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SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO Entre 10 e 15% das gestações apresentam hemorragias. A gravidez por ser dividida em 2 metades: antes das 22 semanas e após 22 semanas. Primeira metade: o sangramento pode ocorrer por causas como: abortamento, gravidez ectópica ou em situação de mola hidatiforma (neoplasia trofoblástica). Segunda metade: o sangramento pode ocorrer por: placenta prévia, descolamento prematura de placenta (DPT), rotura uterina ou vasa prévia. DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL– MOLA HIDATIFORME É um tipo de forma clínica da doença trofoblástica gestacional, a qual é um evento patológico relacionado com fertilização aberrante. É um tumor benigno que se desenvolve a partir de tecido placentário (células trofoblásticas) em fases precoces de uma gravidez em que o embrião não se desenvolve normalmente. O sangramento ocorre com eliminação de vesículas, as quais podem ser visualizadas em exame de imagem como um sinal de cacho de uva. A paciente também apresenta útero amolecido, indolor e maior que o esperado para a idade gestacional. O BHCG é muito alto e não reduz após a 10ª semana, pelo contrário, ocorre o aumento. As molas hidatiformes, completa e parcial, constituem 2 doenças distintas, com características citogenéticas, histológicas e clínicas próprias, embora o tratamento seja similar. MOLA HIDATIFORME PARCIAL A mola hidatiforme parcial geralmente se origina da fertilização de um óvulo por dois espermatozoides, resultando em uma célula triploide. As estruturas fetais estão presentes, mas o embrião raramente sobrevive por ser portador de numerosas malformações. Na mola parcial há sempre vilosidades normais e focos de degeneração com necrose e hemorragia, não há a presença de vesículas típicas da mola completa. MOLA HIDRATIFORME COMPLETA A mola hidatiforme completa se origina da fertilização de um óvulo por um espermatozoide. O volume e a proliferação trofoblástica da mola completa excedem os da mola parcial, o que se reflete nas características clínicas. Os títulos inicias de hCG tendem a ser mais elevados e o aumento uterino é além do esperado para a IG em até 50% dos casos de mole completa. Também são mais frequentes complicações médicas da gravidez molar como pré-eclâmpsia, hipertireoidismo, anemia e hiperêmese gravídica e sequelas malignas ocorrem em cerca de 20% das pacientes com mola completa. SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO Coriocarcinoma, corioepitelioma ou neoplasia trofoblástica gestacional também são neoplasias trofoblásticas gestacionais, porém essas são neoplasias malignas de células germinais, de rápido crescimento, que geralmente se formam no útero durante a gravidez. As células que deveriam formar a placenta fazem uma transformação maligna, com ampla revascularização que permite rapidamente fazer metástases para os pulmões e/ou fígado pelo sangue. FATORES DE RISCO E DIAGNÓSTICO Os riscos para uma gestação molar incluem: Idade > 35 anos e <20 anos Intervalo interpartal curto Abortamentos prévios Mola anterior Tabagismo Inseminação artificial O diagnóstico pode ser feito no 1º trimestre da gravidez e apresenta sinais como: Sangramento: sinal mais comum e, muitas vezes acompanhado da expulsão das vesículas maiores. Útero maior que o esperado para a IG Ausência de batimentos cardiofetais (BCF) Cistos tecaluteinicos Hiperêmese gravídica Elevação de hCG de forma anormal Pré-eclâmpsia: é incomum na primeira metade, mas caso ocorra, é sugestiva. A ultrassonografia superou todos os métodos não invasivos para o diagnóstico da mola. Apesar de uma grande proporção de molas ser diagnosticada como aborto retido a partir de um exame rotineiro de 1º SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO trimestre, muitas pacientes com mola completa exibem imagens típicas: útero cheio de material ecogênico com múltiplas vesículas anecóicas de diferentes tamanhos, sem fluxo intrauterino, sem feto ou BCF. Na mola parcial, é possível observar placenta grande de aspecto normal com lesões intraplacentárias anecoicas difusas. Ultrassonografia de mola hidatiforme completa. Há ausência de embrião ou anexos, identificando-se apenas vesículas anecóicas avasculares ao Doppler. Ultrassonografia de mola hidatiforme parcial. Note a presença de embrião e placenta com áreas sonolucentes, correspondendo às