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APOSTILA OBSTETRICIA

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OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSUNTOS: 
→História da Obstetrícia 
→Semiologia Obstétrica 
→Pré-natal 
→Estática Fetal 
→Parto Humanizado 
→Parto Cesário 
→Puerpério 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
2 
 
 
 
 
 
QUAL O CONCEITO DE OBSTETRÍCIA? 
É a área da medicina que estuda os fenômenos da 
reprodução da mulher, estando relacionada com a 
gestação, com o parto e com o puerpério, com atenção à 
fisiologia, à patologia e aos acidentes e, dita as regras de 
sua assistência em circunstâncias normais e anômalas. É a 
arte de afastar os obstáculos do parto. 
Palavra vem do latim OBSTETRIX que significa ficar ao lado 
→ significa a mulher assistindo a parturiente mulher que 
presta auxílio → antigamente as mulheres tinham os 
partos em pé. Vem também do opstetrix/adestetrix que é a 
arte de afastar os obstáculos do parto (obstare – estar no 
caminho/impedir a passagem) → as mulheres que 
auxiliavam no parto eram leigas, curiosas, estavam ali para 
ajudar e prestar auxílio. 
UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA 
→ Até o fim do sec. 19 - midwifery (1438) 
→Midwife = parteira (1303) 
→Inglaterra midwife = parteira 
→Outros sinônimos: TOCÓLOGOS (TOKOS – PARTO/ 
LOGOS – DOUTRINA/TRATADO); MAIÊUTICA: 
concernente ao parto (maia = parteira, ama ou avó) 
PRÉ-HISTÓRIA 
O parto era solitário, onde a mulher não tinha ajuda de 
nenhuma outra pessoa. Depois vem a presença do 
marido/pai da criança. E depois vieram as auxiliadoras, que 
são as parteiras que inicialmente eram ignorantes ditas 
como feiticeiras (queimadas na época da inquisição). Isso 
deu origem às doulas (que é profissão mais antiga) → 
auxiliam durante o parto, não tem um conhecimento 
técnico, dão apoio que a mulher precisa na hora do parto 
normal (existem cursos, mas ainda não é uma profissão 
regulamentada) 
PRIMEIRO PERÍODO: antiguidade ao fim do sec. V A.C 
→Início 2.900 anos A.C com IMHOTEP (médico e ministro 
de Zoser) que era uma ciência/tocologia intuitiva que se 
 
 
 
 
baseava na preservação da família que era a base 
econômica do homem paleolítico 
SEGUNDO PERÍODO: Hipócrates até o início do Sec. III D.C 
– Hipócrates (460 – 377 A.C.) – pai da medicina – possui 
grande influência nos preceitos obstétricos pois separou a 
medicina da religião. Ele acreditava que quando a religião 
é colocada na frente da medicina, há um emperramento no 
desenvolvimento. 
TERCEIRO PERÍODO: sec. III D.C. aos fins do sec. XV 
– Queda do império romano – Há estagnação e retrocesso 
da medicina. 
– Nessa época não há valorização da vida do concepto – 
iniciou-se o aborto. 
– Ganham importância os embriótomos (usados para matar 
o embrião) e o aborto 
– Sec. XII posição da Igreja Católica – assumem a questão 
da medicina – estagnação – era escória pegar na mulher 
grávida ou fazer cirurgia (o cirurgião geral era visto como 
uma escória da medicina). Gestantes e parturientes não 
podiam ser examinadas, pois o padre era o médico e era 
pecado tocar na grávida e ver suas partes íntimas. 
– Começa-se a estudar Astrologia 
– As coisas começam a melhorar quando Constantino (335 
DC) começa a construir dos primeiros hospitais 
QUARTO PERÍODO: séc. XVI ao XIX 
– Renascença: ressurgimento da ciência e da arte dos 
partos. 
 – Sec. XVII = Louis XIV 
 – Ambrósio Paré, Mauriceau (manobra - tirar bebê 
sentado), Nagele, Grégorie, Puzos 
 – Fórceps, perineorrafia, apresentações anômalas, cabeça 
derradeira, amniotia (para romper a bolsa), loquios 
– 1846 à primeira anestesia / controversa 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
3 
 
– Lister 1867 – fala sobre a antissepsia e assepsia – 
redução da mortalidade materna. 
– Cesariana, Keher, 1881; Sanger 1882; Porro 1876 (não 
fazemos mais) 
– Médicos generalistas que tinham baixa remuneração 
Em 1657 Francois Mouriceau introduziu a ideia de ter a 
cama ginecológica, além disso ele começou a ser o 
protagonista do parto, ao invés de ser a mãe (como é o 
certo). Ele começa a introduzir a mulher dentro dos 
hospitais para o parto deitada, na posição ginecológica - 
horizontalizada (posição de Laborie Duncan). → 
iatrogenia! O parto é um procedimento normal, fisiológico, 
que o médico deve estar só para situações graves. 
 No Brasil a obstetrícia vem com o descobrimento através 
cultura indígena. Quem traz a cesariana para o brasil é 
Fernando Magalhães (1878- 1944) → começa treinando 
em escravas. Em 1911 há a fundação da primeira escola 
brasileira de obstetrícia. Com a penicilina houve uma 
redução da maternidade. 
QUAIS AS ALTERAÇÕES FÍSICAS DA GRAVIDEZ? 
As alterações fisiológicas e psicossociais ajudam a mulher 
a adaptar-se à gravidez, manter uma boa saúde durante 
toda a gestação e preparar-se para o nascimento de seu 
filho. É uma ADAPTAÇÃO, é um processo fisiológico que 
requer mudanças físicas, bioquímicas, sociais e 
emocionais (pode ser uma gravidez indesejada, vítima de 
violência). 
MODIFICAÇÕES GERAIS: 
• POSTURA E DEAMBULAÇÃO 
→ LORDOSE – Dores cervicais e lombares – Marcha 
anserina com andar de “pato” com os pés mais voltados 
para fora – maior mobilidade articular que ficam mais 
embebidas. Ampliação de bases (pés afastados) 
 
 
 
 
 
 
 
•METABOLISMO 
→ A glicose passa por difusão passiva para o bebê. Se a 
gestante não se alimentar fará hipoglicemia, pois todo seu 
açúcar vai para o bebê. Há um parasitismo verdadeiro do 
bebê (porque se alimenta do que a mãe se alimenta por 
difusão ativa e passiva). Quando a mulher tem uma 
hiperglicemia (quadro diabético) o bebê pode desenvolver 
uma hiperinsulinemia. 
→Lipídico: acúmulo de lipídios nos tecidos e causa 
hiperlipidemia gestacional (para que se consiga nutrir 
bebê) 
→Aumento de peso na gestação = aumento da unidade 
feto – placentária / HIPERFAGIA 
→Lipogênese aumentada à elevação da síntese de ácidos 
graxos e glicerídeo glicerol – aumento dos TG - pode 
infartar se tiver uma idade mais avançada 
→Estado Catabólico no 3º trimestre – maior atividade 
lipolítica – hiperlipidemia materna – com aumento dos TG 
– causam o aumento dos Ácidos Graxos Essenciais 
(produzidos pela alimentação). É preciso estimular a 
introdução ou reposição de Ácido Linolênico (ômega 3) e 
Acido linolênico (ômega 6 - desenvolvimento cerebral e 
visual do concepto) 
→ Proteico: concentração da maioria está diminuída por 
conta do aporte hídrico – recomendamos uma dieta rica em 
proteína. 
→Hidroeletrolítico: aumento do volume plasmático – 
aumento do débito cardíaco – aumento do fluxo plasmático 
renal. Há uma maior absorção de cálcio para a formação 
óssea do bebê. 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
• Aumento do DC e do Volume Sanguíneo circulante 
• Diminuição da resistência vascular periférica e diminuição 
da pressão sanguínea – comum a ocorrência de hipotensão 
principalmente na segunda metade da gravidez. 
• Elevação da frequência cardíaca em 10 a 15 bpm e do 
volume sistólico 
• Síndrome da Hipotensão de supina – deitada com 
compressão da cava – indicamos que ela fique deitada em 
decúbito lateral esquerdo para melhorar o retorno venoso. 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
4 
 
