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FARMACOLOGIA – 07/05/2021 Glicocorticoides Também chamados de AIEs (antiinflamatórios esteroidais), corticoides ou corticosteroides São drogas poderosas, derivadas do hormônio cortisol, produzido pela glândula suprarrenal Substâncias esteroidais que alteram profundamente a respostas imunocelular e humoral do paciente o Dessa forma, essa modulação da resposta imunológica, vai prevenir ou suprimir a inflamação o Inflamação pode ser induzida por vários aspectos, como: radiação, processos mecânicos ou químicos, infecções e imunológicos o Muitas vezes, o uso do medicamento acaba mascarando a patologia de base supressão dos sintomas paciente toma o medicamento, melhora da inflamação e mascara os sintomas de base, da doença de base Ação nuclear, logo, em muitos casos, a resposta é mais duradoura no organismo Efeitos colaterais mais persistentes e agressivos, se comparados com os AINEs Principais ações: 1. Antiinflamatório 2. Imunossupressor 3. Antialérgico Também podem ser usados para no controle de uma dor (inflamatória, dor forte, dor na coluna..) São indicados para procedimentos pré-operatórios comuns, hiperatividade respiratória (asma), reações anafiláticas, alergias medicamentosas, desordem dos tecidos conectivos e doenças autoimunes Efeitos não são imediatos o O início da ação pode demorar para ser percebido, uma vez que se trata de um medicamento de origem hormonal e ação nuclear Ideal é fazer o tratamento completo Fármacos derivados do CORTISOL o Hormônio endógeno o Tem ação de adaptação no organismo em situações de estresse o Ao ser sintetizado, dá origem à hidrocortisona: primeiro medicamento da classe a ser sintetizado o Funções: Aumenta glicose, logo, fornece mais energia uso crônico pode levar à diabetes Eleva pressão arterial pode causar, associado com o aumento do tônus, uma hipertensão sistêmica ou uma hipertensão ocular (glaucoma Aumenta tônus cardíaco Prepara o organismo para combater insultos FÁRMACOS DA CLASSE Exemplos de fármacos da classe, os mais comumente comercializados e prescritos: 1. Betametasona 2. Dexametasona 3. Hidrocortisona 4. Prednisona 5. Presnisolona 6. Triancinolona Hidrocortisona foi o primeiro medicamento da classe a ser sintetizado e é comumente usada em preparações para uso tópico, em pomadas e cremes, por exemplo Betametasona apresenta-se na forma de injetável só é prescrita, geralmente, de 3 em 3 meses ou de 6 A partir da hidrocortisona, foram feitas modificações nas cadeias laterais e os outros representantes da classe foram obtidos Todos esses possuem um radical comum: COLESTEROL Modificações laterais servem para diminuir ou aumentar o tempo de meia-vida e, também, o efeito farmacológico que ele tem no organismo (quando se fala em supressão do hipotálamo) em 6; em casos de patologias mais graves, pode ser prescrita com uma duração menor o Vendida sem receita o Também pode ser comercializada na forma de pomada Não podem ser tomados com muita frequência efeitos a longo prazo acumulam-se no organismo e desencadeiam efeitos colaterais permanentes Dexametasona apresenta-se como comprimidos, xarope, elixir e pomada ou creme o Estava sendo muito usada para o controle da dor de viroses como, por exemplo, chicungunya o Só pode usar até 7 dias, depois disso, há efeitos colaterais o Dexametasona na forma de pomada ou creme é muito usada em associação com antifúngico e antibacterianos muito utilizada em casos de urticária, coceira, picada de mosquito, micose, frieira... o É imunossupressor, ou seja, a imunidade baixa por isso que funciona tão bem como antialérgico: se há diminuição da imunidade haverá, consequentemente, uma reação a corpos estranhos o Também tem sido muito usado em casos de covid-19 tratamento dos sintomas da reação inflamatória associada mas que não pode ser usado de maneira preventiva Prednisona e Prednisolona (metabólito ativo da prednisona): muito utilizados como medicamentos para tosse, rinite alérgica e inflamação na garganta o Funcionam muito bem para casos de inflamações da via respiratória o Muito usado