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Luiza Andrade 71C Farmacologia É a ciência que estuda a interação entre os compostos químicos e organismo vivo, ou sistema biológico, resultando em um efeito: benéfico (medicamento) ou tóxico (maléfico) Pharmakon àdefinida por qualquer substância capaz de atuar no organismo animal, seja em sentido benéfico ou maléfico; logos à estudo Menor concentração capaz de causar efeito biológico: usar doses menores não faz efeito, logo, a dose deve ser maior. Concentrações potencialmente toxicas: doses maiores atinge a toxidade, logo, a dose deve ser menor. Nem sempre as setas estão nessa posição, pode ser que o índice é maior, logo, a janela terapêutica fica menor, sendo necessário maior dose desse medicamento. O mesmo serve pra seta da toxidade. Índice terapêutico: quanto menor, mais atenção deve se ter para usar o medicamento. Se da pela dose tóxica (quantidade de dose que matou 50%) dividido a dose terapêutica Conceitos básicos: Droga: qualquer substância que seja capaz de alterar a fisiologia de um organismo vivo Fármaco: é uma substância bem conhecida, com estrutura química definida, podendo ter efeito benéfico ou não e também com uso experimental Medicamento: é um fármaco com efeito benéfico, produzido comercialmente para uso terapêutico Forma farmacêutica: é a forma final na qual um medicamento se apresenta, comprimidos, capsulas, injetáveis etc à a diferença entre as preparações é a absorção no intestino (para resistir a reação estomacal), no caso da drágea (igual a da neosaldina), algumas são feitas pra serem liberadas logo no estomago, etc. Remédio: é o recurso para curar o alívio do sofrimento à ginastica, massagem, gelo, banho, crença, fé etc. Farmacocinética: é o estudo do movimento de uma substância química, em particular, de um fármaco no interior de um organismo vivo. Absorção à distribuição à metabolismo à excreção Processo farmacocinético: dose do fármaco à liberação da substância ativa + absorção à fármaco livre no sistema circulatório (chamado de compartimento central) à se liga a proteínas. O fármaco pode ser distribuído para o local de ação, para reservatórios teciduais e para locais inesperados à é definido pela relação do fármaco ligado as proteínas ou livre. Farmacocinética Os fármacos podem ser metabolizados no fígado, nos rins e no sistema respiratório à possibilidade de gerar metabolitos que podem ou não serem tóxicos à são eliminados. Vias de administração de fármacos: é determinada primariamente pelas propriedades do fármaco (hidro ou lipossolúvel, ionização) e pelos objetivos terapêuticos do fármaco (ex: necessidade de inicio rápido de ação ou tratamento por um tempo maior, restrição de um acesso a um local especifico) As 3 principais vias são: enteral à administrado pela boca (oral, sublingual, bucal); parenteral à fármaco diretamente na circulação sistêmica (intravenosa, intramuscular e subcutânea); outras à retal, transdérmica, inalação oral ou nasal, tópica, intratecal ou intraventricular Farmacologia Ilustrada 5 da membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio pulmonar. Os efeitos dos fármacos são quase tão rápidos como os da injeção IV em bólus. Fármacos que são gases (p. ex., alguns anestésicos) e aqueles que podem ser dispersados em aerossol são administra- dos por inalação. Esta via é particularmente eficaz e conveniente para pacientes com problemas respiratórios (como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica), pois o fármaco é administra- do diretamente no local de ação, minimizando, assim, os efeitos sistêmicos. Exemplos de fármacos administrados por inalação in- cluem os broncodilatadores, como o salbutamol, e os corticosteroi- des, como a fluticasona. 2. Inalação nasal: Esta via envolve a administração de fármacos di- retamente dentro do nariz. Incluem-se os descongestionantes na- sais, como a oximetazolina, e o corticosteroide anti-inflamatório furoato de mometasona. A desmopressina é administrada por via intranasal no tratamento do diabetes insípido. 3. Intratecal e intraventricular: A barreira hematencefálica retarda ou impede a entrada dos fármacos no sistema nervoso central (SNC). Quando se desejam efeitos locais e rápidos, é necessário introduzir o fármaco diretamente no líquido cerebrospinal. Por exemplo, a anfotericina B intratecal é usada no tratamento da me- ningite criptocócica (ver Cap. 42). 4. Tópica: A aplicação tópica é usada quando se deseja um efeito local do fármaco. Por exemplo, o clotrimazol em pomada é aplicado diretamente na pele para o tratamento de infecções por fungos. 5. Transdérmica: Esta via de administração proporciona efeitos sis- têmicos pela aplicação do fármaco na pele, em geral, por meio de um adesivo cutâneo (Fig. 1.4). A velocidade de absorção pode va- riar de modo acentuado, dependendo das características físicas da pele no local da aplicação e da lipossolubilidade do fármaco. Essa via é usada com mais frequência para a oferta prolongada de fár- macos, como o fármaco antianginoso nitroglicerina, o antiemético escopolamina e os adesivos de nicotina usados para facilitar a in- terrupção do hábito de fumar. 6. Retal: Como 50% da drenagem da região retal não passa pela circulação portal, a biotransformação dos fármacos pelo fígado é minimizada com o uso desta via. A vantagem adicional da via retal é evitar a destruição do fármaco no ambiente GI. Ela também é útil se o fármaco provoca êmese, quando administrado por via oral, ou se o paciente já se encontra vomitando ou se está inconsciente. (Nota: a via retal é usada comumente para a administração de an- tieméticos.) Com frequência, a absorção retal é errática e incom- pleta, e vários fármacos irritam a mucosa retal. A Figura 1.5 resu- me as características das vias de administração comuns. III. ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea. A velocidade e a eficiência da absorção depen- dem do ambiente onde o fármaco é absorvido, das suas características quí- micas e da via de administração (o que influencia sua biodisponibilidade). Excetuando a via IV, as demais podem resultar em absorção parcial e me- nor biodisponibilidade. B A VASO SANGUÍNEOVASO SANGUÍNEO Cobertura Fármaco se difundindo do reservatório para os tecidos subcutâneos Adesivo de contato Membrana libera- dora de fármaco Reservatório de fármaco Pele Figura 1.4 A. Representação esquemática de um adesivo transcutâneo. B. Adesivo transcutâneo de nicotina aplicado no braço. VIA DE ADMINISTRAÇÃO PADRÃO DE ABSORÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS Oral x Variável; afetada por vários!fatores x Via de administração mais segu- ra e mais comum, conveniente e!econômica x Absorção limitada de alguns fármacos x Os alimentos podem interferir na!absorção x É necessária adesão do paciente x Os fármacos podem ser biotransfor- mados antes de serem absorvidos sistemicamente Intravenosa x A absorção não é necessária x Pode ter efeitos imediatos x Ideal para dosagens de altos volumes x Adequada para substâncias irritantes e misturas complexas x Valiosa para situações de!emergência x Permite a titulação da dosagem x Ideal para fármacos proteicos de alta massa molecular e peptídeos x Imprópria para substâncias oleosas x A injeção em bolus pode resultar em efeitos adversos x A maioria das substâncias deve ser injetada lentamente x São necessárias técnicas de assepsia!estritas Subcutânea x Depende do diluente do fármaco: – soluções aquosas: imediata; – preparações de depósito: liberação lenta e prolongada x Adequada para fármacos de liberação!lenta x Ideal para algumas suspensões pouco solúveis x Dor e necrose se o fármaco é!irritante x Inadequada para fármacos adminis- trados em volumes elevados Intramuscular x Depende dos diluentes do fármaco: – soluções aquosas: imediata; – preparações de depósito: liberação lenta e prolongada x Adequada se o volume é moderadox Adequada para veículos oleosos e certas substâncias irritantes x Preferível à via IV se o paciente deve se autoadministrar x Afeta certos testes de laboratório (creatinocinase) x Pode ser dolorosa x Pode causar hemorragia intramuscu- lar (evitar durante o tratamento com anticoagulante) Transdérmica (adesivo) x Lenta e prolongada x Evita o efeito de primeira passagem x Conveniente e indolor x Ideal para fármacos lipofílicos e que tem baixa biodisponibilidade oral x Ideal para fármacos que são elimina- dos rapidamente do organismo x Alguns pacientes são alérgicos aos adesivos, o que pode causar irritação x O fármaco deve ser muito lipofílico x Pode causar atraso no acesso ao local de ação farmacológica x Limitado a fármacos que podem ser tomados em doses pequenas diárias Retal x Errática e variável x Evita parcialmente o efeito de primei- ra passagem x Evita a destruição pela acidez gástrica x Ideal se o fármaco causa êmese x Ideal para pacientes com êmese ou!comatosos x O fármaco pode irritar a mucosa retal x Não é uma via “bem aceita” Inalatória x Pode ocorrer absorção sis- têmica, o que nem sempre é!desejado x A absorção é rápida; pode ter efeitos!imediatos x Ideal para gases x É eficaz para pacientes com proble- mas respiratórios x A dose pode ser titulada x Se o alvo do efeito se localiza nos pulmões: são usadas doses menores comparando com as que se usariam por via oral ou parenteral x Menos efeitos adversos sistêmicos x Principal via de adictos (o fármaco pode acessar rapidamente o cérebro) x Os pacientes podem ter dificuldade em regular a dose x Alguns pacientes têm dificuldades no uso dos inaladores Sublingual x Depende do fármaco: – poucos fármacos (p. ex., nitroglicerina) têm absorção sistêmica direta e rápida – a maioria dos fármacos tem absorção incompleta e errática x Evita o efeito de primeira passagem x Evita a destruição pela acidez gástrica x Mantém a estabilidade do fár- maco, porque a saliva tem pH relativamente!neutro x Pode causar efeitos farmacológicos imediatos x Limitada a certos tipos de fármacos x Limitada a fármacos que podem ser tomados em pequenas doses x Pode perder parte do fármaco se!deglutido Figura 1.5 Padrão de absorção, vantagens e desvantagens das vias de administração mais comuns. Capitulo_01_Whalen.indd 5 25/04/2016 09:28:13 É a transferência de um fármaco do local de administração até a circulação. A velocidade e a eficiência da absorção dependem do ambiente onde o fármaco é absorvido, das suas características químicas e da via de administração. • Nem todas as vias ocorre absorção à via endovenosa, pois o fármaco é depositado diretamente no compartimento central, por isso, é a via preferencial para disponibilidade imediata do fármaco. • Um fármaco precisa vencer certas barreiras físicas, químicas e biológicas para alcançar seus locais de ação moleculares e celulares. • Membrana celular à composta por uma camada hidrofílica externa e uma hidrofóbica interna., além de possuir fluidez e ser composta por proteínas (são alvos para os fármacos). A barreira é relativamente impermeável a moléculas polares, sendo necessário, outros mecanismos de transporte: transporte passivo e ativo • Dopamina: não passa a barreira hemato-encefálica à necessita de um transportador. O SNC é composto de uma bainha de astrócitos e células do endotélio, que são unidas por zônulas de oclusão à dificultadores. • Características para um fármaco atingir o SNC sem os transportadores: ser hidrofóbico ou lipofílico, tamanho pequeno da molécula, (ex: álcool à lipofílico e baixo peso molecular), elevado coeficiente de partição óleo/água (barbitúricos e anestésicos gerais). Complicações: pode funcionar como barreira para o tratamento (ex: tratamento de encefalite bacteriana), doença de Parkinson (deficiência de dopamina no SNC). • O que afeta a absorção do fármaco? Tamanho da molécula, forma e viscosidade, lipossolubilidade, polaridade, ionização, magnitude do gradiente e tipo de membrana. • Fatores que influenciam na lipossolubilidade e peso molecular. Mecanismos de absorção de absorção de fármacos a partir do TGI: os fármacos podem ser absorvidos por difusão passiva, facilitada, transporte ativo ou endocitose • Difusão passiva: é a favor do gradiente de concentração, ou seja, o fármaco vai do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. Os fármacos hidrossolúveis atravessam as membranas celulares através de canais ou poros aquosos, e os lipossolúveis movem-se facilmente através da maioria das membranas biológicas (bicamada lipídica) • Difusão facilitada: os fármacos podem entrar na célula por meio de uma proteína transportadora transmembrana especializada. Não ocorre gasto de energia, mas uma mudança conformacional nessas proteínas. • Tansporte ativo: envolvem transportadores proteicos, mas é dependente de energia, uma vez que o transporte é contra. o gradiente de concentração (do meio menos concentrado para o mais concentrado) • Endocitose e exocitose: são usados para transportar fármacos muito grandes através da membrana celular. Ex: vitamina B12 é transportada através da parede intestinal por endocitose; a noraepinefrina é armazenada em vesícula intracelulares no terminal nervoso e são liberadas por