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Patologia Luiza Andrade 71C Inflamação Inflamação: do latim inflamare e do grego phlogos à pegar fogo. É uma reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de elementos do sangue (leucócitos) e líquidos para o interstício. Células e mediadores da inflamação: Os alvos da inflamação são os tecidos: • Inervação; • Microcirculação; • Células parenquimatosas; • Estroma – tecido conectivo. O que ocorre em resposta à lesão? à As células fagocíticas são: macrófago e neutrófilos, principalmente. Invasor vivo: vírus, bactéria.. A liberação de mediadores ativa tanto a imunidade inata (inespecífica), quando a imunidade adaptativa (anticorpos e células especificas). Fenômenos da inflamação: ocorrem após a liberação dos mediadores químicos • Irritativos: conjunto de modificações provocadas pelo agente inflamatório que resultam na liberação de mediadores químicos à irritabilidade da matéria viva. • Vasculares: modificações hemodinâmicas da microcirculação comandada pelos mediadores químicos liberados durante os fenômenos irritativos, causa vasodilatação. • Exsudativos: saída dos elementos do sangue do leito vascular para o interstício (exsudare = passar através de). • Alternativos (degeneração e necrose): ação direta ou indireta do agente inflamatório. • Reparativos: capacidade de reparo da lesão inflamatória. • Produtivos: conjunto de modificações morfológicas das células do exsudato no sentido de obter algum produto. Sinais cardiais da inflamação: A perda de função decorre da migração de leucócitos e do granuloma de reparo. Células que fazem parte do infiltrado inflamatório: Macrófagos: • Células mononucleadas • Realizam fagocitose • São APC’s à processam antígeno e apresentam pelo MHC ao linfócito TCD4, ativando-o • São células que se originam de monócitos do sangue. Os monócitos à saem do sangue à migram pra tecidos à se diferencia em macrófago • Liberam mediadores importantes: TNF alfa, IL-1 e IL-8 à citocinas com atividade pró-inflamatória • Quando ativados, os macrófagos mudam suas características: aumentam o tamanho, número de células, capacidade de espraiar, capacidade de fagocitose etc: • Além disso, tem duas populações de macrófagos: • Macrófago N1: o se origina do monócito e responde pela atividade pró-inflamatoria o llibera citocinas o atividade microbicida à libera radicais livres o é capaz de liberar fatores quimiotáticos (citocinas) • Macrófago N2: o Ativado nas fases finais da inflamação o Resolução e reparo da lesão o Libera citocinas diferentes, e possui receptores diferentes o Citocinas anti-inflamatórias o Remoção de restos apoptóticos Neutrófilos: • Importantes na fagocitose, principalmente bactérias • Primeiras células a serem recrutadas para a região da inflamação • são recrutados pela citocina IL-8 • Chamados de polimorfonucleares porque a presença do núcleo dividido em vários lobos • Grânulos no citoplasma à granulócitos • Quando morrem, a liberação das enzimas do lissosoma, pode aumentar o dano da lesão instalada porque as enzimas atuam em células sadias, destruindo o tecido Mastócitos: • Apresentam receptores para anticorpos, porção Fc da igE • quando eles liberam os grânulos, liberam algumas substâncias, como a histamina. o vasodilatação Como ocorre a fagocitose? o aumento da permeabilidade o permite passagens de proteínas do plasma para o interstício, especialmente de fibrinogênio • sintetizam e liberam: prostaglandinas, leucotrienos, IL-4, IL-5, IL-13 (relacionados ao perfil Th2) e quimiocinas • além das histaminas eles armazenam nos seus grânulos heparina e proteases • está na periferia dos vasos e, por isso, é difícil achar imagem histológica Basófilo: • tem núcleo lubulado à granulócito • possuem receptores para porcao Fc do IgE, para C3a e C5a (sistema complemento) • liberam histaminas • se acumulam nos tecidos quando existe um estímulo Th2 Eosinófilo: • possuem núcleo bilobulado • no citoplasma contém grânulos à granulócito • produzem fator ativador de plaqueta (Paf) e derivados do acido araquidônico (prostaglandinas, leucotrieno e tromboxanos) Células dendríticas: • são sentinelas existente nos tecidos, principalmente mucosas • papel importante fagocitário e depois apresentar pros linfócitos T (Apc), ativando a resposta imunológica Células endoteliais: • reveste os vasos, serão ativadas em resposta a estímulos: IL-1, TNF alfa, quimiocinas, variações de fluxo e pressão do sangue, presença de histamina, prostaglandinas e leucotrienos • após ativação: produzem substâncias que participam