• Aumento da Pressão Venosa (as mulheres comprimem 
mais osvasos da perna que ficam mais varicosas, por conta 
da pressão do útero gravídico) 
• Há uma elevação do diafragma – deslocamento para cima, 
o coração realiza rotação no próprio eixo e fica mais 
desviado para esquerda. Pode dar a ideia de uma 
cardiomegalia, mas não é. 
• Falsa cardiomegalia – há um aumento da massa muscular 
do VE, há uma efusão pericárdica fisiológica e há alteração 
da posição do coração. 
• alterações na ausculta cardíaca: batimentos ectópicos são 
frequentes, sopre sistólico inocente devido ao aumento do 
débito. A frequência cardíaca aumenta no primeiro 
trimestre – 14 batimentos por minuto a mais até o término 
da gestação. 
OBS.: Tudo volta ao normal depois. 
SISTEMA SANGUÍNEO 
• Aumento do volume plasmático – consequentemente 
uma hemodiluição – queda das hemácias – queda da HB e 
HTC → temos uma anemia fisiológica (é uma das 
indicações de reposição de ferro) 
• Há uma maior absorção de ferro 
• Leucocitose 
• Diminuição das plaquetas – trombocitopenia gestacional 
• Em contrapartida tem um estado de Hipercoagulabilidade 
(porque são aumentados os fatores de coagulação e 
fibrinogênio – guarda para prevenção de hemorragias na 
hora do parto) – tem mais predisposição de TVP na 
gravidez e principalmente no pós-parto (não usamos 
pílulas combinadas com estrógeno) 
SISTEMA URINÁRIO 
• Alterações anatômicas: aumento do tamanho e 
deslocamento do rim para cima – hidronefrose – dilatação 
de ureteres 
• Aumento da estase urinária: esvazia a bexiga com maior 
dificuldade com maior risco de Infecções urinárias (que 
podem ser assintomáticas e podem levar a abortamento, 
parto prematuro, infecção pós-parto e do próprio RN) 
• Aumento do Fluxo Plasmático Renal e TFG 
• Diminuição da Creatinina Plasmática 
• Glicosúria e Microalbuminúria 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
• Aumento do volume minuto 
• Capacidade residual funcional DIMINUIDA – a paciente 
cansa mais e quanto mais avançada a gravidez maior a 
compressão no diafragma e maior o cansaço. 
Obs: é a progesterona que aumenta a infiltração das 
articulações 
→Alterações anatômicas: edemaciamento de nariz, laringe 
e faringe são comuns – infiltração devido ao relaxamento 
vascular 
→Epistaxe, sendo comum também o sangramento 
gengival. 
→Consumo de oxigênio aumenta, leva alcalose 
respiratória e compensatória 
→FR praticamente não se altera 
→Hiperventilação materna – evitar que o feto fique exposto 
a altas CO2 
SISTEMA GASTROINTESTINAL 
Progesterona deixa esse órgão em estase, parado, fica em 
atonia. 
• Atonia do sistema digestivo pela progesterona – alterar 
para uma dieta mais laxante. 
• Piora da constipação por conta do emolduramento das 
alças intestinais. 
• Náuseas e Vômitos (comuns no início da gravidez e 
normalmente desaparece após o 3 mês) - enjoos, êmese, 
hiperêmese (cursa com distúrbio metabólico – 
desequilíbrio eletrolítico) 
• Gengivites – tratar com idas ao dentista 
•Pirose, eructação, RGE (refluxo gastro-esofágico) 
SISTEMA ENDÓCRINO 
• Ação tireotrófica pelo HCG: aumento de T4 e diminuição 
do TSH (não traz alterações para a gestante) 
OBS.: PICAMALÁCIA - causada pela ingestão persistente 
de substâncias inadequadas com pequeno ou nenhum 
valor nutricional, ou de substâncias comestíveis, mas não 
na sua forma habitual. Perversão do apetite. 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
5 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO 
• NOME 
• IDADE → Embora o início da fertilidade possa ocorrer já 
aos 10 anos de idade, do ponto de vista biológico, a 
gravidez ocorre em melhores condições a partir de 18 a 20 
anos. Entre os 20 e 30 anos é o período mais indicado. 
Depois desse período, são maiores os riscos para a mãe e 
para a criança. As mulheres acima de 35 anos não 
deveriam mais conceber por conta do expressivo índice de 
malformações do concepto e de distocias. 
• PROFISSÃO → As intoxicações profissionais, de ação 
lenta, podem comprometer a evolução gravídica. Isso 
ocorre com as intoxicações produzidas por álcool, 
chumbo, fósforo, nicotina etc., de modo que é importante 
ter conhecimento da profissão da gestante. Ex: mulheres 
que trabalham muito tempo em pé, mulheres que 
trabalham em posto de gasolina que inalam aquelas 
substâncias (solicitamos o uso de máscara) 
• COR/RAÇA → mulheres de etnia africana são mais 
propensas ao vício pélvico, hipertensão maligna e à pré-
eclâmpsia 
• ESTADO CIVIL → as estatísticas trazem números maiores 
de morbidade e mortalidade entre as solteiras (gravidez 
sem acompanhamento do parceiro). Ex: Blues – 
determinam condições depressivas no pós-parto, a 
presença e acompanhamento do parceiro evitam. 
ANTECEDENTES PESSOAIS 
Indagar sobre seu desenvolvimento nos primeiros anos de 
vida, quando começou a deambulação, condições 
nutricionais na infância 
Perguntar sobre história ginecológica (puberdade, idade da 
menarca, característica dos ciclos menstruais – observar a 
possibilidade de desordem endócrina), cirurgias, uso de 
medicações; seus hábitos de vida como vícios, atividade 
física e alimentação. 
Antecedentes pessoais patológicos → enfermidades 
anteriores (poliomielite, doenças ósseas, cardiopatias, 
nefropatias e pneumopatias), cirurgias (ex.: de apendicite 
podem dar muitas aderências e o crescimento uterino pode 
rompê-las → provocando dor), Uso de medicações 
 
 
(teratogenicidade), Hábitos de vida (fumantes tem risco de 
amadurecimento da placenta precoce). Mulheres que 
praticam atividade de alto impacto, devem ser 
desencorajadas a fazê-la durante a gestação. As mulheres 
devem praticar atividades físicas que não coloquem em 
risco sua integridade física e sem grande impacto. Deve ser 
avaliada a alimentação da gestante, com dieta diminuída de 
sódio, para evitar picos de pressão. 
ANTECEDENTES FAMILIARES 
Todas as doenças familiares que vão interferir na gravidez 
– hipertensão, diabetes, más formações, síndromes, 
histórico de câncer de mama. 
Deve-se inquirir sobre estados mórbidos nos ascendentes 
e colaterais (p. ex., diabetes, pré-eclâmpsia), incluindo 
ocorrência de malformações (alguns demandam parecer 
genético), tanto da gestante quanto do parceiro. Existe um 
antecedente muito forte de hipertensão na gravidez das 
filhas de mães que tiveram eclampsia (há um componente 
hereditário) 
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS 
• GPA (G – gesta; P – para; A – aborto) - A gente sempre 
pergunta com quantas semanas foi o aborto, porque só é 
considerado aborto até 20 semanas. Por exemplo, o parto 
de um feto morto aos 8 meses não é aborto, e sim parto). 
Aborto é considerado até 20 ou 22 semanas (5º mês) após 
essa idade gestacional é considerado parto. 
• Lembrar de perguntar o tipo de parto, se foi normal ou 
cesárea e o motivo da cesárea (sempre escrever o tipo no 
prontuário). O intervalo entre as gestações é importante, é 
interessante que tenha 2 anos entre uma gestação e outra 
(redução dos riscos). Pode-se ter parto normal depois de 
uma cesariana, tudo depende do intervalo entre as 
gestações, se foi há um ano, por exemplo, não é indicado 
parto normal pelo risco de rotura uterina porque a cicatriz 
da cesariana anterior ainda não está muito bem cicatrizada 
e ela pode romper durante o parto normal. O intervalo 
gestacional é importante para observar a recuperação da 
gestação anterior, por exemplo, a gestante pode ter tido 
uma anemia e ainda não ter se recuperado completamente. 
É importante anotar informações sobre intercorrências em 
pré-natal e em partos anteriores. A história obstétrica da 
mulher é de fundamental importância (partos e puerpérios 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
6 
 
anteriores,e sobre a ocorrência de abortamentos, toxemia 
e condições de aleitamento). Outra coisa importante é 
checar o cartão de vacinação. 
OBS: Gêmeos são considerados como um único trabalho 
de parto. (independentemente de nascerem por vias 
diferentes). 
QUESTÃO 
Você está realizando consultas de pré-natal e atende uma 
paciente de 33 anos que está na sua 3ª gestação, com feto 
único, sem intercorrências até o momento. Sua primeira 
gestação ocorreu quando ela tinha 22 anos e houve aborto 
provocado. Sua segunda gestação foi gemelar ocorreu aos 
26 anos, tendo os bebês nascido a termo por cesariana. 
Como registraremos a história obstétrica dessa paciente? 
A) G3A1P2C1 
B) G3A1P1C1 
C) G4A1P1C1 
D) G4A1P2C1 
E) G4A1P2C2 
RESPOSTA: No histórico obstétrico, o G se refere ao número de 
gestações - e não se considera o número de fetos por gestação - ou 
seja, a paciente está na sua 3ª gestação: G3. O número A se refere ao 
número de abortamentos, espontâneos ou provocados, logo, A1. O P se 
refere ao número de partos, e a paciente teve até então um parto - ainda 
que com dois fetos, não consideramos o número de fetos em cada parto 
- ou seja, P1. E C se refere ao número de cesarianas: a paciente passou 
por uma cesariana, e não se considera o número de fetos, ou seja, C1. 
Temos uma paciente G3A1P1C1. Resposta correta, letra B. 
. 
 
GESTAÇÃO ATUAL 
Com relação à gravidez vigente, a paciente deve ser 
indagada sobre a data da última menstruação, sinais 
subjetivos e objetivos, alterações dos diversos órgãos e 
aparelhos, e, especialmente, sobre a época em que foram 
percebidos os movimentos ativos (normalmente aparecem 
na 18º semana) do feto e a ocasião em que sentiu a 
chamada queda do ventre, fatores importantes para se 
determinar a idade da gravidez e a proximidade do parto. 
• Deve ser questionada a DUM (data da última 
menstruação) – uma gravidez dura em média (280 dias / 
40 semanas) 
• PÓS DATISMO - parto após 40 semanas 
• PÓS TERMO - parto acima de 42 semanas 
• DPP (DATA PROVÁVEL DO PARTO) → aplicamos a 
REGRA DE NAGELE – que é quando o bebê vai completar 
40 semanas (a gravidez a termo dura de 37 a 42 semanas, 
mas em média o bebê nasce em 40 semanas) 
DUM = 20/05/2016 somar 07 ao número de dias e diminuir 
03 do número de meses → será 27/02/2017 
Obs.: quando pula o mês, eu só diminuo dois meses. Ex: 
se a última menstruação for dia 27, mais 7 dias vai pular o 
mês, quando isso ocorre, só reduzo dois meses 
FORMAS DE CALCULAR A IDADE GESTACIONAL 
A DUM também serve para CALCULAR IDADE 
GESTACIONAL → somam-se todos os dias após a DUM e 
divide por 7 que vai dar a idade gestacional em semanas 
REGRA DE MC DONALD OU CRESCIMENTO UTERINO → 
medir o fundo de útero com a fita métrica (centímetros) 
multiplicado por 8 e dividido por 7 dá aproximadamente a 
IDADE GESTACIONAL em semanas - mas essa regra é 
passível de alterações a depender do tamanho do feto. 
Posso ter um bebê macrossômico, polidrâmnio, posso ter 
um PIG, ou com CIUR. Apesar de falho, nos salva quando 
a mulher não apresenta nenhum exame e não lembra a 
DUM. Quando o fundo de útero está no rebordo costal eu 
sei que essa gravidez está à termo. 
REGRA DA ULTRASSOM DO 1º TRIMESTRE PARA 
CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL → a DUM não é tão 
confiável/fidedigno para datar a idade gestacional por 
poder existirem atrasos na ovulação. Faço o tamanho do 
comprimento cabeça-nádega. No final da gravidez, para eu 
datar, tenho que ver o perímetro cefálico (PC), a 
circunferência abdominal e tamanho do fêmur. É 
importantíssimo comparar a USG do 1º trimestre com as 
últimas USG, pois é comum dar erro na idade gestacional 
se considerarmos só as últimas. A gente compara a USG 
do 1º trimestre com a DUM (diferença de até 5 dias – indica 
que a DUM está correta) 
OUTRAS ALTERNATIVAS PARA ESTIMAR A IDADE 
GESTACIONAL: Quando começamos a notar os BCFs com 
10 a 12 semanas ao Sonar e com a Percepção dos 
Movimentos fetais com 16-18 semanas 
EXAME FÍSICO GERAL 
Palpar gânglios cervicais, temos uma hiperplasia da 
tireoide, temos o sinal do cordel. Vemos o sistema 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
7 
 
cardiovascular, edema de MMII, edema generalizado 
(classificar em cruzes). 
EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO 
MANOBRAS DE LEOPOLDO-ZWEIFEL (pronuncia-se 
zuífel) – consigo palpar o bebê, o seu dorso, consigo sentir 
partes fetais dependendo da musculatura da mulher. A 
gente só consegue de fato sentir depois de 22-24 semanas, 
antes disso o bebê é muito pequeno, conseguimos apenas 
palpar o fundo uterino. 
→PRIMEIRO TEMPO: AFU (altura do fundo uterino) 
→SEGUNDO TEMPO: DORSO 
→TERCEIRO TEMPO: APRESENTAÇÃO 
 
