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Roteiro de Estudos - Mercado de Capitais e Valuation

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Mercado de Capitais e Valuation
Roteiro de
Estudos
Autor: Dra. Marcela Gimenes Bera Oshita
Revisor: Hamilton Moura
Ao longo da história, com a evolução dos meios de comunicação, modificou-se a forma de como as organizações criam valor, uma vez que a geração de valor não está mais totalmente voltada para o ativo tangível, como máquinas, equipamentos e infraestrutura, mas sim para o ativo intangível, que envolve uma diversidade de fatores, tais como: governança corporativa, capital intelectual, estratégias de negócios, marcas e patentes, potencial de rentabilidade futura, entre outros. Diante disso, há uma discussão sobre como calcular o valor desses negócios, quais metodologias devem ser adotadas e o que caracteriza a geração de valor para o acionista e para a organização.
Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai:
· entender os aspectos gerais do mercado de capitais;
· realizar  uma introdução à avaliação de ativos;
· estudar os métodos de avaliação de ativos;
· conhecer as estratégias corporativas de geração de valor;
· aprender sobre fusões, aquisições e sinergias.
Introdução
Uma avaliação pode ser útil para encontrar o valor justo de um ativo, que é estabelecido de acordo com o valor que um comprador se dispõe a pagar a um vendedor, desde que essa transação não seja obrigada entre as partes. Muitas vezes, o valor da negociação ocorre com base no mercado, caso haja um ativo semelhante; e para os demais casos, em que não há um ativo próximo, o valor é obtido normalmente com base em algum método de avaliação.
Diante disso, para entendermos essa dinâmica, trabalharemos em nosso roteiro de estudos as relações que envolvem o mercado de capitais, o mercado primário e secundário, e a importância de ambos os mercados para a captação de recursos e a geração de liquidez. Na sequência avançaremos para os métodos de avaliação de ativos e a importância de considerar mais de uma forma de avaliação, a fim de estabelecer o valor próximo ao valor justo. Por fim, você poderá compreender por que as empresas optam pela estratégia de realizar uma fusão ou aquisição, a formação de sinergias e as modalidades e os objetivos dessa estratégia.
Mercado de capitais — visão geral
No mercado monetário, ocorrem transações de curto prazo, mediante a rede bancária, em que há uma oferta de produtos de investimento aos agentes superavitários e produtos de crédito para os deficitários. Todavia, outras fontes de recursos são necessárias, no caso de grandes investimentos de médio e longo prazo. Tais fontes advêm do mercado de capitais (mercado de valores mobiliários), formado por instituições que desenvolvem operações com a finalidade de propiciar recursos para implementação de investimentos produtivos.
De acordo com Pinheiro (2019, p. 157), o mercado de capitais é representado por “um conjunto de instituições e de instrumentos que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores”. Isto é, representa um sistema de distribuição de valores mobiliários com a finalidade de possibilitar a captação de recursos, via títulos, pelas entidades, e dar liquidez ao mercado de títulos.
A Lei nº 6.385/1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), define valores mobiliários como os títulos ou contratos de investimento coletivo que gerem direito de participação, de parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros (CARRETE; TAVARES, 2019, p. 187).
Assim, mediante a busca por recursos financeiros, as empresas emitem títulos mobiliários registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que são negociados via instituições financeiras que “prestam os serviços para colocação e negociação dos títulos ao público investidor que consiste nas pessoas físicas, fundos de investimento, fundos de pensão, gestores de recursos” (CARRETE; TAVARES, 2019, p. 187). Observe a Figura 1, que apresenta a atuação dos integrantes do mercado de capitais:
Figura 1 - Representação do mercado de capitais
Fonte: Carrete e Tavares (2019, p. 188).
“O mercado primário de ações é onde se negocia a subscrição (venda) de novas ações ao público, ou seja, o lugar no qual a empresa obtém recursos para seus empreendimentos” (PINHEIRO, 2019, p. 158). Observe que, no mercado primário, é o único momento em que a entidade obtém fundos, uma vez que, após a emissão de títulos e a captação de recursos, a empresa não se beneficia de nenhuma negociação de ações entre investidores (mercado secundário).
O mercado secundário consiste na aquisição e venda de títulos conforme as estratégias de investimento dos investidores. “Nas operações no mercado secundário os recursos não vão para a empresa emissora dos títulos (ações), ou seja, não influenciam o caixa da empresa emissora dos títulos” (CARRETE; TAVARES, 2019, p. 189).