da coagulação sanguínea e que atuam na aderência de leucócitos. Fenômenos irritativos: É o conjunto de modificações provocadas pelo agente inflamatório que resultam na liberação de mediadores químicos à irritabilidade da matéria viva Estímulos que levam a inflamação: • infecções por microorganismos, toxinas e parasitas à microrganismos liberam moléculas chamadas PAMPS (padrões moleculares associados a patógenos) • necrose tecidual à há perda de continuidade de membrana, o material extravasa e ativa essa inflamação • células que sofrem lesão liberam moléculas da inflamação à DAMPS • corpos estranhos: ferpa, vidro, etc • reações alérgicas • os PAMPS e DAMPS se ligam a receptores de membrana: toll, por exemplo. Fenômenos vasculares e exsudativos: Os mastócitos apresentam receptores, entre eles, aqueles que se ligam a anticorpos à quando são ativados pela presença do ac, 3 coisas podem acontecer: • degranulação: libera produtos que ele sintetiza (heparina, histamina, triptases e cimases), • ativação de expressão de alguns genes, produção de citocinas (IL-1, MCP, IL-4 à pro-inflamatórias) • ativação de fosolipases que vão quebrar lipídeos de membrana, responsáveis por produzir leucotrienos e prostaglandinas. Histamina na microcirculação: receptor do mastócito se liga ao anticorpo à libera histamina à atua no vaso à vasodilatação e aumento da permeabilidade à exsudato: extravasamento de parte do plasma pro interstício; é formado pelo plasma: contém fluido (h2o, sais, proteína, O2, glicose), monócitos, neutrófilos à atuação dos mediadores à expressão de receptores nas células do sangue e nas células endoteliais à permite a adesão de células na parede à os monócitos se aderem nas células endoteliais à para que possa passar nos espaços das células endoteliais (estão com poros) à sai do vaso plasma e células: neutrófilos e monócitos à os monócitos se tornaram macrófagos que liberam TNF alfa (fator de necrose) à atua nas células endoteliais à promovem a expressão de moléculas que garantem adesão de célula dos sangue em células endoteliais à faz com que as células do sangue possam sair do sangue. Principais alterações vasculares: Alterações do calibre e fluxo vascular: • Vasoconstrição arteriolar temporária: o agente nocivo entra no tecido, e esta vasoconstrição serve para impedir sua propagação à dura alguns segundos a minutos. • Vasodilatação: induzida por mediadores inflamatórios (histamina e óxido nítrico), aumenta o fluxo sanguíneo na tentativa de remoção do agente nocivo à hiperemia, edema (extravasamento do plasma para o interstício) e dor, devido ao aumento de pressão e estimulação de fibras da dor • Vasodilatação arteriolar e vasoconstrição de vênulas: persiste por horas, está chegando mais sangue na parte arteriolar do berço vascular, MAS está saindo menos sangue da veia à ocorre redução do fluxo, aumentar a permeabilidade, aumentar o edema, o sangue corre devagar (estase). • Estase: as hemacias tem fluxo axial e os leucocitos marginal à esta perda de liquido concentra as hemacias e aumenta a viscosidade do sangue (estase), o fluxo fica mais lento e os leucocitos tendem a fazer mais marginação (saem do centro) Aumento e permeabilidade dos vasos:Ocorre saída do plasma pro interstício pois a perda de proteinas aumenta a pressão osmótica no insterstício e diminui a pressão do capilar. Logo, o vaso começa a ter a tendência a deixar o plasma sair. Além disso, o aumento da permeabilidade pode estar associado a pressão hidrostática capilar (devido ao maior fluxo pela vasodilatação). Ocorrem, então, os seguintes mecanismos: • Aumento da pressão oncótica intersticial • Aumento da síntese de acido hialurônico à molécula polar e que atrai a água • Degradação da substância fundamental amorfa • Diminuição da expressão de Claudina I à proteína que faz parte das junções de oclusão, se as JO são quebradas, a adesão diminui e poros são criados (onde o exsudato vai sair) • Deficiência na drenagem linfática Marginação leucocitária: Com a estase e consequente congestão do sangue, ocorre a marginação leucocitária. Os leucócitos passam a ocupar a periferia dos vasos (captura e rolamento), depois são ativados e se aderem firmemente ao endotélio, e sobre ele se espraiam (adesão e espraiamento). Por último, migram através da parede de vênulas, passando entre as células epiteliais (migração). A captura, rolamento e a adesão de leucócitos são mediados por moléculas de adesão na superfície do endotélio e dos leucócitos. • Rolamento: leucócito chega na margem da parede do vaso e se liga a