Nos posicionamos à direita da paciente com a mão 
espalmada, vou palpar o fundo do útero (manobra 1), 
aproveitando para medir e realizar a regra de mc donald 
para avaliar a idade gestacional. Com o avançar da gravidez 
eu consigo palpar o dorso do bebê (mãos espalmadas nas 
laterais da barriga para ver se o dorso está do lado direito 
ou esquerdo). Para saber a apresentação fetal (manobra 3), 
se é pélvica ou cefálica, localizamos a mão no terço 
superior da bacia. Eu aproveito para ver se a cabeça está 
móvel ou fixa (encaixada). A quarta manobra, por ser 
dolorosa e desconfortável, pode não ser realizada, é para 
ver se o feto está ou não insinuado. Localizamos a mão 
abaixo do púbis da mulher e tentamos tirar essa cabeça. 
 
AUSCULTA FETAL 
Se a apresentação for cefálica, ausculta nos quadrantes 
inferiores, se for pélvica nos superiores. 
EXAME ESPECULAR / TOQUE VAGINAL 
Não precisamos fazer toque na primeira consulta, a não ser 
que apresente queixas (ex: sangramento). O exame 
especular é importante para perceber a presença de 
vulvovaginites, ISTs. 
INSPEÇÃO 
Sinais de presunção é tudo que a paciente refere que não 
está na genitália nem evidencia o bebê (Ex: atraso 
menstrual, náuseas e vômitos, pica ou malácia, Polaciúria 
– compressão realizada pelo útero na bexiga); Sinal de 
probabilidade que são sinais que aparecem na mama e 
genitália; Sinais de certeza que são todos que evidenciam 
o feto (alguma parte do corpo ou batimentos cardíacos). 
• Cabeça → por conta de uma hiperfunção do lobo anterior 
da hipófise, junto aos limites do couro cabeludo ocorre a 
formação de lanugem, bastante evidente, em consequência 
da intensificação da nutrição dos folículos pilosos, reflexos 
do metabolismo próprio da grávida e principalmente das 
influências hormonais, o que constitui o sinal de Halban. 
Em muitas gestantes é possível observar o que se chama 
cloasma ou máscara gravídica, uma pigmentação difusa ou 
circunscrita. 
 
• Pescoço → devido a hipertrofia da tireoide, ocorre o sinal 
do cordel, que fica mais evidente por volta do 5º ou 6º mês. 
• Abdome → globoso ou ovoide, cicatriz umbilical 
retificada ou saliente, hiperpigmentação da linha nigra. 
Aparecimento de estrias. 
• Membros inferiores → é comum que apresentem 
dilatação circunscrita de vasos sanguíneos, exagerada pela 
influência da gestação, ou mesmo varizes aumentadas. No 
final da gravidez é possível se observar edema. 
SINAIS DE PROBABILIDADE: 
• Glândula mamária → volume aumentado, a partir da 16ª 
semana aparece secreção de colostro, aréola mais escura 
(sinal de Hunter – formação de uma aréola secundária). O 
sistema vascular fica mais evidente (rede de haller) 
• Tubérculos de Montgomery → aparecem na aréola 
primitiva os tubérculos, em número de 12 a 15, que 
costumam regredir no puerpério. Eles podem ser de duas 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
8 
 
naturezas: glândulas mamárias acessórias, ou sebáceas, 
hipertrofiadas• Colostro → a partir de 16 semanas, mas não é um sinal 
obrigatório. 
• Aparelho genital externo → pigmentação da pele mostra-
se mais carregada, formando-se uma aréola escura em 
torno do ânus. Existe uma hiperpigmentação da mucosa. 
- Sinal de KLUGE → arroxeamento da mucosa vaginal 
- Sinal de JACQUEMIER/CHADWICK → coloração violácea 
da mucosa da vulva (vestíbulo e meato uretral) 
PALPAÇÃO 
SINAIS DE PROBABILIDADE: 
• Aparelho genital interno 
- Sinal de GOODEL → amolecimento do colo - possui 
normalmente uma consistência de ponta de nariz, com a 
gravidez e a embebição em progesterona, ele fica com a 
consistência labial 
- Aumento do volume uterino (a partir de 6 semanas) - ao 
nível da sínfise púbica com 12 semanas e da cicatriz 
umbilical com 20 semanas; 
 
Obs.: Até mais ou menos a cicatriz umbilical ou um 
pouquinho acima, o tamanho em centímetros corresponde 
a mais ou menos a idade gestacional. 
Palpação uterina: observar a consistência e reconhecer a 
consistência elástico-pastoso-cística. A palpação 
possibilita o reconhecimento da superfície lisa e regular da 
parede do útero gravídico ou de nódulos e saliências, que 
denunciam tumores miomatosos. O conteúdo uterino é 
observado por meio do método palpatório, que visa o 
reconhecimento do feto, sua apresentação e posição 
(manobras de Leopold-Zweifel). 
“A altura uterina é estimada tendo-se o cuidado de 
reconhecer a resistência óssea do púbis e delimitando-se, 
sem comprimir, o fundo do útero, com a borda cubital da 
mão. A fita métrica mede o arco uterino, o que possibilita 
o cálculo da idade da gravidez e acompanhamento o 
crescimento fetal, assim como a suspeita de gemelidade e 
do excesso de líquido amniótico (polidrâmnio). A 
circunferência abdominal é avaliada no nível da cicatriz 
umbilical; em uma gestante a termo com peso normal tem 
cerca de 90 a 92 cm”. 
- Sinal de HEGAR → o colo está tão amolecido que quando 
você toca parece que o istmo está separado do colo. 
Chamamos também de dobradiça. 
 
- Sinal de PISKACEK → abaulamento da região onde 
houve implantação ovular, ou seja, o útero fica assimétrico 
pela nidação; 
 
 
 
 
- Pulso de OSIANDER → percepção da pulsação arterial 
no fundo de saco arterial ao toque vaginal 
- Sinal de NOBILE-BUDIN → abaulamento do útero 
gravídico ao toque do fundo de saco vaginal 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
9 
 
- Sinal de Hartman → sangramento vaginal discreto pela 
implantação do óvulo na cavidade uterina após a 
concepção; 
 
 
 
 
 
SINAIS DE CERTEZA 
• Palpação de partes fetais 
• Sinais de PUZOS – é o sinal do rechaço. Se obtém ao 
impulsionar o feto com os dedos dispostos no fundo do 
saco anterior. Dessa forma, ocorre a impressão de rechaço 
quando o concepto se afasta e quando ele retorna. 
AUSCULTA 
SINAIS DE CERTEZA: 
• Ausculta dos BCF - costumam ser percebidos em torno 
de 20 semanas de gravidez. A ausculta clínica pode ser 
imediata ou direta, colocando-se o ouvido sobre a parede 
abdominal da paciente, e mediata ou indireta, com o 
estetoscópio. O usado em obstetrícia é do tipo PINARD. A 
ausculta com o esteto/Pinard vem dando lugar ao sonar 
Doppler, que pode ser usado de 10 a 12 semanas de 
gestação e que facilita a audiência e a identificação do pulso 
do cordão umbilical ou de qualquer outro grande vaso fetal 
VR DOS BCF: entre 110-160 bpm (nunca isócronos aos 
da mãe) 
São mais facilmente audíveis no chamado foco máximo de 
auscultação, ponto que varia com a apresentação. A 
audibilidade é função da vizinhança do ponto de produção 
sonora, isto é, o coração fetal, e corresponde, 
aproximadamente, à altura da quarta vértebra dorsal. 
TOQUE 
 “Entre os obstetras é padrão a prática do toque vaginal, 
que deve ser reduzido ao mínimo de vezes necessário e 
realizado com os cuidados indispensáveis. Pode ser 
unidigital, bidigital (mais comum) ou manual (excepcional), 
sendo este último realizado quando a apresentação estiver 
muito alta e já na mesa operatória, com a paciente 
anestesiada. É indicada a realização do toque vaginal na 
paciente com a bexiga e o reto esvaziados, com as mãos 
do examinador rigorosamente lavadas e revestidas de luvas 
esterilizadas, estando a paciente em posição ginecológica, 
entreabrindo-se a vulva com os dedos de uma das mãos, 
respeitando-se os preceitos de assepsia e de antissepsia. 
Durante a gestação, o toque combinado torna possível 
avaliar o volume uterino quando o órgão ainda não se 
encontra acessível à palpação abdominal, e portanto, é útil 
ao diagnóstico da gravidez (Benson, 1968). Próximo ao 
parto, o toque possibilita avaliar as condições do colo, as 
relações entre a apresentação e a bacia (insinuação, 
proporcionalidade) e as características do trajeto ósseo. No 
decurso do trabalho, para se identificar o início dele, 
devem-se acompanhar a dilatação cervical e a progressão 
fetal, e precisar o tipo de apresentação, de posição e suas 
variedades.” 
 
