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Introdução • A palavra farmacologia é de origem grega, farmakon – droga e logos – estudo. Etimologicamente, farmacologia significa o estudo das drogas, dos fármacos. • A farmacologia pode ser definida como o estudo dos efeitos dos fármacos no funcionamento de sistemas vivos. • É a ciência que estuda as interações entre os compostos químicos com o organismo vivo ou sistema biológico, resultando em um efeito maléfico (tóxico) ou benéfico (medicamento). • Compreende uma faixa que vai das menores concentrações geradoras de efeito à maiores concentrações potencialmente tóxicas. • A baixo da menor concentração há efeitos subterapêuticos (normalmente não atingem o objetivo do tratamento) e acima da maior concentração está a toxidade (gera malefícios). • Compreender o mecanismo pelo qual uma substância química administrada afeta o funcionamento do organismo. • Para se ter um sucesso terapêutico no tratamento de doenças. • Escolher o fármaco mais adequado para certas características fisiopatológicas. • Garantir que o fármaco atinja a concentração adequada. • Propriedades de um fármaco ideal = efetividade, segurança., seletividade, reversibilidade, fácil administração, mínimas interações e deve ser isento de reações adversas. • Farmacogenética = trata-se do estudo das influencias genéticas sobre as respostas a fármacos. Somos indivíduos diferentes e assim reagimos de maneiras diferentes aos fármacos. • Farmacogenômica = descreve o uso da informação genética para orientar a escolha da terapia farmacológica numa base individual. • Farmacoepidemiologia = trata-se do estudo dos efeitos dos fármacos em nível populacional. • Farmacologia básica = é dividida em farmacocinética – absorção, distribuição, metabolismo e excreção de fármacos - e farmacodinâmica – estuda os efeitos fisiológicos, bioquímicos e mecanismo de ação dos fármacos. • Droga = qualquer substancia que interaja com o organismo produzindo algum efeito. • Fármaco = uma substância definida, com propriedades ativas, produzindo efeito terapêutico. • Medicamento = é quando ao fármaco são adicionados todos os componentes para que este seja administrado terapeuticamente. • Forma farmacêutica = é a forma final de como um medicamento se apresenta: comprimidos, capsulas, injetáveis e etc. • Remédio = etimologicamente re – novamente, medior – curar: pode ser substancia animal, vegetal, mineral ou sintética, procedimento (ginastica, massagem, acupuntura, banhos), fé ou crença, usados com intenção benéfica. • Placebo = tudo que é feito com a intenção benéfica para aliviar o sofrimento, sendo um fármaco/medicamento/droga/remédio, em concentrações pequenas ou mesmo na sua ausência. • Medicamento ético ou de referência = sua principal função é servir de parâmetros para registros dos posteriores medicamentos similares e genéricos, quando sua patente expirar. • Medicamento genérico = é um medicamento com a mesma substancia ativa, forma farmacêutica e dosagem e com a mesma indicação que o medicamento original, de marca. • Medicamento similar = é o medicamento autorizado a ser produzido após o prazo da patente de fabricação do medicamento de referência ou inovador ter vencido. • Dose letal 50 = a concentração de uma substancia química capaz de matar 50% da população de animais testados. Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substancia por cada quilograma (kg) de massa corporal do animal testado. • Biodisponibilidade = é uma medida da extensão de uma droga terapeuticamente ativa que atinge a circulação sistêmica e está disponível no local de ação. É a porcentagem da dose que atinge o sitio de ação. • Bioequivalência = é um termo utilizado para avaliar a equivalência biológica esperada in vivo de duas preparações diferentes de um medicamento. Se dois medicamentos são ditos ser bioequivalentes, isso significa que se espera que eles sejam, para todas as intenções e propostas, iguais. • Posologia = é o modo como o medicamento deve ser administrado. • Meia-vida = é o tempo necessário para que metade de uma substancia seja removida do organismo por um processo químico ou físico. • Especificidade = capacidade de um fármaco reconhecer apenas um receptor. • Afinidade = tendencia de um fármaco se ligar ao seu receptor. • Eficácia = tendencia de um fármaco, uma vez ligado, ativar o receptor. • Agonistas = substancias que causam alterações na função celular, produzindo vários tipos de efeitos. • Antagonistas = substancia que