selectina, permitindo ligação entre as membranas e freando a célula. • Adesão: quando o leucócito gruda na célula endotelial, por meio das integrinas (proteína de membrana) • Diapdese ou transmigração: quando o leucócito atravessa o espaço entre as células endoteliais chegando ao local de inflamação • Migração e quimiotaxia As moléculas envolvidas são: Selectinas e ligantes de selectinas: • são moléculas de adesão que são expressas na membrana das células endoteliais. • são responsáveis pela adesão de baixa afinidade leucocitária. • É expressa em resposta a produtos microbianos, citocinas, histamina liberada por mastócitos teciduais e trombina gerada durante a coagulação sanguínea principalmente. Exsudato: material extravasado do sangue, que apresenta alta concentração de proteínas Transudato: baixa concentração de proteínas • Duas citocinas, Fator de Necrose Tumoral (TNF) e interleucina-1 (IL-1), agem no endotélio vascular, estimulando a expressão de selectinas. São produzidas e liberadas no ambiente infeccioso. • Os neutrófilos, principalmente, se ligam fracamente a selectina (ligante de selectina) e o próprio fluxo sanguíneo destrói essa ligação, fazendo com que a mesma célula se ligue logo a frente (rolamento leucocitário) Integrinas • Os leucócitos expressam um conjunto de moléculas de adesão, chamadas de integrinas, que são expressas na superfície da célula (leucócito) em resposta a quimiocinas atrativas, liberadas no ambiente infeccioso ou lesionado. • À medida que o leucócito rola na superfície endotelial, sofre ação das quimiocinas e inicia a expressão de integrina. A célula endotelial, em resposta a essas quimiocinas, expressa ligantes de integrinas, favorecendo a ligação. • TNF e IL-1 aumentam a expressão endotelial de ligante de integrina. • A ligação entre a integrina e o Ligante de integrina, interrompe a rolagem leucocitária e possibilita a migração (diapedese). Eventos no processo de inflamação são: • Vasodilatação: maior fluxo sanguíneo para área da inflamação à vermelhidão e calor • Permeabilidade vascular: criação de poros entre as células endoteliais à saída de conteúdos • Exsudação: líquido, proteínas, glóbulos brancos e vermelhos escapam do espaço como resultado do aumento da pressão osmótica extravascular e aumento da pressão hidrostática intravascular A região branca na imagem representa o exsudato. As linhas rosas são o fibrinogênio que saiu do sangue. • Estease vascular: retardo do sangue na corrente sanguínea com vasodilatação e exsudação de fluidos para permitir que mediadores químicos e células inflamatórias coletem e respondam ao estímulo à chega muito sangue, mas passa bem devagar pela inflamação. Mediadores da inflamação: Princípios gerais dos mediadores químicos: • Originam-se do plasma ou de células • Ligam-se a receptores específicos • Alguns tem atividade enzimática direta • Um mediador pode estimular a liberação de outros mediadores • Possuem feitos múltiplos sobre diferentes tipos de células • Possuem vida curta. FUNÇÃO DOS MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO Vasodilatação Prostaglandinas Óxido Nitrico Histamina Aumento da permeabilidade vascular Aminas vasoativas, C3a, C5a (através da liberação de aminas) Bradicinina Leucotrienos C4, D4, E4 PAF Substância P Quimiotaxia, recrutamento e ativação de Leucócitos C5a Leucotrieno B4 Quimiocinas IL-1, TNF Produtos bacterianos Febre IL-1, TNF Prostaglandinas Dor Prostaglandinas Bradicinina Danos ao tecido Enzimas lisossomais liberadas por neutrófilos e macrófagos Espécies reativas do oxigênio ou radicais livres. Função dos mediadores da inflamação MEDIADORES DERIVADOS DE CÉLULAS: Metabolismo do ácido aracdônico (AA) • É um acido graxo poli-insaturado 20-C liberado pelos fosfolipídeos de membrana pela fosfolipase A2 • Estímulos mecânicos, químicos e físicos podem ativar a fosfolipase A2 • Metabolitos de AA são chamados eicosanoides e são gerados pela ciclooxigenase e lipoxigenase • Metabólitos do AA à Citocinas importantes na inflamação: Resposta do corpo a estímulos inflamatórios: invasão microbiana à estimulação dos macrófagos à produção de IL-1, IL-6 e FNT alfa à perda de apetite, depressão, febre, neutrofilia e produção de porteinas da fase aguda (PCR). Tipos de mediadores da inflamação TIPOS DE MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO Atividades biológicas do fator de necrose tumoral. É importante observar que a quantidade de TNF liberado muda completamente a ação dele no corpo. MEDIADORES DERIVADOS DE CÉLULAS: Proteínas do sistema complemento: é composto por um conjunto de proteínas que tem o papel de defender contra a ação de micro-organismos. Esse sistema pode ser ativado por 3 vias: clássica, alternativa e lectina. Todas as vias começam diferente, mas depois todas seguem o mesmo caminho. Esse ponto é exatamente no momento em que se quebra uma das proteínas do sistema do complemento que é a C3 à C3a e C3b. A C3a se liga a receptores específicos dos leucócitos e os ativam, favorecendo o recrutamento de leucócitos, estimulando-os a sair do sangue. A C3b está relacionada a fagocitose. Ela vai ser reconhecida por um fagócito e isso vai ativar essa célula, aumentando sua avidez e permitindo que a fagocitose seja mais eficiente. No final, as duas últimas proteínas que fazem parte do processo se combinam, e fazem um poro à complexo de ataque a membrana. Esse poro vai ser inserido na parede do micro-organismo e levando ele a morte. Relação entre os sistemas de proteases plasmática: O sistema do complemento, as proteínas de coagulação, as cininas e o sistema fibrinolítico acabam agindo de forma simultânea e complementar, um ativando o outro em uma grande rede. à • Todas as cascatas são baseadas em zimunógeno com grande potencial de amplificação; • Geram produtos pró-inflamatórios; • Realizam interação mútuas entre os sistemas. Ação de mediadores inflamatórios à Fenômenos alterativos: . Ocorrem mudanças morfofuncionais no tecido, provocando: degeneração e necrose. Pode ser causado por ação direta ou indireta do agente inflamatório, por exemplo: • Trombose na microcirculação • Atividade de produtos de células de defesa • Resposta imune (sistema complemento, células NK) Fenômenos resolutivos: Quando o agente lesivo é retirado, o corpo diminui a intensidade da resposta inflamatória e redução da produção de mediadores. No entanto, mecanismos anti-inflamatórios já sãoacionados durante a inflamação. A produção dos agentes anti-inflamatórios vai definir a cura ou cronificação Resolução: substituir o tecido por um novo depois da lesão Lesão mais intensa: resolução fica dificultada, ocorre uma cicatrização à substitui o tecido lesão por um fibroso, rico em colágeno. Resolução com formação de abcessos: cicatrização só na periferia, no centro tem restos celulares à formação de pus. Se não for possível o controle do agente à a lesão aguda passa a ser lesão crônica. Mecanismos LOCAIS de resolução: 1. Modificações em receptores das células locais e do exsudado 2. Produção local de anti-inflamatório 3. Mudança no comportamento celular – células atuam liberando mediadores anti-inflamatórios e estímulo para a apoptose 4. Exsudação de células reguladoras – tentam fazer com que o ambiente seja anti-inflamatório Modificações em receptores das células locais e do exsudato: Início da inflamação à aumento de mediadores pró-inflamatórios e receptores nas células para esses mediadores Alguns mediadores estimulam o aumento de receptores anti-inflamatórios. Os neutrófilos e monócitos aprsentam aumento da expressão de receptores anti-inflamatórios, como: • Adrenérgicos e colinérgicos • P2 para adenosina • H2 para histamina Produção local de anti-inflamatórios: Início da inflamação: produção de prostaglandinas e leucotrieno PGE2 (tipo de prostaglandina) à ativa mediadores pro-inflamatórios em macrófagos e neutrófilos. As prostaglandinas são produzidas a partir da quebra do ácido araquidônico pela COX-2. No fenômeno resolutivo, quanto mais aumentada a produção do COX-2, ocorre a diminuição dessa atividade pro-inflamatória na medida que ele vai facilitando a produção de anti-inflamatórios. A COX-2 quebra o AA e ativa os fatores de transcrição à faz com que haja aumento na produção de mediadores que tem ação anti-inflamatório à lipoxinas e resolvinas Logo, a COX-2: induz a produção de pro-inflamatórios e facilita a produção de anti-inflamatórios. Se ela for inibida no início da inflamação, ela vai retardar a cura. Remoção das células do exsudato: • redução do estímulo de sobrevivência e aumento do estímulo de apoptose • neutrófilos facilitam transdução de sinais pró-apoptóticos • os neutrófilos, ao morrer, liberam liposostidilcolina à sinal para macrófagos M2 à passam a produzir citocinas anti-inflamatórios à produzem fator de crescimento que estimula a angiogênese • neutrófilos em apoptose sequestram quimiocinas do meio Mecanismos SISTÊMICOS de resolução: IL-1, TNF-alfa e IL-6 induzem resposta da fase aguda Proteínas estimuladoras pelo fígado tem ação anti-inflamatório • Anti-proteases à reduzem coagulação e sistema complemento • Atividade