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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ANALÍTICA E FÍSICO-QUÍMICA RELATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL I CALOR DE SOLUÇÃO E NEUTRALIZAÇÃO LUDMILA VIRNA OLIVEIRA FERNANDES - 405771 TÚLIO CORDEIRO ARAGÃO - 402987 FORTALEZA – CE 2021 1. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1.1 Medida do Calor de Solução A Calorimetria é a parte da física que estuda as trocas de energia entre corpos ou sistemas quando essas trocas se dão na forma de calor. Calor significa uma transferência de energia térmica de um sistema para outro, ou seja: podemos dizer que um corpo recebe calor, mas não que ele possui calor. A capacidade térmica é definida como a capacidade de um corpo de mudar sua temperatura ao receber ou liberar calor. Ela é dada como a razão entre a quantidade de calor e a variação de temperatura: C= Q/ΔT Onde C é a capacidade térmica do corpo (cal/ ºC). Q é quantidade de calor trocada pelo corpo e ΔT é a variação de temperatura do corpo, Para determinar a capacidade calorífica do calorímetro foi pesado 2,3548g de nitrato de potássio, e obteve um valor de 27,2 °C, sendo a temperatura inicial, t1 igual a 28,2 °C, ou seja, uma variação de -1,0 °C. Considerando que a aproximação ΔHsolução =qp, temos que o valor da literatura de ΔHsolução é igual a 34,90 kJ mol-1. Assim, o número de mols foi determinado: n = nº de mols de KNO3 = massa / massa molar = 2,3548g / 101,10 g mol-1 n = 2,33 x 10-2 mol Em seguida, o calor foi determinado: Q = qp x n = (34,90 kJ mol-1) x (2,33 x 10-2 mol) = 813,17 J Por fim, a capacidade calorífica foi determinada: C= Q/ΔT| = 792,283 J / 1,0 K = 813,17 J K-1. Desse modo, pode-se determinar os valores de ΔH para as soluções de NaCl, KCl, NaNO3 e NaOH. Onde ΔH= (813,17 J K-1 x /ΔT|)/n. A tabela a seguir contém a massa, os valores de Δt e a variação de entalpia obtida para cada solução. Tabela 01 – Dados experimentais obtidos para cada solução. Amostra Massa molar (g mol-1) Massa pesada (g) Número de mols (mol) Δt (K) Tf / Ti ΔH (kJ mol-1) NaCl 58,44 2,6769 0,0458 -0,4 28,1 / 28,5 7,10 KCl 74,55 2,4660 0,0331 -1,3 27,2 / 28,5 31,95 NaNO3 84,99 2,4000 0,0282 -0,3 28,1 / 28,4 8,63 NaOH 39,99 0,7194 0,0180 0,8 29,3 / 28,5 -36,16 Experimentalmente, percebe-se que ocorre processo endotérmico (ΔH positivo) nas dissoluções de KCl, NaCl e NaNO3 e processo exotèrmica (ΔH negativo) na dissolução de NaOH, todos em meio aquoso. O processo de dissolução é melhor entendido se analisado em duas etapas. A primeira etapa do processo consiste na quebra da rede cristalina, com um positivo, enquanto aΔ𝐻 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 segunda etapa se relaciona à solvatação, com um negativo em meio aquoso. Assim,Δ𝐻 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑎𝑡𝑎çã𝑜 temos que o processo de dissolução segue: Δ𝐻 𝑠𝑜𝑙𝑢ç𝑎ã𝑜 = Δ𝐻 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 + Δ𝐻 ℎ𝑖𝑑𝑟𝑎𝑡𝑎çã𝑜 Logo, para soluções endotérmicas, > 0, a variação da entalpia da quebra daΔ𝐻 𝑠𝑜𝑙𝑢ç𝑎ã𝑜 rede cristalina é maior que a variação de entalpia pela solvatação, ocorrendo uma maior absorção energética para a quebra da rede do que acaba liberada na hidratação. O contrário ocorre para soluções exotérmicas, < 0, denotando maior liberação de energia do que absorção noΔ𝐻 𝑠𝑜𝑙𝑢ç𝑎ã𝑜 períodro de quebra da rede cristalina. 