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O PAPEL DA GESTÃO E DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA FRENTE OS CONFLITOS EDUCACIONAIS NA RELAÇÃO ENTRE PROFESSORES E ALUNOS
RESUMO 
Este trabalho tem como tema, o papel dos gestores e coordenadores escolares frente aos conflitos educacionais na relação pedagógica entre professores e alunos. Têm-se como situação-problema, os problemas relacionados aos conflitos existentes na relação aluno-aluno e professor-aluno. Justifica-se porque a existência de conflitos no ambiente escolar origina-se em diferentes idades e por interesses diversos. Mesmo as causas sendo variadas, se os conflitos não forem resolvidos as consequências podem ser bem negativas, assim se faz necessário esclarecer os motivos e identificar as causas para que possam ser solucionadas. Têm-se como objetivo geral, identificar como os coordenadores compreendem os conflitos que ocorrem na relação entre professores e alunos e o que fazem para solucionar estes conflitos. Para a pesquisa bibliográfica, buscou-se diversos materiais que tratavam sobre o assunto, sendo colhidos dados de monografias já realizadas e artigos científicos, todos publicados de um período de dez anos até os dias atuais. Os resultados apontaram que as escolas que valorizam o conflito e aprendem a trabalhar com essa realidade, são aquelas onde o diálogo é permanente, objetivando ouvir as diferenças para melhor decidirem o que pode ser feito para amenizar ou acabar de vez com os conflitos. 
Palavras-chave: Coordenadores. Conflitos. Professores e alunos.
ABSTRACT
This work has as its theme, the role of school managers and coordinators in the face of educational conflicts in the pedagogical relationship between teachers and students. The problem-situation is the problems related to conflicts existing in the student-student and teacher-student relationship. It is justified because the existence of conflicts in the school environment originates at different ages and for different interests. Even though the causes are varied, if the conflicts are not resolved, the consequences can be very negative, so it is necessary to clarify the reasons and identify the causes so that they can be resolved. The general objective is to identify how the coordinators understand the conflicts that occur in the relationship between teachers and students and what they do to resolve these conflicts. For bibliographic research, several materials were dealt with on the subject, with data collected from monographs already carried out and scientific articles, all published from a period of ten years to the present day. The results showed that schools that value conflict and learn to work with this reality, are those where dialogue is permanent, aiming to hear the differences to better decide what can be done to alleviate or end the conflicts once and for all.
Keywords: Coordinators. Conflicts. Teachers and students
1 INTRODUÇÃO 
A resolução de conflitos e a indisciplina na sala de aula é uma questão que preocupa professores de diferentes escolas e/ou ambientes socioeducativos. Porém, devido à complexidade dos conceitos que perpassam pela resolução de conflitos e pela indisciplina, esse tema foi debatido muito superficialmente e os trabalhos de investigação são relativamente poucos, na educação profissional e tecnológica, no Brasil (LOPES; GASPARIM, 2016).
Este trabalho tem como tema, o papel dos coordenadores escolares frente aos conflitos educacionais na relação pedagógica entre professores e alunos. Hoje são necessárias atitudes que façam a diferença e que resgatem os valores sociais perdidos nas relações interpessoais. 
Têm-se como problema, os conflitos existentes na relação aluno-aluno e professor-aluno. As escolas da atualidade têm se deparado com inúmeros casos de violência ocorridos dentro de seu seio. São violências de diversos tipos e naturezas, tais como: violência sexual, moral, psicológica, bullying (comportamento intencional e repetido cujo objetivo é prejudicar e irritar o outro), física, praticadas principalmente entre alunos e alunos e entre alunos e professores.
Diante desta grave situação em que se encontra a escola brasileira, torna-se necessário estudar e descobrir quais ou qual o meio mais eficaz para solucionar ou, no mínimo, amenizar os eventos violentos praticados dentro da escola, seja qual for a natureza ou o tipo desta violência.
Justifica-se porque a existência de conflitos no ambiente escolar, origina-se em diferentes idades e por interesses diversos. Mesmo as causas sendo variadas, se os conflitos não forem resolvidos as consequências podem ser bem negativas, assim se faz necessário esclarecer os motivos e identificar as causas para que possam ser solucionadas.
O conflito é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre determinados assuntos, o que se revela positivo, pois permite a expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores. O público alvo da pesquisa são os coordenadores e professores que trabalham com o processo de ensino e aprendizagem.
Têm-se como objetivo geral, identificar como os coordenadores compreendem os conflitos que ocorrem na relação entre professores e alunos e o que fazem para solucionar estes conflitos.
E como objetivos específicos: 
● Evidenciar as principais causas e consequências dos conflitos que ocorrem na relação pedagógica;
● Compreender como os conflitos são trabalhados pelos professores e coordenadores em sala de aula;
● Identificar os desafios vividos pelos professores e coordenadores para que os conflitos sejam amenizados. 
Para a construção desse artigo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, onde buscou-se diversos materiais que tratavam sobre o assunto, sendo colhidos dados de monografias já realizadas e artigos científicos, todos publicados de um período de dez anos até os dias atuais.
