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Introdução à Sociologia (20 Unid - Soc - SEC)

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SOCIOLOGIA
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
Cláudia de Carvalho Cosmo
Rodrigo Davi Almeida
http://unar.info/ead2
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA 
UNIDADE 01 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SOCIOLOGIA CLÁSSICA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
1 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Definir o que é Sociologia Clássica e apresentar os principais autores e textos da
Sociologia Clássica.
 Mencionar as principais obras escritas por Durkheim, Marx e Weber e, entre
parênteses, a data da sua primeira publicação;
 Fazer sugestões de leituras para quem desejar se aprofundar em determinada
temática.
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Entendemos por Sociologia Clássica o conjunto dos textos de Émile Durkheim, 
Karl Marx e Max Weber, elaborados nos séculos XIX (Durkheim e Marx) e XX (Weber), 
que influenciaram e que ainda influenciam, hoje, os mais diversos estudos das Ciências 
Sociais (História, Economia, Geografia, Psicologia, etc.) e suas produções científicas. 
Ainda cabe lembrar finalmente que, se podemos facilmente classificar Durkheim 
e Weber como sociólogos, a situação em relação a Marx é mais complexa, pois sua 
formação é em Filosofia e suas publicações abrangem tanto a área da Economia 
Política, (sua maior e mais complexa obra – O Capital) –, como da Política, da História e 
da Sociologia; 
As ideias apresentadas, neste texto, lançam mão das informações das obras 
mencionadas nas Referencias Bibliográficas, tanto os textos dos clássicos (Durkheim, 
Marx e Weber) como o dos comentadores (Löwy, Aron, Cohn e Quintaneiro), todos 
citados nas mesmas referências. 
Durkheim e Marx praticamente nasceram com a moderna sociedade europeia 
industrial capitalista do século XIX e se tornaram, evidentemente, em polos opostos, 
seus grandes intérpretes e críticos. Puderam observar in loco a constituição e a 
consolidação da sociedade capitalista. O processo de constituição e a consolidação da 
2 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA 
UNIDADE 01 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SOCIOLOGIA CLÁSSICA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
sociedade capitalista foram revolucionários, pois subverteu as antigas formas feudais de 
organização econômica, social, política, cultural europeia. 
Émile Durkheim nasceu em Épinal, na França, em 1858, e morreu, em 1917, em 
Paris. Estudou Filosofia na École Normale Supérieure de Paris, onde teve contato com 
as ideias de Auguste Comte e Herbert Spencer. É considerado o discípulo de Comte, 
mas superou seu mestre ao fundar a Sociologia como disciplina científica dotada de um 
objeto e método precisos, o que não havia conseguido Comte. 
Karl Marx nasceu em Tréveris, Alemanha, em 1818, e morreu, em Londres, em 
1883. Doutorou-se em Filosofia em 1841, pela Universidade de Iena, mas não seguiu 
carreira acadêmica. Teve diversas influências, da Filosofia (Hegel, Feuerbach), passando 
pelo pensamento político socialista de Saint-Simon, Robert Owen e Charles Fourier à 
Economia Política (de Adam Smith e David Ricardo). Suas obras podem ser divididas, 
mais ou menos em três momentos que correspondem à sua evolução intelectual e 
radicalização política cujo auge se dá com a fundação em da 1864 da Primeira Seção da 
Interncional Comunista. A publicação do primeiro tomo de O Capital ocorre em 1867 e 
depois Marx se dedica a escrever mais dois tomos que serão publicados postumamente 
por Friedrich Engels, seu grande amigo e colaborador. 
Max Weber também se interessou pelos problemas colocados pela sociedade 
capitalista, com outra perspectiva teórico-metodológica e política. Weber dedicou-se 
ao estudo da constituição e organização racional e burocática, fenômeno que 
caracterizava cada vez mais a organização dos estados modernos e contemporâneos. 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Principais obras da Sociologia Moderna ou Clássica: 
Émile Durkheim: 
- A divisão do trabalho social (1893).
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 01 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SOCIOLOGIA CLÁSSICA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
3 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
- As regras do método sociológico (1895.)
- O suicídio (1897).
- A educaçãol (1902).
- As formas elementares da vida religiosa (1912).
- Lições de Sociologia (1912).
Karl Marx: 
a) Obras da juventude, sobretudo, filosóficas:
- Diferença da Filosofia da natureza e Demócrito e Epicuro (1841).
- Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (1843).
- Manuscritos econômico-filosóficos (1844.;
- Teses sobre Feuerbach (1845).
- A ideologia alemão (1845-1846).
- Miseria da Filosofia (1847).
- Manifesto do Partido Comunista (1848).
- As lutas de classe na França de 1848 a 1850 (1850).
b) Obras de transição:
 Nesse período Marx escreve, sobretudo, ensaios políticos, dentre eles, o que é
considerado pela crítica um dos seus mais brilhantes estudos: "O 18 Brumário de Luís
Bonaparte" (1852). Nesse período é grande seu volume de leituras econômicas;
c) Obras da maturidade, sobretudo, econômicas:
- Grundisse (1857-1858).
- Para a Crítica da Economia Política (1859..
- Manifesto de Lançamento da Primeira Internacional (1864).
- Salário, preço e lucro (1865).
- O Capital: Crítica da Economia Política (1867).
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 01 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SOCIOLOGIA CLÁSSICA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
4 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
- A Guerra civil na França (1871).
- Critica do Programa de Gotha (1875).
Max Weber: 
- A história das companhias comerciais na Idade Média (1889).
- O direito agrário romano e sua significação para o direito público e privado (1891).
- O Estado Nacional e a Política Econômica (1895).
- Objetividade do conhecimento na ciência política e na ciência social (1904).
- A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904).
- A situação da democracia burguesa na Rússia (1905).
- Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva (1913).
- Parlamento e Governo na Alemanha reordenada (1917).
- A ciência como vocação (1917).
- O sentido da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais (1917).
- Conferência sobre o Socialismo (1918).
- A política como vocação (1919).
- História Geral da Economia (1919).
- Economia e Sociedade I e II (óbras póstumas, 1910-1921).
No link a seguir, está disponível um vídeo aula da professora Cleide Aparecida 
Martins sobre a introdução aos estudos sociológicos. 
LINK: http://www.youtube.com/watch?v=rALInBgGDYM 
SOCIOLOGIA CLÁSSICA 
UNIDADE 02 - O ESTUDO DA SOCIOLOGIA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
5 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
O objetivo desta unidade é analisar o campo de estudo da sociologia e seus 
objetos de estudos. 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
O estudo da sociologia se caracteriza por uma determinada abordagem da 
realidade, e não por um estudo puramente delimitado com um objeto de estudo 
estático. Isso se deve pelo caráter transitório dos fatos sociais e das múltiplas culturas 
existente ao redor do mundo. Partindo do pressuposto que o homem é um ser social, a 
cultura de cada povo é o reflexo de suas convenções e pactos concretizados entre os 
habitantes de uma específica população. 
Desse modo, a sociologia ganha um caráter abrangente, transformando em uma 
ferramenta de interpretação e de explicação do homem na sociedade e seu 
relacionamento com o próximo. Ao propor um método, a sociologia busca identificar, 
interpretar, relacionar, descrever e entender as simetrias da existência social do homem. 
O desenvolvimento da sociologia está atrelado ao desenvolvimento das cidades, da 
economia na era moderna, em que, certa fase do capitalismo, houve êxodos rurais, 
urbanização, violência urbana, movimentos sociais, que tornaram focos de estudos de 
diversos pesquisadores sociais quenão se contentava com as respostas dadas pelas 
filosofias sociais e teorias religiosas. 
No decorrer do século XVII, por razões dos conflitos sociais decorrentes da 
própria troca econômica entre os países capitalistas, os cientistas sociais começaram a 
identificar características singulares de sociedades que estabeleciam certo tipo de 
contato, gerando uma reflexão sobre conceitos que até então se tinha sobre as 
sociedades. Por isso, para que ocorra um entendimento firme sobre os diversos tipos 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 02 - O ESTUDO DA SOCIOLOGIA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
de sociedade, vários pesquisadores analisaram aquilo que é variável em uma sociedade 
e aquilo que era comum em todas as sociedades, refletindo sobre aparência e 
realidade, entre o necessário e o supérfluo, a finalidade de tudo isso, era estabelecer 
um campo científico novo para os estudos sociais. 
Nas primeiras etapas dos estudos sociológicos, os cientistas se inspiraram nos 
modelos existentes nas ciências naturais que eram respeitadas e tinha um enorme 
prestígio no século XIX. Ao adaptar os procedimentos dessas ciências naturais no 
campo social, tentaram identificar objetos, fenômenos e fatos que cumprissem o papel 
de “átomos” da sociedade ou elementos fundamentais para a compreensão da 
sociedade, resultando em explicações das mais variadas sociedades existentes no 
mundo. 
A sociologia buscava encontrar 
algum elemento que fosse comum 
em meio a tanta diversidade cultural 
existente no mundo. 