na pedriatria o Deve ser usado com cautela: não deve tomar o frasco todo, baixa a imunidade doenças oportunistas, diabetes, hipertensão.. além de ser feito o desmame o Vendido em forma líquida e comprimidos Triancinolona é muito utilizada para aftas (inflamações de mucosa oral) FARMACOCINÉTICA Todos são muito bem absorvidos no TGI o São lipossolúveis o Base de corticoide hormônio lipídeo Apresentam boa absorção tópica o Vai depender da dimensão da área exposta e existência ou não de lesão cutânea o Muitas vezes se tem uma absorção muito grande desses medicamentos, mesmo utilizando de forma tópica pode ser devido a uma interação medicamentosa Via inalatória é aquela que apresenta a menor absorção sistêmica o Essa via é muito volátil, por causa da respiração o Ação local e de rápida eliminação o Apresenta efeitos colaterais menores o Pode ser feito nebulização, na forma de bombas de asma e soro nasal São metabolizados via hepática Apresentam eliminação renal CLASSIFICAÇÃO Classificação quanto ao tempo de supressão da imunidade Ação curta: cortisona e hidrocortisona o Supressão por 8-12 horas Ação intermediária: prednisona, prednisolona, metilprednisolona e triancinolona o Supressão de 12-36 horas Ação longa: dexametasona e betametasona o Supressão por 36-72 horas MECANISMO DE AÇÃO Vão agir a nível nuclear Por serem altamente lipossolúveis, atravessam a membrana plasmática, ligam-se ao seu receptor no citoplasma e, esse complexo formado entre hormônio e receptor, vai migrar para o núcleo o No núcleo, vai induzir a atividade nuclear o Atividade nuclear: supressão de um gene pró- inflamatório ou ativação da transcrição de um gene antiinflamatório A resposta demora porque é a nível nuclear o Precisa ativar ou reprimir a síntese de algum gene Transativação: síntese de proteínas antiinflamatórias, lipocortina-1 e lkB, e de proteínas que atuam no metabolismo sistêmico (proteínas que promovem gliconeogênese) Transrepressão: efeito inibitório da proteína ativadora 1 (AP-1) e o fator nuclear kB (NF-kB) o Há redução de: IL-6, IL-2, TNF-α e PGs A ação do medicamento vai ser a soma das ações a nível nuclear: ativação de substâncias antiinflamatórias e repressão de substâncias inflamatórias Mecanismo de ação antiinflamatório dos corticoides: o Fosfolipídeos de membrana vão sofrer ação da enzima fosfolipase A2, a qual degrada os fosfolipídeos e produz ácido araquidônico o Ácido araquidônico vai ser substrato de duas enzimas: COX (1 e 2) e lipoxigenase quando sofre ação da COX, produz prostaglandinas (envolvidos nos casos de dor, febre e inflamação) e tromboxanos (agregação plaquetária) e, quando sofre ação da lipoxigenase, produz leucotrienos (vão causar broncoconstrição e quimiotaxia de polimorfos mononucleares, ou seja, das células de defesa) o Quando o glicocorticoide atravessa a membrana e se liga ao receptor, indo em direção ao núcleo da célula, ele aumenta a expressão da enzima lipocortina (também conhecida por anexina) aumentando essa enzima, há inibição a fosfolipase A2 o Inibindo a fosfolipase A2 deixa de degradar fosfolipídeos e não se tem a formação de ácido araquidônico não vai ter ação da COX (logo não vai ter a produção de prostaglandinas relacionadas a dor, febre e inflamação) e nem da lipoxigenase (se não tem ação de leucotrienos, não tem broncoconstrição e nem quimiotaxia das células de defesa) Ação do medicamento quanto a inflamação:age em uma via ANTES DA COX o Dessa forma, são muito bons para o tratamento da asma deixa de produzir leucotrienos o Sem leucotrienos sem broncoconstrição Além de ter ação como antiinflamatório e imunossupressor para o controle de alergia, esses medicamentos agem no metabolismo de carboidratos, aminoácidos e lipídeos AÇÕES FISIOFARMACOLÓGICAS o Tem-se problemas de efeitos colaterais o Carboidratos: tem ação hiperglicemiantes Aumento da gliconeogênese Liberação de glicose do fígado para a circulação Inibem a captação de glicose pelos músculos Resultado disse é uma hiperglicemia, ou seja, paciente vai desenvolver uma diabetes medicamentosa acontece com uso crônico, repetitivo ou em