vesículas. TRATAMENTO Para as pacientes nas quais há suspeita de gestação molar, antes do esvaziamento, os seguintes exames são recomendados: Hemograma completo Grupo sanguíneo e fator Rh Determinação do nível de hCG Radiografia de tórax O tratamento inclui: SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO Esvaziamento uterino com curetagem ou vácuo aspiração por aspiração manual intra útero: é o método de eleição para o esvaziamento molar quando o diagnóstico é realizado no início do desenvolvimento da mola. O procedimento inclui dilatação cervical e costuma ser realizado sob anestesia geral. Histerectomia: Pode ser uma alternativa para a aspiração a vacúo em pacientes que não queiram mais ter filhos. Quimioterapia: metrotexate São sinais de mau prognóstico: o Metástase: para pulmão, vagina, SNC ou fígado sendo a evolução nessa ordem o Idade avançada: >39 anos o Tumor grande o Quimioterapia sem sucesso o bHCG maior com poliquimioterapia O seguimento pós-molar deve ser realizado após o esvaziamento para que a mulher seja acompanhada a fim de diagnosticar e tratar de imediato as sequelas malignas. Os episódios de malignização podem ocorrer dentro de 6 meses do esvaziamento. Dosagem semanal de hCG após o esvaziamento. Se negativo por 3 semanas, dosá-lo mensalmente por 6 meses. Uso de ACO durante o seguimento Descontinuar o seguimento após 6 meses de b-hCG negativo. A gravidez pode ser permitida neste momento Utilizar quimioterapia se o nível de b-HCG estacionar por 3 semanas consecutivas, aumentar ou aparecerem metástases. ABORTAMENTO Abortamento e a interrupção da gravidez até a 20ª-22ª semana e com produto da concepção pesando menos de 500g e o aborto é o produto da concepção eliminado no abortamento. Pode ser espontâneo ou provocado. Quando o feto tem peso maior que 500g deve ser registrado como natimorto e enterrado. Abortamento precoce: até 13 semanas Abortamento tardio: entre 13 e 22 semanas Os fatores de risco mais comuns para o abortamento precoce são: Idade materna avançada História de perda anterior Doença materna grave, traumatismo, intoxicação ou inúmeras infecções São várias as causas de abortamento, contudo, na maioria das vezes, a causa permanece indeterminada e muitas gerações são interrompidas por decisão pessoal da mulher. As etiologias variam: o O abortamento cromossômico ocorre em primigestas devido a uma anomalia do produto da concepção. o Causa materna local: anatomia, útero bicorno, miomatose o Incompetência istmo-cervical (IIC) SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO o Causa materna sistêmica: alteração endócrina, infecção, desnutrição, causas imunológicas, insuficiência luteínica, trauma As formas clínicas variam de acordo com os tipos clínicos de abortamento: Ameaça de abortamento: gravidez complicada por sangramento antes de 22 semanas Abortamento inevitável: colo dilatado, mas o produto da concepção não foi eliminado Abortamento completo: todo o produto da concepção foi eliminado sem a necessidade de intervenção médica ou cirúrgica Abortamento incompleto: alguma parte do produto da concepção foi eliminada, mas não a sua totalidade; podem estar retidos feto, placenta ou membranas Abortamento retido: gravidez na qual já existe a morte fetal, em geral por semanas, sem a expulsão Abortamento infectado: abortamento, geralmente incompleto, complicado por infecção intrauterina Abortamento habitual: dois ou mais abortamentos consecutivos Insuficiência cervical: tratamento com cerclagem do colo uterino Em casos de abortamento deve-se oferecer a todas as mulheres exames para classificação sanguínea e administrar imunoglobulina anti-D naquelas Rh não sensibilizadas, teste sorológico para sífilis e pesquisa do HIV. O diagnóstico é realizado clinicamente e através da ultrassonografia. No exame físico, o exame de toque é necessário em sangramentos do primeiro semestre para verificar se há abertura uterina, sendo então considerado um abortamento inevitável. Se no exame, o colo estiver fechado, pode ser um abortamento evitável, sendo necessário prosseguir com repouso, hidratação e o ultrassom para verificar a presença de batimento cardíaco. Pode-se realizar o esvaziamento uterino, o qual pode ser realizado com AMIU ou curetagem quando menor que 12 semanas. Em abortos com idade de gestação maior que 12 semanas, realiza-se a indução do misoprostol e ocitocina para o útero expelir o feto