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AO JUÍZO DA VARA CIVIL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS – SC
Gabriela, solteira, modelo fotográfica, inscrito no CPF sob nº xxx , email: xxx , residente e domiciliado na xxx , vem à presença de Vossa Excelência, por seu representante constituído propor AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS, em face de Bela Musa.
dOS FATOS 
Gabriela, aos dezenove anos de idade, foi convidada a participar, na condição de modelo fotográfica, de uma campanha da marca denominada Realeza. Para tanto, seria fotografada vestindo roupas e acessórios da marca. Gabriela receberia, conforme avençado em contrato, para autorizar a divulgação de sua imagem em campanhas publicitárias, o valor de R$ 100.000 (cem mil reais), em 10 (dez) parcelas de R$ 10.000 (dez mil reais), que seriam pagas à medida em que realizadas as sessões fotográficas. Após a assinatura do contrato entre as partes, Gabriela realizou duas sessões, uma por mês; portanto, recebeu R$ 20.000 (vinte mil reais).
 Em seguida, pouco antes de realizar a terceira sessão de fotos, Gabriela entrou em contato com a empresa Bela Musa, atuante no ramo de cuidados estéticos, para realizar um tratamento a laser e retirar uma pequena marca em sua perna direita – buscando aperfeiçoar-se em seu ofício de modelo fotográfica; e de fato, acabou firmando contrato com essa empresa. Gabriela comprometeu-se a pagar à Bela Musa o valor de R$ 8.000 (oito mil reais), em 4 (quatro) parcelas de R$ 2.000 (dois mil reais); comprometendo-se a Bela Musa, por sua vez, a retirar a marca de Gabriela, sem deixar resquícios quaisquer – justamente conforme anunciava em sua oferta publicitária. Realizou-se, assim, a primeira sessão de laser, e a marca, de fato, foi reduzida. Contudo, na segunda sessão para retirada da marca, o funcionário da Bela Musa, ao aplicar o laser, o fez na perna esquerda (em vez de fazê-lo na direita); além disso, a potência do instrumento, possivelmente desregulada, causou uma grave queimadura em Gabriela, que teve de ser levada às pressas ao hospital local. Como resultado, a perna esquerda de Gabriela ficou com uma cicatriz da queimadura causada pelo laser.
Contudo, a empresa Realeza (contratante para as sessões fotográficas). antes de realizar a terceira sessão fotográfica, rescindiu unilateralmente o contrato e interrompeu os pagamentos, alegando não ser mais possível divulgar sua marca pela modelo Gabriela, que apresentava uma recente cicatriz, inexistente ao tempo da contratação. 
Mediante a toda situação vivenciada por Gabriela, o presente contrato de prestação de serviços de estética da Empresa Bela Musa, não foi interrompido, como havia sido solicitado por ela. Continuou vigente e todo o pagamento foi realizado por Gabriela, através de cobranças mensais em seu cartão de crédito, conforme demonstrado por extratos pela operadora do cartão. 
Gabriela, visivelmente abalada psicologicamente pelos fatos ocorridos – mesmo após tanto tempo passado entre os fatos e a reunião com você – , relatou ainda, que teve de arcar com novo tratamento estético para retirar a cicatriz causada pela queimadura, e para tanto desembolsou R$ 18.000 (dezoito mil reais); ainda assim, conforme laudo médico que demonstrou à Gabriela que seria impossível retirar completamente a cicatriz, o que lhe causou transtornos recentes e para sempre, como a própria relatou. Quanto à empresa Realeza, simplesmente o contrato não foi restabelecido.
 Da análise destes fatos, percebe-se nitidamente a conduta lesiva de total imperícia do Réu, o qual prestou o serviço de forma irresponsável.
Evidentes, portanto, os danos materiais e morais e estéticos que recaíram sobre o Autor, gerando o dever de indenizá-lo.
DO DIREITO
O direito do autor se resguarda primeiramente na Constituição Federal em seu em seu art. 5º, inciso V, senão vejamos: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.
