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Fisiologia - Resumo da prova

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
Fisiologia 
FUNÇÃO TUBULAR DOS RINS 
A IMPORTÂNCIA DO RIM 
O sistema renal está relacionado com filtração. Nós 
podemos relacionar outras funções com isso, mas o 
grande mecanismo é a filtração. Ao filtrar, o rim está 
querendo fazer uma depuração. 
Cerca de 20 a 25% do débito cardíaco é destinado para 
o rim, sendo a mesma quantia recebida pela massa 
muscular inteira (20-22%). Estamos colocando boa parte 
do nosso sangue para um único órgão. O rim filtra cerca 
de 180 litros de sangue por dia, que chegam através das 
artérias renais (uma de cada lado). 
ANATOMIA 
Cada rim pesa 120g. Retroperitoneais. 
2 grandes partes: Córtex (parte mais externa. 1-1,5cm) e 
medula (parte mais interna). Ao chegar no rim, tem a 
pelve renal. Junto a pelve, tem a entrada de algumas 
coisas e a saída de outras. 
Hilo: Chega irrigação e sai a drenagem (ex. linfática) 
Córtex: série de estruturas microscópicas importantes. 
 Não têm glomérulos na medula renal. 
 
 Rim: Arteríola aferente, tudo de capilares 
glomerulares (fenestrados), arteríola eferente (boa 
camada muscular), capilares peritubulares. 
 Outros lugares: Arteríola, capilar, vênula, veia. 
Depois de uma arteríola, vamos ter capilar sempre. 
 Camadas de filtração: Capilares, membrana basal, 
podócitos. 
FISIOLOG IA 
Unidade funcional do rim: Néfron (conjunto muito grande 
de células). Cápsula de Bowman, glomérulo, tufo de 
capilares glomerulares, sistema tubular (Túbulo 
Contorcido proximal, alça de Henle – parte 
descendente, ascendente fina, ascendente espessa -
túbulo contorcido distal e ducto coletor). 
 A região cortical é a mais irrigada. 
 Irrigação do hilo vai ser toda direcionada para 
periferia. 
Na cápsula de Bowman vai acontecer essencialmente a 
filtração. 
 Funções dos rins: Filtração (Destaque), reabsorção 
(um dos mecanismos mais importantes de operação 
que o rim vai fazer para realizar suas funções), 
secreção e excreção (1,5-2l). 
 Outras funções: Função endócrina, equilíbrio ácido-
básico, controle da homeostasia de líquidos 
corporais. 
A excreção da urina depende do tamanho da criatura e 
de quanto o indivíduo vai beber de água. 
Se 180 litros de plasma vão estar sendo filtrados, e você 
tem a excreção de cerca de 2l disso? O que que você 
destaca? Reabsorção (Mecanismo de destaque do rim). 
O rim também excreta, mas antes disso tem a secreção. 
Juntando todos esses mecanismos temos o rim 
cumprindo a sua função. 
REVISÃO G ERAL 
Lembrando: os rins são órgãos retroperitoneais. O sangue 
chega até eles através das artérias renais. 
Destacadamente, precisamos saber as partes do rim: 
córtex (parte mais externa) e medula (parte mais 
interna). Chegando no rim, nós vamos ter ali a pelve 
renal, vamos ter a chegada de irrigação e a saída de 
drenagem (na parte do hilo). 
Em fisiologia temos o conceito de unidade funcional. 
Quando eu quero estudar a função de um sistema eu vou 
procurar a menor parte desse sistema, pois essa parte 
consegue me mostrar o que de mais interessante o 
sistema tem a me mostrar. Isso é a unidade funcional que 
pode ser para um sistema muito grande ou muito 
pequena ou um conjunto de coisas. 
Por exemplo, qual é a unidade funcional do sistema 
nervoso? É o neurônio. Qual a unidade funcional do 
sistema muscular? Sarcômero. Qual é a unidade 
funcional do rim? Néfron, que é um conjunto muito 
grande de células. 
DISTRIBU IÇÃO DO SANGUE 
Artéria renal → artéria interlobar → ramo arqueado → 
interlobular → córtex. 
Aí vamos ter uma derivação importante que forma os 
capilares glomerulares, que estão dentro da cápsula de 
Bowman. 
Lá na cápsula de Bowman vai acontecer filtração. Para 
acontecer a filtração é necessário pressão, algo que é 
explicado pelas forças de Starling. Para que esse 
transporte algo para algum lugar é necessário pressão. 
Pense no glomérulo com uma grande cápsula cheia de 
capilares. Para que aconteça uma filtração é necessário 
que um líquido que entra aqui dentro chegue com uma 
determinada pressão. 
O rim funciona às custas de pressão arterial. Se no rim 
não chegar o sangue com pressão média de 60mmHg, 
temos uma tendência de parar o funcionamento renal. 
 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
FORÇAS DE STARL ING 
1. Pressão hidrostática capilar: dentro do vaso. Tenta 
empurrar para fora o líquido ou algo junto com ele. 
2. Pressão oncótica capilar: dentro do vaso. Tenta puxar 
a água de volta. 
3. Pressão hidrostática capsular: interior da cápsula de 
Bowman. Está sendo contrária a saída de líquido ou 
qualquer outra coisa de lá para o interior da cápsula. 
Não existe pressão oncótica capsular (não há filtração 
de proteínas). Se ela existisse, estaria puxando o líquido 
do vaso para lá. 
A filtração então depende exclusivamente da pressão 
hidrostática capsular e o determinante dessa pressão 
hidrostática é a pressão arterial. Quando a pressão 
arterial cai a níveis críticos temos a suspensão das 
funções renais. Por isso que quando o indivíduo está 
ensanguentado nos preocupamos em fazer uma 
reposição volêmica, porque sabemos que esse indivíduo 
pode “trancar os rins”. 
O trauma, o grande queimado (perda de água), a 
vasodilatação excessiva (pode levar ao choque) do 
sistema arterial também podem fazer isso. 
Toda vez que nós pensarmos em pressão, devemos 
pensar que as alterações podem estar sobre controle 
renal. Não é à toa que o rim está preocupado com o 
controle da pressão arterial de várias formas. O rim vai 
operar diversos mecanismos para controlar a pressão 
arterial. 
Pressão arterial é determinada por questões físicas 
(volume sanguíneo. Maior reabsorção de sódio → 
Conservação de mais água → Aumento da pressão) e 
fisiológicas. 
SISTEMA VASCULAR DO RIM 
No tufo de capilares glomerulares, o sistema vascular 
para o sistema renal é: Arteríola aferente (antes do Polo 
arterial) deste capilar, tufo de capilares glomerulares 
(capilares bem diferentes), arteríola eferente. 
Isso é diferente de um leito vascular qualquer, pois em 
outros leitos vamos ter arteríola, capilar, vênula e veia. 
Aqui nós temos arteríola aferente, capilar, arteríola 
eferente, capilares peritubulares. Depois desses capilares 
peritubulares tudo volta normal. Teremos vênula e veia e 
etc. 
O rim tem a propriedade de autocontrole de sua pressão, 
ou seja, a pressão no rim não depende da pressão 
arterial. Ele pode dilatar a arteríola aferente e fazer a 
constrição da eferente, passando a ter um aumento de 
fluxo, aumentando a pressão, e por consequência a 
força hidrostática. 
Pode ser um controle do simpático (externo) ou pelo 
próprio rim. 
Uma das formas de perceber se está mais contraído ou 
relaxado vem em função de absorção e reabsorção de 
sódio e cloro. Se está acontecendo pouca reabsorção e 
absorção de sódio e cloro, deflagro o mecanismo que 
vai levar a contração de eferente e dilatação de 
aferente. Se a absorção tá boa, não precisa. Se eu já 
tiver absorção para além do que deveria, eu faço uma 
alteração contrária, como um meio de controlar a 
pressão aqui dentro e ter melhor a função de filtração. 
APARELHO JU STAG LOMERULAR 
Lá no túbulo contorcido distal, uma parte dele está 
colado com a arteríola aferente, tendo células diferentes 
chamadas de mácula densa, e lá na eferente vamos ter 
células justaglomerulares. A função disso é constituir um 
aparelho justaglomerular para tornar o rim relativamente 
independente no controle da pressão arterial, que vai 
resultar no controle do corpo como um todo. Absorvendo 
mais sódio, conserva água, aumentando a pressão. A 
pressão arterial é determinada por questões físicas e 
fisiológicas. 
FUNÇÃO TUBULAR – FOCO DA AULA 
Como acontece o processo de reabsorção? Nem tudo 
será filtrado. Uma parte do sangue vai passar pelos 
capilares e vai embora. Essa parte que foi emboradaqui 
a pouco vai passar novamente e vamos conseguir filtrar 
essa passagem posteriormente. 
A cápsula de Bowman tem uma abertura por onde sai o 
túbulo contorcido proximal, no qual acontecerá a 
absorção de tudo que nos interessa. Tem coisas que 
foram filtradas simplesmente porque são pequenas 
demais, outras que além disso também porque são 
positivas, e outras que são relativamente grandes, mas 
de carga positiva. 
Nem tudo que é filtrado, será reabsorvido. 
70% dessa reabsorção ocorre no túbulo contorcido 
proximal. A glicose será TODA reabsorvida (se 
conseguimos colocar a glicose adiante, significa que 
conseguimos saturar aquela porção de glicose, 
transportadores que a carreiam, como na DM, onde há 
excreção da glicose). 
Como a glicose é reabsorvida aí? Como a glicose é 
reabsorvida no trato GI? SGTL-1, “s” é de simporte, os dois 
vão no mesmo sentido. Quem vai? 1 mol de sódio + 1 mol 
de glicose. Tenho este corredor como o lúmen do túbulo. 
Forrando o túbulo temos as células epiteliais. Quando se 
falo em reabsorver, algo tem que sair do túbulo, entrar na 
célula epitelial, sair da célula, ir para o interstício, e 
depois cair nos vasos peritubulares. A proteína SGTL 
coloca no interior da célula sódio e glicose. E para sair, 
como é? Não esqueçam nunca mais: Bomba de sódio e 
potássio coloca sódio para o interstício e depois para o 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
vaso. Há um canal de potássio que quando a célula está 
cheia de potássio, o joga para fora. 
O transporte de glicose depende do transporte de sódio, 
mas este só aconteceu por causa da bomba. Isso 
acontece para praticamente tudo. 
Se você pensar nos aminoácidos, é assim que elas são 
reabsorvidas. Ninguém perde aminoácidos (exceto se 
você tiver um excesso de aminoácidos, com o consumo 
de whey, é claro que você fará xixi de aminoácidos). 
70% de todo o sódio que é reabsorvido no nosso 
organismo, é absorvido aí no proximal. 
O sódio é um dos mais importantes cátions que nós temos 
no nosso organismo, sendo o mais importante cátion 
extracelular. Vai entrar para o vaso por meio de 
gradiente de concentração. Na célula eu preciso ter 
uma baixa de sódio, pois se eu tiver na célula uma 
carrada de sódio, ele não vai entrar, não vai conseguir 
vim por simporte. Então esse é um transporte ativo 
secundário. Dá um gradiente de concentração nessa 
célula para entrar sódio. 
Eu preciso zerar o sódio aqui, como é que eu vou zerar? 
Essa bomba precisa estar funcionante na membrana 
basolateral, ao longo de todas as células do sistema 
tubular. Todos os outros transportes dependem disso aí. 
Para fazê-la funcionar é preciso energia. 
O rim não descansa, pois opera muito para fazer a 
reabsorção. 
Absorção de sódio se dá pelo mecanismo de simporte. 
Através dele nós absorvemos várias outras coisas: 
aminoácidos, glicose, bicarbonato. A glicose sai da 
célula através do GLUT 2, como no TGI, 
O rim também vai realizar a troca de sódio por 
hidrogênio. O hidrogênio lá fora pode ser perdido, 
fazendo equilíbrio ácido-base OU podemos reagir com 
o bicarbonato, formando o ácido carbônico, que se 
dissocia depois em CO2 e água no lúmen. O CO2 entra 
na célula e lá reage novamente com a água, formando 
de novo o ácido carbônico, que depois forma de novo 
o bicarbonato. 
Se eu não fizesse isso, perderia o bicarbonato. Por que 
não existe uma bomba para isso? porque de fato 
pensou-se em gastar menos energia. À medida que a 
gente está absorvendo tanto bicarbonato, a carga 
negativa será atribuída apenas ao cloro. 
À medida que a água também vai sendo reabsorvida, eu 
não vou ter o menor problema com a reabsorção de 
cloro já que haverá um gradiente de concentração. Lá 
no final do túbulo contorcido proximal, eu tenho a 
reabsorção massiva de bicarbonato. O filtrado será 
composto pelo cloro, que depois disso com uma pressão 
eletrogênica, há a sua entrada na célula. Na medida 
que as cargas negativas entram, eu vou estabelecer o 
transporte de mais cargas positivas: cálcio, cloro e sódio. 
Quando passamos pelo túbulo contorcido proximal, 
ainda temos alguns solventes e água, e precisamos fazer 
agora a reabsorção de água na alça de Henly. 
Temos a alça descendente ainda funcionante no sentido 
de absorver água. Cada vez que se desce na medula 
temos uma concentração osmolar cada vez menor e aí 
vai acontecer a reabsorção de água. Temos então um 
mecanismo de conservação de água. 
Estamos agora na alça ascendente, e ela é 
praticamente impermeável à água. Nela termos de 
importante uma reabsorção de sódio que nos ajuda a 
reabsorver cloro e potássio. 
No túbulo contorcido distal, mais lá para frente ainda, na 
junção túbulo-ducto coletor, teremos a possibilidade de 
reabsorver água novamente, a partir do hormônio 
antidiurético, que aumentar a expressão de aquaporinas 
(proteína que vai no túbulo puxar a água e colocá-la 
para dentro da célula). Temos ainda a possibilidade de 
reabsorver sódio através da aldosterona, e aí teremos 
uma troca de sódio por potássio. 
Através desse sistema de reabsorção que teremos o 
controle do líquido intracelular, a composição catiônica 
e aniônica dos nossos compartimentos, e também a 
conservação de elementos que nos interessam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
 