antioxidante à reduz lesão por radicais livres no exsudato No hipotálamo tem a iducao da produção de glicocorticoides (ACTH à atua na adrenal à cortisol) • Reduzem a permeabilidade vascular • Reduzem ativação de fibroblastos • Inibem a via do NFkß à importante na resposta inflamatória, atua no DNA promovendo expressão dos genes que levam a produção de molécula pró-inflamatórias, logo, quando inibido, a inflamação é diminuída Fenômenos reparativos: Ocorrem em paralelo a resolução, é coordenado por citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento das células do exsudato. As formas de cura são: • Cura com restituição da integridade à destruição discreta, há absorção do exsudato e do tecido necrosado • Cura por cicatrização à destruição extensa dos tecidos, ocorre formação de zonas fibrinosas • Cura por encistamento à células necrosadas e do exsudato se misturam, gerando cicatrização periférica, formando uma capsula (abcesso) • Cura por calcificação – proteínas ligadoras de cálcio à inicia-se na parte externa e progredir para o centro da região com inflamação. É possível acompanhar essas lesões principalmente na necrose caseosa, gordurosa. Processos de reparação: é preciso repor os tecidos e substituir células lesadas ou necrosadas por elementos novos e sadios. No epitélio ocorre a reepitelização, no parênquima a regeneração e, no estroma, cicatrização. Fatores que influenciam nos fenômenos regenerativos: Capacidade regenerativa: quanto mais especializado o tecido, menor a capacidade regenerativa (ex: neurônios) • Células lábeis ou intermitóticas ativas (ex: célula dos epitélios de revestimento), possuem alta capacidade regenerativa • Células estáveis ou intermitoticas, capazes de sofrer mitose, mas podem perder essa capacidade e restabelecer quando estimuladas (ex: células mesenquimais) • Células permanentes ou perenes, muitos especializadas, perdem a capacidade de regenerar (ex: neurônios) Grau de destruição: quanto maior a histólise, menos a possibilidade de regeneração e maior a de cicatrização. A lise do estroma dificulta a regeneração. Tipo de inflamação: quanto maior a duração da inflamação, menos a possibilidade de se fazer uma resolução. Complica também a cicatrização. Fatores locais: irrigação e inervação, localização (neurônio e tecido epitelial) e aposição e imobilização Fases das reparações: 1. Cessação da ação de agente agressivo 2. Formação de coágulo (se houve ferida) à horas 3. Restituição epitelial à1 a 3 dias 4. Reação inflamatória, com invasão do coágulo e da área necrosada por neutrófilos à 1 a 5 dias, posteriormente por macrófagos à 3 a 20 dias 5. Dissolução e fluidificação de exsudatos e restos celulares e, posteriormente, reabsorção via linfática ou via fagocitose 6. Formação de tecido de granulação com neovascularização à 3 a 7 dias e fibroplasia à do 3º a 30º dia 7. Fusão dos tecidos de granulação à 3 a 4 dias 8. Devascularização: colágeno espesso estrangula alguns vasos à 15 a 20 dias 9. Regressão do processo inflamatório, com desaparecimento dos leucócitos polimorfonucleares à 3 a 8 dias e dos macrófagos à 7 a 30 dias 10. Cicatrização colagenosa à 35 a 300 dias ou proliferação parenquimatosa Mediadores da reparação: Hormônios estimuladores: progesterona, estrógeno, somaotrofina, eritropoietina, tireoxina Fatores de crescimento: • Polipepetídeos: insulina, somatomedinas, fatores do crescimento: fibroblástico, epidérmicos, plaquetário, de nervos, ovariano e mesenquimal. • Fatores de baixo peso molecular: nucleotídeos cíclicos, íons Ca e PO4, aminoácidos, glicose • Enzimas proteolíticas: tripsina e tombina Fatores inibidores: polipeptídeos e glicoproteínas à inibição via feedback negativo Gradiente de pressão Regeneração: • Reconstituição da integridade anatômica e funcional sem modificação do parênquima e estroma • Comum em inflamações agudas exsudativas à células lábeis e estáveis • Rápida absorção • Pneumonia lombar, hepatite, gastroenterocolites e linfadenites • Regeneração patológica: estroma seriamente agredido e não se organiza a tempo de orientar a regeneração à ocorre proliferação de células sem preservar arquitetura tissular do órgão. Ex: proliferação pseudo-regenerativa na cirrose Cicatrização: • Neoformação de tecido conjuntivo fibroso substituindo as células parenquimatosas perdidas • Quelóide: cicatrização excessiva • Em órgão parenquimatoso, se a massa fibrótica da víscera exceder a reserva funcional do parênquima à insuficiência à fibrose ou carnificação do órgão Regeneração e cicatrização no fígado cirrótico: • Proliferação dos septos fibrosos, • Proliferação capilar e de ductos biliares, • Infiltrado inflamatório de mononucleares • Hepatócitos com esteatose e por vezes multinucleados (regeneração) • Arquitetura alterada Cirrose hepática leva à insuficiência funcional e distúrbios circulatórios como hipertensão porta e ocorre a subversão da arquitetura lobular hepática por septos fibrosos que envolvem os nódulos pseudo-regenerativos à estágio final da doença. Inflamação aguda vs inflamação crônica: Aguda: predomina fenômenos vasculares à promovem exsudação à hiperemia ativa patológica,edema e infiltrado de polimorfonucleares (principal neutrófilos). Exceção: hepatite viral aguda, o infiltrado é formado por mononucleares Subaguda: fenômenos tanto vasculares (exsudativos), quanto proliferativos à hiperemia, edema, proliferação fibroblástica e angioblástica, com infiltrado PMN (principalmente eosinófilos) e MN (linfócitos, plasmócitos e macrófagos) Crônica: predomina fenômenos proliferativos à proliferação de fibroblastos, formação de novos vasos e infiltrado de mononucleares (linfócitos, plasmócitos e macrófagos). Exceção: osteomielite crônica à infiltrado é PMN Crônica ativa: inflamação crônica reagudizada, ou seja, com superposição de fenômenos vasculares e exsudativos em uma área inflamada cronicamente Inflamação aguda: • Agente pouco patogênico • Contato único e ligeiro com o tecido saudável • Agressão leve • Reação inflamatoria de curta duração e de pequena intensidade • Alterações vasculares à aumento do calibre dos vasos • Alteração dos capilares à mudança na permeabilidade, que permitiu saída de células do sangue e plasma do local da inflamação • Exsudato à migração de leucócitos e acúmulo no foco inflamatório Dependendo de como o exsudato for, é possível ter vários tipos de inflamação aguda. Inflamação SEROSA: é o derramamento de exsudato como fluido fino (mais fluido que proteína) • Depende da secreção de células mesoteliais (pleura peritoneal, cavidades pericárdicas) e efusões • Formação de bolhas na pele, pela presença de vírus ou queimadura à ocorre grande acúmulo de líquido seroso Essa bolha na pele de uma queimadura é um exemplo de exsudato seroso: fluido acquoso (tem proteínas, mas poucas – albumina, fibrinogênio e globulinas) à Inflamação FIBRINOSA: ocorre o acúmulo de fibrina • A fibrina é totalmente removido ou se torna fibrótico • Ocorre nas inflamações que acometem as cavidades corporais à meninge, pleura, pericárdio • Produção de cicatriz Inflamação SUPURATIVA ou PURULENTA: produzem grande quantidade de pus e exsudato purulento, formado por neutrófilo, células necróticas e o líquido do edema • Presença de bactérias piogênicas (estafilococos) • Ocorre dos abcessos, apendicite aguda, úlceras (de decúbito) • Pode ocorrer defeito local ou escavação do órgão ou tecido de superfície produzido por descamação (destruição) do tecido necrótico • Pode acometer boca, intestino, inflamação subcutânea das extremidades inferiores em idosos, úlceras pépticas • Pode ocorrer também por um trauma, toxinas e insuficiência vascular EXSUDAÇÃO FIBRINOSA: A exsudação de um líquido rico em proteínas em uma cavidade leva a um transudato. A fibrina neste fluido pode formar um exsudato fibrinoso nas superfícies. Aqui, a cavidade pericárdica foi aberta para revelar uma pericardite fibrinosa com fios de fibrina pálida e pegajosa entre o pericárdio visceral e parietal. FIBRINA Aqui está um exsudato purulento no qual o fluido exsudado também contém um grande número de células inflamatórias agudas. Assim, o líquido amarelado nessa cavidade pericárdica aberta é um exsudato purulento. Um exsudato purulento é visto abaixo das meninges no cérebro deste paciente com meningite aguda por infecção por Streptococcus pneumoniae. O exsudato obscurece os sulcos. A cavidade abdominal é aberta na autópsia aqui para revelar uma extensa peritonite purulenta que resultou da ruptura do cólon. Um exsudado amarelo espesso reveste as superfícies peritoneais. Uma paracentese produziu fluido com as propriedades de um exsudato: alto teor de proteínas com muitas células (principalmente PMN). Aqui está um exsudato purulento no qual o fluido exsudado também contém um grande número de células inflamatórias agudas. Assim, o líquido amarelado nessa cavidade pericárdica aberta é um exsudato purulento. Um exsudato purulento é visto abaixo das meninges no cérebro deste paciente com meningite aguda por infecção por Streptococcus pneumoniae. O exsudato obscurece os sulcos. A cavidade abdominal é aberta na autópsia aqui