se liga ao receptor sem causar ativação impedindo consequentemente a ligação do agonista. • Dessensibilização = diminuição do efeito de um fármaco que ocorre gradualmente quando administrado de modo continuo ou repetidamente. Farmacocinética • Farmacocinética = é o estudo do movimento de uma substância química, em particular, um fármaco no interior de um organismo vivo. • Estuda o caminho percorrido pelo fármaco no organismo animal, é o que o organismo faz com o fármaco. • Ela é dividida em quatro etapas - absorção, distribuição, biotransformação (metabolismo) e eliminação (excreção). • Exemplo: quando um fármaco é administrado por via oral, a primeira fase da farmacocinética é a biofarmacêutica (liberação do fármaco da forma farmacêutica), onde ocorre a liberação do princípio ativo para que ele seja absorvido. • Após a liberação o fármaco vai ser absorvido e vai para o compartimento central (corrente sanguínea) onde é encontrado na sua forma livre (vai para o local de ação e tem o efeito terapêutico) que rapidamente é ligado a proteínas plasmáticas (não vai para o local de ação). • Além do local de ação, o fármaco pode ainda ser distribuído para reservatórios teciduais ou para locais de ação inesperados. • O fármaco também pode ir para o fígado onde vai ser metabolizado que produz metabolitos para excreção. • É a transferência do fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea onde é distribuído para o seu local de ação. • A velocidade e a eficiência da absorção vão depender entre outros fatores da via de administração. • Ao ser administrado, o fármaco passa por todo o trato gastrointestinal até chegar ao intestino onde irá pelo processo da biofarmacêutica, onde a forma farmacêutica é desmanchada liberando o princípio ativo para ser absorvido. • Para ser absorvido, o fármaco deve atravessar a membrana celular que é composta por uma bicamada lipídica fluida e por proteínas (alvos para ação de drogas). Ela é relativamente impermeável as moléculas polares. • Fármacos administrados por via intravenosa não são absorvidos - para ser absorvido o fármaco precisa atravessar a membrana que é formada por lipídios, e com isso, quanto mais lipossolúvel (algo que tem afinidade por lipídios) for o fármaco melhor será a sua absorção. • Os fármacos são transportados através da membrana por meio de três tipos de transporte: o Transporte passivo = acontece sem gasto de energia e a favor do gradiente de concentração – do local mais concentrado para o local menos concentrado. Pode ser por difusão simples (passa diretamente) ou difusão facilitada (passa por canais preenchidos com água – fármacos hidrossolúveis de baixo peso molecular). o Transporte ativo = acontece gasto de ATP e é contra o gradiente de concentração. o Endocitose = acontece quando o fármaco é uma molécula muito grande, como por exemplo a vitamina B12. Também acontece com gasto de energia. • Fármacos menores contém uma permeabilidade maior do que fármacos maiores. • Coeficiente de partição octanol/água = serve para saber o quão permeável, solúvel o fármaco é em lipídio em comparação com a água. • A maioria dos fármacos são ácidos fracos ou bases fracas e por isso eles possuem a capacidade de se ionizar. • Quando o fármacoestá na sua forma molecular ele tem a capacidade de atravessar as membranas como um fármaco lipossolúvel tem. Entretanto, se o fármaco estiver na sua forma ionizada, ele não tem essa capacidade de atravessar a membrana porque ele se tornou hidrossolúvel. • Fármacos básicos tem melhor absorção em regiões com pHs básicos, e fármacos ácidos tem melhor absorção em regiões com pHs ácidos. • Fatores que influenciam na absorção: o Concentração (dosagem) = se o fármaco apresentar uma maior dosagem ele vai ter uma maior absorção e se for uma menor dosagem, a absorção também será menor. o Forma farmacêutica = as formas liquidas são melhores absorvidas do que as formas sólidas, pois já estão dissolvidos. o Área absortiva = locais que possuem grande área de absorção, a mesma é maior. E os com pequena área, a absorção é menor. o Condições patológicas = a inflamação facilita a absorção, enquanto o inchaço dificulta. o pH = o fármaco é melhor absorvido se estiver na forma molecular. Quando administrado o fármaco pode assumir duas formas, a ionizada ou a molecular, e isso é determinado pelo pH do meio – meios ácidos possuem mais a forma molecular e meios básicos possuem mais a forma ionizada. o Fluxo sanguíneo local = quanto melhor o fluxo melhor será