 
 
 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
SISTEMA CARDIOVASCULAR: 
CONCEITOS BÁSICOS 
Transporte de calor, gases, nutrientes, metabólitos. Essa 
função de transporte acontece graças a um 
bombeamento (fluxo de sangue). 
 Coração → principal bomba do sistema 
cardiovascular, sendo a bomba muscular outra 
importante bomba desse sistema. 
Artérias são bombas, entretanto veias não são. 
 Artérias → Atreladas a função de bombeamento. 
São vasos de distribuição. Chamadas de vasos de 
condutância. 
 Veias → 2/3 do sangue que circula no nosso 
organismo estará no leito venoso. Isso acontece 
porque os vasos do leito venoso são bastante 
complacentes, ou seja, na medida que eles 
recebem um determinado volume, eles não resistem 
muito a esse volume, mas sim acomodam boa parte 
dele. Então, ao invés de impor uma resistência, eles 
são de certa forma “relaxados” e complacentes. 
Vasos de complacência. 
Complacência é a capacidade de ser permissível. 
 Vênulas → Vasos de comunicação. Permite que 
meios maiores estejam em contato com meios 
menores. 
 Arteríolas → têm uma camada muscular avantajada 
e, por isso, são vasos que podem impor uma 
resistência. Arteríolas e sua continuidade (esfíncter 
pré-capilar) são vasos que, por terem uma camada 
muscular grande, podem, em função de uma 
atuação humoral, endógena ou neural, ter um 
relaxamento ou contração maior, impondo menor 
ou maior resistência à passagem de um fluxo. Vasos 
de resistência. 
O sistema cardiovascular é um meio fechado e a única 
possibilidade de comunicação, onde ocorrerá trocas, é 
pelos capilares. 
 Capilares: São vasos que permitem a troca do meio 
intersticial tanto de saída como de entrada. 
O coração possui 4 câmaras. As valvas separam as 
câmaras superiores das inferiores, e as inferiores das 
estruturas ali adjacentes. 
O coração é uma bomba que tem uma característica 
de funcionamento que permite dividi-la em superior e 
inferior, ou seja, no momento que estiver funcionando em 
cima, embaixo estará desligado. Como também 
podemos visualizá-la em dois lados: o lado esquerdo 
funciona simultaneamente ao lado direito, mas tem 
Não há nenhum momento em que nossas células 
corporais não necessitam do fluxo sanguíneo. A nossa 
necessidade é CONTÍNUA. Ela pode inclusive aumentar, 
mas nunca chega a 0. 
Então nosso fluxo sanguíneo, que vai proporcionar 
transporte, tem que ser um fluxo contínuo. Entretanto, a 
nossa bomba tem um funcionamento INTERMITENTE: ora 
contrai, orarelaxa (quando em cima está contraído, 
embaixo está relaxado, e vice-versa). 
Importância do funcionamento intermitente: 
• O gasto energético é menor 
• O desgaste é menor 
• Promove menos desgaste ao meio vascular (a 
pressão no vaso aumenta e diminui) 
Saindo do VE → artéria aorta, que se ramifica, e tem por 
função promover condutância. O sangue retorna pelas 
veias cavas superior e inferior para o AD. 
Essa circulação é denominada sistêmica ou grande 
circulação. 
Do AD, o sangue vai para o VD, e pelas artérias 
pulmonares chega aos pulmões para que ocorra a 
hematose. 
O sangue retorna pelas veias pulmonares via AE. 
Essa circulação é denominada pulmonar ou pequena 
circulação. 
O parênquima pulmonar e a parte estrutural adjacente a 
ele são nutridas pela circulação SISTÊMICA. 
Em ambas as circulações há leito arterial e leito venoso. 
No indivíduo, essa bomba está funcionando para 
proporcionar um fluxo: o débito cardíaco. O débito 
cardíaco é de aproximadamente 5l em 1 minuto, em um 
indivíduo saudável. Esses 5l passam pro VE e vão para a 
grande circulação (aproximadamente 70ml/batimento). 
O DC é um conceito único tanto para a grande quanto 
para a pequena circulação → circula em ambas a 
MESMA quantidade de sangue. 
Entretanto, algumas coisas vão diferir: 
• No lado esquerdo, a pressão sistólica chegará a 
120mmHg. 
• No lado direito, a pressão não atinge 25mmHg. 
• PA diastólica do lado esquerdo → 80mmHg. 
• PA diastólica do lado direito (pequena circulação) → 
por volta de 5-8mmHg 
CICLO CARDÍACO 
1. FASE ISOVOLUMÉTRICA DIASTÓLICA: antes de os 
ventrículos começarem a se encher. As valvas AV estão 
fechadas. 
2. Abertura das valvas AV 
3. Enchimento rápido do VE 
4. Enchimento lento do VE (quando o ventrículo está mais 
cheio e a diferença de pressão está reduzida) 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
5. Sístole atrial (em situações como exercício, febre, 
aumento de pós carga, essa fase representa muita 
coisa): indica o fechamento das valvas AV. 
6. O ventrículo se prepara para movimentar: ele 
consegue sair da inércia graças a uma contração 
isovolumétrica, que se iguala a uma resistência externa e 
provoca movimento – FASE ISOVOLUMÉTRICA SISTÓLICA 
7. Abertura das valvas semilunares 
8. Ejeção rápida 
9. Ejeção lenta/reduzida 
10. Fechamento das valvas semilunares 
VOLU MES 
Esse volume de sangue que é ejetado para o leito arterial 
durante a sístole é chamado de: volume de ejeção ou 
volume sistólico, ou seja, o volume de sangue que sai do 
coração cada vez que ele se contrai. 
Entretanto, o coração cheio não coloca o sangue que 
chegou para fora por completo, mas sim um 
determinado percentual. 
No interior do VE, no final da sístole, a quantidade de 
sangue que fica é chamada de volume sistólico final (ele 
é visualizado no final da sístole). OBS: NÃO é volume 
residual. 
VS e VSF somados representam a maior quantidade de 
sangue que esteve dentro desse ventrículo. Essa 
quantidade é visualizada no final da diástole → volume 
diastólico final. 
Ventrículo cheio → VDF → coloca para fora o VS → no 
final da sístole sobra o VSF. 
O sangue que está chegando ao coração vem de um 
lado pelas veias cavas, e do outro pelas veias 
pulmonares, ou seja, pelo sistema venoso → retorno 
venoso (TUDO QUE RETORNARÁ, SAIRÁ) 
O ventrículo cheio tem 100ml (VDF). Ao contrair, ejeta 
70ml (VS). O sangue que permanece no coração é de 
30ml (VSF). 
Chegou sangue no coração: 100ml (VDF) → coração 
contrai: 70ml sai (VS) e 30ml fica (VSF) → 70ml retorna ao 
coração (RV). 
Para realizar a ejeção, é necessária uma força que 
consiga colocar esse sangue para fora → 120mmHg para 
ejetar 70ml de sangue no leito arterial. 
O fluxo depende de uma diferença de pressão: o 
coração está realizando uma força para ejetar o sangue, 
mas lá fora existe outra força → 80mmHg. 
Ao fazer uma força de 120mmHg, o coração consegue 
fazer uma ejeção de 70ml, estando do outro lado uma 
força contrária de 80mmHg. 
Se chegarem no coração 90ml de sangue, ele ficará 
com 120ml (90+30) → VDF. 
 