exocitose. Fatores que influenciam na absorção de fármacos: 1- pH e ionização: muitas drogas são ácidos ou bases fracas. Quando em solução, essas substâncias se dissociam em sua forma ionizada. As substâncias ionizadas geralmente não atravessam as membranas celulares, exceto em raros casos onde existe um transporte ativo associado. As drogas não ionizadas (lipossolúvel) atravessam a barreira, e as drogas ionizadas (hidrossolúvel) não atravessam. • Comportamento de um ácido em um meio ácido à forma não ionizada, lipossolúvel • Comportamento de uma base em um meio alcalino à forma não ionizada, lipossolúvel • Droga ácida à melhor absorção em um meio ácido, possui menor pKa Absorção • Droga básica à melhor absorção em um meio básico, possui maior pKa Partição pelo pH e aprisionamento iônico: uma substância ácida em um meio ácido, fica não ionizada. Quando a travessa a barreira, o pH é mais básico e ocorre dissociação, predominando a forma ionizada (hidrofílica) à não consegue passar a barreira novamente. Isso ocorre, de forma contrária, a uma base, a qual fica aprisionada em um meio ácido. Ocorre aprisionamento iônico pela diferença de pH. (os ácidos ficam presos em meios básicos e são absorvidos me meios ácidos e vice-versa) Consequências do aprisionamento: • A acidificação da urina acelera a eliminação de bases fracas e retarda a de ácidos fracos (o contrário para alcalinização) • O aumento do pH no plasma (ex: administração de bicarbonato de sódio) faz com que ácidos fracos sejam extraídos do SNC para o plasma (o posto é verdadeiro) 2- Fluxo de sangue no local de absorção: intestinos recebem maior fluxo, portanto a absorção é favorecida 3- Área ou superfície de absorção: a superfície do intestino é rica em microvilosidades e é 1000x maior que a do estomago, favorecendo a absorção dos fármacos 4- Tempo de contato com a superfície de absorção: se um fármaco se desloca muito rapidamente no TGI (ex: diarreia), ele não é bem absorvido. Se é retardado, o intestino reduz sua velocidade de absorção (por isso é indicado ingerir fármaco após se alimentar, para ser absorvido lentamente) 5- Expressão da glicoproteína P: é uma proteína transportadora transmembrana, responsável pelo transporte de alguns fármacos. Ela atua bombeando as drogas para fora da célula à alta expressão de glicoproteína P = diminuição da absorção de fármacos Diferença enorme entre o pH do estomago e do jejuno à fármacos ácidos são melhor absorvidos a nível de estomago e os fármacos básicos têm melhor absorção no intestino A partição pelo pH não é o principal determinante do local de absorção de fármacosno trato gastrointestinal – Hang & Dale à existem outros fatores que alteram a absorção, por exemplo: diferença de concentração, área, permeabilidade (como a barreira hemato-encefálica) e a espessura da membrana. Fármaco com absorção a nível de intestino é mais rápida que no estômago, pela área do órgão. Quanto menor o tempo do fármaco ficar no estomago, mais rápido vai ser absorvido à aumenta a velocidade de absorção no duodeno à redução no tempo para o inicio da ação. Absorção do fármaco via oral – fatores que afetam a absorção gastrointestinal: motilidade gastrointestinal, fluxo sanguíneo, tamanho da partícula e formulação, interação entre fármacos e conteúdo intestinal (alimentado ou jejum). Isso ocorre também pela quantidade de água administrada junto com o fármaco, como ocorre com a aspirina, garantindo maior solubilidade e consequente absorção à gráfico 1 esvaziamento gástrico, gráfico 2: solubilidade. Absorção e interação alimentar Biodisponibilidade: representa a taxa e a extensão com que um fármaco administrado alcança a circulação sistêmica. A biodisponibilidade de um fármaco administrado por via endovenosa é = 1, ou seja, biodisponibilidade de 100%, sendo a via de escolha na urgência e emergência. Para determinar a biodisponibilidade de um fármaco, deve-se comparar os níveis plasmáticos obtidos por uma via de administração (ex: oral) com os níveis plasmáticos obtidos por administração IV. Posologia à estabelece como o medicamento deve ser administrado (dose, frequência e duração) à importante para o paciente conseguir seu tratamento e ao mesmo tempo não se intoxicar Meia vida à é o tempo gasto para que a concentração plasmática de um fármaco no organismo se reduza à metade. Situações que podem alterar a biodisponibilidade: metabolismo hepático (ex: individuo com insuficiência, metaboliza menos o fármaco e pode se intoxicar mais facilmente), disfunção hepática e renal, alterações circulatórias (ICC) • Biotransformação hepática de primeira passagem: quando um fármaco é absorvido, ele passa primeiramente na circulação portal, se o fármaco é rapidamente biotransformado no fígado, a quantidade de fármaco inalterado que tem acesso a circulação sistêmica diminui à nesse caso, a administração pode ser sublingual, transdérmica ou dosagem suficiente do fármaco • Solubilidade de um fármaco: fármacos muito hidrofílicos não conseguem atravessa a bicamada lipídica das células, fármacos muito lipofílicos não tem acesso a superfície das células por serem totalmente insolúveis nos líquidos aquosos à solução: fármacos lipofílicos • Instabilidade química: alguns fármacos são instáveis no pH gástrico (benzilpenicilina) e outros são destruídos no TGI pelas enzimas digestivas (insulina) • Natureza da formação do fármaco: tamanho da partícula, tipo de sal, polimorfismo, revestimento entérico etc podem alterar a velocidade de absorção. Passo a passo da absorção resumida à É a distribuição do fármaco para o compartimento central, ocorre primariamente através do sistema circulatório. O sistema linfático contribui com um componente menor. Pode ser definido como o processo pelo qual um fármaco reversivelmente abandona o leito vascular e entra no interstício (LEC) e, então, nas células dos tecidos. Depende do: débito cardíaco e do fluxo sanguíneo regional, da permeabilidade capilar, do volume do tecido, do grau de ligação do fármaco as proteínas plasmáticas e tissulares e, por fim, da lipossolubilidade relativa do fármaco. Fluxo sanguíneo regional: (principais órgãos) O elevado fluxo sanguíneo, junto com uma elevada lipossolubilidade do fármaco propofol, por exemplo, permite distribuição rápida ao SNC e produz anestesia à depois ocorre distribuição lenta aos músculos e tecido adiposo, permitindo a recuperação da consciência Ligação a proteínas plasmáticas: alguns fármacos possuem alta afinidade pelas proteínas plasmáticas à quando maior a afinidade, mais ligado ele fica à menor distribuição