O exame procurará explorar sucessivamente: o colo 
(apagamento, dilatação, orientação e consistência), a bolsa 
das águas e a apresentação (posição, variedade, altura e 
proporcionalidade à bacia, além de outros detalhes como a 
flexão e o assinclitismo). 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Dosagens hormonais 
- Beta-HCG (máximo de 10 semanas) – até sem atraso 
menstrual, se você suspeita você pode solicitar a fração 
beta da gonadotrofina coriônica (não dá reação cruzada 
com outros hormônios como por exemplo o LH 
hipofisário). O quantitativo é melhor que o qualitativo. Se 
você fizer somente a dosagem do HCG não é tão fidedigno 
por ter reação cruzada. 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
10 
 
Obs.: o teste de farmácia, que é o de urina, você faz uma 
reação antígeno-anticorpo, para positivar você tem que ter 
um tempo maior de gestação. 
Obs.: Em abortos que não precisam fazer curetagem, 
acompanhamos o beta até ele negativar. 
OBS: Um Beta HCG já positiva com 1 dia de fecundação 
- Dosagem de progesterona – principalmente se a paciente 
tem abortamentos de repetição, podendo ser ausência de 
progesterona, e ai talvez eu tenha que repor até a placenta 
começar a produzir (12 semanas) 
• USG → no mínimo 3, uma em cada trimestre. A melhor 
é a segunda, que é a morfológica (más formações). Para 
datar, a do primeiro trimestre é a melhor (me diz também 
se é ectópica ou não, se o embrião é viável ou não, se é 
com ou sem embrião). A do 3º trimestre, vê a estática fetal, 
o peso do bebê, a quantidade de líquido e bem-estar fetal 
através da Dopplerfluxometria. Em torno de 5 semanas na 
USG já se visualiza o saco gestacional na USG, mas não o 
embrião. 
• Sonar-Doppler 
• Dopplerfluxometria 
•Doppler das artérias uterinas – fator preditivo para saber 
se ela vai ter ou não hipertensão na gravidez 
• Cardiotocografia (traçado cardioeletrográfico dos 
batimentos fetais) – geralmente feito em pacientes 
hipertensas e diabéticas. A partir de 28 semanas. 
• Ecocardiografia fetal – muito importante em torno de 28 
semanas para identificar as cardiopatias (normalmente 
solicitado quando ocorre suspeita na USG morfológica). 
Não é de rotina, mas eu tenho uma morfológica que 
mostra, ou uma paciente já diabética. 
• Biópsia de vilo corial – feita com agulha de rack no cório 
frondoso para diagnósticos de doenças genéticas 
(alterações de transluscência nucal – alteração da prega da 
nuca) 
• Amniocentese – punção como se fosse uma paracentese 
e coletado líquido amniótico guiado por USG e serve para 
avaliar cultura (diagnóstico de infecções como a 
toxoplasmose) e maturidade do bebê. 
• Cordocentese– punção do cordão umbilical. Feita 
quando há risco de eritoblastose fetal (mãe negativa) – 
pode ser feita inclusive transfusão nessa criança. Posso 
também fazer o estudo do genótipo, cariótipo. Utilização de 
benzodiazepínico para analgesia. 
• Amnioscopia - serve para avaliar o líquido amniótico, 
haste flexível com espelho para olhar a cor do líquido 
através da vagina. 
• Fetoscopia à feita por via abdominal para avaliar o 
embrião e cirurgia intraútero 
• RM - muito boa para avaliar o Acretismo Placentar 
quando a placenta penetra pelas camadas do útero e deve 
ser retirado o útero na hora do parto. Boa avaliação da 
morfologia fetal. 
IDADE DA GESTAÇÃO E DATA PROVÁVEL DO PARTO 
“Na prática usa-se a regra de Nägele, que consiste em 
adicionar à data da última menstruação 7 dias e mais 9 
meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo 
retrógrado). Por exemplo, se a última menstruação foi em 
10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17, e 11 – 3 = 
8, portanto, 17 de agosto (mês 8) será a data provável do 
parto. Aparentemente, a gravidez, assim avaliada, não teria 
os 280 dias de duração média que lhe foram atribuídos (9 
× 30 = 270 + 7 = 277). No entanto, há correspondência 
perfeita: no decurso de 9 meses, como norma, 3 ou 4 têm 
31 dias e essa diferença (de 1 dia) torna a regra de Nägele 
a mais aproximada dos referidos 280 dias.” 
DEFINIÇÃO DO TERMO DA GRAVIDEZ 
• TERMO-PRECOCE → 37 semanas + 0 dia a 38 semanas 
+ 6 dias 
• TERMO-COMPLETO → 39 semanas + 0 dia a 40 
semanas + 6 dias 
• TERMO-TARDIO → 41 semanas + 0 dia a 41 semanas + 
6 dias 
• PÓS-TERMO → ≥ 42 semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
11 
 
 
 
 
A assistência Pré-natal visa proporcionar higidez ao 
organismo materno, pesquisar e tratar estados mórbidos 
porventura existentes, orientar a gestante, ampará-la social 
e psicologicamente e educá-la para o parto, assegurando 
assim, a perfeita estruturação somato-psíquica do 
nasciturno (ROCCO, 1993). → você vai pegar a paciente 
como um todo, não é apenas um acompanhamento. Estão 
envolvidas uma equipe multidisciplinar, com nutricionista, 
psicólogo, enfermeira, técnico de enfermagem. Se a 
paciente for hipertensa, tem um cardiologista na equipe. 
Então, é realmente fornecer um apoio e amparo. 
 
ORIENTAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL 
O ideal é que toda mulher fosse orientada antes de 
engravidar, para fazer uma avaliação pré-concepcional e 
para que ela comece a gestação saudável, com as 
comorbidades controladas, com o peso ideal. Nessa 
orientação realizamos: 
→Aconselhamento médico, social e psíquico; 
→Orientações sobre alimentação; 
→Orientação sobre uso de drogas lícitas e ilícitas; 
→Controle de peso; 
→Vacinação – já podemos dar a da rubéola (intervalo de 
1 mês para engravidar). Rubéola provoca malformações. 
Prevenção de rubéola – vacina de vírus inativado, é 
contraindicada darmos durante a gravidez. 
- Mulheres em idade fértil, que não tenham sido vacinadas 
na infância, devem se vacinar 
- Mulheres com atraso menstrual, que ainda não tenham 
feito o teste de gravidez, por prudência devem evitar o 
contato com portadores de rubéola 
- Não se administra a vacina contra a rubéola em mulheres 
grávidas, em nenhum período da gravidez 
- Mulheres vacinadas devem evitar a gravidez pelo menos 
durante 30 dias, por prevenção 
FATORES DETERMINANTES DE RISCO GESTACIONAL: 
 
 
 
IDADE 
Tomar cuidado com os extremos de vida reprodutiva. É 
consenso que a faixa etária dos 19 aos 35 anos é a ideal 
para a gestação, pois nessa fase da vida é possível evitar 
as atribulações emocionais da adolescência e também as 
condições adversas endócrinas e metabólicas da pré-
menopausa. 
GENÉTICA 
O aconselhamento genético deve ser feito em particular 
nos casos em que existirem casamentos consanguíneos, 
idade materna avançada, malformações em gestações 
anteriores; abortamento de repetição ou perdas 
gestacionais; contato com agentes mutagênicos ou 
teratogênicos, irradiações, história familiar, como 
alterações cromossômicas, malformação cardíaca, espinha 
bífida, atraso mental, doenças musculares hereditárias, 
hemoglobinopatias e outras indicações. Nesses casos, a 
avaliação pré-concepcional deverá ser multidisciplinar, 
com a participação do geneticista. 
PESO 
o peso pré-gravídico ideal se situa entre 54 e 72 kg. Esses 
valores referem-se ao fato de aproximadamente 60% do 
peso derivar do componente líquido. Assim, o valor abaixo 
ou acima dos valores referidos interfere no volume 
sanguíneo circulante e, consequentemente, no aporte 
placentário de nutrientes a serem veiculados ao concepto. 
Mulheres muito magras ou com excesso de peso são mais 
sujeitas a maior incidência de problemas durante a 
gestação, como, por exemplo, crescimento fetal restrito e 
pré-eclâmpsia. 
ATIVIDADE FÍSICA E PROFISSIONAL: 
Exercícios muito intensos podem dificultar a concepção e 
levar a crescimento fetal restrito. Exercícios adequados 
melhoram a capacidade física e cardiovascular, levando a 
menor ganho de peso materno e sensação de bem-estar. 
No último mês, recomenda-se a interrupção das atividades 
fora de casa. Em geral, a licença-maternidade de 120 dias 
deve ser concedida por volta da 36 a semana de gravidez 
EMOCIONAL: 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
12 
 
O papel da mãe começa desde o planejamento da gravidez, 
mas é durante a gestação que se acentua. O papel do pai 
diante da gestação também deve ser avaliado, bem como 
sua relação com a mãe, com outros membros da família, 
suas responsabilidades e sua relação com o médico. 
AMBIENTAL: 
O mundo externo interfere no estresse materno e, 
consequentemente, no desenvolvimento e crescimento 
fetal, aumento de pré-eclâmpsia, trabalho de parto 
prematuro e CFR. 
USO DE DROGAS E REALIZAÇÃO DE EXAMES 
Tabaco (o tabagismo, ou seja, o consumo diário de 
cigarros superior a 10, é causa de hipodesenvolvimento 
fetal e parto pré-termo, elevando, por conseguinte, a 
mortalidade perinatal), drogas, álcool (O alcoolismo 
crônico é determinante de malformações congênitas em 
cerca de 30% dos casos), radiografias 
DOENÇAS 
- Endócrinas (hipertireoidismo, hipotireoidismo) 
- Infecções virais, bacterianas, protozoárias 
-Ginecológicas (endometriose, adenomiose, SOP, 
patologias cervicais, infecções genitais) – se ela é 
portadora de um mioma, de HPV. 
Vacinação 
Se as vacinas estão em dia 
Animais domésticos: 
Toxoplasmose (gatos e alimentos crus). 
CONSULTA PRÉ-CONCEPCIONAL: 
→Anamnese; 
→Antecedentes pessoais, familiares, ginecológicos e 
obstétricos; 
→Exame físico e ginecológico 
→Pedir exames complementares: 
- Hemograma (anemia, infecção) 
- Classificação sanguínea do casal 
- Glicemia em jejum 
- Sorologia para sífilis, rubéola, toxoplasmose, 
citomegalovírus, herpes, HIV, hepatite A, B e C, doença de 
chagas, se necessário 
- Parasitológico de fezes 
- Prevenção do câncer ginecológico 
- USG se necessário, para avaliar patologias ginecológicas 
- Perfil hormonal e a função tireoidiana (FSH, LH, 
prolactina, estradiol, TSH, T4 livre) 
- Exames pontuais, se necessário, dependendo da 
anamnese 
→Exames complementares do parceiro: tipagem 
sanguínea, HIV, hepatite A, B e C, espermograma 
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL 
CALENDÁRIO DE CONSULTAS: 
Positivou? Já tem que começar o pré-natal. 
→Primeira consulta 
→volta com 15 dias com resultados de exames (febrasgo 
– 7 dias) 
→Mensalmente até 32 semanas 
→Quinzenal até 36 semanas 
→Semanais depois de 36 semanas 
O pré-natal só acaba quando a gestante tem o bebê. A cada 
consulta serãoavaliados peso, PA, batimentos cardiofetais 
(bcf) e fundo do útero. 
Quantas consultas são necessárias no pré-natal? No 
mínimo 6 consultas: 
➢ 1 consulta até o quarto mês 
➢ 2 consultas no segundo trimestre 
➢ 3 consultas no terceiro trimestre 
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR: 
- Agente de saúde; 
- Enfermeira – Pode fazer o pré-natal de baixo risco; 
- Médico; 
- Assistente social; 
- Psicóloga; 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
13 
 