FRANK STARL ING 
Quanto maior o estiramento das fibras do miocárdio até 
um determinado momento, maior será a força de 
contração. 
Dessa forma, esse coração com 120ml fará uma força 
maior que 120mmHg para ejetar o VS de 90ml, já que 
dentro dele tem que permanecer 30ml. 
Maior distensão das fibras do miocárdio → maior força 
de contração → maior o VS. 
Estamos falando de um coração normal, que não 
precisará nem do sistema nervoso para estimular mais 
força: ele por si só terá uma autorregulação. 
Num caso hipotético, por algum motivo a força lá fora 
não é mais de 80mmHg, mas sim de 100mmHg. O 
coração prepara uma força de 120mmHg para fazer a 
contração, mas encontra uma força de 100mmHg. Isso 
com certeza irá alterar o fluxo sanguíneo: ele será menor. 
Digamos que ao invés de sair 70ml, saia 50ml. No 
coração ficará 50ml. Entretanto, chegará 70ml, e dentro 
do coração haverá 120ml de sangue. 
Consequentemente, ocorrerá um maior estiramento das 
fibras do miocárdio para colocar para fora 90ml e 
permanecer com 30ml. Isso acontece em todas as 
pessoas naturalmente. 
Ao carregar uma mala, por exemplo, nós contraímos o 
braço. Os vasos do meu braço serão pressionados e, 
portanto, não passará mais o mesmo fluxo: a resistência 
vascular periférica está aumentando de forma 
mecânica, e não fisiológica. Se a RVP aumentou, a 
pressão diastólica está mais alta (>80mmHg). Meu 
coração que estava fazendo uma força de 120mmHg, 
tentará colocar 70ml para fora e não conseguirá. No 
próximo batimento, ele aumentará a força. 
Portanto, ao aumentar a pós-carga, é necessário que o 
coração realize mais força. 
Embora esses ajustes sejam normais para as questões 
fisiológicas, quando o aumento da pós-carga é mantido 
de forma contínua, impõe ao coração uma forma de 
trabalho que irá somar lesões, causando alterações ao 
desempenho do miocárdio. 
O coração ejeta um volume sistólico contra um meio 
vascular que é um meio elástico. Colocando esse 
volume dentro de um meio elástico, ele irá dilatar, ou 
seja, fazer uma distensão elástica. 
Parando a sístole, as paredes dessas artérias irão retornar 
com força para seu tamanho natural. 
Quando mais distensão houver, mais força contrária fará. 
Os vasos só conseguem se encher porque existe um 
controle do que irá sair, que é a resistência vascular 
periférica. Sem RVP, não adianta o vaso ser elástico. 
Com a RVP, é possível que o vaso se encha mais ou 
menos: seja com o coração trabalhando mais ou menos, 
ou permitindo que saia mais ou menos sangue. 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
Se o vaso é enchido e ele não distende, esse volume 
maior de líquido tende a fazer mais força contra a 
parede. Se essa parede cede por ser elástica, a força de 
dentro será menor. Exemplo: se o coração ejetasse os 
70ml em uma artéria aorta que não fosse elástica, a 
nossa pressão sistólica passaria de 400mmHg. 
Entretanto, por ela ser elástica e acomodar esses 70ml, 
essa pressão não sobe tanto. Essa pressão também não 
chega a 0, por conta da RVP. 
Então, para funcionar corretamente, o sistema 
cardiovascular precisa de: uma bomba, vasos elásticos 
e o terminal de alta resistência. 
À medida que envelhecemos, as paredes das artérias 
enrijecem (ateroscleróticas). A pressão de trabalho no 
leito vascular aumenta, necessitando de mais trabalho 
do coração e causando mais desgaste à parede. 
A RVP tem que ser normal para proporcionar um fluxo. Se 
ela é completamente restrita, ocorre aumento da PA 
diastólica. A PA sistólica também aumenta 
(indiretamente), se não, ao invés de o fluxo ir, ele irá 
retornar, fazendo o movimento contrário. 
 RVP é fator dependente de PA diastólica (o aumento 
da RVP reflete na PAD). 
 Débito cardíaco é fator dependente de PA sistólica 
(ao alterar o DC, a PAS altera diretamente).DETERMINANTES DE PRESSÃO 
• Físicos: complacência/elastância e volume. 
• Fisiológicos: RVP, FC, VS. 
Na sístole, a pressão chega a 120mmHg. Na diástole, a 
pressão cai de 120 para 80mmHg. A pressão passa mais 
tempo mais próxima de níveis mais baixos do que de 
níveis mais altos, pois no ciclo cardíaco, 1/3 do tempo é 
sístole e 2/3 do tempo é diástole. 
Por isso: PAM = PAD + 1/3 (PAS-PAD). O 1/3 da fórmula 
serve para fazer uma correção temporal. 
 
VARIÁVEIS DO FLU XO: 
• Diretamente proporcional à 4º potência do raio. 
• Viscosidade → inversamente proporcional 
• Comprimento do vaso → inversamente proporcional 
Inverso da condutância → resistência 
Derivada da equação de Poiseuille, temos que a 
variação de pressão depende de 2 grandes fatores: 
débito cardíaco e resistência periférica (PA = DC x RVP). 
Os outros fatores são importantes, mas não são 
determinantes!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
MIOCÁRDIO – METABOLISMO E FLUXO 
Dor torácica que piora com o esforço, pode ser artrite, 
pós musculação... então pode ser várias coisas, mas o 
foco no caso de DAC é o coração. 
 
O foco central quando se fala em metabolismo é a 
questão energética. O metabolismo tecidual ou 
metabolismo de um órgão transparece aspectos que são 
de ordem enérgica. Pensando no corpo como um todo, 
o nosso organismo é predominantemente aeróbio (uso 
de oxigênio). Mitocôndria, oxigênio, citocromos, 
carnitina, ciclo de Krebs, oxigênio (comburente). 
 
O consumo de O2 numa situação de repouso, se não 
variar o que está fazendo, as medições ao longo do 
tempo mostrarão que o consumo de oxigênio se mantém 
“fixo”, com uma faixa muito estreita de variação. Todos 
os seres que chegaram até 2020 sofreram evolução. 
 
As formas que esses seres têm de lidar com as 
adversidades foram muitas e, fez com que cada um 
descobrisse uma certa organização para sobreviver. No 
caso da gente, atrelado a este conceito de 
organização, temos um conceito importante do nosso 
funcionamento, a homeostase. Outros seres, por 
exemplo os repteis, sua temperatura interna varia de 
acordo com a temperatura ambiente, mas os seres 
humanos não, nós temos uma série de dispositivos para 
manter uma constante interna independente da 
adversidade e do que estamos sendo expostos 
(equilíbrio). 
 
No estado de homeostase tudo vai estar em equilíbrio e 
esse equilíbrio tende a ser o mais constante possível. Se 
tiver alguma variação, vai ser sempre dentro de limites 
bem estreitos. 
 
Se contar a frequência cardíaca de um paciente que 
está em repouso você espera encontrar a mesma ou 
números muito próximos de FC se contar 10, 20 vezes. 
Quando a variabilidade é muito alta (ex. 30 batimentos), 
algo deve estar alterado. 
 
Os valores de 60 a 100bpm são considerados normais 
(normocárdicos). Não é normal que um mesmo individuo 
apresente uma variabilidade tão alta. O organismo está 
regulado para tentar manter uma constância do meio 
interno. FC, FR, PH sanguíneo, temperatura corporal, 
secreção de hormônios – indicadores fisiológicos que 
caracterizam uma constante interna. 
 