Nesses materiais, enfatizou-se o conflito existente no ambiente escolar. Em seguida, foram escolhidas as palavras chave para encontrar os artigos que melhor responderiam a solução do tema. 
Para a seleção das fontes, foram consideradas como critérios de inclusão as bibliografias que abordassem o conflito no ambiente escolar, e como critérios de exclusão, ficaram os materiais que não atenderam a temática e que suas fontes foram realizadas a mais de dez anos.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Causas e consequências dos conflitos na escola 
A Escola constitui um espaço de socialização por excelência. Tida como elo de ligação com a família, assume-se como um mecanismo de ressonância das dificuldades, dos conflitos e das potencialidades que as crianças e os adolescentes experimentam (NASCIMENTO; SAYED, 2014). 
O conflito, nomeadamente o conflito em contexto escolar, é uma realidade incontornável e intrínseca do nosso dia a dia, porém não se pode confirmar que todo conflito existente na escola seja de cunho negativo e prejudicial para os alunos, funcionários, professores, coordenadores e gestores (ABRAMOVAY, 2012).
Concernente à origem dos conflitos no ambiente educativo, Chrispino (2017) escreve, segundo sua perspectiva, que uma das primeiras causas de conflitos na escola é a junção de alunos de perfis diferentes dentro do espaço educativo, ou seja, alunos de vivências e realidades diferentes, de valores diferentes, de interesses e objetivos diferentes e assim por diante. 
A aglomeração de diferenças, segundo Chrispino (2017), além de proporcionar uma maior variedade, quantidade e dimensão de conflitos na escola, causa, quando os conflitos não são correta e competentemente administrados, o surgimento da violência escolar. Ele assinala que, em um passado remoto, os alunos que estudavam em uma mesma escola apresentavam perfis semelhantes, aproximados, e isso reduzia a quantidade, variedade e dimensão dos conflitos existentes dentro da instituição escolar. Na concepção deste autor, no decorrer da história os perfis dos alunos da escola se multiplicaram e a escola continuou a mesma, sem se preparar para esta nova demanda.
Antes, em passado remoto, a escola era procurada por um tipo padrão de aluno, com expectativas padrões,com passados semelhantes, com sonhos e limites aproximados. Os grupos eram formados por estudantes de perfis muito próximos (FERNANDES, 2011). 
Com a massificação, trouxemos para o mesmo espaço alunos com diferentes vivências, com diferentes expectativas, com diferentes sonhos, com diferentes valores, com diferentes culturas e com diferentes hábitos [...], mas a escola permaneceu a mesma! Parece óbvio que este conjunto de diferenças é causador de conflitos que, quando não trabalhados, provocam uma manifestação violenta. Eis, na nossa avaliação, a causa primordial da violência escolar. (CHRISPINO, 2017, p.16).
Essa variedade de perfis dos alunos que compõe a escola pública ou privada leva, consequentemente, ao acontecimento de inúmeros conflitos nas mesmas, uma vez que, devido a essa miscigenação ocorrente no seio educativo da escola, os embates serão sem dúvida alguma uma realidade cotidiana (FERNANDES, 2011).
Como a escola está acostumada historicamente a lidar com um tipo padrão de aluno, ela apresenta a regra e requer dos alunos enquadramento automático. Quanto mais diversificado for o perfil dos alunos (e dos professores), maior será a possibilidade de conflito ou de diferença de opinião. (CHRISPINO, 2017, p. 17).
As diferenças de opiniões entre professores e coordenadores, professores e alunos, coordenadores e alunos sobre atos e acontecimentos que ocorrem dentro da escola são inevitáveis. Essas divergências de opiniões e de modos de visualizar uma situação-problema dentro da escola são fatores primordiais que levam ao surgimento do conflito (MARQUES, 2013). 
Em outras palavras, o embate, o confronto e o choque dessas diferentes ideias e modos de interpretar uma determinada realidade são ocasiões do conflito propriamente dito. No entanto, como já foi explicitado, o conflito não é algo necessariamente negativo, nem tampouco atenta contra a ordem vigente (MOORE, 2015). 
Na verdade, o conflito possibilita a ordem, a ordem democrática que deve ser difundida e mantida, pois é mediante o conflito que a democracia se faz real. Diante de uma visão positiva do conflito, deve-se também ter em mente que o amadurecimento, aperfeiçoamento e inovação de ideias e projetos educativos no seio da escola se darão mediante o confronto de pontos de vista diferentes (MOORE, 2015). 
A respeito das diferenças de opiniões, ideias e pontos de vista dentro da escola sobre determinadas realidades e que levam ao conflito, Chrispino (2017) escreve, que ao definirmos conflito como o resultado da diferença de opinião ou interesse de pelo menos duas pessoas ou conjunto de pessoas, devemos esperar que, no universo da escola, a divergência de opinião entre alunos e professores, seja uma causa objetiva de conflitos.