 (Fonte: http://arteeducacionperu.blogspot.com.br/2012/03/importancia-de-la-
educacion-artistica.html) 
Ao estudar a vida social, os pesquisadores sentiram uma dificuldade em manter 
uma imparcialidade com o objeto estudado, diferente das ciências naturais, as ciências 
humanas lidam com pessoas e distanciar delas para realizar um estudo objetivo, é uma 
tarefa para poucos. Questões morais, econômicas e políticas aparecem em todas as 
etapas da pesquisa social: desde a definição do problema até o procedimento da 
7 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 02 - O ESTUDO DA SOCIOLOGIA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
escolha do método, esses problemas de origem humana se relacionam com o 
pesquisador e seus resultados. 
Todavia, se não é possível manter a objetividade pretendida das ciências naturais 
na esfera das ciências humanas, ao menos, o pesquisador está comprometido com os 
propósitos e consequências da sua pesquisa, ele está envolvido internamente e 
motivado com os resultados, assim, ele tem uma disposição maior em encontrar o 
melhor método para as suas pesquisas. Jamais um pesquisador social olha o problema 
com um grau de distanciamento grande, ao lado da técnica de investigação 
sociológica, procuram conhecer a realidade social de forma cada vez mais apropriada. 
Desse modo, a sociologia se define como uma ciência que procura estudar o extenso 
mundo dos fenômenos que envolvem o ser humano em sua vida social, visando à 
intervenção na realidade com o objetivo de melhora-la. 
O pesquisador social não realiza a sua 
pesquisa de modo inteiramente imparcial, o 
resultado é determinado por seu 
envolvimento afetivo e ideológico com o 
objeto de estudo 
(Fonte: http://amagiadeeducar.spaceblog.com.br/2118019/Topico-Projeto-Virtual-e-a-
sociedade-numa-grande-rede-tecida-por-muitas-maos-as-maos-dos-homens/) 
Mesmo não desvinculando o lado afetivo, emocional e ideológico das pesquisas 
sociais, a sociologia tem se mostrado excelente em fornecer resposta aos fenômenos 
vivenciados na sociedade, sendo capaz de explica-los e de propor soluções plausíveis. 
Todavia, a complexidade dos estudos sociológicos vai além do grau de interação entre 
o pesquisador e o objeto estudado, pois o resultado é determinado também por uma
8 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 02 - O ESTUDO DA SOCIOLOGIA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
maior ou menor profundidade das análises propostas. Por exemplo, a exploração do 
trabalho, podemos analisar ela em um determinado contexto, ou em uma escala mais 
ampla, ou também em uma escala global, por isso a profundidade provoca alterações 
no resultado da pesquisa. 
O fenômeno social pode ser explicado em uma esfera macrossociológica, vendo 
a sociedade como uma totalidade, ou pode ser explicado em uma esfera 
microssociológica, que analisa uma determinada parte da sociedade. São as análises 
sociológicas que interfere na amplitude da explicação e não da natureza dos 
fenômenos, tudo isso depende da vontade e objetivos do pesquisador. 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Nesta unidade vimos à caracterização da sociologia como uma ciência que 
busca entender o ser social e seu relacionamento com o próximo. Analisar, identificar, 
entender são alguns dos interesses que a sociologia busca na sociedade, e ao fazer 
isso, ela define o seu método e seu objeto de estudo, ganhando assim, um posto de 
ciência humana. 
No seu inicio, a sociologia copiava o método e o modelo das ciências naturais, 
porém ao se desenvolver, foi ganhando mais autônoma e construiu um modelo próprio 
de pesquisa. O pesquisador, desse modo, tem mais liberdade para analisar os 
fenômenos sociais sem ter que manter a objetividade proposta pelo método das 
ciências naturais. Sendo impossível manter um grau grande de distância entre o 
pesquisador e objeto de estudo, os sociólogos veem isso como algo positivo, pois é 
necessário ter um grau relativo de afetividade ao se estudar pessoas que compõe a 
sociedade. No link a seguir, está disponível um vídeo aula do professor Rodrigo onde 
analisa o método sociológico. 
LINK: http://www.youtube.com/watch?v=piIMaeT2e3w 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 03 - SOCIOLOGIA TEÓRICA E SOCIOLOGIA APLICADA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
O objetivo desta unidade é compreender e diferenciar a sociologia teórica e a 
sociologia prática. 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
A sociologia não busca somente conhecer a realidade social, mas também busca 
intervir nesta realidade e modifica-la. No século XIX, onde a racionalidade era expressa 
em forma de ciência, o planejamento e a ação social ganharam espaço nos estudos 
sociológicos da época. A administração da economia capitalista, a relação comercial e 
política entre os países da época, instituições sociais e o desenvolvimento da 
globalização na Europa e no mundo, resultaram em projetos em longo prazo que tinha 
como fundamento, o comportamento social que refletia nos modelos de ação política, 
econômica e social que interagiam com as instituições sociais. 
Nos dias atuais vemos a necessidade absoluta em planejar a realidade social por 
meio das análises sociológicas, mas não podemos esquecer que essas análises se 
desenvolveram em uma época que as preocupações racionalistas e eruditas do 
Iluminismo francês eram de natureza inteiramente teórica. Desse modo, houve uma 
separação do pensamento social em duas partes: a sociologia teórica e a sociologia 
prática. 
A sociologia teórica teria como principal preocupação, o estabelecimento dos 
princípios teóricos e dos métodos de análise que possibilitariam a investigação das 
estruturas da sociedade humana. Para os teóricos dessa linha, as pretensões de aplicar 
as teorias sociológicas na realidade seriam errôneas, pois seriam prejudiciais ao 
desenvolvimento do espírito científico. A sociologia prática funciona contrapondo a 
sociologia teórica, pois tem como objetivo a intervenção na sociedade a partir de 
pesquisa de menor alcance, porque o objetivo dela é resolver os problemas sociais e 
10 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS“DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 03 - SOCIOLOGIA TEÓRICA E SOCIOLOGIA APLICADA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
uma teoria muito abrangente dificulta esse trabalho da intervenção. Destarte, uma 
teoria estaria voltada em adquirir conhecimento desinteressado, e outra teoria busca 
conhecimento para a utilização na solução de problemas sociais. 
Essa visão dicotômica da sociologia perde força na contemporaneidade, pois ao 
aparecer novas teorias que une o pensamento com a ação, trás uma nova interpretação 
da realidade social. O sociólogo, economista e filósofo Karl Marx (1818 – 1883 propôs 
uma sociologia que resulta em práticas sociais voltadas a ação política organizada de 
sindicatos e partidos, no entanto, mesmo com esse ativismo, o sociólogo analisa de 
forma minuciosa a sociedade capitalista, propondo teorias de alcance globais. Essas 
diferenças dependem muito do interesse do pesquisador social do que a natureza do 
fenômeno estudado. 
Marx foi o primeiro intelectual a superar essa 
divisão da prática com a teoria, unindo e 
mostrando que ambas são necessárias para a 
compreensão e mudança da sociedade. 
(Fonte: www.onthisdeity.com/14th-march-1883-–-the-death-of-karl-marx/) 
Existe outra razão para suavizar essa distinção entre o campo prático e o teórico 
da sociologia. Ao analisar a sociedade, percebe-se que o próprio ato de investigar os 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 03 - SOCIOLOGIA TEÓRICA E SOCIOLOGIA APLICADA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
fenômenos sociais e de comunica-los resulta em uma forma de intervenção na 
sociedade. Pois, serão conhecidas essas pesquisas e influenciará na ação de um 
determinado grupo social ou na sociedade como um todo, por exemplo, a realização 
de uma pesquisa sobre a exploração do trabalho assalariado, isso se tornará nas mãos 
dos sindicalistas, o estopim para um movimento de melhorias salariais. 
Toda pesquisa científica tem um objetivo a ser alcançado, e se tem um objetivo, 
tem um interesse por trás dessa pesquisa, a pergunta é: a quem ela interessa? Entre os 
cientistas, o interesse se encontra na conquista de mais conhecimento, ao divulgar esse 
conhecimento obtido, o pesquisador não poderá impedir a utilização dessas 
informações por pessoas que tenham interesses diferentes dos interesses do 
pesquisador que obteve a informação. Dessa forma, vemos esse relacionamento da 
prática e da teoria, e que isso é determinado por interesses das pessoas. 
O sociólogo brasileiro Florestan Fernandes (1920 – 1995 procurou diferenciar 
dois campos autônomos da sociologia, um ele chamou de “sociologia geral” e outra de 
“sociologia aplicada”. Apesar de a distinção envolver questões de amplitude e 
finalidade da prática de pesquisa, o diferencial que Florestan Fernandes trás é a 
distinção de metodologias existente em cada campo. Por ter nascido e se desenvolvido 
no contexto filosófico e industrial do século XIX, a sociologia teve como interesse a 
análise teórica da sociedade do seu tempo, mais tarde, apareceram problemas de 
caráter empírico, gerando dúvidas sobre se os problemas sociais são patológicos ou 
anômicos e da necessidade de intervenção. 
O sociólogo brasileiro Florestan Fernandes, distinguiu as análises 
sociais em duas formas: sociologia geral e sociologia aplicada. 
Em cada época, uma se destaca e ganha notoriedade, tornando-
a a teoria adotada pelos círculos acadêmicos. 
