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OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 1 ASSUNTOS: →História da Obstetrícia →Semiologia Obstétrica →Pré-natal →Estática Fetal →Parto Humanizado →Parto Cesário →Puerpério OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 2 QUAL O CONCEITO DE OBSTETRÍCIA? É a área da medicina que estuda os fenômenos da reprodução da mulher, estando relacionada com a gestação, com o parto e com o puerpério, com atenção à fisiologia, à patologia e aos acidentes e, dita as regras de sua assistência em circunstâncias normais e anômalas. É a arte de afastar os obstáculos do parto. Palavra vem do latim OBSTETRIX que significa ficar ao lado → significa a mulher assistindo a parturiente mulher que presta auxílio → antigamente as mulheres tinham os partos em pé. Vem também do opstetrix/adestetrix que é a arte de afastar os obstáculos do parto (obstare – estar no caminho/impedir a passagem) → as mulheres que auxiliavam no parto eram leigas, curiosas, estavam ali para ajudar e prestar auxílio. UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA → Até o fim do sec. 19 - midwifery (1438) →Midwife = parteira (1303) →Inglaterra midwife = parteira →Outros sinônimos: TOCÓLOGOS (TOKOS – PARTO/ LOGOS – DOUTRINA/TRATADO); MAIÊUTICA: concernente ao parto (maia = parteira, ama ou avó) PRÉ-HISTÓRIA O parto era solitário, onde a mulher não tinha ajuda de nenhuma outra pessoa. Depois vem a presença do marido/pai da criança. E depois vieram as auxiliadoras, que são as parteiras que inicialmente eram ignorantes ditas como feiticeiras (queimadas na época da inquisição). Isso deu origem às doulas (que é profissão mais antiga) → auxiliam durante o parto, não tem um conhecimento técnico, dão apoio que a mulher precisa na hora do parto normal (existem cursos, mas ainda não é uma profissão regulamentada) PRIMEIRO PERÍODO: antiguidade ao fim do sec. V A.C →Início 2.900 anos A.C com IMHOTEP (médico e ministro de Zoser) que era uma ciência/tocologia intuitiva que se baseava na preservação da família que era a base econômica do homem paleolítico SEGUNDO PERÍODO: Hipócrates até o início do Sec. III D.C – Hipócrates (460 – 377 A.C.) – pai da medicina – possui grande influência nos preceitos obstétricos pois separou a medicina da religião. Ele acreditava que quando a religião é colocada na frente da medicina, há um emperramento no desenvolvimento. TERCEIRO PERÍODO: sec. III D.C. aos fins do sec. XV – Queda do império romano – Há estagnação e retrocesso da medicina. – Nessa época não há valorização da vida do concepto – iniciou-se o aborto. – Ganham importância os embriótomos (usados para matar o embrião) e o aborto – Sec. XII posição da Igreja Católica – assumem a questão da medicina – estagnação – era escória pegar na mulher grávida ou fazer cirurgia (o cirurgião geral era visto como uma escória da medicina). Gestantes e parturientes não podiam ser examinadas, pois o padre era o médico e era pecado tocar na grávida e ver suas partes íntimas. – Começa-se a estudar Astrologia – As coisas começam a melhorar quando Constantino (335 DC) começa a construir dos primeiros hospitais QUARTO PERÍODO: séc. XVI ao XIX – Renascença: ressurgimento da ciência e da arte dos partos. – Sec. XVII = Louis XIV – Ambrósio Paré, Mauriceau (manobra - tirar bebê sentado), Nagele, Grégorie, Puzos – Fórceps, perineorrafia, apresentações anômalas, cabeça derradeira, amniotia (para romper a bolsa), loquios – 1846 à primeira anestesia / controversa OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 3 – Lister 1867 – fala sobre a antissepsia e assepsia – redução da mortalidade materna. – Cesariana, Keher, 1881; Sanger 1882; Porro 1876 (não fazemos mais) – Médicos generalistas que tinham baixa remuneração Em 1657 Francois Mouriceau introduziu a ideia de ter a cama ginecológica, além disso ele começou a ser o protagonista do parto, ao invés de ser a mãe (como é o certo). Ele começa a introduzir a mulher dentro dos hospitais para o parto deitada, na posição ginecológica - horizontalizada (posição de Laborie Duncan). → iatrogenia! O parto é um procedimento normal, fisiológico, que o médico deve estar só para situações graves. No Brasil a obstetrícia vem com o descobrimento através cultura indígena. Quem traz a cesariana para o brasil é Fernando Magalhães (1878- 1944) → começa treinando em escravas. Em 1911 há a fundação da primeira escola brasileira de obstetrícia. Com a penicilina houve uma redução da maternidade. QUAIS AS ALTERAÇÕES FÍSICAS DA GRAVIDEZ? As alterações fisiológicas e psicossociais ajudam a mulher a adaptar-se à gravidez, manter uma boa saúde durante toda a gestação e preparar-se para o nascimento de seu filho. É uma ADAPTAÇÃO, é um processo fisiológico que requer mudanças físicas, bioquímicas, sociais e emocionais (pode ser uma gravidez indesejada, vítima de violência). MODIFICAÇÕES GERAIS: • POSTURA E DEAMBULAÇÃO → LORDOSE – Dores cervicais e lombares – Marcha anserina com andar de “pato” com os pés mais voltados para fora – maior mobilidade articular que ficam mais embebidas. Ampliação de bases (pés afastados) •METABOLISMO → A glicose passa por difusão passiva para o bebê. Se a gestante não se alimentar fará hipoglicemia, pois todo seu açúcar vai para o bebê. Há um parasitismo verdadeiro do bebê (porque se alimenta do que a mãe se alimenta por difusão ativa e passiva). Quando a mulher tem uma hiperglicemia (quadro diabético) o bebê pode desenvolver uma hiperinsulinemia. →Lipídico: acúmulo de lipídios nos tecidos e causa hiperlipidemia gestacional (para que se consiga nutrir bebê) →Aumento de peso na gestação = aumento da unidade feto – placentária / HIPERFAGIA →Lipogênese aumentada à elevação da síntese de ácidos graxos e glicerídeo glicerol – aumento dos TG - pode infartar se tiver uma idade mais avançada →Estado Catabólico no 3º trimestre – maior atividade lipolítica – hiperlipidemia materna – com aumento dos TG – causam o aumento dos Ácidos Graxos Essenciais (produzidos pela alimentação). É preciso estimular a introdução ou reposição de Ácido Linolênico (ômega 3) e Acido linolênico (ômega 6 - desenvolvimento cerebral e visual do concepto) → Proteico: concentração da maioria está diminuída por conta do aporte hídrico – recomendamos uma dieta rica em proteína. →Hidroeletrolítico: aumento do volume plasmático – aumento do débito cardíaco – aumento do fluxo plasmático renal. Há uma maior absorção de cálcio para a formação óssea do bebê. SISTEMA CARDIOVASCULAR • Aumento do DC e do Volume Sanguíneo circulante • Diminuição da resistência vascular periférica e diminuição da pressão sanguínea – comum a ocorrência de hipotensão principalmente na segunda metade da gravidez. • Elevação da frequência cardíaca em 10 a 15 bpm e do volume sistólico • Síndrome da Hipotensão de supina – deitada com compressão da cava – indicamos que ela fique deitada em decúbito lateral esquerdo para melhorar o retorno venoso. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 4 • Aumento da Pressão Venosa (as mulheres comprimem mais osvasos da perna que ficam mais varicosas, por conta da pressão do útero gravídico) • Há uma elevação do diafragma – deslocamento para cima, o coração realiza rotação no próprio eixo e fica mais desviado para esquerda. Pode dar a ideia de uma cardiomegalia, mas não é. • Falsa cardiomegalia – há um aumento da massa muscular do VE, há uma efusão pericárdica fisiológica e há alteração da posição do coração. • alterações na ausculta cardíaca: batimentos ectópicos são frequentes, sopre sistólico inocente devido ao aumento do débito. A frequência cardíaca aumenta no primeiro trimestre – 14 batimentos por minuto a mais até o término da gestação. OBS.: Tudo volta ao normal depois. SISTEMA SANGUÍNEO • Aumento do volume plasmático – consequentemente uma hemodiluição – queda das hemácias – queda da HB e HTC → temos uma anemia fisiológica (é uma das indicações de reposição de ferro) • Há uma maior absorção de ferro • Leucocitose • Diminuição das plaquetas – trombocitopenia gestacional • Em contrapartida tem um estado de Hipercoagulabilidade (porque são aumentados os fatores de coagulação e fibrinogênio – guarda para prevenção de hemorragias na hora do parto) – tem mais predisposição de TVP na gravidez e principalmente no pós-parto (não usamos pílulas combinadas com estrógeno) SISTEMA URINÁRIO • Alterações anatômicas: aumento do tamanho e deslocamento do rim para cima – hidronefrose – dilatação de ureteres • Aumento da estase urinária: esvazia a bexiga com maior dificuldade com maior risco de Infecções urinárias (que podem ser assintomáticas e podem levar a abortamento, parto prematuro, infecção pós-parto e do próprio RN) • Aumento do Fluxo Plasmático Renal e TFG • Diminuição da Creatinina Plasmática • Glicosúria e Microalbuminúria SISTEMA RESPIRATÓRIO • Aumento do volume minuto • Capacidade residual funcional DIMINUIDA – a paciente cansa mais e quanto mais avançada a gravidez maior a compressão no diafragma e maior o cansaço. Obs: é a progesterona que aumenta a infiltração das articulações →Alterações anatômicas: edemaciamento de nariz, laringe e faringe são comuns – infiltração devido ao relaxamento vascular →Epistaxe, sendo comum também o sangramento gengival. →Consumo de oxigênio aumenta, leva alcalose respiratória e compensatória →FR praticamente não se altera →Hiperventilação materna – evitar que o feto fique exposto a altas CO2 SISTEMA GASTROINTESTINAL Progesterona deixa esse órgão em estase, parado, fica em atonia. • Atonia do sistema digestivo pela progesterona – alterar para uma dieta mais laxante. • Piora da constipação por conta do emolduramento das alças intestinais. • Náuseas e Vômitos (comuns no início da gravidez e normalmente desaparece após o 3 mês) - enjoos, êmese, hiperêmese (cursa com distúrbio metabólico – desequilíbrio eletrolítico) • Gengivites – tratar com idas ao dentista •Pirose, eructação, RGE (refluxo gastro-esofágico) SISTEMA ENDÓCRINO • Ação tireotrófica pelo HCG: aumento de T4 e diminuição do TSH (não traz alterações para a gestante) OBS.: PICAMALÁCIA - causada pela ingestão persistente de substâncias inadequadas com pequeno ou nenhum valor nutricional, ou de substâncias comestíveis, mas não na sua forma habitual. Perversão do apetite. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 5 IDENTIFICAÇÃO • NOME • IDADE → Embora o início da fertilidade possa ocorrer já aos 10 anos de idade, do ponto de vista biológico, a gravidez ocorre em melhores condições a partir de 18 a 20 anos. Entre os 20 e 30 anos é o período mais indicado. Depois desse período, são maiores os riscos para a mãe e para a criança. As mulheres acima de 35 anos não deveriam mais conceber por conta do expressivo índice de malformações do concepto e de distocias. • PROFISSÃO → As intoxicações profissionais, de ação lenta, podem comprometer a evolução gravídica. Isso ocorre com as intoxicações produzidas por álcool, chumbo, fósforo, nicotina etc., de modo que é importante ter conhecimento da profissão da gestante. Ex: mulheres que trabalham muito tempo em pé, mulheres que trabalham em posto de gasolina que inalam aquelas substâncias (solicitamos o uso de máscara) • COR/RAÇA → mulheres de etnia africana são mais propensas ao vício pélvico, hipertensão maligna e à pré- eclâmpsia • ESTADO CIVIL → as estatísticas trazem números maiores de morbidade e mortalidade entre as solteiras (gravidez sem acompanhamento do parceiro). Ex: Blues – determinam condições depressivas no pós-parto, a presença e acompanhamento do parceiro evitam. ANTECEDENTES PESSOAIS Indagar sobre seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida, quando começou a deambulação, condições nutricionais na infância Perguntar sobre história ginecológica (puberdade, idade da menarca, característica dos ciclos menstruais – observar a possibilidade de desordem endócrina), cirurgias, uso de medicações; seus hábitos de vida como vícios, atividade física e alimentação. Antecedentes pessoais patológicos → enfermidades anteriores (poliomielite, doenças ósseas, cardiopatias, nefropatias e pneumopatias), cirurgias (ex.: de apendicite podem dar muitas aderências e o crescimento uterino pode rompê-las → provocando dor), Uso de medicações (teratogenicidade), Hábitos de vida (fumantes tem risco de amadurecimento da placenta precoce). Mulheres que praticam atividade de alto impacto, devem ser desencorajadas a fazê-la durante a gestação. As mulheres devem praticar atividades físicas que não coloquem em risco sua integridade física e sem grande impacto. Deve ser avaliada a alimentação da gestante, com dieta diminuída de sódio, para evitar picos de pressão. ANTECEDENTES FAMILIARES Todas as doenças familiares que vão interferir na gravidez – hipertensão, diabetes, más formações, síndromes, histórico de câncer de mama. Deve-se inquirir sobre estados mórbidos nos ascendentes e colaterais (p. ex., diabetes, pré-eclâmpsia), incluindo ocorrência de malformações (alguns demandam parecer genético), tanto da gestante quanto do parceiro. Existe um antecedente muito forte de hipertensão na gravidez das filhas de mães que tiveram eclampsia (há um componente hereditário) ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS • GPA (G – gesta; P – para; A – aborto) - A gente sempre pergunta com quantas semanas foi o aborto, porque só é considerado aborto até 20 semanas. Por exemplo, o parto de um feto morto aos 8 meses não é aborto, e sim parto). Aborto é considerado até 20 ou 22 semanas (5º mês) após essa idade gestacional é considerado parto. • Lembrar de perguntar o tipo de parto, se foi normal ou cesárea e o motivo da cesárea (sempre escrever o tipo no prontuário). O intervalo entre as gestações é importante, é interessante que tenha 2 anos entre uma gestação e outra (redução dos riscos). Pode-se ter parto normal depois de uma cesariana, tudo depende do intervalo entre as gestações, se foi há um ano, por exemplo, não é indicado parto normal pelo risco de rotura uterina porque a cicatriz da cesariana anterior ainda não está muito bem cicatrizada e ela pode romper durante o parto normal. O intervalo gestacional é importante para observar a recuperação da gestação anterior, por exemplo, a gestante pode ter tido uma anemia e ainda não ter se recuperado completamente. É importante anotar informações sobre intercorrências em pré-natal e em partos anteriores. A história obstétrica da mulher é de fundamental importância (partos e puerpérios OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 6 anteriores,e sobre a ocorrência de abortamentos, toxemia e condições de aleitamento). Outra coisa importante é checar o cartão de vacinação. OBS: Gêmeos são considerados como um único trabalho de parto. (independentemente de nascerem por vias diferentes). QUESTÃO Você está realizando consultas de pré-natal e atende uma paciente de 33 anos que está na sua 3ª gestação, com feto único, sem intercorrências até o momento. Sua primeira gestação ocorreu quando ela tinha 22 anos e houve aborto provocado. Sua segunda gestação foi gemelar ocorreu aos 26 anos, tendo os bebês nascido a termo por cesariana. Como registraremos a história obstétrica dessa paciente? A) G3A1P2C1 B) G3A1P1C1 C) G4A1P1C1 D) G4A1P2C1 E) G4A1P2C2 RESPOSTA: No histórico obstétrico, o G se refere ao número de gestações - e não se considera o número de fetos por gestação - ou seja, a paciente está na sua 3ª gestação: G3. O número A se refere ao número de abortamentos, espontâneos ou provocados, logo, A1. O P se refere ao número de partos, e a paciente teve até então um parto - ainda que com dois fetos, não consideramos o número de fetos em cada parto - ou seja, P1. E C se refere ao número de cesarianas: a paciente passou por uma cesariana, e não se considera o número de fetos, ou seja, C1. Temos uma paciente G3A1P1C1. Resposta correta, letra B. . GESTAÇÃO ATUAL Com relação à gravidez vigente, a paciente deve ser indagada sobre a data da última menstruação, sinais subjetivos e objetivos, alterações dos diversos órgãos e aparelhos, e, especialmente, sobre a época em que foram percebidos os movimentos ativos (normalmente aparecem na 18º semana) do feto e a ocasião em que sentiu a chamada queda do ventre, fatores importantes para se determinar a idade da gravidez e a proximidade do parto. • Deve ser questionada a DUM (data da última menstruação) – uma gravidez dura em média (280 dias / 40 semanas) • PÓS DATISMO - parto após 40 semanas • PÓS TERMO - parto acima de 42 semanas • DPP (DATA PROVÁVEL DO PARTO) → aplicamos a REGRA DE NAGELE – que é quando o bebê vai completar 40 semanas (a gravidez a termo dura de 37 a 42 semanas, mas em média o bebê nasce em 40 semanas) DUM = 20/05/2016 somar 07 ao número de dias e diminuir 03 do número de meses → será 27/02/2017 Obs.: quando pula o mês, eu só diminuo dois meses. Ex: se a última menstruação for dia 27, mais 7 dias vai pular o mês, quando isso ocorre, só reduzo dois meses FORMAS DE CALCULAR A IDADE GESTACIONAL A DUM também serve para CALCULAR IDADE GESTACIONAL → somam-se todos os dias após a DUM e divide por 7 que vai dar a idade gestacional em semanas REGRA DE MC DONALD OU CRESCIMENTO UTERINO → medir o fundo de útero com a fita métrica (centímetros) multiplicado por 8 e dividido por 7 dá aproximadamente a IDADE GESTACIONAL em semanas - mas essa regra é passível de alterações a depender do tamanho do feto. Posso ter um bebê macrossômico, polidrâmnio, posso ter um PIG, ou com CIUR. Apesar de falho, nos salva quando a mulher não apresenta nenhum exame e não lembra a DUM. Quando o fundo de útero está no rebordo costal eu sei que essa gravidez está à termo. REGRA DA ULTRASSOM DO 1º TRIMESTRE PARA CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL → a DUM não é tão confiável/fidedigno para datar a idade gestacional por poder existirem atrasos na ovulação. Faço o tamanho do comprimento cabeça-nádega. No final da gravidez, para eu datar, tenho que ver o perímetro cefálico (PC), a circunferência abdominal e tamanho do fêmur. É importantíssimo comparar a USG do 1º trimestre com as últimas USG, pois é comum dar erro na idade gestacional se considerarmos só as últimas. A gente compara a USG do 1º trimestre com a DUM (diferença de até 5 dias – indica que a DUM está correta) OUTRAS ALTERNATIVAS