- Nutricionista; 
- Especialidades afins. 
PRIMEIRA CONSULTA: 
Deve ser feita antes de 12 semanas de gestação. Devemos 
colher toda anamnese com identificação, antecedentes 
pessoais, antecedentes familiares (diabetes, mães com 
eclampsia). Antecedentes obstétricos – GPA, tipos de 
parto, peso dos bebês, se teve alguma intercorrência. O 
mais importante é perguntar qual a DUM, para podermos 
calcular a idade gestacional e a data provável do parto 
(DPP). Além disso, solicitamos uma USG transvaginal (10-
13 semanas), que será a do primeiro trimestre. 
No primeiro trimestre a idade gestacional é medida através 
do comprimento cabeça-nádega do embrião, com precisão 
de mais ou menos 5 dias. Depois de 14 semanas, medimos 
através do diâmetro biparietal (DBP) ou comprimento do 
fêmur, com precisão de mais ou menos 10 dias. 
Com 9 semanas de gestação se coleta o DNA FETAL LIVRE 
NO SANGUE MATERNO (chamado cffDNA) → com ele 
descobrimos o sexo do bebê (PCR com identificação do 
cromossomo Y→ atenção: não serve para diagnosticar 
gravidez, se a mulher não estiver grávida apontará 
falsamente para o sexo feminino), a presença de 
aneuploidias, além de determinar o Rh fetal. 
→Necessidade de exame confirmatório de gestação 
(BHCG, USG). 
→Exames complementares essenciais: 
- Urina (EAS e cultura para rastrear bacteriúria 
assintomática) 
- Grupo sanguíneo e fator Rh – coombs indireto nas 
pacientes de Rh negativo. 
- Hemograma completo (rastrear anemia) 
- Glicemia de jejum 
Diabetes Mellitus ≥ 126mg/dl (indica DM anterior 
à gravidez) 
Diabetes Mellitus Gestacional de 92 a 125mg/dl 
- Reações sorológicas como sífilis (VDRL), toxoplasmose, 
HIV (sorologia pois o teste rápido pode dar falso positivo), 
hepatite B (HBsAg). 
Sorologia para sífilis/LUES – faz o teste rápido primeiro 
porque a gravida pode não continuar o acompanhamento, 
se der positivo já trata. Pede o VDRL depois do teste 
rápido. Repete VDRL no segundo e terceiro trimestres. Se 
a titulação for maior que 1:2 pede teste rápido não-
treponêmico (FTA-ABS). 
Sorologia para toxoplasmose (IgM e IgG) – em alguns 
locais não se pede mais. Drogas usadas podem ser 
iatrogênicas, teria que fazer amniocentese e cordocentese 
e mesmo assim não evitaria malformações. No Brasil, o MS 
recomenda o rastreio pela maior gravidade da doença no 
país. 
Sorologia para rubéola – se não é imune faz vacinação pós-
parto 
Sorologia para citomegalovírus – normalmente não é mais 
solicitado 
Sorologia para Zika 
- Rastreamento de clamídia e gonococo 
- Citologia cervicovaginal 
- Exame de secreção vaginal 
Rastreio de vaginose bacteriana 
Pesquisa de clamídia 
Obs.: o Parasitológico de fezes é pouco solicitado 
→ Identificação da mulher que necessita de cuidados 
adicionais 
→Exame das mamas visando à promoção do aleitamento 
não é mais indicado na gravidez. 
→Exame físico geral: 
➢ Sistema tegumentar (alterações na pele – 
cloasma) 
➢ Mucosas (coloração da conjuntiva, inspeção de 
dentes e gengivas, observar se há epistaxe) 
➢ Palpação de todas as cadeias ganglionares; 
➢ Cabeça e pescoço: 
- Palpação da tireoide: Sinal do Cordel 
– Hipertrofia da tireoide 
➢ Examinar as mamas (proliferação de glândulas, 
aumento do volume, edema, vasodilatação - rede 
venosa de Haller, aumento da pigmentação da 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
14 
 
aréola primária, aparecimento da aréola 
secundária e hipertrofia das glândulas sebáceas 
do mamilo - tubérculos de Montgomery) 
➢ Ausculta cardíaca, pulmonar 
➢ Pressão arterial 
➢ Exame do abdômen; 
➢ Extremidades (MMII e MMSS) – edema, varizes 
(compressão da cava), sinais de insuficiência 
venosa e trombose. 
➢ Avaliação do estado nutricional 
- IMC = PESO/ ALTURAXALTURA (colocar no 
gráfico) 
- GANHO PONDERAL DE +/- 2,5Kg por mês 
 
- NOMOGRAMA DE JELLIFE – 
 
→Exame físico específico: 
1. Exame especular e toque vaginal (anatomia, alterações 
de coloração, lesões, úlceras, corrimentos – já posso 
tratar), posso realizar também o papanicolau; 
2. Medicação da altura de fundo de útero 
A anotação das medidas da AU em gráfico específico no 
cartão de pré-natal proporciona uma visão do 
desenvolvimento fetal nas curvas dos percentis 10, 50 e 
90, de especial importância quando o seguimento do pré-
natal for operado pela equipe do serviço. Da mesma forma, 
será fundamental ao examinador nas consultas 
subsequentes. Do bordo superior da sínfise púbica até o 
fundo do útero. Em geral cresce mais ou menos 4cm por 
mês. 
 3. Manobras de Leopold: 
Primeira manobra: palpação do polo superior - altura de 
fundo de útero. 
Segunda manobra: palpação das laterais. Identifica o dorso 
fetal. 
Terceira manobra: palpação do polo inferior. Um polo fixo 
indica insinuação do feto na pelve e proximidade do 
trabalho de parto. 
Quarta manobra: apresentação fetal. 
CONSULTAS SUBSEQUENTES 
• 20 A 24 SEMANAS 
USG abdominal morfológica para avaliar estruturas fetais, 
localizar a placenta e avaliar o doppler das artérias uterinas. 
Aconselha-se medir o colo uterino pela USG transvaginal 
visando a predição do parto pré-termo 
• 24 A 28 SEMANAS 
TOTG 75g, para diagnóstico DMG. 75g de dextrosol 
quando glicemia de jejum <92 mg/dL – pico dos 
hormônios gestacionais que são hiperglicemiantes 
• 26 A 32 SEMANAS 
Grávida deve ser conscientizada do significado de 
movimento fetal 
• 28 SEMANAS 
Repetir dosagem da Hb e ministrar primeira dose da 
imunoglobulina anti-D para mulheres Rh-negativo não 
sensibilizadas com fetos Rh-positivos (cffDNA). Repetir o 
VDRL 
• 35 A 37 SEMANAS 
Cultura vaginorretal para estreptococo do grupo B (GBS). 
Streptococcus agalactiae (Estreptococo do grupo B – EGB) 
por swab anorretal. Só trata no FINAL da gravidez (36 
semanas). Pode causar sepse neonatal por parto vaginal. 
• 36 SEMANAS 
Determinar a posição fetal. 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
15 
 
• 41 SEMANAS 
Propor descolamento de membrana e a indução do parto 
Lembrando de verificar peso e ganho ponderal, verificar 
níveis tensionais (PA – normal uma queda de pressão no 
segundo trimestre por conta da fístula placentária), 
examinar pele e mucosa, mensurar AFU, pesquisar edema, 
realizar manobras de Leopold (26-27 semanas) e realizar 
ausculta dos batimentos cardiofetais (geralmente do lado 
onde está o dorso) 
USG (primeiro trimestre, segundo – morfológica e terceiro 
– estática fetal, peso). A do 2º trimestre é a mais 
importante. 
VACINAS DA GESTANTE: 
As vacinas com vírus vivos ou vivos atenuados (rubéola, 
sarampo, caxumba, pólio-oral [sabin], varicela, febre 
amarela) estão contraindicadas na gravidez, devido ao risco 
teórico ao feto. Vacinas com vírus inativos (hepatites a e b, 
gripe [inclusive a h1n1], pólio-sallk, raiva, vacinas 
bacterianas e toxoides [tétano, difteria]) podem ser 
seguramente aplicadas. 
Gripe trivalente (2 cepas da gripe sazonal A e B + H1N1): 
esta vacina evita comprovadamente a gripe suína (redução 
de 70%) e não causa mortalidadefetal; ao contrário, a evita, 
pois a natimortalidade está aumentada de 2 vezes na 
vigência da virose 
Hepatite B – 3 doses se não for imune. 
dT: Indicada para todas as gestantes. Caso já tenha sido 
vacinada nos últimos dez anos, a mulher deverá receber 
apenas o reforço. Se tiver sido vacinada há mais de dez 
anos, poderá receber até três doses com intervalo de um 
mês. 
dTpa (tríplice bacteriana acelular – difteria, tétano, 
pertussis): Indicada na gestação para proteção do neonato. 
Deve ser administrada no terceiro trimestre da gravidez (30 
a 32 semanas) e repetida a cada gestação 
Febre amarela e raiva humana depende do risco-benefício. 
SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA E NUTRIÇÃO DA 
GESTANTE: 
- Ácido fólico 0,4mg/d – previne malformações do sistema 
nervoso. Mantemos até 12 semanas 
- Sulfato ferroso 40mg de ferro elementar 
- Piridoxina (B6) 
- Cálcio, zinco 
- Vitamina A 
- Vitamina D – ou repõe ou indica que ela tome sol 
 
Obs.: Ácido fólico (B9): importante para evitar espinha 
bífida e mielomeningocele. O fechamento do tubo neural 
se dá ao redor da 6a semana de gestação, e existem 
evidências de que o ácido fólico é essencial na prevenção 
dos defeitos de fechamento de tubo neural 
 