(...) Podemos esperar que, pela diferença entre as opiniões, haja conflito no espaço escolar. Um conflito criado pela diferença de conceito ou pelo valor diferente que se dá ao mesmo ato. Professores e alunos dão valores diferentes à mesma ação e reagem diferentemente ao mesmo ato: isso é conflito. (CHHRISPINO, 2017, p.16,17).
Sabe-se também que os campos de ocorrência de conflitos escolares são diversos, tais como: conflitos interpessoais entre coordenadores e gestores, entre funcionários e docentes, entre docentes e docentes, entre docentes e discentes, entre discentes e discentes etc (MARQUES, 2013). 
Desta maneira, percebe-se a dimensão do conflito escolar, uma vez que a escola é um lugar onde as relações entre pessoas se fazem de modo muito intenso e diversificado, ou seja, entre os vários componentes humanos presentes na instituição escolar, os quais têm funções diversas dentro da mesma, tais como: docência, discência, coordenação, direção, limpeza (MARQUES, 2013). 
Chrispino (2017) cita, em seu texto que trata sobre a gestão de conflitos na escola, os quatro tipos de conflitos educacionais: 
• Conflito em torno da pluralidade de pertencimento: surge quando o docente faz parte de diferentes estabelecimentos de ensino ou mesmo de níveis diferentes de ensino.
• Conflitos para definir o projeto institucional: surge porque a construção do projeto educacional favorece a manifestação de diferentes posições quanto a objetivos, procedimentos e exigências no estabelecimento escolar.
• Conflito para operacionalizar o projeto educativo: surge porque, no momento de executar o projeto institucional, surgem divergências nos âmbitos de planejamento, execução e avaliação, levando a direção a lançar mão de processos de coalizão, adesões, etc.
• Conflito entre as autoridades formal e funcional: surge quando não há coincidência entre a figurada autoridade formal (diretor) e da autoridade funcional (líder situacional). (CHRISPINO, 2017, p. 20).
Assim, conclui-se que estes se dão em quatro âmbitos, os quais são:
• Por questões de interesses pessoais (profissionais) por parte
dos docentes.
• Por questões de ordens administrativas da escola.
• Por questões de ordens de ações pedagógicas na escola.
• E por questões de relações de poder dentro da instituição (CHRISPINO, 2017, p.21).
Já Nebot (2014, p.71) categoriza os conflitos escolares em organizacionais, culturais, pedagógicos e de atores. Os conflitos na escola de cunho organizacional, segundo os referidos autores, são aqueles que acontecem no campo administrativo e financeiro da escola, por exemplo: respectivamente, divisão de trabalhos e pagamentos de salários. 
Os conflitos de âmbito pedagógico para Nebot (2014), segundo Chrispino, são aqueles causados por divergências em questões curriculares, de avaliação e de metodologias de ensino da escola. 
Por fim, os conflitos categorizados segundo Chrispino (2017), são aqueles que envolvem diretamente pessoas, por exemplo, nas seguintes situações: grupos e subgrupos formados dentro da instituição escolar; a relação dos funcionários da educação com os familiares dos alunos e o surgimento de patologias ou doenças quaisquer e algum membro da comunidade escolar, os quais podem gerar conflitos de variadas espécies dentro da escola. 
As causas dos conflitos entre docentes, segundo Chrispino (2017) se dão pela deficiência de comunicação; pela luta de poder; por questões de interesses; e por terem, muitas vezes, valores e ideologias diferentes. 
Já os conflitos educacionais entre docentes e alunos se dão, segundo a perspectiva de Chrispino (2017) por questões tais como: os alunos não entenderem o que os professores explicam; notas arbitrárias; divergência sobre critério de avaliação; discriminação; falta de material didático; não serem ouvidos (tanto alunos quanto docentes); desinteresse pela matéria de estudo. 
Os conflitos entre discentes são explicados pelas respectivas causas: mal entendidos; rivalidade entre grupos; discriminação; bullying (comportamento intencional e repetido cujo objetivo é prejudicar e irritar o outro); namoro; assédio sexual; perda ou dano de bens escolares; eleições (de variadas espécies); dentre outras. 
Por fim, os conflitos entre pais, docentes e gestores são originados, segundo Chrispino (2017) pelas seguintes razões: agressões ocorridas entre alunos e entre os professores; perda de material de trabalho; falta ao serviço pelos professores; falta de assistência pedagógica pelos professores; critérios de avaliação, aprovação e reprovação; uso de uniforme escolar; não-atendimento a requisitos “burocráticos” e administrativos da gestão; etc..
Diante das reflexões destes autores sobre as causas e a natureza dos conflitos educacionais, nota-se, então, a sua amplitude e diversidade, e consolida-se o entendimento, mediante a análise dos dados bibliográficos aqui levantados concernente aos conflitos escolares, que estes são inevitáveis e não necessariamente prejudiciais aos agentes conflitantes, ou seja, estes variados conflitos escolares podem ser oportunidades de aperfeiçoamento, crescimento, renovação, inovação, correção, no processo de ensino-aprendizado e no processo de educação em si (OLIVEIRA, 2013). 