Após a aquisição de títulos (ações) no mercado primário, o investidor pode, ao fim de um período, converter as aplicações feitas em dinheiro, mediante a venda de suas ações para um futuro comprador. “Para a realização da operação, o vendedor deverá recorrer a uma instituição financeira credenciada a operar com valores, para que ela realize uma operação denominada secundária” (PINHEIRO, 2019, p. 158). Nesse aspecto, cabe salientar que a negociação de valores mobiliários possibilita, ao mercado de ações, assegurar a liquidez e a mobilidade da poupança.
LIVRO
Valuation: um guia prático
Autor: José Odálio dos Santos
Editora: Saraiva
Ano: 2019
Comentário: o Capítulo 12 deste material de estudos apresenta quatro estudos de casos de avaliação de empresas S/As, o que lhe trará um pouco mais de orientação e auxílio para compreender e solucionar a nossa situação-problema. Leia atentamente o texto proposto antes de fazer sua análise.
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Onde encontrar?
Biblioteca Virtual da Laureate
Introdução à Avaliação de Ativos
A avaliação de ativos refere-se ao valor atribuído a uma propriedade, que comumente é realizada quando uma empresa ou um ativo (tangível ou intangível) está disponível para venda. Nesse aspecto, é importante salientar que há diferentes abordagens de cálculo de valor que podem ser consideradas, de acordo com o ativo ou a estrutura da empresa.
Isso quer dizer que “não há um procedimento de cálculo único para a avaliação, um modelo admitido como padrão para todos os casos; a abordagem selecionada do método do fluxo de caixa descontado deve atender, da melhor forma, aos objetivos da avaliação” (ASSAF NETO, 2019, p. 202).
O valor intrínseco de um ativo é determinado pelos fluxos de caixa que se espera sejam gerados pelo bem durante sua vida útil e pelo grau de incerteza a eles associados […]. Na avaliação relativa, estima-se o valor do ativo com base nos preços de mercado de ativos semelhantes (DAMODARAN, 2018, p. 4).
Nesse aspecto, se pensarmos em todos os modelos de avaliação que analisam os valores intrínsecos, notamos que a precificação é de certa forma desenvolvida a partir de pressupostos que contêm uma certa dose de subjetividade que envolve também as influências e expectativas de quem está realizando a análise. Isso quer dizer que a avaliação de ativos está sujeita a desvios.
Na avaliação realizada, o preço de mercado, isto é, aquele cujo valor é representado mediante as negociações entre o comprador e o vendedor, pode ser o mais próximo do valor justo, no caso de um ativo que tenha valor comparável. Entretanto, pelas ineficiências de mercado, esses valores são, muitas vezes, distintos, uma vez que o ativo pode não ser comparável; por isso, a empresa pode se basear no preço de um ativo mais próximo, para ter uma base de cálculo como referência para a realização do negócio no mercado (ASSAF NETO, 2019).
A avaliação intrínseca oferece visão mais ampla dos fatores determinantes do valor de uma empresa ou ação, mas há ocasiões em que a avaliação relativa proporcionará estimativa mais realista do valor de mercado. Em geral, não há razão para escolheruma ou outra, pois nada impede que se adotem ambas as abordagens na avaliação do mesmo investimento. Na verdade, é possível melhorar as chances de sucesso investindo em ações subavaliadas sob os dois pontos de vista, intrínseco e relativo (DAMODARAN, 2018, p. 4).
Note que, para encontrar o valor de um ativo, o processo de avaliação requer um julgamento do investidor. Assim, os envolvidos em uma negociação têm dúvidas sobre o valor justo de uma entidade: “o valor máximo que o comprador pagaria, ou o mínimo exigido pelo vendedor, de forma a maximizar o resultado da operação” (ASSAF NETO, 2019, p. 203).
Desse modo, os métodos para avaliação possibilitam calcular o valor de uma empresa, de forma a refletir os resultados de decisões financeiras, estratégicas e oportunidades futuras de mercado. Diante disso, o valor do negócio é influenciado por premissas adotadas na avaliação e pode ser alterado conforme a mudança de cenários.