Nos processos metabólicos, o consumo de oxigênio 
mantém o mesmo valor 3,5ml/kg/min, se o indivíduo não 
alterar sua condição. O consumo de oxigênio está 
atrelado ao metabolismo que tem relação com o gasto 
de energia do indivíduo. Se o gasto de energia não se 
não se modificar não há porque consumir mais O2, então 
seu gasto vai sinalizar trabalho. Se o trabalho celular do 
repouso é sempre o mesmo não há porque ter mudanças 
no consumo de O2. O consumo de O2 vai estar 
intimamente atrelado à demanda metabólica, seja 
trabalho de uma célula, de um órgão, de um tecido... 
 
Quando a gente pensa sobre consumo de oxigênio, 
estamos pensando sobre uma demanda energética com 
maior gasto de energia e maior trabalho. Se 
consumirmos menos oxigênio, estamos trabalhando 
menos. A nossa necessidade de O2 vai impor o que nós 
precisamos fazer em termos de ajuste para suprir isto. 
Demanda e suprimento precisam se equivaler. Na 
medida em que eu faço mais trabalho, preciso de mais 
oxigênio, necessitando de ajustes para que eu tenha 
mais oxigênio. Ex: trato intestinal com alças trabalhando 
mais, com maior gasto de energia em relação ao 
repouso. Por gastar mais energia, nós temos que ofertar 
mais O2 àquela região. 
 
Pensando no corpo como um todo. Se a gente tem uma 
necessidade tecidual aumentada vamos ter que lançar 
mão de alguns ajustes para que aquele tecido receba 
mais oxigênio em função da sua demanda. 
 
FATORES QUE AFETAM A OFERTA DE O2 E 
A REMOÇÃO DE CO2 TECIDUAL 
FLUXO TECIDUAL 
O O2 é transportado de um bombeamento 
cardiovascular, então, em repouso estamos recebendo 
25% do DC no TGI, outro 25% nos músculos como um 
todo, uns 15% no SNC... nessa distribuição quem recebe 
mais o faz por algum motivo, demanda, exceto o rim que 
recebe uma grande quantidade devido a sua função; 
NÚ MERO DE CAPILARES PERFUNDIDOS 
Se eu tenho mais ou menos capilares numa região, vou 
ter a possibilidade de uma oferta maior; 
G RADIENTE DE PO2 ENTRE CAPIL ARES E CÉLUL AS 
O O2 e também o fluxo de CO2 vai em função da 
diferença de pressão. Pensar sobre a relação do 
oxigênio com a hemoglobina e características locais. Se 
uma célula tem pouco O2 em seu interior e passa a ter 
menos ainda do ponto de vista do consumo vai ter uma 
diferença maior de pressão em relação ao meio, vai 
haver um favorecimento da entrega; 
DESVIO DA CU RVA DE DISSOCIAÇÃO OXI -HB 
Algumas características sistêmicas e locais, por exemplo, 
temperatura, PH, concentração de O2 e de CO2, 
favorece ou desfavorece a associação entre a Hb e o O2 
e isso vai interferir no quanto vamos ofertar de oxigênio 
para cada tecido; 
CONCENTRAÇÃO DE HB 
Se aumenta a concentração de hemoglobina, aumenta 
a quantidade de carreadores de oxigênio. 
Independentemente de pensar em tecido X ou órgão X 
afeta o quanto eu vou ofertar de O2 para cada região. 
O coração precisa de uma quantidade X de O2 para o 
seu trabalho que precisa ser ofertado em função do seu 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
próprio trabalho. Se o coração trabalha mais, ele vai 
precisar de mais oxigênio. 
Quanto do oxigênio está circulando no leito arterial de 
fato é utilizado pelas células? A cada 100ml de sangue 
arterial, nós vamos encontrar 20 ml de oxigênio. Nós 
temos 5 litros de sangue, dos quais mais ou menos 1/3 
está no leito arterial e o DC é 5 litros/min. Se eu tenho 20 
ml de oxigênio a cada 100 ml de sangue, em 5L eu vou 
ter 1L de oxigênio circulando ali. 
EXEMPL O 
 Polo arterial: Tá passando 100 ml de sangue, eu vou 
ter 20 ml de O2. 
 Polo venoso: Tá passando os mesmos 100 ml de 
sangue, nele vai ter 15 ml de O2, isso porque o 
consumo de O2 (no repouso) pelas células é de 25%, 
na fisiologia isso é chamado de diferença 
arteriovenosa de oxigênio. 
Diferença arteriovenosa de oxigênio reflete o quanto de 
oxigênio que eu estou utilizando. A diferença é de 25%. 
Do O2 que me é ofertado, 25% eu extraio pra uso. Os 
outros 75% continuam circulando. Se por um motivo 
qualquer nós interrompêssemos o oxigênio para o corpo, 
o O2 que seria consumido era o de reserva. 
Porém, quando se trata do coração, a diferença 
arteriovenosa é de aproximadamente 80%, aqui há 
maior consumo de oxigênio, restando apenas 20% de 
reserva para ser consumido em caso de maior demanda. 
Então diante de um consumo usual tão grande, o que lhe 
resta de reserva pode não resolver a minha vida em 
casos de aumento da demanda. Durante o repouso, o 
miocárdio já extrai muito o oxigênio que do que lhe é 
ofertado e isso vem em função de suas características. 
Para cada célula muscular há 3-4 capilares para irrigá-
la, já no caso da célula do miocárdio,temos de 8-10 
capilares, onde há um aumento da superfície de troca e 
aumento maior da oferta de oxigênio. 
O miocárdio tem uma densidade mitocondrial muito 
maior do que as outras células do nosso organismo, onde 
eu tenho que está extraindo mais O2 para produzir mais 
ATP para o trabalho daquela célula. O miocárdio mesmo 
em repouso já trabalha muito e demanda muito em 
relação ao que lhe é ofertado de oxigênio – extração 
muito elevada. 
Se eu tenho 25% de sangue direcionado para uma 
determinada região e eu preciso de mais O2, existem 2 
grandes coisas que se pode fazer, seja pensando no 
corpo como um todo ou pensando naquela região 
específica: extrair mais O2 e/ou ofertar mais. Ex: como 
um vaso que leva sangue para uma determinada região 
levando certa quantidade de sangue pode se dilatar, 
aumentando seu diâmetro para aumentar o fluxo. 
Geralmente o nosso corpo faz as duas coisas: aumenta a 
extração e a oferta. Isso com a participação do SNC e do 
endócrino, onde vai haver um favorecimento para que 
certa região receba mais O2. 
FUNCIONAMENTO DO MIOCÁRDIO 
O miocárdio depende quase que exclusivamente do 
fluxo sanguíneo para estabelecer a demanda de 
oxigênio sobre ele. Ao falar da redução do fluxo 
sanguíneo em determinada região, podemos pensar 
que isso pode gerar uma isquemia, morte tecidual. No 
caso de quem, no repouso, depende de um fluxo muito 
grande, pensar em obstruções do fluxo, estamos 
pensando inclusive em reduzir a possibilidade de ser 
ajustar frente a uma demanda maior. 
Suprimento de O2 pelo miocárdio + Demanda de O2 
pelo miocárdio → Equilíbrio de O2 de miocárdio 
Aumento da FC → Aumento do trabalho → aumento da 
necessidade de O2 → Aumento do suprimento. 
 
 
Teoricamente vai haver um aumento do suprimento, mas 
é importante lembrar que quando há o aumento da 
frequência cardíaca, o coração faz mais 
sístoles/contração. Durante as sístoles há uma redução 
do suprimento (pode chegar até 0). Os vasos 
subendocárdicos nutrem o miocárdio. À medida que há 
aumento da frequência cardíaca, há aumento do tempo 
total de sístole. Cada uma das sístoles, separadamente, 
tem um tempo menor. 
Todas as vezes que pensarmos em algo que esteja 
proveniente de um trabalho maior do coração, que 
necessita de maior oxigênio e não tem condição de 
receber oxigênio de forma apropriada... 
Por que dar um bloqueador pra dar um indivíduo que 
está infartando? Diminuir a contratilidade do coração → 
diminuir o trabalho → diminuir a demanda de O2. Se eu 
reduzo a frequência cardíaca eu reduzo o quanto de 
oxigênio eu preciso ofertar. 
 