pacientes com predisposição Contraindicação: pacientes diabéticos descontrole da glicose sistêmica, precisa ajustar a dose do antidiabético o Proteína: apresenta balanço negativo Aumenta a síntese de enzimas específicas Aumento do catabolismo proteico nos músculos, epiderme e tecido conjuntivo Paciente vai apresentar a pele fina, adelgaçamento da pele e fraqueza muscular hipotrofia dos músculos o Lipídeos: redistribuição de gorduras Lipólise: liberação de ácidos graxos e glicerol Ação lipogênica: faz com que o organismo armazene gordura em locais específicos (abdome, face e costas) Efeito: aumento do peso do paciente e edema (são medicamentos mineralocorticoides, ou seja, causam retenção de líquidos) RELAÇÃO RISCO x BENEFÍCIO Mascara a doença de base o É preciso diagnosticar a doença de base para poder prescrever o medicamento Devido a imunidade baixa, o paciente pode apresentar doenças oportunistas o É muito comum a presença de infecções fúngicas e pneumonia o Pode até reativar uma doença que já tinha sido controlada como, por exemplo, herpes labial Identificar o grupo de risco para evitar o descontrole da doença o Se o paciente é diabético e precisa fazer uso de corticoide por muito tempo, ou vai ser preciso ajustar a insulina ou ajustar o antidiabético oral INDICAÇÕES CLÍNICAS 1. Asma 2. Inflamação: pele, olhos, ouvido e nariz 3. Hipersensibilidade/alergia 4. Doenças autoimune 5. Artrite reumatoide 6. Doenças enxerto/hospedeiro 7. Reposição 8. Neoplasias INTERAÇÃO COM OUTROS MEDICAMENTOS Fenitoína, barbitúricos, carbamazepina e rifampicina: aceleram o metabolismo hepático dos glicocorticoides o Como consequência: podem diminuir o efeito farmacológico Antiácidos: diminuição da biodisponibilidade dos glicocorticoides (GC) o Como consequência: podem diminuir o efeito farmacológico Insulina, hipoglicemiantes orais, anti-hipertensivos, medicações para glaucoma, hipnósticos e antidepressivos: têm suas necessidades aumentadas pelos glicocorticoides (GC) o Como consequência: alterações da glicemia, pressão arterial e pressão intraocular Digitálicos (na hipocalemia): GC podem facilitar a toxicidade associada à hipocalemia o Como consequência: pode haver acentuação da toxicidade digital devido à alteração eletrolítica Estrogênicos e contraceptivos: aumentam a meia-vida dos CG o Como consequência: aumento do efeito farmacológico Antiinflamatórios não esteroides: aumento da incidência de alterações gastrointestinais o Como consequência: aumento da incidência de úlcera Vacinas e toxóides: atenuam a resposta o Como consequência: potencialização da replicação dos microrganismos em vacina de vírus vivos Diuréticos depletadores de potássio: acentuação da hipocalemia o Como consequência: repercussão clínica devido à hipocalemia Salicilatos: diminuição dos níveis plasmáticos o Como consequência: diminuição da eficácia do salicilato TRATAMENTO COM GLICOCORTICOIDES Efeitos clínicos terapêuticos: o Células imunes imunossupressor o Efeitos sobre células, tecidos e órgãos antiinflamatório, antialérgico e alívio de dores o Vasos diminuição da permeabilidade Efeitos clínicos adversos: o Músculos miopatia o Ossos osteoporose e osteonecrose o SNC e eixo hipotalâmico-pituitário neuropsiquiátrico e insuficiência hipotalâmica-pituitária o Metabolismo aumento de peso/obesidade, retenção hídrica/edema, aparência Cushingóide, disfunção metabólica e glicose o Pele equimoses e pele fina o Olhos catarata e glaucoma o Infecções cardiovasculares Efeitos indejesáveis: o Síndrome de Cushing o Nervosismo o Insônia o Úlceras o Infecções o Hipertensão o Hiperglicemia o Glicosúria o Osteoporose O QUE ACONTECE COM O GLAUCOMA? o Aumento da pressão intraocular o Dexametasona, na forma de colírio, apresenta ação local 0,1% aumentou em até 6mmHg 5% desse valor ultrapassou o caso de 15mmHg o Não é certeza do paciente apresentar glaucoma ou não o Uso: baixa, média e alta potência Não se sabe o tempo de administração e a dosagem suficiente No caso da OSTEOPOROSE: o O hipercortisolismo crônico é a causa mais frequente de osteoporose secundária o 30-35% dos