Portanto, o coordenador educacional e os demais agentes da educação que atuam na escola, devem ter estaconcepção do conflito educacional, buscando, essencialmente, evitar que o mesmo se transforme em violência, o que seria, então, um fator negativo para o processo de educar, tornando-se necessário também, diante de toda esta conjuntura, a presença de um coordenador pedagógico e de um mediador de conflitos para que se exerça a mediação destes referidos conflitos (OLIVEIRA; GOMES, 2014).
2.2. O trabalho dos professores e coordenadores na gestão de conflitos em sala de aula
A sociedade vivencia momentos de transformações sociais, dentre elas, inúmeras mudanças de ordem econômica, política, social, e ideológica. O que provoca na escola, como instituição de ensino e de práticas pedagógicas, a necessidade de enfrentamentos de muitos desafios para responder às exigências que surgem. Pode-se ressaltar que dentre estes desafios a questão do conflito e indisciplina na escola, mostra-se um grande desafio a ser enfrentado por todos os envolvidos (NÓVOA, 2017). 
.Com o advento da Revolução Industrial, o êxodo rural e a entrada para o mundo contemporâneo aumentou a questão da violência nas ruas, principalmente entre a juventude, que acaba levando essa indisciplina para as escolas. Assim, os profissionais que nelas trabalham, precisam estar conscientes de que os alunos devem ter uma formação cada vez mais ampla, promovendo o desenvolvimento de suas capacidades (CHRISPINO; CHRISPINO, 2012).
A educação escolar passa por um período de grande efervescência de programas que, geralmente, são transferidos para os profissionais das escolas executarem como medida de melhoria dos padrões de qualidade do ensino. Muitas vezes alguns programas não correspondem às reais necessidades da escola ou, quando correspondem, os profissionais se veem impossibilitados de executá-los devido à carga excessiva de trabalho (OLIVEIRA; GOMES, 2014).
Além disso, observamos que o cotidiano escolar está ameaçado pelos problemas sociais, exigindo dos profissionais um planejamento que atenda de forma mais direta as questões da diversidade, da indisciplina, da violência que afetam a maioria da população do país. Muitas vezes, os programas não atendem essa realidade que está para além dos muros da escola (MOORE, 2015). 
Assumir esse cargo é sinônimo de enfrentamentos e atendimentos diários a pais, funcionários, professores, além da responsabilidade de incentivo à promoção do projeto pedagógico, necessidade de manter a própria formação, independente da instituição e de cursos específicos, correndo o perigo de cair no desânimo e comodismo e fatores de ordem pessoal que podem interferir em sua prática (NASCIMENTO; SAYED, 2014). 
Muitas vezes, a escola e o coordenador se questionam quanto à necessidade desse profissional e chegam à conclusão que esse sujeito pode promover significativas mudanças, pois trabalha com formação e informação dos docentes, principalmente. O espaço escolar é dinâmico e a reflexão é fundamental a superação de obstáculos, socialização de experiências e fortalecimento das relações interpessoais (LOPES; GASPARIM, 2016).
O coordenador pedagógico é peça fundamental no espaço escolar, pois busca integrar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade (OLIVEIRA; GOMES, 2014).
A função primeira do coordenador pedagógico é planejar e acompanhar a execução de todo o processo didático/pedagógico da instituição, tarefa de importância primordial e de inegável responsabilidade e que encerra todas as possibilidades como também os limites de atuação deste profissional. Quanto mais esse profissional se voltar para as ações que justificam e configuram a sua especificidade, maior também será o seu espaço de atuação. Em contrapartida, o distanciamento dessas atribuições seja por qual motivo for, irá aumentar a discordância e desconhecimento quanto às suas funções e ao seu papel na instituição escolar (MOORE, 2015, p. 66). 
O professor quase nunca consegue colocar ordem nos alunos que muitas vezes até agridem o professor com palavras e atitudes físicas. Sempre que o controle da situação foge das mãos do professor, o profissional que é urgentemente solicitado, é o Coordenador Pedagógico (OLIVEIRA; GOMES, 2014).
Infelizmente nas literaturas sobre o enfrentamento da indisciplina, o destaque não vem diretamente para o Coordenador Pedagógico, mas é este profissional que juntamente com todos os outros profissionais da escola, que irá enfrentar este desafio, elaborar estratégias e práticas pedagógicas a serem executadas com o objetivo de atingir suas metas sobre a educação, independente de quaisquer situações (NASCIMENTO; SAYED, 2014). 
Em relação à Educação, outro problema também vem se instalando no sistema escolar há várias décadas, numa demonstração de que o Estado, além de não ter garantido a universalização da Escola Pública para todos os cidadãos, também não tem conseguido garantir aos que nela ingressam a sua permanência (CHRISPINO; CHRISPINO, 2012).
Além disso, este processo de exclusão faz com que a maioria da juventude não tenha participação nem na política, nem na produção econômica, social e cultural, por não ter acesso à educação básica, e assim muitos passam a seguir o caminho da violência, como consequência de sua frustração social (BARRETO, 2014).
Todos esses acontecimentos em torno dos conflitos nos levam a uma reflexão que precisam estar melhores preparados pedagogicamente. E principalmente, inserir no currículo escolar, conteúdos específicos que trata sobre a questão da cidadania, do respeito pelo outro (MOORE, 2015). 