Fonte: valminillo.blogspot.com.br/2011/08/florestan-
fernandes.html) 
12 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 03 - SOCIOLOGIA TEÓRICA E SOCIOLOGIA APLICADA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
A sociologia norte-americana, desenvolvida no século XX, tendo como principal 
escola, a escola de Chicago, não teve as mesmas preocupações teóricas da sociologia 
europeia. Ao contrário, os americanos desenvolveram uma sociologia voltada para os 
problemas emergenciais de ajustamento social, originados pela expansão do 
capitalismo industrial. Assim, definem-se dois campos bastante diferenciados da análise 
sociológica: a “sociologia geral” teria como finalidade as análises especulativas e 
objetivas dos problemas sociais e do método sociológico, elaborando conceitos por 
meio do método teórico-dedutivo, e a “sociologia aplicada” que focaria em questões 
específicas, resolvendo problemas delimitados, tendo como fim, o controle da vida 
social. 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
A sociologia por muito tempo foi dividida entre teoria e prática, no campo 
teórico, a sociologia buscava alcançar a compreensão do conceito e seu 
aprofundamento, sem levar em conta a sua utilidade na sociedade, e no campo prático, 
a sociologia tinha como objetivo desenvolver práticas para intervir na sociedade a qual 
o homem está inserido. Vários pensadores tentaram superar essa dicotomia
sociológica, como por exemplo, o sociólogo húngaro Karl Mannheim (1893 – 1947)
onde desenvolve uma sociologia do conhecimento que propõe a obrigação histórica
dos modelos teóricos da sociologia, isto é, as interpretações teóricas passam a ser
obrigadas a agir na história humana, desse modo, torna impossível existir teorias que
não sejam integradas a necessidades especificas de uma sociedade em um
determinado período histórico.
Para um melhor aprofundamento dos estudos, disponibilizo um link de um 
artigo da pesquisadora Lúcia Lodo sobre o sociólogo Florestan Fernandes e sua 
reflexão sobre o fazer sociológico. 
LINK: http://www.cchla.ufpb.br/caos/n11/06.pdf 
13 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 04 - SOCIOLOGIA TÉCNICA E SOCIOLOGIA CRÍTICA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
O objetivo desta unidade é compreender e diferenciar a sociologia técnica e a 
sociologia crítica 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Na produção de estudos científicos sociológicos, a sociologia não se manteve 
somente na distinção de sociologia teórica e sociologia prátic ,a em seu 
desenvolvimento, o sociólogo brasileiro Octavio Ianni (1926 – 2004) distinguiu nos 
estudos sociais voltados para a vida prática, duas tendências específicas: a sociologia 
técnica e a sociologia crítica. 
O sociólogo brasileiro Octavio Ianni, 
analisou duas tendências sociológicas 
praticadas no campo social: a sociologia 
técnica e a sociologia crítica. 
(Fonte: 
http://www.unicamp.br/unicamp/unica
mp_hoje/ju/marco2004/ju243pag06.ht
ml)
14 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 04 - SOCIOLOGIA TÉCNICA E SOCIOLOGIA CRÍTICA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
A sociologia técnica se desenvolve sem se importar com a crítica, por isso o 
cientista social não se preocupa em tecer uma crítica ao um determinado fenômeno 
social, ele simplesmente tem a função de relatar os fatos sociais de uma sociedade 
específica. O objetivo desse tipo de sociologia é levantar dados para a ação prática dos 
profissionais existentes em uma sociedade. Para que isso seja possível, o pesquisador 
que realiza uma pesquisa técnica da sociologia, utilizando de instrumentos 
quantitativos. Descreve populações por meio de levantamentos que tendem a mostrar 
as formas de comportamento ou indicadores como de escolaridade, quantidade de 
eletrodomésticos em um domicílio, entre outros. 
Essas pesquisas buscam a praticidade desde a sua origem, funcionando como 
ferramenta para campanhas publicitárias e propagandas, valendo-se de instrumentos 
quantitativos nos quais procuram a confiança e prestígio dos questionários e 
formulários. Todavia, esse ramo da sociologia não desenvolve nenhum esforço para 
tentar explicar esses dados coletados que ultrapasse a linha do imediatismo e do 
funcional. 
A sociologia técnica buscalevantar dados práticos para 
diversos setores, tais como 
campanhas publicitárias e 
indicadores sociais. 
(fontes: http://www.ifidedigna.com.br/?page_id=135 ) 
Em oposição a essa tendência de pesquisa sociológica, a sociologia crítica se 
preocupa não com dados e descrições de fenômenos sociais, mas com os processos 
que as desencadeiam, os motivos que geraram tal fenômeno social compreendem-no 
15 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 04 - SOCIOLOGIA TÉCNICA E SOCIOLOGIA CRÍTICA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
de forma crítica e profunda. De acordo com essa tendência, os dados coletados de uma 
pesquisa não correspondem de nenhuma forma a uma situação imediata, mas sim ao 
um projeto histórico mais amplo. A análise da sociologia crítica não busca somente 
causas ou funções de um fenômeno social, busca uma dinâmica do processo, a 
estrutura que ela se realiza, suas interações com outros processos sociais e instituições 
existentes na sociedade, mostrando inclusive suas contradições. 
Nesse sentido, a diferença entre a sociologia técnica da sociologia crítica estaria 
em sua amplitude da análise, da finalidade e do seu pragmatismo, o pesquisador 
participa ativamente das análises colocando a sua visão e crítica sobre o assunto. Com 
o passar do tempo, a sociologia crítica desenvolveu outras técnicas de pesquisas,
existem numerosos instrumentos muito úteis para atingir perfis populacionais de modo
preciso e linear. Os resultados dessas pesquisas são por muitas vezes, utilizados em
pela mídia e em seus gráficos aparecem em jornais com a força de um amplo estudo.
Luc Boltanski (1940 – atual) estudou 
a sociologia crítica, analisando os 
fenômenos sociais criticamente, 
ampliando suas relações e 
contradições com as diversas áreas 
da sociedade. 
(Fonte: http://socionomia.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html ) 
 A sociologia crítica desenvolve estudos de acordo com as necessidades teóricas 
da ciência. Preocupa-se principalmente com o conhecimento e as investigações de 
hipóteses e teses sociais, buscando um entendimento crítico da vida social. Para que 
isso se realize, o sociólogo precisa de uma postura ética e ativa, garantindo 
abrangência e fidelidade à pesquisa objetiva. 
16 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR” 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 04 - SOCIOLOGIA TÉCNICA E SOCIOLOGIA CRÍTICA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Ao analisar essa diferença nos dias atuais, o dilema parece menor para o 
sociólogo em um mundo em que o cruzamento entre os modelos explicativos é cada 
vez maior. Expandiu a necessidade dessa intervenção para produzir respostas mais 
completa dos problemas que atingem a nossa sociedade contemporânea. Por causa da 
globalização, as sociedades vivem uma pluralidade de manifestações empíricas que 
necessitam tanto de pesquisas técnicas, como análises críticas dessas manifestações. 
O sociólogo Alain Tourraine (1925 – atual) escreve sobre esse novo desafio da 
sociologia de superar as suas dicotomias na atualidade. Escreve Tourraine: 
[...] A sociologia hoje se desenvolve nesse caminho de mão dupla, que vai 
continuamente de uma preocupação teórica para outra, pragmática, de 
conceitos universais para realidades históricas, de situações particulares à 
generalização dos resultados. Nessa perspectiva, as frequentes divisões da 
sociologia que aqui foram expostas são essencialmente provisórias e dizem 
respeito à riqueza inerente ao conhecimento sociológico e às suas conquistas 
sucessivas tanto em um campo como em outro. (TOURRAINE apud COSTA, 
2005, p.330) 
No link a seguir, está disponível um vídeo sobre a sociologia técnica e a 
sociologia crítica. 
LINK: http://www.youtube.com/watch?v=SqOSR4U8uP0 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 05 - OS DADOS ESTATÍSTICOS E A SOCIOLOGIA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
O objetivo desta unidade é compreender a importância dos dados estatísticos 
para a consolidação da sociologia. 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Com o desenvolvimento dos estudos científicos da sociedade, o campo do 
conhecimento sociológico se estabeleceu no século XIX, abandonando as especulações 
da filosofia social. Ao procurar entender as relações entre os homens e seu meio, a 
ciência sociológica analisa certas leis gerais que regem toda uma sociedade, ampliando 
essa reflexão em um nível global. A sociologia não se contentava em descobrir leis de 
comportamento em uma sociedade específica, o seu objetivo inicial era alcançar a 
compreensão de uma lei universal que regula o comportamento de todas as 
sociedades do mundo. 
Antes que chegar a essa compreensão científica da sociedade, os estudos sociais 
eram guiados por visões místicas e religiosas sobre o comportamento humano e os 
problemas existentes na sociedade. Até mesmo entre os gregos, que tinham uma 
predisposição ao pensamento racional, utilizava-se da mitologia para explicar certos 
fenômenos sociais que aconteciam em sua sociedade. Na Idade Média, esse 
pensamento ganhou uma conotação religiosa, sendo as pestes existentes na época, 
principalmente a peste negra, resultado dos pecados dos homens e seu afastamento de 
Deus. 