por risco de rotura uterina devido a estruturas ósseas. BHCG para diagnóstico de gravidez: no mínimo 25 mUI/mL, duplicando a cada 48h da gestação. Quando ocorre a diminuição do BHCG ou paralisação na duplicação, suspeitar de aborto completo ou incompleto. AMEAÇA DE ABORTAMENTO O quadro clínico consiste em: Hemorragia: traduz anomalia decidual e/ou descolamento do ovo. É o elemento mais comum e costuma ser o primeiro a revelar qualquer distúrbio na evolução da gravidez. De modo geral, o fluxo sanguíneo na fase de ameaça é menor do que na interrupção inevitável. o Os sangramentos precoces, de longa duração, escuros e do tipo “borra de café” são considerados mais sérios. Aproximadamente 30% das gestações apresentam sangramento no 1º trimestre, e metade delas resultam em aborto. Dor: sinal de contração uterina. Precedem, acompanham e geralmente sucedem a hemorragia. o Contrações regulares, como as do trabalho de parto, espelham processo irreversível No exame clínico, o toque não é esclarecedor, pois não existem modificações cervicais e o exame especular pode afastar causas ginecológicas da hemorragia. SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO O diagnóstico é sonográfico e o tratamento é realizado com recomendações durante o período da ameaça, como: Repouso relativo, porém, sem a obrigatoriedade de acamar-se O coito deve ser proibido enquanto perdurar a ameaça Administração de antiespasmódicos e analgésicos nas pacientes com cólicas Além das recomendações, deve-se tranquilizar a gestante, sem, contudo, exibir muito otimismo visto que metade dos casos chegam ao aborto efetivo. ABORTAMENTO INEVITÁVEL A partir de 8 semanas, o processo de abortamento adquire, progressivamente, as características do trabalho de parto. É quase sempre precedido por período de ameaça de aborto e as hemorragias tendem a ser mais abundantes que as da fase de ameaça, e o sangue apresenta cor viva. O volume do útero corresponde à data da amenorreia, exceto quando a morte é antiga. O colo mostra- se permeável, notando-se as membranas herniadas pelo orifício externo da cavidade uterina. O quadro clínico é inconfundível e dispensa exames complementares. O tratamento depende da IG: Abortamento precoce: até 12 semanas são procedimentos de escolha a dilatação seguida de aspiração a vácuo ou de curetagem, sendo a aspiração superior à curetagem. o Tratamento expectante: consegue a expulsão completa em aproximadamente 80% das mulheres. As pacientes habitualmente se queixam de sangramento moderado/grave e cólicas o Tratamento médico: para quem quer encurtar o tempo de expulsão, mas preferem evitar o esvaziamento cirúrgico, o tratamento misoprostol está indicado. A paciente deve ser aconselhada de que o sangramento é mais intenso que o menstrual, potencialmente acompanhado de cólicas, e que a cirurgia poderá estar indicada se a expulsão não for completa. o Tratamento cirúrgico: realizado a partir do esvaziamento uterino e é indicado para mulheres com hemorragia, instabilidade hemodinâmica ou infecção. A formação de sinéquias intrauterinas clinicamente importantes é rara após o esvaziamento cirúrgico. A hemorragia e a infecção podem ocorrer em todos os tipos de tratamento. Nessas condições, está indicado o antibiótico profilático com doxiciclina 200mg por VO 1h antes do procedimento cirúrgico, ou cefalosporina de 1ª geração 2g por IV. O benefício da profilaxia antibiótica para o tratamento médico do abortamento precoce é desconhecido. A paciente deve ser aconselhada a não realizar atividade sexual de 1 a 2 semanas após a expulsão completa do ovo no abortamento precoce a fim de evitar infecção. O anticoncepcional hormonal ou DIU podem ser utilizados imediatamente após o abortamento precoce, mesmo após o tratamento cirúrgico desde que não haja suspeita de abortamento séptico. Abortamento tardio: após 12 semanas o Tratamento expectante: O ovo já está muito desenvolvido, e a cavidade uterina, volumosa. Por serem suas paredes finas e moles, o esvaziamento instrumental torna-se perigoso. A expulsão é acelerada pela administração de ocitocina em grandes doses. Eliminado o ovo, e se a expulsão não for completa, o remanescente é extraído com pinça adequada. SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO ABORTAMENTO COMPLETO É frequente até 8 semanas de gestação. Considera-se abortamento completo quando, após a expulsão do ovo, cessam as cólicas e o