para o metabolismo àmais tempo para metabolização à consequentemente, tem maior tempo de ação. A quantidade de fármaco que se liga depende da: [de fármaco livre], [proteínas], e [afinidade do fármaco as proteínas]. Ex: paciente com perda de albumina à fármaco em maior quantidade livre à metabolizado mais facilmente à maior distribuição no corpo à tempo de ação diminuída. • Fármacos classe I à muita afinidade a proteínas • Fármacos classe II à pouca afinidade a proteínas Volume de distribuição: é o volume de líquido necessário para conter todo o fármaco do organismo na mesma concentração presente no plasma. Fatores que afetam o vd: dependentes da droga (lipossolubilidade, polaridade e ionização, ligação a proteínas), dependentes do paciente (idade, peso, tamanho, hemodinâmica, [] proteínas plasmáticas, estado patológico e genética). Distribuição Distribuição no compartimento aquoso do organismo: quando um fármaco entra no organismo, ele tem o potencial de distribuir-se em qualquer um dos três compartimentos funcionalmente distintos de água corporal: plasma, LEC e água corporal total. Vd calculado em litros: • 3-5L à plasma • 10-30L à fluido extracelular • 40-70L à fluido total do organismo (LIC e LEC) • >70L à acumula até em território extravascular Volume de distribuição aparente: Um fármaco raramente se associa de forma exclusiva a um único compartimento de água corporal à a maioria dos fármacos se distribui em vários compartimentos, com frequência ligando-se a componentes celulares como: lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos, Ex: manitol à em caso de edema cerebral, como o manitol fica no LEC, pode ser utilizado para diminuir o edema de dentro da célula. Biotransformação dos fármacos: compreende os mecanismos enzimáticos complexos que tem como objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, neurotransmissores) ou substâncias estranhas exógenas (xenobióticos). Ex: fármacos, carcinogênicos, venenos, pesticidas à conjunto enzimático CYP 450 àresponsáveis pelo metabolismo da maioria das substâncias do organismo. As substâncias podem ser metabolizadas como metabólitos ativos (tem efeito no organismo) ou metabolitos inativos (não tem efeito no organismo). Além do fígado outros órgãos são capazes de realizar biotransformação: pulmões, rins e adrenais. A biotransformação se baseia em transformar um fármaco que é lipossolúvel em hidrossolúvel, para facilitar a excreção. Os fármacos que já são hidrossolúveis adquirem características mais hidrossolúveis. A maioria das vezes ocorre inativação; no caso do pró-fármaco ocorre ativação. As reações químicas envolvidas no processo de Biotransformação são: oxidação, redução, hidrolise e conjugação. Metabolismo Exemplos de metabolização: Fármaco ativo à se tornou hidrossolúvel à inativo à pode ser excretado Pró-fármaco à é inativo à metabolizado à ativo Substância tóxica àé metabolizada à se torna não tóxica OU Substância não tóxica àé metabolizada à se torna tóxica (o princípio ativo do paracetamol é o acetominofem à é hepatotóxico) Fármaco ativo à metabolização à se torna menos ou mais ativo Fases da biotransformação: Fase 1: catabólica à oxidação, redução e hidrólise à fármaco se torna: ativo, tóxico e inalterado. O fármaco também pode, da fase I, se tornar inativo, ou seja, hidrossolúvel e ser eliminado pelos rins Fase 2: anabólica àconjugação – os fármacos se tornam hidrossolúveis e são eliminados por via renal. Exceção: sulfato ativo do monoxidil à tem dificuldade de ser eliminado por via renal, é eliminado por via biliar, nas fezes. Metabolização de fármacos polares e apolares Fármacos apolares entram mais facilmente a membrana e os fármacos polares não atravessam a barreira. Fármacos polares à precisam de transportadores para serem metabolizadosà reações não microssomais (podem ser microssomiais, mas é mais raro) à eliminação inalterada ou reações plasmáticas (já que não chegam nos hepatócitos) ou reações no citosol do hepatócito (se conseguirem entrar no hepatócito por um transportador) Ex de reações oxidativas não microssomiais: • Álcool desidrogenase e aldeído desidorgenase: etanol à acetaldeido à acetato; • Xantina oxidase: hipoxantina à xantina à ácido úrico • Monoamino oxidase (MAO): metabolismo das catecolaminas e serotonina Fármacos apolares à entram no hepatócito à reações microssomiais ou oxidativas. Participação de: • Citocromo P450 • Ferro • NAD • Flavoproteínas • Ocigenio Metabolismo de primeira passagem: quando o fármaco administrado, por exemplo, por via oral passa primeiro no fígado antes de chegar na circulação sistêmica. Desse modo, parte do fármaco é metabolizado, diminuindo sua biodisponibilidade do fármaco à alguns fármacos in vitro funcionam muito bem, mas in vivo não já que é metabolizado. Estratégia para administrar um fármaco com metabolismo de primeira passagem: via intravenosa (pula o metabolismo hepático) à depois de ir pra circulação, vai pro fígado para ser metabolizado. Fármacos que sofrem eliminação de primeira passagem significativa: aspirina, levodopa, lidocaína, morfina, metoprolol, propranolol, etc. à necessário uma dose maior se for administrado por via oral, por causa dessa metabolização. Ocorrem variações individuais no metabolismo de primeira passagem (alguns indivíduos metabolizam mais rápido que os outros) à imprevisibilidade de efeito (maior ou menor sensibilidade ao fármaco), pra isso, a dose fica no meio, entre a dose mínima e a toxica Fármaco felodipina (bloqueador do canal de cálcio): administrado via oral à 100% de disponibilidade à passou pelo estômago à chegou nas vilosidades do intestino à ação da enzima CYP3A4 que está nas células do estômago (faz parte do citocromo 450) à reduz sua disponibilidade para 30% à entra no circulação porta à no hepatócito entra em contato com outras enzimas do citocromo 450 à o fármaco chega na circulação sistêmica com 15% de disponibilidade. Estratégias farmacológicas: fármaco chegou no intestino à inibição da ação enzimática (suco de toranja) à 90% na circulação porta à chega no hepatócito e sofre ação das enzimas à redução para 45% e chega na circulação sistêmica Citocromo P450 (CYP 450): principal sistema enzimático envolvido no metabolismo de composto endógeno e xenobioticos à 74 famílias de gene CYP. É um fator importante na variabilidade metabólica inter- individual, e está relacionada com o efeito toxico de vários fármacos. Uso de álcool junto com antibióticos à álcool faz indução de enzimas, diminuindo o efeito do remédio (diminui a meia vida e ativa enzimas). O