LIVRO
Valuation: guia fundamental e modelagem em Excel
Autor: Ricardo Goulart Serra
Editora: Atlas
Ano: 2019
Comentário: o Capítulo 19 do livro apresenta estudos de casos reais sobre o processo de avaliação de empresas, o que lhe trará um pouco mais de orientação e auxílio para compreender e solucionar a nossa situação-problema. Leia atentamente o texto proposto antes de fazer sua análise.
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Onde encontrar?
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Métodos de Avaliação de Ativos
Neste tópico, passaremos a compreender os principais métodos de avaliação de ativos, tais como: valor em continuidade, avaliação por múltiplos, valor de liquidação e fluxo de caixa descontado.
Valor em Continuidade
Normalmente, as organizações têm como pressuposto a continuidade operacional. Isso quer dizer que em um modelo de avaliação é necessário incluir, além dos valores dos ativos, as oportunidades futuras de crescimento, por exemplo, os novos investimentos e os retornos previstos. “O método do FCD revela o valor dos ativos em funcionamento (existentes) da empresa, mais a riqueza gerada pelos novos investimentos futuros” (ASSAF NETO, 2019, p. 204).
Nesse sentido, é comum que as entidades considerem o seu valor a partir das novas oportunidades de investimentos futuros, isto é, da sua perpetuidade. “O valor da perpetuidade equivale ao seu valor residual (ou terminal), calculado com base no valor presente dos fluxos de caixa previstos para após o período explícito” (ASSAF NETO, 2019, p. 204). Assim, Assaf Neto destaca que o valor da entidade em continuidade supõe que ela terá fluxos de caixa contínuos, isto é, continuará em atividade. O cálculo é feito da seguinte forma:
Valor residual=Fluxo de caixa disponi´vel (n+1)K −gValor residual=Fluxo de caixa disponi´vel (n+1)K −g
Em que:
(n+1) = fluxo de caixa do peri´odo seguinte;(n+1) = fluxo de caixa do peri´odo seguinte;
k = a taxa de desconto na avaliaça~o;k = a taxa de desconto na avaliaça~o;
g = a taxa de crescimento estimado dos fluxos de caixa.g = a taxa de crescimento estimado dos fluxos de caixa.
Assaf Neto (2019) salienta que se deve ter cautela para prever a taxa de crescimento, para que não seja demasiadamente elevada. Para isso, pode-se considerar um percentual inferior ao crescimento da economia. Assim, a perpetuidade é um fluxo de caixa (Fluxo de caixa disponi´vel (n+1)Fluxo de caixa disponi´vel (n+1)) perpétuo, uma vez que considera uma série de fluxos de caixa infinitos iguais que ocorrem no final de cada período. Portanto, o valor presente de uma perpetuidade é igual ao fluxo de caixa periódico, dividido pela taxa de juros (K −gK −g).
Valor de Liquidação
O valor da liquidação é o valor total dos ativos físicos de uma organização, se ela falir e os ativos forem vendidos. Ou seja, esse seria o valor dos ativos existentes, caso fossem vendidos pelo valor de mercado, tais como: estoques, duplicatas a receber, imóveis, instalações, máquinas, equipamentos etc.
“Esse valor pode também ser entendido como o valor que sobraria aos acionistas após a alienação de todos os ativos tangíveis da empresa deduzido do pagamento de todas as dívidas (passivos) existentes” (ASSAF NETO, 2019, p. 206). Isso significa que nesse método de avaliação não se considera o potencial futuro de geração de caixa operacional dos ativos, por isso o valor de liquidação é compreendido como o preço mínimo pelo qual uma entidade pode ser negociada. De acordo com Assaf Neto (2019), se uma empresa não apresenta goodwill positivo, a negociação é realizada com base no valor de liquidação dos ativos.
As duas maneiras legítimas de estimar o valor terminal são estimar o valor de liquidação dos ativos da empresa, assumindo que os ativos sejam vendidos no último ano, ou estimar o valor de entidade em continuidade (going concern value), assumindo que a empresa continue em operação (DAMODARAN, 2018, p. 48).
O valor da liquidação é especialmente importante no caso de falências, por isso os investidores potenciais normalmente farão uma avaliação do valor de liquidação de uma entidade antes de investir, uma vez que buscam descobrir quanto de seus recursos seriam recuperados em caso de falência.