a absorção do fármaco. o Superfície de absorção = quanto mais finas são as membranas melhor o fármaco vai ser absorvido. o Presença ou ausência de alimentos = alguns alimentos influenciam na absorção dos fármacos, na ausência há uma maior absorção e na presença há uma menor absorção. o Glicoproteína P = é encontrada na membrana de algumas células (rins, fígado, etc), ela bombeia o fármaco para fora da célula, interferindo no processo de absorção. o Tempo de esvaziamento gástrico = se o tempo for menor, mais rápido o conteúdo vai passar e maior será a absorção e se o tempo for maior, menor será a absorção. o Motilidade intestinal = se o intestino tem uma motilidade menor, o fármaco ficará mais tempo nele gerando uma absorção maior. Já se a motilidade for maior a absorção vai ser menor. o Fatores na formulação = na maioria das vezes a presença dos fatores incluídos na forma, como os edulcorantes e outros, facilitam a absorção. Enquanto sua ausência dificulta. o Metabolismo entérico = muitos fármacos são metabolizados por células intestinais. Se não tem metabolismo a absorção é maior e se tiver a absorção vai ser menor. • Situações clinicas que alteram a farmacocinética e que podem modificar a biodisponibilidade: metabolismo hepático, disfunção hepática e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). • Várias vias são importantes para a administração dos medicamentos, mas a principal e mais comumente utilizada é a via oral. • Sendo elas as mais conhecidas a via oral, inalatória, sublingual, parenteral (intra muscular, intravenosa e subcutânea), tópica, retal e transdérmica (adesivos). • Via oral = possui facilidade de administração e é de baixo custo. Porem são contraindicados para pessoa que sofram com náuseas e vômitos, diarreias e dificuldade pra engolir. o Absorção intestinal: possui uma desvantagem pois tem passagem pelo fígado reduzindo a biodisponibilidade, pois parte do fármaco, antes de chegar ao seu local de ação sofre metabolismo. o Absorção sublingual: utilizada para administração de anti-hipertensivos, analgésicos, Rivotril e nitratos – as veias que estão localizadas em baixo da língua levam o fármaco diretamente para o sangue sem que haja passagem pelo fígado. • Via retal = é utilizada para supositórios, irrigação ou lavagem, clister ou Enema. Como vantagem, a via retal protege os fármacos suscetíveis da inativação gastrointestinal e hepática, pois somente 50% do fluxo venoso retal tem acesso a circulação porta. Já como desvantagem, na via retal, a absorção pode ser incompleta, especialmente em pacientes com motilidade intestinal aumentada, e também pode irritar a mucosa. o Indicações: estados de coma, inconsciência, náuseas e vômitos. o Exemplos de fármacos: Diazepam, metronidazol e alguns anti-inflamatórios e antieméticos. • Via parenteral = administração de medicamentos “ao lado do tubo digestivo) ou sem utilizar o trato gastrointestinal. As vias principais são a intradérmica (ID), subcutânea (SC), intramuscular (IM), intravenosa ou endovenosa (IV ou EV). o Via intradérmica: é uma via muito restrita localizada abaixo da derme. É utilizada para a administração de pequenos volumes em situações de reações de hipersensibilidade. o Via subcutânea: a medicação é introduzida na tela subcutânea (tecido subcutâneo ou hipoderme), e a absorção é lenta através dos capilares de forma continua e segura. É utilizada para a administração de vacinas, anticoagulantes e hipoglicemiantes. o Via intramuscular: é uma via muito utilizada devida a absorção rápida devido ao músculo ser bem irrigado. O musculo deve ser bem escolhido, estando bem desenvolvido, com facilidade de acesso, sem possui vasos de grande calibre e não tendo nervos superficiais no seu traje. o Via endovenosa: introdução do medicamento diretamente na veia (não tem absorção nenhuma). A aplicação deve ser nos membros superiores evitando articulações. É indicada para necessidade de ação imediata do medicamento, de injetar grandes volumes (hidratação) ou introdução de substancias irritantes de tecidos. • Via tópica = também conhecida por administração epidérmica, é a aplicação de substancias ativas diretamente na pele, ou em áreas de superfície feridas, com efeito local, como pomadas, cremes, sprays, loções, partilhas e outros. • Via respiratória, inalatória ou pulmonar = é utilizada para que os fármacos ajam no trato respiratório. Podendo ser feita através de nebulização e vaporização ou através de aplicações na garganta. • É a fração do