citocromo está envolvido no mecanismo de interação medicamentoso. Medicamentos que influenciam no metabolismo do outro, por serem metabolizados pela mesma enzima à Efeito da indução do citocromo P450 sobre: a atividade enzimática (aumenta), velocidade de excreção (aumenta), biodisponibilidade [fármaco no plasma] (diminui). Ex: antibiótico: se administrado junto com outro fármaco que é metabolizado pelo citocromo ou substância que induz esse conjunto enzimático (álcool), pode comprometer o efeito pela redução da biodisponibilidade Efeito da inibição do citocromo P450 sobre: a atividade enzimática (diminui), velocidade de excreção (diminui), biodisponibilidade [fármaco no plasma] (aumenta). Ex: fármaco toxico (paracetamol), é possível chegar a doses toxicas com maior facilidade. OBS: Drogas que usualmente causam indução enzimática são: fenobarbital (usado para crises convulsivas), fenitoína, álcool e o tuberculostático rifampcina (tratamento da tuberculose). A vulnerabilidade de alguns pacientes pode ocorrer pela idade, sexo, etnicidade e polimorfismo genéticos, farmacogenômica (quantidade e atuação das enzimas) e doenças à hepatite, cirrose, câncer, hemocromatose, esteatose hepática, hipertireoidismo, hipotireoidismo. Situações: Drogas hidrofílica: tem a característica ideal para ser excretada. Via oral à absorvido à fígado à metabolismo primário à já é hidrofílico à excreção pelo rim Droga lipofílica não metabolizada: via oral à fígado à sistema circulatório à novamente reabsorvida à não é eliminada pelo sistema renal à fica recirculando, tendo maior tempo de meia vida à eliminação enterro-hepática àeliminada pelas fezes Droga lipofílica com baixa capacidade de conversão: parte vai ficar com característica lipofílica (amarelo) e a menor parte tem característica hidrofílica (azul). Droga absorvida à parte lipofílica sofre recirculação e é eliminada pela via enterro-hepática à parte hidrofílica eliminada de maneira eficaz pelo sistema renal Droga lipofílica com rápida e eficaz capacidade de conversão: droga absorvida à sofre metabolismo à adquire característica hidrofílica à eliminação por via renal de maneira eficaz. Excreção Características que favorecem excreção: Para a formação da urina, o sangue chega pela arteríola aferente, é filtrada, reabsorvida e excreção para formar a urina. Os fármacos com características lipofílicas, maioria é reabsorvida; já o com característica hidrofílica, é filtrada e tem dificuldade de ser reabsorvido à eliminação fácil. O modo de excretar os fármacos com características lipofílicas é emulsificado junto com o conteúdo biliar e é eliminado pelas fezes. Logo, as principais vias de excreção são: rins e trato biliar. Existem outras vias, como ar expirado, leite, saliva e suor. Excreção renal: Apenas 20% do fármaco sofre processo de filtração, pois só ocorre em fármacos com moléculas menores que 20.000 Da. Ex: albumina e heparina à não são filtradas pois tem um peso molecular alto. Vão então, depender do processo de secreção para serem eliminados. 80% dos fármacos serão eliminados por secreção tubular: • Substâncias que não sofrem filtração • Depende de mecanismo de transporte ativo à depende do pH (na absorção drogas ácidas são mais bem absorvidas em ambiente ácido e drogas básicas são mais bem absorvidas em ambiente básico) à na ionização, é interessante que o fármaco fique ionizado à faz com que a droga acida seja eliminada em um ambiente básico e vice-versa (contrario da absorção) • Interação medicamentosa: a excreção de fármacos ligados a proteínas, dependem de mecanismos ativos à velocidade pode ser limitada de acordo com a capacidade do transportador Dois fármacos que não eliminados pelo mesmo transportador, por exemplo, furosemida e penicilina à transportador de cátions à se usados juntos pode ocorrer problema àcompetem transportador à interação medicamentosa. Fármacos que inibem a secreção tubular por atuar nos transportadores: administração de indometacina (anti-inflamatório) com furosemida (diurético) à fármacos populares na clínica Influência do pH na eliminação de fármacos: o fármaco deve estar na sua forma polar para ser excretado. Fármaco básico é mais bem eliminado no meio acido e vice-versa. Fenobarbital eliminado de forma mais eficiente no ambiente alcalino Anfetamina eliminada de forma mais eficiente no ambiente ácido. Excreção biliar: É a principal via de eliminação de fármacos lipofílicos. O fármaco lipofílico é administrado via oral à estomago à região intestinal à circulação porta à metabolismo de primeira passagem no fígado à Biotransformação hepática à conjugação com ácido glucorônico à chega na vesícula biliar à despejado no intestino à eliminação pelas fezes (pode recircular várias vezes antes de sofrer esse processo de eliminação) Durante a conjugação com o ácido glucorônico, pode adquirir característica hidrofílica à eliminação via renal 95% dos fármacos com circulação enterro-hepática é reabsorvidopois tem característica lipofílica e 5% é eliminado à fármaco com meia vida aumentada. Ex: hormônios esteroides, digoxina (tratamento cardíaco), agentes quimioterápicos são excretados em grande parte pela bile. Meia vida: tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco se reduza pela metade. A meia vida é usada para determinar a posologia Fatores clínicos que alteram a meia vida de um fármaco: envelhecimento, obesidade, ascite, edema, infiltrado pulmonar, indução do citocromo, inibição do citocromo, insuficiência hepática, insuficiência renal Posologia: Estado de equilíbrio: quando se aumenta a dose de um fármaco à a absorção é maior que o metabolismo e a excreção à na medida que o fármaco é absorvido à aumento do metabolismo e a excreção é otimizada. Doses pequenas e frequentes: a partir da 5 dose ocorreu o equilíbrio entra absorção e equilíbrio Infusão continua: é mais estável Doses grandes infrequentes: atinge doses toxicas e doses sub terapêuticas (não faz efeito) Fármaco azul: a medida que aumenta a concentração plasmática do fármaco, o metabolismo e excreção vão se ajustando ate atingir o equilíbrio dinâmico à cinética de primeira ordem Fármaco preto: concentração cada vez aumentada, pdendo atingir doses toxicas à fármaco que responde a cinética de ordem 0. Isso ocorre pois o fármaco é metabolizado por uma enzima, a qual tem capacidade x de metabolismo à se torna saturada e não tem a capacidade de metabolismo aumentado à fármacos A dosagem terapêutica com dose de ataque é para o fármaco fazer efeito mais rapidamente à concentrações do fármaco em efeito terapêutico