10 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
No momento em que o coração faz sístole ele não 
recebe sangue. No momento da diástole, a pressão que 
está na aorta nutre as coronárias. Na diástole há um 
aumento da pressão da aorta em relação ao ventrículo, 
com isso o sangue tende a voltar para dentro do 
ventrículo. 
As válvulas da valva aorta são como bolsinha que ao se 
encherem, se fecham. Junto a essas válvulas existem os 
orifícios das coronárias, então, quando há o retorno do 
sangue e fechamento das válvulas, através dos orifícios, 
as artérias coronárias se enchem. Então é a pressão 
diastólica a responsável por fazer a irrigação do 
coração. 
Se a pressão estiver alta (pós-carga maior), o coração 
vai estar trabalhando mais. 
Não é só o coração que trabalha como bomba, as 
artérias também fazem esse papel. Como? Com sua 
incrível elasticidade, a pressão que a distende é a 
mesma que a faz voltar, impulsionando o sangue para 
frente. Os órgãos não são nutridos somente porque o 
coração bombeia, mas a irrigação também depende 
das artérias. Então, pensando no coração, ele não é 
responsável por irrigar ele mesmo. 
Então, em caso de aumento da demanda, o aumento de 
extração como uma possibilidade, ofertar mais 
(aumento do fluxo). Mas especificamente no caso do 
miocárdio, há uma dependência quase que exclusiva 
da vasodilatação para que se tenha uma oferta de O2 
maior. 
Estresse da parede: se há um aumento do estresse da 
parede, vai haver um aumento da necessidade de O2. O 
que fazer no caso de um aumento do volume sanguíneo 
que está estressando a parede ventricular? Hipertrofiar! 
Se os óstios das carótidas estiverem obstruídos... Se no 
exame de Doppler de alguma coisa vier que o paciente 
está com 60% de obstrução da A. Descendente Anterior 
fique bastante preocupado... Se o coração precisa de 
vasodilatação, vai ter uma necessidade ainda maior. 
Com 60% de obstrução, os outros 40% não dão conta do 
recado. 
O fluxo depende do raio elevado à 4ª potência. Então se 
há um comprometimento de 60% do fluxo, vai haver um 
comprometimento muito maior. 
Por que a angina? Existem controles extrínsecos, como 
adrenalina, receptores B2 (principais receptores dos 
vasos), a resposta simpática do SNS autonômico – 
noradrenalina; e intrínsecos - fatores metabólicos que 
vão influenciar uma vasodilatação direta ou influenciar 
uma produção de vasodilatadores: potássio – maior no 
meio extracelular quando a célula está trabalhando 
demais, CO2 – célula trabalhando demais, ácido lático – 
quando a célula está solicitando demais do 
metabolismo anaeróbio, adenosina – relacionada não 
diretamente ao metabolismo anaeróbio, aumenta o NO 
que é um vasodilatador... 
A angina pode passar porque você deu um 
vasodilatador potente. À medida que há vasodilatação, 
ele recebe mais oxigênio, e aquilo que induzia a dor vai 
reduzir. A obstrução (menor oferta de oxigênio) leva o 
indivíduo a sentir dor. Não trata a DAC, mas trata o 
principal sintoma, a dor. 
Equivalente circulatório (CEO2): é a relação que se 
estabelece entre o DC e o consumo de oxigênio. Então 
o quanto que o DC vai para determinada região e a partir 
disso o quando se está extraindo de quantidade de O2. 
 
Isso dá mais ou menos o reflexo do quanto se é 
aproveitado em relação ao que de fato está indo para 
aquela região. Esse conceito é um pouco diferente da 
diferença arteriovenosa que mostra de fato o quanto que 
é extraído de O2 do que foi ofertado. Já na CEO2 é 
quanto se extrai de O2 por quanto de sangue do DC que 
foi direcionado para ele. 
Ex.: O rim tem o CEO2 muito alto. Isso porque vai muito do 
DC para o rim e ele extrai muito O2 do sangue. Porém, o 
O2 que ele extrai não é todo para seu uso pessoal, é 
apenas por ser sua função a depender da depuração do 
sangue. 
Ex.: Coração – O CEO2 é baixo, isso porque o suprimento 
de sangue que ele recebe, ele tem mau consumo de O2. 
Então o coração já demanda uma boa quantidade de 
O2 em repouso, se vai trabalhar mais precisa de uma 
quantidade de sangue bem maior. A sua capacidade de 
extração é baixa porque já se extrai muito (80%)... É 
preciso lembrar que para o coração de fato receber a 
quantidade de sangue que ele precisa ele precisa quase 
que exclusivamente do seu poder de dilatação dos 
vasos e essa dilatação tem uma série de fatores que vão 
estar por trás, reduzindo essas possibilidades, agredindo 
os fatores que fazem os vasos do coração dilatar: o 
próprio envelhecimento, HAS, DM, dislipidemia, álcool, 
tabagismo, obesidade, inflamações outras diversas... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
CIRCULAÇÃO PULMONAR 
Importante fazer um comparativo com a circulação 
sistêmica. 
Sempre que a gente imagina a circulação pulmonar, 
qual é o nosso ponto de partida? 
 Via para troca gasosa entre os gases dissolvidos no 
sangue e o ar ventilado nos alvéolos. 
 Sistema de BAIXA PRESSÃO. 
 
Importante para haver uma troca gasosa efetiva. 
Quando é feita uma circulação de mais alta pressão 
(circulação sistêmica), você tem alteração na 
velocidade do fluxo. Na Circulação pulmonar, a 
hemácia tem que passar lentamente, mas numa 
velocidade que permita que ela tenha uma assimilação 
adequada de oxigênio. Se ela passar de umaforma 
muito rápida, não vai ser possível fazer o link entre 
oxigênio e hemácia. 
 
Uma circulação de baixa pressão nos proporciona uma 
velocidade adequada para obtenção de O2. 
 
O nosso coração do lado direito, que vai bombear o 
sangue, vai conseguir fazer isso gerando menor força. É 
resultante de uma força menor de contração ventricular. 
Se nós tivéssemos uma circulação com uma grande 
resistência, nós teríamos que ter uma força de contração 
muito maior. 
 
Se for pra entender uma única coisa da aula hoje, 
entenda que a circulação pulmonar é um sistema de 
BAIXA PRESSÃO!! 
 
Objetivos da aula: Características de uma forma geral, 
resistência (aspecto importante), distribuição, regulação. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
 
Ventrículo direito → Tronco pulmonar → Pulmões → Veias 
pulmonares → Átrio esquerdo → Ventrículo esquerdo → 
Circulação sistêmica → Átrio direito → Ventrículo direito. 
PEQUENA CIRCULAÇÃO (PULMONAR) 
Envolvimento do VD, que emite o fluxo de 5l/min para o 
tronco pulmonar (artéria pulmonar). Esse fluxo é 
direcionado para os pulmões, que volta pela parte 
venosa da circulação até chegar no AE. A pequena 
circulação (trajeto pequeno) é uma circulação enorme. 
No pulmão, a gente tem uma superfície de troca de mais 
ou menos 70m² - tamanho de uma quadra de tênis (entre 
capilar e alvéolo). Quando a gente tem uma área de 
superfície tão grande assim, isso nos proporciona uma 
menor velocidade de fluxo (proporciona uma melhor 
passagem da hemácia pelo capilar). Vamos ter uma 
hemácia por segundo passando pelo capilar. Entre o 
polo venoso até o polo arterial a nível do pulmão, nós 
vamos ter uma hemácia passando. O tempo de 
passagem da hemácia tem um link com o O2 da forma 
que deve, proporcionando uma boa saturação. 
Todas às vezes que a gente falar da pequena 
circulação, a gente tem que lembrar da malha de 
alvéolos, que ocasiona a troca gasosa. É importante 
lembrar também da baixa resistência. 
GRANDE CIRCULAÇÃO (SISTÊMICA) 
Sistema arterial. Presença de uma bomba de 
funcionamento intermitente (VE, ductos elásticos 
(artérias) e um terminal de alta resistência (arteríolas). 
Uma continuidade das arteríolas para o capilar é o 
esfíncter pré-capilar. 
Nós temos uma rede atrial com uma boa massa muscular 
(uma vez mais constricta ou relaxada proporciona uma 
relação da resistência periférica). 
 
 
Pequena circulação: 
- Não temos essa massa muscular tão grossa quanto é a 
massa muscular das arteríolas e dos esfíncteres pré-
capilares na circulação sistêmica. Pelo contrário, nós 
vamos ter todo o leito vascular bem delgado, 
principalmente as arteríolas. 
- Comparando com a grande circulação, a gente não 
tem tanta arteríola assim. Nós vamos ter um 
complementar dos menores vasos arteriais até chegar 
ao capilar, com um pouco mais de músculo, mas nada 
que imponha tanta resistência. 
- Grande área de troca e musculatura menor. 
- Baixa resistência. 
VASCULATURA PULMONAR (99%) 
Temos na circulação pulmonar um fluxo de mais ou 
menos 5 litros por minuto, que não vai ser diferente do 
 
12 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
fluxo do lado esquerdo. Do lado esquerdo, o VE vai fazer 
um bombeamento de 5l/min, e o lado direito também. 
O que a gente chama de circulação pulmonar? 
Circulação pulmonar ou pequena circulação, a gente 
tem apenas, exclusivamente, sangue que vai ser 
direcionado para os pulmões, para fazer a troca gasosa 
(vai pela musculatura pulmonar) e, a depender da 
literatura, ter a participação da vasculatura 
traqueobrônquica. 
 
Circulação que leva o sangue venoso até o pulmão para 
ter troca gasosa. 
 
VASCULATURA TRAQUEOBRÔNQUICA (1%) 
Termo mais apropriado. Não está diretamente 
relacionada a circulação pulmonar. 
Para os pulmões, nós temos o direcionamento para 2 
tipos de vasculatura: Pulmonar (que nos leva o sangue 
da circulação pulmonar) e a traqueobrônquica (que 
não é da circulação. Faz parte da grande circulação 
que é responsável por se direcionar para a pequena 
circulação para que a gente possa fazer a nutrição das 
estruturas pulmonares (árvore traqueobrônquica, 
alvéolos...) 
 
 
Bronquíolo terminal → 
bronquíolo respiratório → Ductos 
alveolares → Alvéolos. 
- 70m² de superfície de troca 
gasosa→ relação entre os 
alvéolos e uma rede de 
capilares que está por sobre 
esses alvéolos. 
 
- No capilar, a gente 
tem somente o 
endotélio, com uma 
membrana basal 
muito discreta e o 
epitélio alveolar. Essa 
espessura dá mais ou 
menos 2 micrômetros, 
que torna a barreia 
muito frágil, que nos 
permite uma troca de forma adequada. 
 
- O espessamento da barreira acarreta uma dificuldade 
na troca. Dificuldade no sentido de se ter mais elementos 
pra se atravessar e alteração na constituição 
dependendo do problema que esteja acarretando o 
indivíduo em seu parênquima pulmonar. 
 