fármaco que foi absorvido. • Quando o fármaco é administrado ele vai se “perdendo” pelo caminho até ser absorvido. • Exemplo: foi administrado um fármaco de 100 mg e só foi absorvido 70 mg, então a biodisponibilidade do fármaco é de 70%. • Fatores que influenciam na biodisponibilidade: o Metabolismo de primeira passagem = quando administrado por via oral o fármaco antes de chegar na circulação sanguínea, ele passa pelo fígado onde uma parte é metabolizada e só uma fração chega até a circulação. Para evitar isso, a administração do fármaco é feita por outra via. o Solubilidade do fármaco = se ele é mais solúvel, hidrossolúvel ou lipossolúvel. o Instabilidade química = quando o fármaco chega ao estomago, por exemplo, e encontra um pH muito ácido, ele perde a sua estabilidade. É o caso da insulina, por isso ela é administrada por via intravenosa. • É o transporte do fármaco pelo sangue ou linfa. • Perfusão sanguínea e distribuição de fármacos = a perfusão sanguínea é o volume/fluxo de sangue que determinado tecido ou órgão recebe do coração. O aumento da perfusão está diretamente relacionado com o aumento da distribuição do fármaco. Órgãos que recebem maior volume sanguíneo, tem uma maior taxa de distribuição de fármacos. • Para ser transportado o fármaco precisa se ligar a proteínas plasmáticas (transportadoras), e a principal delas é a albumina. • Ao se ligar as proteínas, o fármaco não consegue atravessar a membrana endotelial dos vasos para os tecidos e somente a fração livre do fármaco é distribuída. • A alta afinidade do fármaco com as proteínas plasmáticas diminui a distribuição e o metabolismo do fármaco e em consequência disso há um aumento do tempo de ação do fármaco. • Fármaco ligado a proteínas não exercem ação farmacológica, apenas os livres que realizam. • A quantidade de um fármaco que se liga as proteínas vai depender de três fatores: o Concentração do fármaco livre o Afinidade do fármaco pelos locais de ligação o Concentração das proteínas • Tipos de fármacos e ligação as proteínas plasmáticas o Fármacos de classe I = a dose é menordo que o número de locais de ligação disponíveis. o Fármacos de classe II = a dose é maior do que o número de locais de ligação. o Quando administrados simultaneamente, os fármacos de classe II podem deslocar os fármacos de classe I, fazendo com que esses provoquem reações adversas. • Normalmente drogas acidas tem mais afinidade para se ligar a albumina, enquanto as drogas básicas tem mais afinidade para a alfa 1-glicoproteina acida. • Tecidos suscetíveis – sofrem ação farmacológica. • Tecidos ativos – metabolizam o fármaco, como o fígado. • Tecidos indiferentes – são reservatórios temporários. • Tecidos emunctórios – excretam o fármaco, como o rim. • Volume de distribuição o Volume real = distribuição por todos os líquidos do organismo. o Volume aparente = relação da [] dos tecidos e a [] sanguínea. Se a droga é mais lipossolúvel irá aumentar o volume aparente, já as ligadas (hidrossolúveis) diminuem o volume aparente. o Variação do volume aparente = fatores dependentes da droga (lipossolubilidade, polaridade e ionização e ligação as proteínas) e dependentes do paciente (idade, peso, tamanho, estados patológicos, genética e etc.). • Fatores que influenciam na distribuição: fluxo sanguíneo local, capacidade de ligação as proteínas e a lipossolubilidade do fármaco. e barreira hematoencefálica – separa o sistema circulatório do sistema nervoso. • Mecanismos enzimáticos complexos que tem como o objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, enzimas, neurotransmissores, etc) e eliminar substâncias estranhas ao organismo (xenobioticos) - é a transformação química para que o fármaco seja eliminado do organismo. • Essa metabolização acontece principalmente no fígado através de enzimas (metabolismo hepático) que transformam fármacos, carcinógenos, venenos e pesticidas em metabolitos inativos ou em metabolitos ativos. • Pode ocorrer também nos pulmões, rins, adrenais e outros. • O objetivo do metabolismo é transformar fármacos lipossolúveis em hidrossolúveis para facilitar a excreção. • Além de inativar os fármacos, a biotransformação também pode ativar ou potencializar o mesmo. • Reações químicas = oxidação, redução, hidrolise e conjugação. • Desfecho do processo de biotransformação: 1. Termino da ação de uma substancia = detoxificar; inativar compostos. 2. Facilitar a excreção = formar produtos mais polares; formar produtos menos lipossolúveis. 