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RADIOTERAPIA AULA 2 Aspectos Radiobiológicos: Interações das radiações a nível celular A radiobiologia é considerada a farmacologia da radioterapia, ou seja a área da radioterapia que estuda todos os efeitos causados pela radiação ionizante no organismo. Para a radiação ser considerada ionizante é necessário que a mesma possua uma energia mínima necessária para quebrar a molécula de água e formar radicais livres e estes pelo fato de serem altamente reagentes, interagem com o núcleo da célula levando à morte celular. NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA CITOLOGIA‐ Célula Animal • MEMBRANA‐ LIPO‐PROTEICA • CITOPLASMA‐ IONS DISSOLVIDOS EM SOLUÇÃO AQUOSA, CARBOIDRATOS E PROTEINAS É NO CITOPLASMA QUE SE ENCONTRAM AS ORGANELAS. ORGANELAS‐ TEM FUNÇÕES METABOLICAS DE SÍNTESE E DEGRADAÇÃO DE SUBSTÃNCIAS NÚCLEO‐ COMPOSTO PELA MEMBRANA NUCLEAR(CARIOTECA), NUCLEOLO,CROMATINA E CARIOLINFA. É NESSA REGIÃO QUE ESTÃO AS INFORMAÇÕES GENÉTICAS QUE SERÃO PASSADAS PARA AS CELULAS FILHAS E QUE DÃO ORIGEM A FABRICAÇÃO DE PROTEINAS PELA PROPRIA CÉLULA. CONSTITUIÇÃO, FUNÇÃO E FORMATO DAS CÉLULAS VARIAM DE ACORDO COMO TIPO DE TECIDO QUE ELA FORMARÁ. EX: ADIPÓCITOS‐ SÃO AREDONDADOS E TEM GRANDE PRESENÇA DE GORDURA MIÓCITOS‐ SÃO FUSIFORME E TEM GRANDE PRESENÇA DE PROTEÍNA EPITÉLIO DE REVESTIMENTO SÃO ACHATADAS OU CÚBICAS E TEM GRANDE PRESENÇA DE QUERATINA TODAS AS CÉLULAS DEVEM EM UM MOMENTO DE SUA VIDA PASSAR PELA FASE DA DIVISÃO DANDO ORIGEM A UMA CÉLULA IGUAL A SI MESMA‐ MITOSE. TODA CÉLULA POSSUI UMA PROGRAMAÇÃO DE TEMPO DE VIDA E PARA A ÉPOCA DESSA DIVISÃO, MAS ISSO PODE SER MODIFICADO POR ALGUMA INDUÇÃO EXTERNA OU FALHA, E ISSO PODE DAR ORIGEM A UM TUMOR. CUMPRINDO SUA PROGRAMAÇÃO A CÉLULA SABE QUE DEVE SE DUPLICAR E QUE ASSIM QUE CUMPRIR SEU TEMPO DE VIDA OU FOR LESADA DE ALGUMA FORMA ELA DEVE SE MATAR. APOPTOSE‐ MORTE PROGRAMADA. FASES DA MITOSE PARA PASSAR PELA DUPLICAÇÃO EXATA DE SI MESMA A CÉLULA CUMPRE ETAPAS QUE CHAMAMOS DE FASES DA MITOSE! INTERFASE‐ PROFASE‐METAFASE‐ ANÁFASE‐ TELÓFASE INTERFASE: PRECEDE A DIVISÃO CELULAR É NESSA FASE QUE A CELULA CUMPRE SEUS PAPEIS REALIZA SUAS ESPECIFICAS FUNCÕES! COMO GUARDAR A ORDEM E O NOME DAS FASES DA MITOSE PROMETO A ANA TELEFONAR PRO‐PROFASE MET‐ METAFISE ANA‐ ANAFISE TEL‐ TELEFOFASE INTERFASE • ESSA FASE PE DIVIDIDA EM 3 FAESES • G1‐ ESTA EM FUNÇÃO, MAS NÃO ESTÁ PENSANDO EM SE DIVIDIR. • S‐ SINTESE DE DNA( NESSA FASE A CELULA DUPLICA O MATERIAL GENÉTICO) • G2 – MOMENTO EM QUE A CELULA PRODUZ ENERGIA PARA SE DIVIDIR FASES DA MITOSE PRÓFASE‐ PRIMEIRA FASE, PREPARATÓRIA, CONDENSAÇÃO DA CROMATINA, DESAPARECE O NUCLÉOLO E CARIOTECA, CENTRIOLOS VÃO PARA O OUTRO EXTREMO • METAFASE OS CROMOSSOMOS SE TORNAM MAIS CENTRAL É FORMADA A PLACA EQUATORIAL ANÁFASE Os cromossomos são tracionados para os pólos. O centrômero divide‐se e cada cromossomo que se encontrava duplicado transforma‐se em dois cromossomos, cada um formado por uma única molécula de DNA. • TELÓFASE Cromossomos chegam aos pólos desespiralizando‐se. Os centríolos estão individualizados e desaparece o fuso mitótico. parecem a carioteca e o nucléolo. O citoplasma divide‐se num movimento chamado citocinese. A RADIOSSENSIBILIDADE DE UMA CÉLULA DEPENDE DE QUAL FASE DO CICLO CELULAR ELA SE ENCONTRA. AS FASES DO CICLO MAIS RADIOSSENSIVEIS SÃO: ‐MITOSE ‐PASSAGEM DO FINAL DA G1 PARA INICIO DA S. A FASE DO CICLO CONSIDERADA MAIS RADIORRESISTENTE A ZONA MÉDIA DA FASE S A ZONA TARDIA DA FASE S • Ao interagir com o tecido, a