Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 10 29/04 Carlla Alessandra MED103 Bulhas acessórias A diástole é a fase do ciclo cardíaco em que é possível ouvir as bulhas acessórias. Fisiologicamente, somente B1 e B2 são audíveis. ER= enchimento rápido, acontece quando as válvulas mitral e tricúspide se abrem e despejam seus volumes no ventrículo. CA= contração atrial, é o final da diástole, depois do enchimento rápido, quando sobrem apenas 30% do volume no átrio e é necessária uma contração para ele ser ejetado no ventrículo parcialmente cheio devido o ER. Focos específicos o Mitral o Tricúspide O ER ocorre no começo da diástole (sangue sai do A em direção ao V) entrando 70% do volume, outros 30% ficam retidos devido a diferença de pressão, mas ele precisa ser liberado pois mais sangue irá chegar ao átrio, dessa forma o átrio gera uma contração, empurrando esse volume em direção ao ventrículo. Se em alguma condição acontecer algo dentro do átrio que impeça o enchimento rápido não descendo 70% do volume, o átrio ficara sobrecarregado e fará uma contração vigorosa que gera um evento sonoro maior, um som característico de 4° bulha. A 4° bulha acontece em 2 componentes, o primeiro é quando o sangue chega ao ventrículo e vibra a parede ventricular e as cúspides, o outro evento é o som da contração atrial. É preciso que os dois ocorram para ter a B4. B4 é o som que ocorre na fase de contração atrial, formado pela vibração da parede atrial contraindo e pela vibração das cordoalhas tendinosas, folhetos valvares e parede livre do ventrículo, secundário a entrada de volume no momento da contração atrial. A B4 é anexada a B1, para isso é necessário marcar a B1. A ausculta da quarta bulha o B4 é um evento de baixa frequência, melhor audível, portanto com a campânula do estetoscópio (não precisa apertar e nem encostar na cabeça do esteto, é melhor segurar na mangueira) o B4 tem como foco de base o mitral para B4 de VE e o tricúspide para B4 de VD o Som que desdobra B1, muito localizado, não se ausculta em outro foco o Quando audível é sempre patológico A B4 é um evento sonoro característico de coração hipertrofiado. Sendo assim, não existe espaço físico para o volume entrar no ventrículo, sobrecarregando o átrio na contração atrial. Patologias que geram B4 o Patologias em que existe hipertrofia do ventrículo: HAS (lado esquerdo); HAP (lado direito); estenose aórtica (esq) e pulmonar (dir); miocardiopatia hipertrófica o Patologias que diminuem o relaxamento ventricular: HAS; Doença coronariana (V contrai, mas não relaxa); Envelhecimento cardíaco; Endomiocardiofibrose Não existe B4 em presença de fibrilação atrial por falta de contração atrial Não existe B4 em presença de estenose mitral e tricúspide em função de não existe um grande volume entrando no ventrículo para vibrar as suas estruturas. Terceira bulha Fase de enchimento rápido hipervolumétrica: acontece quando o átrio recebe muito sangue e ejeta mais que 70ml para o ventrículo. Esse volume entrando em alta velocidade e alta pressão vai gerar vibração das paredes ventriculares, das cordoalhas e das cúspides, gerando um som característico de B3. Som que ocorre na fase de enchimento rápido, formado pela vibração das cordoalhas tendinosas, folhetos valvares e parede livre do ventrículo, secundário ao hipervolume que entra no ventrículo ou ao choque do volume que entra com o que se acumulou, parado dentro do ventrículo. Próximo a B2. Ausculta da B3 o B3 é um evento de baixa frequência melhor audível com a campanula do estetoscópio. o B3 tem como foco de base o mitral para B3 de VE e o tricúspide para B3 de VD o O som de B3 desdobra B2, muito localizado, não se ausculta em outro foco o Quando audível até 30 anos pode ser fisiológico, a historia clinica ajudará definir. Devido ao hipervolume circulante o A B3 fisiológica tende a desaparecer ao ficar em pé. Devido ao menor retorno venoso. B3 é a bulha do ventrículo dilatado- sobrecarga volumétrica. (pensar em doença de Chagas, doença coronariana pós infarto, HAS gera hipetrofia e dilatação em fase mais avançada). Patologias que geram B3 o Por excesso de volume circulante fisiologicamente o Secundária ao hiperdinamismo: febre, anemia, gravidez, beribéri o Em casos de excesso de volume enchendo o VE patologicamente: insuficiência aórtica e pulmonar, insuficiência mitral e tricúspide, CIA (VD) CIV (VE) o Em caso de disfunção miocárdio: todos são etiologias de insuficiência cardíaca sistólica: pós infarto, secundária a HAS, secundária a chagas e miocardites Como reconhecer as bulhas? B1 que era tum trum B2 que era tá tará Descrição de uma ausculta de bulha acessória: 1. Ritmo cardíaco regular em 3T com M1>T1, A2>P2 e presença de B4 de VE 2. Ritmo cardíaco regular em 3T com M1>T1, A2>P2 e presença de B3 de VD 3. Ritmo cardíaco regular em 3 T com M1>T1, A2>P2 e presença de galope por conta de B3 de VE. O galope ocorre quando se tem bulha acessória e a FC >ou= 100bpm 4. Ritmo cardíaco regular em 4T com M1>T1, A2>P2 e presença de B3 e B4 de VE
Compartilhar