3. Ativar = ativar drogas originalmente inativas; alterar perfil farmacocinético (facilidade de distribuição); formar metabolitos ativos. • Ocorre em duas fases: o Fase 1 = a reações são catabólicas (quebra) e produzem grupos reativos (OH, COOH e NH2) que as vezes podem ser mais tóxicos e servem de ponto de ataque para reações de conjugação; o fármaco sofre reações de redução, hidrolise ou oxidação de lipossolúvel para hidrossolúvel (melhor eliminação). Essas reações são feitas pela enzima citocromo P450 (CYP450). o A maioria dos fármacos depois da fase 1 já vão para os rins para serem eliminados, e outros por serem muito lipossolúveis passam pela fase 2. o Fase 2 = as reações são anabólicas (síntese) resultando em compostos inativos; ocorre a conjugação, onde o fígado une ao fármaco uma molécula muito hidrossolúvel (ácido glicurônico, ácido acético, aminoácidos), para que ele fique mais hidrossolúvel. • Reações oxidativas = podem ser de dois tipos: não microssomiais (acontecem no citosol ou na mitocôndria) ou microssomiais (acontece no reticulo endoplasmático liso). As microssomiais são as mais comuns quando se trata de fármacos e envolve a participação da citocromo P450, do ferro, NAD, flavoproteína e oxigênio. • Citocromo P450 = principal mecanismo para metabolização de produtos endógenos e xenobióticos; importante fonte de variabilidade interindividual no metabolismo de drogas; relacionado a efeitos tóxicos de determinados fármacos; envolvido no mecanismo de interação entre as drogas. • Indutores = são compostos que induzem a atividade de enzimas do CYP450, portanto aumentam a velocidade da excreção de xenobioticos, dessa maneira, a biodisponibilidade é menor. • Inibidores = são compostos que inibem a atividade de enzimas do CYP450, portanto, diminuem a excreção de xenobióticos e dessa maneira a biodisponibilidade é maior (mas pode ser potencialmente toxica). • Meia vida plasmática = tempo necessário para que a quantidade original da dose do fármaco seja reduzida à metade – é possível avaliar quanto tempo será necessário para a eliminação completa do fármaco. • Acontece principalmente através dos rins pela urina. • O fármaco chega aos rins e pode passar por três etapas: filtração glomerular, secreção tubular ativa e reabsorção tubular passiva. • Os fármacos também podem ser excretados através do trato biliar e fezes; ar expirado, saliva, leite e suor. • Filtração glomerular = representa 20% da eliminação de fármaco; o droga chega no glomérulo e precisa ter tamanho suficiente para atravessar os poros – filtram moléculas com peso inferior a 20.000 Da. • Secreção tubular = eliminação de substancias que não sofreram filtração; mecanismo de transporte ativo (diferente para substancias acidas e básicas) – interação medicamentosa; excreta fármacos ligado a proteínas. Ocorre no túbulo contorcido proximal (secreção de algumas drogas eletrolíticas fracas, especialmente ácidos e reabsorção de água) e no distal (excreção passiva e reabsorção de drogas lipossolúveis e reabsorção de água). • Se o fármaco está na sua forma ionizada, ele é mais fácil de ser eliminado. E se está na sua forma molecular é mais dificilmente eliminado. • Em urina alcalina, os níveis de eliminação são maiores do que em urinas mais ácidas (exemplo do fenobarbital que é um composto ácido).. • Fármacos básicos são melhor eliminados em urina acida e fármacos ácidos são melhor eliminados em urina alcalina/básica. • Excreção biliar = ocorre principalmente com os fármacos que são lipofílicos e não sofrem a biotransformação. Os fármacos são eliminados como sais biliares junto com a bile no processo de digestão – o tempo de ação deles são maiores (ex: anticoncepcionais). • Latência = intervalo de tempo desde o momento da administração até o inicio de efeito; depende da velocidade de absorção, velocidade de distribuição e localização do sitio ativo. • Pico de ação = concentração máxima atingida; depende dos processos que levam e que retiram o fármaco ao sitio de ação. • Duração de ação = intervalo de tempo entre o momento que se inicia e termina a ação; depende da dos processos de eliminação/distribuição; após esse tempo o efeito desaparece (o fármaco foi eliminado). Farmacodinâmica • Farmacodinâmica = é o estudo dos efeitos fisiológicos e bioquímicos das drogas e dos seus mecanismos – estuda o local de ação, mecanismo de ação e efeitos terapêuticos e tóxicos. • Considerando um dado medicamento, sua ação biológica depende essencialmente de sua estrutura química, eles