radiação desencadeia uma série de processos físicos, químicos e biológicos que podem determinar diferentes tipos de efeitos dependendo da dose administrada, do fracionamento da dose, do tempo de tratamento e da área irradiada • Ao interagir com o tecido, a radiação desencadeia uma série de processos físicos, químicos e biológicos que podem determinar diferentes tipos de efeitos dependendo da dose administrada, do fracionamento da dose, do tempo de tratamento e da área irradiada • Considerando radiossensíveis às células que são danificadas com baixas doses de radiação, geralmente são grupos celulares com grande proporção de células em fase de duplicação. Como exemplo existem as células das mucosas, células dos linfomas, leucemias, células germinativas, entre outras. Quando a célula é atingida pela radiação ionizante podem acontecer três coisas: Morte Celular ‐ Efeito sofrido tanto pela célula normal quanto a tumoral, embora a tumoral, na maioria das vezes, seja a mais sensível. Dano Subletal ‐ Onde o efeito não foi suficiente para levar à morte da célula, existe a possibilidade de recuperação deste dano e também acontece tanto com as células normais quanto com as tumorais. Nenhum Dano ‐ A radiação passa pela célula sem produzir qualquer efeito. • A radioterapia normalmente é administrada de forma fracionada. Num tratamento convencional realizam‐se em média de 25 a 30 aplicações, uma vez por dia, cinco vezes por semana. Este fracionamento não é realizado de maneira aleatória. Existem motivos para isso: • Ao fracionar o tratamento com doses diárias menores, as células normais que sofreram dano subletal conseguem se recuperar entre uma fração e outra de tratamento. Esta capacidade de recuperação do dano é maior entre as células normais. Desta maneira, quando for realizada a segunda fração, a célula normal que sofreu o dano estará recuperada e o mesmo não acontecerá com a célula tumoral. Para esta, a segunda fração de radioterapia irá contribuir para o acúmulo de danos até levá‐la a morte. • Para que o dano causado pelo radical livre ao DNA da célula se consolide, é muito importante a presença do oxigênio. Assim, os tumores bem oxigenados respondem melhor à radioterapia do que os pouco oxigenados. O tumor possui áreas bem oxigenadas, geralmente localizadas na periferia e áreas com baixo índice de oxigenação que são mais centrais. Quando o tumor recebe o efeito da radioterapia, as células periféricas morrem mais do que as centrais. O intervalo entre uma fração e outra do tratamento permite que o oxigênio que era utilizado por esta célula que morreu seja desviado para as células com baixa concentração de oxigênio. Portanto, numa fração seguinte do tratamento teremos maior número de células oxigenadas, consequentemente mais sensíveis à radiação. • E • Existe um equilíbrio numérico entre as células nas diferentes fases do ciclo celular. Estas fases se diferem em relação à sensibilidade à radiação, ou seja, existem as mais sensíveis e as menos sensíveis. Com uma fração de radioterapia, as células da fase mais sensível morrem mais do que as das outras fases. Ocorre o desequilíbrio numérico que volta a se restabelecer entre uma fração e outra do tratamento. Na próxima fração haverá novamente número maior de células na fase mais sensível do ciclo celular. • À medida que as células do ciclo celular morrem mais, começa a ocorrer o recrutamento de células que se encontravam em repouso. Desta maneira, o fracionamento faz com que as células avancem das fases mais resistentes para as