pacientes com síndrome de Cushing apresentam fraturas de vértebras por compressão o 50% dos pacientes com síndrome de Cushing apresentam fraturas de fêmur HIPERTENSÃO: o Comum em 20% dos pacientes o O controle da hipertensão pode ser feito pelo ajuste da dose ou pelo uso de doses diferentes da medicação em dias alternados o O uso crônico de doses baixas por períodos longos de tempo não parecem desencadear a hipertensão arterial DIABETES: o Hiperglicemia induzida por glicocorticoides (HIG) é sinônimo de aumento anormal da glicose plasmática associada ao uso de glicocorticoides num doente com ou sem história prévia de diabetes o Aumento da gliconeogênese hepática o Diminuição da captação periférica de glicose o Diminuem a sensibilidade à insulina o Antagonizam efeito da insulina o Inibem a secreção de insulina pelas células-β o Aumento de ácidos graxos livres- lipotoxicidade: afetam a função da célula-β ALERTA!!! Uso crônico pode mascarar possíveis sintomas infecciosos Susceptibilidade para infecções intra-celulares, por fungos e por Pnemocystis jiroveci Suspensão das doses deve ser lenta e gradual, para que o hipotálamo volte a produzir corticoide endógeno (Cortisol) e não se tenha instalação da síndrome de Addison iatrogênica e nem reativação da doença de base Suspensão brusca após o uso contínuo de altas doses pode desencadear: hipotensão e choque, hipertermia, desidratação, taquicardia, náusea e vômito, anorexia, fraqueza e apatia, hipoglicemia, confusão mental e desorientação A redução deve ser tanto mais lenta quanto maior for o tempo e a dose da corticoterapia administrada o Dose ≥ a 40 mg/dia de prednisona: 10mg por semana o Dose diária de 20-40mg/dia: 5mg/semana o Dose ≤ 20m/dia: redução mais lenta O uso abusivo de corticoides pode causar sérios danos no organismo e, ainda, repercutir em outras regiões não esperadas o Como acontece aumento da hipertensão ocular, durante o uso sistêmico destes compostos Enquanto se aguarda o desenvolvimento de novos GC com máximo efeito antiinflamatório e imunossupressor, além de baixos riscos, deve-se continuar a usar os GC tradicionais com a certeza de que, utilizados de maneira racional, seus benefícios serão maiores que seus possíveis efeitos adversos Antihistamínico São mais conhecidos como antialérgicos Também são utilizados para controlar náusea e vômito, bem como o tratamento de úlcera péptica Medicamentos que inibem a ação da HISTAMINA HISTAMINA Dependendo do que essa histamina está causando no corpo, tem-se um efeito do medicamento/tratamento É umaamina biogênica Conhecida como autacóide: aumenta ou diminui a atividade de tecidos adjacentes Mediador inflamatório envolvido na regulação do ácido gástrico e na neurotransmissão Sintetizada a partir do aminoácido L-histidina o Sendo armazenada e liberada por mastócitos e basófilos do sistema imune o Degranulação dos mastócitos é a responsável pelo aparecimento da alergia e, também, pela presença de células enterocromafim-símile (ECL) no TGI (envolvidas na regulação do ácido gástrico) o Vai ser armazenada no SNC também, regulando a vigília Liberação: em grandes quantidades durante a fase imediata da reação alérgica Metabolização: rapidamente no fígado o Metabólito gerado: ácido imidazolacético (eliminado via renal) Farmacologicamente falando, existem dois receptores que estão envolvidos com ações farmacológicas: receptor H1 e H2 AÇÕES DA HISTAMINA: OUTRAS AÇÕES DA HISTAMINA: o Pulmão: contração do músculo liso brônquico Asmáticos são 1000x mais sensíveis à histamina o Tecidos/ ações celulares: microvasculatura local seja ingurgitada com sangue, aumentando o acessos das células imunes e causando rubor Contração das células endoteliais vasculares: escape de proteínas plasmáticas e líquido das vênulas pós-capilares formação de edema o Terminações nervosas: causa prurido e dor Ação despolarizante direta da histamina sobre as terminações nervosas aferentes Manifestações clínicas: o No nariz: Estimula as terminações nervosas sensoriais causa prurido e espirros Aumenta a permeabilidade vascular causa edema e obstrução Estimula