No campo filosófico, um dos primeiros estudos empíricos da sociedade, iniciou 
com Aristóteles (384 – 322 a.C.), através da sua filosofia política. Todavia, as explicações 
naturais proposta pelo filósofo, mostravam-se incompletas com a identificação daquilo 
que se constitui de fato o social. Seguindo nessa linha filosófica, teve outros pensadores 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 05 - OS DADOS ESTATÍSTICOS E A SOCIOLOGIA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
que tentaram formular uma explicação sobre os problemas que afetam a sociedade, 
por exemplo, o período pós-iluminismo que analisava os fatos sociais sob uma ótica 
individualista, principalmente ao caracterizar os personagens históricos com os 
acontecimentos sociais significativos, dando a esses personagens, toda a glória e 
responsabilidade. 
Para os românticos (pós-iluministas) os 
fenômenos sociais eram causados por 
personagens específicos na nossa 
história, por exemplo, Napoleão 
Bonaparte foi responsável pelas 
transformações ocorridas na Europa e 
não o seu exercito. (O primeiro-cônsul 
Napoleão cruzando os Alpes no passo 
de Grande São Bernardo, por Jacques-
Louis David, 1800) 
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Napole%C3%A3o_Bonaparte ) 
Desse modo, a emergência de uma análise mais concreta e legítima da realidade 
social, sem ter que cair no individualismo proposto pelos românticos, fez com que a 
sociologia se desenvolvesse com uma compreensão própria da vida social, buscando 
certas regularidades nos fatos sociais. 
Ao procurar essas regularidades sociais, os primeiros cientistas sociais 
perceberam que elas se apresentam sob a forma de tendências que se manifestam no 
tempo e no espaço. Por exemplo, quando o sociólogo francês Émile Durkheim propôs 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 05 - OS DADOS ESTATÍSTICOS E A SOCIOLOGIA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
um estudos sobre a taxa de suicídio em vários países da Europa, em certo período, o 
sociólogo concluiu que o suicídio é um acontecimento regular, que pode ser medido 
por dados estatísticos, apresentando tendências de crescimento ou de decréscimo em 
determinado período temporal e lugares específicos. 
Com a posse desses dados, o cientista social ganha um poderoso instrumento 
para medir, descobrir e interver na realidade social, fazer previsões ou inibir certos 
acontecimentos futuros, em suma, a posse de dados estatísticos,fruto da observação 
minuciosa da realidade, garante uma verdadeira análise do social, distanciando-se 
assim, das análises supérfluas de seus antecessores. 
Após esse rompimento do antigo modo de analisar a sociedade, os sociólogos 
se fixaram em bases materiais suas investigações, abandonaram o caráter especulativo 
das filosofias sociais, colocando no lugar, as análises do percurso histórico, do meio 
geográfico, das movimentações sociais, das crenças, entre outros. Junto com tudo isso, 
a sociologia compreende a sociedade não mais como uma soma de indivíduos, mas 
como um organismo. Para desenvolver esse pensamento cientifico, a sociologia 
necessita de procedimentos adequados para que essa análise seja profunda e 
completa, assim, descobriram que, a regularidade dos fatos sociais não precisa 
conhecer todos os indivíduos para ter uma ideia de como ele funciona, basta analisar 
uma amostra dessa realidade, obtida pelo princípio da representatividade. 
Através do princípio da representatividade, o 
sociólogo consegue uma análise profunda de uma 
realidade social. 
(Fonte: http://portaljusticasocial.blogspot.com.br/2011/09/problemas-sociais-no-brasil.html ) 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 05 - OS DADOS ESTATÍSTICOS E A SOCIOLOGIA 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
É denominada corpus de uma investigação, aquilo que expressa exatamente o 
tamanho de uma realidade estudada e que julgamos representar de modo objetivo 
uma sociedade ou parte dela. Para o sociólogo Roland Barthes (1915 – 1980), o corpus 
representa uma coleção de materiais que o sociólogo decide de antecipadamente 
estudar, assim, a escolha de um determinado corpus é tão importante quanto o seu 
estudo. Esses métodos e descobertas só se tornaram possíveis, por meio dos grandes 
problemas que a Europa do século XIX estava vivendo. Problemas como: fome, inchaço 
das cidades, infraestruturas, greves, revoluções, fizeram que os pensadores da época 
procurassem outras respostas daquelas oferecidas pela religião e filosofia. A partir 
dessa nova concepção de análise da sociedade, a intervenção na sociedade se tornou 
mais segura e planejada, de acordo com o desenvolvimento das ciências naturais que 
imperavam nos círculos acadêmicos. 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 Vimos no decorrer desta unidade, o afastamento do pesquisador social das 
respostas dadas pela religião e pela filosofia, que se mostravam supérfluas a 
necessidade emergente da Europa do século XIX. A realidade pedia explicações mais 
complexas e profundas, por isso a sociologia se desenvolveu em bases materiais e 
objetivas, utilizando das estatísticas como uma grande ferramenta para a compreensão 
e manipulação dos fenômenos sociais. A sociologia passa a usufruir dos dados 
estatísticos para a prevenção, controle e intervenção dos fenômenos sociais, garantindo 
um maior controle para evitar problemas sociais futuros. 
Deixo um link de um artigo da pesquisadora Jéssica Josiane Schmidt da 
Universidade Estadual de Londrina, sobre a estatística como ferramenta pedagógica 
para o ensino de sociologia. 
LINK: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/pages/edicao-anterior-nordm.-1-vol.-1-jan-jun-2012.php
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 06 - OS MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO SOCIOLÓGICOS 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
O objetivo desta unidade é compreender os métodos de observação utilizados 
pela sociologia. 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
O modo sociológico de ver 
O pesquisador deve treinar o seu olhar para os fatos e fenômenos que integram 
a sociedade. A análise sensível deve ser educada, para poder enxergar a essência dos 
fenômenos e não uma visão parcial determinada pela cultura do observador, sendo 
assim, o observador que não educar suas observações, registraria os dados como 
caóticos e aleatórios. 
No campo científico, acontece a mesma coisa. O cientista desenvolve e elabora 
um conjunto de ideias e conceitos que tem a função de organizar a realidade cotidiana, 
assim, ela começa a discriminar certos fatos observáveis. Desse modo, além de portar 
um conjunto fechado de ideias, o cientista cria também um método para guiar as 
pesquisas futuras, não abrindo espaço para alternativas. O conhecimento prévio nos 
condiciona a ver a realidade que nos cerca de certa forma, mas isso não é totalmente 
negativo, pois ninguém observa algo com a mente vazia, os preconceitos científicos são 
necessários para ter alguma resposta inicialmente. 
Grandes sociólogos agiam desta forma, por exemplo, Durkheim a definir os fatos 
sociais, acaba separando de todas as manifestações sociais, aquele de maior relevância 
social. Weber faz o mesmo com as formulações do tipo ideal, isolando certas 
características de toda uma complexidade social. A observação não só depende dos 
conceitos para orienta-la, mas também de uma metodologia ou de um procedimento 
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UNIDADE 06 - OS MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO SOCIOLÓGICOS 
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de pesquisa. A riqueza de conceitos corresponde com a riqueza da metodologia, 
ambas tem que caminhar juntas para que ocorra uma observação séria e completa. 
Assim, como vários conceitos guiam a nossa mente para uma análise crítica, a 
metodologia guia os nossos sentidos para uma pesquisa disciplinada e complexa, 
identificando diversos processos da realidade social. A elaboração de técnicas de 
pesquisas vem se intensificando na mesma proporção das formulações teóricas no 
meio sociológico. Atualmente, com a complexidade da vida social e suas 
transformações cada vez mais frequentes, se torna necessário cada vez mais, técnicas e 
métodos que direciona o olhar do sociológico para uma análise concreta e minuciosa, 
resultando em um planejamento eficaz das ações e sucesso nas intervenções. 
Indicadores 
A metodologia científica direciona o olhar do pesquisador para “ver” o que 
realmente existe nos fenômenos sociais. Isso se torna uma ferramenta indispensável 
para a pesquisa social, sendo a sua tarefa, a construção do conhecimento, utilizando 
para isso teorias, ideias e uma boa metodologia de pesquisa. 
Porém, existe uma relação direta entre as ideias e o jeito que é realizado as 
pesquisas na realidade, portanto, a metodologia não pode se equivoca, senão leva ao 
erro e provoca distorções na compreensão dos fenômenos sociais. Para evitar isso, o 
cientista social deverá se valer de indicadores que são elementos perceptíveis nos quais 
os conceitos se materializam, por exemplo, as mudanças de classes sociais no Brasil. 
Para temos uma compreensão profunda sobre esse fato social em nossa sociedade, é 
necessária a presença de indicadores que identifiquem a ascensão ou a queda dessas 
classes. Através desses indicadores, o pesquisador social direciona os seus interesses e 
inquietações e por um conjunto de princípios teóricos, elege certos recortes da 
realidade que indicam certos aspectos de seus estudos. 