se ligam aos receptores formando um complexo e isso leva a alteração do funcionamento celular. • Exemplo: alguns anti-hipertensivos causam relaxamento dos vasos sanguíneos e diminuição da pressão arterial. • O fármaco produz resposta terapêutica na célula através da transdução de sinal – o fármaco se liga a um alvo na célula e ele transforma o efeito farmacológico em uma alteração fisiológica na célula. • Etapas da transdução de sinal: o Sinal o Recepção o Transdução o Respostas • Características da transdução de sinal: o Especificidade = a molécula sinalizadora se encaixa no sitio de ligação do receptor complementar; outros sinais não se encaixam. o Amplificação = quando enzimas ativam enzimas, o número de moléculas afetadas aumenta geometricamente na cascata enzimática. o Adaptação = a ativação do receptor dispara um circuito de retroalimentação que desliga o receptorou o remove da superfície celular. o Integração = quando dois sinais apresentam efeitos opostos sobre uma característica metabólica, como, por exemplo, a concentração de um segundo mensageiro X ou o potencial de membrana, a regulação é a consequência da ativação integrada dos dois (de ambos) receptores. • Receptores. • Transportadores. • Enzimas. • Parede/membrana celular. • Genes. • Canal iônico com portão = abre-se e fecha-se em resposta a concentração do ligante sinalizador ou potencial de membrana. o Regulado por ligante – ligação do ligante ao canal. o Regulado por voltagem – alteração no gradiente de voltagem transmembrana; possuem sensores de voltagem que podem se carregar positivamente ou negativamente e alterar a conformação da proteína, favorecendo ou dificultando a passagem de íons. o Regulado por segundo mensageiro – ligação do ligante ao receptor transmembrana com domínio citosólico acoplado a proteína G, resultando em geração de segundo mensageiro. • Receptor tirosina-cinases = a interação do ligante ativa a atividade tirosina-cinase por autofosforilação. • Receptor associado a proteína G = a interação do ligante externo extracelular ao receptor ativa uma proteína intracelular ligadora de GTP que regula uma enzima que gera um segundo mensageiro. • Ação das drogas = combinação da droga com o seu receptor. • Efeito das drogas = consiste na alteração final da função biológica, consequência da ação da droga. • Tipos de efeito das drogas: o Estimulação = aumento da atividade celular (ex. adrenalina estimula glândulas salivares). o Depressão = redução da atividade celular (ex. barbitúricos deprimem o SNC). o Irritação = efeito lesivo sobre células (ex. ácidos irritam a mucosa gástrica). o Reposição = acrescentar moléculas ausente ou deficiente (ex. insulina no diabetes). o Citotóxica = destruição seletiva de células (ex. antibióticos destruindo bactérias). • Quantidade adequada de uma droga que é necessária para produzir certo grau de resposta em determinado paciente. • A dose de uma droga deve ser determinada em termos de resposta escolhida, exemplo, dose analgésica da aspirina – 0,3 a 0,6 g; ou dose anti inflamatória da aspirina – 3 a 6 g /dia. • Tipos de doses: o Dose terapêutica = atinge o efeito desejado. o Dose profilática = impede que a condição patológica se inicie. o Dose toxica = gera efeitos adversos. • Afinidade = descreve a tendencia de uma droga para combinar-se com um tipo particular de receptor. • As substancias químicas que possuem afinidade por um dado receptor podem ser classificadas como agonistas ou antagonistas. • Eficácia = efeito máximo que uma droga pode produzir. o Efeito máximo = agonista pleno/total – produzem resposta máxima por ocupar todos os receptores ou parte deles. o Efeito parcial = agonista parcial – não desencadeiam resposta máxima mesmo quando ocupam todos os receptores. o Nenhum efeito = antagonista – impedem que o agonistas se liguem ao receptor; podem ser de três tipos: antagonista competitivo (se ligam no mesmo sitio do agonista no receptor – ligação reversível), antagonista não competitivo (se ligam no mesmo sitio do agonista no receptor – ligação irreversível) e antagonista alostérico (se ligam num sitio alostérico e impedem que o agonista se ligue ao receptor). • Potência = a concentração efetiva 50 (CE50) é usada para determinar a potência de um fármaco. Concentração em que produz 50% de sua resposta máxima. • Interações medicamentosas = são eventos clínicos em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou substancias exógenas.
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