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Investimento Modelo Acelerador Wilson Correa March 12, 2017 Definição Investimento Investimento mede a variação no estoque de capital ocorrida em determinado ponto do tempo. A formação bruta de capital fixo registra a ampliação da capacidade futura por meio do investimento corrente em ativos fixos, ou seja, bens produzidos fact́ıveis de utilização repetida e cont́ınua em outros processos produtivos por tempo superior a um ano, mas que não são consumidos pelos mesmos Variável de fluxo. Foco da análise é a FBCF Modelo Acelerador parte do pressuposto da existência de um estoque desejado de capital. Definição Investimento Ótica da abordagem é do investimento enquanto componente da demanda agregada. Investimento como é fluxo é uma resposta a desvios deste estoque desejado de capital. Pressuposto é que o estoque de capital depende do ńıvel de produto. Produto mais alto leva firmas a desejarem um estoque de capital mais alto. Todas essas considerações nos levam à seguinte formulação para determinação do investimento como função do ńıvel do produto: Kdt = αYt (1) Modelo Acelerador Simples Suponha inicialmente que o investimento ĺıquido é igual à diferença entre o estoque desejado de capital e o estoque de capital do peŕıodo anterior e que a depreciação seja zero. In,t = K d t − Kt−1 (2) Notem que: Kdt−1 = Kt−1 = αYt−1 (3) Substituindo (3) em (2) fica: In,t = K d t − Kt−1 = αYt − αYt−1 = α∆Yt (4) Modelo Acelerador Simples Notem que neste caso a razão capital produto desejada é: α = In,t ∆Yt (5) Logo para cada variação de uma unidade monetária do produto causa uma variação de α unidades nos investimentos. O modelo do acelerador em conjunto com a hipótese do efeito multiplicador implica que um choque no crescimento do produto causaria uma alteração nos investimentos com efeitos multiplicadores sobre o ńıvel do produto de equiĺıbrio. Modelo Acelerador com Custos de Ajustamento Uma extensão do modelo procura considerar que existe uma defasagem no ajuste do estoque de capital ao seu ńıvel desejado. Quando há um crescimento no produto a redução na discrepância observada entre o estoque desejado e o efetivo implica na realização de projetos de investimento. Tais projetos possuem custos diretos de implementação e custos de ajustamento ao novo ńıvel de estoque de capital. Assume-se que tais custos aumentem conforme se acelera o ritmo do investimento. Modelo Acelerador com Custos de Ajustamento Na presença de custos crescentes o processo ótimo para as firmas é ajustar o estoque de capital existente ao desejado de maneira lenta compensando apenas parte da diferença entre os dois em um único peŕıodo. Logo temos: In,t = λ(K d t − Kt−1) 0 < λ < 1 (6) Notem que: Kt−1 6= Kdt−1 (7) Modelo Acelerador com Custos de Ajustamento Portanto o estoque de capital é ajustado de maneira lenta. Por conseguinte: In,t = K d t − Kt−1 = λ(αYt − Kt−1) (8) A equação 8 também é conhecida como Modelo Acelerador Flex́ıvel. Portanto apenas uma parcela λ é ajustada em cada momento do tempo e a cada momento o investimento está respondendo a mudanças na renda de uma série de peŕıodos antecedentes que ainda não haviam se concretizado. Modelo Acelerador com Custos de Ajustamento Implicação: Investimentos são menos voláteis no curto prazo do que supõe a relação do acelerador simples. Razão: Por que o ajuste para o estoque desejado no acelerador simples ocorre na sua totalidade em t enquanto que no modelo com custos de ajustamento estamos observando em t ajustes de t − 1, t − 2, · · · . O parâmetro λ determina a velocidade de ajuste do capital entre dois peŕıodos consecutivos de tempo, ou seja, Kt e Kt−1 e pode ser ajustado pela firma. λ seria influenciado por disponibilidade de crédito, taxas de juros, poĺıticas tributárias entre outros fatores. Modelo Acelerador e Custos de Capital Na equação (1) o estoque do capital é múltiplo fixo do produto. No entanto diferentes ńıveis de produto podem ser obtidos com o mesmo estoque de capital se for posśıvel variar a quantidade de mão-de-obra e neste caso a razão capital/ trabalho. Variando a razão capital trabalho temos que a escolha ótima de uma combinação capital-trabalho que gere um determinado ńıvel de produto passa a depender da proporção do custo do capital em relação ao do trabalho ou de outro modo do custo do capital em relação ao salário real. A quantidade de capital utilizada para gerar um dado ńıvel de produto está positivamente relacionada com o salário real e negativamente relacionada com o custo do capital. Modelo Acelerador e Custos de Capital O salário real relevante neste caso é o salário esperado a vigorar durante o peŕıodo de vida dos bens de capital. Assumindo que o salário real seja constante no curto prazo podemos nos deter sobre o custo de capital somente. Função Investimento assumiria a seguinte forma (não-espećıfica): In,t = I (Yt ,CCt ,Kt−1) (9) Investimento dependeria: 1 Do produto pois choques observados no produto alterariam o ńıvel de capital desejado e portanto o fluxo (Investimento). 2 Do Estoque de Capital em t − 1 3 Do Custo de Capital Modelo Acelerador e Custos de Capital Custo Capital depende fundamentalmente da taxa de juros e da depreciação e da existência de benef́ıcios tributários. Por quê? Taxa de juros é uma medida do custo de empréstimo para compra de bens de capital. Taxa de juros é uma medida do custo de oportunidade que a firma tem de não reter os lucros e reinvestir. Depreciação é uma medida do desgaste ocorrido nos bens de capital adquiridos. Benef́ıcios tributários para a compra de bens de capital reduzem diretamente o custo. Modelo Acelerador e Custos de Capital Logo podemos escrever: CC = (1− τ)(i − πe + δ) (10) Onde: τ é o Subśıdio para compra do capital. i é a taxa de juros nominal. πe é a taxa de inflação esperada. δ é a taxa de depreciação. Logo: In,t = I (Yt , it , δ, π e t , τt ,Kt−1) (11) Modelo Acelerador: Implicações Como o investimento depende da taxa de juros real os efeitos da poĺıtica monetária dependem em quanto alterações na taxa de juros nominal são efetivamente transferidas para a taxa de juros real. Caso os ajustes ocorram de maneira lenta, ou seja, a inflação esperada responda a variações de inflação passada teremos alterações significativas na taxa de juros real e portanto no investimento. Caso a inflação esperada responda a variações antecipadas de poĺıtica monetária as expectativas vão se ajustar rapidamente e a taxa real de juros vai permanecer inalterada o que implica que o investimento não vai responder à variações na poĺıtica monetária a não ser que haja um elemento de surpresa. Modelo Acelerador: Implicações Desenvolvimentos recentes na corrente novo-Keynesiana apontam para modelagem da inflação através da curva de Phillips onde há a decomposição do ajuste da inflação entre um componente passado πt−1 e um expectacional voltado para o futuro πe . No caso do Brasil o peso do componente passado estaria entre 0.32 ≤ πt−1 ≤ 0.48, enquanto que as evidências para a Europa e para os EUA são de pesos sempre inferiores a πt−1 ≤ 0.3. Portanto possivelmente no caso brasileiro as variações na poĺıtica monetária teriam expressivo impacto sobre a taxa de juros real dado o peso do componente passado da inflação nas expectativas.
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