Muitas vezes os alunos até destroem objetos em sala de aula, diante da agitação que vivem em torno do conflito. Conforme Barreto (2014), os alunos precisam “saber”, “entender”, que aquilo que ele destrói também pertence a ele, então quem sabe, a partir deste entendimento, pelo menos conseguir conservar o patrimônio público, que não se limita só às escolas, mas a todas as coisas que existem e que nos cercam, seja no sentido material e humano.
Para Barreto (2014), os conflitos e indisciplinas no espaço escolar, se manifestam como uma forma de protesto ao que se vive, como falta de atenção do professor com o aluno, bullying sofrido por parte de outros colegas, impossibilidade de liberdade para usar as dependências da escola para outras atividades, e em muitos casos, problemas familiares que refletem na emoção dos alunos. Existe uma grande diferença entre a forma como os alunos, professores e coordenadores pedagógicos percebem e veem a questão do conflito na escola.
Tanto os professores quanto os coordenadores pedagógicos, trabalham arduamente no sentido de minimizar, amenizar o máximo possível, onde impede tanto a prática pedagógica como também aprendizagem dos alunos envolvidos, pois sem disciplina na sala de aula é impossível a construção/reelaboração dos saberes e o aprendizado por parte dos alunos (LOPES; GASPARIM, 2016).
A maior parte do tempo que deveria ser utilizada em aulas sobre os conteúdos curriculares, tanto o aluno quanto o professor se perdem em meio de tanta indisciplina, tentando acalmar os ânimos para que a aula aconteça.
Para os professores e coordenadores pedagógicos, os conflitos e a indisciplina na escola são vivenciados de forma bem clara e diária na relação dos professores com os alunos (CARREIRA, 2015).
Para Barreto (2014), o conceito de autoridade está passando por profundas transformações, devido, principalmente, ao crescente processo de democratização vivenciado na sociedade brasileira, onde a ideia clássica de autoridade, originária da relação de pai para filho, de professor com o aluno, como modelo para explicação e o entendimento da autoridade política sofreu profundas alterações nas últimas décadas.
Verifica-se que a transformação e a alteração da autoridade, citada por Barreto (2014), no ambiente escolar já se extinguiu há muito tempo. Hoje não se tem maisautoridade sobre o aluno. Se o mesmo se apresenta com problemas comportamentais, por mais grave que sejam, qualquer atitude do professor ou coordenador pedagógico pode terminar frente a um juiz. 
Tanto os professores como a coordenação, muitas vezes ficam sem saber o que fazer diante dos conflitos na sala de aula e da indisciplina e violência dos alunos. É comum o professor ter em sua turma, um aluno bem mais agressivo que o outro, e não conseguindo dominar a situação, solicitar ajuda a coordenação, que por sua vez retira o aluno da sala, notifica os pais sobre a situação, e os pais ao invés de ajudar a escola, orientando o seu filho a ter mais respeito e disciplina em relação ao professor e a escola como um todo, acaba se voltado contra o professor (LOPES; GASPARIM, 2016).
A autoridade que o professor tinha e precisava continuar tendo em sala de aula, se perdeu há muito tempo, e com o Coordenador Pedagógico não é diferente, este profissional não tem total poder e autonomia para transformar situações caóticas dentro da escola, que não dependem só dele, mas de uma política educacional eficaz e um engajamento de toda a sociedade (MOORE, 2015).
A nossa sociedade aponta, a Escola como um todo, incluindo professores, coordenadores e diretores, como os únicos responsáveis pela educação dos seus filhos, quando na realidade todos nós sabemos que a educação, a disciplina, o estabelecimento de limites no seio familiar, é que irá determinar o perfil dos nossos alunos (CARREIRA, 2015).
Sem a colaboração da família, pouco o coordenador pedagógico pode fazer pelos professores e alunos que se encontram em conflitos, pois como já disse anteriormente, os professores e todo o ambiente escolar, perdeu não só a sua autonomia, mas o respeito, até mesmo por parte do nosso sistema governamental, que tudo assiste sem tomar as medidas cabíveis e necessárias diante deste quadro caótico que se tornou a questão da violência e indisciplina nas salas de aula. Afinal os pais de hoje, não reconhecem os problemas que seus filhos apresentam, mas sim culpam a escola por não dar conta da indisciplina gerada por eles (MOORE, 2015).
2.3 Desafios dos professores e coordenadores para amenização dos conflitos
A questão da disciplina pede, para seu enfrentamento, a ajuda de um conjunto de áreas do conhecimento, como a Sociologia, Antropologia, Psicanálise, Ética, Política, Psicologia, Economia, História, Tecnologia, Comunicação Social, além dos próprios saberes pedagógicos (ORTEGA; DEL REY, 2012). 