 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
16 
 
ATIVIDADE FÍSICA: 
Aeróbica ou anaeróbica 
30 minutos ao dia, 5-7 dias por semana 
Benefícios: 
- Diminui dor nas costas 
- Controla o peso 
- Evita diabetes 
- Diminui ansiedade 
- Facilita o parto 
- Previne parto prematuro 
- Acelera recuperação após o parto 
Contraindicações: 
- Algumas doenças cardíacas, pulmonares ou ortopédicas 
- Gravidez de gêmeos com risco de prematuridade 
- Placenta prévia depois das 26 semanas de gestação 
- Pré-eclâmpsia 
- Sangramento uterino ou vaginal 
- Diminuição dos movimentos do feto 
- Retardo do crescimento intrauterino 
- Hipertensão e hipotireoidismo mal controlados. 
TRATAMENTO DAS INTERCORRÊNCIAS: 
Êmese e hiperêmese: dieta fracionada, evita gordura, 
hidratação; 
Sialorreia ou ptialismo: ingestão de muito líquido; ingesta 
de alimentos cítricos e gelados. 
Pirose: deambular após refeições, evitar alguns alimentos; 
A utilização de bromoprida 10 mg por via oral de 8/8 h 
melhora substancialmente os refluxos. Em casos graves, 
no final da gestação, é possível utilizar ranitidina 150 mg 
(Zylium®), 1 comprimido VO de 12/12 h por, no máximo, 
14 dias. 
Varizes: uso de meias de compressão; Evitar ortostatismo 
prolongado e, quando a paciente se sentar ou deitar, é 
necessário suspender as pernas acima do nível do corpo 
Hemorroidas: boa alimentação e ingesta de água para um 
bom trânsito intestinal e “prevenção” de hemorroidas; 
Evitar atrito anal com papel higiênico – realizar duchas. Em 
casos necessários com extrusão hemorroidária ou fissuras, 
podem ser utilizadas pomadas proctológicas à base de 
policresuleno e cloridrato de cinchocaína (Proctyl ®), um 
supositório ou uma bisnaga por via retal, de 8/8 h, após as 
evacuações e antes de dormir à noite. 
Câimbras: pode estar relacionada aos níveis de potássio; O 
único tratamento que se mostrou relevante foi a 
administração de magnésio: 100 mg pela manhã e 200 mg 
à tarde 
Fraquezas e desmaios: queda de pressão, andar sempre 
acompanhada; 
Constipação: boa alimentação (fibra, frutas cítricas, ameixa, 
mamão), ingesta de água; Caso a dieta e os exercícios 
físicos não sejam suficientes, prescrever laxativos como o 
Tamarine ® (Cassia angustifolia-sene), 1 cápsula à noite; 
ou bisacodil 5 mg (Dulcolax ®), 1 comprimido à noite. Em 
casos de formação de bolus fecal baixo (reto-anal), pode-
se prescrever sorbitol (Minilax ®), 1 frasco por via retal. 
Contudo, o uso regular e crônico desses medicamentos 
deve ser evitado. 
Edema: diferenciar o generalizado do gravitacional. O 
edema gravitacional está limitado aos tornozelos e decorre 
do aumento de pressão nos capilares dos membros 
inferiores. Quando cessa a pressão na veia cava inferior 
pelo útero gravídico, por exemplo, no momento em que a 
paciente fica em decúbito lateral, o edema cede, como 
habitualmente ocorre à noite. O edema generalizado, que 
se anuncia pelo súbito aumento de peso, engrossamento 
dos dedos, face vultosa e deposição de água na metade 
superior do corpo, é visto em 25 a 30% das gestantes. 
Quando acompanhado de hipertensão e proteinúria, 
configura um estado patológico específico da gravidez, a 
toxemia gravídica. Na ausência de hipertensão e 
proteinúria, representa simples exagero do processo 
fisiológico de retenção de sódio (sistema renina-
angiotensina-aldosterona), agravado pela queda de 
pressão oncótica plasmática, decorrente da relativa 
hipoalbuminemia gravídica. Os diuréticos e a dieta 
hipossódica não são indicados na gravidez. 
Falta de ar: deita em decúbito lateral esquerdo, caminhada; 
Dor nas mamas: uso de sutiã; 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
17 
 
Dor lombar: exercício físico; 
Cefaleia / epistaxe: acontece pelo edema da mucosa. Não 
tem prevenção; 
Cloasma: proteção solar; 
Insônia: atividade física, calmantes naturais; 
Parestesia: normal na gravidez; 
Polaciúria: relacionado ao crescimento do útero. A 
frequência e urgência urinárias são comuns no inicio e no 
final da gestação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
18 
 
 
 
 
ATITUDE FETAL 
É a posição que o bebê está na barriga, isso determina o 
mecanismo do parto – Segundo Rezende, atitude ou hábito 
fetal é a relação das diversas partes do feto entre si. O útero 
gravídico possui em média 30 cm e o bebê em torno de 50 
cm, sendo a existência do feto dentro do útero possível por 
conta da flexão generalizada graças a coluna vertebral e a 
articulação occipitovertebral. 
Conceito de ovoide fetal - composto pelo ovoide córmico 
(conjunto do tronco com os membros) + ovóide cefálico. 
Coluna vertebral encurvada no seu todo e cabeça com o 
mento aproximado do manúbrio do esterno, o que dá ao 
bebê a forma ovoide, que apresenta dois polos: o cefálico 
e o pélvico (maior). 
 
Na apresentação pélvica, a atitude da cabeça fetal pode 
variar, mas de regra fica ligeiramente fletida, com o mento 
próximo ao manúbrio; mas pode ficar em atitude 
indiferente ou em deflexão, pode apresentar-se 
lateralmente inclinada, com ou sem rotação. Essa posição 
da cabeça não tem significação prognóstica para o parto, à 
vista da correção espontânea que ocorre no decurso do 
trabalho (Rezende). 
A partir do 5 ou 6º mês o bebê muda da apresentação 
pélvica para a cefálica – a isso se dá o nome de MUTAÇÃO 
ou VERSÃO, isso acontece porque a cabeça passa a pesar 
mais do que o bumbum do feto 
 
 
 
 
NO PARTO 
Ao iniciar-se o trabalho de parto, e principalmente após a 
amniorrexe, a atitude do feto se modifica. Nessas 
condições, por conta da expansão do segmento inferior e 
à incorporação da cérvice, que ascende, o útero toma uma 
forma diferente da globosa, tornando-se um pseudo 
cilindro, assumindo a forma cilindroide. Essa forma obriga 
o feto a endireitar o tronco, diminuindo sua flexão, 
assumindo também a forma de um cilindro, o cilindro fetal. 
O cilindro fetal é formado pelo endireitamento da coluna, 
cabeça fletida sobre o tronco, com as pequenas partes a 
ele mais aconchegadas. 
O polo cefálico é a parte do feto que merece mais atençãoe maior estudo, por ser o segmento MENOS REDUTÍVEL e 
desempenhar papel da MAIOR IMPORTÂNCIA NO 
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO AO TRAJETO 
PELVIPERINEAL. 
CABEÇA 
O crânio do bebê é constituído de 2 frontais, 2 parietais, 2 
temporais, 1 occipital, 1 etmoide e 1 esfenoide. Os ossos 
da abobada craniana são separados por tecidos 
membranosos: as suturas e fontanelas → esses tecidos 
membranosos possibilitam a redução do volume craniano 
durante o parto. 
Obs.: os ossos da base do crânio são indeformáveis. 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
19 
 
As suturas mais importantes são: sagital (entre os 
parietais), metópica (interfrontal), coronária (entre frontais 
e parietais), lambdoide (entre os parietais e occipital) e 
temporal (entre os parietais e temporal). 
As fontanelas são zonas membranosas nos pontos de 
convergência de 3 ou 4 ossos e delas partem as suturas. 
- Bregmática: anterior ou grande fontanela – 1 a 4 cm – 
tem forma losangular, formada pelos frontais e parietais 
(dão origem as suturas coronal, sagital e metópica) – é um 
IMPORTANTE ponto de referência para o diagnóstico de 
posição obtido com o toque digital ou manual. Fecha-se 
até aproximadamente aos 18 meses. 
- Lambdoide: Posterior ou Pequena fontanela – 0,5 cm – 
tem forma triangular, limitada pelos occipitais e parietais 
(dá origem às suturas sagital e lambdoide) 
- Ptéricas: são latero-anteriores – são duas, uma de cada 
lado – tem como limites o frontal, o temporal, o parietal e 
o esfenoide. 
- Astéricas – são latero-posteriores - são duas e tem como 
limites o occipital, temporal e parietal. 
 
TRONCO 
Diâmetro biacromial – 12 cm 
Circunferência biacromial – 35 cm 
Diâmetro bitrocanteriano 
Circunferência bitrocanteriana – varia com a posição do 
feto – se pernas estendidas (27cm), se pernas flexionadas 
(35 cm) 
SITUAÇÃO 
Denomina-se situação a relação entre os grandes eixos 
longitudinais fetal e uterino (maior eixo uterino com o 
maior eixo do bebê). 
• Quando ambos coincidem, a situação será 
LONGITUDINAL (sendo cefálico ou pélvico); Ocorre em 
99,5% das vezes. 
• Quando perpendiculares, a situação é TRANSVERSA; 
• Se cruzados, a situação será OBLÍQUA ou INCLINADA. 
→ representa a fase de transição fetal, no momento em 
que o parto vai se estabilizar em situação longitudinal e 
transversa. 
 
APRESENTAÇÃO 
 
É a região fetal que se localiza na área do estreito superior 
da pelve/bacia (BE), ocupando-a em seu todo, e aí tende a 
insinuar- se. Durante o parto, é sede de mecanismo bem 
determinado. 
 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
20 
 
Em decorrência dos fatores determinantes da acomodação 
fetal, pode-se observar transformação de uma 
apresentação por outra, fenômeno chamado de mutação ou 
versão, e está ligado à rotação axial do feto. Até o 6º mês 
de gestação a cabeça é encontrada no fundo uterino, e 
depois, graças a essa rotação axial, o feto, por 
“cambalhota”, orienta o polo cefálico para as porções 
inferiores do órgão, e aí se mantém (Rezende). 
Ao plano circunferencial da apresentação, que se põe em 
relação com o estreito superior, chama-se plano de contato 
da apresentação. 
 