Sobre cada um dos alvéolos vamos ter uma série de 
capilares (malhas). 
RESISTÊNCIA 
 
Na RESISTÊNCIA em si, a gente tem: 
Grande circulação: arteríolas e esfíncteres pré-capilares 
determinavam a resistência. 
 
Pequena circulação: Os capilares envolvem os alvéolos. 
Nós temos uma estrutura externa, uma rede que impõe 
uma resistência a insuflação dos alvéolos. Praticamente, 
essa rede de capilares é responsável por 40% da 
resistência. 
- Arteríolas, esfíncteres pré-capilares e capilares (40%) 
definem a resistência. Esfíncteres capilares são 
praticamente inexistentes na pequena circulação, com 
uma camada muscular muito delgada. 
 
- O envolvimento do alvéolo impõe uma resistência na 
expansibilidade. 
- Vasos muito mais complacentes. Possibilidade de 
¨acondicionar¨ um volume maior de sangue, sem que 
haja tanto aumento de pressão. 
 
 
 
 
Gráfico: apresentação das 
frequências da pequena e 
grande circulação. 
 
 
 
G RANDE CIRCULAÇÃ O: 
Pressão média em torno de 90-95mmHg, que é 
determinada por uma PAS em torno de 120mmHg e uma 
PAD em torno de 70mmHg. É um sistema de alta pressão. 
Trabalha com pressão em média 6x maior que a pressão 
da circulação pulmonar. 
PEQUENA CIRCULAÇÃO: 
A configuração é a mesma da circulação sistêmica, 
sendo a grande diferença as pressões existentes. A PAS 
vai no máximo por volta de 25mmHg. 30 mmHg já é 
considerado acima do normal. A PAD vai em torno de 
8mmHg. A pressão média é em torno de 10-15 mmHg. 
 
A principal diferença entre as circulações é os níveis 
pressóricos. 
 
Qual o determinante principal da pressão na pequena 
circulação? O tamanho da área. Se a gente somar todos 
aqueles capilares, a gente tem uma superfície enorme 
de troca gasosa. A menor resistência se dá 
principalmente em questão disso. 
 
 
13 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
Ao falar de resistência, qual é a implicação? O fluxo é 
determinado pela resistência (passagem maior ou menor 
de fluxo). Isso é referente as distribuições em si. 
DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES 
 
 
 
Considerando o pulmão como um torno, ele tem baixa 
pressão, mas a pressão arterial no pulmão não é igual 
em todas as áreas. 
 
Zonas: Ápice pulmonar, terço médio e terço inferior. 
Possuem distribuição diferente de pressão. 
 
O coração está posicionado mais ou menos ao nível do 
terço médio. 
 
 PA = Pressão alveolar. 
 Pa = Pressão arterial. 
 Pv = Pressão venosa. 
ÁPICE – ZONA 1 
Quando o alvéolo é insuflado, a 
pressão alveolar é superior a pressão 
arterial. 
- Boa parte dos capilares não vão estar funcionantes, pois 
vamos ter aumento da pressão ao nível alveolar quando 
nós inspiramos, havendo uma constrição da malha de 
capilares. Se o capilar está constrito, não está tendo 
perfusão. 
 
Eu vou ter um enchimento relativo do alvéolo, porém sem 
perfusão do capilar. Se eu não tenho perfusão capilar, 
eu vou acabar tendo comprometimento da troca 
gasosa. 
 
Pior relação ventilação perfusão (porqueeu não tenho 
perfusão). 
- PA > Pa > Pv. 
Z ONA 2 
Pressão arterial, que 
mesmo baixa, é 
suficiente para poder 
vencer a pressão 
alveolar. 
A pressão venosa é muito baixa. 
Literalmente, o capilar está aberto e temos uma perfusão 
tranquila. 
 
Boa relação ventilação/perfusão. Pa > PA > Pv. 
 
Z ONA 3 
A pressão arterial é 
superior tanto a 
pressão capilar 
quando a pressão 
venosa. 
- Pa > Pv > PA. 
- É o que está mais ou menos com uma configuração do 
que acontece a nível sistêmico. Vou ter um capilar com 
baixa pressão, mas que é ainda maior do que a pressão 
no leito venoso. A passagem de sangue do leito arterial 
para o leito venoso segue o curso da diferença de 
pressão. 
- Temos uma perfusão maior, que vem por uma pressão 
arterial maior do que a pressão venosa que é maior que 
a pressão capilar. 
 
- A resistência geral pode se apresentar de maneira 
diferente a partir das zonas. Eu tenho menos sangue 
sendo distribuído para o ápice pulmonar (os capilares 
são menos perfundidos). Ao nível central (zona 2) já 
temos uma boa perfusão. Na zona 3, temos uma 
perfusão maior, que vem pela configuração da pressão 
arterial maior que a pressão venosa que é maior que a 
pressão capilar. 
 
 
O que determina a pressão a nível pulmonar é a baixa 
resistência. Se formos olhar as partes desse pulmão e, a 
partir disso, começarmos a desdobrar a relação entre 
ventilação e perfusão, no ápice nós temos a pior relação 
(sem perfusão), na zona 2 já temos uma boa relação e 
na zona 3 tem a melhor relação. 
 
O que a gente tem no pulmão quando estamos na vida 
intrauterina? O pulmão está preenchido pelo líquido, o 
alvéolo tá fechado. Quando está assim, o pulmão não 
tem tanta expansibilidade, sendo hipofuncionante. 
 
 
14 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
O principal fator no nível da pequena circulação é a 
pressão parcial de oxigênio que vamos ter ao nível da 
pressão alveolar. Dentro do alvéolo, a gente tem uma 
pressão parcial de oxigênio que vai ser determinante da 
pressão parcial de oxigênio que vai estar depois no 
nosso sistema vascular. Se essa pressão parcial cai, vai 
haver uma constrição do capilar (É PRA MEMORIZAR 
ISSO). Se a pressão parcial estiver normal, vai haver uma 
produção normal de óxido nítrico que vai deixar a 
musculatura relaxada e o vaso mais aberto. 
 
- Na vida intrauterina, temos um alvéolo que está se 
expandindo. Enchemos esse alvéolo com ar que tem um 
determinado conteúdo de oxigênio, que em nível normal 
(nível do mar) nós vamos ter uma pressão parcial de O2 
no interior do alvéolo em torno de 100mmHg. 
 
- Esse alvéolo, se nós reduzirmos a pressão parcial de O2 
(EX. problema na ventilação – alta altitude), isso diminui 
a pressão parcial de O2 no leito vascular, o que implica 
na diminuição da produção de óxido nítrico (principal 
vasodilatador). Se a gente reduz a produção endotelial 
de NO, os vasos vão sofrer vasoconstrição. 
 
- Todas as vezes que tivermos menor pressão parcial de 
O2 ao nível alveolar, nós vamos ter uma pressão 
endotelial menor do NO. 
 
- O principal controle do vaso ficar mais aberto ou mais 
constrito é a pressão parcial de oxigênio ao nível 
alveolar. 
 
 Boa produção de óxido nítrico → Vasodilatação. 
 Baixa produção de óxido nítrico → Vasoconstrição. 
 
- Na vida intrauterina, eu tenho uma pressão de oxigênio 
alveolar baixíssima ou nenhuma. Se eu não tenho 
pressão parcial de oxigênio, eu não vou ter a produção 
de NO e a vasculatura vai estar contraída (alta 
resistência vascular periférica). 
 
- Eu vou ter um ducto arterioso (By-pass) entre a 
vasculatura pulmonar e circulação sistêmica, que 
permite que o sangue passe pelo ducto e caia ao nível 
do VE e vai para o sistema. 
EDEMA PULMONAR 
Forças de Starling 
 
- A extremidade venosa é a que está trazendo sangue 
pro coração, o qual é rico em oxigênio, que está 
descendo para o átrio esquerdo. Se nós tivermos algum 
tipo de alteração de funcionamento do lado esquerdo 
do coração (átrio esquerdo), nós vamos ter muitas vezes 
um relaxamento alterado ou uma insuficiência presente, 
causando uma retenção de sangue nesse lado, o que 
vai acabar aumentando a pressão no leito venoso 
pulmonar, diminuindo a possibilidade de reabsorver o 
que está sendo filtrado, promovendo o edema. 
- Por outro lado, se a gente aumentar a pressão arterial 
no leito da pequena circulação, nós vamos poder 
extravasar mais líquido para o interstício e 
consequentemente para o alvéolo. 
 
 
 
 Aumento da pressão hidrostática no leito arterial → 
Aumento da capacidade e extravasamento. 
 Aumento da pressão hidrostática no leito venoso → 
Redução da absorção. 
 Sistema linfático ineficiente 
 
Em ambos, vai haver edema intersticial e, 
consequentemente, edema pulmonar. 
- O sistema linfático é uma terceira possibilidade. Se o S. 
Linfático tiver deficiente, nós também não vamos ter uma 
boa absorção do filtrado. Isso também acarreta em 
acúmulo. 
- Sistema linfático pouco funcionante (ex: câncer) → 
aumento do líquido no meio intersticial → 
extravasamento para o alvéolo. 
 
- Ainda em relação a pequena circulação, um fator 
importante é a questão da baixa resistência. Se a gente 
tiver uma alta resistência, a gente vai ter também uma 
alta pressão, que pode comprometer a troca gasosa. 
Além disso, se isso for mantido de forma 
contínua/crônica, pode impactar em problemas do 
trabalho cardíaco. 
- O VD não é pronto pra trabalhar contra uma grande 
resistência. Em alguns ocasiões de doença pulmonar, 
uma grande pressão na circulação pulmonar faz com 
que o VD tenha que trabalhar com mais força, podendo 
levar a uma insuficiência do VD, que é a cor pulmonale. 
 