Também art. 5º, inciso X da Constituição Federal de 1.988: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”
No mesmo sentido, trata-se da aplicação direta e inequívoca do Código Civil, que tratou de prever o dever de indenizar nos casos de lesão ou ofensa à saúde:
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Vale trazer clausulas gerais do código civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Portanto, inequívoco o dever indenizatório dos Réus.
DA TEMPESTIVIDADE
O prazo será prescricional e de 5 (cinco) anos, conforme dispõe o art. 27 do CDC e contado a partir “do conhecimento do dano e de sua autoria”, vejamos:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Portanto, o prazo não se esgotou, restando um ano para a propositura da ação.
DA COMPETÊNCIA
A ação poderá ser proposta no domicílio do autor (o próprio consumidor), conforme dispõe o art. 101, inc. I do CDC, senão vejamos:
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor.
DO ENQUADRAMENTO NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
A norma que rege a proteção dos direitos do consumidor, define, de forma cristalina, que o consumidor de serviços deve ser abrigado de condutas danosas de todo e qualquer fornecedor, nos termos do art. 3º do referido Código.
Com esse postulado, o Réu não pode eximir-se das responsabilidades inerentes à sua atividade.
Vejamos os dispositivos referentes ao CDC:
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Demonstrada a relação de consumo, resta consubstanciada a configuração da necessária inversãodo ônus da prova, pelo que reza o inciso VIII, do artigo 6º, do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que demonstram a verossimilhança do pedido, conforme disposição legal:
“Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
(...) VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”.
Trata-se da materialização exata do Princípio da Isonomia, segundo o qual, todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, observados os limites de sua desigualdade, como já deliberado pelo STJ:
"(...) aos atos técnicos praticados de forma defeituosa pelos profissionais da saúde vinculados de alguma forma ao hospital, respondem solidariamente a instituição hospitalar e o profissional responsável, apurada a sua culpa profissional. Nesse caso, o hospital é responsabilizado indiretamente por ato de terceiro, cuja culpa deve ser comprovada pela vítima de modo a fazer emergir o dever de indenizar da instituição, de natureza absoluta (arts. 932 e 933 do CC), sendo cabível ao juiz, demonstrada a hipossuficiência do paciente, determinar a inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, do CDC)." (REsp 1.145.728/MG, Relator o Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJe de 28.6.2011).
Assim, diante da inequívoca e presumida hipossuficiência técnica, indispensável concessão do direito à inversão do ônus da prova, que desde já requer.
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA DOS RÉUS
Inquestionável a responsabilidade objetiva do requerido, a qual independe do seu grau de culpabilidade, uma vez que incorreu em uma falha, gerando o dever de indenizar, nos termos do Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 14:
Art. 14. O fornecedor de serviço responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
No mesmo sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE PASSIVA E DENUNCIAÇÃO A LIDE AFASTADAS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO HOSPITAL POR ERRO MÉDICO. PROVA DOS AUTOS QUE NÃO AFASTA, A PRIORI, A RESPONSABILIDADE DO NOSOCÔMIO. LEGITIMIDADE PASSIVA CONFIGURADA. A jurisprudência do Superior tribunal de Justiça tem assentado o entendimento de ser solidária a responsabilidade dos Hospitais para as hipóteses de erro médico. In casu, em que pese o Hospital recorrente alegar a inexistência de relação jurídica com a Autora/Recorrida, deixou de juntar aos autos a prova do quanto alegado, não desconstituindo, neste momento processual, os fundamentos elencados na exordial, configurando a legitimidade do Hospital para figurar no polo passivo da demanda. Agravo de instrumento conhecido e negado provimento. (Classe: Agravo de Instrumento, Número do Processo: 0000942-95.2015.8.05.0000, Relator (a): Mário Augusto Albiani Alves Junior, Turma Cível da Câmara Especial do Extremo Oeste Baiano, Publicado em: 16/12/2015).