sangramento reduz-se a perdas muito discretas. Apenas a evolução do caso confirma o diagnóstico. Através do USG é possível observar o “útero vazio”, maior indicação de abortamento completo. Os ecos intrauterinos centrais e escassos ou moderados podem representar coágulos sanguíneos, decídua, glândulas endometriais e placenta. ABORTAMENTO INCOMPLETO Está relacionada com a eliminação parcial do ovo, que causa hemorragia persistente com ambiente propicio à infecção. É comum após 8 semanas de gestação, quando as vilosidades coriônicas ficam aderidas ao útero. O sangramento não cessa, é intermitente e pode ser intenso e as cólicas persistem. Isso ocorre porque os restos ovulares impedem a contração uterina adequada. O útero amolecido possui volume aumentado, mas o líquido amniótico e, comumente, do feto, reduz suas dimensões que não são as previstas para a IG. O colo se apresenta entreaberto. Através do USG observa-se massa focal ecogênica, a qual caracteriza restos ovulares. O tratamento é realizado com o esvaziamento cirúrgico, e nesse particular, a aspiração a vácuo. O tratamento expectante não é o mais indicado. ABORTAMENTO INFECTADO O abortamento infectado sucede, quase sempre, a interrupção provocada em más condições técnicas, mas pode ter outras origens. Pode ser espontâneo ou intencional, e sempre há antecedentes esclarecedores pela anamnese como, por exemplo: abortamento incompleto, manipulação instrumental cavitária, introdução de sondas, laminárias ou soluções. Os microrganismos causadores são os existentes na flora normal do sistema genital e dos intestinos como cocos anaeróbios, E. coli, bacteroides ou Clostridium perfringens. A classificação clínica mais utilizada é feita em 3 formas: I. Endo(mio)metrite: é o tipo mais comum. A infecção é limitada ao conteúdo da cavidade uterina. Não há sinais de irritação peritoneal, e tanto a palpação do abdome como o toque vaginal são tolerados. A elevação térmica é pequena e o estado geral bom, com dores discretas. II. Pelveperitonite: em função da virulência do microrganismo, a infecção progride e se localiza no miométrio, nos paramétrios e anexos, comprometendo o peritônio pélvico. A hemorragia não é sinal relevante e o sangue escorre mesclado a líquido sanioso, com odor fecaloide e presença de anaeróbios. A temperatura fica em torno de 39ºC e o estado geral afetado, com taquicardia, desidratação, parestesia intestinal, anemia. A dores são constantes e a defesa abdominal fica limitada ao hipogástrio. O exame pélvico é quase impossível de ser realizado, porém, se muito delicadamente, nota-se útero amolecido, mobilidade reduzida e paramétrios empastados. O colo costuma estar entreaberto. III. Peritonite: é a forma extremamente grave da infecção generalizada. Há peritonite, septicemia e choque séptico, decorrentes, em geral, do acometimento por gram-negativos (E. coli), mas também de bacteroides e Clostridium (pior prognóstico). A temperatura pode estar elevada, com SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO pulso rápido e filiforme, hipotensão arterial, distensão abdominal, desidratação acentuada, oligúria e icterícia. O tratamento é realizado concomitantemente ao esvaziamento uterino com prescrição de antibióticos de largo espectro e ocitocina. Devido a anemia, desidratação e condições circulatórias, pode ser necessário administrar sangue, solutos glicosados ou salinos. Na infecção por Clostridium, por vezes, está indicada a histerectomia total com anexectomia bilateral, sendo inoperante o esvaziamento. ABORTAMENTO RETIDO O útero retém o ovo morto por dias ou até semanas. Após a morte fetal, pode ou não haver sangramento vaginal. O útero mantém-se estacionário e pode até diminuir. Nas retenções prolongadas do ovo morto (mais de 4 semanas), os distúrbios de hemocoagulação constituem a complicação mais temida. O diagnóstico definitivo deve ser sempre confirmado por duas ultrassonografias espaçadas de 7 a 10 dias. ABORTAMENTO HABITUAL É definido como a perda de 2 ou mais gestações. Os fatores de risco incluem a idade materna e o número de abortamentos anteriores, porém não se consegue reconhecer a causa de mais de 50% dos abortamentos habituais. Pode ser decorrente de: Alterações cromossômicas Síndrome antifosfolipídio Doenças endócrinas: deficiência luteínica, hipotireoidismo, SOP Fatores anatômicos: malformações uterinas, insuficiência cervical (abortamentos de 2º