para revelar uma extensa peritonite purulenta que resultou da ruptura do cólon. Um exsudado amarelo espesso reveste as superfícies peritoneais. Uma paracentese produziu fluido com as propriedades de um exsudato: alto teor de proteínas com muitas células (principalmente PMN). Classificação das inflamações: Quanto a distribuição: • Focal: quando atinge um único ponto a 1mm a poucos cm • Multifocal: quando atinge vários pequenos pontos onde a base de distribuição é rede vascular • Extensiva local: quando tem uma área mais considerável do órgão atingido, por agravamento das lesões focais ou multifocais • Difusa: quando a totalidade do órgão é atingido Quando a intensidade: • Leve: função do órgão é alterada levemente, sem comprometer o organismo • Moderada: a função do órgão é alterada, comprometendo o organismo com risco de vida Objetivo dos diferentes tipos de inflamação: • As respostas inflamatórias precoces diferem das respostas tardias • Cada fase envolve mediadores químicos e células diferentes que funcionam associadas para: o Enfrentar, destruir e remover agentes injuriosos o Isolar esses agentes, o Estimular as respostas imunes, o Promover cura e cicatrização. PNEUMONIA LOBAR: inflamação aguda fibrinopurulenta. Classificação baseada nas características do exsudato, liberação de fluido rico em fibrina, com secreção purulenta. Onde os septos são destruídos ocorre a formação de abcessos. No interior, o material eosinofílico corresponde ao excesso de fibrina. Piócitos: neutrófilos que morrem e constituem e pus Importante: acometimento de todo o pulmão BRONCOPNEUMONIA COM FORMAÇÃO DE ABCESSO: Importante: acometimento em apenas algumas regiões do pulmão. No pulmão normal tem os septos delicados e cavidades livres, sem muitas células dispostas. Na broncopneumonia tem acúmulo fibrinoso, comprometimento dos septos, exsudato seroso e fibrinoso, presença de neutrófilos. Resumindo: Inflamação crônica: • Agente muito resistente e patogênicos, dura mais de 6 meses • Ocorre contatos repetitivos e persistentes, mesmo em tecidos saudáveis • Agressão mais grave com reação inflamatória de longa duração e de maior intensidade • Infiltração de células mononucleares (plasmócito, linfócito...) • Tentativa de reparo da área lesada: formação de tecido conjuntivo e angiogênese (angiogênese, fibrose e tecido de granulação) • Destruição tecidual por células inflamatória à ocorre junto com a tentativa de reparo Tecido de granulação: É constituído por vasos capilares sanguíneos neoformados, TC propriamente dito e leucócitos. TECIDO DE GRANULAÇÃO O "tecido de granulação" é constituído por vasos capilares sanguíneos neoformados (ANGIOGÊNESE), tecido conjuntivo propriamente dito e leucócitos FOTO DE IAM com área de cicatrização e formação de tecido de granulação. VESÍCULA BILIAR. COLECISTITE CRÔNICA. TECIDO DE GRANULAÇÃO FROUXO, EDEMACIADO, EM CONTINUIDADE COM ÁREA DE FIBROSE. VASOS CAPILARES SANGUÍNEOS NEOFORMADOS, INFILTRADO INFLAMATÓRIO COM LINFÓCITOS E MACRÓFAGOS (COM PIGMENTO ACASTANHADO NO CITOPLASMA (HEMOSSIDERINA OU BILIRRUBINA)). ÁREA FIBRÓTICA COM FIBROBLASTOS (SETA) E COMPONENTES DA MATRIZ EXTRACELULAR (FIBRAS COLÁGENAS E OUTROS). H&E, Macrófago: é a figura central na inflamação crônica. • Produz inúmeros mediadores celulares de destruição tecidual e proliferação vascular. • Induz a proliferação de fibroblastos e colágeno • A destruição tecidual é uma das principais características da IC • Os tipos de macrófagos são importantes, visto que, um ativa citocinas pró-inflamatórias, e o outro ativa citocinas anti-inflamatórias • A interação macrófago-linfóctio na IC à quando o macrófago é ativado, ele libera FNT e IL-1, ativando o linfócito, que libera outros mediadores (interferon gama), aumentando a atuação do macrófago(aumenta a avidez, por exemplo) Infiltração mononuclear: Linfócitos à são mobilizados nas reações imunológicas mediadas: por células, por anticorpos e por motivos desconhecidos Plasmócitos à produzem anticorpos contra: antígenos persistentes e componentes teciduais alterados Eosinófilos à são característicos das reações imunes e das infecções parasitárias: suas granulações contêm uma proteína tóxica para os parasitas e que também pode levar a lise de células (basófilos) Classificação das inflamações crônicas: Inflamação INESPECÍFICA: é composta por células MN associadas a outros tipos de células, ocorre a formação do tecido de granulação Inflamação ESPECÍFICA ou GRANULOMATOSA: possível observar a formação de granulomas, que são formações especiais de células que, de