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UNIDADE 06 - OS MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO SOCIOLÓGICOS 
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A teoria é fundamental para a idealização e escolhas dos indicadores, pois é ela 
que recorta a realidade, configura os limites do que deverá ser estudado e verifica a 
possibilidade de generalização. Ao formular o problema, os conceitos são traduzidos 
em formas de indicadores que são empiricamente observáveis, desse modo, o exemplo 
sobre a as mudanças de classes sociais, poderá se traduzir por indicadores diferentes, 
dependendo da bagagem teórica do sociólogo. Podem-se criar indicadores sobre a 
base positivista desse assunto, dando, por exemplo,um enfoque maior na questão do 
consumo e distribuição de renda, ou pode-se também analisar esse mesmo fenômeno 
sobre um olhar marxista, explorando o fenômeno por meio da desigualdade social e 
antagonismo de classes. 
A metodologia que permite o sociólogo fazer pesquisas com indicadores são 
análises denominadas de “pesquisas de campo” e significa a mudança de local de 
trabalho, saindo do escritório acadêmico e partindo para o campo onde ocorrem os 
fenômenos sociais. 
Observação 
É classificada como observação, a técnica de pesquisa em que o pesquisador 
orienta-se pela uma metodologia e por ideias e indicadores as quais seleciona e 
determina certos dados da realidade, buscando a explicação, sua origem e suas 
finalidades. A observação é uma importante ferramenta para o trabalho do sociólogo, 
sendo as primeiras investigações com essa ferramenta, foram os relatos dos viajantes 
europeus que observaram profundamente para produzir um relato justo das suas 
viagens. 
Todavia, essas primeiras observações eram simples e informais. Somente com a 
escola funcionalista, a observação ganhou um caráter sistemático e da realização de 
amplos estudos empíricos com base em dados obtidos pelo pesquisador. O 
pesquisador deve ter em mente que, observar não é simplesmente “olhar” para o 
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UNIDADE 06 - OS MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO SOCIOLÓGICOS 
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fenômeno, mas saber separar um fenômeno dos demais fenômenos da realidade. O 
separar tão necessário para uma observação de qualidade, consiste em ver na 
complexa vida social, aquilo é supérfluo e desnecessário daquilo que é essencial e 
determina o rumo dos fatos e fenômenos sociais. 
Sobre as observações sociológicas, podemos destacar três fases que se 
desenvolvem ao longo da pesquisa social, são elas: a primeira fase é a observação 
baseada nos indicadores onde reúne dados considerados importantes, a segunda fase 
da observação é a codificação, os dados são reunidos e classificados e por último, os 
dados são preparados de acordo com sua significância, seguindo uma lógica que 
permite o pesquisador estabelecer uma relação entre eles. 
Observação em massa 
A observação pode ser realizada em um determinado grupo de pessoas, ou 
sobre um determinado evento quando a intenção do pesquisador é estudar um festejo 
ou qualquer acontecimento individual na sociedade, ou ele pode estudar um grande 
número de eventos ou vários grupos de pessoas, observado por vários pesquisadores 
onde trabalham em conjunto para encontrar uma ligação com um determinado 
fenômeno social. Essa observação em grande escala, buscando uma resposta para um 
fato em comum, é denominado de observação em massa. 
Esse tipo de observação foi muito usado na Inglaterra no período da Segunda 
Guerra Mundial, quando vários cientistas sociais sentiram a necessidade de 
compreender as reações populares perante a guerra que o país estava vivendo. Esse 
método se caracteriza através de uma convocação de voluntários que tem a tarefa de 
ver e relatar de modo bem detalhado, as situações específicas, registrando as opiniões 
e declarações dos indivíduos envolvidos nas pesquisas. Nos dias atuais, as pesquisas de 
marketing e as campanhas políticas se utilizam deste método para atingir resultados 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 06 - OS MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO SOCIOLÓGICOS 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
específicos. A diferença de hoje com o passado, é que as tecnologias existentes nos 
dias atuais auxiliam nos processos de codificação e classificação dos resultados. 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
No decorrer desta unidade, vimos alguns métodos utilizados pelos 
pesquisadores e sociólogos para a obtenção dos resultados desejados. A pesquisa 
social é algo muito sério, por isso ela necessita de um rigor método para assegurar que 
os dados não estejam equivocados. Para que isso aconteça, o sociólogo deve treinar o 
seu modo de ver, disciplinando-o para que possa extrair a maior quantidade de dados 
possíveis de um fenômeno. Ele deve também deixar se guiar pelos indicadores que irão 
fornecer base para uma observação sadia. 
Disponibilizo no seguinte link, o livro do Sociólogo Émile Durkheim intitulado “As 
Regras do Método Sociológico (1895)”, onde o pensador procura estabelecer regras para 
uma análise social segura. 
LINK: http://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/durkheim-c3a9-as-regras-
do-mc3a9todo-sociolc3b3gico.pdf 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 07 - AS REVOLUÇÕES BURGUESAS: A REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688 – 1689) 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Nesta unidade analisaremos a Revolução Gloriosa que provocou uma mudança 
no sistema político, mostrando a possibilidade de transformações políticas no antigo 
regime. 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
No período do Antigo Regime inglês (XVI – XVII), a Inglaterra era governada por 
reis absolutistas e a sociedade era dividida em três estados: clero, nobreza e terceiro 
estado. Para cada estado da época, tinha um estatuto jurídico diferente, que garantiam 
os direitos e obrigações a seus componentes. O clero, por exemplo, tinham a obrigação 
que garantir as práticas religiosas e conduzir os fiéis à salvação, a nobreza tinha como 
obrigação, garantir a defesa do Estado, e o terceiro estado era responsável pelo sustendo 
das outras classes sociais, através do trabalho. 
O clero e a nobreza pertenciam a um estado privilegiado, pois essas duas classes 
sociais não pagavam impostos ou tributos, eram julgados por tribunais especiais e 
ocupavam os cargos mais elevados do Estado. Os membros do terceiro estado assumiam 
a responsabilidade de pagar os impostos e sustentar as outras camadas, não desfrutando 
das decisões políticas. Desta forma, o Estado do Antigo Regime, estabelecia 
juridicamente, a desigualdade entre as pessoas, sendo difícil o acesso para outras 
camadas sociais. A lei não era igual para todos porque os seres humanos não eram 
reconhecidos como iguais. 
Essa concepção de desigualdade legal foi bastante discutida por pensadores 
liberais que ganhavam expressão no século XVIII. Segundo eles, os homens nascem iguais 
e, por isso, devem ter direitos fundamentais: à vida, à liberdade, à dignidade, à resistência 
contra a opressão social, entre outros. Com a expansão desses ideais pela Inglaterra, os 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 07 - AS REVOLUÇÕES BURGUESAS: A REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688 – 1689) 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
grupos que compunham o terceiro estado (comerciantes, proprietários rurais, donos de 
manufaturas, entre outros) começaram a se organizar e reivindicar uma sociedade mais 
justa e igualitária. 
John Locke (1632-1704) foi um dos 
principais pensadores liberais do século 
XVII, suas ideias influenciaram fortemente 
as revoluções burguesas, como a 
revolução inglesa. 
(fonte: http://www.iep.utm.edu/locke/ ) 
No século XVII, a dinastia Stuart pretendeu exercer um absolutismo centralizador, 
neste momento, a burguesia que participava do parlamento inglês sentiu-se prejudicada 
e entrou em choque com o poder do rei. Em 1628, o parlamento inglês estabeleceu, por 
meio da Petição de Direitos, que o rei não podia criar impostos, convocar o exercito ou 
prender pessoas sem prévia autorização parlamentar. Com a posse do rei Carlos I, essa 
petição foi suspensa e o parlamento foi fechado, realizando também a perseguição aos 
lideres da oposição. A reação dos opositores foi organizar tropas para lutar contra as 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 07 - AS REVOLUÇÕESBURGUESAS: A REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688 – 1689) 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
forças do rei, gerando uma guerra civil. O conflito chega ao fim com a vitória do exercito 
do parlamento e a captura do rei Carlos I, sendo decapitado em 30 de janeiro de 1649. 
Oliver Cromwell que assumiu a liderança das tropas do parlamento instalou na 
Inglaterra o regime republicano, comandando o país de 1649 a 1658. Após sua morte 
(1658), seu filho, Ricardo, assume o poder, dando, continuidade ao governo republicano. 
Ricardo não tinha virtudes políticas, por isso o parlamento decidiu restaurar a dinastia 
Stuart, convidando Carlos II a assumir o trono britânico. A restauração só foi possível, 
pois o parlamento definiu os limites do poder monárquico, sendo o poder do rei 
subordinado ao poder do parlamento. A restauração monárquica estendeu do reinado 
de Carlos I ao reinado de Jaime II (1685 – 1688), em seu reinado, Jaime II tentou 
restabelecer o absolutismo, surgindo novos conflitos. Temendo a volta do absolutismo, 
a maioria do parlamento decidiu tirar do poder o rei e fizeram um acordo com o príncipe 
Holandês Guilherme de Orange que assumiria o trono inglês com a condição de que 
respeitasse os poderes do parlamento. As lutas entre as forças de Guilherme e as tropas 
de Jaime II ficaram conhecidas como Revolução Gloriosa (1688 – 1689) que resultou na 
queda do monarca inglês. 