PARA ESTIMAR A IDADE GESTACIONAL: Quando começamos a notar os BCFs com 10 a 12 semanas ao Sonar e com a Percepção dos Movimentos fetais com 16-18 semanas EXAME FÍSICO GERAL Palpar gânglios cervicais, temos uma hiperplasia da tireoide, temos o sinal do cordel. Vemos o sistema OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 7 cardiovascular, edema de MMII, edema generalizado (classificar em cruzes). EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO MANOBRAS DE LEOPOLDO-ZWEIFEL (pronuncia-se zuífel) – consigo palpar o bebê, o seu dorso, consigo sentir partes fetais dependendo da musculatura da mulher. A gente só consegue de fato sentir depois de 22-24 semanas, antes disso o bebê é muito pequeno, conseguimos apenas palpar o fundo uterino. →PRIMEIRO TEMPO: AFU (altura do fundo uterino) →SEGUNDO TEMPO: DORSO →TERCEIRO TEMPO: APRESENTAÇÃO Nos posicionamos à direita da paciente com a mão espalmada, vou palpar o fundo do útero (manobra 1), aproveitando para medir e realizar a regra de mc donald para avaliar a idade gestacional. Com o avançar da gravidez eu consigo palpar o dorso do bebê (mãos espalmadas nas laterais da barriga para ver se o dorso está do lado direito ou esquerdo). Para saber a apresentação fetal (manobra 3), se é pélvica ou cefálica, localizamos a mão no terço superior da bacia. Eu aproveito para ver se a cabeça está móvel ou fixa (encaixada). A quarta manobra, por ser dolorosa e desconfortável, pode não ser realizada, é para ver se o feto está ou não insinuado. Localizamos a mão abaixo do púbis da mulher e tentamos tirar essa cabeça. AUSCULTA FETAL Se a apresentação for cefálica, ausculta nos quadrantes inferiores, se for pélvica nos superiores. EXAME ESPECULAR / TOQUE VAGINAL Não precisamos fazer toque na primeira consulta, a não ser que apresente queixas (ex: sangramento). O exame especular é importante para perceber a presença de vulvovaginites, ISTs. INSPEÇÃO Sinais de presunção é tudo que a paciente refere que não está na genitália nem evidencia o bebê (Ex: atraso menstrual, náuseas e vômitos, pica ou malácia, Polaciúria – compressão realizada pelo útero na bexiga); Sinal de probabilidade que são sinais que aparecem na mama e genitália; Sinais de certeza que são todos que evidenciam o feto (alguma parte do corpo ou batimentos cardíacos). • Cabeça → por conta de uma hiperfunção do lobo anterior da hipófise, junto aos limites do couro cabeludo ocorre a formação de lanugem, bastante evidente, em consequência da intensificação da nutrição dos folículos pilosos, reflexos do metabolismo próprio da grávida e principalmente das influências hormonais, o que constitui o sinal de Halban. Em muitas gestantes é possível observar o que se chama cloasma ou máscara gravídica, uma pigmentação difusa ou circunscrita. • Pescoço → devido a hipertrofia da tireoide, ocorre o sinal do cordel, que fica mais evidente por volta do 5º ou 6º mês. • Abdome → globoso ou ovoide, cicatriz umbilical retificada ou saliente, hiperpigmentação da linha nigra. Aparecimento de estrias. • Membros inferiores → é comum que apresentem dilatação circunscrita de vasos sanguíneos, exagerada pela influência da gestação, ou mesmo varizes aumentadas. No final da gravidez é possível se observar edema. SINAIS DE PROBABILIDADE: • Glândula mamária → volume aumentado, a partir da 16ª semana aparece secreção de colostro, aréola mais escura (sinal de Hunter – formação de uma aréola secundária). O sistema vascular fica mais evidente (rede de haller) • Tubérculos de Montgomery → aparecem na aréola primitiva os tubérculos, em número de 12 a 15, que costumam regredir no puerpério. Eles podem ser de duas OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 8 naturezas: glândulas mamárias acessórias, ou sebáceas, hipertrofiadas• Colostro → a partir de 16 semanas, mas não é um sinal obrigatório. • Aparelho genital externo → pigmentação da pele mostra- se mais carregada, formando-se uma aréola escura em torno do ânus. Existe uma hiperpigmentação da mucosa. - Sinal de KLUGE → arroxeamento da mucosa vaginal - Sinal de JACQUEMIER/CHADWICK → coloração violácea da mucosa da vulva (vestíbulo e meato uretral) PALPAÇÃO SINAIS DE PROBABILIDADE: • Aparelho genital interno - Sinal de GOODEL → amolecimento do colo - possui normalmente uma consistência de ponta de nariz, com a gravidez e a embebição em progesterona, ele fica com a consistência labial - Aumento do volume uterino (a partir de 6 semanas) - ao nível da sínfise púbica com 12 semanas e da cicatriz umbilical com 20 semanas; Obs.: Até mais ou menos a cicatriz umbilical ou um pouquinho acima, o tamanho em centímetros corresponde a mais ou menos a idade gestacional. Palpação uterina: observar a consistência e reconhecer a consistência elástico-pastoso-cística. A palpação possibilita o reconhecimento da superfície lisa e regular da parede do útero gravídico ou de nódulos e saliências, que denunciam tumores miomatosos. O conteúdo uterino é observado por meio do método palpatório, que visa o reconhecimento do feto, sua apresentação e posição (manobras de Leopold-Zweifel). “A altura uterina é estimada tendo-se o cuidado de reconhecer a resistência óssea do púbis e delimitando-se, sem comprimir, o fundo do útero, com a borda cubital da mão. A fita métrica mede o arco uterino, o que possibilita o cálculo da idade da gravidez e acompanhamento o crescimento fetal, assim como a suspeita de gemelidade e do excesso de líquido amniótico (polidrâmnio). A circunferência abdominal é avaliada no nível da cicatriz umbilical; em uma gestante a termo com peso normal tem cerca de 90 a 92 cm”. - Sinal de HEGAR → o colo está tão amolecido que quando você toca parece que o istmo está separado do colo. Chamamos também de dobradiça. - Sinal de PISKACEK → abaulamento da região onde houve implantação ovular, ou seja, o útero fica assimétrico pela nidação; - Pulso de OSIANDER → percepção da pulsação arterial no fundo de saco arterial ao toque vaginal - Sinal de NOBILE-BUDIN → abaulamento do útero gravídico ao toque do fundo de saco vaginal OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 9 - Sinal de Hartman → sangramento vaginal discreto pela implantação do óvulo na cavidade uterina após a concepção; SINAIS DE CERTEZA • Palpação de partes fetais • Sinais de PUZOS – é o sinal do rechaço. Se obtém ao impulsionar o feto com os dedos dispostos no fundo do saco anterior. Dessa forma, ocorre a impressão de rechaço quando o concepto se afasta e quando ele retorna. AUSCULTA SINAIS DE CERTEZA: • Ausculta dos BCF - costumam ser percebidos em torno de 20 semanas de gravidez. A ausculta clínica pode ser imediata ou direta, colocando-se o ouvido sobre a parede abdominal da paciente, e mediata ou indireta, com o estetoscópio. O usado em obstetrícia é do tipo PINARD. A ausculta com o esteto/Pinard vem dando lugar ao sonar Doppler, que pode ser usado de 10 a 12 semanas de gestação e que facilita a audiência e a identificação do pulso do cordão umbilical ou de qualquer outro grande vaso fetal VR DOS BCF: entre 110-160 bpm (nunca isócronos aos da mãe) São mais facilmente audíveis no chamado foco máximo de auscultação, ponto que varia com a apresentação. A audibilidade é função da vizinhança do ponto de produção sonora, isto é, o coração fetal, e corresponde, aproximadamente, à altura da quarta vértebra dorsal. TOQUE “Entre os obstetras é padrão a prática do toque vaginal, que deve ser reduzido ao mínimo de vezes necessário e realizado com os cuidados indispensáveis. Pode ser unidigital, bidigital (mais comum) ou manual (excepcional), sendo este último realizado quando a apresentação estiver muito alta e já na mesa operatória, com a paciente anestesiada. É indicada a realização do toque vaginal na paciente com a bexiga e o reto esvaziados, com as mãos do examinador rigorosamente lavadas e revestidas de luvas esterilizadas, estando a paciente em posição ginecológica, entreabrindo-se a vulva com os dedos de uma das mãos, respeitando-se os preceitos de assepsia e de antissepsia. Durante a gestação, o toque combinado torna possível avaliar o volume uterino quando o órgão ainda não se encontra acessível à palpação abdominal, e portanto, é útil ao diagnóstico da gravidez (Benson, 1968). Próximo ao parto, o toque possibilita avaliar as condições do colo, as relações entre a apresentação e a bacia (insinuação, proporcionalidade) e as características do trajeto ósseo. No decurso do trabalho, para se identificar o início dele, devem-se acompanhar a dilatação cervical e a progressão fetal, e precisar o tipo de apresentação, de posição e suas variedades.” O exame procurará explorar sucessivamente: o colo (apagamento, dilatação, orientação e consistência), a bolsa das águas e a apresentação (posição, variedade, altura e proporcionalidade à bacia, além de outros detalhes como a flexão e o assinclitismo). EXAMES COMPLEMENTARES • Dosagens hormonais - Beta-HCG (máximo de 10 semanas) – até sem atraso menstrual, se você suspeita você pode solicitar a fração beta da gonadotrofina coriônica (não dá reação cruzada com outros hormônios como por exemplo o LH hipofisário). O quantitativo é melhor que o qualitativo. Se você fizer somente a dosagem do HCG não é tão fidedigno por ter reação cruzada. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 10 Obs.: o teste de farmácia, que é o de urina, você faz uma reação antígeno-anticorpo, para positivar você tem que ter um tempo maior de gestação. Obs.: Em abortos que não precisam fazer curetagem, acompanhamos o beta até ele negativar. OBS: Um Beta HCG já positiva com 1 dia de fecundação - Dosagem de progesterona – principalmente se a paciente tem abortamentos de repetição, podendo ser ausência de progesterona, e ai talvez eu tenha que repor até a placenta começar a produzir (12 semanas) • USG → no mínimo 3, uma em cada trimestre. A melhor é a segunda, que é a morfológica (más formações). Para datar, a do primeiro trimestre é a melhor (me diz também se é ectópica ou não, se o embrião é viável ou não, se é com ou sem embrião). A do 3º trimestre, vê a estática fetal, o peso do bebê, a quantidade de líquido e bem-estar fetal através da Dopplerfluxometria. Em torno de 5 semanas na USG já se visualiza o saco gestacional na USG, mas não o embrião. • Sonar-Doppler • Dopplerfluxometria •Doppler das artérias uterinas – fator preditivo para saber se ela vai ter ou não hipertensão na gravidez • Cardiotocografia (traçado cardioeletrográfico dos batimentos fetais) – geralmente feito em pacientes hipertensas e diabéticas. A partir de 28 semanas. • Ecocardiografia fetal – muito importante em torno de 28 semanas para identificar as cardiopatias (normalmente solicitado quando ocorre suspeita na USG morfológica). Não é de rotina, mas eu tenho uma morfológica que mostra, ou uma paciente já diabética. • Biópsia de vilo corial – feita com agulha de rack no cório frondoso para diagnósticos de doenças genéticas (alterações de transluscência nucal – alteração da prega da nuca) • Amniocentese – punção como se fosse uma paracentese e coletado líquido amniótico guiado por USG e serve para avaliar cultura (diagnóstico de infecções como a toxoplasmose) e maturidade do bebê. • Cordocentese– punção do cordão umbilical. Feita quando há risco de eritoblastose fetal (mãe negativa) – pode ser feita inclusive transfusão nessa criança. Posso também fazer o estudo do genótipo, cariótipo. Utilização de benzodiazepínico para analgesia. • Amnioscopia - serve para avaliar o líquido amniótico, haste flexível com espelho para olhar a cor do líquido através da vagina. • Fetoscopia à feita por via abdominal para avaliar o embrião e cirurgia intraútero • RM - muito boa para avaliar o Acretismo Placentar quando a placenta penetra pelas camadas do útero e deve ser retirado o útero na hora do parto. Boa avaliação da morfologia fetal. IDADE DA GESTAÇÃO E DATA PROVÁVEL DO PARTO “Na prática usa-se a regra de Nägele, que consiste em adicionar à data da última menstruação 7 dias e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo retrógrado). Por exemplo, se a última menstruação foi em 10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17, e 11 – 3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data provável do parto. Aparentemente, a gravidez, assim avaliada, não teria os 280 dias de duração média que lhe foram atribuídos (9 × 30 = 270 + 7 = 277). No entanto, há correspondência perfeita: no decurso de 9 meses, como norma, 3 ou 4 têm 31 dias e essa diferença (de 1 dia) torna a regra de Nägele a mais aproximada dos referidos 280 dias.” DEFINIÇÃO DO TERMO DA GRAVIDEZ • TERMO-PRECOCE → 37 semanas + 0 dia a 38 semanas + 6 dias • TERMO-COMPLETO → 39 semanas + 0 dia a 40 semanas + 6 dias • TERMO-TARDIO → 41 semanas + 0 dia a 41 semanas + 6 dias • PÓS-TERMO → ≥ 42 semanas. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 11 A assistência Pré-natal visa proporcionar higidez ao organismo materno, pesquisar e tratar estados mórbidos porventura existentes, orientar a gestante, ampará-la social e psicologicamente e educá-la para o parto, assegurando assim, a perfeita estruturação somato-psíquica do nasciturno (ROCCO, 1993). → você vai pegar a paciente como um todo, não é apenas um acompanhamento. Estão envolvidas uma equipe multidisciplinar, com nutricionista, psicólogo, enfermeira, técnico de enfermagem. Se a paciente for hipertensa, tem um cardiologista na equipe. Então, é realmente fornecer um apoio e amparo. ORIENTAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL O ideal é que toda mulher fosse orientada antes de engravidar, para fazer uma avaliação pré-concepcional e para que ela comece a gestação saudável, com as comorbidades controladas, com o peso ideal. Nessa orientação realizamos: →Aconselhamento médico, social e psíquico; →Orientações sobre alimentação; →Orientação sobre uso de drogas lícitas e ilícitas; →Controle de peso; →Vacinação – já podemos dar a da rubéola (intervalo de 1 mês para engravidar). Rubéola provoca malformações. Prevenção de rubéola – vacina de vírus inativado, é contraindicada darmos durante a gravidez. - Mulheres em idade fértil, que não tenham sido vacinadas na infância, devem se vacinar - Mulheres com atraso menstrual, que ainda não tenham feito o teste de gravidez, por prudência devem evitar o contato com portadores de rubéola - Não se administra a vacina contra a rubéola em mulheres grávidas, em nenhum período da gravidez - Mulheres vacinadas devem evitar a gravidez pelo menos durante 30 dias, por prevenção FATORES DETERMINANTES DE RISCO GESTACIONAL: IDADE Tomar cuidado com os extremos de vida reprodutiva. É consenso que a faixa etária dos 19 aos 35 anos é a ideal para a gestação, pois nessa fase da vida é possível evitar as atribulações emocionais da adolescência e também as condições adversas endócrinas e metabólicas da pré- menopausa. GENÉTICA O aconselhamento genético deve ser feito em particular nos casos em que existirem casamentos consanguíneos, idade materna avançada, malformações em gestações anteriores; abortamento de repetição ou perdas gestacionais; contato com agentes mutagênicos ou teratogênicos, irradiações, história familiar, como alterações cromossômicas, malformação cardíaca, espinha bífida, atraso mental, doenças musculares hereditárias, hemoglobinopatias e outras indicações. Nesses casos, a avaliação pré-concepcional deverá ser multidisciplinar, com a participação do geneticista. PESO o peso pré-gravídico ideal se situa entre 54 e 72 kg. Esses valores referem-se ao fato de aproximadamente 60% do peso derivar do componente líquido. Assim, o valor abaixo ou acima dos valores referidos interfere no volume sanguíneo circulante e, consequentemente, no aporte placentário de nutrientes a serem veiculados ao concepto. Mulheres muito magras ou com excesso de peso são mais sujeitas a maior incidência de problemas durante a gestação, como, por exemplo, crescimento fetal restrito e pré-eclâmpsia. ATIVIDADE FÍSICA E PROFISSIONAL: Exercícios muito intensos podem dificultar a concepção e levar a crescimento fetal restrito. Exercícios adequados melhoram a capacidade física e cardiovascular, levando a menor ganho de peso materno e sensação de bem-estar. No último mês, recomenda-se a interrupção das atividades fora de casa. Em geral, a licença-maternidade de 120 dias deve ser concedida por volta da 36 a semana de gravidez EMOCIONAL: OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 12 O papel da mãe começa desde o planejamento da gravidez, mas é durante a gestação que se acentua. O papel do pai diante da gestação também deve ser avaliado, bem como sua relação com a mãe, com outros membros da família, suas responsabilidades e sua relação com o médico. AMBIENTAL: O mundo externo interfere no estresse materno e, consequentemente, no desenvolvimento e crescimento fetal, aumento de pré-eclâmpsia, trabalho de parto prematuro e CFR. USO DE DROGAS E REALIZAÇÃO DE EXAMES Tabaco (o tabagismo, ou seja, o consumo diário de cigarros superior a 10, é causa de hipodesenvolvimento fetal e parto pré-termo, elevando, por conseguinte, a mortalidade perinatal), drogas, álcool (O alcoolismo crônico é determinante de malformações congênitas em cerca de 30% dos casos), radiografias DOENÇAS - Endócrinas (hipertireoidismo, hipotireoidismo) - Infecções virais, bacterianas, protozoárias -Ginecológicas (endometriose, adenomiose, SOP, patologias cervicais, infecções genitais) – se ela é portadora de um mioma, de HPV. Vacinação Se as vacinas estão em dia Animais domésticos: Toxoplasmose (gatos e alimentos crus). CONSULTA PRÉ-CONCEPCIONAL: →Anamnese; →Antecedentes pessoais, familiares, ginecológicos e obstétricos; →Exame físico e ginecológico →Pedir exames complementares: - Hemograma (anemia, infecção) - Classificação sanguínea do casal - Glicemia em jejum - Sorologia para sífilis, rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, herpes, HIV, hepatite A, B e C, doença de chagas, se necessário - Parasitológico de fezes - Prevenção do câncer ginecológico - USG se necessário, para avaliar patologias ginecológicas - Perfil hormonal e a função tireoidiana (FSH, LH, prolactina, estradiol, TSH, T4 livre) - Exames pontuais, se necessário, dependendo da anamnese →Exames complementares do parceiro: tipagem sanguínea, HIV, hepatite A, B