em menor tempo possível Concentração plasmática do fármaco em equilíbrio dinâmico: Os esquemas posológicos ótimos mantem a concentração plasmática do fármaco no estado de equilíbrio dinâmica dentro da janela terapêutica desse fármaco. Como o estado de equilíbrio dinâmico é alcançado quando a taxa de aporte do fármaco é igual à sua eliminação, a concentração do fármaco no estado de equilíbrio dinâmico é afetada pela sua biodisponibilidade, depuração, dose e intervalo entre as doses: Dose de ataque: frequentemente, são administradas doses iniciais, ou de ataque, de um fármaco para compensar sua distribuição nos tecidos. As doses de ataque podem ser utilizadas para obter níveis terapêuticos do fármaco com apenas uma ou duas doses. Na ausência de uma dose de ataque, são necessárias 4 a 5 meias-vidas de eliminação para que um fármaco atinja um equilíbrio entre a sua distribuição tecidual e a concentração plasmática. Dose de manutenção: uma vez alcançada a concentração plasmática de um fármaco no estado de equilíbrio dinâmico, e uma vez estabelecido um equilíbrio entre as concentrações do fármaco nos tecidos e no plasma, as doses subsequentes so precisam repor a quantidade de fármaco que é perdida através do metabolismo e da excreção. A dose de manutenção depende da depuração do fármaco, de acordo com o princípio de que a taca de entrada = taxa de saída no estado de equilíbrio dinâmico A farmacodinâmica está relacionada com os efeitos de um fármaco no corpo. É importante descrever os efeitos de um fármaco em termos quantitativos para estabelecer as faixas de dose apropriada para os pacientes, bem como para comparar a potência, a eficácia e segurança de um fármaco. O fármaco se liga a um receptor à o efeito farmacológico vai depender dessa interação. Ex: procaína à fármaco utilizado para anestesia. Se a ligação química entre o fármaco e o receptor for forte, mais difícil de se desligar para que seja possível reverter o efeito farmacológico. A ligação fármaco–receptor raramente é produzida por um único tipo de interação; na verdade, é uma combinação dessas interações de ligação que proporciona ao fármaco e a seu receptor as forças necessárias para formar um complexo fármaco–receptor estável Transdução de sinal: Fenilefrina à se liga ao receptor alfa-1-adrenérgico à vasoconstrição à usado para congestão nasal. Mecanismo: interação agonista com receptor à o receptor está associado a proteína G, a qual se dissocia e à ativa fosfolipase C àproduz mediadores: diacilglicerol e IP3, ativa ácido aracdonico, pequenas proteínas RhoA-GTP e GDP à • à diacilglicerol produz proteína quinase C • Rhoa-GTP à ativa Rho-kinase. Para contração, é necessário cálcio, sendo necessário a liberação direto do reticulo sarcoplasmático. (SR) Existem canais de cálcio na membrana: canais ligante dependente (quando o fármaco se liga o canal é liberado), canais mediados por segundos mensageiros (IP3). O canal de cálcio também permite a entrada de NA, além disso existe um canal de Cl que retira esses íons do meio Farmacodinâmica Ligação fármaco-receptor intracelular à contribui para depolarização à entrada de mais cálcio. O cálcio que entrou por voltagem dependente é capaz de estimular a liberação de mais cálcio do reticulo sarcoplasmático à abertura de canais para cálcio sensíveis ao cálcio. No retículo sarcoplasmático, o cálcio que entrou pode estimular receptores que liberam mais cálcio e existem canais sensíveis ao IP3 (que também fazem liberação de cálcio) Conclusão: aumento de cálcio intracelular à interage com a calmodulina à formam um complexo que ativam a quinase da cadeia leve da miosina à capacidade de fosforilar à interação actina-miosina à contração Etapas da transdução de sinal: Sinal (aumento da fenilefrina circulante) à recepção (interação fenilefrina com receptor alfa 1) à transdução (ativação da proteína G) à resposta (vasoconstrição). Amplificação da transdução: x moléculas adrenalina à 10.000x moléculas de glicose Regulação e adaptação da transdução: A ativação ou inibição de um receptor induzidas por fármacos frequentemente tem impacto duradouro sobre a responsividade subsequente do receptor à ligação do fármaco. Os mecanismos que medeiam esses efeitos são importantes, uma vez que impedem a estimulação excessiva que poderia levar à lesão celular ou afetar adversamente o organismo como um todo. • Taquifilaxia: muitos fármacos exibem uma redução dos efeitos com o decorrer do tempo. • Em termos farmacológicos, o receptor e a célula tornam-se dessensibilizados à ação do fármaco. • Os mecanismos de dessensibilização podem ser divididos em dois tipos: a dessensibilização homóloga, em que ocorre diminuição dos efeitos de agonistas em apenas um tipo de receptor; e a dessensibilização heteróloga, em que se verifica uma diminuição coordenada dos efeitos de agonistas em dois ou mais tipos de receptores. • Alguns mecanismos celulares exercem efeitos quem impedem por completo a estimulação do receptor pelo ligante à inativação (também pode resultar da fosforilação do receptor) • Refratariedade à os receptores que assumem um estado refratário após ativação necessitam de um certo período de tempo para que possam ser novamente estimulados. Os canais de sódio regulados por voltagem, que medeiam a descarga de potenciais de ação neuronais, estão sujeitos a períodos refratários. Após a abertura do canal induzida pela despolarização da membrana, o canal de sódio regulado por voltagem fecha-se espontaneamente e não pode ser reaberto durante um certo período de tempo (denominado período refratário). • Infra-regulação à a estimulação prolongada do receptor pelo ligante induz a endocitose dos receptores pela célula e o seu sequestro em vesículas endocíticas. Esse sequestro impede o contato dos receptores com ligantes, resultando em dessensibilização celular. Quando cessa o estímulo que levou ao sequestro dos receptores, estes podem ser reciclados para a superfície celular, tornando-se novamente funcionais Integração da transdução: o resultado é efeito integrado, caso seja de 1 para 1, o resultado seria 0.Tipos principais de interações entre fármacos e receptores: A. Canais iônicos transmembrana e enzimas extracelulares B. Receptores acoplatos a proteínas G C. Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos D. Receptores intracelulares e enzimas extracelulares de adesão ex: eca Tipos de receptores Canais iônicos: As funções dos canais iônicos são diversas, incluindo funções fundamentais na neurotransmissão, na condução cardíaca, na contração muscular e na secreção. Por conseguinte, os fármacos cuja ação é direcionada para os canais iônicos podem exercer impacto significativo sobre as principais funções orgânicas. São utilizados três mecanismos principais na regulação da atividade dos canais iônicos transmembrana.: ligação do ligante ao canal. condutância regulada por mudanças de voltagem através da membrana plasmática e ligação do ligante a receptores de membrana plasmática que estão de algum modo fixados ao canal. O primeiro grupo de canais é conhecido como regulado por ligante (acetilcolina), o segundo grupo, como regulado por voltagem (cálcio voltagem dependente), e o terceiro, como regulado por segundo mensageiro. Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos Os receptores transmembrana transduzem uma interação de ligação com ligantes extracelulares numa ação intracelular através da ativação de um domínio enzimático ligado. Esses receptores desempenham diversos papéis num conjunto diverso de processos fisiológicos, incluindo metabolismo, crescimento e diferenciação celulares. Os receptores que possuem um domínio enzimático intracelular podem ser divididos em cinco classes principais, com base no seu mecanismo citoplasmático de ação. Todos esses receptores consistem em proteínas que atravessam uma única vez a membrana. Muitos dos receptores com domínios citosólicos enzimáticos modificam proteínas pela adição ou remoção de grupos de fosfato de resíduos de aminoácidos específicos. A grande carga negativa dos grupos de fosfato pode alterar drasticamente a estrutura tridimensional de uma proteína e, consequentetemente, modificar a atividade dessa proteína. Além disso, a fosforilação é um processo facilmente reversível, permitindo, desse modo, que esse mecanismo de sinalização possa atuar especificamente no tempo e no espaço. Principais tipos de receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos. Existem cinco categorias principais de receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos. A. O maior grupo é constituído pelos receptores com tirosinocinases. Após ativação induzida pelo ligante, esses receptores sofrem dimerização e transfosforilam resíduos de tirosina no receptor e, com freqüência, em proteínas citosólicas alvo. O receptor de insulina e a proteína BCR-Abl fornecem exemplos de receptores com tirosinocinases. B. Alguns receptores podem atuar como tirosinofosfatases. Esses receptores desfosforilam resíduos de tirosina em outros receptores transmembrana ou em proteínas citosólicas. Muitas células do sistema imune possuem receptores com tirosinofosfatases. C. Alguns receptores associados a tirosinocinase carecem de um domínio enzimático definitivo, porém a ligação do ligante ao receptor desencadeia a ativação de proteinocinases associadas ao receptor (denominadas tirosinocinases não-receptoras) que, em seguida, fosforilam resíduos de tirosina em certas proteínas citosólicas. D. Os receptores com serina/treoninocinases fosforilam resíduos de serina e de treonina em determinadas proteínas-alvo citosólicas. Os membros da superfamília de receptores do TGF-� pertencem a essa categoria. E. Os receptores com guanilil ciclase contêm um domínio citosólico que catalisa a formação do cGMP a partir do GTP. O receptor do peptídio natriurético tipo B é um dos receptores de guanilil ciclase que foi bem caracterizado. Receptores transmembrana acoplados à proteína g Esses receptores, atravessam a membrana e possuem regiões intracelulares que ativam uma classe singular de moléculas de sinalização, denominadas proteínas G. O domínio extracelular dessa classe de proteínas contém habitualmente a região de ligação do ligante, apesar de alguns receptores acoplados à proteína G ligarem ligantes dentro do domínio transmembrana do receptor. Com o processo de ativação, a subunidade efetua a troca de GDP por GTP. A seguir, a subunidade alfa-GTP dissocia-se da subunidade beta gama, e a subunidade alfa ou beta gama difunde-se ao longo do folheto interno da membrana plasmática para interagir com diversos efetores diferentes (pode permitir a abertura de um canal iônico – deslocamento da subunidade beta gama; aumento do AMP cíclico – deslocamento da subunidade alfa) . Esses efetores incluem a adenilil ciclase, a fosfolipase C, diversos canais iônicos e outras classes de proteínas. Os sinais mediados pelas proteínas G são habitualmente interrompidos pela hidrólise do GTP a GDP, que é catalisada pela atividade inerente de GTPase da subunidade alfa. à retorno a conformação inicial inativada. Obs: uma das principais funções das proteínas G consiste em ativar a produção de segundos mensageiros, isto é, moléculas de sinalização que transmitem o sinal fornecido pelo primeiro mensageiro — habitualmente um ligante endógeno ou um fármaco exógeno — a efetores citoplasmáticos. Ativação da adenilil ciclase (AC) e da fosfolipase C (PLC) por proteínas G As proteínas G têm a propriedade de interagir com vários tipos diferentes de moléculas efetoras. O subtipo de proteína G alfa que é ativado frequentemente determina o efetor a ser ativado pela proteína G. Duas das subunidades mais comuns de G alfa s são a G�s e a G alfa q, que estimulam a adenilil ciclase e a fosfolipase C, respectivamente. A. Quando estimulada pela G alfa s, a adenilil ciclase converte o ATP em AMP cíclico (cAMP). A seguir, o cAMP ativa a proteinocinase A (PKA), que fosforila diversas proteínas citosólicas específicas. B. Quando estimulada pela G alfa q, a fosfolipase C (PLC) cliva o fosfolipídio de membrana fosfatidilinositol-4,5-difosfato (PIP2) em diacilglicerol (DAG) e inositol-1,4,5-trifosfato (IP3). O DAG difunde-se na membrana para ativar a proteinocinase C (PKC), que, a seguir, fosforila proteínas celulares específicas. O IP3 estimula a liberação de Ca2+ do retículo endoplasmático para o citosol. A liberação de cálcio também estimula eventos de fosforilação de proteínas, que levam a alterações na ativação de proteínas. Apesar de não estarem ilustradas aqui, as subunidades betas gama das proteínas G também podem afetar determinadas cascatas de transdução de sinais celulares. Receptores intracelulares: o fármaco deve ter característica lipofílica (favorece a ação do fármaco) à entra na célula à interage com o receptor à migra para o núcleo à realiza a transcrição genica. A chaperone é uma proteína que controla a interação fármaco-receptor, ela tem a função de dissociar uma proteína repressora. Ex: tamoxifeno à antagonista de estrógeno, importante no câncer de mama Os hormônios esteróides formam uma classe de fármacos