Com Guilherme de Orange no trono, a burguesia 
garantia a segurança da revolução, limitando os 
poderes do rei e fortalecendo o parlamento. 
 (fonte: http://www.infoescola.com/historia/revolucao-
gloriosa/) 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 07 - AS REVOLUÇÕES BURGUESAS: A REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688 – 1689) 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
Com Guilherme no trono, a Declaração de Direitos foi assinada, na qual garantia 
a limitação dos poderes do trono e a governança do parlamento. O rei não podia mais 
aumentar impostos sem a autorização do parlamento, a lei passa a ter uma força maior 
que a vontade do rei. O absolutismo inglês chega ao fim. Após a revolução, a Inglaterra 
que passa a exercer uma monarquia parlamentar, garante os direitos dos cidadãos de 
todas as classes, tornando costume falarem que “o rei reina, mas não governa”. 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Com a revolução realizada pelo parlamento inglês, a Inglaterra passa a ter mais 
liberdade de expressão, religiosa e política. Embora a igreja Anglicana ainda 
predominasse no país, o culto de outras religiões era permitido. A tolerância religiosa foi 
acompanhada por uma maior liberdade de expressão política e filosófica, essa liberdade 
de expressão fez que o novo regime fosse admirado no século XVIII por intelectuais de 
várias regiões da Europa. 
O liberalismo contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento da 
revolução, tanto na parte política como na esfera econômica, as ideias liberais moldaram 
o pensamento da população inglesa, que lutavam por mais direitos, liberdade e
igualdade entre os membros da sociedade.
No link a seguir, está disponível um vídeo aula sobre a revolução inglesa ocorrida 
no século XVII, está disponível também outro vídeo aula sobre o filósofo John Locke e o 
liberalismo desenvolvimento por ele. 
LINK (Revolução Inglesa): http://www.youtube.com/watch?v=xvvl2BEm4Bo 
LINK (Liberalismo): http://www.youtube.com/watch?v=gm6KXopFx5o 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 08 - AS REVOLUÇÕES BURGUESAS: A REVOLUÇÃO FRANCESA (1688 – 1689) 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Nesta unidade analisaremos a Revolução Francesa que provocaram uma 
mudança no modo da relação de produção, derrubando uma classe social (aristocracia) 
e criando uma nova classe social (burguesia). 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
A Revolução Francesa ocorre em 1789 e deve ser entendida como uma 
revolução política, resultante das contradições entre uma nova classe social - a 
burguesia – que se desenvolvia econômica, social, política e culturalmente e uma classe 
econômica, social, política e culturalmente contrárias àquele desenvolvimento – a 
nobreza. Esta por sua vez, explorava a burguesia como o campesinato, que, juntos, 
arcavam com a maioria dos impostos e do trabalho da sociedade francesa, sem falar no 
clero, também proprietário de terras e de privilégios tributários e fiscais sobre os 
camponeses e outros sobre a sociedade francesa. 
De fato, a Revolução Francesa sanciona política e juridicamente os interesses da 
burguesia e alguns dos interesses dos camponeses ao eliminar os privilégios da 
nobreza e do clero francês. A burguesia, com base nas ideias iluministas que defendiam 
a utilização da razão na pesquisa, na análise e na interpretação dos fenômenos sociais e 
naturais conduziu suas ações e expressou seus interesses na trilogia liberdade, 
igualdade e fraternidade. Liberdade de comércio, de pensamento, de expressão de 
religião; igualdade de direitos e deveres cujo princípio fundamental era (e é) "os 
homens nascem livres e permanecem iguais em direitos e obrigações" (princípios da 
“Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” – promulgada em 26 de agosto de 
1789). Princípios esses que regem até hoje as constituições democráticas e liberais 
como a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, nossa atual Carta 
Magna. 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 08 - AS REVOLUÇÕES BURGUESAS: A REVOLUÇÃO FRANCESA (1688 – 1689) 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
Leia alguns artigos da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” 
promulgada no início da Revolução Francesa, em 26/08/1789: 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão 
I – Os homens nascem e permanecem livres e iguais perante a lei; 
II – A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e 
imprescritíveis do homem; esses direitos são: a liberdade, a propriedade, a segurança e 
a resistência à opressão. 
(...) 
IV – A liberdade consiste em fazer tudo que não perturbe a outrem. 
(...) 
VI – A lei é a expressão da vontade geral (...); deve ser a mesma para todos, seja 
protegendo-os, seja punindo-os. (...) 
VIII – Ninguém pode ser acusado, preso, nem detido, senão nos casos determinados 
pela lei, e segundo as formas por ela prescritas (...). 
IX – Todo homem é presumido inocente, até que tenha sido declarado culpado e se for 
indispensável será preso, mas todo rigor que não for necessário contra sua pessoa deve 
ser severamente reprimido pela lei. 
X – Ninguém seve ser inquietado pelas suas opiniões, mesmo religiosas, desde que as 
suas manifestações não prejudiquem a ordem pública estabelecida pela lei, 
XI – a livre comunicação das opiniões e dos pensamentos é um dos direitos mais 
preciosos do homem; todo cidadão pode então falar, escrever, imprimir livremente (...) 
(Fragmento extraído de: SERIACOPI, Gislane Campos Azevedo e SERIACOPI, Reinaldo. 
História: volume único. 1º ed. São Paulo: Ática, 2005, p.254) 
Sobre esse tão importante documento, leia o que afirmou o historiador Eric 
Hobsbawm e reflita sobre o conteúdo desse fragmento, especialmente, em relação à 
expressão “sociedade democrática e igualitária”: 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 08 - AS REVOLUÇÕES BURGUESAS: A REVOLUÇÃO FRANCESA (1688 – 1689) 
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A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão teria grande repercussão no 
mundo inteiro. “Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica de 
privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e 
igualitária”. ‘Os homens nascem e vivem livres e iguais perante as leis, dizia oseu 
primeiro artigo; mas ela também prevê a existência de distinções sociais, ainda que 
‘somente no terreno da utilidade comum’. A propriedade privada era um direito 
natural, sagrado, inalienável e inviolável. (HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. Rio de 
Janeiro, Paz e Terra, 1977, p. 77) 
A Revolução Industrial em todas as suas fases, bem como a Revolução Francesa 
provocaram inúmeras transformações não apenas políticas e econômicas, mas também 
geraram inúmeros impactos sociais, dando origem à novas “questões sociais”, que 
levaram pensadores como Comte, Durkheim e Marx a investigarem tais questões e 
problemas. Mas, antes de passarmos ao pensamento sociológicos desses autores, 
leiamos o trecho abaixo no qual o historiador Eric Hobsbawm apresenta uma 
interessante análise da Revolução Industrial e da Revolução Francesa e de seus 
respectivos impactos sobre a Europa e o mundo. 
A Grã-Bretanha forneceu o modelo para as ferrovias e fábricas, o explosivo econômico 
que rompeu com as estruturas tradicionais do mundo não-europeu; mas foi a França 
que fez suas revoluções e elas deu suas ideias a ponto de bandeiras tricolores de um 
tipo ou de outro terem-se tornado emblema de praticamente todas as nações 
emergentes, e a política europeia (ou mesmo mundial) entre 1789 e 1917 foi em grande 
parte a luta a favor e contra os princípios de 1789, ou os ainda mais incendiários de 
1793. A França forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical-
democrática para a maior parte do mundo. A França deu o primeiro grande exemplo, o 
conceito e o vocabulário do nacionalismo. A França forneceu os códigos legais, o 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 08 - AS REVOLUÇÕES BURGUESAS: A REVOLUÇÃO FRANCESA (1688 – 1689) 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
modelo de organização técnica e científica e o sistema métrico de medidas para a 
maioria dos países. (HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 
1977, p.71) 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
A Revolução Francesa foi essencial para a formação do pensamento moderno, 
principalmente para a formação do pensamento sociológico. Com o advento da nova 
classe que se emergia socialmente, houve uma transformação ideológica da sociedade 
que via a ciência para conhecimento positivo e progressista da humanidade, uma 
transformação econômica onde coloca o capitalismo como base das relações 
econômicas, criando uma nova forma de se relacionar economicamente e também uma 
transformação material das cidades, inchando-as com a vinda dos camponeses. 
Para Comte e Durkheim, as revoluções, em geral, e a Revolução Francesa, em particular, 
são nefastas, pois trazem caos, desorganização, turbulências sociais e políticas que 
prejudicam o funcionamento regular e harmônico da vida social, entendida por eles 
como um corpo, um organismo social. 