Outro fato a ser considerado é que a disciplina é apenas um aspecto do processo de educação escolar, que por sua vez também é extremamente complexo e exigente, uma vez que se trata de participar da formação, ao mesmo tempo, de trinta, quarenta ou mais alunos. Que outra atividade humana apresenta tal nível de complexidade? (RIBEIRO, 2013)
O fazer do sujeito depende do querer e do poder, que se relacionam dialeticamente, já que, por exemplo, o não ver possibilidade acaba diminuindo o desejo de fazer. O poder, por sua vez, tem uma base objetiva, que são as condições mínimas para a ação; e uma base subjetiva, que é o saber fazer. Há também aqui uma relação entre estas dimensões, uma vez que a base objetiva pode ser alterada justamente pela ação consciente do homem, portanto orientada pela base subjetiva (SILVA, 2011).
● O que fazer, como fazer, diante dos grandes desafios que aparecem no ambiente escolar.
● Por quê está acontecendo determinados conflitos na escola, sendo que este deveria ser apenas um espaço para a aprendizagem do saber formal, e não um campo de conflitos.
● Se queremos solução para os problemas identificados na escola, devemos, em conjunto, encontrar a solução, isto não deve ser impossível (SILVA, 2011, p.21)
O problema da indisciplina está angustiando cada dia mais os educadores em geral os professores e Coordenadores Pedagógicos em particular. A grande pergunta que está na cabeça de todos é: o que fazer? Embora esta questão seja da maior importância e deve ser respondida, entendemos que antes, outras duas devem ser enfrentadas: o que está acontecendo? o que queremos? (NASCIMENTO; SAYED, 2014).
É comum ouvirmos o seguinte: “Já sabemos bem qual é o problema, até porque o sofremos na pele. Queremos é solução”. No entanto, o que temos observado é que padecemos, mas não compreendemos o problema; no trabalho cientifico (ORTEGA; DEL REY, 2012).
Sempre que pensamos em disciplina, logo vem à mente as ideias de limites (restrição, frustração, interdição, proibição, etc.) e de objetivos (finalidades, sentido para o limite colocado). A nosso ver, a crise da disciplina escolar hoje está associada justamente à crise de objetivos e de limites que estamos vivenciando. Este “estouro” do problema disciplinar na escola é, com certeza, um sinal, que precisa ser decodificado, entendido (CARREIRA, 2015).
Um dos maiores desafios é a “formação” do coordenador pedagógico para que possa atuar como sujeito de transformação; acreditar que pode, que tem um papel a desempenhar muito importante, embora limitado. Acreditar na possibilidade de mudança do outro, de si e da realidade (LOPES; GASPARIM, 2016).
O Coordenador Pedagógico necessita apresentar um perfil “forte”, firme, onde as pessoas que o cercam possam sentir confiabilidade e segurança naquilo que ele transmite. E socializar os conhecimentos adquiridos em sua formação continuada junto aos professores e toda a escola, de maneira segura e eficaz, procurando elaborar novas estratégias pedagógicas que dê conta dos problemas enfrentados (LOPES; GASPARIM, 2016).
É preciso que trabalhem um novo formato de prática pedagógica, em que a escola passe a ser, de fato, local de aprendizagem, de uma nova cultura, a da aprovação e da formação da cidadania, entendida como a materialização dos direitos sociais a todos os cidadãos (NASCIMENTO; SAYED, 2014).
Sem autoridade não se faz educação; o aluno precisa dela, seja para se orientar, seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade é normal, especialmente no adolescente), no processo de constituição de sua personalidade. O que se critica é o autoritarismo, que é a negação da verdadeira autoridade, pois se baseia na coisificação, na domesticação do outro (NASCIMENTO; SAYED, 2014). 
Há muito tempo, perdeu-se de vista esta “autoridade”, não o autoritarismo. A autoridade de que falo, está aliada ao respeito, principalmente em relação aos alunos, pais de alunos entre professores e coordenação pedagógica (RIBEIRO, 2013)
Pois na maioria das vezes, enfrentamos situações onde os pais querem ditar as normas dentro das Escolas, e ainda acusando professores e coordenadores pelos problemas comportamentais e de aprendizagem apresentados pelos seus filhos. Não assumindo a responsabilidade de pais, que é educar, preparar os seus filhos para o convívio “humano”, não agressivo, no ambiente escolar (ORTEGA; DEL REY, 2012).
Muitos pais vão na escola “discutir” e até brigar com os professores e a coordenação pedagógica por causa de alguma atitude de “correção” atitudinal tomada pela coordenação, dizendo que a escola não tem o direito de “corrigir” o mal comportamento dos seus filhos. Entende-se aqui, que aquilo que é considerado “mal comportamento” dos alunos nas escolas, para os pais é visto como algo “normal”, e que a escola está exagerando e “perseguindo” os seus filhos. Quando na realidade a escola necessita trabalhar de mãos dadas com a família (MARQUES; CUNHA, 2013). 
Somente a partir do momento em que houver esse entendimento, essa interação entre escola e família, é que se poderá vislumbrar “uma luz fim do túnel”, contemplando a questão da indisciplina e violência nas escolas, trazendo paz e harmonia em sala de aula, onde o professor poderá cumprir a sua tarefa, os alunos seriam beneficiados com a aprendizagem, pois sem disciplina não há aprendizagem (ABRAMOVAY, 2012).