1.2 Medida do Calor de Neutralização A entalpia de uma reação entre um ácido forte e uma base forte é denominada calor de neutralização. Em solução aquosa os ácidos e bases fortes encontram-se completamente dissociados e o calor de neutralização é igual ao calor de dissociação da água (com sinal contrário). Para determinar o calor de neutralização, tem-se o ∆t, que foi obtido com apenas duas medidas de temperatura. Inicialmente 28,4 °C e, ao final 30,1 °C, sendo assim, ∆t fora de 1,7 °C. Logo, foi calculado o número de mols de hidróxido de sódio e de ácido clorídrico utilizado na reação: nNaOH = [NaOH] x V = 0,2 mol L-1 x 120 mL = 2,4 x 10-2 mols. nHCl = [HCl] x V = 0,8 mol L-1 x 40 mL x= 3,2 x 10-2 mols. Pela a reação, NaOH(aq) + HCl(aq) ⇌ NaCl(aq) + H2O(l), a relação estequiométrica entre eles é de 1:1, assim, tem-se que o NaOH fora limitante e 0,024 mols deste e de HCl reagiram. Portanto, o calor de neutralização obtido foi de: ∆H = -(813,17 / 0,024) x 1,7= -57,60 kJ mol-1. Por fim, pode-se observar que a reação de neutralização do hidróxido de sódio e do ácido clorídrico é um processo exotérmico, com a liberação de calor e uma variação de entalpia menor que zero. Sendo a entalpia de neutralização definida como o calor liberado durante a neutralização de uma solução diluída de ácido por uma solução diluída de base, na literatura, essa entalpia é sempre igual a -55,84 kJ mol-1, a 25ºC. De acordo com o valor encontrado experimentalmente, de -57,60 kJ mol-1 , calcula-se um erro experimental de 3,15%, sendo este atribuído a variação da temperatura no ambiente de experimento (28,2ºC), se comparado ao da literatura, assim como a diferença nas aparelhagens utilizadas. Considera-se um erro aceitável e de valor satisfatório se comparado ao real. 2. CONCLUSÃO Pode-se concluir que o método calorimétrico, apesar de ser um método simples que se baseia, unicamente, nas medições de temperaturas, é viável para determinação das entalpias de reação, havendo assim, como em qualquer outro experimento, cuidados nos equipamentos utilizados e na manipulação adequada dos mesmos e principalmente na calibração do calorímetro. Também foi possível salientar o fato de que a quantidade de calor liberada no processo de neutralização é dependente da estrutura dos reagentes. As propriedades de uma solução diluída de ácido forte ou base forte são as dos seus íons devido à dissociação e ionização completas. Na reação entre soluções aquosas de HCl e NaOH os íons Na+ e Cl- entram e saem sem sofrer qualquer tipo de transformação. São, por isso, chamados de íons espectadores. Apenas os íons H+ e OH- reagem formando H2O. Essa reação é exotérmica. O calor liberado para a vizinhança na reação de 1 mol de ácido forte (ionização total) com 1 mol de base forte (dissociação total) e formação de 1 mol de água; ou seja, reação de 1 mol de H+ com 1 mol de OH- e formação de 1 mol de água é chamado de calor de neutralização. 3. REFERÊNCIAS PILLING, Sérgio. Físico-Química Experimental I Prática 1- Termoquímica. Disponível em: https://www1.univap.br/spilling/FQE1/FQE1_EXP1_Termoquimica.pdf. Acesso em: 15 de agosto de 2021. CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química. Trad. de C. M. P dos Santos e R. B Faria. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos. 1986. ATKINS, P. W. Físico-Química e Fundamentos. 3 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro: Editora 2003.
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