Assim, muitas entidades, que apresentam indícios de inviabilidade econômica de seus negócios, são colocadas à venda no mercado pelo valor de liquidação. “Ao se projetarem os benefícios futuros de caixa, seria apurado um valor presente inferior ao valor de liquidação dos ativos. É uma forma de ‘desmanche’, no qual a soma das partes vale mais que o valor do todo” (ASSAF NETO, 2019, p. 8).
Cabe destacar que em muitos casos o valor de mercado fornece a avaliação mais alta dos ativos — por mais que a medida possa ser menor que o valor contábil, se o valor dos ativos tiver reduzido por causa da demanda do mercado —, e não em relação ao uso comercial.
Avaliação por Múltiplos
A abordagem de múltiplos se baseia na concepção de que ativos semelhantes são vendidos a preços análogos, pois se pressupõe que um índice que compara valor a uma variável específica da organização, como margens operacionais ou fluxo de caixa, seja o mesmo entre empresas correlatas. Assim, essa avaliação relativa busca descobrir o valor corrente dos ativos, mediante a comparação da entidade que está sendo avaliada, e admite como correta a forma como as empresas comparáveis foram avaliadas.
A precificação por múltiplos exige basicamente dois conjuntos de informações: valor de uma empresa comparável e um padrão de referência, como vendas, lucros, EBITDA etc. Dessa forma, pode-se relacionar o valor da empresa com padrões como lucros, vendas, patrimônio líquido, entre outros (ASSAF NETO, 2019, p. 207).
Todavia, cabe destacar que essa forma de avaliação apresenta algumas dificuldades, uma vez que, para fazê-la corretamente, é necessário encontrar uma organização semelhante no mercado, bem como selecionar os múltiplos mais assertivos, o que de certa forma traz algumas imprecisões nos resultados (ASSAF NETO, 2019).
“Duas são as maneiras de adaptar a avaliação relativa às condições especiais das empresas em dificuldade financeira ou decadentes” (DAMODARAN, 2018, p. 143). Dessa forma, é possível ajustar o valor da empresa em questão, pelo fato de estar em dificuldade financeira.
Nesse aspecto, Assaf Neto (2019) recomenda utilizar este método como forma de avaliação adicional de uma empresa ou um ativo, buscando confrontar os resultados com outros encontrados, por exemplo, no método de fluxo de caixa descontado, que é uma metodologia consagrada para avaliação.
Fluxo de caixa descontado
O fluxo de caixa descontado (FCD) é um método que busca descobrir o valor de um investimento hoje, considerando as projeções de quanto dinheiro ele gerará no futuro. Isto é, os fluxos de caixa são estimados partindo-se “das projeções de receitas, margens de lucro, crescimento e retornos esperados dos novos investimentos futuros, e resultados de todas as decisões que influem sobre o valor da empresa” (ASSAF NETO, 2019, p. 209). Para isso, Assaf Neto (2019, p. 209) salienta que é necessário utilizar, por meio do FCD, quatro variáveis fundamentais:
a) Fluxos de caixa futuros esperados;b) Taxa de desconto dos fluxos de caixa que deve representar a remuneração mínima exigida pelos provedores de capital (credores e acionistas);
c) Risco do negócio;
d) Maturidade das projeções, geralmente classificadas em período explícito (previsível) e perpetuidade (continuidade).
O valor presente dos fluxos de caixa descontados é alcançado usando-se uma taxa de desconto que reflete o risco do negócio e a remuneração mínima para o acionista. Para a taxa de desconto, comumente utiliza-se o custo médio ponderado de capital, uma vez que leva em consideração a taxa de retorno esperada pelos acionistas.
O método do fluxo de caixa “propõe dimensionar uma estimativa do valor justo (fair value) de uma empresa, calculado com base em expectativas futuras de retorno e risco do negócio” (ASSAF NETO, 2019, p. 211). No entanto, cabe ressaltar que esta metodologia tem limitações, pois se fundamenta em estimativas de fluxos de caixa futuros, o que pode levar à imprecisão.
LIVRO
Valuation: métricas de valor & avaliação de empresas
Autor: Alexandre Assaf Neto
Editora: Atlas
Ano: 2019
Comentário: leia atentamente o Capítulo 10 desta obra, que trata dos métodos de avaliação de ativos, bem como dos aspectos que envolvem fusão, aquisição e sinergias, o que lhe trará um pouco mais de orientação e auxílio para compreender e solucionar a nossa situação-problema. Leia atentamente o texto proposto antes de fazer sua análise.