Imperativo, portanto, que o requerente seja indenizado pelos danos causados em decorrência erro, em razão de ter sido vítima de completa e total negligência do demandado, assim como pelo abalo moral e prejuízo estético.
DO DANO PATRIMONIAL e lucros cessantes
A indenização material consiste na reposição de tudo quanto a vítima teve que despender em função da falha, bem como tudo quanto ficou impedido de ganhar, o que é doutrinariamente chamado de lucros cessantes.
É indiscutível a condenação ao pagamento de todas as despesas decorrentes do novo tratamento estético para retirar a cicatriz causada pela queimadura, e para tanto desembolsou R$ 18.000 (dezoito mil reais); ainda assim, conforme laudo médico que o demonstra, Gabriela soube que seria impossível retirar completamente a cicatriz, o que lhe causará transtornos para sempre.
Ademais, o Autor foi impedido de exercer suas atividades profissionais por um período de 4 anos, aproximadamente, deixando de perceber, no mínimo, o montante de R$ 80 mil reais.
Tais despesas totalizam um valor aproximado de R$ 98 mil reais, cujas parcelas e provas em específico restam demonstradas na memória de cálculo, anexa a esta inicial.
Em relação aos lucros cessantes, importante trazer o disposto no art. 402, do Código Civil de 2002: “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”.
DOS DANOS MORAIS
Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova que junta no presente processo, o réu deixou de cumprir com sua obrigação primária de zelo e cuidado nas atividades.
Segundo a jurisprudência, dano moral é:
"Lição de Aguiar Dias: o dano moral é o efeito não patrimonial da lesão de direito e não a própria lesão abstratamente considerada. Lição de Savatier: dano moral é todo sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária. Lição de Pontes de Miranda: nos danos morais, a esfera ética da pessoa é que é ofendida; o dano não patrimonial é o que, só atingindo o devedor como ser humano, não lhe atinge o patrimônio." (TJRJ. 1a c. - Ap . - Rel. Carlos Alberto Menezes - Direito , j. 19/11/91-RDP 185/198).
A Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça elucida o tema da seguinte forma:
"O dano moral alcança prevalentemente valores ideais, não goza apenas a dor física que geralmente o acompanha, nem se descaracteriza quando simultaneamente ocorrem danos patrimoniais, que podem até consistir numa decorrência de sorte que as duas modalidades se acumulam e tem incidências autônomas.".
Trata-se de dano que independe de provas, conforme entendimento dos tribunais:
RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. DANO MORAL. - AGRAVO RETIDO.(...). - CULPA DAS RÉS. A questão já foi decidida. Trânsito em julgado. Não há mais espaço para se rediscutir fatos já decididos. Eficácia preclusiva da coisa julgada (art. 474). - DANO MORAL. O indispensável para a indenização não é a prova do dano moral em si, isto é, do aborrecimento, do abalo à pessoa física no seio da sociedade: basta a prova dos fatos ilícitos que sejam por si só aptos a gerar dano moral na vítima (dano in re ipsa). - VALOR DO DANO MORAL. MINORAÇÃO. No caso concreto, revela-se adequado e proporcional o valor de R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). O montante não causa enriquecimento indevido ao autor, nem exagerado fardo financeiro às rés. Juros a partir da citação, pela excepcionalidade (demora no ajuizamento) e correção monetária a partir do presente julgamento. - HONORÁRIOS. Muito embora tenha havido a reforma parcial da sentença, deve ser levado em conta que o autor decaiu de parte mínima do pedido, ficando, portanto, mantidos os ônus da sucumbência. O valor fixado pelo magistrado a quo não se mostra exagerado, como aduz a ré, pois de acordo com o disposto no art. 20, § 3º, do CPC. Dá-se PROVIMENTO EM PARTE aos recursos das rés. (APL 00734997220048260100 SP 0073499-72.2004.8.26.0100 Relator (a): Enio Zuliani 4ª Câmara de Direito Privado:14/09/2015)
RECURSOS DE APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTE DE ERRO MÉDICO - MORTE DE RECÉM-NASCIDO - ERRO MÉDICO – AUSÊNCIA DE DIAGNÓSTICO NO HOSPITAL QUE REALIZOU O PARTO - DANOS MORAIS – QUANTUM INDENIZATÓRIO RAZOÁVEL – JUROS DE MORA A PARTIR DA CITAÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSOS DESPROVIDOS. 