e C, espermograma ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL CALENDÁRIO DE CONSULTAS: Positivou? Já tem que começar o pré-natal. →Primeira consulta →volta com 15 dias com resultados de exames (febrasgo – 7 dias) →Mensalmente até 32 semanas →Quinzenal até 36 semanas →Semanais depois de 36 semanas O pré-natal só acaba quando a gestante tem o bebê. A cada consulta serãoavaliados peso, PA, batimentos cardiofetais (bcf) e fundo do útero. Quantas consultas são necessárias no pré-natal? No mínimo 6 consultas: ➢ 1 consulta até o quarto mês ➢ 2 consultas no segundo trimestre ➢ 3 consultas no terceiro trimestre EQUIPE MULTIDISCIPLINAR: - Agente de saúde; - Enfermeira – Pode fazer o pré-natal de baixo risco; - Médico; - Assistente social; - Psicóloga; OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 13 - Nutricionista; - Especialidades afins. PRIMEIRA CONSULTA: Deve ser feita antes de 12 semanas de gestação. Devemos colher toda anamnese com identificação, antecedentes pessoais, antecedentes familiares (diabetes, mães com eclampsia). Antecedentes obstétricos – GPA, tipos de parto, peso dos bebês, se teve alguma intercorrência. O mais importante é perguntar qual a DUM, para podermos calcular a idade gestacional e a data provável do parto (DPP). Além disso, solicitamos uma USG transvaginal (10- 13 semanas), que será a do primeiro trimestre. No primeiro trimestre a idade gestacional é medida através do comprimento cabeça-nádega do embrião, com precisão de mais ou menos 5 dias. Depois de 14 semanas, medimos através do diâmetro biparietal (DBP) ou comprimento do fêmur, com precisão de mais ou menos 10 dias. Com 9 semanas de gestação se coleta o DNA FETAL LIVRE NO SANGUE MATERNO (chamado cffDNA) → com ele descobrimos o sexo do bebê (PCR com identificação do cromossomo Y→ atenção: não serve para diagnosticar gravidez, se a mulher não estiver grávida apontará falsamente para o sexo feminino), a presença de aneuploidias, além de determinar o Rh fetal. →Necessidade de exame confirmatório de gestação (BHCG, USG). →Exames complementares essenciais: - Urina (EAS e cultura para rastrear bacteriúria assintomática) - Grupo sanguíneo e fator Rh – coombs indireto nas pacientes de Rh negativo. - Hemograma completo (rastrear anemia) - Glicemia de jejum Diabetes Mellitus ≥ 126mg/dl (indica DM anterior à gravidez) Diabetes Mellitus Gestacional de 92 a 125mg/dl - Reações sorológicas como sífilis (VDRL), toxoplasmose, HIV (sorologia pois o teste rápido pode dar falso positivo), hepatite B (HBsAg). Sorologia para sífilis/LUES – faz o teste rápido primeiro porque a gravida pode não continuar o acompanhamento, se der positivo já trata. Pede o VDRL depois do teste rápido. Repete VDRL no segundo e terceiro trimestres. Se a titulação for maior que 1:2 pede teste rápido não- treponêmico (FTA-ABS). Sorologia para toxoplasmose (IgM e IgG) – em alguns locais não se pede mais. Drogas usadas podem ser iatrogênicas, teria que fazer amniocentese e cordocentese e mesmo assim não evitaria malformações. No Brasil, o MS recomenda o rastreio pela maior gravidade da doença no país. Sorologia para rubéola – se não é imune faz vacinação pós- parto Sorologia para citomegalovírus – normalmente não é mais solicitado Sorologia para Zika - Rastreamento de clamídia e gonococo - Citologia cervicovaginal - Exame de secreção vaginal Rastreio de vaginose bacteriana Pesquisa de clamídia Obs.: o Parasitológico de fezes é pouco solicitado → Identificação da mulher que necessita de cuidados adicionais →Exame das mamas visando à promoção do aleitamento não é mais indicado na gravidez. →Exame físico geral: ➢ Sistema tegumentar (alterações na pele – cloasma) ➢ Mucosas (coloração da conjuntiva, inspeção de dentes e gengivas, observar se há epistaxe) ➢ Palpação de todas as cadeias ganglionares; ➢ Cabeça e pescoço: - Palpação da tireoide: Sinal do Cordel – Hipertrofia da tireoide ➢ Examinar as mamas (proliferação de glândulas, aumento do volume, edema, vasodilatação - rede venosa de Haller, aumento da pigmentação da OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 14 aréola primária, aparecimento da aréola secundária e hipertrofia das glândulas sebáceas do mamilo - tubérculos de Montgomery) ➢ Ausculta cardíaca, pulmonar ➢ Pressão arterial ➢ Exame do abdômen; ➢ Extremidades (MMII e MMSS) – edema, varizes (compressão da cava), sinais de insuficiência venosa e trombose. ➢ Avaliação do estado nutricional - IMC = PESO/ ALTURAXALTURA (colocar no gráfico) - GANHO PONDERAL DE +/- 2,5Kg por mês - NOMOGRAMA DE JELLIFE – →Exame físico específico: 1. Exame especular e toque vaginal (anatomia, alterações de coloração, lesões, úlceras, corrimentos – já posso tratar), posso realizar também o papanicolau; 2. Medicação da altura de fundo de útero A anotação das medidas da AU em gráfico específico no cartão de pré-natal proporciona uma visão do desenvolvimento fetal nas curvas dos percentis 10, 50 e 90, de especial importância quando o seguimento do pré- natal for operado pela equipe do serviço. Da mesma forma, será fundamental ao examinador nas consultas subsequentes. Do bordo superior da sínfise púbica até o fundo do útero. Em geral cresce mais ou menos 4cm por mês. 3. Manobras de Leopold: Primeira manobra: palpação do polo superior - altura de fundo de útero. Segunda manobra: palpação das laterais. Identifica o dorso fetal. Terceira manobra: palpação do polo inferior. Um polo fixo indica insinuação do feto na pelve e proximidade do trabalho de parto. Quarta manobra: apresentação fetal. CONSULTAS SUBSEQUENTES • 20 A 24 SEMANAS USG abdominal morfológica para avaliar estruturas fetais, localizar a placenta e avaliar o doppler das artérias uterinas. Aconselha-se medir o colo uterino pela USG transvaginal visando a predição do parto pré-termo • 24 A 28 SEMANAS TOTG 75g, para diagnóstico DMG. 75g de dextrosol quando glicemia de jejum <92 mg/dL – pico dos hormônios gestacionais que são hiperglicemiantes • 26 A 32 SEMANAS Grávida deve ser conscientizada do significado de movimento fetal • 28 SEMANAS Repetir dosagem da Hb e ministrar primeira dose da imunoglobulina anti-D para mulheres Rh-negativo não sensibilizadas com fetos Rh-positivos (cffDNA). Repetir o VDRL • 35 A 37 SEMANAS Cultura vaginorretal para estreptococo do grupo B (GBS). Streptococcus agalactiae (Estreptococo do grupo B – EGB) por swab anorretal. Só trata no FINAL da gravidez (36 semanas). Pode causar sepse neonatal por parto vaginal. • 36 SEMANAS Determinar a posição fetal. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 15 • 41 SEMANAS Propor descolamento de membrana e a indução do parto Lembrando de verificar peso e ganho ponderal, verificar níveis tensionais (PA – normal uma queda de pressão no segundo trimestre por conta da fístula placentária), examinar pele e mucosa, mensurar AFU, pesquisar edema, realizar manobras de Leopold (26-27 semanas) e realizar ausculta dos batimentos cardiofetais (geralmente do lado onde está o dorso) USG (primeiro trimestre, segundo – morfológica e terceiro – estática fetal, peso). A do 2º trimestre é a mais importante. VACINAS DA GESTANTE: As vacinas com vírus vivos ou vivos atenuados (rubéola, sarampo, caxumba, pólio-oral [sabin], varicela, febre amarela) estão contraindicadas na gravidez, devido ao risco teórico ao feto. Vacinas com vírus inativos (hepatites a e b, gripe [inclusive a h1n1], pólio-sallk, raiva, vacinas bacterianas e toxoides [tétano, difteria]) podem ser seguramente aplicadas. Gripe trivalente (2 cepas da gripe sazonal A e B + H1N1): esta vacina evita comprovadamente a gripe suína (redução de 70%) e não causa mortalidadefetal; ao contrário, a evita, pois a natimortalidade está aumentada de 2 vezes na vigência da virose Hepatite B – 3 doses se não for imune. dT: Indicada para todas as gestantes. Caso já tenha sido vacinada nos últimos dez anos, a mulher deverá receber apenas o reforço. Se tiver sido vacinada há mais de dez anos, poderá receber até três doses com intervalo de um mês. dTpa (tríplice bacteriana acelular – difteria, tétano, pertussis): Indicada na gestação para proteção do neonato. Deve ser administrada no terceiro trimestre da gravidez (30 a 32 semanas) e repetida a cada gestação Febre amarela e raiva humana depende do risco-benefício. SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA E NUTRIÇÃO DA GESTANTE: - Ácido fólico 0,4mg/d – previne malformações do sistema nervoso. Mantemos até 12 semanas - Sulfato ferroso 40mg de ferro elementar - Piridoxina (B6) - Cálcio, zinco - Vitamina A - Vitamina D – ou repõe ou indica que ela tome sol Obs.: Ácido fólico (B9): importante para evitar espinha bífida e mielomeningocele. O fechamento do tubo neural se dá ao redor da 6a semana de gestação, e existem evidências de que o ácido fólico é essencial na prevenção dos defeitos de fechamento de tubo neural OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 16 ATIVIDADE FÍSICA: Aeróbica ou anaeróbica 30 minutos ao dia, 5-7 dias por semana Benefícios: - Diminui dor nas costas - Controla o peso - Evita diabetes - Diminui ansiedade - Facilita o parto - Previne parto prematuro - Acelera recuperação