tão características (é um aglomerado de células), permitem um diagnostico da doença mesmo sem visualização do agente causal. Manifesta-se macroscopicamente ou clinicamente sobre a presença de granulomas. Existem dois tipos principais de células gigantes que compõem os granulomas: 1. As células de corpo estranho, em que os núcleos estão dispostos aleatoriamente no citoplasma 2. As células de Langhans, na qual os núcleos tendem a ocupar a periferia do citoplasma e exibem um arranjo em “colar” Interação macrófago-linfócito na Inflamação Crônica Quando ativados influenciam uns aos outros e liberam mediadores inflamatórios que afetam outras células MENINGITE PURULENTA: formação do tecido de granulação. Astrócitos: quando tema presença, comprova que há lesão no tecido nervoso. Presença de vasos neoformados (o epitélio é simples cúbico). Presença de áreas de necrose liquefativa. Formação do Granuloma: é um nódulo formado na IC, composto com conglomerado de macrófagos e LT ativados, muitas vezes associados a necrose e fibrose. O granuloma é referente a presença de um organismo de difícil destruição, ocorre na lepra, na hanseníase, esquistossomose e também na tuberculose. A partir disso, tem a resposta celular, na tentativa de conter ou destruir os agentes agressores. O granuloma é revestido por um halo linfocitário, tanto LT quanto LB. Internamente, além da presença do patógeno ou macrófagos que o fagocitaram, tem a presença de macrófagos epitelioides (macrófagos que mudam sua morfologia para ser pavimentosos, e se dispõe como células epiteliais à na fagocita, tem apenas atividade secretora, libera mediadores importantes) e células gigantes (macrófagos que se fundem e formam essa massa). Tipos de granulomas: • Tuberculoide (imagem acima): completa (associada a necrose caseosa) e incompleta • Corpo estranho • Com supuração HALO LINFOCITÁRIO MACROFAGOS EPITELÓIDES CÉLULAS GIGANTES TUBERCULOSE LINFONODAL: inflamação crônica. Na imagem do pulmão, existe a presença do infiltrado inflamatórios. As áreas arredondadas (setas) apresentam as regiões do granuloma. É possível observar também as células de Langhans pois apresentam disposição dos núcleos periféricos, criando uma imagem de ferradura. Além disso, é um granuloma tuberculoide completo, pela presença de necrose caseosa. PANICULITE CRÔNICA: inflamação crônica com grânulos a corpo estranho. É um tecido cutâneo, mas rico em tecido adiposo (corpo estranho são os lipídeos). Em volta da gordura tem a formação do granuloma, acúmulos de macrófagos e formação das células gigantes. Os núcleos estão mais centrais, identificando células gigantes do tipo corpo estranho. As células epitelioides também são vistas (macrófagos modificados). Resposta inflamatória sistêmica: • Poe em risco à vida • Ocorre por disseminação por via sanguínea • Agravamento à Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) • Ocorre na presença de bactérias e outros micro-organismos, agentes físicos e químicos • Na presença de bactéria à bacteremia • O paciente é diagnosticado com resposta inflamatória sistêmica se tiver 2 manifestações: o Hipertermia > 38ºC o Hipotermia < 36ºC o FC > 90bpm o FR > 20 mov/min ou paCO2 < 32torr o Leucócitos > 1200 ou <4000 Patogênese: • Acontece em vários locais • Participação de alarminas, liberação de PAMP e DAMP • vasodilatação arteriolar sistêmica à reduz a perfusão e causa hipóxia à leva a degeneração e necrose à leva a sepse grave (hiperperfusão) à choque (falência múltipla de órgãos) • acidose à aumento do acido láctico pela estimulação de glicólise anaeróbica à oligúria e inconsciência • SARA à acúmulo de neutrófilo no pulmão • CIVD à coagulação intravascular disseminada • Imunossupressão à na fase tardia Resposta inflamatória sistêmica crônica: • Elevação da PCR • Liberação de citocinas pró-inflamatórias • Presença de radicais livres • Favorecimento para a ocorrência de dislipidemia • Ocorrem alterações o eixo hipotálamo-hipófise • Incidência maior de: diabetes 2, doença neurodegenerativas e aterosclerose Inflamação: Benéfica vs Maléfica: Benéfica: Proteção: impede a proliferação, disseminação e desenvolvimento da infecção Cicatrização: auxilia no processo de cura e reparo das lesões Resposta imune adaptativa: acúmulo e ativação de fagócitos no sítio inflamatório é fundamental para o estabelecimento da imunidade específica. Maléfica: Interfere no funcionamento do órgão ou sistema. acometido Formação de tecido de fibrose Perda no controle homeostático, onde a inflamação assume papel destrutivo, como nas autoimunidades.