secreções glandulares causa coriza o Urticária o Asma o Rinite o Estado de vigília Medicamento boqueia todas as manifestações clínicas, logo, não se tem mais urticária, coriza, alergia, espirro, nariz não fica mais obstruído (não tem mais edema) e tem muito sono Principal efeito adverso: sono o Sono é gerado devido ao bloqueio da ação da histamina no receptor no SNC RECEPTORES DE HISTAMINA: são 4 subtipos de receptores (H1, H2, H3 e H4) o Consistem em receptores acoplados à proteína G 1. H1: presente em células endoteliais vasculares e nas células musculares lisas Esses receptores medeiam as reações inflamatória e alérgicas Respostas teciduais específicas: edema, broncoconstrição e sensibilização das terminações nervosas aferentes primárias No hipotálamo: presença de auto- receptores para inibir a liberação adicional de histamina e, também, controla os ritmos circadianos e o estado de vigília 2. H2: presente nas células parietais da mucosa gástrica Medeia a secreção de ácido gástrico pelo estômago 3. H3: presente nos neurônios histaminérgicos pré-sinápticos no SNC e células ECL no estômago Suprimem a descarga neural e a liberação de histamina 4. H4: presente nos mastócitos, eosinófilos e basófilos Medeia a quimiotaxia dos mastócitos induzida pela histamina, bem como a produção de leucotrienos B4 Não tem nenhum medicamento que bloquei, na clínica médica, H3 e H4 No caso da asma, existem alguns medicamentos que inibem a degranulação dos mastócitos o Nedocromil é um exemplo ANAFILAXIA: é uma condição potencialmente fatal, causada pela degranulação maciça de mastócitos sistêmicos o Desencadeado em um indivíduo previamente sensibilizado o Um alérgeno pode estimular mastócitos e basófilos em todo corpo: hipotensão e broncoconstrição grave, bem como edema de epiglote o Antihistamínico compete reversivelmente com o receptor da histamina, logo, não pode ser usado em casos de choque anafilático como há muita liberação de histamina, a quantidade do antihistamínico não é suficiente para regular o choque MECANISMO DE AÇÃO DO ANTIHISTAMÍNICO Os avanços recentes na farmacologia da histamina demonstraram que os anti-H1 são agonistas inversos, mais do que antagonistas dos receptores o Antagonista: liga-se ao receptor e bloqueia a ação da histamina o Agonista inverso: liga-se ao receptor e diminui sua atividade, bloqueia a ação da histamina Classificação: 1. Primeira geração: lançados antes de 1970 Característica: efeito adverso do sono Medicamentos: hidroxizina, difenidramina e clorfeniramina 1979: lançamento da terfenadina Ação no SNC: clássicos ou sedantes atravessa o SNC, barreira hematoencefálica, bloqueando a ação da histamina, causa sono Allegra é um antihistamínico de segunda geração Ação do sono do antialérgico é no receptor H3, localizado no SNC quanto mais lipossolúvel, maior a penetração dos medicamentos no corpo, até ter ação no SNC Mais ação no SNC: aumenta a lipossolubilidade Menos ação no SNC: diminui a lipossolubilidade Se a reação alérgica é periférica, não tem para que ter uma ação no SNC foi criado uma classe de medicamentos que agisse perifericamente, controlando a alergia, mas que não entrasse no SNC, causando sono caso do alegra Allegra é menos lipossolúvel, então, não chega ao SNC chega a depender do peso, dose e quantidade de vezes com que o paciente toma Não bloqueia a histamina no receptor H3 2. Segunda geração: lançados a partir dos anos 80 Medicamentos que causam menos sono 1987: loratadina e cetirizina 1992: ebastina 1995: fexofenadina (allegra) 2002: desloratadina e levocetirizina 2004: rupatadina Ação no SNC: não clássicos ou não sedantes não atravessam o SNC, logo, não causam tanto sono Levocetirizina e rupatadina não são frequentemente prescritos (prescrição em casos de reação alérgica muito forte) FARMACOCINÉTICA FÁRMACOS DE 1ª GERAÇÃO: o Mais lipossolúvel, por isso sua ação sedante o São rapidamente metabolizados: 3-4 doses ao dia o Paciente fica com muito sono o É contraindicado: dirigir, operar máquinas... o Há perca dos reflexos o Fármacos da classe: Maleato de clorfeniramina: apracur, benegripe, descon, fluviral e resfenol Maleato de bronfeniramina: decongex plus Cloridrato de meclizina: meclin Hidroxizina: hixizine, prurizin e marax Maleato de carbonoxamina: naldecon Dimenidrinato: dramin e nausolin B6 Cloridrato de difenidramina: adnax e benalet Prometazina: doriless e fenergan creme Cloridrato de prometazina: fenergan, prometazol e lisador o Geralmente, estão dentro de um antigripal FÁRMACOS DE 2ª GERAÇÃO: o Menor lipossolubilidade o Ação: 1-2 horas o Paciente pode tomar uma vez ou duas vezes no dia o Duração maior: 24 horas o Fármacos da classe: Cloridrato de epinastina: talere Cloridrato de fexofenadina: allegra, altiva e fexodane Loratadina: claritin, histadin e histamix (as associações com pseudoefedrina acrescenta a letra D ao produto) Dicloridrato de cetirizina: zetalerg e zyrtec (associações com pseudoefedrina acrescenta a letra D ao produto) Azelastina: rinolastin nasal Desloratadina: desalex Ebastina: ebastel Levocetirizina: zyxem Rupatadina: rupafin Principais efeitos adversos: o Toxicidade do SNC e cardíaca o Efeitos anticolinérgicos Fatores de risco: o Baixa massa corporal o Disfunção hepática ou renal grave o Uso concomitante de drogas, como, álcool (compromete a ação do SNC, é um depressor) Overdose: quando se faz uso de muito antihistamínico ou quando associado com outro depressor do SNC o Antihistamínico H1 de primeira geração o Causa efeitos adversos profundos sobre o SNC Loratadina, desloratadina e fexofenadina são os únicos aprovados para uso de pilotos de aeronave ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2 Aspectos farmacocinéticos: o São os fármacos: cimetidina, ranitidina,famotidina e nizatidina SECREÇÃO GÁSTRICA Principais estímulos que atuam sobre as células parietais: Histamina: estimula receptores H2 das células parietais, estimulando a secreção ácida gástrica induz a liberação de prótons pela bomba de prótons havendo, então, a liberação de ácido gástrico no estômago Para bloquear a liberação de prótons, bloqueia- se a ação da histamina Medicamentos: cimetidina e ranitidina Gastrina: estimula receptores CCK2 (colecistocina 2), estimulando secreção ácida e secreção de histamina Acetilcolina: estimula receptores M3, estimulando secreção gástrica, bem como secreção de histamina e gastrina o Ranitidina apresenta os menores efeitos adversos e com maior eficácia melhor custo benefício também Muito utilizado no tratamento de azia noturna o Cimetidina apresenta grandes efeitos adversos: ginecomastia em homens e interação com o citocromo P450 o Bem absorvidos por via oral, sem sofrer interação alimentar o Podem ser usados via oral ou endovenosa o Excretados praticamente inalterados na urina, fezes e leite o Biotransformação renal e hepática parcial Efeitos indesejados: o Diarreia, cefaleia, tontura, dores musculaes, erupções cutâneas transitórias e hipergastrinemia o Atravessam a placenta e são excretados no leite materno cuidado com gestantes e lactantes (não são testados nessa população) Efeitos indesejados da cimetidina: o Galactorreia e ginecomastia: afinidade moderada a receptores de androgênos o Interação medicamentosa: citocromo P450, anticoagulantes orais, fenitoína, carbamazepina, teofilina e ADT FÁRMACO MAIS UTILIZADO É RANITIDINA!! AÇÃO ANTIEMÉTICA Vômito e náusea são induzidos por receptores da zona de gatilho quimiorreceptora para vômito São dois estímulos: 1. Local: mucosa gástrica 2. SNC Na zona de gatilho, existem receptores para várias substâncias: dopamina, serotonina, opioide, histamina e acetilcolina o Quando qualquer uma dessas substâncias está em alta concentração e age em algum receptor dessa área, induz a náusea e o vômito o Problema: nem sempre se sabe qual a substância que está causando esses sintomas Antagonista de dopamina: metoclopramida (plasil) Inibidor de serotonina: ondansetrona (vonal) Inibidor de acetilcolina: buscopan Inibidor da histamina: dramin, nausolin e meclin Não se tem nenhum medicamento que bloquei receptores opioides o Único bloqueador opioide que se tem é a naloxona utilizada para reverter overdose por opioides