após o parto Contraindicações: - Algumas doenças cardíacas, pulmonares ou ortopédicas - Gravidez de gêmeos com risco de prematuridade - Placenta prévia depois das 26 semanas de gestação - Pré-eclâmpsia - Sangramento uterino ou vaginal - Diminuição dos movimentos do feto - Retardo do crescimento intrauterino - Hipertensão e hipotireoidismo mal controlados. TRATAMENTO DAS INTERCORRÊNCIAS: Êmese e hiperêmese: dieta fracionada, evita gordura, hidratação; Sialorreia ou ptialismo: ingestão de muito líquido; ingesta de alimentos cítricos e gelados. Pirose: deambular após refeições, evitar alguns alimentos; A utilização de bromoprida 10 mg por via oral de 8/8 h melhora substancialmente os refluxos. Em casos graves, no final da gestação, é possível utilizar ranitidina 150 mg (Zylium®), 1 comprimido VO de 12/12 h por, no máximo, 14 dias. Varizes: uso de meias de compressão; Evitar ortostatismo prolongado e, quando a paciente se sentar ou deitar, é necessário suspender as pernas acima do nível do corpo Hemorroidas: boa alimentação e ingesta de água para um bom trânsito intestinal e “prevenção” de hemorroidas; Evitar atrito anal com papel higiênico – realizar duchas. Em casos necessários com extrusão hemorroidária ou fissuras, podem ser utilizadas pomadas proctológicas à base de policresuleno e cloridrato de cinchocaína (Proctyl ®), um supositório ou uma bisnaga por via retal, de 8/8 h, após as evacuações e antes de dormir à noite. Câimbras: pode estar relacionada aos níveis de potássio; O único tratamento que se mostrou relevante foi a administração de magnésio: 100 mg pela manhã e 200 mg à tarde Fraquezas e desmaios: queda de pressão, andar sempre acompanhada; Constipação: boa alimentação (fibra, frutas cítricas, ameixa, mamão), ingesta de água; Caso a dieta e os exercícios físicos não sejam suficientes, prescrever laxativos como o Tamarine ® (Cassia angustifolia-sene), 1 cápsula à noite; ou bisacodil 5 mg (Dulcolax ®), 1 comprimido à noite. Em casos de formação de bolus fecal baixo (reto-anal), pode- se prescrever sorbitol (Minilax ®), 1 frasco por via retal. Contudo, o uso regular e crônico desses medicamentos deve ser evitado. Edema: diferenciar o generalizado do gravitacional. O edema gravitacional está limitado aos tornozelos e decorre do aumento de pressão nos capilares dos membros inferiores. Quando cessa a pressão na veia cava inferior pelo útero gravídico, por exemplo, no momento em que a paciente fica em decúbito lateral, o edema cede, como habitualmente ocorre à noite. O edema generalizado, que se anuncia pelo súbito aumento de peso, engrossamento dos dedos, face vultosa e deposição de água na metade superior do corpo, é visto em 25 a 30% das gestantes. Quando acompanhado de hipertensão e proteinúria, configura um estado patológico específico da gravidez, a toxemia gravídica. Na ausência de hipertensão e proteinúria, representa simples exagero do processo fisiológico de retenção de sódio (sistema renina- angiotensina-aldosterona), agravado pela queda de pressão oncótica plasmática, decorrente da relativa hipoalbuminemia gravídica. Os diuréticos e a dieta hipossódica não são indicados na gravidez. Falta de ar: deita em decúbito lateral esquerdo, caminhada; Dor nas mamas: uso de sutiã; OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 17 Dor lombar: exercício físico; Cefaleia / epistaxe: acontece pelo edema da mucosa. Não tem prevenção; Cloasma: proteção solar; Insônia: atividade física, calmantes naturais; Parestesia: normal na gravidez; Polaciúria: relacionado ao crescimento do útero. A frequência e urgência urinárias são comuns no inicio e no final da gestação OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 18 ATITUDE FETAL É a posição que o bebê está na barriga, isso determina o mecanismo do parto – Segundo Rezende, atitude ou hábito fetal é a relação das diversas partes do feto entre si. O útero gravídico possui em média 30 cm e o bebê em torno de 50 cm, sendo a existência do feto dentro do útero possível por conta da flexão generalizada graças a coluna vertebral e a articulação occipitovertebral. Conceito de ovoide fetal - composto pelo ovoide córmico (conjunto do tronco com os membros) + ovóide cefálico. Coluna vertebral encurvada no seu todo e cabeça com o mento aproximado do manúbrio do esterno, o que dá ao bebê a forma ovoide, que apresenta dois polos: o cefálico e o pélvico (maior). Na apresentação pélvica, a atitude da cabeça fetal pode variar, mas de regra fica ligeiramente fletida, com o mento próximo ao manúbrio; mas pode ficar em atitude indiferente ou em deflexão, pode apresentar-se lateralmente inclinada, com ou sem rotação. Essa posição da cabeça não tem significação prognóstica para o parto, à vista da correção espontânea que ocorre no decurso do trabalho (Rezende). A partir do 5 ou 6º mês o bebê muda da apresentação pélvica para a cefálica – a isso se dá o nome de MUTAÇÃO ou VERSÃO, isso acontece porque a cabeça passa a pesar mais do que o bumbum do feto NO PARTO Ao iniciar-se o trabalho de parto, e principalmente após a amniorrexe, a atitude do feto se modifica. Nessas condições, por conta da expansão do segmento inferior e à incorporação da cérvice, que ascende, o útero toma uma forma diferente da globosa, tornando-se um pseudo cilindro, assumindo a forma cilindroide. Essa forma obriga o feto a endireitar o tronco, diminuindo sua flexão, assumindo também a forma de um cilindro, o cilindro fetal. O cilindro fetal é formado pelo endireitamento da coluna, cabeça fletida sobre o tronco, com as pequenas partes a ele mais aconchegadas. O polo cefálico é a parte do feto que merece mais atençãoe maior estudo, por ser o segmento MENOS REDUTÍVEL e desempenhar papel da MAIOR IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO AO TRAJETO PELVIPERINEAL. CABEÇA O crânio do bebê é constituído de 2 frontais, 2 parietais, 2 temporais, 1 occipital, 1 etmoide e 1 esfenoide. Os ossos da abobada craniana são separados por tecidos membranosos: as suturas e fontanelas → esses tecidos membranosos possibilitam a redução do volume craniano durante o parto. Obs.: os ossos da base do crânio são indeformáveis. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 19 As suturas mais importantes são: sagital (entre os parietais), metópica (interfrontal), coronária (entre frontais e parietais), lambdoide (entre os parietais e occipital) e temporal (entre os parietais e temporal). As fontanelas são zonas membranosas nos pontos de convergência de 3 ou 4 ossos e delas partem as suturas. - Bregmática: anterior ou grande fontanela – 1 a 4 cm – tem forma losangular, formada pelos frontais e parietais (dão origem as suturas coronal, sagital e metópica) – é um IMPORTANTE ponto de referência para o diagnóstico de posição obtido com o toque digital ou manual. Fecha-se até aproximadamente aos 18 meses. - Lambdoide: Posterior ou Pequena fontanela – 0,5 cm – tem forma triangular, limitada pelos occipitais e parietais (dá origem às suturas sagital e lambdoide) - Ptéricas: são latero-anteriores – são duas, uma de cada lado – tem como limites o frontal, o temporal, o parietal e o esfenoide. - Astéricas – são latero-posteriores - são duas e tem como limites o occipital, temporal e parietal. TRONCO Diâmetro biacromial – 12 cm Circunferência biacromial – 35 cm Diâmetro bitrocanteriano Circunferência bitrocanteriana – varia com a posição do feto – se pernas estendidas (27cm), se pernas flexionadas (35 cm) SITUAÇÃO Denomina-se situação a relação entre os grandes eixos longitudinais fetal e uterino (maior eixo uterino com o maior eixo do bebê). • Quando ambos coincidem, a situação será LONGITUDINAL (sendo cefálico ou pélvico); Ocorre em 99,5% das vezes. • Quando perpendiculares, a situação é TRANSVERSA; • Se cruzados, a situação será OBLÍQUA ou INCLINADA. → representa a fase de transição fetal, no momento em que o parto vai se estabilizar em situação longitudinal e transversa. APRESENTAÇÃO É a região fetal que se localiza na área do estreito superior da pelve/bacia (BE), ocupando-a em seu todo, e aí tende a insinuar- se. Durante o parto, é sede de mecanismo bem determinado. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 20 Em decorrência dos fatores determinantes da acomodação fetal, pode-se observar transformação de uma apresentação por outra, fenômeno chamado de mutação ou versão, e está ligado à rotação axial do feto. Até o 6º mês de gestação a cabeça é encontrada no fundo uterino, e depois, graças a essa rotação axial, o feto, por “cambalhota”, orienta o polo cefálico para as porções inferiores do órgão, e aí se mantém (Rezende). Ao plano circunferencial da apresentação, que se põe em relação com o estreito superior, chama-se plano de contato da apresentação. À situação transversa corresponde sempre a APRESENTAÇÃO CÓRMICA ou TRANSVERSA (Ponto de orientação → acrômio da escápula - A). Duas apresentações podem ocorrer na situação longitudinal – a do polo cefálico e a do polo pélvico, e se denominam, respectivamente, APRESENTAÇÃO CEFÁLICA e APRESENTAÇÃO PÉLVICA. Obs.: A apresentação pélvica pode ser completa (pelvipodálica) ou incompleta/agripina (modo nádegas). O polo cefálico pode apresentar-se fletido, com o mento próximo à face anterior do tórax (fletidas) ou dele se afastar em graus diversos de extensão (defletido). • CEFÁLICA FLETIDA (letra O – toca o occipital – linha de orientação sutura lambdoidea) – apresentação de vértice ou occipúcio. • CEFÁLICA DEFLETIDA de 1º grau ou bregmáticas (letra B – toca o bregma), - apresentação sincipúcio • CEFÁLICA DEFLETIDA de 2º grau ou de fronte (letra N – toca o naso) – apresentação de fronte • CEFÁLICA DEFLETIDA de 3º grau ou apresentação de face (letra M – porque toca o mento e a linha de orientação é a linha facial). → deflexão máxima – apresentação de face. • Apresentação pélvica a letra é S porque o sacro é o ponto de referência LINHAS DE ORIENTAÇÃO • Sutura sagital, na apresentação cefálica fletida • Sutura sagital e metópica, na apresentação cefálica defletida de 1º grau • Sutura metópica, na apresentação cefálica defletida de 2º grau • Linha facial, isto é, linha mediana que a partir da raiz do nariz atinge o mento, na apresentação cefálica defletida do 3º grau • Sulco interglúteo, na apresentação pélvica. As situações transversas não têm linha de orientação, pois são impeditivas de expulsão espontânea, a não ser em casos especiais de fetos pequenos ou macerados. OBS: PROCIDÊNCIA → significa prolapso e em obstetrícia é quando alguma parte ou membro do bebê está para fora do OCE → OCE é orifício cervical externo e uma procidência muito comum é a de cordão OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 21 ALTURA DA APRESENTAÇÃO Durante o trabalho de parto, ou durante as semanas que o precedem, há uma alteração na altura da apresentação e relação feto-estreito superior. A altura da apresentação pode ser: - Alta e móvel – sem contato com o estreito superior - Ajustada – ocupa a área do estreito - Fixa – quando, pelo palpar, não conseguimos mobilizá-la - Insinuada – quando a maior circunferência TRANSPÕE a área do estreito superior. Sinclitismo → durante o trabalho de parto, a cabeça está alinhada com o canal de parto. Assinclitismo → é quando a cabeça do bebê está inclinada em direção ao ombro, ou seja, a cabeça do feto não está alinhada com o canal do parto. O assinclitismo posterior (obliquidade de Litzmann) caracteriza-se quando a sutura sagital está próxima do púbis e o parietal posterior é o primeiro a penetrar na escavação. Diz-se que o assinclitismo é anterior (obliquidade de Nägele), quando a sutura sagital está mais aproximada do sacro e o parietal anterior desce em primeiro lugar. • INSINUAÇÃO ESTÁTICA → o bebê começa a se encaixar, ocorre no final da gravidez, a cabeça do bebê desce e se encaixa no final da bacia. • INSINUAÇÃO DINÂMICA → aconchegamento do bebê com dilatação – quando começam as contrações uterinas e a cabeça desce pelo desfiladeiro pélvico (quanto mais alta a cabeça será -1, -2, -3....) Para expressar a altura da apresentação aconselha-se adotar o critério de DeLee: considerar o diâmetro biespinha ciática ou linha interespinhosa, como plano de referência “0” (zero). Quando a parte baixa da apresentação estiver a 1 cm acima do plano “0”, a altura é expressa como “–1”; 2 cm acima, como “– 2” e assim sucessivamente até “–5”. Quando a parte mais baixa da apresentação ultrapassar de 1 cm o plano “0”, sua altura será “+1”; quando de 2 cm, “+2”, nomeando-se assim até “+5”. POSIÇÃO / DORSO ESCOLA ALEMÃ → posição é a relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo materno, dificilmente podendo essa região fetal localizar-se francamente para a frente ou para trás em virtude da lordose lombar materna. Assim, tem-se posição esquerda ou 1ª posição, quando o dorso fetal se acha voltado para o lado esquerdo materno, e posição direita ou 2ª posição, quando o dorso se orienta para olado direito. ESCOLA FRANCESA → conceitua a posição relacionando não o dorso fetal, mas o ponto de referência da apresentação com o lado esquerdo ou direito materno. As duas definições nem sempre se correspondem: nas apresentações cefálicas fletidas, o dorso e o ponto de referência da apresentação se encontram no mesmo lado, ao passo que, nas defletidas, o dorso está em plano oposto ao ponto de referência fetal. Posições que merecem ser salientadas, embora raras, são as diretas, a occipitossacra (OS – parto trabalhoso e demorado que nasce com a cabeça para cima) e a occipitopúbica (OP), quando no início do trabalho de parto, e, no estreito superior, o occipital se encontra voltado para a frente ou para trás e a sutura sagital ocupa o diâmetro anteroposterior do estreito superior. Atenção para o conceito de “dorso” do bebê OBSERVAÇÃO: saber diferenciar mãos dos pés e boca de ânus NOMENCLATURA Linhas de orientação – é a linha fetal que se põe em relação com o diâmetro materno de insinuação. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 22 SITUAÇÃO, APRESENTAÇÃO E POSIÇÃO DO FETO - Situação longitudinal, apresentação cefálica, de vértice. Occípito-esquerda-anterior (OEA). - Situação longitudinal, apresentação cefálica, de vértice. Occípito-direitaanterior (ODA). - Situação longitudinal, apresentação cefálica, de vértice. Occípito-direita-posterior (ODP). - Situação longitudinal, apresentação cefálica, de fronte. Nasodireita-anterior (NDA). - Situação longitudinal, apresentação cefálica, occipto- pubiana (OP) - Situação longitudinal, apresentação cefálica, occipto- sacra (OS) - Situação longitudinal, apresentação pélvica completa (pelvipodálica). Sacro-direita-posterior (SDP). - Situação longitudinal, apresentação pélvica incompleta (modo de nádegas). Sacro-direita-posterior (SDP). - Situação oblíqua. - Situação transversa, apresentação córmica. Acromioesquerda-posterior (AEP). - Situação transversa, apresentação córmica. Acromiodireita-anterior (ADA) OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 23 DEFINIÇÃO DE PARTO NORMAL É um processo fisiológico cujo objetivo é expulsar o feto da cavidade uterina. Possui início espontâneo, de baixo risco no início do trabalho de parto, e assim permanece por todo o trabalho de parto e parto. O bebê nasce espontaneamente com apresentação cefálica entre 37 e 42 semanas completas de gestação. O objetivo é ter como resultado mulher e bebê sadios, com o mínimo de intervenção compatível com a segurança (OMS 1996) FASES CLÍNICAS DO PARTO PRÓDROMOS Antecedem o trabalho de parto e podem se apresentar desde a 37ª semana até a 42ª semana sem que a mulher efetivamente entre em trabalho de parto. São o que chamamos de alarmes falsos e preparam para a gestação. Podem apresentar os seguintes sinais: — CONTRAÇÕES DE BRAXTON-HICKS → contrações indolores (2 a 3 durante o dia), mas no final da gravidez começam a ter mais frequência. No momento pré-parto essas contrações podem começar a apresentar alguma dor. — TAMPÃO MUCOSO → Perda de “catarro com sangue” — AMADURECIMENTO DO COLO → o colo na gravidez é grosso e voltado para a parede posterior da vagina, mas ele começa a amadurecer e ficar centralizado na vagina e apagado (fino) na fase que antecede o trabalho de parto. Quando vamos descrever o colo dizemos o quanto ele está apagado (ex: 70% apagado). INDUÇÃO DO PARTO É a estimulação artificial das contrações uterinas para realizar o parto antes do seu início espontâneo. A resolução da gestação antes do início do trabalho de parto espontâneo é indicada quando há riscos materno/fetais associados a continuidade da gravidez. Quando não há contraindicações para o trabalho de parto e parto vaginal a indução é geralmente preferida, dado o aumento dos riscos maternos associados à cesariana. INDICAÇÕES: • Gestação pós-termo • Rotura prematura de membranas ovulares • Síndromes hipertensivas • Óbito fetal • Condições médicas maternas: Diabetes mellitus, doença renal, doença pulmonar crônica, síndrome antifosfolipídio. • Restrição do crescimento fetal • Corioamnionite • Malformações fetais incompatíveis com a vida • Oligodramnia • Doença Hemolítica Perinatal • Interrupção legal da gravidez CONTRAINDICAÇÕES: • Cicatrizes uterinas corporais • Rotura uterina prévia • Herpes genital ativo • Placenta prévia ou vasa prévia OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 24 • Prolapso de cordão umbilical ou apresentação funicular persistente • Apresentações anômalas • Câncer cervical invasivo • Desproporção cefalopélvica • Traçado de frequência cardíaca fetal categoria III, (padrão sinusóide ou ausência de variabilidade da fcf basal, e qualquer das seguintes alterações: desacelerações tardias recorrentes, desacelerações variáveis recorrentes ou bradicardia). O Índice de Bishop ou Escala de Bishop é uma avaliação feita por um sistema de pontuação de 0 à 13 que indica qual é a condição do colo do útero da gestante. Quando o resultado é menor ou igual a seis significa necessidade de amadurecimento do colo (misoprostol → 6h em 6h → paramos na 8ª → cesariana // método krause → indução mecânica), quando maior que seis significa necessidade de indução com ocitocina (aumentar as contrações uterinas. Usamos quando o trabalho de parto fica estagnado). Método de Krause (indução mecânica): - Colocação de sonda de Foley nº 14 ou 16 através do