lipofílicos que têm a capacidade de sofrer rápida difusão através da membrana plasmática e exercer suas ações através de sua ligação a fatores da transcrição no citoplasma ou no núcleo Resumo dos receptores: Principais vias de transdução: • Guanilato ciclase à GMPc • Adenilato ciclase à AMPc • Fosfolipase C à IP3 e Dag • Fosfolipase A2 à AA (ácido araquidônico) Diferença entre ação e efeito do fármaco:. • Ação: ligação entre fármaco-receptor • Efeito: alteração final na função biológica, a nível de órgão e sistema Tipos de efeitos de um fármaco: • Estimulação: aumento da atividade celular à ex: adrenalina estimula glândulas salivares • Depressão: diminuição da atividade celular à barbitúricos deprimem o SNC Ação e efeito dos fármacos– afinidade, eficácia e potência • Irritação: efeito lesivo celular à ex: ácidos, em excesso, irritam a mucosa gástrica • Reposição: acrescentar molécula ausente ou deficiente à ex: insulina, vitaminas • Citotóxica: destruição seletiva celular à ex: antibióticos Dose dos fármacos: é a quantidade de uma droga necessária para produzir um efeito biológico esperado no indivíduo (paciente) • Depende de características farmacocinéticas: absorção, distribuição, metabolismo e excreção • Depende da individualidade biológica • Ex: dose analgésica da aspirina: 0,3 a 0,6 g/dia à dose anti-inflamatória 3-6g/dia • Tipos de dose: terapêutica, profilática e tóxica à dose profilática ou intermediaria da heparina de baixo peso molecular é exemplo de uso de dose profilática Afinidade dos fármacos: tendência de um fármaco em se ligar a moléculas alvo (receptores). O fármaco pode se comportar como agonista ou antagonista à o antagonista tem efeito zero e não contrário do agonista. Potência dos fármacos: • ao chegar no % de efeito máximo, não adianta aumentar a dose do fármaco à isso se deve porque todos seus receptores já estão ocupados • o fármaco vermelho, em relação ao preto, é capaz de provocar a mesma resposta que o preto em concentração menor, logo, é mais potente. • Já o fármaco verde é menos potente que os outros pois é necessário maior concentração para obter o mesmo efeito • EC 50 = concentração efetiva à é a concentração do fármaco que produz 50% do efeito máximo à ao observar o EC 50 de cada fármaco, o maior será aquele mais potente. Eficácia relativa: • O fármaco Y não tem efeito na mesma magnitude que o fármaco X à a eficácia é comparada pelo efeito máximo, logo, o efeito do fármaco X é maior e por isso tem mais eficácia, promovendo um efeito mais intenso • A eficácia relativa é diferença da potência relativa, a qual é calculada pelo EC 50. • Figura A: atinge a mesma resposta terapêutica, a eficácia é igual e a potência diferente • Figura B: não atinge a mesma resposta terapêutica, portanto tem eficácia diferente Analisando o gráfico: • Droga B é menos potente porem igualmente eficaz a droga A • Droga C é menos potente e menos eficaz que a droga A • Droga C é igualmente potente e menos eficaz que a droga B • Droga D é mais potente que as drogas B e C porém menos eficaz que A e B e igualmente eficaz a C Comportamento dos fármacos: • Efeito máximo gerado por um fármaco à agonista pleno • Efeito parcial à agonista parcial • Sem efeito à antagonista (se liga ao receptor, mas não promove ativação e inibição) • Efeito inverso à agonista inverso (faz efeito contrário ao agonista pleno) Existem 3 tipos de fármacos antagonistas: Competitivo: se liga ao mesmo sítio do agonista à reversível • ao aumentar a dose do agonista, é possível ter o efeito. Se aumentar a dose do antagonista, o efeito é bloqueado. • Antagonista competitivo modifica a potência do fármaco Não competitivo: se liga ao mesmo sítio do agonista à irreversível • Mesmo ao aumentar a dose do fármaco, a modificação é diminuir a quantidade de receptores disponíveis para interação com o agonista • Não modifica a potência, modifica a eficácia Alostérico: se liga em sítio diferente do agonista • Alostérico antagonista à diminuição da eficácia à porque a ação do agonista sobre o receptor está sendo modulada • Antagonista alostérico inverso à aumenta a potência do agonista Fármacos agonistas e antagonistas A farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela relação entre a dose (concentração) do fármaco e a resposta do organismo a este fármaco. Existem dois tipos principais de relações dose–resposta: graduada e quantal. A diferença entre os dois métodos é que as relações de dose–resposta graduadas descrevem o efeito de várias doses de um fármaco sobre o indivíduo, enquanto as relações quantais mostram o efeito de várias doses de um fármaco sobre uma população de indivíduos. O objetivo da curva dose-resposta é comparar o perfil farmacodinâmico de drogas à é calculada em logaritmo. No caso das vitaminas, o gráfico é atípico, uma vez que a ausência de vitaminas pode levar ao óbito, assim como o excesso (em casos extremos) também pode gerar essa mesma consequência. Curva dose-resposta A janela terapêutica é a faixa de doses (concentrações) de um fármaco que produz uma resposta terapêutica, sem efeitos adversos inaceitáveis (toxicidade), numa população de pacientes. Para fármacos que possuem uma pequena janela terapêutica, é preciso efetuar uma estreita monitorização dos níveis plasmáticos do fármaco para manter uma dose efetiva, sem ultrapassar o nível passível de provocar toxicidade. A janela terapêutica pode ser quantificada pelo índice terapêutico, que costuma ser definida como: TD50 à dose do fármaco que produz resposta toxica em 50% da população; ED50 à dose do fármaco terapeuticamente efetiva em 50% da população • Quando o índice terapêutico é pequeno, a dose de curta e dose toxica são próximas à ou seja, menor janela terapêutica, mais perigoso usar o fármaco • Obs: dose letal é apenas 5x maior que a dose terapêutica O índice terapêutico entre o composto A e B são iguais, entretanto, no fármaco B, uma pequena alteração na dose causa uma grande diferença no % de mortalidade à desvantagem do uso do índice terapêutico: não se leva em consideração o impacto da curva. Para que seja possível trabalhar com mais segurança os fármacos que tem índice terapêutico baixo, é utilizado a margem de segurança: leva em consideração a dose que provocou efeito (nesse caso, hipnose) em 99% da população estudada (DE99 – dose efetiva 99) e a dose que matou 1% da população estudada (Dl1 – dose letal 1). Logo, MS = DL1 : DE99 à mais precisão na prescrição de medicamentos com índice terapêutico baixo. Índice terapêutico
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