E em relação ao Coordenador Pedagógico, será um “fardo”, um problema a menos para administrar, dentre tantos outros problemas que este profissional tem que enfrentar e “resolver” (ABRAMOVAY, 2012).Todas as espécies de problemas/conflitos escolares é encaminhado ao Coordenador Pedagógico, onde Direção, professores, alunos e toda comunidade escolar, espera, dele, uma solução, se possível o mais imediata possível. Pois se leva um tempo para resolver um determinado problema, o Coordenador será constantemente cobrado, ora pela Direção e até mesmo pela Secretária de Educação (MARQUES; CUNHA, 2013). 
Se algo vai mal na escola, se algum problema não foi solucionado, geralmente quem leva a culpa é o Coordenador Pedagógico, pois ele é a ponte entre os professores, a Direção e a comunidade (VALE, 2011).
Dentre os desafios que a escola enfrenta neste momento histórico, focalizamos aqui dois deles: a indisciplina e os conflitos apresentados, com os princípios de autonomia e liberdade, tão caros entre os educadores. Mas, sobretudo, trata-se aqui do estreito vínculo existente entre a escola e a sociedade, muitas vezes negligenciado pelas políticas educacionais e pelos próprios trabalhadores docentes (MARQUES; CUNHA, 2013). 
Pode-se observar que a literatura científica vem progressivamente desenvolvendo estudos e pesquisas que cercam os dilemas dos conflitos escolares, sendo isso um sintoma de que fatos vêm acontecendo nas escolas que merecem investigação. Afinal, a pesquisa cientifica busca conhecer os fenômenos em sua prática social (MARQUES; CUNHA, 2013). 
A concepção de educação é entendida como prática social, portanto, construtiva e constituinte das relações sociais mais amplas, a partir de embates e processos em disputa que traduzem distintas concepções sobre o comportamento humano, o mundo e a sociedade. Para efeito desta análise, a educação é entendida como processo amplo de socialização da cultura, historicamente produzida pelo homem, e a escola, como lócus privilegiado de produção e apropriação do saber, cujas políticas, gestão e processos se organizam, coletivamente ou não, em prol dos objetivos de formação (VALE, 2011).
Sendo assim, políticas educacionais efetivamente implicam o envolvimento e comprometimento de diferentes atores, incluindo gestores e professores vinculados aos diferentes sistemas de ensino (NASCIMENTO; SAYED, 2014).
Dessa forma, a Coordenação Pedagógica tem natureza e características próprias, ou seja, tem escopo mais amplo do que a mera aplicação dos métodos, técnicas e princípios da administração empresarial, devido à sua especificidade e aos fins a serem alcançados. Ou seja, a escola, entendida como instituição social, tem sua lógica organizativa e suas finalidades demarcadas pelos fins político-pedagógicos que extrapolam o horizonte custo/benefício stricto sensu. Isto tem impacto direto no que se entende por planejamento e desenvolvimento da educação e da escola e, nessa perspectiva, implica aprofundamento sobre a natureza das instituições educativas e suas finalidades, bem como as prioridades institucionais, os processos de participação e decisão, em âmbito nacional, nos sistemas de ensino e nas escolas (NASCIMENTO; SAYED, 2014).
Nessa perspectiva, a articulação e a rediscussão de diferentes ações e programas, direcionados ao combate da indisciplina e violência nas escolas, devem ter por norte uma concepção ampla de gestão que considere a centralidade das políticas educacionais e dos projetos pedagógicos das escolas, bem como a implementação de processos de participação e decisão nessas instâncias, batizados pelo resgate do direito social à educação e à escola, pela implementação da autonomia nesses espaços sociais, e, ainda, pela efetiva articulação com os projetos de gestão do MEC, das secretarias, com os projetos político/pedagógicos das escolas e com o amplo envolvimento da sociedade civil organizada (ORTEGA; DEL REY, 2012).
Por outro lado, a problematização da indisciplina e violência nas escolas, coloca-se como questão interligada à gestão educacional e, nesse sentido, deve considerar os diferentes fatores que interferem na atuação dos profissionais da educação, bem como possibilitar o acesso a processos formativos que não separem de uma base sólida de formação, não se reduzindo à disseminação de metodologias e estratégias de aprendizagem (NASCIMENTO; SAYED, 2014).
É necessário rever a formação e o fazer pedagógico, requerendo a articulação entre as políticas educacionais e as concepções sobre os conflitos, enquanto problemas graves a serem enfrentados e solucionados nas esferas educacionais. É um enfrentamento que deve acontecer no coletivo, onde todos os envolvidos devem estar unidos sobre o alcance de um mesmo objetivo. Implica também, resgatar as experiências implementadas por Estados e Municípios como passos importantes no fortalecimento das ações na área da Educação, em apoio às políticas de formação de professores, Coordenadores Pedagógicos e aos processos de organização, gestão educacional e escolar (NASCIMENTO; SAYED, 2014).
