Diagnóstico - A partir do cultivo de amostras de fezes ou vômito.Diante da suspeita de cólera, deve ser realizado o diagnóstico diferencial considerando-se todos os microrganismos capazes de provocar doenças diarreicas agudas. Recomenda-se, portanto, a coleta simultânea de amostras de fezes para análise viral, bacteriana e parasitológica. Tratamento - Rápida reidratação dos pacientes, por meio da administração oral de líquidos e solução de sais de reidratação oral (SRO) ou fluidos endovenosos, dependendo da gravidade do caso, podendo ser administrados, adicionalmente, antibióticos apropriados para diminuir a duração da diarreia, reduzir o volume de fluidos de reidratação necessário e encurtar a duração da excreção da bactéria. Prevenção - Lave sempre as mãos com sabão e água limpa; lave e desinfete as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos; proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados); trate a água; guarde a água tratada em vasilhas limpas e com tampa, sendo a “boca” estreita para evitar a recontaminação; não utilize água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar ou beber; evite o consumo de alimentos crus ou mal cozidos (principalmente os frutos do mar) e alimentos cujas condições higiênicas, de preparo e acondicionamento, sejam precárias; ensaque e mantenha a tampa do lixo sempre fechada; quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterradoem local apropriado; use sempre o vaso sanitário, mas se não for possível, enterre as fezes sempre longe dos cursos de água. Obs.: Existem vacinas para a cólera, mas atualmente a vacinação é indicada apenas para populações de áreas com cólera endêmica, populações em situação de crise humanitária com alto risco para cólera ou durante surtos de cólera, sempre em conjunto com outras estratégias de prevenção e controle. DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS (DDA) Síndrome caracterizada pela diminuição da consistência das fezes e aumento do número de evacuações. Quando infecciosa, a diarreia é causada por diferentes agentes etiológicos, como bactérias, vírus e parasitos que causam gastroenterite; também pode ser causada por intoxicação alimentar e por alguns medicamentos (antibióticos, laxantes e quimioterápicos); algumas doenças também podem levar à diarreia (doença de Chron, colites ulcerosas, doença celíaca, síndrome do intestino irritável e intolerância à lactose). Geralmente é autolimitada, com duração de até 14 dias. Podem ser classificadas em três tipos: diarreia sem desidratação; diarreia com desidratação; diarreia com desidratação grave. Obs.: Se tratadas incorretamente ou não tratadas, as doenças diarreicas agudas levam à desidratação grave e ao distúrbio hidroeletrolítico, podendo ocorrer óbito, principalmente quando associadas à desnutrição ou à imunodepressão. Sintomas - Diarreia; fezes líquidas; cólicas abdominais; dor abdominal; febre; melena; inchaço; náuseas e vômitos. Fatores de risco - Ingerir água e alimentos contaminados com fezes humanas ou animais; viajar para países que não tenham bom saneamento de água; consumo exacerbado de cafeína ou álcool; fumo; falta de higiene. Diagnótico - Acontece por meio dos sintomas, que são típicos e característicos do problema.Os principais exames de confirmação são: exame de sangue; exames de fezes como coprológico funcional; exames de fezes como coprocultura com parasitológico de fezes; colonoscopia Tratamento - Geralmente é domiciliar, por meio do aumento da ingestão de água e de outros líquidos assim como de solução de SRO principalmente após cada episódio de diarreia, pois dessa forma evita-se a desidratação; manutenção da alimentação habitual; continuidade do aleitamento materno; retorno do paciente ao serviço, caso não melhore em 2 dias; praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos); administração de Zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias. Paciente com desidratação: Ingestão de solução de SRO (aumento da oferta e da frequência aos poucos); Reavaliação do paciente constantemente, pois quando desaparecem os sinais de desidratação, se deve adotar ou retornar ao tratamento inicial. Paciente com desidratação grave: O paciente deverá ser transferido o mais rapidamente possível. 1 - Fase rápida ou de expansão: administrar, por via venosa periférica: - Para menores de cinco anos: soro fisiológico 0,9%. - Para maiores de cinco anos: soro fisiológico 0,9% e, após, ringer lactato ou solução proteolítica 2 - Fase de manutenção e reposição (todas as faixas etárias): solução de soro fisiológico 0,9% soro glicosado a 5% e KCL a 10%. O paciente deve ser reavaliado após duas horas, se persistirem os sinais de choque, repetir a prescrição; caso contrário, iniciar balanço hídrico com as mesmas soluções. Suspender a hidratação endovenosa quando o paciente estiver hidratado, com boa tolerância à solução de SRO e sem vômitos. Complicações - A principal complicação é a desidratação, que se não for tratada corretamente pode levar à morte. No entanto, a diarreia e as doenças diarreicas agudas não costumam, em grande parte dos casos, causar complicações mais graves Transmissão - Pode ocorrer pelas vias oral ou fecal-oral; pelo consumo de água, alimentos e objetos