Para Marx, a Revolução Francesa confirma sua tese, segundo a qual o motor da 
história é o choque dialético entre as forças produtivas em desenvolvimento e as 
relações sociais de produção arcaicas que entravavam aquele desenvolvimento. Mas 
não antecipemos demais o assunto que retomaremos em outras unidades. Finalmente, 
outro conjunto de revoluções francesas, com outras motivações, como as jornadas de 
1830 e de 1848, em que o elemento socialista começará a aparecer nas insurreições do 
proletariado, e a primeira, apesar de curta, experiência de tomada de poder e a 
constituição de um governo operário na história mundial, a Comuna de Paris de 1871, 
estaria no horizonte intelectual, reflexivo e crítico de Marx. 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 08 - AS REVOLUÇÕES BURGUESAS: A REVOLUÇÃO FRANCESA (1688 – 1689) 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
No primeiro link a seguir, está disponível um documentário produzido pelo canal 
History Channel sobre a revolução francesa. No segundo link, segue um artigo 
produzido pelo pesquisador Michel Vovelle sobre a revolução e seu eco na 
modernidade e contemporaneidade. 
1°LINK: http://www.youtube.com/watch?v=xpiAQRqVZtQ 
2°LINK: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010340141989000200003&script=sci_arttext&tlng
=es 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 09 - AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Caracterizar as revoluções industriais europeias dos séculos XVIII e XIX; 
Nesta unidade compreenderemos a importância das revoluções industriais para 
a elaboração do pensamento sociológico científico, apontando as principais mudanças 
engendradas pela sociedade industrial burguesa capitalista que se consolidava, 
sobretudo, na Europa. 
Para tanto, traçaremos um breve quadro histórico que caracterizem as principais 
transformações econômico-sociais e políticas e técnicas, no caso das revoluções 
industriais. 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
As Revoluções Industriais nos séculos XVIII e XIX 
As Revoluções Inglesas do século XVII, as Revoluções Francesas dos séculos XVIII 
e XIX e as Revoluções Industriais dos séculos XVIII e XIX inauguram e, depois, 
consolidam uma nova forma de organização social, econômica, política e cultural: a 
sociedade europeia capitalista burguesa e liberal, que, a partir do século XVIII inicia seu 
processo de industrialização. Processo esse não uniforme, posto que ocorresse em 
épocas diferentes e em lugares diferentes. De qualquer forma, a Inglaterra e França 
foram as pioneiras nesse processo, seguidas, depois, pela Holanda, Bélgica, Itália e 
Alemanha e, fora da Europa, o Japão e os Estados Unidos da América. 
A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra a partir de meados do 
século XVIII. Para que ela fosse possível, diversos fatores econômicos, sociais, políticos, 
naturais e técnicos precisaram estar disponíveis. Dinheiro que foi aplicado na 
construção de indústrias nascentes (de têxteis, de cerâmicas e de metalurgia), minas de 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 09 - AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
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carvão mineral, minério de ferro, leis parlamentares que regularam os cercados dos 
campos permitindo a liberação de mão-de-obra para o trabalho nas indústrias e, ainda, 
inventos técnicos como a máquina a vapor empregada em minas e industrias têxteis. 
[...] A agricultura já estava preparada para levar a termo suas três 
funções fundamentais numa era de industrialização: aumentar a 
produção e a produtividade de modo a alimentar uma população 
não agrícola em rápido crescimento; fornecer um grande e 
crescente excedentes de recrutas em potencial para as cidades e 
as indústrias; fornecer um mecanismo para o acúmulo de capital 
a ser usado nos setores mais modernos da economia [...]. 
(HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. Rio de Janeiro, Paz e 
Terra, 1977) 
A Segunda Revolução Industrial, além a Inglaterra, ocorreu na França, Alemanha e 
Itália que se unificaram, na Bélgica, na Holanda e, fora do continente europeu, no Japão 
e nos Estados Unidos da América, a partir de meados do século XIX. Desenvolveram 
novas fontes de energia, luz e calor, utilizando a eletricidade e o petróleo como forças 
motrizes, novas indústrias na área química e de materiais, o aço, e produziram diversos 
novos inventos. Além dessas diferenças, a Segunda Revolução Industrial teve um 
caráter técnico-científico (tecnológico), pois aplicou a ciência à indústria, permitindo 
uma nova etapa no processo produtivo. 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 09 - AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX 
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A revolução industrial no século XIX transformou as cidades em grandes centros 
industriais, provocando graves mudanças estruturais e sociais.(fábrica da Lever Brothers 
– século XIX). (Fonte: http://www.unilever.com.br/aboutus/unilever_no_brasil/unilevernobrasi.aspx )
A Revolução Industrial alterou as formas de produção e as relações de trabalho, 
originando o sistema fabril de produção. Abaixo você lerá um texto que mostra a 
evolução das formas de trabalho: 
1. Sistema fabril: os membros de uma família produzem artigos para o seu
consumo, e não pra venda. O trabalho não se fazia com o objetivo de atender
ao mercado. Princípio da Idade Média.
2. Sistema de corporações: produção realizada por mestres artesãos
independentes, com dois ou três empregados, para o mercado, pequeno e
estável. Os trabalhadores eram donos tanto da matéria-prima que utilizavam
como das ferramentas com que trabalhavam. Não vendiam o trabalho, mas o
produto do trabalho. Durante toda a Idade Média.
3. Sistema doméstico: produção realizada em cada para um mercado em
crescimento, pelo mestre-artesão com ajudantes, tal como no sistema de
corporações. Com uma diferença importante: os mestres já não eram
independentes: tinham ainda a propriedade dos instrumentos de trabalho, mas,
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 09 - AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX 
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dependiam, para a matéria-prima, de um empreendedor que surgira entre eles e 
o consumidor. Passaram a serem simplesmente tarefeiros assalariados. Do
século XVI ao XVIII.
4. Sistema fabril: produção para um mercado cada vez maior e oscilante, realizada
fora de casa sob uma rigorosa supervisão. Os trabalhadores perderam
completamente sua independência. Não possuem a matéria-prima, como
ocorria no sistema de corporações, nem os instrumentos, tal como no sistema
doméstico. A habilidade deixou de ser tão importante como antes, devido ao
maior uso da maquia, o capital tornou-se mais necessário do que nunca. Do
século XIX até hoje.
(HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro, Zahar, 1979, p. 125-
126) 
No sistema fabril e, posteriormente no sistema industrial propriamente dito, a 
especialização do trabalhador, bem como o controle sobre o tempo da produção, eram 
pré-requisitos básicos para a obtenção de uma produtividade cuja qualidade tivesse um 
padrão definido e cujo tempo fosse o mínimo possível – era a aplicação da máxima 
“Tempo é Dinheiro”! 
Foi a partir da Revolução Industrial que surgiram as grandes companhias 
internacionais e as grandes multinacionais, dando origem às novas formas de 
concentração de capital e de controle sobre a produção e circulação das mercadorias. 
Era o que muitos autores denominam a fase “imperialista” do capitalismo em seus 
momentos, respectivamente colonialista e neocolonialista dos séculos XIX e XX. 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 09 - AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
A Revolução Industrial trouxe grandes impactos para a vida social, sobretudo, na 
vida do proletariado (trabalhadores). Todos trabalhavam inclusive crianças, mulheres, 
idosas e os homens com suas famílias numerosas, moradias em lugares pequenos, 
próximos ao local de trabalho, com sua alimentação básica (sopas, pão), salários 
baixíssimos, com poucas formas de sociabilidade e de lazer, basicamente as festas 
coletivas na praça da cidade. Sobram problemas sociais como o alcoolismo, a 
prostituição, o desemprego, mortes por acidentes de trabalho, a fome, a mendicância e 
também algumas formas de resistência como a organização dos trabalhadores em 
sindicatos e as greves que eram bastante comuns. 
No link seguir, está disponível o filme Tempos Modernos (1936), do diretor a 
ator Charles Chaplin, onde mostra o cotidiano das fábricas do fim do século XIX e inicio 
do século XX. 
LINK: http://www.youtube.com/watch?v=0gY0JR6s38g 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA 
UNIDADE 10 - DAWINISMO 
SOCIAL Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: 
Compreender o fenômeno do Darwinismo social e seus reflexos no século XIX. 
Nesta unidade analisaremos o Darwinismo social que provocou o avanço da 
industrialização em países subdesenvolvidos, levando uma ideologia capitalista para 
povos tribais, reorganizando-os, para que isso pudesse acontecer, eram necessários 
estudos sociais daqueles povos, os investimentos em estudos sociais foram bastante 
significativos para a sociologia que ainda não tinha se consolidado como uma ciência 
da sociedade. 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
A expansão da indústria, resultado das revoluções burguesas e industriais, trouxe 
um amadurecimento do capitalismo e estabeleceu bases industriais de produção, 
todavia com todo esse avanço europeu, um novo problema surge, a economia passa 
por um crescimento do mercado que não obedece ao ritmo de implantação da 
indústria, ocasionando em crises de superprodução. Esse problema leva a milhares de 
falências de pequenas indústrias e negócios, as empresas sobreviventes se unem, 
disputando entre elas o mercado existente e a livre concorrência. 