mais sensíveis do ciclo proporcionando um ganho terapêutico. • Todos estes processos mencionados, conhecidos como os 5 "Rs” da radiobiologia (Reparo, Reoxigenação, Redistribuição, Repopulação, Radiossensibilidade), ocorrem de maneira simultânea e em última análise pode‐se afirmar que: o fracionamento contribui para o reparo das células normais que sofreram o dano subletal e para aumentar a sensibilidade do tumor à radiação. • Reparação: refere‐se ao reparo da lesão subletal (onde existe a possibilidade de reparo das fitas de dupla hélice do DNA, ou seja, um dano reversível) que ocorre com maior eficácia nos tecidos normais, uma vez que as células tumorais, de uma forma geral, apresentam maior quantidade de mitoses (reprodução celular) do que as células normais que as geraram, descontrole do ciclo celular e da ativação dos checkpoints para reparo (nas fases G1 e G2 do ciclo celular). Desta forma, o fracionamento oferece condiçõespara otimização do tratamento, ao possibilitar o reparo dos tecidos normais; • Redistribuição: a sensibilidade das células a radiação tem relação com a fase do ciclo celular em que se encontram. Logo após a irradiação, de uma certa forma, as células "congelam" o seu ciclo celular e ativam os checkpoints de reparo. Se este processo não é possível, ocorre a morte celular. Assim, é interessante produzir um dano irreversível quando as células estão nas fases G2 e mitose (fases celular mais sensíveis a radiação). Após um intervalo de tempo, as outras células que se encontravam nas outras fases do ciclo (G1 ou S, por exemplo) voltam a progredir para as fases G2 ou mitose e têm chance de sofrerem um dano irreversível promovido pela radiação devido a nova fração da dose de tratamento que paciente receberá na sequênci • Repopulação: a repopulação refere‐se principalmente a capacidade de crescimento das células tumorais que escaparam da morte radioinduzida. Desta forma, em um departamento de radioterapia (i) paciente não pode faltar as sessões diárias de tratamento e (ii) deve‐se respeitar dose e tempo de tratamento, permitindo assim que novas células tumorais sejam erradicadas, não repopulando a massa tumoral • Reoxigenação: boa parte das células tumorais apresentam a característica de serem pouca oxigenadas (células hipóxicas). A presença do oxigênio (elemento químico altamente reativo) "fixa" os danos promovidos pela radiação através da radiólise da água na macromolécula do DNA. Com isso, ao fracionar a dose de tratamento (i) primeiramente promove a morte celular das células tumorais mais oxigenadas e (ii) permite o reparo dos vasos sanguíneos, os quais irão vascularizar melhor o tumor, ofertando assim mais oxigênio para as células tumorais hipóxicas; • Radiossensibilidade: refere‐se as características celulares de cada tipo de célula, onde temos: capacidade de reparo, programação genética e a expressão de genes e proteínas, por exemplo. Cada tipo de tecido no corpo humano apresenta uma resposta diferente as radiações, seja para o processo de formação da imagem ou tratamento radioterápico. RESPOSTA DOS TECIDO Cada tecido do corpo humano responde de maneira específica à radiação. Essa resposta depende da forma como a radiação é administrada, ou seja, da dose total, da dose por fração, do volume da área irradiada, entre outras. Quando a radioterapia é associada à quimioterapia, espera‐se maior sensibilidade dos tecidos pela maior dificuldade de reparo do dano subletal sofrido pelas células normais.
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