trimestre) e miomas (também de 2º trimestre). Os exames diagnósticos incluem: Cariótipo do casal Avaliação citogenética do material do abortamento USG transvaginal 3D Dosagem de anticorpos antifosfolipidios, TSH e anti-TPO Dosagem de testosterona livre/total Para o tratamento, as principais medidas terapêuticas são: Fertilização in vitro Progesterona vaginal em casos de insuficiência luteínica Levotiroxina em pacientes com hipotireoidismo Redução de peso e metformina na SOP. Uma vez confirmada a gravidez, a metformina pode ser retirada na SOP Ressecção histeroscópica no útero septado e no mioma intracavitário SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO O casal com abortamento habitual de causa inexplicável deve ser confortado visto que há chance de êxito de 70% em uma próxima gravidez. Antes de uma nova concepção, recomendam-se mudança no estilo de vida com exercícios moderados e perda de peso, suplementação de ácido fólico, cessação do tabagismo e moderação no consumo de cafeína e álcool. GESTAÇÃO ECTÓPICA É a implantação do ovo, zigoto ou blastocisto fora da cavidade endometrial. A gravidez ectópica é uma patologia que ameaça a vida da paciente e incide em 1,5 a 2% das gestações, sedo mais frequente em mulheres que já tenham concebido. 96% dos casos ocorrem nas tubas, sendo 73% na ampola. Os locais podem variar em: Ovário Tuba uterina Interstício Ligamentos Colo uterino. Nas últimas décadas, o diagnóstico precoce da gravidez ectópica pode ser realizado por bhCG, USG transvaginal e laparoscopia revolucionou seu tratamento, com o objetivo de preservar o futuro obstétrico da mulher. Possuem fatores de risco como: DIPA Endometriose DIU Antecedentes de cirurgia tubária Gestação ectópica anterior Reprodução assistida História de infertilidade Tabagismo Idade superior a 35 anos História de cervicite para clamídia ou gonococo Do ponto de vista anatomopatológico, a gravidez ectópica pode ser primitiva ou secundária. É primitiva quando a nidificação ocorre e prossegue em zona única do sistema genital, e secundária quando, após implantar-se em um lugar, o ovo desprende-se do sistema genital e continua o desenvolvimento em outro local. As principais formas anatomopatológicas: gravidez tubária, abdominal, ovariana, cervical ou cicatriz de cesárea. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO Pacientes com gravidez tubária rota exibem quadro clínico de choque, com hipotensão, taquicardia e dor à palpação, e devem ser tratadas em bases emergenciais. Antes da rotura, a maioria das pacientes apresentam-se com manifestações inespecíficas capazes de mimetizar quadro de abortamento. Esses sinais e sintomas incluem: o Hemorragia de 1º trimestre: sangue escuro ou claro, que raramente excede o fluxo menstrual normal o Dor abdominal ou pélvica: pode variar de leve a debilitante SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO Mulheres com esse quadro clínico devem ser consideradas altamente suspeitas de gravidez ectópica, sendo necessário o diagnóstico definitivo, o qual é realizado por exames complementares como: USG transvaginal Dosagem de bhCG sem crescimento uterino: o bhCG positivo com ausência do saco gestacional intrauterino, pode-se desconfiar de gravidez ectópica, aborto espontâneo recente ou gravidez intrauterina precoce (< 4 semanas). Durante a palpação, pode apresentar abdome agudo hemorrágico. O tratamento da gravidez ectópica rota é através da cirurgia, geralmente salpingectomia e deve ser desconfiada em pacientes com abdome em tábua e em sinais de choque, com toque vaginal evidenciando o abaulamento do fundo de saco. Em pacientes com ectópica íntegra e com prole constituída, realizar a salpingectomia. Quando não possui prole e possui o desejo de gestação, o médico deve avaliar a possibilidade de poupar os órgãos reprodutivos, podendo realizar o tratamento com metrotexate. SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Pólipos cervicais Sangramento espontâneo Cervicite Ectopia cervical Trauma vaginal / corpo estranho Câncer de colo A fertilidade subsequente é idêntica se compararem os tratamentos médico e cirúrgico conservador, ou cirúrgico conservador e cirurgia radical. Na gravidez abdominal, a mortalidade perinatal varia de 85- 95%, e a materna gira em torno de 3%. Há malformação em cerca de 1/3 a ¼ dos fetos cuja viabilidade é possível.
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