- A pequena circulação tem que trabalhar sempre com 
baixa pressão. 
 
15 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
- O mecanismo principal para o balanço (mais ou menos 
constrição) é a partir da produção de óxido nítrico. 
Outros fatores também alteram esse funcionamento, 
como por exemplo, estresse oxidativo, prostaglandinas, 
tromboxano, serotonina. 
 
Quando é que a gente tem esse aumento no leito 
venoso? 
• EX: 1- ICC do lado esquerdo (aumento da 
pressão). Todas as vezes que a gente aumentar o retorno 
venoso, a gente vai aumentar o fluxo - tem um limite! 2- 
Estenose valvar (mitral) – retenção que pode refletir de 
forma retrógrada em aumento da pressão no leito 
venoso. 
 
• Pensando do lado direito, o que de fato vai 
estar aumentando a pressão é, normalmente, alguma 
alteração vascular a nível pulmonar ou até mesmo no 
próprio parênquima (ex. DPOC). Se há destruição do 
parênquima e a gente tem menos capilares, a gente vai 
ter menos superfície de troca, menos superfície para 
acomodar um volume sanguíneo. 
 
- Existem alguns genes que estão relacionados a fatores 
estimulantes de fibroblastos, que acaba alterando o 
parênquima em si. Pode acarretar uma maior resistência. 
 
- O mais importante é saber o que está relacionado com 
o bom funcionamento (baixa resistência) e o que uma 
vez alterado (ex. produção do NO), influencia na pressão 
parcial ou não de oxigênio. 
- Em termos normais, precisamos de uma boa superfície 
de troca (membrana delgada). Em condições anormais, 
a membrana pode estar mais espessa, com perda da 
superfície por destruição do parênquima e dos capilares 
subjacentes. 
 
- Quando a gente fala sobre a superfície pulmonar, é 
importante lembrar que é ela que nos proporciona a 
hematose. 
HISTOLOGIA 
 
 
 
Corte de um capilar normal, no nível pulmonar, estrutura 
bem delgada. 
 
Uma vez que a gente tenha alguma agressão a esse 
parênquima, vamos ter a possibilidade de estimular a 
proliferação dessa camada média e agravar com a 
proliferação da camada íntima. A fibrose acaba 
diminuindo a luz, o que aumenta a resistência e pode 
levar a hipertensão pulmonar. 
 
Ex: perda sanguínea.O que acontece com a 
pressão arterial? Redução. Se 
ela reduz, a zona 2 e talvez até 
a zona 3 podem se apresentar 
como a zona 1. 
 
- A pressão arterial do leito da pequena circulação talvez 
sofra muito mais impacto dessas alterações de pressão 
do que a grande circulação. 
- Uma hipovolemia pode fazer cair pressão arterial e, 
consequentemente, a gente ter menos fluxo e 
comprometimento da troca gasosa. 
- Se o trabalho do lado direito não está bom também vai 
haver queda dessa pressão, que permite menor perfusão 
e menor troca gasosa. 
 
Cateter de Swan-Ganz 
- A produção do 
cateter proporcionou 
uma maior sobrevida 
dos indivíduos que 
estavam em cuidados 
intensivos. A partir do 
momento que a gente 
tem uma avaliação melhor de pressão, sobretudo na 
pequena circulação, há uma indução de 
direcionamento melhor. 
- Visualização e medição da pressão ao nível da 
pequena circulação desde o ventrículo até o capilar, e 
fazer a estimativa da pressão ao nível do átrio esquerdo. 
- Medidas diferenciais de pressão na pequena 
circulação. 
 
 
Pressão arterial média 
(PAPM) não é simplesmente 
a relação da sistólica + a 
diastólica / 2. A gente tem 
um tempo de pressões mais 
baixas (diastólicas – maior 
tempo) e altas (sístoles). 
O cálculo da PAPM nos 
mostra a imposição de 
resistência no sistema de 
forma contínua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
FISIOLOGIA DA MICÇÃO 
 
 ORG ANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO 
A função miccional tem dois componentes: tem o 
componente de controle autonômico, que é o controle 
reflexo e involuntário. E sobre este reflexo, tem a 
possibilidade de ter um controle somático, que é motor e 
consciente. 
A organização para que ocorra a micção é uma base 
que está envolvendo componentes de um ato reflexo. 
Vão ter: um receptor de via aferente; centros de 
comando; uma via eferente e um órgão efetor. 
Sobre essa base, vamos construir uma outra que vai ser 
de um comando mais superior: Exatamente um 
comando somático. 
Resumindo: Tem um SNA como a parte motora específica 
envolvida nessa atitude reflexa. E sobre isso, tem a 
possibilidade de ter um comando mais superior ainda, 
que é exatamente quando nós temos a consciência de 
poder liberar ou não o processamento do reflexo. 
SNA: ORG ANIZAÇÃO 
No SNA tem dois sistemas específicos: Sistema Nervoso 
Simpático e Sistema Nervoso Parassimpático. 
A grande parte das vezes, quando se estuda SNA, muitos 
autores e professores falam e configuram como sistemas 
antagônicos. 
Para uma série de funções isso é verdade. Enquanto o 
Sistema Nervoso Simpático vai ser mais preponderante 
quando se fala em luta ou fuga, se estamos diante de 
algo que é de “calmaria”, mais próximo do basal, a 
preponderância de ação é do parassimpático. 
Mas algumas funções como o ato miccional, o SN 
simpático e parassimpático vão atuar em conjunto, de 
forma sinérgica. 
Enquanto o simpático vai estar atuando em uma fase de 
uma forma, o parassimpático vai estar atuado em outra 
fase de outra forma. Mas os dois são importantes nas 
duas fases da micção que é o Enchimento e 
Esvaziamento vesical. 
Para que a micção ocorra é necessário que os dois 
sistemas (simpático e parassimpático) estejam operando 
de forma funcional, ou seja, os dois se ajudando de forma 
mútua. 
O sistema simpático e parassimpático tem distinta 
organização e apresentação de como vai influenciar em 
um determinado órgão: 
▪ O simpático tem uma organização toraco-lombar, 
vão ter os primeiros neurônios: o Pré- ganglionar curto 
e Pós-ganglionar longo. 
▪ Já a influência parassimpática é mais local. Vai ser 
crânio-sacral. Os gânglios vão estar próximos ou, até 
mesmo, dentro do órgão efetor. 
No caso da micção é assim: Tem a via parassimpática. 
Para a micção tem um neurônio Pré- ganglionar 
comprido saindo do sacro em direção a bexiga. E na 
bexiga que vai ter um gânglio que vai fazer a conexão 
entre a fibra pré-ganglionar e pós-ganglionar. E a pós-
ganglionar vai inervar todo músculo da bexiga, que é o 
músculo Detrusor. 
Além dessa organização, precisa-se lembrar dos 
receptores: 
▪ Simpático - receptores adrenérgicos: ALFA e BETA. 
▪ Parassimpático - receptores colinérgicos da bexiga: 
muscarínicos. 
- Os receptores muscarínicos ficam no músculo detrusor e 
esfíncter vesical interno. 
- Na bexiga, vai ter uma distribuição de receptores BETA-2 
que são os principais receptores do músculo detrusor. E os 
receptores ALFA-1 no esfíncter vesical interno. Todos 
responsáveis pelo comando simpático. 
MICÇÃO 
 
 
17 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
No slide tem a representação à direita de um rim. 
Lembre-se que depois de toda a filtração, secreção e 
reabsorção, o que sobra é o filtrado. O filtrado que vai 
cair no ducto coletor vai seguir até a papila das 
pirâmides renais, e através dessas papilas, vai ter uma 
projeção até os cálices maior e menor. E dessa pelve 
renal, vai levar esse filtrado, que vai ser chamado de 
URINA, até chegar à bexiga. 
Rins direito e esquerdo vão produzir o filtrado que será 
convertido, vai cair na pelve renal, vai seguir através de 
peristalse até chegar na bexiga. 
Resumindo: Vai ter tanto nas paredes dos cálices, 
quanto na pelve e ureter capacidade contrátil para que 
se tenha uma propulsão da urina até chegar na bexiga. 
 