À situação transversa corresponde sempre a 
APRESENTAÇÃO CÓRMICA ou TRANSVERSA (Ponto de 
orientação → acrômio da escápula - A). Duas 
apresentações podem ocorrer na situação longitudinal – a 
do polo cefálico e a do polo pélvico, e se denominam, 
respectivamente, APRESENTAÇÃO CEFÁLICA e 
APRESENTAÇÃO PÉLVICA. 
Obs.: A apresentação pélvica pode ser completa 
(pelvipodálica) ou incompleta/agripina (modo nádegas). 
O polo cefálico pode apresentar-se fletido, com o mento 
próximo à face anterior do tórax (fletidas) ou dele se afastar 
em graus diversos de extensão (defletido). 
• CEFÁLICA FLETIDA (letra O – toca o occipital – linha de 
orientação sutura lambdoidea) – apresentação de vértice 
ou occipúcio. 
• CEFÁLICA DEFLETIDA de 1º grau ou bregmáticas (letra 
B – toca o bregma), - apresentação sincipúcio 
• CEFÁLICA DEFLETIDA de 2º grau ou de fronte (letra N – 
toca o naso) – apresentação de fronte 
• CEFÁLICA DEFLETIDA de 3º grau ou apresentação de 
face (letra M – porque toca o mento e a linha de orientação 
é a linha facial). → deflexão máxima – apresentação de 
face. 
• Apresentação pélvica a letra é S porque o sacro é o ponto 
de referência 
 
LINHAS DE ORIENTAÇÃO 
• Sutura sagital, na apresentação cefálica fletida 
• Sutura sagital e metópica, na apresentação cefálica 
defletida de 1º grau 
• Sutura metópica, na apresentação cefálica defletida de 2º 
grau 
• Linha facial, isto é, linha mediana que a partir da raiz do 
nariz atinge o mento, na apresentação cefálica defletida do 
3º grau 
• Sulco interglúteo, na apresentação pélvica. 
As situações transversas não têm linha de orientação, pois 
são impeditivas de expulsão espontânea, a não ser em 
casos especiais de fetos pequenos ou macerados. 
OBS: PROCIDÊNCIA → significa prolapso e em obstetrícia 
é quando alguma parte ou membro do bebê está para fora 
do OCE → OCE é orifício cervical externo e uma 
procidência muito comum é a de cordão 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
21 
 
ALTURA DA APRESENTAÇÃO 
Durante o trabalho de parto, ou durante as semanas que o 
precedem, há uma alteração na altura da apresentação e 
relação feto-estreito superior. 
A altura da apresentação pode ser: 
- Alta e móvel – sem contato com o estreito superior 
- Ajustada – ocupa a área do estreito 
- Fixa – quando, pelo palpar, não conseguimos mobilizá-la 
- Insinuada – quando a maior circunferência TRANSPÕE a 
área do estreito superior. 
Sinclitismo → durante o trabalho de parto, a cabeça está 
alinhada com o canal de parto. 
Assinclitismo → é quando a cabeça do bebê está inclinada 
em direção ao ombro, ou seja, a cabeça do feto não está 
alinhada com o canal do parto. 
O assinclitismo posterior (obliquidade de Litzmann) 
caracteriza-se quando a sutura sagital está próxima do 
púbis e o parietal posterior é o primeiro a penetrar na 
escavação. Diz-se que o assinclitismo é anterior 
(obliquidade de Nägele), quando a sutura sagital está mais 
aproximada do sacro e o parietal anterior desce em 
primeiro lugar. 
 
• INSINUAÇÃO ESTÁTICA → o bebê começa a se encaixar, 
ocorre no final da gravidez, a cabeça do bebê desce e se 
encaixa no final da bacia. 
• INSINUAÇÃO DINÂMICA → aconchegamento do bebê 
com dilatação – quando começam as contrações uterinas 
e a cabeça desce pelo desfiladeiro pélvico (quanto mais alta 
a cabeça será -1, -2, -3....) 
Para expressar a altura da apresentação aconselha-se 
adotar o critério de DeLee: considerar o diâmetro biespinha 
ciática ou linha interespinhosa, como plano de referência 
“0” (zero). Quando a parte baixa da apresentação estiver a 
1 cm acima do plano “0”, a altura é expressa como “–1”; 2 
cm acima, como “– 2” e assim sucessivamente até “–5”. 
Quando a parte mais baixa da apresentação ultrapassar de 
1 cm o plano “0”, sua altura será “+1”; quando de 2 cm, 
“+2”, nomeando-se assim até “+5”. 
 
POSIÇÃO / DORSO 
ESCOLA ALEMÃ → posição é a relação do dorso fetal com 
o lado direito ou esquerdo materno, dificilmente podendo 
essa região fetal localizar-se francamente para a frente ou 
para trás em virtude da lordose lombar materna. Assim, 
tem-se posição esquerda ou 1ª posição, quando o dorso 
fetal se acha voltado para o lado esquerdo materno, e 
posição direita ou 2ª posição, quando o dorso se orienta 
para olado direito. 
ESCOLA FRANCESA → conceitua a posição relacionando 
não o dorso fetal, mas o ponto de referência da 
apresentação com o lado esquerdo ou direito materno. As 
duas definições nem sempre se correspondem: nas 
apresentações cefálicas fletidas, o dorso e o ponto de 
referência da apresentação se encontram no mesmo lado, 
ao passo que, nas defletidas, o dorso está em plano oposto 
ao ponto de referência fetal. Posições que merecem ser 
salientadas, embora raras, são as diretas, a occipitossacra 
(OS – parto trabalhoso e demorado que nasce com a 
cabeça para cima) e a occipitopúbica (OP), quando no 
início do trabalho de parto, e, no estreito superior, o 
occipital se encontra voltado para a frente ou para trás e a 
sutura sagital ocupa o diâmetro anteroposterior do estreito 
superior. 
Atenção para o conceito de “dorso” do bebê 
OBSERVAÇÃO: saber diferenciar mãos dos pés e boca de 
ânus 
NOMENCLATURA 
Linhas de orientação – é a linha fetal que se põe em relação 
com o diâmetro materno de insinuação. 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
22 
 
 
 
 
 SITUAÇÃO, APRESENTAÇÃO E POSIÇÃO DO FETO 
- Situação longitudinal, apresentação cefálica, de vértice. 
Occípito-esquerda-anterior (OEA). 
- Situação longitudinal, apresentação cefálica, de vértice. 
Occípito-direitaanterior (ODA). 
- Situação longitudinal, apresentação cefálica, de vértice. 
Occípito-direita-posterior (ODP). 
- Situação longitudinal, apresentação cefálica, de fronte. 
Nasodireita-anterior (NDA). 
- Situação longitudinal, apresentação cefálica, occipto-
pubiana (OP) 
 
 
 
 
 
 
 
- Situação longitudinal, apresentação cefálica, occipto-
sacra (OS) 
- Situação longitudinal, apresentação pélvica completa 
(pelvipodálica). Sacro-direita-posterior (SDP). 
- Situação longitudinal, apresentação pélvica incompleta 
(modo de nádegas). Sacro-direita-posterior (SDP). 
- Situação oblíqua. 
- Situação transversa, apresentação córmica. 
Acromioesquerda-posterior (AEP). 
- Situação transversa, apresentação córmica. 
Acromiodireita-anterior (ADA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
23 
 
 
 
DEFINIÇÃO DE PARTO NORMAL 
É um processo fisiológico cujo objetivo é expulsar o feto 
da cavidade uterina. Possui início espontâneo, de baixo 
risco no início do trabalho de parto, e assim permanece por 
todo o trabalho de parto e parto. O bebê nasce 
espontaneamente com apresentação cefálica entre 37 e 42 
semanas completas de gestação. O objetivo é ter como 
resultado mulher e bebê sadios, com o mínimo de 
intervenção compatível com a segurança (OMS 1996) 
FASES CLÍNICAS DO PARTO 
PRÓDROMOS 
Antecedem o trabalho de parto e podem se apresentar 
desde a 37ª semana até a 42ª semana sem que a mulher 
efetivamente entre em trabalho de parto. São o que 
chamamos de alarmes falsos e preparam para a gestação. 
Podem apresentar os seguintes sinais: 
— CONTRAÇÕES DE BRAXTON-HICKS → contrações 
indolores (2 a 3 durante o dia), mas no final da gravidez 
começam a ter mais frequência. No momento pré-parto 
essas contrações podem começar a apresentar alguma dor. 
 — TAMPÃO MUCOSO → Perda de “catarro com sangue” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
— AMADURECIMENTO DO COLO → o colo na gravidez é 
grosso e voltado para a parede posterior da vagina, mas 
ele começa a amadurecer e ficar centralizado na vagina e 
apagado (fino) na fase que antecede o trabalho de parto. 
Quando vamos descrever o colo dizemos o quanto ele está 
apagado (ex: 70% apagado). 
 
INDUÇÃO DO PARTO 
É a estimulação artificial das contrações uterinas para 
realizar o parto antes do seu início espontâneo. A resolução 
da gestação antes do início do trabalho de parto 
espontâneo é indicada quando há riscos materno/fetais 
associados a continuidade da gravidez. Quando não há 
contraindicações para o trabalho de parto e parto vaginal a 
indução é geralmente preferida, dado o aumento dos riscos 
maternos associados à cesariana. 
INDICAÇÕES: 
• Gestação pós-termo 
• Rotura prematura de membranas ovulares 
• Síndromes hipertensivas 
• Óbito fetal 
• Condições médicas maternas: Diabetes mellitus, 
doença renal, doença pulmonar crônica, 
síndrome antifosfolipídio. 
• Restrição do crescimento fetal 
• Corioamnionite 
• Malformações fetais incompatíveis com a vida 
• Oligodramnia 
• Doença Hemolítica Perinatal 
• Interrupção legal da gravidez 
CONTRAINDICAÇÕES: 
• Cicatrizes uterinas corporais 
• Rotura uterina prévia 
• Herpes genital ativo 
• Placenta prévia ou vasa prévia 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
24 
 
• Prolapso de cordão umbilical ou apresentação 
funicular persistente 
• Apresentações anômalas 
• Câncer cervical invasivo 
• Desproporção cefalopélvica 
• Traçado de frequência cardíaca fetal categoria III, 
(padrão sinusóide ou ausência de variabilidade da 
fcf basal, e qualquer das seguintes alterações: 
desacelerações tardias recorrentes, 
desacelerações variáveis recorrentes ou 
bradicardia). 
 