Assim, a democratização dos processos de organização e gestão pedagógica deve considerar as especificidades dos sistemas de ensino, bem como os graus progressivos de autonomia das unidades escolares a eles vinculados, e buscar a participação da sociedade civil organizada, especialmente o envolvimento de trabalhadores em educação, estudantes e familiares (ORTEGA; DEL REY, 2012).
Pensar a qualidade social da educação implica assegurar um processo pedagógico pautado pela eficiência, eficácia e efetividade social, de modo a contribuir com a melhoria da aprendizagem dos educandos, em articulação à melhoria das condições de vida e de formação da população (ABRAMOVAY, 2012).
É em consonância com essa perspectiva e no intuito de melhorar a qualidade da educação brasileira que devem se situar ações, medidas por efetiva regulamentação do regime de colaboração entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, objetivando, de fato, assegurar um padrão de acesso, permanência e gestão na educação em todos os níveis, pautado por políticas e ações que promovam a educação democrática e de qualidade social para todos (VALE, 2011).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O primeiro ponto para a introdução da mediação de conflito no universo escolar é assumir que existem conflitos e que estes devem ser superados a fim de que a escola cumpra melhor as suas reais finalidades. Há, portanto, dois tipos de escola: aquela que assume a existência de conflito e o transforma em oportunidade e aquela que nega a existência do conflito e, com toda a certeza, terá que lidar com a manifestação violenta do conflito, que é a tão conhecida violência escolar. 
As escolas que valorizam o conflito e aprendem a trabalhar com essa realidade, são aquelas onde o diálogo é permanente, objetivando ouvir as diferenças para melhor decidirem; são aquelas onde o exercício da explicitação do pensamento é incentivado, objetivando o aprendizado da exposição madura das ideias por meio da assertividade e da comunicação eficaz; onde o currículo considera as oportunidades para discutir soluções alternativas para os diversos exemplos de conflito no campo das ideias, das ideologias, do poder, da posse, das diferenças de toda ordem; onde as regras e aquilo que é exigido do aluno nunca estão no campo do subjetivo ou do entendimento tácito: estão explícitos, falados e discutidos. 
Qualquer que seja a estratégia escolhida para lidar com conflito, ela não pode ser muito distante de objetivos integradores, que consigam uma convivência mais pacífica. Terá de ser uma estratégia que promova um melhor ambiente escolar e, portanto, motivadora da aprendizagem em qualquer contexto: escolar ou não.
REFERÊNCIAS 
ABRAMOVAY, M.; Violências e conflitos nas escolas. Brasília, DF: UNESCO, 2012
BARRETO, Rúbia. Significações de violências na perspectiva de professores que trabalham em escolas "violentas". 2014. Dissertação (Mestrado em Educação)- Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, 2014.         
CARREIRA, D. B. X. Violência nas escolas: qual o papel da gestão?. 2005. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, 2015
CHRISPINO, A. Mediação de conflitos: cabe à escolatornar-se competente para promover transformações. Revista do Professor, Porto Alegre, ano 20, n. 79, p. 45-48, jul./set. 2017.         
CHRISPINO, A.; CHRISPINO, R. S. P. Políticas educacionais de redução da violência: mediação do conflito escolar. São Paulo: Editora Biruta, 2012.       
CHRISPINO, Álvaro; Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de mediação; Rio de Janeiro, v. 15, 2017.
FERNANDES, K. T. O conceito de violência escolar na perspectiva dos discentes. 2006. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, 2011.         
LOPES, C. Sanches, GASPARIM, J. Luiz; Violências e conflitos na escola: desafios à prática docente; Maringá, v. 25, 2016.
MARQUES, Luís, CUNHA, Pedro; Estilos de gestão de conflitos em contexto escolar: Análise de algumas variáveis importantes; 2013.
MOORE, C. W. O processo de mediação: estratégias práticas para a resolução de conflitos. Porto Alegre: ARTMED, 2015.
NASCIMENTO, E. Maria, SAYED, K. M. El; Administração de Conflitos; Coleção Gestão Empresarial. Rio de Janeiro: Ediouro, 2014.
NEBOT, J. R. Violência e conflito nos âmbitos educativos. Ensaios e Experiências. Rio de Janeiro: 2014, p.72.
NÓVOA, Antônio; Para uma análise das instituições escolares; 2017.
OLIVEIRA, M. G. P. Percepção de valores nas escolas pelos docentes de ensino médio. 2003. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, 2013.         
OLIVEIRA, M. G. P.; GOMES, C. A. Como os docentes vêem valores e violências escolares no ensino médio. RBPAE, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 45-70, jan./jun. 2014
ORTEGA, R.; DEL REY, R. Estratégias educativas para a prevenção da violência. Brasília, DF: UNESCO: UCB, 2012.       
RIBEIRO, R. M. C. Significações da violência escolar na perspectiva dos alunos. 2004. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, 2013
SILVA, M. N. Escola e comunidade juntas contra a violência escolar: diagnóstico e esboço de plano de intervenção. 2004. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, 2011.         
VALE, C. M. R. Violência simbólica e rendimento escolar. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, 2004.

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