Na bexiga em si, vai encontrar uma estrutura que é um 
oco, uma espécie de uma bola, cuja a parede é 
essencialmente formada de músculo liso, que é o 
músculo detrusor. 
Na esquerda do slide tem a bexiga de uma mulher, à 
direita a bexiga de um homem. Atrás tem dois ductos 
que estão passando por trás da bexiga, estão entrando 
na parede posterior. Nessa parede posterior tem duas 
aberturas, que são as aberturas uretrais. O que vai ter 
nessa estrutura é uma estrutura diferenciada, também de 
músculo liso, mas que não é enrugada como o resto do 
músculo detrusor. E essa parte triangular é o trígono 
vesical, nele se encontra duas aberturas uretrais que vai 
trazer a urina até a bexiga. E no ápice desse triângulo, 
vai encontrar a abertura uretral que é a uretra posterior. 
A bexiga é um músculo liso detrusor. Esse músculo é 
completamente irrigado. Tem fibras que são 
completamente distribuídas de forma diversa. Por serem 
fibras de músculo liso, tem conexões entre si e tem baixo 
potencial de ação. 
Uma vez que tem o recrutamento de fibras como essa, 
todas as outras fibras serão influenciadas pelo potencial 
de uma só, embora tenhamos uma diversidade de 
inervação ao longo de todo o músculo detrusor, tem-se 
a influência de conteúdo de uma fibra para outra, vai 
fazer com que uma vez que haja uma despolarização de 
uma célula, vai passar pra uma célula adjacente e assim 
vai. Então, esse músculo se comporta como se fosse uma 
única célula que está sendo recrutada em um sincício. 
Na parte inferior, onde está o colo da bexiga, se 
encontra essa estrutura triangular. E nela vai ter as 
estruturas ureterais e também a passagem direta, onde 
vai formar a uretra posterior. 
Do lado direito, tem as mesmas estruturas com pouca 
diferenciação em relação ao comprimento uretral, que 
é muito importante quando se diz respeito à Infecção do 
Trato Urinário. 
Repassando: A bexiga do lado esquerdo é de mulher, do 
lado direito é do homem. Ambos são mais ou menos uma 
bola, cuja a parede é uma parede muscular, por trás 
dela tem dois ductos que penetram nessa bola, tem os 
orifícios que vão desaguar a urina no interior dessa bola, 
através dessas estruturas triangulares, chamado de 
trígono. 
Quando se fala e micção, ela pode ser dividida em duas 
etapas: enchimento e esvaziamento. 
Para a operação disso de forma ótima, é importante 
lembrar do que foi dito no início da aula: embora 
tenhamos a micção como um ato que pode ser 
controlado, ela é essencialmente umato reflexo. 
O sistema simpático é tóraco-lombar. Na saída de S2, 
tem fibras que vão para cadeia simpática lateral e, 
dessa cadeia, partem fibras tanto para o músculo 
detrusor, quanto para o esfíncter vesical interno. 
Fibras parassimapática vão sair do sacro em direção 
tanto para o músculo detrusor, como para o esficter 
interno. E dessa forma, vão estar sobre o comando tanto 
de enchimento como de esvaziamento vesical. 
Além dessas fibras simpáticas e parassimpáticas, tem o 
nervo Pudendo, que vão levar essas fibras motoras para 
o esficter externo que tem células musculares 
esqueléticas e estão sobre o comando SNC, do 
comando somático, podendo cotrair ou relaxar. 
 
18 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
Tem algumas outras vias nervosas de sensibilidade ao 
longo de toda parede, que tem receptores de 
estiramento, mecanoreceptores, e através de vias que 
são vias aferentes, vai acender até a medula. E da 
medula, que é centro de processamneto da micção, é 
um centro medular que vai ter a partir dessa aferência, 
tem a possibilidade de intervir para acontecer o próprio 
ato miccional. 
Resumindo: Tem a via simpática, parassimpática e 
somática. 
 Via simpática sendo direcionada para o músculo 
detrussor e esfincter interno; 
 Via parassimpática sendo direcionada para músculo 
detrusor e esfincter vesical interno; 
 Via somática através do nervo pudendo indo em 
direção ao esficter vesical externo. 
No reflexo de micção tem duas fases: enchimento e 
esvaziamento. 
ENCHIMENTO 
Temos uma bola que vai se encher com um conteúdo, 
que nesse caso é a urina. A urina vai ser propelida 
através do ureter que vai entrar na bexiga. A medida que 
aumenta o volume de líquido dentro de um 
compartimento, a pressão também vai aumentando, de 
maneira discreta. Não pode ser um aumento muito 
grande, se não vai impedir o enchimento da bexiga, 
onde ficará retida urina no ureter. 
Durante o enchimento, o controle simpático predomina 
para manter o tônus dessa musculatura, e os receptores 
BETA-2 no músculo detrusor vão manter a bexiga 
relaxada durante esse processo de enchimento. 
Para que essa bexiga encha e não fique toda hora 
esvaziando, é necessário que o esfincter interno contraia 
através da atuação do simpático nos receptores ALFA-1. 
Nesse processo, a pressão será mantida entre 40-60 
mmHg e o controle simpático será preponderante para 
permitir esse enchimento. 
A pressão não vai reduzir, mas também não vai 
aumentar de forma importante, por causa do controle 
simpático que vai impedir esse aumento. 
Bexiga neurogênica: É um não sinergismo entre a 
atividade de comando de enchimento e esvaziamento. 
Podendo ser em vários níveis: fibras eferentes, comando 
central, etc. de uma forma geral, o termo é pouco 
específico. 
Deve-se lembrar que para haver o enchimento é 
necessário ter complacência. A bexiga deve ser 
permissiva à receber a urina sem variar muito a pressão 
e manter uma determinada estabilidade, sem ter 
contrações. Pois, essa contração pode ser suficiente para 
aumentar a força, ultrapassando a força dos esfíncteres, 
podendo haver escape urinário. 
Outra coisa também é ter uma sensibilidade normal. 
Os mecanoceptores são estruturas nervosas 
responsáveis por captar uma alteração mecânica. No 
processo de enchimento, se ele entender que essa 
distenção está demais, vai acabar tendo uma 
incordenação desse processo do reflexo miccional. 
Resumindo: Para ter um bom enchimento é necessário ter 
uma complacência adequada, manutenção de 
estabilidade, tônus esfincteriano adequado e 
sensibilidade preservada. 
ESVAZIAMENTO 
Para que aconteça o esvaziamento é necessário que 
aconteça uma contração do músculo detrusor através 
do comando parassimpático. 
Na medida em que vai se distendendo a bexiga, os 
mecanoreceptores vão levar até os centros medulares, 
enviando comando a essas fibras parassimpáticas para 
que haja contração do músculo detrusor e relaxamento 
do esfíncter interno. 
O simpático, nesse momento, não terá uma ação 
preponderante. Vai ser supresso na medida que tiver 
aumento do volume da bexiga, quando chega no 
momento final, tem um enchimento real com pressão 
aumentada. E dessa forma, haverá a atuação 
parassimpática para que haja contração do músculo 
detrusor e relaxamento do esfíncter interno. 
Esse comando não é só medular, mas também é um 
comando ao nível mais superior, ainda reflexo. Não tem 
somente o centro medular comandando ele. Os centros 
ao nível de centro encefálico também vão comandar. 
Eles vão tornar essa atividade com uma sinergia melhor 
do que se fosse com a atuação do centro medular. O 
centro medular simplesmente vai ser acionado ou vai ser 
apagado. 
Quando ele vai ser acionado? Quando a bexiga estiver 
muito cheia. 
Os mecanorecepetores vão informar até para o centro 
miccional, e a resposta medular é para que haja 
esvaziamento da bexiga. 
Em nível mais superior, que é o nível do centro 
encefálico, tem os núcleos pontíneos, bulbares e 
mesencéfalos. Um conjunto de núcleos que formam 
núcleos de micção, eles vão controlar melhor para que 
haja uma sinergia concreta dessa atividade simpática e 
parassimpática. 
Estes centros, que são do tronco encefálico podem estar 
sob o comando do córtex motor. E aí que pode falar de 
reflexo e do comando motor. 
 
19 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Fisiologia 
O comando motor vai ativar e permitir que os centros de 
comando miccionais estejam com o comando liberado 
ou não. Embora a atitude miccional seja reflexa, sobre 
ela, nós podemos estar com influência do sistema 
somático. E essa influência cortical vai chegar primeiro 
até o centro tronco encefálico, e a partir dessa alça de 
conexão, de um comando motor mais superior, que é 
cortical, até do comando tronco encefálico, tendo a 
possibilidade de modulação dessa atividade reflexa. 
 
Em relação às contrações: quando vai ter o enchimento 
da bexiga, à medida que vai encher, vai ter o 
relaxamento permissivo do próprio simpático. E ao 
encher a bexiga, qual seria o raciocínio? Que a bexiga 
distendeu, mecanoreceptor vai informar até a medula, 
e medula devolve uma informação para que haja 
contração. Não! Nesse caso, imediatamente ao 
devolver a informação, é uma informação de 
permissividade de enchimento. Então, tem dilatação da 
bexiga, chega à informação até a medula, da medula 
vem uma informação de relaxamento da bexiga, do 
tônus da bexiga, para manter um determinado nível de 
pressão. Essa pressão vai ser mantida sustentada para 
que tenha permissividade de enchimento. Vai chegar 
um determinado momento que essa pressão vai 
aumentar de fato, vai ter um grande volume dentro da 
bexiga. E vai ter agora a troca de influência, que antes 
era simpática e passa a ser agora parassimpática, 
fazendo contração de músculo detrusor e relaxamento 
de esfíncter interno. 
E sobre isso, precisa-se lembrar que existem outras alças 
de comando. Qual é a outra alça de comando? Via 
córtex motor, uma influência sobre os núcleos que são 
de tronco encefálico, os núcleos de refinamento do 
processo miccional. 
 Então, o córtex motor pode permitir ou não a atividade 
desse centro de forma a ter a apresentação e si do 
processo miccional. O comando mais importante desse 
centro superior é a permissividade do reflexo e o 
relaxamento do esfíncter vesical externo, dessa forma, 
vai ter a atividade mais superior, comando mais superior 
permitindo que haja o processo miccional. 
 ALÇA 1: entre córtex e centro encefálico 
 ALÇA 2: entre tronco encefálico e medula 
 ALÇA 3: entre medula e órgão efetor (bexiga e seus 
esfíncteres) 
A alça 1 que vai permitir que haja uma inibição ou não 
do reflexo. Mas vai chegar um determinado momento 
que se insistir, a bexiga vai estar tão cheia a tal ponto que 
poderia estar sendo deflagrado essa parte de 
esvaziamentono reflexo. Mas pode comandar isso, 
inibindo através da inibição dos primeiros centros 
pontíneos, que por sua vez, vai inibir os centros ao nível 
medular. 
Então, o comando motor tem essa finalidade de dar ou 
não essa permissividade à ocorrência do processo 
miccional, pois a essência dele é o reflexo. 
Resumindo: 
O processo miccional é um processo que envolve dois 
centros de comando: centros medulares e centro 
encefálico. E, sobre isso, ainda tem o comando cortical.

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