O Índice de Bishop ou Escala de Bishop é uma avaliação 
feita por um sistema de pontuação de 0 à 13 que indica 
qual é a condição do colo do útero da gestante. Quando o 
resultado é menor ou igual a seis significa necessidade de 
amadurecimento do colo (misoprostol → 6h em 6h → 
paramos na 8ª → cesariana // método krause → indução 
mecânica), quando maior que seis significa necessidade de 
indução com ocitocina (aumentar as contrações uterinas. 
Usamos quando o trabalho de parto fica estagnado). 
Método de Krause (indução mecânica): 
- Colocação de sonda de Foley nº 14 ou 16 através do colo, 
atingindo a cavidade uterina 
- Enchimento do balão com 30ml de água destilada ou soro 
fisiológico 
Misoprostol: 
- 25 mcg 6/6h via vaginal, iniciado preferencialmente 
durante o dia. 
- Este esquema deve ser mantido até o colo atingir um 
índice de Bishop ≥ 6 em 24h 
- Caso não seja atingido um índice de Bishop ≥ 6 em até 
24h, o caso deve ser revisto e avaliada a possibilidade de 
novo ciclo por mais 24h 
- Após 48h sem evolução satisfatória, considerar como 
falha do procedimento. 
Na primípara → primeiro o colo apaga e depois começa a 
dilatar 
Na multípara → dilatação e apagamento ocorrem 
simultaneamente. 
Alguns autores recomendam que não se espere até 42ª 
semana para começar a indução do parto com misoprostol 
(normalmente feito na 40ª e 41ª semana) no colo uterino 
na tentativa de amadurecê-lo e dar um “pontapé inicial” no 
trabalho de parto para que haja maior probabilidade de que 
esse seja normal. Quando se usa o misoprostol, só pode 
ser feita a ocitocina após 6 horas. Uma das 
contraindicações do uso de misoprostol é a parturiente que 
já apresenta contração uterina. 
AVALIAÇÃO FETAL 
A avaliação do feto deve ser feita pela ausculta intermitente 
do ritmo cardíaco fetal (pelo menos a cada 30 min). A 
ausculta dos BCFs deve ser realizada com estetoscópio de 
Pinard ou sonar Doppler, principalmente durante e logo 
após as contrações (20 s antes e até 20 s após o término 
da contração), com o objetivo de detectar alterações do 
ritmo cardíaco associadas às contrações. 
 
 
Obs.: É considerada normal a frequência cardíaca fetal 
entre 120 a 160 batimentos por minuto. 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
25 
 
DIAGNÓSTICO DO TRABALHO DE PARTO 
Não há evidências científicas corroborandoquando se 
inicia o trabalho de parto, que há de ser considerado como 
síndrome: os elementos que a compõem não têm, 
isoladamente, valor absoluto; é somente o conjunto deles 
que aumenta a acurácia. A imprecisão no diagnóstico e a 
confusão com o falso trabalho de parto podem acarretar 
internamento precoce e seus efeitos deletérios (cascata de 
intervenções). Diante da dificuldade de estabelecer 
exatamente quando é deflagrado o trabalho de parto, a 
diretriz do Institute for Clinical Systems Improvement (ICSI) 
de 2013 considera que, de modo esquemático, podem ser 
adotados os parâmetros descritos a seguir: 
Ocorrência de contrações uterinas espontâneas e rítmicas 
(pelo menos duas em 15 min), associadas a, pelo menos, 
dois dos seguintes sinais: 
• Apagamento cervical 
• Colo dilatado para 3 cm ou mais 
• Ruptura espontânea da bolsa das águas. 
ATENÇÃO: segundo o Freitas (6º edição) “2 a 3 contrações 
eficientes em 10 minutos”. O segundo Rezende, 15 
minutos. 
Tradicionalmente tem sido descrito que as contrações 
uterinas efetivas são ondas que se estendem a todo o útero 
e têm duração de 50 a 60 s, com sensação dolorosa e 
rítmica concomitante do tipo cólica. Pates et al. (2007) 
observaram que 12 contrações por hora (2/10 min) é sinal 
valioso de trabalho de parto verdadeiro ou iminente. 
Na fase de DILATAÇÃO normalmente ocorrem as 
contrações efetivas e regulares (rítmicas) entre 2 e 4 a cada 
10 minutos (3 de 20 segundos ou 2 de 40 segundos), com 
pelo menos 4cm de dilatação. 
FASES DO TRABALHO DE PARTO 
 
1ª FASE: DILATAÇÃO 
É o intervalo desde o início do TP até a dilatação completa. 
Esse período compreende as fases latente e ativa de TP. 
Pode durar até 12 horas desde que o bebê esteja bem. 
→A fase LATENTE apresenta duração variável e 
caracteriza-se pela dilatação lenta do colo (velocidade de 
dilatação menor do que 1 cm/h) até os 3 cm e padrão 
contrátil irregular. 
→A fase ATIVA caracteriza-se pela dilatação rápida 
(velocidade de dilatação _ 1 cm/h) dos 3 aos 10 cm e 
padrão contrátil regular e doloroso. 
A fase ativa subdivide-se em três fases: aceleração, 
aceleração máxima e desaceleração (Friedman, 1978). 
• Diagnóstico do trabalho de parto 
• Apagamento e dilatação do colo uterino 
• Contrações rítmicas, regulares e dolorosas 
• Dilatação cervical 
→DIETA - livre (em especial a paciente de baixo risco) 
pode comer muitas frutas e líquidos claros. Nas pacientes 
de alto risco que precisarão de anestesia na cesárea se 
recomenda deixar em dieta zero ou apenas de líquidos 
claros. 
→POSIÇÃO - livre (a que a paciente achar mais 
confortável, deve-se estimular que a paciente deambule, a 
paciente tem direito ao acompanhante ou doula). Técnicas 
para aliviar a dor: bola suíça, banhos de imersão, uso de 
óleos para massagem 
→TRICOTOMIA - não é indicado porque os pelos são uma 
defesa. Caso for fazer episiotomia (corte no períneo) seria 
feita uma tricotomia na hora. 
→ENTERÓCLISE (lavagem intestinal - enema) - caso, ao 
toque, seja detectada a ampola retal muito cheia, que pode 
incomodar a mãe. 
→USO DE ANALGÉSICO - pode ser feito um 
antiespasmódico ou uma analgesia de parto (que é feita no 
bloco cirúrgico com anestesista – um combinado de rack 
e peridural que permite que a mulher continue fazendo 
força sem sentir dor). Essa analgesia pode ampliar o tempo 
de parto (em média em 1 hora) e necessitar do uso de 
fórceps. 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
26 
 
→OCITÓCITOS - apenas é feita ocitocina se as contrações 
não forem efetivas ou em casos de hipocontratilidade (2 
contrações que duram 15 segundos), pois pode ser 
causada uma hipersistolia que causa sofrimento fetal. A 
ocitocina promove uma contração fisiológica. 
→AMNIOTOMIA - (estourar a bolsa) não é realizada 
normalmente, mas se desconfiar que há mecônio, deve ser 
feita a bolsa rota no final da dilatação (pois ela aumenta o 
risco para infecção). Do ponto de vista mecânico a cabeça 
do bebê pode aumentar a liberação de prostaglandinas e 
aumentar as contrações. Deve ser pedida a permissão da 
parturiente. É ainda incerta a hora oportuna para a ruptura 
artificial das membranas (certamente, nunca antes de 6 cm) 
→ PUNÇÃO VENOSA E INFUSÃO DE LÍQUIDOS: Não é 
recomendado. Venóclise e infusão de líquidos só devem 
ser realizadas com indicações específicas, como tratamento 
da hipotensão, manejo de emergências hemorrágicas e uso 
de analgesia 
• EXAME FÍSICO 
→ o TOQUE inicial é feito quando a parturiente chega na 
triagem e deve ser feito novamente após 4 horas, quando 
se decide quando será feito o novo toque (tudo depende 
da velocidade de dilatação individual). Quanto menos 
toque, melhor, pelo risco de infecção. → Rezende indica 
realizar o toque de 2h/2h 
→ Recomendamos que a paciente realize DEAMBULAÇÃO 
Livre com a finalidade de acelerar o trabalho de parto (o 
bebê desce) 
→MONITORIZAÇÃO DA VITALIDADE FETAL - a ausculta 
do bebê deve ser feita a cada 30 minutos nas pacientes 
baixo risco (ausculta intermitente, antes, durante e após a 
contração – por 3 contrações consecutivas). É normal que 
o bebê tenha taquicardia após a contração, se ele 
apresentar bradicardia, pode ser sinal de sofrimento fetal. 
Em pacientes de alto risco essa mesma ausculta deve ser 
feita a cada 15 minutos. O número de ruídos mantém-se, 
em geral, entre 110 e 160 bpm, em média 140 bpm 
(REZENDE). 
→PRIMEIRO SINAL DE SOFRIMENTO - DIP 
Obs: a primípara dilata numa velocidade de dilatação - 1,5 
cm/h) dos 3 aos 10 cm com padrão contrátil regular e 
doloroso. 
Obs: A DINÂMICA UTERINA É MEDIDA EM UNIDADES 
MONTEVIDEIS (frequência x intensidade) 
Obs: o parto domiciliar é proibido de ser realizado pelo 
médico (pelo CFM e pela Sociedade de Ginecologia e 
Obstetrícia), pois não há como garantir a viabilidade de um 
centro cirúrgico em caso de urgência. 
Obs: 10% das mulheres precisam fazer episiotomia, mas 
hoje é vista como violência obstétrica 
 
2ª FASE: PERÍODO EXPULSIVO 
Caracteriza-se pela descida da apresentação e expulsão do 
feto, compreende o período entre a dilatação completa e o 
desprendimento do concepto. No curso do segundo 
período, ocorre a sucessão das contrações uterinas, cada 
vez mais intensas e frequentes, com intervalos 
progressivamente menores, até adquirirem o aspecto 
subintrante de cinco contrações a cada 10 min. 
Por efeito das metrossístoles, o feto é propelido pelo canal 
do parto, franqueia o colo dilatado, e passa a distender 
lenta e progressivamente a parede inferior do diafragma 
vulvoperineal depois de palmilhar a vagina. São 
movimentos de reptação, de vaivém, fisiológicos, que a 
apresentação descreve ao impulso assim das 
metrossístoles como da musculatura do abdome. Ao 
comprimir as paredes vaginais, o reto e a bexiga, o polo 
inferior do feto provoca, por via reflexa, o aparecimento das 
contrações voluntárias da prensa abdominal. Origina-se, 
então, a vontade de espremer, os puxos, movimentos 
enérgicos da parede do ventre, semelhantes aos suscitados 
OBSTETRÍCIA (@RESUMEMARI) 
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pela evacuação ou micção. São esses os puxos 
involuntários, tardios, que não demandam encorajamento 
dos presentes à cena do parto que promovem a 
compressão do períneo e abrem a rima vulvar. 
→DILATAÇÃO - de 10 cm 
→TEMPO DE DURAÇÃO - (primíparas: 3h; multíparas: 2h; 
se estiverem com uso de analgesia + 1h para cada). Na 
primeira fase não tem um tempo pré-determinado, mas 
nessa fase esse é o tempo máximo. Após esse tempo o 
médico deve optar pela cesariana, se as contrações eram 
efetivas. 
→AUSCULTA INTERMITENTE DO BCF - a cada

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