contaminados. Locais de uso coletivo, como escolas, creches, hospitais e penitenciárias apresentam maior risco de transmissão das doenças diarreicas agudas. Prevenções - ações institucionais de saneamento, de saúde, mas também individuais da própria pessoa, família e população que devem: Lavar sempre as mãos antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular ou preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais; lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos; proteger os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guardar os alimentos em recipientes fechados); tratar a água para consumo; guardar a água tratada em vasilhas limpas e com tampa, sendo a “boca” estreita para evitar a recontaminação; não utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para banhar ou consumir; ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada; quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado em local apropriado; usar sempre a privada, mas se isso não for possível, enterrar as fezes sempre longe dos cursos de água. Obs.: Manter o aleitamento materno aumenta a resistência das crianças contra as diarreias; evitar o desmame precoce. FEBRE TIFÓIDE Doença bacteriana aguda, causada pela Salmonella enterica sorotipo Typhi, de distribuição mundial. A doença está diretamente associada a baixos níveis socioeconômicos, principalmente em regiões com precárias condições de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental. Se não tratada adequadamente, a Febre Tifoide pode matar. No Brasil, a doença ocorre sob a forma endêmica em regiões isoladas, com algumas epidemias onde as condições de vida são mais precárias, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Em regiões endêmicas, a incidência da doença pode ser de 25 a 60 vezes maior entre indivíduos HIV positivos. Doentes com aids (doença definida) podem apresentar Febre Tifoide particularmente grave e com tendência a recaídas. Sintomas: Febre alta; dores de cabeça; mal-estar geral; falta de apetite; hipocardia; esplenomegalia; manchas rosadas no tronco; prisão de ventre ou diarreia; tosse seca. Diagnóstico: Avaliação clínica do paciente, histórico de onde esteve e o que consumiu, nos hábitos de higiene e se vive em regiões com pouco saneamento básico ou não. Com base nos sintomas, que podem se confundir com os de outras doenças, o médico pode solicitar exames específicos para diagnosticar a doença, como, por exemplo: Exame de sangue, fezes e urina; aspirado / punção medular (técnica mais eficaz). Tratamento: Normalmente o paciente é tratado em nível amulatorial, basicamente com uso de antibióticos específicos e reidratação. Em raras exceções, o caso pode ser mais grave e ser necessária uma internação. O tratamento dura, via de regra, em torno de 14 dias, mas o período pode ser maior ou menor, conforme a gravidade da doença Complicações: Hemorragia intestinal; perfuração intestinal. As menos frequentes são: retenção urinária; pneumonia; colecistite. Transmissão: Pela forma direta: contato com as mãos do doente ou portador, secreção respiratória, vômito ou pus infectado; pela forma indireta: ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes humanas ou com urina contendo a bactéria. O tempo de eliminação da bactéria varia de uma a três semanas, podendo chegar a três meses. Entre 2 a 5% dos pacientes transformam-se em portadores crônicos da Febre Tifoide e podem transmitir a doença por até um ano. Prevenção: Saneamento básico, consumo de água tratada; preparo adequado dos alimentos e a higiene pessoal são as principais medidas de prevenção da Febre Tifoide. A vacina atualmente disponível não possui um alto poder imunogênico e a imunidade é de curta duração, sendo indicada apenas em situações específicas, como para recrutas em missão em países endêmicos ou pessoas sujeitas a exposições excepcionais, como trabalhadores que entram em contato com esgotos, ou pessoas que vivem em áreas de alta endemicidade.O Regulamento Sanitário Internacional da Organização Mundial da Saúde não recomenda a vacinação contra a febre tifoide para viajantes internacionais que se deslocam para países onde estejam ocorrendo casos da doença. AIDS Doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV ). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae e é uma Infecção Sexualmente Transmissível. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns, como por exemplo: Período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença; infecção das células do sangue e do sistema nervoso; supressão do sistema imune. Janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelo sistema de defesa do organismo. Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias. Porém, esse período pode variar, dependendo da reação do organismo do indivíduo frente à infecção e do tipo do É importante ressaltar que, no período de janela imunológica, o vírus do HIV já pode ser transmitido, mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta anticorpos anti-HIV for não reagente. A transmissão do HIV e, por consequência da AIDS, acontece das seguintes formas: Sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha; uso de seringa por mais de uma pessoa; transfusão de sangue contaminado; da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. Condutas que não transmitem a Aids: Sexo com uso correto da camisinha; masturbação a dois; beijo no rosto ou na boca; suor e lágrima; picada de inseto; aperto de mão ou abraço; sabonete/toalha/lençóis; talheres/copos; assento de ônibus; piscina; banheiro; doação de sangue; pelo ar. Sintomas - Na infecção aguda, ocorre a incubação do HIV que varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, procure uma unidade de saúde imediatamente, informe-se sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e faça o teste. Diagnóstico - Teste anti-HIV. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo SUS, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a). Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136). Além da rede de serviços de saúde, é possível fazer os testes por intermédio de uma Organização da Sociedade Civil, no âmbito do Programa Viva Melhor Sabendo. Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse é o período chamado de janela imunológica. Obs.: As mães que vivem com HIV têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Tratamento - Os medicamentos antirretrovirais (ARV) ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas. Obs.: Todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a iniciar o tratamento com antirretrovirais imediatamente, e, assim, poupar o seu sistema imunológico. . Prevenção - Prevenção combinada - HIV e AIDS : consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para responder as necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV. Intervenções biomédicas: ações voltadas à redução do risco de exposição, mediante intervenção na interação entre o HIV e a pessoa passível de infecção. Essas estratégias podem ser divididas em dois grupos: > Intervenções biomédicas clássicas: distribuição de preservativos masculinos e femininos e de gel lubrificante. > Intervenções biomédicas baseadas no uso de antirretrovirais (ARV): Tratamento para Todas as Pessoas – TTP; a Profilaxia Pós-Exposição – PEP; e a Profilaxia Pré-Exposição – PrEP. Obs.: A PEP é uma medida de urgência médica fornecida pelo SUS e deve ser realizada, nos casos de relação sexual desprotegida; violência sexual ou contato com objetos perfuro-cortantes contaminados ou com risco de contaminação do vírus HIV, preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde. Intervenções comportamentais: ações que contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição ao HIV. Ex.: incentivo ao uso de preservativos masculinos e femininos; aconselhamento sobre HIV/aids e outras IST; incentivo à testagem; adesão às intervenções biomédicas; vinculação e retenção nos serviços de saúde; redução de danos para as pessoas que usam álcool e outras drogas; e estratégias de comunicação e educação entre pares. Intervenções estruturais: ações de enfrentamento ao racismo, sexismo, LGBTfobia e demais preconceitos; promoção e defesa dos direitos humanos; campanhas educativas e de conscientização. Populações-chave - Gays e outros HSH; pessoas trans; pessoas que usam álcool e outras drogas; pessoas privadas de liberdade; trabalhadoras do sexo Populações prioritárias - População de adolescentes e jovens; população negra; população indígena; população em situação de rua Pré-natal - as gestantes, e também suas parcerias sexuais, devem realizar os testes para HIV, sífilis e hepatites durante o pré-natal e no parto. Os testes realizados no pré-nataldevem ser: > Nos três primeiros meses de gestação: HIV, sífilis e hepatites. > Nos três últimos meses de gestação: HIV e sífilis. > Em caso de exposição de risco e/ou violência sexual: HIV, sífilis e hepatites. > Em caso de aborto: sífilis. > No momento do parto: HIV, sífilis e *Hepatite B *Caso a gestante não tenha recebido a vacina. > As gestantes que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda gestação e, se orientado pelo médico, também no parto. O tratamento previne a transmissão vertical do HIV para a criança. > O recém-nascido deve receber o medicamento antirretroviral (xarope) e ser acompanhado no serviço de saúde. Recomenda-se também a não amamentação, evitando a transmissão do HIV para a criança por meio do leite materno Obs.: Mulheres com diagnóstico negativo para HIV durante o pré-natal ou parto devem utilizar camisinha (masculina ou feminina) nas relações sexuais, inclusive durante o período de amamentação, prevenindo a infecção e possibilitando o crescimento saudável do bebê. HEPATITES VIRAIS Inflamação do fígado, podendo ser aguda ou crônica. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Em alguns casos, são assintomáticas, aumentando o risco de evolução a se tornar crônica, podendo causar cirrose e cancêr no fígado. São classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, mais de 70% dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%). O SUS oferece tratamento para todos. Tipos mais comuns - No Brasil, são as causadas pelos vírus A, B e C. Existe, ainda, o vírus D, mais frequente na Região Norte do Brasil e que para causar infecção precisa da presença do vírus tipo B (HBV). Muitas pessoas são portadoras do vírus B ou C e não sabem. Casos de risco - Pessoas não imunizadas para hepatite B; ou que têm mais de 40 anos e que podem ter se exposto ao vírus da hepatite C no passado (transfusão de sangue, cirurgias). Por isto é importante sempre realizar exames de rotina. Obs.: A hepatite E é relatada esporadicamente no Brasil. Assim como a hepatite A, a sua transmissão é oral-fecal e as formas de prevenção são semelhantes. Esse tipo pode afetar rebanhos de suínos e os cuidados com o consumo de água tratada e o bom cozimento dos alimentos principalmente carne de porco, é essencial para a prevenção desta infecção Sintomas - Cansaço; febre; mal-estar; tontura; enjoo; vômitos; dor abdominal; pele e olhos amarelados; urina escura; fezes claras Diagnóstico - Avaliação clínica e anamnese. O diagnóstico também pode ser constatado com os seguintes exames: Testes Rápidos - Os testes rápidos para os tipos B e C estão disponíveis nos serviços públicos de saúde para todas as pessoas. Se você tiver mais de 40 anos, é muito importante fazer o teste de hepatite C. Você pode ter sido exposto a esse vírus na juventude. Pré-natal – O exame de hepatite B também faz parte do rol de exames do pré-natal. A gestante deve ser diagnosticada e será tratada, se houver indicação, ainda durante a gravidez. Exame das enzimas hepáticas - Transaminase Glutâmico-Pirúvica (TGP) e Transaminase Glutâmico-oxalacética (TGO) Imunoensaios - a fim de detectar antígeno viral e/ou anticorpo específico, como as imunoglobulinas da classe M (IgM) que caracterizam infecção aguda e as imunoglobulinas da classe G (IgG) que caracteriza contato prévio com o vírus ou reposta vacinal Prevenção - Vacina (contra as hepatites do tipo A e B, entretanto quem se vacina para o tipo B, se protege também para hepatite D). Para os demais tipos de vírus não há vacina e o tratamento é indicado pelo médico. Hepatite A - para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias), e também no CRIE, para pessoas de qualquer idade que tenham: hepatopatias crônicas de qualquer etiologia incluindo os tipos B e C; coagulopatias; pessoas vivendo com HIV; portadores de quaisquer doenças imunossupressoras; doenças de depósito; fibrose cística; trissomias; candidatos a transplante de órgãos; doadores de órgãos, cadastrados em programas de transplantes; pessoas com hemoglobinopatias. Obs.:Devido ao surto local observado em São Paulo, a vacinação para hepatite A foi ampliada para populações específicas: homens que fazem sexo por homens. Hepatite B: em crianças, é dada em quatro doses: ao nascer, 2,4 e 6 meses. Para os adultos que não se vacinaram na infância, são três doses a depender da situação vacina. É importante que todos que ainda não se vacinaram tomem as três doses da vacina. Pessoas que tenham algum tipo de imunodepressão ou que tenham o vírus HIV, precisam de um esquema especial com dose em dobro, dada nos Centros de Imunobiológicos Especiais (CRIE). Transmissão - Hepatite A - contágio fecal-oral; condições precárias de saneamento básico e água; de higiene pessoal e dos alimentos; relação sexual desprotegida. Hepatite B - contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam; transmissão vertical (durante a gravidez e o parto); relação sexual desprotegida. Hepatite C - contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam; transmissão vertical (durante a gravidez e o parto); relação sexual desprotegida. Hepatite D - contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam; transmissão vertical (durante a gravidez e o parto); relação sexual desprotegida. Hepatite E - contágio fecal-oral; condições precárias de saneamento básico e água; de higiene pessoal e dos alimentos. Obs.: Transmissão vertical: A amamentação não está contraindicada caso sejam realizadas ações de prevenção tais como a profilaxia para o recém-nascido: 1º dose da vacina e imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida e completar o esquema com as demais doses para prevenção da hepatite B e D. Com relação à hepatite C, não existem evidências de que a transmissão possa ser evitada com a contraindicação à amamentação. Obs.: A transmissão por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, muito comum no passado é atualmente considerada rara. Isso se dá pelo fato de atualmente haver um maior controle, com a melhoria das tecnologias de triagem de doadores e sistemas de controle de qualidade mais eficientes. Tratamento - A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer. A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. Todas as hepatites virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar. SÍFILIS NA GRAVIDEZ E SÍFILIS CONGÊNITA Resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via transplacentária. A transmissão vertical pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna; por meio do contato da criança pelo canal de parto, se houver lesões genitais maternas ou durante o aleitamento (se houver lesão mamária por sífilis). Pode ocorrer aborto espontâneo, natimorto ou morte perinatal. Sintomas - Pode haver infecção assintomática ou sintomática nos RN. Mais de 50% casos os primeiros sintomas surgem nos primeiros 3 meses de vida. Por isso, é muito importante a triagem sorológica da mãe na maternidade. As alterações fisiopatogênicas observadas
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