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Estratégias Corporativas de Geração de Valor
Uma empresa cria valor quando oferece aos credores e acionistas uma remuneração acima de suas expectativas exigidas, isto é, quando o lucro supera a taxa de remuneração exigida no financiamento de parte dos ativos e em decisões de investimento de risco, respectivamente (ASSAF NETO, 2014).
Nesse contexto, “criação de valor é entendida quando o preço de mercado da empresa apresenta uma valorização decorrente de sua capacidade em melhor remunerar o custo de oportunidade de seus proprietários” (ASSAF NETO, 2014, p. 171). Assim, o processo de criação de valor exige uma compreensão da atratividade do mercado ou do setor em que a empresa atua, em conjunto com a posição competitiva da entidade em relação à concorrência. Diante disso, o desenvolvimento da estratégia competitiva pode ser determinado ou alterado de forma a maximizar a lucratividade da empresa. Para isso, segundo Assaf Neto (2014, p. 172):
Necessário se faz que se identifiquem e executem os ajustes fundamentais para se chegar a esse sistema de estratégias financeiras e políticas empresariais, direcionadas às premissas de uma gestão direcionada ao conceito de valor.
Observe que a criação de valor é o principal indicador de agregação de riqueza, que se realiza por meio da adoção de estratégias financeiras e de diferenciação eficientes. “Para avaliar a capacidade de agregação de valor da empresa, são desenvolvidos direcionadores de valor dos negócios, cobrindo as diversas variáveis das estratégias selecionadas por sua administração” (ASSAF NETO, 2014, p. 176). Direcionadores esses que envolvem variáveis que possuam influência sobre o valor do negócio.
Diante disso, governança, gerenciamento de mudanças, cultura organizacional, comunicação e liderança têm papéis fundamentais na definição de políticas e estratégias que busquem a criação de valor aos acionistas para a organização. “Uma empresa governada preocupa-se, principalmente, com que suas decisões sejam eficazes, com a identificação de maior quantidade de novas estratégias, e vinculem, ainda, a remuneração ao desempenho de riqueza” (ASSAF NETO, 2014, p. 172).
Portanto, a busca por criação de valor é uma abordagem de gerenciamento que permite e suporta a criação de valor máximo nas organizações. Geralmente, essa maximização de valor para o acionista abrange os processos de criação, gerenciamento e medição de valor.
LIVRO
Análise e avaliação de empresas: decisões e valuation usando demonstrativos financeiros
Autores: Krishna G. Palepu e Paul M. Healy
Editora: Cengage Learning
Ano: 2016
Comentário: o Capítulo 11 trata dos aspectos voltados para as fusões e aquisições, resumindo como os dados das demonstrações podem ser avaliados pelos analistas. Inclui, ainda, uma discussão relevante para outros interessados no processo de fusão e aquisição, como empresários, gestores das empresas adquirentes e bancos de investimentos, o que lhe trará um pouco mais de orientação e auxílio para compreender e solucionar a nossa situação-problema. Leia atentamente o texto proposto antes de fazer sua análise.
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Fusões, Aquisições e Sinergias
Na fusão, as entidades deixam de existir de forma individual e passam a ser uma única sociedade, cedendo às empresas fundidas todos os direitos e obrigações. Já na aquisição, elimina-se a empresa adquirida, permanecendo somente a sociedade adquirente (ASSAF NETO, 2019).
As fusões e aquisições têm como finalidade formar uma nova entidade com valor de mercado acima da soma das avaliações das organizações separadas e que traga retornos mais elevados. Assim, conforme Assaf Neto (2019), os principais ganhos nessas operações são conhecidos como sinergias, que podem ser identificadas mediante:
a. extinção de concorrentes do mercado;
b. ganhos de sinergia mediante a redução nos custos operacionais, a centralização de sistemas e elevação da eficiência na produção, nas vendas e na distribuição, as perspectivas de novas receitas, a organização de forma lógica do capital investido no negócio, entre outros;
c. minimização de riscos operacionais perante a diversificação de fornecedores, produtos, mercados, clientes etc.;
d. diminuição do custo de capital por causa da minimização do risco diversificável e das adequações na estrutura de capital;
e. elevação da participação de mercado, além de um maior poder de negociação com fornecedores, distribuidores e clientes;
f. acesso a novos mercados e canais de distribuição, ampliando mercado;
g. benefícios fiscais pela utilização de prejuízos fiscais acumulados, créditos de ICMS e IPI, e melhor emprego do planejamento tributário.
h. diminuição do tempo de aprendizagem pela empresa, por causa do conhecimento mantido pela outra organização.