Configura-se agir culposo a ausência de diagnóstico, por parte da equipe médica do hospital, de patologia de recém nascido, que recebeu alta e, levado à outros hospitais, passando para cirurgia, veio a óbito, em razão de diagnostico tardio. Resta caracterizado o dever de indenizar o genitor pelos danos morais decorrentes do mencionado falecimento. O quantum indenizatório por danos morais deve ser fixado em consonância com os precedentes do colendo STJ.
 O entendimento doSuperior Tribunal de Justiça é de que os juros moratórios são contados da data da respectiva citação nas hipóteses de responsabilidade contratual, como no caso dos autos. (Ap 141701/2016, DES. SEBASTIÃO BARBOSA FARIAS, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Julgado em 21/02/2017, Publicado no DJE 24/02/2017)
Portanto, o arbitramento justo do dano moral é medida que se impõe.
DO DANO ESTÉTICO
Maria Helena Diniz preconiza que “O dano estético é toda alteração morfológica do indivíduo, que além do aleijão, abrange as deformidades ou deformações, marca e defeitos, ainda que mínimos, e que impliquem sob qualquer aspecto um afeamento da vítima, consistindo numa simples lesão desgostante ou num permanente motivo de exposição ao ridículo ou de complexo de inferioridade, exercendo ou não influência sobre sua capacidade laborativa”.
O Código Civil, em seu artigo 949, preconiza que: 
“Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido”.
Desde modo, ante todas as imagens, resta configurado o dano estético sofrido pela autora.
Vale trazer a Súmula 387/STJ: “é lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O Autor encontra-se desempregado, não possuindo condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência, cópia dos seus contracheques juntado em anexo.
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, e, pelo artigo 98, do CPC, requer seja deferida a AJG ao requerente.
DOS PEDIDOS
Posto isso, a parte autora pugna pela integral procedência da presente ação, e em especial, requer:
Citação. A citação pelo correio, com fulcro nos arts. 246 e 248, ambos do CPC/2015, para que a requerida compareça à audiência de conciliação e mediação na data a ser designada e para que, em querendo, apresente contestação, sob pena de revelia, com base no art. 344, do CPC;
Produção de Provas. Requer-se a produção de todos os meios de prova admitidos em Direito, e em especial a produção de prova testemunhal, cf. art. 442, do CPC, para demonstrar a presença dos elementos da responsabilidade civil, assim como para explicitar a ocorrência dos efetivos prejuízos sofridos pela parte requerente;
Condenação. Pugna-se pela procedência integral da presente ação, a fim de que seja condenada a parte requerida a indenizar os danos patrimoniais à parte autora, nos seguintes valores:  danos emergentes: R$ 18.000,00 (dezoito mil reais); danos emergentes: R$ 8.000,00 (oito mil reais); lucros cessantes: R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); assim como ao pagamento de indenização pelos danos extrapatrimoniais à autora, do seguinte modo: danos morais: R$ 20.000,00 (vinte mil reais); danos estéticos: R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 
Condenação em Custas e Honorários Advocatícios Sucumbenciais. Requer-se a condenação da parte requerida, cuja sucumbência se espera, ao pagamento das custas processuais, conforme previsto no artigo 82, § 2º, CPC/15, bem como os honorários advocatícios sucumbenciais, nos moldes do artigo 85, CPC/15 
Informa-se o devido recolhimento das custas processuais iniciais.
Nestes termos, pede deferimento
Florianópolis, 08 de março de 2021
OAB/ xxx ....

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