colo, atingindo a cavidade uterina - Enchimento do balão com 30ml de água destilada ou soro fisiológico Misoprostol: - 25 mcg 6/6h via vaginal, iniciado preferencialmente durante o dia. - Este esquema deve ser mantido até o colo atingir um índice de Bishop ≥ 6 em 24h - Caso não seja atingido um índice de Bishop ≥ 6 em até 24h, o caso deve ser revisto e avaliada a possibilidade de novo ciclo por mais 24h - Após 48h sem evolução satisfatória, considerar como falha do procedimento. Na primípara → primeiro o colo apaga e depois começa a dilatar Na multípara → dilatação e apagamento ocorrem simultaneamente. Alguns autores recomendam que não se espere até 42ª semana para começar a indução do parto com misoprostol (normalmente feito na 40ª e 41ª semana) no colo uterino na tentativa de amadurecê-lo e dar um “pontapé inicial” no trabalho de parto para que haja maior probabilidade de que esse seja normal. Quando se usa o misoprostol, só pode ser feita a ocitocina após 6 horas. Uma das contraindicações do uso de misoprostol é a parturiente que já apresenta contração uterina. AVALIAÇÃO FETAL A avaliação do feto deve ser feita pela ausculta intermitente do ritmo cardíaco fetal (pelo menos a cada 30 min). A ausculta dos BCFs deve ser realizada com estetoscópio de Pinard ou sonar Doppler, principalmente durante e logo após as contrações (20 s antes e até 20 s após o término da contração), com o objetivo de detectar alterações do ritmo cardíaco associadas às contrações. Obs.: É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 25 DIAGNÓSTICO DO TRABALHO DE PARTO Não há evidências científicas corroborandoquando se inicia o trabalho de parto, que há de ser considerado como síndrome: os elementos que a compõem não têm, isoladamente, valor absoluto; é somente o conjunto deles que aumenta a acurácia. A imprecisão no diagnóstico e a confusão com o falso trabalho de parto podem acarretar internamento precoce e seus efeitos deletérios (cascata de intervenções). Diante da dificuldade de estabelecer exatamente quando é deflagrado o trabalho de parto, a diretriz do Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI) de 2013 considera que, de modo esquemático, podem ser adotados os parâmetros descritos a seguir: Ocorrência de contrações uterinas espontâneas e rítmicas (pelo menos duas em 15 min), associadas a, pelo menos, dois dos seguintes sinais: • Apagamento cervical • Colo dilatado para 3 cm ou mais • Ruptura espontânea da bolsa das águas. ATENÇÃO: segundo o Freitas (6º edição) “2 a 3 contrações eficientes em 10 minutos”. O segundo Rezende, 15 minutos. Tradicionalmente tem sido descrito que as contrações uterinas efetivas são ondas que se estendem a todo o útero e têm duração de 50 a 60 s, com sensação dolorosa e rítmica concomitante do tipo cólica. Pates et al. (2007) observaram que 12 contrações por hora (2/10 min) é sinal valioso de trabalho de parto verdadeiro ou iminente. Na fase de DILATAÇÃO normalmente ocorrem as contrações efetivas e regulares (rítmicas) entre 2 e 4 a cada 10 minutos (3 de 20 segundos ou 2 de 40 segundos), com pelo menos 4cm de dilatação. FASES DO TRABALHO DE PARTO 1ª FASE: DILATAÇÃO É o intervalo desde o início do TP até a dilatação completa. Esse período compreende as fases latente e ativa de TP. Pode durar até 12 horas desde que o bebê esteja bem. →A fase LATENTE apresenta duração variável e caracteriza-se pela dilatação lenta do colo (velocidade de dilatação menor do que 1 cm/h) até os 3 cm e padrão contrátil irregular. →A fase ATIVA caracteriza-se pela dilatação rápida (velocidade de dilatação _ 1 cm/h) dos 3 aos 10 cm e padrão contrátil regular e doloroso. A fase ativa subdivide-se em três fases: aceleração, aceleração máxima e desaceleração (Friedman, 1978). • Diagnóstico do trabalho de parto • Apagamento e dilatação do colo uterino • Contrações rítmicas, regulares e dolorosas • Dilatação cervical →DIETA - livre (em especial a paciente de baixo risco) pode comer muitas frutas e líquidos claros. Nas pacientes de alto risco que precisarão de anestesia na cesárea se recomenda deixar em dieta zero ou apenas de líquidos claros. →POSIÇÃO - livre (a que a paciente achar mais confortável, deve-se estimular que a paciente deambule, a paciente tem direito ao acompanhante ou doula). Técnicas para aliviar a dor: bola suíça, banhos de imersão, uso de óleos para massagem →TRICOTOMIA - não é indicado porque os pelos são uma defesa. Caso for fazer episiotomia (corte no períneo) seria feita uma tricotomia na hora. →ENTERÓCLISE (lavagem intestinal - enema) - caso, ao toque, seja detectada a ampola retal muito cheia, que pode incomodar a mãe. →USO DE ANALGÉSICO - pode ser feito um antiespasmódico ou uma analgesia de parto (que é feita no bloco cirúrgico com anestesista – um combinado de rack e peridural que permite que a mulher continue fazendo força sem sentir dor). Essa analgesia pode ampliar o tempo de parto (em média em 1 hora) e necessitar do uso de fórceps. OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 26 →OCITÓCITOS - apenas é feita ocitocina se as contrações não forem efetivas ou em casos de hipocontratilidade (2 contrações que duram 15 segundos), pois pode ser causada uma hipersistolia que causa sofrimento fetal. A ocitocina promove uma contração fisiológica. →AMNIOTOMIA - (estourar a bolsa) não é realizada normalmente, mas se desconfiar que há mecônio, deve ser feita a bolsa rota no final da dilatação (pois ela aumenta o risco para infecção). Do ponto de vista mecânico a cabeça do bebê pode aumentar a liberação de prostaglandinas e aumentar as contrações. Deve ser pedida a permissão da parturiente. É ainda incerta a hora oportuna para a ruptura artificial das membranas (certamente, nunca antes de 6 cm) → PUNÇÃO VENOSA E INFUSÃO DE LÍQUIDOS: Não é recomendado. Venóclise e infusão de líquidos só devem ser realizadas com indicações específicas, como tratamento da hipotensão, manejo de emergências hemorrágicas e uso de analgesia • EXAME FÍSICO → o TOQUE inicial é feito quando a parturiente chega na triagem e deve ser feito novamente após 4 horas, quando se decide quando será feito o novo toque (tudo depende da velocidade de dilatação individual). Quanto menos toque, melhor, pelo risco de infecção. → Rezende indica realizar o toque de 2h/2h → Recomendamos que a paciente realize DEAMBULAÇÃO Livre com a finalidade de acelerar o trabalho de parto (o bebê desce) →MONITORIZAÇÃO DA VITALIDADE FETAL - a ausculta do bebê deve ser feita a cada 30 minutos nas pacientes baixo risco (ausculta intermitente, antes, durante e após a contração – por 3 contrações consecutivas). É normal que o bebê tenha taquicardia após a contração, se ele apresentar bradicardia, pode ser sinal de sofrimento fetal. Em pacientes de alto risco essa mesma ausculta deve ser feita a cada 15 minutos. O número de ruídos mantém-se, em geral, entre 110 e 160 bpm, em média 140 bpm (REZENDE). →PRIMEIRO SINAL DE SOFRIMENTO - DIP Obs: a primípara dilata numa velocidade de dilatação - 1,5 cm/h) dos 3 aos 10 cm com padrão contrátil regular e doloroso. Obs: A DINÂMICA UTERINA É MEDIDA EM UNIDADES MONTEVIDEIS (frequência x intensidade) Obs: o parto domiciliar é proibido de ser realizado pelo médico (pelo CFM e pela Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia), pois não há como garantir a viabilidade de um centro cirúrgico em caso de urgência. Obs: 10% das mulheres precisam fazer episiotomia, mas hoje é vista como violência obstétrica 2ª FASE: PERÍODO EXPULSIVO Caracteriza-se pela descida da apresentação e expulsão do feto, compreende o período entre a dilatação completa e o desprendimento do concepto. No curso do segundo período, ocorre a sucessão das contrações uterinas, cada vez mais intensas e frequentes, com intervalos progressivamente menores, até adquirirem o aspecto subintrante de cinco contrações a cada 10 min. Por efeito das metrossístoles, o feto é propelido pelo canal do parto, franqueia o colo dilatado, e passa a distender lenta e progressivamente a parede inferior do diafragma vulvoperineal depois de palmilhar a vagina. São movimentos de reptação, de vaivém, fisiológicos, que a apresentação descreve ao impulso assim das metrossístoles como da musculatura do abdome. Ao comprimir as paredes vaginais, o reto e a bexiga, o polo inferior do feto provoca, por via reflexa, o aparecimento das contrações voluntárias da prensa abdominal. Origina-se, então, a vontade de espremer, os puxos, movimentos enérgicos da parede do ventre, semelhantes aos suscitados OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 27 pela evacuação ou micção. São esses os puxos involuntários, tardios, que não demandam encorajamento dos presentes à cena do parto que promovem a compressão do períneo e abrem a rima vulvar. →DILATAÇÃO - de 10 cm →TEMPO DE DURAÇÃO - (primíparas: 3h; multíparas: 2h; se estiverem com uso de analgesia + 1h para cada). Na primeira fase não tem um tempo pré-determinado, mas nessa fase esse é o tempo máximo. Após esse tempo o médico deve optar pela cesariana, se as contrações eram efetivas. →AUSCULTA INTERMITENTE DO BCF - a cada
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