“Os benefícios descritos da sinergia devem se refletir nos fluxos futuros previstos de caixa. Dessa forma, a sinergia, de forma mais geral, pode ser determinada também pelo valor presente dos benefícios incrementais de caixa” (ASSAF NETO, 2019, p. 213). Nesse aspecto, vale destacar que as sinergias levam um tempo para acontecer, isto é, normalmente não são efetivas imediatamente após a fusão. Elas se formam dois ou três anos depois da fusão — período conhecido como fase inicial, em que as eficiências operacionais, redução de custos e novas receitas lentamente são absorvidas na organização.
Nesse contexto, as fusões podem ser horizontais, verticais e por conglomerado. A fusão horizontal, com o objetivo de redução de custos e busca de maior eficiência operacional, ocorre mediante a união de duas ou mais empresas que atuam no mesmo segmento de mercado (concorrentes), segundo Assaf Neto (2019). O autor indica ainda que a fusão vertical, focada nos consumidores e fornecedores de insumos, ocorre quando as entidades negociam produtos presentes em estágios distintos da mesma cadeia produtiva, eliminando custos e intermediação.
Por fim, conforme Assaf Neto (2019), a fusão por conglomerado tem como objetivo redução dos custos de distribuição, diversificação de ativos e redução dos riscos, ocorrendo quando as organizações atuam em negócios distintos, por exemplo: a fusão de uma indústria de estética com uma indústria de bebidas.
LIVRO
Startups e inovação: direito no empreendedorismo (entrepreneurship law)
Autora: Keila dos Santos et al.
Editora: Manole
Ano: 2017
Comentário: o Capítulo 4 do livro trata da due diligence e dos demais direitos empresariais e societários para empreendedores, o que lhe trará um pouco mais de orientação e auxílio paracompreender e solucionar a nossa situação-problema. Leia atentamente o texto proposto antes de fazer sua análise.
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Conclusão
Neste roteiro de estudos, você teve a oportunidade de compreender os aspectos que envolvem o mercado de capitais e valuation. Vimos que o mercado de capitais, ou mercado de valores mobiliários, refere-se a títulos patrimoniais que são lançados pelas empresas no mercado para a captação de recursos em médio e longo prazo. Esses títulos, por sua vez, são negociados, inicialmente, no mercado primário e, depois, no secundário; assim, possibilitam a captação de recursos de longo prazo, dando suporte para os investimentos no setor produtivo nacional e estimulando o crescimento econômico e a renda.
Além disso, estudamos os métodos de avaliação de ativos (valor em continuidade, avaliação por múltiplos, valor de liquidação e fluxo de caixa descontado) e as estratégias utilizadas para a formação de valor. Portanto, compreendemos a importância de combinar os métodos de avaliação para tomar uma decisão mais assertiva. Ainda, pudemos aprender que a principal finalidade de uma fusão e aquisição é a formação de sinergias, e esta, por sua vez, indica o quão bem-sucedido foi o processo de fusão ou de aquisição. Esse sucesso, contudo, só pode ser constatado dois ou três anos após a realização desse processo.
Referências
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
ASSAF NETO, A. Valuation: métricas de valor & avaliação de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019. (Biblioteca Laureate).
CARRETE, L. S.; TAVARES, R. Mercado financeiro brasileiro. São Paulo: Atlas, 2019.
DAMODARAN, A. Valuation: como avaliar empresas e escolher as melhores ações. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
PALEPU, K. G.; HEALY, P. M. Análise e avaliação de empresas: decisões e valuation usando demonstrativos financeiros. São Paulo: Cengage Learning, 2016. (Biblioteca Laureate).
PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
SANTOS, J. O. Valuation: um guia prático. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. (Biblioteca Laureate).
SANTOS, K. et al. Startups e inovação: direito no empreendedorismo (entrepreneurship law). Barueri: Manole, 2017. (Biblioteca Laureate).
SERRA, R. G. Valuation: guia fundamental e modelagem em Excel. São Paulo: Atlas, 2019. (Biblioteca Laureate).

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