Essas empresas começam a se tornar grandes monopólios associados a 
poderosos bancos, que passam a financiar a produção por meio do capital financeiro, 
gerando dívidas crescentes que só poderiam ser pagas com a expansão do mercado e 
da produção. Ultrapassar os limites da Europa era a única saída para garantir a 
sobrevivência dessas indústrias e os lucros desses bancos. Para evitar novas crises, o 
objetivo era investir na expansão e a conquista de novos mercados consumidores. A 
Europa se volta para a conquista de impérios, tendo como principais alvos, a Ásia e a 
África. 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 10 - DAWINISMO SOCIAL 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
Nesses continentes, as empresas podiam obter matéria-prima e mão de obra a 
baixíssimos custos. Existiam também pequenos mercados consumidores e grandes 
áreas para construção de industriais e empresas de serviços, porem houve certa 
resistência dos povos em se adequar aos moldes do capitalismo europeu. Essa 
resistência se dava pelo fato de ambos os povos terem costumes diferentes, religiões 
diferentes, modos de se relacionar diferentes. Assim, tornava-se necessário organizar, 
sob novos moldes, as nações que conquistavam, para que possa tornar possível a 
racionalização do trabalho e sua exploração e criar consumidores para seus produtos. 
A “partilha do mundo” (1870-1914) 
(fonte: http://historiacsd.blogspot.com.br/2011/11/imperialismo-neocolonialismo-
partilha.html ) 
Essa exploração tinha que ultrapassar o caráter egoísta das grandes empresas 
para que se ganhem prestígios, por isso essas grandes empresas assumiram uma 
imagem humanitária que ocultava a ação violenta da ação colonizadora e transformava 
em “missão civilizadora”. Essa “civilização” que era oferecida, mesmo contra a vontade 
dos nativos, era para elevar essas nações do seu estado primitivo a um nível mais 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 10 - DAWINISMO SOCIAL 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
desenvolvido. Tal argumento baseava-se na ideia inquestionável que a civilização 
europeia era o auge de modernidade e desenvolvimento. 
Essa forma de pensar apoiava-se em modelos teóricos desenvolvidos pelas 
ciências naturais, principalmente pelo modelo teórico desenvolvido pelo cientista inglês 
Charles Darwin (1809 – 1882), que explica a evolução biológica das espécies animais.Segundo o biólogo, a seleção natural pressiona as espécies no sentido da sua 
adaptação ao ambiente, obrigando-a a se transformar continuamente com a finalidade 
de se aperfeiçoar e garantir a sobrevivência. Vários políticos e cientistas leram essa tese 
e consideraram como uma explicação teleológica das espécies. Tais ideias levadas para 
o âmbito social resultaram no darwinismo social, partindo do principio do qual as
sociedades se modificam e se desenvolvem de forma semelhante, e que as passagens
sempre representam a saída de um estágio inferior para um superior, sendo a missão
dos “superiores” ajudarem os “inferiores” a saírem de seu atual estado.
Os cientistas sociais da época viam os continentes asiáticos e africanos como 
“fosseis vivos”, exemplares do passado primitivo da humanidade. Assim, as sociedades 
menos tecnológicas deveriam evoluir em direção ao nível mais complexo, onde se 
encontra a sociedade europeia do século XIX. 
BUSCANDO O CONHECMENTO 
 A utilização de conceitos das áreas biológicas e naturais para os estudos das 
sociedades trouxeram certas interpretações errôneas no campo social, ocasionando 
ações preconceituosas, frutos de interesses particulares. O caráter cultural é 
brutalmente negando pelas essas primeiras escolas sociológicas. Os princípios naturais 
são aplicados em formas de vidas completamente naturais, sem qualquer relação com 
o artifício, ou seja, mesmo as sociedades mais “primitivas” não podem ser julgadas por
princípios de evolução natural, pois já existe uma separação com a natureza.
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 10 - DAWINISMO SOCIAL 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
 A complexidade da cultura humana tem limitado cada vez mais a seleção 
natural como princípio de compreensão da realidade. A adaptação do homem nos mais 
variados ambiente denuncia o grau de relatividade das teorias evolutivas. 
A teoria da evolução natural trouxe fundamentos para teorias sociais, como por 
exemplo, as evoluções das sociedades. 
(fonte: http://guides.wikinut.com/img/2gxor5p1-4s0kktn/Charles-Darwin!) 
No link a seguir, está disponível um artigo dos pesquisadores brasileiros André 
Strauss e Ricardo Waizbort sobre o darwinismo social. No artigo, os pesquisadores 
fazem uma crítica à concepção de darwinismo social de outro pesquisador brasileiro. 
LINK: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010269092008000300009 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA 
UNIDADE 11 - O 
ORGANICISMO Cláudia de 
Carvalho Cosmo Rodrigo Davi 
Almeida 
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: 
Entender os pressupostos e funcionamento da escola sociológica organicista. 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Com o desenvolvimento da teoria do darwinismo social, a sociologia se 
interessava cada vez mais pelos estudos biológicos e naturais e sua representação no 
campo social. Surgiu então a escola organicista, que teve diversos seguidores dentre 
eles, cientistas que procuravam aplicar princípios naturais em fenômenos sociais. 
Um exemplo desses cientistas foi o alemão Albert Schäffle (1831-1903) que 
desenvolveu a teoria dos “tecidos sociais”, identificando a multiplicidade social com 
conceitos do campo da biologia. Porém, o cientista social que mais representou o 
organicismo foi o filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903) que investigou a evolução 
da espécie humana fazendo um paralelo com a evolução da sociedade que seria a 
evolução coletiva do homem. Para o cientista social, existe uma lei que explicaria o 
desenvolvimento de todos os seres vivos, inclusive o próprio homem sendo os 
princípios da biologia aplicáveis a todos, por isso a importância de compreender a 
biologia para entender a sociedade. 
Spencer e outros cientistas da época acreditavam que existem caracteres 
universais presentes nos mais vários organismos vivos regidos sob um sistema cuja 
função essencial é a da preservação do todo social. Isso quer dizer que, em todas as 
formas de viva existentes na terra, existe uma lei que os pressionam para manter a 
preservação da espécie, isso é visível claramente em colmeias ou em alcateias e com o 
ser humano não seria diferente, eles se organizam para se preservar e perpetuar a sua 
espécie. Assim, os cientistas organicistas procuravam criar uma identidade entre as leis 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 11 - O ORGANICISMO 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
biológicas e sociais, fazendo um paralelo como sendo uma pertencente à outra, dando 
um caráter universal ao estudo. 
Porém, essa análise universal nega a contribuição histórica dos povos no 
processo de organização social, as especificidades de cada cultura são ignoradas em 
prol da análise de uma lei universal existentes nas sociedades. O objetivo é estabelecer 
leis de evolução em que diversas sociedades humanas são tratadas como espécies: 
O evolucionismo, velho compadre do etnocentrismo, não está longe. A atitude 
nesse nível é dupla: primeiramente recensear as sociedades segundo a maior 
ou menor proximidade que o seu tipo de poder mantém com o nosso: em 
seguida afirmar explicitamente ou implicitamente uma continuidade entre 
todas essas formas de poder... Mas, de outra parte é muito forte a tentação de 
continuar a pensar segundo o mesmo esquema e recorre-se a metáforas 
biológicas. Daí o vocabulário: embrionário, nascente, pouco desenvolvido, etc. 
(Clastres apud Cristina Costa, 2005, p.70) 
A teoria organicista não só influenciou análises da sociedade, mas também as 
concepções explicativas da história. Essa concepção dizia que diversas sociedades 
participavam, mesmo inconscientemente, da grande história mundial, todas as 
sociedades estavam unidas por leis universais e todas tinham o mesmo objetivo; a 
evolução. 
Spencer é considerado o pai do “Darwinismo social” 
(fonte:http://en.wikipedia.org/wiki/Herbert_Spencer) 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 11 - O ORGANICISMO 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
A partir dessa ideia desenvolveram-se teorias que admitiam a igualdade entre 
todos os seres humanos em relação às características distintas. O filósofo francês 
Charles Montesquieu (1689-1755) foi um dos primeiros pensadores a entender as 
diferenças existentes entre os povos, todavia, sem deixar de lado a ideia que existe em 
meio a tanta diversidade, um objetivo universal para todos os povos da terra. 
Montesquieu acreditava na existência de uma lei geral na sociedade, semelhante à lei natural. 
(Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/conversas-com-escritores-mortos-montesquieu-fala-
sobre-o-egocentrismo/ ) 
Desde o declínio do império romano, o conceito de história social se 
desenvolveu de forma bastante significativa, cujo motor desse desenvolvimento estaria 
fundamentado em leis gerias e invisíveis. Essas leis estão separadas de eventos 
individuais ao longo da história, até em uma guerra ou ascensão de um rei, essa lei não 
se manifestaria, pois são causas particulares. A lei que rege a história seria igual às leis 
naturais que agem de forma natural, que governa mesmo sem ter consciência dela, seu 
agir e espontâneo e objetivo, abrangendo toda a sociedade guiando-a para o 
progresso. No entanto, essa lei tem também seus defensores, que por acreditar no seu 
valor moral defende ela de qualquer ação que possa prejudicar a ordem natural das 
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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
UNIDADE 11 - O ORGANICISMO 
Cláudia de Carvalho Cosmo 
Rodrigo Davi Almeida 
coisas. O império romano seria o exemplo de decadência por infligir essa lei geral da 
sociedade. 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Diversos outros pensadores estudaram a ideia da sociedade como um

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